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UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE

HUMANIDADES E TECNOLOGIAS
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO, ARQUITETURA, ARTES E TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO


COMUNICAÇÃO APLICADA: MARKETING, PUBLICIDADE E RELAÇÕES
PÚBLICAS

“Escolas da Globalização”

PROFESSOR: JORGE BRUNO VENTURA

MARIA EDUARDA BRAGANÇA PEREIRA

21805741

JUNHO DE 2019
Introdução
O presente trabalho foi realizado no âmbito de avaliação da unidade curricular Comunicação
e Globalização, com o objetivo de dar a conhecer, explorar e aprofundar o estudo sobre as
“Escolas da Globalização” realizado em aula. O principal objetivo deste trabalho será
transmitir, através do mesmo, a importância destas três correntes distintas sobre o significado
de globalização. A designação destas três escolas é feita de acordo com o tipo de pensamento
dos membros que as integravam: hiperglobalistas, céticos e transformacionistas. Cada um
destes elementos que complementam estas correntes de pensamento possuem as suas próprias
características e ideias centrais que defendem com aqueles que pensam ser fortes,
argumentos. Ao longo do desenvolvimento desta apresentação irei esclarecer histórica e
conceitualmente cada ideia apresentada e defendida pelas escolas.
Desenvolvimento

A globalização é assunto extremamente discutido nos últimos anos que se prolonga até aos
dias de hoje, não deixando de ser um assunto atual visto que é algo sempre presente e de
constante mudança. Assume diferentes pontos de vista e, portanto, pode ser entendida de
várias maneiras. No sentido de analisar a controvérsia em torno das escolas de pensamento da
globalização, identificaram-se três grandes correntes: os hiperglobalistas, os céticos e os
transformacionistas.
Iremos começar por analisar a tese hiperglobalista, que tem e defende como ideia central que
a globalização é um fenómeno fundamentalmente económico, promotor da crescente
integração entre mercados que resulta numa economia global sem fronteiras. Os
hiperglobalistas consideram que se verifica uma perda significativa da autoridade do Estado-
Nação (O conceito de Estado-nação refere-se à forma de organização dos governos dos Estados
Modernos e às organizações sociais que se estabeleceram em torno deles). Na prática, constata-
se uma crescente difusão da autoridade focada num elevado número de organizações
internacionais, transnacionais, supranacionais e regionais (como por exemplo: U.E, NATO,
ONU, etc.). Dentro desta tese em estudo, é possível verificar duas características que se
destacam: a primeira corresponde à emancipação do mercado dos controles estatais, tendo em
conta que a decisão política depende, em grande parte, do poder financeiro, acredita-se que os
mercados funcionam melhor sem a intervenção do Estado-nação e, por isso, devem ser levados
em consideração como organismos distintos e independentes. A lógica, ideia, fundamento de
mercado sobrepõe-se à autoridade estatal na condução da economia mundial (em “bom
português” significa que quem tem dinheiro é quem manda), isto é o triunfo do capitalismo na
forma do mercado como agente de globalização (por exemplo bancos, multinacionais e
corporações transnacionais) autónomo e universal; a segunda característica a ter em conta é o
surgimento e reconhecimento de diversos atores na arena internacional. Esses diversos atores
são, tratam-se das organizações internacionais, organizações não-governamentais e
multinacionais que questionam e põem em causa a supremacia e superioridade do Estado no
sistema internacional. Exemplo disso é que as organizações citadas acima, segundo Ohmae
(hiperglobalista), criam novos canais que ultrapassam os limites territoriais e tornam-se livres
de constrangimentos políticos. Partindo destas duas características, a interpretação
hiperglobalistas é de que, não só, o Estado esteja a ser oprimido pelo mercado, mas também a
ser suplantado por novas formas de organização.
Estes pensadores encaram a globalização como uma ideologia, ou seja, a força das
organizações e corporações multi e internacionais, respetivamente, atua sobre os mecanismos
estatais com o objetivo de desregulamentar o setor comercial e financeiro, daí se reforçaria a
ideia de que a dominação económica é tanto necessária quanto positiva, e de que os Estados
apenas serviriam para garantir o desempenho e atividade do mercado. Daqui podemos reter
duas perspetivas que se difundem claramente: no departamento económico seria necessário que
o Estado fosse mínimo para garantir a livre atuação do mercado; no que diz respeito à área
política, a globalização seria a responsável pela propagação internacional da preferência por
regimes democráticos- o compartilhamento de ideias comuns em diferentes nações conduz a
que o mundo assista à emergência de uma cilivização global (“democratização do mundo”) que
promove os seus próprios mecanismos de governação. A globalização é assim, segundo este
pensamento, a precursora de uma civilização e de instituição globais, cuja própria existência
seriam indícios da formação de uma nova lei económica internacional caracterizada pela
opressão da soberania e autoridade do Estado.

É de se acrescentar ainda que existem duas variantes identificáveis no interior da tese em


discussão: os neoliberais, que exaltam o surgimento, emersão de um mercado global comum e
o princípio da competição global; os neo-marxistas, que enxergam na globalização um êxito
do capitalismo global opressor (HELD et al., 1999, p.3). Embora estes personagens concordem
que a globalização gera um novo grupo de ganhadores e perdedores, para os neo-marxistas o
capitalismo global origina e reforça padrões de desigualdade dentro e entre Estados. Enquanto
que para os neo-liberais, a globalização prejudica alguns no curto prazo, mas produz maiores
vantagens para os Estados a longo prazo.

Passamos então à tese cética, que como a própria denominação sugere, os teóricos desta escola
crêem que existe um grande exagero vinculado às ideias de globalização e, por isso, adotam
como objetivo desvendar, desmascarar ideias e mitos que sustentam a globalização.

Para melhor compreender os argumentos da tese cética, é necessário entender e esclarecer a


distinção que estes fazem entre globalização e internacionalização: a primeira só a consideram
quando existe uma integração perfeita dos mercados internacionais, a última remete para o
crescente fluxo entre diversas economias nacionais. A partir daqui os céticos desmascaram o
primeiro mito por trás daquilo que popularmente chamamos de globalização: é, na realidade,
apenas um grande fluxo entre economias nacionais, ou seja, pura internacionalização. Para eles
a primeira ideia- “integração perfeita dos mercados internacionais” - é quase um tipo ideal e,
portanto, nunca existiu. A economia mundial estaria longe de ser verdadeiramente global (“...
Ao contrário, os fluxos de comércio, de investimento e financeiro estão concentrados na Tríade
da Europa, Japão e América do Norte, e parece que esse domínio vai continuar” - HIRST;
THOMPSON, 1998, p.15).

De acordo com os céticos Hirst e Thompson (1998), estas grandes potências referidas
anteriormente teriam a capacidade de comandar a política internacional, de exercer pressões
sobre os mercados financeiros e de influenciar outras tendências económicas. Desta forma,
nunca se poderia dizer que os mercados mundiais estariam sem regulação e controle. Os
mercados continuam a ser entes soberanos pois são os responsáveis pelo gerenciamento da
ordem. Estas teóricos citados afirmam ainda que, acima de todos os intervenientes no processo
de globalização, predominam os governos nacionais, eles continuam a ter um interesse
crescente na regulação e promoção da atividade política e económica fora das suas fronteiras.

O desenvolvimento capitalista teria concentrado ainda mais o poder nas mãos de poucos, de
forma que algumas empresas e bancos seriam responsáveis pelas principais decicsões. Indo
contra ideias hiperglobalistas, os céticos vêem a governança global e a internacionalização
económica como projeto ocidental “para a manutenção do status quo”, e no qual o objetivo é a
primazia e o domínio do Ocidente na condução dos negócios mundiais. A partir desta última
ideia, E.H. Carr, deixa-nos a conclusão de que a ordem e a solidariedade internacionais,
enquanto ordens da globalização, não passam de tentativas de imposição dos mais fortes sobre
os mais fracos.

Portanto, sob uma visão cética, a globalização é apenas um mito criado por alguns blocos
regionais de integração, cuja ideia é permanecerem poderosos; constituiu tentativas de
implementação estratégico- económicas neoliberais. Negam a existência de uma convergência
das políticas macro-económicas e de bem-estar por todo o mundo, na verdade, céticos até
denunciam a marginalização dos países do Terceiro Mundo por oposição ao aumento dos
investimentos e intensificação do comércio no seio dos países desenvolvidos. Logo, a
homogeneização cultural e a ideia de uma cultura global não passam de mitos adicionais, a
globalização não produz homogeneização pois regista-se cada vez mais um acréscimo das
desigualdades e da consecutiva estratificação e hierarquização na economia.
Como, talvez, já tenha dado para perceber os céticos, pelo próprio caráter e definições das suas
ideias, são bastante críticos dos hiperglobalistas. Um ponto de discordância entre as duas teses
é a questão de regionalização. A noção de globalização sobre como um processo que promove
a integração e unificação de mercados é, como já vimos proveniente dos teóricos hiperglobais,
já a atenção volta-se para a regionalização quando quem comanda o tema são os céticos. Para
estes os processos de regionalização são entendidos como movimentos opostos aos da
globalização, as tendências para a formação de blocos influenciam na criação de zonas de
isolamento, e não de integração. Para mais que céticos não acreditam em cultura e governança
globais- pois o reaparecimento de nacionalismos e conflitos étnicos contradizem a ideia de
homogeneização cultural.

Uma posição mais flexível sob o siginificado de globalização é apresentada por teóricos que se
intitulam e fazem parte da grande escola de transformacionistas da globalização- autores como
Giddens, Rosenau, Castells, etc.

Transformacionistas consideram que uma nova fase do capitalismo se iniciou no final do século
XX, para este grupo de teóricos a globalização revela-se como uma poderosa força motriz,
condutora de rápidas mudanças socais, políticas, económicas, culturais, que estão a redefinir
as sociedades contemporâneas; A globalização constitui um processo histórico de longo prazo,
cheio de contradições e substancialmente moldado por fatores conjunturais. Contradições
porque “empurra” as sociedades para direções opostas, fragmenta e integra, leva à cooperação
mas também ao conflito. Universaliza ao mesmo tempo que particulariza.

Ao contrário da tese hiperglobalista que aponta como argumento a tendência para o nascimento
de uma sociedade de economias globais, transformacionistas acreditam no surgimento de uma
nova estratificação internacional em que alguns são incluídos e outros são marginalizados- este
pensamento reflete a ideia de que um mundo totalmente globalizado não constitui uma verdade
inalienável, intransmissível: na medida em que alguns Estados parecem cada vez mais
envolvidos numa ordem global, existem outros que continuam a ser cada vez mais
marginalizados.

Indo de encontro com os princípios desta escola, a globalização está a reconstituir as funções
e autoridades dos Governos e dos Estados e não a destruí-los, estes não são os únicos centros
de decisão ou exercício de autoridade do mundo.
Bibliografia e Webgrafia

SCIENTIA- “Globalização: Diferentes visões sobre um mesmo processo”, Flavia Nico


Vasconcelos, 2002, p. 25-37.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft101103.htm

https://pt.slideshare.net/GasparNeto1/sociologia-trabalho-30214399

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