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FUNDAÇÕES PROFUNDAS ESTACAS

Definição

Define-se como fundações profundas, aquelas cuja menor dimensão ou diâmetro é


menor ou igual a quatro vezes a profundidade.

Tem como objetivo atingir camadas de solo mais resistentes e transferir cargas a estes
através de atrito lateral e/ou ponta.

Fundações Profundas

São dois os principais tipos de fundações profundas são:

Estacas
Tubulões

Tipos de estacas: Quanto ao material

Areia

São estacas de pequena carga, comum no Brasil, escavadas e preenchidas com


areia ou mistura de cascalho e areia compactados.

Só devem ser utilizadas quando para cargas verticais centradas.

No topo da estaca deve ser concretado com as esperas de aço, aproximadamente


1m para posterior arrasamento.

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Estaca de Areia

É muito comum estacas de areia não compactadas utilizadas como dreno para acelerar
o processo de adensamento de solos moles.

Concreto simples

São estacas cujo o fuste não é armado. Aplicáveis para os casos em que atuam
apenas cargas verticais centradas.

A armação que se vê é uma armação de arranque ou espera.

90% dos casos no Brasil são estacas de concreto simples.

Não havendo excentricidades maiores que as toleráveis, momentos ou esforços


horizontais, praticamente todos os solos oferecem contenção lateral suficiente para
combater os momentos de segunda ordem (flambagem).

Concreto armado

São estacas em que o fuste da estaca é armado, por além das cargas de
compressão, estarem atuando esforços de momento, horizontais, cargas não
centradas, excentricidades.

Na prática é considerado exagero armar o fuste de uma estaca para momentos de


até 2,5 t.m

Por vezes não é necessário armar todo o fuste visto que normalmente os esforços
se dissipam até L>20Df (Berberian at all 1983)

Concreto protendido

São aqueles que, por questões de agressividade do meio ou transporte devem ser
protendidas.

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Estacas de Aço

Apesar de um caras como todos os perfis de aço no Brasil, levam vantagem pelas
diversas formas e seções disponíveis. São fáceis de transportar, cortar e emendar.

É comum inclusive a utilização de trilhos, cravando-os como estacas.

Alguns cuidados devem ser tomados quanto a corrosão. A norma brasileira


recomenda reduzir em 2mm a espessura do perfil para compensar efeitos de
corrosão.

Um efeito importante e vantajoso é que o solo aprisionado nos perfis funciona


solidário a estaca de forma que a área real de cálculo das estacas pode ser
verificada na figura abaixo:

Estacas de Resina ou Pasta de Cimento

São aquelas executadas pela injeção de resinas (epoxy, silicone, etc.) ou pasta de
cimento injetadas através de pequenos furos, executados por sondas rotativas.

Pasta de cimento (cimento + água)


Epox (500 - 800 kgf/cm² em 1h)
Silicone

Estaca de Madeira

São de transporte fácil, também fácil de emendar e cortar. Apresentam longa vida
útil, desde que submersas vide Venesa.

Sugestão de leitura: http://viagemearquitetura.com.br/destinos/veneza-italia-


destinada-a-desaparecer/

Para evitar ataques de fungos e baterias que atacam a madeira e causam


apodrecimento, recomenda-se implantar neste trecho de transição entre secura e
umidade um elemento de aço ou concreto. Permanentemente dentro da água a
madeira pode durar de 100 a 200 anos.

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Estaca de Madeira

Classificação de estacas: Quanto ao modo de transferir


cargas ao solo

As estacas podem transferir carga por atrito lateral ou por ponta.

Desta forma:

Rt = Rp + Rl

Rt = Resistência a ruptura
Rp = Resistência de ponta
Rl = Resistência lateral

Por ponta:

São aquelas estacas capazes de transferir a maior parcela da carga (aproximadamente


75%) por ponta.

São típicas em terrenos fracos nas primeiras camadas e resistentes nas cotas finais.

Veja a imagem abaixo:

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Estacas Flutuantes:

São aquelas nas quais mais de 80% da carga total é transferida ao longo do fuste.

Por conta de uma possível erosão ou inundações, essas estacas estão sujeitas a
eventuais problemas de colapso do solo lateral.

Veja a imagem abaixo:

Mistas:

São estacas sem predominância de transferência de carga (se por ponta ou por atrito
lateral). São a maioria expressiva das fundações na prática.

Classificação de estacas: Quanto ao processo de


implantação

São dois os possíveis processos de implantação:

Cravadas:

Neste processo o solo "não sai", é recompactado e comprimido lateralmente.

O processo de cravação gera empuxos elevados, próximo ao empuxo passivo.

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Escavadas:

São aquelas onde o "solo sai" durante o processo de implantação.

As escavações "afrouxam" gerando empuxos próximos ao ativo.

Classificação de estacas: Quanto ao deslocamento


provocado no terreno

Podem ser classificados em três grandes grupos segundo a norma inglesa:

(a) Estacas que provocam grande deslocamento no solo:

São aquelas estacas que penetram no solo através de uma ponta fechada, instaladas
por cravação de seções maciças.

Alguns exemplos: Pré-moldada de concreto, Franki, Ômega e Apiloadas, etc.

(b) Estacas que provocam pequeno deslocamento:

Instaladas também por cravação mas de pequena seção transversal. Perfis metálicos
(H, I) ou tubulares com a ponta aberta.

(c) Estacas sem deslocamento:

São estacas escavadas nas quais o solo é removido durante o processo de escavação.

Ex: Brocas, Strauss, HC, Estacas Barrete, etc.

Facilitando a nossa vida Velloso & Lopes (1988) recomendam o emprego de cada tipo
de estaca conforme sua aplicabilidade, condições do terreno e da obra, segundo
algumas categorias:

1. Conveniente em muitos casos


2. Conveniente em alguns casos
3. Inconveniente em muitos casos

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Veja a tabela abaixo:

Classificação de estacas: Quanto ao processo de


concretagem

São dois os processos de concretagem:

Moldada "in loco"

Tem como vantagem o contato entre o homogêneo e perfeito entre o solo e estaca, o
que não acontece em estacas pré-moldadas.

Normalmente utiliza-se concreto com Slump alto para preenchimento total da cava de
fundação.

É considerada moldada "in loco" aquela estaca cujo o solo é a própria forma.

Pré-moldadas

São aquelas concretadas fora do terreno.

Alguns cuidados devem ser tomados com estacas pré-moldadas:

1) Em argilas rijas há uma tendência de descolamento entre o fuste da estaca pré-


moldada e o solo devido a energia de cravação.

Na prática recomenda-se que seja lançado areia na base da cravação para que esta
penetre e preencha os vazios deixados entre o solo e o fuste da estaca.

Isso acontece devido a uma bucha de solo compactado que a estaca arrasta junto com
a ponta ao ser cravada.

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2) Cuidado com catálogos de vendedores de estacas de concreto. A resistência a
estrutural da estaca não garante que a mesma ficará estável perante a resistência do
maciço.

Tipo de estaca - Broca

Estaca escavada manualmente através de trados concha, cavadeira ou helicoidal.

Escavada em diâmetro de 15 a 30cm e com comprimento máximo 8m.

Tem capacidade de carga entre 6 e 8t.

Um grande problema inerente a estacas escavadas é a sujeira na ponta (estacas


diferentemente de tubulões, não há decida humana para limpeza e compactação da
base, desta forma, não há como garantir a limpeza e uniformidade).

Normalmente de concreto simples, mas pode ser armada caso existam esforços de
momento, esforços laterais e tração.

Recomenda-se sempre que possível apiloar o fundo, na busca por compactação e


melhoria na resistência de ponta. Evitando recalques imediatos.

fck= 110 kgf/cm³ / fcd= 12 kgf/cm³

Só pode ser executada acima do lençol freático

Como não é utilizado camisa, o terreno deve ter coesão para evitar fechamento do furo.

Essa estaca só é exequível em solos com N72<14 devido a dificuldade de escavação


em terrenos rijos/duros.

Quanto ao processo executivo, analisar a figura abaixo:

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Tipo de estaca - Estaca escavada mecanicamente

Prima rica da estaca broca, porém escavada mecanicamente através de perfuratriz.

A estaca escavada é utilizada em terrenos secos e consistes (coesão suficiente para


evitar fechamento do furo), com remoção do solo através de trado rotativo.

Uma vez instalado e nivelado, o equipamento inicia a perfuração e, a cada 2 metros,


faz a retirada da haste para a remoção de terra das lâminas.

Com cargas admissíveis de 20t a 250t é uma boa opção caso o nível de lençol no
terreno seja baixo visto ser uma estaca barata.

Atingida a cota prevista em projeto, e confirmada as características do solo em


comparação ao ponto de sondagem mais próximo, faz-se a inserção da armadura e
inicia-se a concretagem da estaca.

Para sequência de execução, verificar a imagem abaixo:

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Tipo de estaca - Strauss

Estaca de concreto simples, moldada "in loco", não apiloada, sem base alargada, não
estanque, escavada através de piteira, operada por bate estaca.

Com carga máxima entre 20 e 70 toneladas.

Aplicável em terrenos secos ou submersos.

fck = 150 kgf/cm² / fcd = 35 kgf/cm³ / Slump 12 a 18cm

Equipamentos:

1) Preferencialmente com bate-estaca (se locomove deslizando sobre o chassis, sem


rodas), aprox. 7m de altura, guincho duplo com capacidade de 4 toneladas cada.
2) Piteira ( aprox. 700kg)
3) Pilão (aprox. 200kg)
4) Funil de concretagem
5) Linha de revestimentos de 2,5m (diâmetros de 32, 42, 52cm)

Eventualmente, pode-se executar uma base alargada, apiloando aproximadamente


100l de cascalho + areia. Importante: somente utilizar o processo de apiloamento acima
do lençol. Cuidado com o embuchamento da camisa.

Vantagens:

1) Econômica
2) Equipamento simples e mão de obra barata
3) Exequível abaixo do lençol freático
4) Permite coleta de amostras do terreno de apoio

Desvantagens:

1) Lenta (1 a 3 estacas/dia)
2) Baixa capacidade de carga
3) Equipe dependente
4) Não mede nega nem repique elástico

Nas argilas do Brasil, quando da ocorrência de lençol freático e cargas baixas-médias,


são imbatíveis (mais econômicas - menor relação custo/tonelada).

Normalmente não apiloada, quando abaixo do lençol freático devido a possibilidade de


"puxar" lama para dentro do concreto. Lembrando que em fundações o problema
normalmente não é o concreto e sim o solo.

De fck 150 kgf/cm² precisamos somente 35 kgf/cm²

Uma alta resistência de concreto para fundações, normalmente é desperdício. Uma vez
que o problema aqui é o solo e não o concreto.

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Para capacidade de carga máxima verificar a tabela da próxima página:

Eventualmente quando submetida a esforços horizontais e de momento, pode-se armar


a Strauss, devendo-se entretanto escolher bitolas mais grossas e espaçar os estribos e
armadura para evitar problemas na passagem do concreto.

A escavação deve ser realizada até que seja encontrada o nível d'água sem os
revestimentos (com exceção do tubo guia), isso para evitar o amolgamento do terreno
(destruição das ligações entre as partículas do solo adjacente a estaca.

Atingida a cota de projeto e confirmado o tipo de solo do projeto, inicia-se a


concretagem.

O concreto é lançado de forma que preencha o volume de 1 lance de tubo, então


coloca-se o pilão em repouso sobre o concreto e retira-se o primeiro lance de camisas
metálicas. Repete-se o fato até que toda a camisa seja retirada e a estaca esteja
concretada.

É importante ao repousar o pilão sobre o concreto, verificar se ao retirar a camisa


metálica (puxar para cima), existe um afrouxamento do cabo que segura o pilão. Isso
indica que o concreto está subindo junto com o revestimento, propiciando a entrada de
lama e seccionamento do fuste.

Antes da retirada do último tubo, deve-se realizar a inserção da armação de espera, o


pilão volta a descansar sobre a ferragem e então o último tubo é retirado.

Quando da execução do bloco de coroamento, deve-se realizar a limpeza do excesso


de concreto em relação ao nível de arrasamento.

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Tipo de estaca - Pré-moldada
As estacas pré-moldadas enquadram-se na categoria das estacas de deslocamento,
caracterizadas por sua introdução no terreno através de processo que não promova a
retirada de solo.

De todos os materiais de construção, o concreto é um dos que melhor se presta à


confecção de estacas e, em particular das pré-moldadas, pelo controle da qualidade
que se pode exercer tanto na confecção quanto na cravação.

Além disto, o nível de lençol freático não é um problema para este tipo de estaca.

Algumas características das estacas pré-moldadas de concreto:

1) Concreto de boa qualidade. Vale lembrar que essa qualidade só é exigida quando a
estaca trabalha em ambientes agressivos.

2) Toda armada. Infelizmente essa é uma desvantagem da estaca pré-moldada de


concreto. Para que seja possível realizar o transporte da mesma, esta deve ser toda
armada para que a mesma suporte os içamentos. Isso acaba elevando o custo das
estacas pré-moldadas. Infelizmente, após ser colocada em pé, toda a armadura da
estaca acaba se tornando praticamente desnecessária.

3) Quebras de 3 a 5% são consideradas normais.

4) Outro grande problema, além das quebras, são o levantamento de estacas já


cravadas. Isso normalmente acontece em terrenos muito incompressíveis que ao
cravar uma nova estaca, rompe-se o terreno da estaca vizinha já cravada, levantando-a
por atrito. Ao notar a ocorrência deste fenômeno, deve-se recravar as levantadas.

5) É recomendável que o peso do pilão esteja entre 0,7 e 2 vezes o peso da estaca.
Obtendo assim a máxima eficiência na cravação.

6) Uma grande vantagem das estacas pré-moldadas é a possibilidade de aferição de


nega e repique elástico.

Costuma-se dizer que a cravação da estaca é realizada até que a mesma atinja a nega.
Essa afirmação refere-se a atender o processo de controle de cravação qualidade da
estaca que chamamos de Nega e Repique Elástico.

Nega é a penetração que a estaca sofre quando recebe o impacto do pilão.

A partir do mesmo ensaio verifica-se também o repique elástico, que é a recuperação


em termos de deslocamento, que a estaca e o solo apresentam após um golpe do
martelo.

Mede-se nega e repique por dez golpes seguidos.

Veja a imagem na página seguinte:

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Em que:

S = Nega
K = Repique elástico

Deve-se tomar cuidado ao executar controle de nega e repique elástico em solos


coesivos saturados. Os métodos dinâmicos nesses casos devem ser utilizados apenas
como forma de controle, e não como forma de previsão de capacidade de carga. Em
solos coesivos saturados, a partir do golpe do pilão, parte da energia é absorvida pela
estrutura do solo (partículas sólidas), parte pela água, cujo o excesso de poro pressão
gerado dissipará com o tempo. Isso induz o projetista a pensar que está tudo bem,
quando na verdade, após algum tempo, percebe-se que a estaca não tem mais a
mesma capacidade de carga.

Um outro cuidado importante é que o espaçamento entre os apoios da régua que é


utilizada como referência para o ensaio de nega e repique. Esta régua deve ser
apoiada longe da estaca, de forma que esta não seja influencia pelo recalque da
estaca.

Ver o seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=MvFd2ShjR1s

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Tipo de estaca - Franki

As estacas Franki são consideradas por muitos engenheiros geotécnicos até hoje como
as melhores estacas já pensadas pelo homem, por conta de aliar duas grandes
vantagens até então, nunca vivenciadas.

São dois motivos simples:

1) Por conta do processo de apiloamento da bucha de areia (bucha seca), essa estaca
tem um empuxo muito próximo do passivo, melhorando o solo no seu entorno,
chegando a ser considerada uma estaca de deslocamento.

2) É moldada "in loco", desta forma, não apresenta vazios entre a estaca e o solo
adjacente.

Porém, como nem tudo é flores, ela possui também três grande desvantagem:

1) Gera muitas vibrações no terreno, então áreas urbanas, nem pensar.

2) Lenta (2 a 3 estacas por dia)

3) Custo

Por conta disto, vem perdendo mercado para a hélice contínua todos os dias.

Algumas características da estaca Franki:

1) É uma estaca moldada in loco, por isso, se adapta melhor os perfil geotécnico do
terreno.

2) Utiliza o concreto apiloado, menor custo com maior durabilidade, atingindo fck = 20
MPa, permitindo utilizar-se um fcd no entorno de 6,7MPa.

4) Devido a sua elevada capacidade de carga e pequeno diâmetro, deve ser armada
para combater eventual efeito de flambagem.

5) Devido ao processo de alargamento da base, a capacidade de ponta dessa estaca é


muito boa.

6) Face a utilização de camisa, permite execução em terrenos com baixa consistência,


sem estar sujeita a estrangulamentos.

7) Exequível abaixo do nível de lençol freático

8) A concretagem é feita a seco devido a característica estanque da estaca.

O processo construtivo pode ser visto através da imagem na página seguinte:

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Tipo de estaca - Metálica
São constituídas por perfis metálicos simples ou compostos, tubos ou trilhos.

A faixa de carga destas estacas varia de 40t a 300t.

Infelizmente ainda é uma das estacas mais caras por unidade de carga. Porém, pode
apresentar-se como uma solução vantajosa nos seguintes casos:

1) Quando não se deseja vibrações durante a cravação (principalmente se forem de


perfil simples). Em alguns casos quando necessário atravessar uma camada de solo
muito resistente, faz-se um pré-furo com hélice contínua sem retirar o solo.

2) Quando servem de apoio a pilares de divisa eliminam a necessidade de uso de viga


de equilíbrio.

3)Permite a cravação em solos de difícil transposição, sem o inconveniente do


levantamento de estacas vizinhas já cravadas (como ocorre em estacas pré-moldadas
de concreto e Franki) e sem perdas de estacas quebradas.

4) Resistência a esforços elevados de tração, na mesma grandeza de cargas de


compressão, e de flexão; além de trabalharem cargas horizontais e cargas combinadas

5) Possibilidade de utilizar mais de um perfil na mesma estaca com bitolas diferentes


possibilitando a otimização entre as cargas atuantes e as cargas resistente (ver
imagem na página seguinte).

6) Maior facilidade de manuseio e armazenamento devido ao menor peso e volume das


peças quando comparados com os elementos pré-moldados de concreto (Obs.: O peso
específico do concreto é menor do que o do aço);

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Entre as desvantagens das estacas metálicas são:

1) Alto custo quando comparada às estacas pré-moldadas, estacas Franki e estacas


Strauss

2) Atacável por águas agressivas e solos corrosivos (pântanos, pontos alcalinos, solos
contaminados)

3) Para fabricação exige maquinário específico, a distância entre fabricação e destino


pode acarretar custos altos

4) Devido implantação de estacas metálicas (elementos esbeltos) em solos moles,


deve ser verificada a possibilidade de problemas de estabilidade e flambagem nesses
casos como mostra a figura da página seguinte. Não chega a ser uma desvantagem,
mas é um item que devemos tomar certo cuidado.

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Tipo de estaca - Hélice Contínua
As estaca "HC" por meio de máquinas modernas, permitem monitorar a execução da
estaca, mostrando no painel a visualização da seção longitudinal em tempo real. Essa
caraterística permite ao operador, realizar as correções necessárias.

Outra grande vantagem das estacas em Hélice Contínua é a emissão de boletins


técnicos de cada estaca, com base nos dados armazenados durante a execução da
mesma.

Estamos falando de uma estaca moldada "in loco", perfurada por trado helicoidal
contínuo no qual o solo é substituído por concreto bombeado sob pressão da gravidade
através de um tubo central localizado ao longo do trado, ao mesmo tempo em que o
trado e solo são retirados, sem, ou com rotação controlada.

É uma estaca que está na "moda" hoje em dia, apesar de um pouco cara ainda por do
maquinário (uma máquina custa certa de R$ 1.800.000), vem tomando mercado devido
a ausência de ruídos, rapidez de execução e capacidade de carga alta.

Pode-se perceber ao analisar a imagem abaixo a facilidade de execução que esse


método nos proporciona:

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Algumas características da "HC":

1) Moldada "in loco"

2) Não utiliza tubos de revestimento

3) Como retira o solo da cava, é uma estaca sem deslocamento

4) Injetada por baixa pressão

5) Não é escavada e nem cravada, mesmo havendo certa compactação do solo


correspondente ao volume do tubo da alma.

6) Não armada (em condições normais): Armação somente de arranque ou ancoragem,


podendo ser armada quando submetida a momentos ou esforços horizontais.

7) Concreto simples: Concreto normalmente de 20MPa, composto de areia, cimento e


agregados finos (pedrisco e/ou brita 01). Um detalhe importante sobre o concreto é que
ele deve ser extremamente plástico (Slump entre 20 e 24cm) para preencher os vazios
da cava e facilitar a descida da armadura em uma etapa posterior. O consumo de
cimento gira em torno de 300 a 400 kg/m³, de preferência de alto forno para que haja
tempo hábil para colocação posterior da armadura, tendo em vista seu tempo de pega.

8) Perfeitamente executável abaixo do nível de água, uma vez que a concretagem sob
pressão é realizada (sem rotação) do trado, impedindo a entrada de água ou lodo na
estaca. Desta forma, não há desconfiamento do solo.

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9) Atualmente permite-se execução de estacas em HC de até 39m de profundidade,
atingindo camadas bastante resistentes.

10) Alta capacidade de carga, (com Ø 1,5m), para valores estruturais, ver a tabela
abaixo. Lembrando sempre que esta capacidade de carga da tabela abaixo refere-se
somente ao elemento estrutural do fuste da estaca. Muito mais importante é a
verificação da capacidade do solo.

11) Quanto a produtividade, é excelente. Dependendo da potência do equipamento,


resistência do solo, condições de organização do canteiro de obras, da profundidade e
diâmetro da fundação, pode-se perfurar em média 150m a 400m/dia. Eu
particularmente já perfurei 7 estacas de Ø 1,0m, 20 - 30 metros de profundidade por dia
em condições bastante adversas.

12) Não é propriamente dita uma estaca escavada (que alivia o terreno, gerando um
empuxo próximo ao ativo ao longo do fuste) por que o trado + solo não é retirado ao
longo da perfuração. Ela procura manter o estado original do solo inalterado. Isso é
importante pois gera empuxos entre o passivo e ativo.

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Algumas vantagens da HC:

1) Com o controle adequado da velocidade do trado e pressões sempre positivas na


concretagem, pode-se garantir a integridade do fuste mesmo em fundações
submersas.

2) Eliminou uma das grandes desvantagens de estacas escavadas e tubulões, a


descompressão do solo.

3) Não produz vibrações nem perturba vizinhos.

4) Perfeita adaptação na interface concreto - solo.

5) Grande versatilidade (opera bem em quase todo tipo de terreno).

6) O torque aplicado a hélice pode fornecer uma noção da resistência do solo como um
todo.

7) Além de não produzir ruídos, também é muito eficiente quanto a detritos e poluentes,
sendo considerada uma estaca "ecologicamente correta".

8) Pode-se ter uma ideia do solo colhendo amostras.

9) Não utilizam lama bentonítica ou revestimentos para estabilização das paredes da


escavação. O próprio solo na hélice desenvolve essa função.

10) Por não destruir a estrutura do solo original por lavagem ou cravação, a HC tem
uma maior capacidade de carga em solos especiais como a argila vermelha do Brasil
(estruturados lateríticos colapsíveis e expansivos), evitando fenômenos de colapso
como levantamento do terreno adjacente e relaxação das tensões.

Algumas desvantagens da HC:

1) Não perfuram matacões ou rochas em condições normais de temperatura e pressão.


Quando se pretende executar estacas hélice contínua cuja ponta deva penetrar em
alteração de rocha, ou até rocha branda, devem-se substituir as “lâminas” cortantes de
aço por “roller bits” confeccionados com carboneto de tungstênio (normalmente
denominados “ponteiras de wídia”), porém esse método encarece bastante o
procedimento.

2) Face as imprecisões nas medições da pressão de injeção e fluxo de concretagem,


existem dúvidas quanto a integridade do fuste da HC. Normalmente a concretagem é
realizada por caminhão betoneira + caminhão bomba. Este último realiza o
bombeamento do concreto através de dois pistões, de forma intermitente e
descontínua. Aliado a isso, se a velocidade de retirada da hélice for muito alta, poderá
acontecer o seccionamento do fuste ou caso a subida for muito lenta contaminar o
concreto.

3) Não permite o controle por nega e nem a correta classificação do concreto da ponta
visto que esse pode estar contaminado com solo de outras camadas.

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4) Atualmente temos equipamentos que permitem realizar estacas com 36m o que é
muita coisa, mas em alguns casos pode ser uma limitação.

5) A taxa de mobilização (custo inicial) é alta.

6) Exige central de concreto próxima a obra (concreto usinado).

7) Necessidade de canteiros amplo, planos, compactados e espaçosos devido ao porte


das perfuratrizes e a possibilidade de tombamento em terrenos instáveis.

8) Face a quantidade de solo retirado, necessita de pás mecânicas ou serventes para a


limpeza do trado.

9) Sempre ocorrerá sobre-consumo de concreto, que pode chega a 80% do volume


previsto. Isso é algo bom por um lado, significa que temos mais concreto na estaca do
que deveria ter, seção maior do que a prevista. Por outro lado, gera desperdícios.

10) Pode acontecer o rompimento do solo e secionamento de estacas próximas


concretadas no mesmo dia. Isso gera uma intercomunicação entre estacas que
acontece devido a utilização de concretos plásticos (Slump ~ 22 +/- 2 cm). Alonso
(1998) recomenda respeitar um intervalo de 24h para execução de estacas próximas
com distância menor de 5 vezes o diâmetro da estaca.

11) É uma estaca operador dependente. Infelizmente a má utilização do equipamento


pode levar a problemas graves na execução como a "mordida" que é a subida muito
rápida do trado. Isso pode causar pressão negativa de concreto na estaca e
consequentemente estrangulamento do fuste.

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Tipo de estaca - Estacões

Os estacões são estacas escavadas mecanicamente de grande diâmetro (D > 60cm),


sem base alargada, onde (obviamente) não se prevê a descida do homem no seu
interior.

São estacas caras que levam vantagem em obras de grande porte quando a carga é
extremamente elevada e o nível de lençol freático é alto.

Essas estacas são moldadas "in loco", com perfuração mecânica e utilização de lama
bentoníticas para sustentação da cava.

Uma das funções básicas da lama é criar uma película impermeável nas paredes da
escavação, chamada ‘cake’, formada pela penetração da lama nos vazios do solo. Esta
película permite que a lama exerça empuxo contra as paredes da escavação, para
estabilizá- la.

Para verificar o processo executivo assista: https://www.youtube.com/watch?


v=BwJp2Q_HYL4

Uma das grandes vantagens é que esse tipo de estaca pode atingir grandes
profundidades (70 metros), sem causar vibração a vizinhos, podendo ser executada
junto a edificações já existentes.

Além disto podem ser embutidas em rocha quando da utilização de hidrofresa,


equipamento que realiza o corte de rochas. Muito utilizada em obras como 'cut-off' de
barragem

Para verificar o processo executivos assista o seguinte


vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=6TY3-0gluEY

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Essa estaca é muito versátil e como pode ser executada submersa, tem sido muito
utilizada em pontes e obras marítimas. Nesses casos, as escavações são precedidas
pela cravação de uma camisa metálica com o auxílio de um martelo vibratório. Os
equipamentos quando necessário, serão montados em cima de plataformas flutuantes.

Durante todo o processo e também antes do início da concretagem, deve-se controlar


as características da lama.

Para verificar o processo executivo, basta analisar a figura abaixo:

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Tipo de estaca - Estaca Raiz

São estacas de pequeno diâmetro, perfuradas por processos rotativos revestidos, sem
base alargada, toda armada, com fuste concretado por meio de injeção de pasta de
cimento.

É uma estaca extremamente moderna, tem como principal característica a alta


capacidade de carga e pelo pequeno recalque que sofre, quando comparada a estacas
convencionais.

Foi desenvolvida na Itália na década de 50, sendo que a empresa Brasfond S/A iniciou
na década de 1970 o seu emprego no Brasil.

Duas grandes vantagens da estaca raiz é a possibilidade de acesso do equipamento


em ambientes confinados devido as dimensões reduzidas, além da pouca vibração que
causa ao realizar as perfurações.

Quando há necessidade de atravessar matacões, blocos de concreto ou embuti-las em


rocha, a perfuração é complementada com uso de martelo hidráulico, até atingir a
profundidade desejada.

A perfuração do furo na vertical ou inclinada é executada mediante a utilização de


equipamentos mecânicos apropriados denominados perfuratrizes (hidráulicas,
mecânicas ou pneumáticas).

A perfuração é executada por rotação ou roto – percussão com circulação de um fluído


de circulação constituído de água ou lama bentonítica (em casos especiais) com a
introdução no solo de elementos tubulares de aço rosqueáveis em cuja extremidade
existe uma coroa especial com elevado poder de corte.

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O fluxo do fluído de circulação carregando os resíduos de perfuração, se processa pelo
lado externo do revestimento conferindo ao furo um diâmetro maior do que o diâmetro
dos tubos de perfuração utilizados na perfuração.

À medida que se prossegue a perfuração, o tubo de perfuração penetra no terreno e os


vários segmentos são ligados entre si por juntas rosqueadas.

A perfuração prossegue até ser atingida a cota prevista no projeto.

Terminada a perfuração, se foi utilizado lama bentonítica deverá ser efetuado uma
lavagem com água para ser retirada totalmente a lama bentonítica empregada; é
colocada a armadura metálica no interior do tubo de perfuração. A armadura pode ser
constituída de uma ou mais barras montadas em feixe ou gaiolas conforme
especificado pelo projeto estrutural da estaca.

Desce-se no tubo de perfuração um tubo até o fundo, através deste tubo é injetada a
argamassa (cimento e areia) preparada em um misturador de alta turbulência. A injeção
da argamassa é processada de baixo para cima, o que provoca o deslocamento da
água existente no furo para fora.

Esta operação é executada com o furo totalmente revestido com o tubo de perfuração,
portanto, realizado com o máximo de segurança para a continuidade do fuste da
estaca.

Quando o tubo de perfuração estiver totalmente cheio com a argamassa, a sua


extremidade superior é tamponada e aplicada uma pressão com ar comprimido.

A pressão aplicada na argamassa é função da absorção pelo terreno da mesma e deve


ser, no mínimo de 4,0kgf/cm².

Esta pressão provoca a penetração da argamassa no solo aumentando


substancialmente o atrito lateral e garantindo a continuidade do fuste.

Inicia-se o saque dos tubos de perfuração por intermédio de macacos hidráulicos,


procedendo-se a cada trecho de elementos de tubo sacado, a complementação do
nível de argamassa no interior do tubo e a aplicação de uma nova pressão.
Continuando com este procedimento até o fuste da estaca ficar totalmente concluído
com a retirada de todos os tubos de perfuração.

Em condições normais de temperatura e pressão, tem se escavado 6 estacas por dia


de 16m, o que é uma produção relativamente alta.

Essa é uma estaca um pouco cara ainda, mas tem barateado ao longo dos anos.

Uma das funções que tem se utilizado muito é para reforços, visto que essa estaca
pode cortar inclusive blocos de fundação.

Para verificar o processo executivo, pode-se analisar a figura da próxima página e o


seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ZnuQwUgnfEQ

170
Apresentação do projetos de estacas

O projeto geotécnico de estacas deve conter:

Locação das estacas:

1) Locação das estacas cotadas em relação ao eixo dos pilares nas duas direções.

2) Referência das estacas indicadas claramente com o número da estaca (manter o


mesmo da planta de locação de cargas) e sua carga, ou se for necessário mais de uma
conforme a imagem abaixo:

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3) Junto a planta de locação devemos apresentar um croqui de profundidade e
armação das estacas.

Um projeto de fundação que não indique claramente a profundidade das estacas e o


tipo de solo esperado na ponta, é considerado um projeto fraco.

Para mais detalhes do croqui, verificar a imagem abaixo:

Um outro conceito muito importante sobre estacas é a recomendação de que as elas


sejam dimensionadas para a capacidade de carga do solo, e então igualar essa
capacidade ao comportamento estrutural, buscando obter por meio de iterações o que
chamamos de comprimento ideal. Este é atingido quando a capacidade de resistência
estrutural da estaca for o mais próximo possível, da capacidade resistente do solo,
lembrando sempre de apoiar a ponta das estacas em SPT>=20.

As profundidades de projeto, poderão ser indicadas para cada zona geológica, definida
de forma aproximada (já que as camadas não mudam bruscamente de profundidade),
dividindo a planta baixa da obra segundo as mediatrizes entre os furos contíguos de
sondagens. (Berberian, 1943)

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Faça você mesmo

1) Qual a profundidade de assentamento de uma fundação profunda?

2) Como acontece a ruptura de uma fundação profunda?

3) Quais são as duas parcelas que auxiliam na resistência a ruptura de uma estaca?

4) Quais são as classificações das estacas quanto ao processo de implantação?

5) Quais são as classificações da estacas quanto ao processo de concretagem?

6) Estaca broca pode ser executada abaixo do nível de lençol freático? Qual o tipo de
solo necessário para a execução de uma estaca broca?

7) Quais são os problemas que podem ocorrer em uma HCM?

8) Como são feitas as emendas de perfis metálicos?

9) Até quantos metros podemos armar uma HCM? Isso é um fator positivo ou negativo?
Explique o motivo...

10) Quanto a Strauss, para executá-la abaixo do nível de lençol em qualquer solo, qual
o procedimento deve ser executado?

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