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Economia do Petróleo

Por:
Patrício Wanderley Quingongo
Patrício Wanderley Paulo Quingongo

Estuda activamente a indústria petrolífera, há mais de uma década; trabalhou 7 anos para a
Companhia Petrolífera Internacional ExxonMobil (Esso Angola) no Departamento de Operações
Petrolíferas, na área de Produção de Petróleo. É Bacharel em Engenharia de Refinação de Petróleo pela
Universidade Jean Piaget de Angola, graduado em Engenharia de Produção de Petróleo & Gás e
Tecnologia Aplicada a Engenharia de Petróleo pelo Southern Alberta Institute of Technology (SAIT) no
Canadá, e Mestre em MSc. Gestão Internacional de Petróleo & Gás pela Universidade de Liverpool, no
Reino Unido. A sua especialização engloba todos os sectores da indústria petrolífera, incluindo os
sectores upstream, midstream e downstream.

Estudante ávido e analista dos diferentes regimes fiscais aplicados no sector petrolífero a nível global;
é também analista do desempenho das companhias petrolíferas nacionais e internacionais (NOCs &
IOCs), do mercado petrolífero e do comportamento e volatilidade dos preços do petróleo. Realiza
várias pesquisas e análise de mercado para companhias de consultoria e pesquisa, é membro
profissional da Sociedade de Engenheiros de Petróleo - (SPE) ID# 4174993. Leccionou vários cursos
relacionados à indústria petrolífera na Universidade Katangoji e no IPEP em Angola. É, ainda, mentor
internacional pela SPE, leccionando operações de produção de petróleo e gestão da indústria
petrolífera.
Passos da Minha Carreira

Engenheiro de Petróleo
(Produção)
MSc. Gestão Internacional
12/09/2012 (Petróleo & gás)
12/12/2016
Engenharia
de Refinação SAIT Engenheiro de Cosultor
de Petróleo Canadá Campo Prod. Oil & Gás Técnico Tributário Director Geral
03/02/2007 01/01/2010 20/02/2013 03/05/2016 06/02/2017 01/01/2012

Jan Dec Jan Oct Sep Aug Fev Jan Mai Nov Jan Mar
2007 2009 2010 2012 2013 2016 2017 2018 2018 2018 2019 2019

03/03/2007 06/09/2012 01/04/2016 Presente Presente


Estudante de EUA, Canadá, UK Engenheiro de Founder & CEO
Petróleo Produção Tributação
Petrolífera
Universidade
Jean Piaget
Operador de
Produção

Esso Angola

Consultor MINFIN

PETROANGOLA
CAPÍTULOS

1 Introdução as Operações Petrolíferas

2 Indicadores Económicos de Petróleo e Gás

3 Reservas Petrolíferas

4 Fundamentos da Indústria Petrolífera

5 Mercado Petrolífero

6 Regime Fiscal
OBJECTIVOS

Proporcionar aos alunos uma visão geral sobre a indústria petrolífera e o negócio do
A
petróleo

Desenvolver uma percepção clara sobre o porquê que as companhias petrolíferas são
B
tratadas de forma diferente.

Providenciar aos estudantes, conhecimentos fundamentais necessários para negociar


C com sucesso contractos petrolíferos, criação de regimes fiscais petrolíferos e administrar
o sistema de impostos.
INTRODUÇÃO
Breve História do Petróleo

A indústria moderna de petróleo e gás começou como resultado da


escassez das baleias. As civilizações usaram o petróleo obtido do subsolo a
pelo menos 4.000 AC. No Médio Oriente, o crude foi usado para tapar os
barcos e como adesivo na construção de edifícios e estradas.

O primeiro poço/descoberta de petróleo aconteceu a 27 de Agosto de


1859, na Pensilvânia e foi descoberto pelo Coronel Edwin Drake. O poço
media 21,03 metros de profundidade e produzia cerca de 15 bpd.
O petróleo que fluiu através do primeiro poço que ficou conhecido como
Oil Creek em Penslivânia, deu início a indústria moderna que conhecemos
hoje.

O crude rapidamente substituiu o óleo da baleia e a corrida pelo ouro na califórnia em 1849. O petróleo
ficou conhecido como “ouro negro”. Em Janeiro de 1860, o barril de petróleo foi comercializado a $18,
valor naquela altura, equivalente a $375 nos dias de hoje.

Estes preços foram inicialmente suportados pelo facto do shift do óleo da baleia pelo querosene. No
entanto, o preço do barril de petróleo colapsou nos finais de 1861 para $10 cêntimos, ou $2,60 nos dias
de hoje, devido a produção excessiva.
INTRODUÇÃO
Breve História do Petróleo (Angola)

Apesar de haver referências de, em 1767, terem sido exportados para


Lisboa 49 barris de petróleo, pelo então governador D. Francisco de Sousa
Coutinho, as actividades de exploração petrolífera em Angola apenas
tiveram início em 1910.

A primeira descoberta comercial de petróleo em Angola ocorreu apenas


em 1955, na bacia terrestre do Kwanza, perto de Luanda. As actividades de
exploração de petróleo decolaram na década de 1960, quando a Cabinda
Golf Oil Company (Chevron) descobriu uma vasta reserva de petróleo na
costa de Cabinda.

Na década de 1970, o governo ficou directamente envolvido no sector dos petróleos com a criação da
Sonangol, que é uma empresa petrolífera nacional que gere a indústria petrolífera angolana, em nome
do governo. Hoje, Angola é um produtor de petróleo bem conhecido, que registou actividades de
exploração e produção bem sucedidas, assim como um elevado crescimento da produção e reservas
significativas de petróleo.
INTRODUÇÃO
Visão Geral da Indústria

A indústria petrolífera pode ser tradicionalmente dividida em 3 grandes sectores/segmentos que são:

UPSTREAM
DOWNSTREAM
Também chamada de
Exploração e Produção MIDSTREAM Envolve a refinação,
(E&P), está principalmente
distribuição, a retalho,
focada na busca, Concentra-se no transporte e marketing, petroquímicos,
exploração, produção, armazenamento de petróleo e lubrificantes, e outros
desenvolvimento e gás. produtos cuja a base é o
transporte de petróleo e
petróleo.
gás da boca do poço à
planta de processamento.

No entanto, a maioria das empresas operam apenas numa área, embora existam algumas que são
verticalmente integradas, tendo upstream, midstream e downstream.
INTRODUÇÃO
Ciclo de Vida de um Projecto Petrolífero

Existem 5 elementos básicos para garantir o sucesso na indústria de petróleo e gás: oportunidade, tempo,
experiência, dinheiro, e um pouco de sorte. Não obstante a sorte, todos os desenvolvimentos petrolíferos
bem sucedidos envolvem várias etapas:

■ Identificação de metas de campos de petróleo e gás.

■ Obter acesso legal aos objectivos de exploração e desenvolvimento.

■ Geração e análise de dados de avaliação

■ Análise das descobertas de exploração.

■ Arranjos comerciais, tais como financiamento de projectos e contratos de negociações


para produção.

■ Decisão final de investimento (FID), quando uma empresa se compromete a recuperar


o petróleo e/ou gás.

■ Desenvolvimento do campo.

■ Produção do campo
INTRODUÇÃO
Ciclo de Vida de um Projecto Petrolífero

Actividades que visam obter os direitos de exploração (bloco/área), através de um


Aquisição
sistema contratual de concessão.

Actividades de pesquisa/procura de depósitos de petróleo e gás em certas localidades


Exploração
por baixo da superfície terrestre.

Actividades que visam definir o volume de petróleo e gás, e características


Avaliação
mais precisas depois da descoberta.

Desenvolvime Actividades que visam a construção de infra-estruturas de superfície e sub-superfície


nto para que a produção de petróleo e gás seja feita de forma segura e eficiente.

Actividades de extracção, processamento e exportação de petróleo e gás de acordo


Produção
aos termos contratuais.

Actividades que objectivam o fecho permanente dos poços, remoção das infra-
Abandono
estruturas, e a restauração dos campos ao seu estado inicial.
INTRODUÇÃO
Ciclo de Vida de um Projecto Petrolífero
INTRODUÇÃO
Exploração & Produção

Exploração e Produção é o sector que envolve mais riscos, mas


também é o sector mais lucrativo da indústria petrolífera. A
complexidade da indústria de petróleo e gás exige dos seus
gerentes habilidades adequadas para negociação e tomada de
decisões. Tipicamente, todos os minerais valiosos abaixo da
superfície pertencem aos governos, mesmo que a terra seja
propriedade de qualquer organização individual ou privada.
Geralmente, o processo começa com a permissão para
explorar que o governo, a maior parte das vezes, concede.

O desenvolvimento de projectos no sector de exploração e produção requer um alto investimento de


capital, e geralmente os contratos são instáveis e renegociáveis à medida que o processo continua,
devido ao risco que ambas as partes podem enfrentar. Na maior parte das vezes, estes investimentos
são tomados sob incerteza, tanto do país anfitrião como do contratado.
INTRODUÇÃO
Exploração & Produção

No entanto, eles têm o mesmo objectivo e o seu sucesso dependerá de alguns factores como as
circunstâncias particulares do país, posição de barganha e habilidades de negociação, tendo em
consideração factores desconhecidos que fazem da exploração e produção uma operação mais arriscada:
■ Riscos económicos e políticos

■ Tamanho dos depósitos (reservas)

■ Desenvolvimento futuro dos preços

■ Viabilidade económica

■ Recursos tecnológicos

■ Tipo de recursos

■ Descoberta de novos recursos (petróleo e gás)

Compreender esses riscos, bem como uma alocação real, é verdadeiramente essencial para a criação de
um contrato efectivo. Vários tipos de contratos e acordos podem ser firmados, sendo os mais comuns os
Contratos de Partilha de Produção (Production Sharing Agreements/PSA), Joint Ventures, Contratos de
Serviço com Risco e Contratos de Concessão.
RENDA
Economic Rent

1. ■ Nomeia 3 formas que o Governo pode gerar dinheiro?

1. ■ O que deve o Governo fazer com esse dinheiro gerado?

2. ■ Deve o Estado cobrar impostos aos seus cidadãos e suas empresas?

3. ■ Pode uma empresa ser cobrada um imposto muito alto?

4. ■ Como poderemos saber?

5. ■ A indústria petrolífera é taxada com impostos muito alto?


RENDA
Economic Rent

Rendas Económicas são os retornos resultantes de um factor de produção que excede seus ganhos de
transferência.

Quando as receitas excedem os custo económico total, obtém-se rendas económicas positivas.
RENDA
Economic Rent

O valor da renda que compõe os ganhos depende


do formato da curva da oferta

O preço de equilíbrio é de $600 e 4.000 unidades

O pagamento total $2,4 milhões é representado pela


área A S0' E

Quando a curva da oferta é vertical todo pagamento


é renda económica, porque a baixa no preço não tem
impacto na quantidade de unidades no input
RENDA
Economic Rent

Quando a curva da oferta é


horizontal S1, nenhum dos
pagamentos é renda porque uma
pequena descida do preço obrigaria
o movimento das unidades no input
RENDA
Economic Rent

No preço de equilíbrio de $600, a unidade


4.000 está a receber o suficiente para
mantê-la no mercado.

A unidade 2000 requer apenas $300 para


se manter no mercado. No preço de
equilíbrio ela ganha muito acima do seu
valor.

O agregado da renda económica está na


área ABE

O agregado do que deve ser pago para


manter as 4.000 unidades neste mercado
está em BS0‘E

O Custo Económico Total é o preço da oferta na indústria.


A Renda Económica são qualquer excedentes ou remanescentes.
RENDA
Economic Rent

Uma pesquisa geológica indica a existência de petróleo numa pequena concessão que poderás comprar a
$10.000. Estudos sugerem a existência de 10.000 bbls que podem ser extraídos num período de 3 anos e
vendidos a um preço de $28/bbl.

No entanto, como iniciante tens apenas $10.000 em cash. Para perfurar um poço e erguer a infraestrutura
custa $100.000. A estimativa dos custos operacionais é de $20.000 p.a

A única alternativa que tens para os teus $10.000 é de coloca-los no banco. Os juros são de 15% p.a e em
3 anos poderias ter um retorno de $15.200. No entanto, o banco está disposto a emprestar-te $100.000
com uma taxa de juros de 10% e deverás pagar de volta $133.000 em 3 anos.

Assumindo que não és um arriscado, o que farias?

Qual pensas que seria o valor da renda económica?

Dado o grande interesse que o bloco despertou, o estado esta disposto a licitá-lo. Assumindo que continuas
interessado, quanto estarias disposto a pagar?
RENDA
Economic Rent
RENDA
Determinação da Renda Económica

Para de determinar a renda económica na exploração de petróleo deve-se ter em conta o seguinte:

 As rendas económicas não são constantes ao longo do tempo.

 Os custos de exploração e desenvolvimento diferem gradualmente de região a região.

 Período de Retorno do Investimento (Payback Period)

 Exposição Máxima de Dinheiro (Maximum Cash Exposure)

 Valor Presente Líquido (NPV) em várias taxas de desconto, reflectindo o custo de


oportunidade do capital e o risco do projecto.

 Taxa Interna de Rentabilidade

 Lucro Real/Rácio do Investimento


Economia do Petróleo
Fluxo de Caixa (Cash Flow)

A previsão do cash flow de um projecto sustenta as decisões de investimento das companhias


petrolíferas. É fundamental entender/conhecer o cash flow de um projecto e a sua economicidade antes
de analisar qualquer regime fiscal.

Cash flow do projecto = Revenue/Dinheiro (Entrada) – Custos (Saída)

 Rendimento do projecto = Produção x Preço


 Custos do Projecto: Pesquisa, capital (capex), custos operacionais (opex) e custos de abandono.

São feitas suposições destas variáveis a cada ano de vida esperada do projecto. Estas suposições tendem
a ser inseridas em termos reias (sem inflação).

Os fluxos de caixa anuais são calculados e somados para chegar ao valor total do projecto ao longo da
sua vida útil.

É muito importante calcular o valor do projecto ao longo do seu tempo de vida. Uma larga proporção dos
gastos de um projecto petrolífero é feita nos primeiros anos do projecto, mas a produção continua por
vários anos.
Economia do Petróleo
Fluxo de Caixa (Cash Flow)
Economia do Petróleo
Fluxo de Caixa (Cash Flow)
Economia do Petróleo
Fluxo de Caixa (Cash Flow)

o Todos os valores futuros dos componentes do cash flow são incertos.

o Algumas variáveis são determinadas fora do projecto (Preço).

o Outras variáveis são específicas do projecto, mas sujeitas a flutuações nas estimativas ao longo do
tempo (rácio de produção e os custos operacionais).

o Vários factores estão ligados simultaneamente – Um aumento no preço irá desencadear a inflação,
aumentando o capex e opex. O que significa que, a mudança de suposição numa variável poderá
requere mudanças em outras variáveis para a garantia da consistência.

o Algumas incertezas diminuem com o progresso do projecto e aumento do conhecimento do mesmo


(comportamento dos reservatórios).
o Fazer fortes suposições sobre as variáveis do incluídas no cash flow do projecto é crítico para a
avaliação do mesmo.
Economia do Petróleo
PREÇOS

A primeira questão sobre acerca do valor de um projecto petrolífero está relacionado com a previsão de
preço efectuada, não apenas hoje, mas daqui a 5, 10, e 20 anos.

Ao prever os preços futuros do petróleo deve-se ter em conta o seguinte:

 Inflação e deflação dos preços.

 Diferencial de qualidade.

 O gás natural tende a ser vendido com contractos de exportação a longo termo ou a preços
regulados para o mercado interno, o que ajuda a torna-lo mais previsível.
Economia do Petróleo
PREÇOS
Economia do Petróleo
PREÇOS

 Muitas companhias fazem previsões do preço de petróleo a longo tempo por motivos de planificação,
uma vez que todos os bens são valorizados de acordo a estas previsões.

 As previsões dos preços são influenciadas pela a análise de marketing das companhias, estratégia de
risco e hedging.

 A quando da Decisão Final de Investimento (FID) para desenvolver um novo projecto, as companhias
irão muitas das vezes assumir baixos preços em relação aos preços planeados de modos a garantir
robustez na economicidade do projecto caso os preços estejam a baixo do previsto.

 Estes preços baixos irão também enfatizar a quando da consideração da aquisição de novos projectos,
bens, a quando da negociação de novos termos fiscais com o governo.
Economia do Petróleo
PRODUÇÃO

O perfil de produção de um campo petrolífero depende de:

 Reservas recuperáveis.

 Qualidade do petróleo (API)

 Média de produtividade dos poços

 Número de poços produtivos

 Método de transporte

 Constrangimentos na produção

 Existência de comprador (particularmente para o gás)

 Disponibilidade de infraestruturas (pipelines)

 Quotas da OPEP

Todos estes aspectos afectam o formato e o timing da curva da produção, que impacta significativamente
o valor do projecto.
Economia do Petróleo
PRODUÇÃO

 Os perfis de produção tendem a ter um pequeno período de crescimento, alguns de pico de


produção (plateau período, aproximadamente 10% das reservas/ano) e depois conhece o seu
declínio.

 A produção de gás tende a ser vendida sob um acordo de compra a longo termo e tem um maior
período de plateau, para alcançar os termos do contracto.
Economia do Petróleo
Custos de Exploração e Avaliação
Exploration & Apparisal Costs (E&A)

Os custos de E&A comprimem todas as despesas de pré-desenvolvimento, incluindo:

 Aquisição de áreas, blocos (bónus de assinatura).

 Aquisição de dados sísmicos e interpretação

 Custos dos poços secos

 Custos do poço de exploração

 Custos do poço de avaliação

 Constrangimentos na produção

Se o projecto é calculado a partir da fase de desenvolvimento, os custos de E&A são considerados como
“custos irrecuperáveis, e não são incluídos no cash-flow do projecto, apesar de terem alguma implicância
na fiscalidade.
Economia do Petróleo
Custos de Desenvolvimento
(CAPEX)

Os custos de Desenvolvimento consistem de todas as despesas capitalizadas, incluindo:

 Pesquisa adicional (Desenvolvimento)

 Infraestruturas de produção e processamento

 Infraestruturas de transporte e armazenamento

Os custos de infraestruturas em offshore (plataformas, FPSOs), têm um custo superior ao custo de


perfuração de um poço. Onshore, o inverso é verdadeiro.

Normalmente, os campos de gás incorrem maiores custos em relação aos campos de crude, devido aos
altos custos de processamento e transportação.
Economia do Petróleo
Custos de Produção
(OPEX)

Os custos de Produção/Operacionais são todos os custos não capitalizáveis, incluindo:

 OPEX fixos

Incluem os custos de manutenção rotineira, custos com o pessoal e qualquer outro custo não relacionado
aos níveis de produção.

 OPEX variáveis

Estão relacionados aos custos de transporte e tarifas das pipelines.

Os custos operacionais são normalmente os primeiros a serem deduzidos.

Se as receitas já não conseguem cobrir os custos operacionais, este é o período económico de cut-off, e o
campo deve parar a produção descomissionado.

.
Economia do Petróleo
Custos de Descomissionamneto
(Custos de Abandono)

Os custos de Abandono são despesas necessárias para tamponar os poços, remover as infraestruturas e
retornar a área no seu estado original.

Regra geral, os custos de abandono são da responsabilidade da companhia operadora, mas em alguns
contractos ou regimes fiscais, esta responsabilidade é passada para o governo.

Os custos de abandono em offshore podem ser altíssimos (aproximadamente 5-10% do capex).

Os custos de abandono são problemáticos para as politicas fiscais, uma vez que são incorridos no final do
projecto, quando já não receitas disponíveis para cobri-los.

.
Economia do Petróleo
Critério de Investimento Aplicados
pelos Investidores

1. O objectivo principal de uma companhia petrolífera é similar a qualquer outra organização comercial.
Conduzir suas operações, produzir o máximo e obter um retorno satisfatório após o pagamento de
impostos.

2. As companhias petrolíferas como qualquer outra companhia, estão no negócio para fazer dinheiro e
aumentar a riqueza dos accionistas da empresa.

3. Outros objectivos financeiros incluem:


a) Recuperação imediata dos custos de investimento
b) Geração de receitas excedentes
c) Exposição de dinheiro limitada
d) Balancear o nível de risco financeiro e a recompensa

Os investidores da indústria de petróleo e gás oferecem prominência as técnicas de descontos de cash-


flow responsáveis pela valorização do dinheiro ao longo do tempo.

.
Economia do Petróleo
Critério de Investimento Aplicados
pelos Investidores

Usualmente, as decisões de investimento são feitas com referência a uma larga base de medidas
económicas e guidelines.

Nem todos os critérios possuem o mesmo peso para uma companhia petrolífera, diferentes companhias
estão mais suscetíveis a aplicar mais enfase em alguns critérios do que as outras.

As medidas que se seguem são comummente usadas na indústria petrolífera a quando da consideração
de projectos desenvolvimento de novos campos:

 Período de retorno de investimento (payback period)


 Exposição máxima cumulativa de dinheiro
 Valor presente líquido (Net Present Value, NPV),
 Taxa interna de rentabilidade (TIR)
 Lucro real/rácio de investimento
Economia do Petróleo
Critério de Investimento Aplicados
pelos Investidores

Usualmente, as decisões de investimento são feitas com referência a uma larga base de medidas
económicas e guidelines.

Nem todos os critérios possuem o mesmo peso para uma companhia petrolífera, diferentes companhias
estão mais suscetíveis a aplicar mais enfase em alguns critérios do que as outras.

As medidas que se seguem são comummente usadas na indústria petrolífera a quando da consideração
de projectos desenvolvimento de novos campos:

 Período de retorno de investimento (payback period)


 Exposição máxima cumulativa de dinheiro
 Valor presente líquido (Net Present Value, NPV),
 Taxa interna de rentabilidade (TIR)
 Lucro real/rácio de investimento
Economia do Petróleo
Critério de Investimento Aplicados
pelos Investidores

Os projectos podem ser classificados de formas diferentes, dependendo da medida a ser usada.

Normalmente, os investidores consideram vários indicadores quando avaliam um projecto

NPV e TIR são os mais usados, mesmo em negociações de regimes fiscais

O NPV mede o valor total do projecto no “dinheiro de hoje” e os valores são muito dependentes das taxas
de descontos aplicadas.

A TIR mede a rentabilidade do investimento em função da taxa de interesse alcançada.

O rácio de investimento é calculado com base no valor de cada $ investido


Economia do Petróleo
Break-Even

A rentabilidade de cada poço individual é importante para uma companhia petrolífera.

Assumindo que um poço foi perfurado e colocado em produção. A rentabilidade de um poço individual
pode ser determinada da seguinte forma:

Rentabilidade = Receita – Custos

Receita é o preço do barril de petróleo Poil , multiplicado pela quantidade de barris BBLs produzidos num
determinado período. Os custos operacionais LOE, são os custos relacionados com a administração e
serviços, material e despesas corrente.

Rentabilidade = (Poil x BBLs) – LOE

Para calcular o preço de break-even do nível de produção de um poço individual, onde a rentabilidade é
igual a zero (questão relevante para pequenas companhias operadoras durante períodos menos bons do mercado
petrolífero).

Break-even = ( Poil x BBLs ) – LOE = 0


Economia do Petróleo
Break-Even

Rearranjando a fórmula para se encontrar a quantidade de barris produzidos necessários para atingir o
preço de break-even:

𝑳𝑶𝑬
BBLs =
Poil

Assumindo o preço a $50/bbl, e um custo individual de LOE $2.500 por mês:

$𝟐.𝟓𝟎𝟎
BBLs = = 50 bbls por mês.
$50

O poço individual precisaria de produzir pelo menos 50 bbls em cada mês de formas a cobrir os custos
operacionais, e atingir o preço de break-even. Obviamente, com a potencial subida ou descida do preço
do barril de petróleo, o número de barris produzidos necessários para o break-even poderá aumentar o
diminuir.
Economia do Petróleo
Reservas

Um dos principais conceitos de avaliação da indústria petrolífera é a estimação de reservas. Nenhuma


outra indústria coloca tanto enfâse num activo que ainda não foi desenvolvido, que poderá não ser
desenvolvido e que não pode ser tocado.

A quantidade de petróleo e gás que reside num determinado campo ou reservatório é incerta.
Conceptualmente, a quantidade total de petróleo num reservatório é chamada de “oil in place”. Mas para
a visão do negócio o mais importante é a porção do oil in place que pode ser recuperada (produzida).

O factor de recuperação de um reservatório é a percentagem do oil in place que pode ser produzida,
25%.

A recuperação é impactada por vários factores, alguns nas mãos dos produtores e outros nas mão de
“Deus”. A recuperação de um reservatório individual pode ser incrementada com a introdução de bons
poços produtores ou com a aplicação de boas técnicas de recuperação como a injeção de água, gás e
químicos.
Economia do Petróleo
Reservas

Quando se aplica a tecnologia ou um investimento tecnológico num campo individual como o drilling
horizontal, pode aumentar a recuperação do reservatório.

A economia do mercado também tem um papel fundamental no incremento da recuperação. Um


aumentos preços pode resultar em investimento de capital na recuperação de petróleo num reservatório
já existente. Na prática, a quantidade de reservas é uma função do preço.

O petróleo descoberto pode ser dividido em 4 categorias: Produção, Reservas, Recursos Contingentes ou
Irrecuperáveis.

Produção: É avaliada como uma actividade comercial que acontece ao longo do tempo.

Irrecuperáveis: É o petróleo considerado como não-produtível mesmo no futuro, dada a tecnologia actual
e conhecimento.

Recursos Contingentes: São aquelas quantidades de petróleo que se pensa ser potencialmente
recuperáveis, mas o projecto ainda não está maduro o suficiente para ser considerado como
desenvolvimento comercial.
Economia do Petróleo
Reservas

Existem 2 categorias básicas de reservas , provadas e não-provadas (incluem prováveis e possíveis). As


reservas provadas podem ser subdivididas em provadas desenvolvidas e provadas não-desenvolvidas,
devem possuir 90% de certeza de serem recuperadas na base de ambas características geológicas e
factores económicos.

Provadas: São as reservas que tenham sido provadas com um alto grau de certeza pela análise actual de
produção ou na análise baseada nos dados geológicos e de engenharia.

Desenvolvidas: São as reservas capazes de serem produzidas (recuperáveis) dos poços já existentes, com
métodos de produção e despesas esperadas, são consideradas desenvolvidas. As reservas desenvolvidas
incluem poços com e sem produção.

Não-desenvolvidas: Reservas que se encontram no reservatório mas que ainda não foram perfuradas. São
o tipo de reservas consideradas provadas na base dos dados geológicos mas não foram ainda
desenvolvidas por qualquer poço existente. O desenvolvimento de reservas não-desenvolvidas assume a
necessidade de investimento adicional significante e despesas necessárias para a perfuração de poços.
Economia do Petróleo
Reservas

Prováveis: São as reservas susceptíveis de serem provadas, baseadas em evidencias razoáveis de


hidrocarbonetos produzíveis dentro dos limites da estrutura ou de um reservatório conhecido, mas são
definidos com baixo grau de certeza por causa de um controlo limitado de poços ou por falta de testes
de produção definitivos.

Possíveis: São as reservas que podem existir mas são menos bem definidas por controle de poços do que
as reservas prováveis. As reservas possíveis incluem aquelas que são amplamente baseadas na
interpretação de log e outras evidencias de saturação de hidrocarbonetos em zonas por trás das pipes de
um poço já existente, possíveis extensões das áreas com reservas provadas e prováveis, indicadas através
de estudos geológicos ou geofísicos.

Na indústria, as reservas provadas são referidas como P90 (90% de probabilidade de recuperação), provadas +
prováveis como 2P, e provadas + prováveis + possíveis como como 3P.
Economia do Petróleo
Reservas

• Apenas as provadas podem ser


consideradas como “reservas”
• 90% de certeza de serem produzi Reservas
das (P90 ou 1P)

Provadas Não-Provadas

Provadas Provadas Prováveis Possíveis


Desenvolvidas Não-Desenvolvidas
• <10% de probabilidade de recup
• 50% de probabilidade de eração.
• Podem ser recuperadas • Requer investimento recuperação. • Provada + Prováveis + Possíveis
através dos poços existe adicional para entrar • Provada + Prováveis = 3P
ntes ou com um pouco d em produção = 2P
e investimento adicional.
Economia do Petróleo
Indústria Global de Petróleo e Gás

A indústria global de petróleo e gás joga um


papel importante na economia mundial. O
petróleo é o recurso energético mais valioso do
mundo; Os produtos e sub-produtos do
petróleo são usados para inúmeras finalidades e
têm altos valores que contribuem para o
crescimento económico global com cerca de
80% da renda mundial total.

Quase toda produção de petróleo bruto é


controlada pelas NOCs. Elas detêm 73% das
receitas reservas globais de petróleo, 61% da
produção global de petróleo, 68% das reservas
globais de gás e 52% da produção total de gás.
Economia do Petróleo
Indústria Global de Petróleo e Gás

A indústria global é composta por centenas de firmas com vários tamanhos, estruturas e capacidades. Elas
identificam-se como:

 Independentes : É uma companhia não-integrada que gera as suas receitas a partir das actividades de
produção de petróleo e gás ou nas actividades no downstream.

 Companhia Petrolífera Integrada (IOC): Uma companhia que compete no upstream, midstream e
downstream. O termo IOC é muitas vezes usado para se referenciar as grandes companhias
petrolíferas - ExxonMobil, BP, Chevron, ConocoPhillips, Shell, Total e Eni.

 Companhia Petrolífera Internacional (IOCs): Compete além fronteiras. O termo é usado para descrever
as maiores empresas petrolíferas que operam globalmente e em parceria com as NOCs.

 Companhia Petrolífera Nacional (NOCs): Uma companhia controlada pelo governo nacional,
geralmente usada para gerir os recursos (hidrocarbonetos) do país. Muitas NOCs como a Sonangol,
Gazprom, Petrobrás e Sinopec, são maioritariamente propriedades pelos estados e parcialmente por
investidores privados.
Economia do Petróleo
Objectivos Estratégicos
IOCs VS NOCs

IOCs NOCs
• Retorno sobre o capital investido que vai de • Controle sobre as reservas domesticas.
encontro as expectativas dos shareholders.
• Empregabilidade.
• Aumento de rendimento a longo prazo.
• Cash-Flow suficiente para providenciar uma
• Acesso as reservas e reposição das partilha das receitas do governo.
reservas.
• Contribuições sociais para a nação.
• Parceria com as NOCs e outras IOCs.
• Acesso a tecnologias dos parceiros.
• Operações seguras e com responsabilidade
ambiental. • Parceria com as IOCs

• Gestão eficiente e disciplinada • Melhoria da eficiência e gestão de know-how

• Forte reputação corporativa

• Propriedade tecnológica.

• Trabalhadores talentosos.

• Mínimo envolvimento político.


Economia do Petróleo
Fundamentos da Indústria Petrolífera

 Demanda por Petróleo:

A demanda do petróleo refere-se a demanda pelos


seus produtos e derivados. A demanda pela
gasolina, gasóleo e jet, tem aumentado de forma
gradual em todas as economias. A demanda de
petróleo também é responsável pela elasticidade
registrada no preço de petróleo.

 Oferta de Petróleo:

A oferta de petróleo no mercado reflecte a


capacidade que as companhias petrolíferas têm de
não apenas encontrar o petróleo, mas também
recuperá-lo e processa-lo nas refinarias, com
objectivo de transformar o petróleo em produtos
acabados e derivados.

Qualquer uma dessas forças pode resultar num


impacto repentino nos preços do petróleo. Assim o
rebalanceamento entra a demanda e a oferta
determinam as condições do mercado.
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 Custos de Transportação:

Extrair o petróleo do poço e transporta-lo a refinaria é uma importante parte da cadeia de valor da
indústria petrolífera. Os maiores campos produtores de petróleo estão distantes das refinarias.

Os custos de transportação têm um enorme impacto no preço pago ao produtor. Os preços de mercado
são relativamente competitivos para crudes similares distribuídos a uma refinarias específica. O preço
pago ao produtor reflecte o preço de compra da refinaria para este grade específico do petróleo,
incluindo os custos de transportação.

Preço produtor = Receita custo da refinaria – Custos


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Fundamentos da Indústria Petrolífera

A maioria da produção de petróleo no mundo é


controlada pelos governos através das suas
NOCs. A maiorias das NOCs existem porque elas
assumem a titularidade do petróleo dentro dos
seus territórios.

3%
Toda a produção da OPEP e cerca de um terço
da produção não–OPEP é controlada pelas
NOCs.
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Fundamentos da Indústria Petrolífera

 O Papel da OPEP

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) foi criada em 1960, com o principal objectivo
de representar as intervenções governamentais à escala global em relação aos regulamentos sobre a
indústria de petróleo e gás, dando poder aos países produtores de petróleo, em vez das grandes
companhias petrolíferas.

A OPEP integra, unifica e coordena a política petrolífera e os regulamentos de todos os países membros,
assegurando a estabilização dos preços do petróleo bruto e o abastecimento regular de petróleo aos
consumidores, bem como mantendo uma renda constante para os produtores, e um retorno seguro
sobre o capital, para os investidores na indústria de petróleo e gás.

Em geral, a indústria petrolífera produziu mais petróleo convencional do que a demanda dos
consumidores e, para isso, de modo a manter os preços suficientemente altos e criar um retorno exigido
sobre o capital investido, os membros da OPEP retêm o petróleo do mercado e controlam a produção.
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 O Papel da OPEP

Os ministros dos petróleos da OPEP reúnem-se regularmente para estabelecer quotas limite de produção,
discutir sobre o mercado e estabelecer preços que são um desafio económico a ser gerido.
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 O Papel da OPEP

Como tradição, os membros da OPEP estão mais concentrados nas operações Upstream que envolvem a
produção de petróleo bruto, não estando presentes em grande escala nas operações downstream. A
OPEP é composta por companhias petrolíferas nacionais dos países membros, facto que eleva o seu
domínio no mercado mundial de petróleo, embora haja também uma significativa produção de NOCs
não-OPEP e outros produtores privados de petróleo bruto.

A OPEP foi criada para estabilizar os preços do petróleo e mantê-los elevados o suficiente para fornecer
um retorno adequado do capital investido e proteger o Net Present Value (NPV) dos produtores,
inserindo ou retendo, conforme necessário, o petróleo no mercado. No entanto, é provável que o poder
da OPEP se reduza, devido ao monopólio que leva os membros produtores a trapacear e produzir mais
do que o estipulado; as declarações da OPEP sobre as reservas também não são confiáveis, assim como
as taxas de produção diárias são imprecisas.

Um outro factor é o aumento da produção de petróleo em países não pertencentes à OPEP, juntamente
com a Arábia Saudita, que inundam o mercado com petróleo; deste modo, a OPEP não pode ser
categorizada como a produtora de petróleo dominante.
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OPEC World Non-OPEC


32.43 100 67.57
MMBBLS MMBBLS MMBBLS
(33%) (100%) (67%)

NOCs
(61%) IOCs
(39%)

Angola
1,400 MMBBLS
(1.4%)
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Maiores Reservas de Petróleo do Mundo


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Fundamentos da Indústria Petrolífera

Maiores Reservas de Petróleo do Mundo


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Fundamentos da Indústria Petrolífera

Maiores Produtores de Petróleo do Mundo


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Fundamentos da Indústria Petrolífera

 Preços do Petróleo

A história do preço do crude pode ser dividida em 2 grandes eras: A pré-1970 e o período pós-1970.
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 Benchmarks do Crude

 Benchmark crude é o crude que serve como preço de referência, facilitando os vendedores e
compradores a determinar o preço para os diferentes tipos de petróleo.

 Os benchmarks mais utilizados estão associados ao petróleo bruto que tem 4 qualidades comuns:
produção estável e ampla; um mercado transparente e de fluxo livre localizado em uma região
geopolítica e financeiramente estável para incentivar as interações do mercado; armazenamento
adequado para incentivar o desenvolvimento do mercado; e/ou pontos de entrega em locais
adequados para o comércio com outros hubs de mercado, possibilitando arbitragem (oportunidades
de lucro) para que os preços reflictam a oferta e a demanda global.
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Benchmarks

 De acordo com o Energy Intelligence Group, existem quase 200 variedades de petróleo bruto. West
Texas Intermediate (WTI), Brent Crude e Dubai Crude são usados como principais benchmarks.

 Outros tipos de petróleo bruto podem ser comparados a esses benchmarks por um diferencial
acordado. O diferencial acordado leva em consideração uma série de factores, incluindo características
de qualidade, como o API, o teor de enxofre, os custos de transporte das áreas de produção às
refinarias e as condições regionais e globais de oferta e demanda, incluindo a utilização da refinaria.
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Benchmarks

 Brent: É o benchmark mais usado no globo, inclui 4 fluxos separados de petróleo leve e doce. Brent é
usado como preço de referência do petróleo bruto leve e doce produzido e comercializado na Europa,
no Mediterrâneo, África, na Austrália e em alguns países da Ásia.

 WTI: É um crude leve e doce produzido nos EUA. O WTI também é usado como benchmark para o
petróleo importado que é produzido em Canadá, México e Améria do Sul.

 Dubai/Oman: É o terceiro grande crude de referência. Médio e azedo, serve como referência para
avaliar o petróleo bruto produzido no Médio Oriente e exportado para o mercado asiático.
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Fundamentos da Indústria Petrolífera

Preços Futuros VS Preços Spot

 Spot: São contractos para entrega de uma quantidade de petróleo em um lugar específico tão logo
seja operacionalmente possível, muitas vezes entre 1 a 2 dias.

 Futuros: É um contracto em que o vendedor de petróleo concorda fornecer ao comprador uma


específica quantidade de crude, a um específico preço e lugar, numa data agendada no futuro. A
maioria do petróleo comercializado de forma física é feito através de um contrato de termo de
entrega (Future).
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Factores que Influenciam o Preço de Petróleo

1. Demanda

2. Oferta

3. Moeda/câmbio(USD)

4. Cortes de produção da OPEP

5. Especulações

6. Conflitos

7. Meio Ambiente

8. Especificações de Vendas WTI API 39.6°; S 0.24% Brent API 38.3°; S 0.37%
Acordos de Contratos de
Associação partilha de
Produção

Contrato de
Serviço com
Risco

Legislação Aplicável.

Lei nº 13/04 – Lei de Tributação das Actividades Petrolíferas


Lei nº 10/04 – Lei das Actividades Petrolíferas
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

O desenvolvimento de projectos de petróleo & gás envolvem riscos e retornos. O desenvolvimento de


uma propriedade petrolífera requer investimentos, alocação de perícia e capital ( o risco).

Os rendimentos provenientes de uma exploração e produção de sucesso podem oferecer um retorno


financeiro significativo. Estas duas pontas da espada levaram ao desenvolvimento de numerosos arranjos
e formas específicas de negócio chamadas de “Regimes Fiscais”, que são raramente vistas em outras
indústrias.

O regime fiscal estabelece as proporções relativas aos 2 resultados físicos (barris de petróleo), e os
resultados monetários (partilha ou taxas de retorno), de um país produtor de petróleo e gás.

A quando da construção de regimes fiscais, os governos actuam sobre uma linha com 2 interesses
diferentes:

1) Promover investimentos e produção através das companhias petrolíferas.


2) Os governos devem criar um balanço entre os produtores, consumidores e cidadãos.
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

O regime fiscal ideal deve possuir as seguintes características:

 Garantir um ambiente de negócio estável e minimizar riscos de soberania.

 Desencorajar especulações indevidas.

 Proporcionar um retorno justo tanto para o estado como para as companhias, balancear os riscos e os
ganhos.

 Evitar a complexidade e limitar a carga administrativa tanto para o Estado como para as companhias.

 Permitir flexibilidade suficiente para acomodar mudanças conhecidas, necessárias e condições


económicas.

 Promover eficiência no mercado e competição salutar.


Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Os 2 regimes fiscais mais usados em todo mundo são: a) Sistemas de royalty/concessão; b) Sistemas
contractuais (CPP e CSR)

A quem pertence A companhia ou ao Estado?


o petróleo?

Sistema Royalty Sistema Contractual


Remuneração em dinheiro ou
espécie?
Pertence a companhia na cabeça
do poço.

Taxa (fee)
Partilha de receitas Partilha da produção

Serviço com Risco Partilha de Produção


Titularidade nunca é transferida Titularidade é transferida no
Ponto de exportação.
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Concessões:

São os tipos de contractos mais antigos dos acordos petrolíferos e foram comummente usados até os
finais dos 1960s entre as maiores companhias e os governos. Hoje, os contractos de concessão já não são
muito usados pelos países da OPEP, mas é o tipo de contracto predominante nos EUA.

Os contractos de Concessão permitem com que uma companhia privada explore e produz petróleo em
nome do Estado. A exploração é normalmente feita num período fixo, de 2-5 anos a partir da data de
assinatura da concessão.

Se houver uma descoberta, a concessão é estendida para um segundo termo em que começa a
produção. A concessão é normalmente atribuída a um Bloco petrolífero que é licitado.

Quando a produção começa, é efectuado um pagamento chamado de “royalty”, pago em dinheiro ou em


espécie.

No acordo de concessão, a companhia E&P assume todos os riscos e custos ligados a procura e o
desenvolvimento do campo petrolífero.
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Concessões:

Hoje em dia, o termo concessão é categorizado como sistema de Royalty/taxas. Este acordo garante
direitos exclusivos a IOC, com alguns requisitos e limitações sobre o desenvolvimento de suas actividades.
A Concessão tradicional é um contracto que garante 4 direitos as IOCs:

1. Direito para o desenvolvimento dos minerais numa vasta área.

2. Direitos exclusivos para desenvolver num longo período de tempo

3. Controle extensivo sobre a forma como os recursos são explorados e desenvolvidos.

4. Direito a todos os rendimentos provenientes da exploração dos minerais para além do pagamento do
royalty ao estado.
CONTRACTOS DE CONCESSÃO
“Angola”

Principais Características Impostos Aplicáveis

• Existem nos Blocos Terrestres (Blocos FS-FST) e


nos Blocos em águas pouco profundas (0A e
0B);
• Nos termos destes acordos, as companhias
• Os encargos tributários aplicáveis a este tipo de
petrolíferas internacionais são consideradas
contracto são:
proprietárias das instalações petrolíferas e do
o Imposto sobre a Produção de Petróleo
petróleo produzido a partir das mesmas.
(Royalties). Taxas -Bloco 0 – 20% , Blocos FS-
FST - 16,67%;
• A Sonangol actua como membro do Grupo
o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP).
Empreiteiro.
– 65,5%;
o Imposto sobre a Transacção do Petróleo (ITP) –
70%.
CONTRACTOS DE CONCESSÃO
“Angola”

Receita Total
(Produção x Preço) Receita. Estado
Receita. IOCs

IPP @ 20%

(-) Custos Operacionais

ITP @ 70%

IRP @ 65,5%

Lucros GE
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Contracto de Partilha de Produção:

Os contractos de Partilha de Produção (PSA, CPP), foram primeiramente usados na Indonésia (1966), no
qual o Estado retém a titularidade do petróleo e negoceia um sistema de partilha de lucro.

No início, as IOCs resistiram a mudança para o PSA, alegando que o os mesmos poderiam criar uma
precedência aos contractos já celebrados na época. No entanto, as empresas independentes abraçaram o
PSA não deixando outra escolha para as maiores companhias petrolíferas.

O PSA garante a titularidade dos recursos naturais ao Estado e ao mesmo tempo permite com que as
IOCs gerem e operam o desenvolvimento dos campos petrolíferos.

Nos Contractos de Partilha de Produção as IOCs carregam a maioria do risco financeiro da exploração e
desenvolvimento. O Estado também corre algum risco. Na maioria das vezes, a NOC entra no consorcio
como parte com interesses no PSA, contribuindo com parte dos seus lucros como “partilha de capital” ao
consorcio que desenvolve o bloco.

Geralmente o Governo tem os custos da sua contribuição inicial “carried” pelas outras companhias. Este
custo carregado é posteriormente pago as companhias através das receitas futuras do Governo nos PSAs
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Contracto de Partilha de Produção:

Se o Governo não concordar contribuir na partilha de capital, então as IOCs tentam negociar uma maior
partilha. A divisão exacta de lucros é resultante de uma negociação profunda, uma vez que não existe
uma fórmula científica que determina como deve ser uma partilha razoável.

Os termos financeiros dos PSAs são similares aos aplicados nos Contractos de Concessão, embora que a
diferença na sua estrutura podem resultar em resultados comerciais diferentes. O Governo geralmente
recebe um bónus de assinatura, embora seja compensado nos lucros futuros.

É primeiramente permitido com que a IOC recupere os custos tanto das despesas correntes dos custos
operacionais e as despesas incorridas nos anos de aquisição e o capital investido. Despesas com bens
como edifícios, computadores e equipamentos que tenham um longo período de vida.
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Contracto de Partilha de Produção:

 Começaram na Indonésia em 1966


 Obrigatoriedade de trabalhos
 Pagamento de bónus
 Royalties
 Recuperação de custos

Lucros – Petróleo Custo = Petróleo Lucro

 Petróleo Lucro partilhado entre as IOCs e o Governo


 Partilha do Estado depende da capacidade de negociação
 Os países desenvolvidos agora preferem o PSA
CONTRATO DE PARTILHA DE PRODUÇÃO

Principais Características Impostos Aplicáveis

• Nos termos deste contracto, as instalações e o


petróleo produzido, pertencem ao Estado • Os encargos tributários aplicáveis a este tipo de
angolano. contracto são:
o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP).
• As companhias petrolíferas actuam como Taxa - 50%
Empreiteiros da concessionária nacional.

• É permitida a recuperação de custos por parte Outros conceitos


do Grupo Empreiteiro.

• A partilha da produção é feita com base na • TIR: Taxa interna de rentabilidade.


taxa interna de rentabilidade.
• Recebimentos da Concessionária: Direitos da
• O limite de recuperação varia de contracto a Concessionária com base na TIR.
contracto.
PSAs
“Angola”

Receita Total
100 MMBBLS Receita. Estado
Receita. IOCs

(-) Cost Oil (50%)


- 50 mmbbls 50 mmbbls
50 mmbbls

Profit oil (50%) 25 mmbbls


25 mmbbls

IRP (50%) 12,5 mmbbls

Lucros GE
12,5 mmbbls
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Contracto de Serviço com Risco:

São um acordo de serviço puro ou acordo de serviço com risco, seguem a seguinte premissa:
A IOC fornece parte ou todo capital para a exploração e desenvolvimento e em retorno é paga como um
prestador de serviço.

No acordo de serviço com risco, se a IOC encontra o petróleo, o Estado permite com que a mesma
recupere os custos através da venda do petróleo. O Estado paga uma taxa “fee” a IOC, que é calculada
como uma percentagem dos lucros depois da dedução dos custos (o recebimento da IOC não é
considerado profit oil).

O Estado continua a manter todos os direitos sobre os recursos naturais enquanto que a entidade
contratada procura e potencialmente produz o petróleo sob o seu próprio risco e despesas.

A IOC não é permitida a alocação das reservas nos contractos de serviço com risco.
CONTRATO DE SERVIÇO COM RISCO

Principais Características Impostos Aplicáveis

• Existem nos Blocos de pré-sal (Blocos 9 e 21).


• Nos termos deste contracto, as instalações e o
Os encargos tributários aplicáveis a este tipo de
petróleo produzido, pertencem ao Estado
contracto são:
angolano.
o Imposto sobre a Produção de Petróleo
(Royalties). Taxa – 20%;
• As companhias petrolíferas actuam como
o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP).
Empreiteiros da concessionária nacional, e
Taxa – 65.5%;
recebem um pagamento pêlos serviços
o Imposto sobre a Transacção do Petróleo (ITP).
prestados.
Taxa – 70%.
CONTRATO DE SERVIÇO COM RISCO (Angola)

Proveitos GE Fee Custos

Lucro GE
ITP
IRP
IPP Impostos MINFIN

Receita Concessionária

consuante a
TIR
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Regimes Fiscais

Contracto de Joint Ventures (JV, JOA):

São acordos para partilhar os custos E&P com a NOC ou um outro produtor de petróleo. Normalmente as
JVs são usadas para actividades de alto risco como em águas ultra-profundas, exploração em que o risco
para um único produtor pode ser muito elevado.

As JVs também podem ser uma imposição do Governo com intuito de criar postos de trabalhos locais e
facilitar a partilha de conhecimentos e know-how com a NOC.

As JVs diferem dos contractos de concessão, PSA e contractos de riscos, no sentido em que todas as
partes do acordo arriscam capital para desenvolver as actividades E&P
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Regimes Fiscais

Provisões Contractuais:

Bónus de Assinatura: São pagamentos adiantados efectuados pelas IOCS ao Estado como parte do
acordo fiscal celebrado. Este pagamento é feito no sentido de incentivar as companhias a explorar,
desenvolver e produzir os campos mais rápido, de formas a gerarem um retorno no capital que já foi
gasto e investido em bónus.

Recuperação de Custos: Os custos das empresas são importantes para as receitas do governo; porque os
impostos que as empresas pagam e os royalties que compartilham com o governo são baseados nos
lucros das empresas. A forma em que as companhias contabilizam seus custos determina que lucros elas
reportam.

Tributação ou Compensação: A questão de como tributar a produção é extremamente importante e é


A questão, como a renda obtida com a produção e venda de um recurso natural, é geralmente
responsável pela maior parte do orçamento do governo. Mas se o governo cobrar muito, corre o risco de
empurrar empresas para fora do país, a procura de áreas que ofereçam melhores condições.
Economia do Petróleo
Regimes Fiscais

Provisões Contractuais:

Ambiente: Todo e qualquer governo tem a obrigação de proteger seu meio ambiente. No entanto, onde
as normas ambientais são cobertas por acordos de concessão e PSAs, as regras e regulamentações
ambientais podem ser ambíguas, dando às companhias petrolíferas o direito de interpretar, negociar ou
mesmo vetar, embora indiretamente hajam padrões ambientais

Programa de Trabalhos: O programa de trabalho detalha o plano de exploração ou desenvolvimento de


uma empresa, aonde pode ser encontrado considerações técnicas e financeiras, incluindo como perfurar
em águas profundas ou áreas rasas. A esse respeito, questões sobre a melhor forma de proteger o
ambiente também se tornam um problema por exigir um custo de instalação de equipamentos de
proteção ambiental.

Cláusulas de Estabilização: As disposições de estabilização protegem as empresas petrolíferas de


alterações governamentais ou legislativas que afectem qualquer termo de contrato e concedem-lhes
compensação do governo anfitrião por quaisquer custos adicionais devido a futuras mudanças
legislativas, salvo acordo em contrário.

Terminação: Um contrato precisa abordar sob quais circunstâncias o acordo pode ser rescindido. Acordos
podem ser rescindidos, por exemplo, por repetidas violações ambientais. A rescisão também deve resultar
se as empresas não estiverem mais a desenvolver o campo. Nesse caso, o governo anfitrião poderia
transferir o contrato para outra empresa que ainda estivesse disposta a desenvolver o campo.

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