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O MÉTODO GROUNDED THEORY: UM NORTE TEÓRICO SEGUNDO O

ESTADO-DA-ARTE DO ÚLTIMO BIÊNIO

Wesley Antonio Gonçalves


Universidade Metodista de Piracicaba
professorwesley@gmail.com

RESUMO

O método Grounded Theory vem sendo pouco adotado por estudantes de pós-graduação
strictu sensu da área em questão. A sua subjetividade pode ser um dos pressupostos.
Este estudo objetiva propor a discussão, ao passo de suscita o dispositivo, servindo de
norte para futuros estudantes que possa vir utiliza-lo. Este insight deu o start ao design
do artigo, no qual definiu a metodologia da redação científica denominada de ensaio
teórico. Foram realizadas buscas nas principais bases de dados, com o intuito de
resgatar publicações pertinentes que, logo foram analisadas com o auxílio de software.
A redação foi estruturada em dois eixos distintos, o primeiro aborda o cenário de
pesquisa do último biênio. Já o segundo, baseia-se na epistemologia do tema. Sua
contribuição recaí sob o movimento constante do processo dialético do uso da
Grounded Theory e o estado-da-arte. Percebe-se carência de exemplificação que aborde
passo-a-passo o desenvolvimento da teoria realizada por pesquisadores.

Palavras-Chaves: Grounded Theory, Teoria fundamentada, Métodos qualitativo,


Metodologia de pesquisa, Desenvolvimento de teorias.

THE GROUNDED THEORY METHOD: A THEORETICAL NORTH


ACCORDING TO THE STATE OF THE ART OF THE LAST TWO YEARS

ABSTRACT
The Grounded Theory method has not been widely adopted by strictu sensu graduate
students of the area in question. Its subjectivity can be one of the assumptions. This
study aims to propose the discussion, the step raises the device, serving from north to
prospective students that might use it. This insight gave the start to the article design,
which defined the methodology of scientific writing called theoretical essay. Searches
were carried out in the main databases in order to rescue relevant publications that were
immediately analyzed with the aid of software. The wording was structured in two
distinct forms, the first covers the research landscape of the last biennium. The second,
is based on the theme of epistemology. His contribution relapsed under the constant
movement of the dialectical process of using Grounded Theory and the state of the art.
It is perceived lack of exemplification addressing step-by-step development of the
theory by researchers.
Keywords: Grounded Theory, grounded theory, qualitative methods, research
methodology, theories of development.
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1. INTRODUÇÃO

Embora o método Grounded Theory (GT) se apresente como uma técnica


consistente, e muito útil para a pesquisa qualitativa, ele ainda vem sendo pouco
explorado por pesquisadores que militam no eixo das ciências sociais. O dispositivo
vem sofrendo resistência por parte da comunidade acadêmica e principalmente por
estudantes de cursos de pós-graduação strictu sensu da área em questão. Segundo a
literatura, um dos pressupostos levantados, pode estar relacionado a fatores quanto a sua
subjetividade na codificação e interpretação dos dados, na carência por conhecimento
técnico, dificuldades de adquirir compreensão dos procedimentos, ou até mesmo a não
disponibilidade de tempo suficiente para dedicação exigida pelo método.
Autores como Wu e Beaunae (2012), metaforizam as passagens dos processos
contido no método como um passeio em uma floresta escura, ao passo em que muitos
tropeços poderão surgir. Já Giske e Artinian (2007) sinalizam a falta de consenso
referente à quando, como procurar, e o que ler sobre a literatura referente ao método da
teoria fundamentada.
No tocante ao mecanismo, trata-se de uma metodologia de pesquisa qualitativa,
capaz de transformar fatores ontológicos em epistemológicos. Em outras palavras, a GT
é dotada de ferramentas que tem como finalidade o desenvolvimento de teorias a partir
de dados coletados em uma determinada realidade empírica. O descritor apresenta-se
como um método unidirecional, lançando luz a codificação de fatos que envolvem: (a)
construir em vez de testar teoria, (b) fornecer aos pesquisadores ferramentas analíticas
para lidar com as massas de dados brutos, (c) ajudar os analistas a considerar
significados alternativos para os fenômenos, (d) ser sistemático e criativo
simultaneamente; (e) identificar, desenvolver e relacionar os conceitos que farão os
blocos de construção da teoria (STRAUSS E CORBIN, 2008).
Diante do exposto, e analisando o estado-da-arte a respeito do tema, percebe-se
que, o método propõem uma dialética a respeito destas possíveis dificuldades,
indecisão, falta de clareza, inconsistência e baixa praticidade. Tal observação é o
objetivo do presente artigo: contribuir com a discussão, ao passo de suscita o método
Grounded Theory a fim de utiliza-lo, futuramente, em estudo que o envolverá.
O intuito foi analisar, compreender e relatar as publicações, demonstrando como a
literatura tem sido empregada nos últimos anos, traçando posteriormente, o caminho
para se utilizar o método em seu viés teórico-prático, tendo como base a literatura e o
estado-da-arte.
Para atingir a proposta, foram realizadas buscas nas principais bases de dados e
periódicos nacionais e internacionais, no intuito de resgatar publicações pertinentes, e
assim quantifica-las e analisa-las, com o auxílio de ferramentas (software) de dataming
e textming que, se findou em planilhas eletrônicas e posteriormente em transcrições
qualitativas referente ao cenário de pesquisa do termo que, utilizou-se de sua base
epistemológica para desenvolver o ensaio teórico referente a utilização do método
Grounded Theory.
Foi justamente este insight que deu o start ao design do presente estudo, no qual
definiu a metodologia da redação científica denominada de ensaio teórico a ser utilizado
(MENEGHETTI, 2011). Esta forma ensaística produziu reflexões referente aos
acontecimentos da época até os mais relevantes. Sua força, apesar de não estar atrelada
ao rigor metodológico, como acontece na produção científica, capacitou reflexões para
compreender a realidade. Assim, o ensaio caracteriza-se pela sua natureza reflexiva e
interpretativa, diferente da forma classificatória da ciência (p.3).

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O estudo pretende elucidar duas questões envolvendo o tema: primeiramente, o


resgate e relato a respeito do cenário das publicações científica, compreendendo como o
termo vem sendo empregado, em segundo propor discussão teórica quanto a utilização
do método.
Tal recorte se justifica por meio da necessidade de gerar novas fontes de
informação, que seja capaz de gerar compreensão, contribuindo assim com o fenômeno,
favorecendo o movimento dialético que dogmatizam o método. Destaca-se também, o
suporte literário, referente ao auxílio oferecido aos novos pesquisadores, quanto ao
apoio da epistemologia e pela possibilidade de adoção ao método.
A relevância (importância) deste estudo está, em termos teóricos, na
argumentação consistente em consolidação ao movimento dialético, propondo assim,
subsidia-lo, servindo de fonte de consulta a futuros pesquisadores que tendem a utilizar-
se do método.
Este ensaio contempla o primeiro de dois artigo que aconteceram em dois
momentos distintos. O primeiro (este) quantifica, expõem e laconiza o uso da Grounded
Theory de forma teórica. Já o segundo, abordará a prática vivenciada pelo autor
(proponente deste estudo) na utilização do método em uma pesquisa na área da gestão
de pessoas. Assim, este artigo contempla o primeiro momento.
Nestes moldes, a redação foi estruturada em dois eixos distintos, o primeiro recai
sobre o cenário de pesquisa (estado-da-arte) do último biênio, correspondente aos anos
de 2004 a 2014. Já o segundo, baseia-se na epistemologia do tema no qual se desdobra
nos seguintes tópicos: O método Grounded Theory, Princípios, encadeamentos e
a teoria da ciência, Evolução ou versões do método, O desafio e a etapa da codificação
dos dados, A etapa de desenvolvimento da teoria, O retorno à literatura, A restrição de
tempo, e por fim, encerra com as considerações finais.

2. CENÁRIOS DE PESQUISA (ESTADO-DA-ARTE)

Ao resgatar o estado da arte sobre a Grounded Theory, duas vertentes foram


recuperadas, as publicações sobre o método de pesquisa e as publicações que
usufruíram deste método. Esta busca limita-se ao primeiro. A coleta dos dados foram
realizados por meio das seguintes bases (campo empírico):
- Nacionais: (a) bancos de teses e dissertações do portal CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); (b) bancos de teses e dissertações dos
programas de doutorado em administração, ciência contábeis, sociologia e educação
recomendados pela CAPES; (c) .Periódicos. – portal de periódicos QualisCapes; (d)
base de dados da ANPAD (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em
Administração) que englobam os seguintes eventos: EnANPAD (Encontro Nacional de
Pós-graduação e Pesquisa em Administração), EMA (Encontro Nacional de Marketing),
3Es (Encontro de Estudos em Estratégias), EnEO (Encontro Nacional de Estratégia
Organizacionais), EnAPG (Encontro Nacional de Administração Pública e
Governança), En-GRP (Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, Encontro de
Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho), EnAD (Encontro Nacional de
Administração de Informação), EnEPQ (Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa em
Administração), AIB (Academy of International Business) e Simpósio. Além disso, é
responsável também por quatro periódicos: RAC (Revista de Administração
Contemporânea), BAR (Brazilian Administration Review), TAC (Tecnologias de
Administração e Contabilidade) e RAC-e (RAC eletrônica); (e) Base de dados SciELO
(Scientific Electronic Library Online), biblioteca eletrônica que abrange uma coleção
selecionada de periódicos científicos brasileiros; (f) Biblioteca eletrônica SPELL

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(Scientific Periodicals Electronic Library) repositório de artigos científicos e


proporciona acesso gratuito à informação técnico-científica.
- Internacionais: (a)Web of Science - Portal de Periódicos por meio de assinatura
junto à Thomson Reuters Scientific que oferece acesso à coleção principal da Web of
Science, permitindo acesso a referências e resumos em todas as áreas do conhecimento;
(b) ProQuest – Biblioteca on-line de subscrição e de ordenação fácil e conveniente
através de bancos de dados de 700 universidades.
A busca abrangeu os anos entre 2004 a 2014. Considerou-se o período de busca
de dez anos, suficiente para que o pesquisador compreenda o estado-da-arte a respeito
da temática. Ela aconteceu entre os dias 02 de janeiro à 02 de março do ano de 2015 e
envolveu: títulos, resumo (abstract) e, palavras-chaves (keywords). Utilizou-se,
respectivamente, os seguintes descritores: “Grounded Theory”, “Teoria enraizada”,
“Teoria que emerge dos dados”, “Teoria fundamentada”. Vale ressaltar que a busca foi
realizada prioritariamente na área da ciências sociais, todavia, recuperou-se publicações
de áreas correlatas, como por exemplo, a área da saúde, entre outras.
Em seguida, armazenou-se os arquivos em disco local, organizando-os por cenário
nacional e internacional, tipo, ano e autor. No intuito de analisar os dados, foi utilizado
ferramenta (software) de dataming e textming que findou-se na exportação e construção
de um instrumento de registro de dados (planilhas eletrônicas), no qual as variáveis
foram distribuídas, sendo então, analisadas qualitativamente e posteriormente
transcrevidas. Nas buscas realizadas, foram recuperadas teses e dissertações que
empregaram do método Grounded Theory. Todavia, não foram encontradas neste
recinto, publicações que utilizaram como cerne o método como fator de discussão, este
intuito foi encontrado somente nos artigos e/ou paper sendo que, foram recuperadas 53
(cinquenta e três) indicações na totalidade, correspondendo a: teses, dissertações, artigos
e/ou paper, que, após a exclusão de repetições e/ou temática fora do foco específico, à
análise dos registros (por meio de título, resumo e descritores ou apenas título e
descritores), sendo que, somente 29 (vinte e nove) publicações foram consideradas
pertinentes ao tema do estudo, sendo que, 16 (dezesseis) são de cunhos nacionais e 13
(treze) de cunho internacionais, a qual percebe-se um balanceamento de publicações
entre as duas origens.

- Cenário nacional: o artigo de Lima (2005), discute sobre a apresentação e a


abordagem metodológica, qualitativa e inovadora, utilizada através da área da ciência
social em uma recente pesquisa de doutorado em Administração, onde foi encontrado,
como resultado, quatro caraterísticas exploradas em conjunto que são, os principais
indicadores do caráter inovador e do potencial de contribuição da abordagem
metodológica utilizada para futuros estudos, sendo elas: (1) a combinação das duas
estratégias de teorização a partir dos dados – teorização embasada e análise de períodos
temporais; (2) os modos desenvolvidos para aplicar as duas estratégias ao estudo em
Administração; (3) a aplicação das duas estratégias segundo uma perspectiva teórica
sistêmico-interpretativa; e (4) a ênfase no desenvolvimento de representações gráficas e
de quadros explicativos promotores da transparência, da facilidade de entendimento e
do potencial de replicação dos métodos.
Já na publicação de Cappelle, Brito, et al., (2006) o foco recaí na análise e
discussão das produções do Encontro Nacional de Pós-graduação em Administração –
EnANPAD entre os anos de 1994 a 2004, sendo constatado que, naquela época a
classificação dos artigos quanto ao método de pesquisa utilizado, só 4,44%
representavam as produções que usufruíram do método Grounded Theory.

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Nico (2007), por sua vez, discute a utilização da Grounded Theory na área da
saúde, especificamente na Odontologia. Segundo eles, as abordagens qualitativas estão
sendo mais empregadas pelos pesquisadores da área. Essa abordagem metodológica
torna-se fundamental, no sentido de propiciar a exploração de assuntos ainda pouco
trabalhados nessa perspectiva metodológica, possibilitando que as pesquisas adquiram
contribuições originais e, assim, ampliando o conhecimento na área.
Voltando para a área da gestão e negócios, Santos e Pinto (2007) apresentam e
abrem a discussão a uma proposta de arcabouço epistemológico-metodológico
interpretacionista a partir da conjugação da corrente fenomenológica, da escola de
pensamento denominada inter-racionismo simbólico e da metodologia proposta por
Glaser e Strauss (1967) conhecida como Grounded Theory. Os autores contribuem com
os estudantes e pesquisadores do campo dos estudos organizacionais, uma vez que
apresentam algumas reflexões e entendimentos paradoxos que podem servir tanto de
contrapeso como de alternativas ao que é veiculado normalmente sobre a pesquisa
científica em Administração no Brasil.
Petrini e Pozzebon (2008) discutem e descrevem o uso e a riqueza da Grounded
Theory como metodologia de pesquisa para a concepção de modelos que emergem a
partir da realidade investigada, gerando a condução passo-a-passo da pesquisa descrita,
explorando e exemplificando como as premissas da Grounded Theory auxiliam no
desenvolvimento de um modelo teórico.
Ainda no mesmo ano, Balsini e Godoi (2008) abrem a discussão sobre as
vinculações paradigmáticas das estratégias de pesquisa utilizadas nos estudos
organizacionais ao analisa-las, tomando como critérios de diferenciação as questões
práticas propostas por Lincoln e Guba (2000) e chegando ao resultado que, a baixa
confluência entre as estratégias vinculadas aos paradigmas considerados quantitativos
(positivismo e pós-positivismo) e aquelas vinculadas aos paradigmas qualitativos (teoria
crítica, construtivismo e participacionismo).
No ano seguinte, Rossoni e Filho (2009) publicaram um ensaio teórico onde
discute-se as implicações metodológicas que decorrem da aceitação dos pressupostos
estruturacionistas para análise institucional de organizações, em que o entendimento da
dualidade da estrutura, a aceitação da intersubjetividade, a compreensão da dupla
hermenêutica e a adoção do posicionamento como elemento de análise estrutural da
agência.
Na área da psicologia, o artigo de Araújo (2010) discute a reflexão sobre a
Interdependência entre Interação e Estrutura Social em Grounded Theory. O centro da
discussão propõem ideias para a adequação do método para o estudo de questões que
envolvam a interdependência entre contextos sociais e a ação individual. Como
principais contribuições gerada pelas discussões, os autores propõem: (a) adoção dos
conceitos de Sheldom Stryker, Anthony Giddens, Norbert Elias e Pierre Bourdieu, ou
alguma outra abordagem da psicologia social e sociológica, como conceitos
sensibilizadores para o desenvolvimento de teorias fundamentadas; (b) uso e criação de
matrizes ou mapas para codificação e estabelecimento de relações entre categorias; e (c)
confrontação da teoria substantiva criada com os aportes das teorias sociológicas
citadas, com o objetivo de situar a teoria dentro das contribuições da comunidade
científica que se ocupam em analisar a relação entre os ambientes macro e micro.
Em outro artigo semelhante, todavia na área da gestão, os autores Pinto e Santos
(2010) propõem discussão com o intuito de promover o compartilhamento de
experiências e vivências de pesquisadores que já se aventuraram por esta seara, e que
ainda gera dúvidas e incertezas acerca de sua condução e operacionalização, onde que,
em suas reflexões, as exigências práticas para a “operacionalização” de pesquisas

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comprometidas com “espírito” da Grounded Theory, bem como a apresentação de


algumas questões ainda em aberto (se é que há alguma já fechada) que exigem ainda
uma reflexão maior.
Santos e Tureta (2010) por meio de um ensaio teórico discute a respeito da
proposição de um arcabouço metodológico que possa orientar novas pesquisas
empíricas desenvolvidas sob a abordagem da estratégia como prática no Brasil. Propôs
uma forma de “encarar” o strategizing como uma experiência vivida e não apenas como
uma experiência (re)contada.
O artigo de Chueke e Lima (2011) enriquece o debate ao realizar o seguinte
questionamento: “a pesquisa qualitativa no campo de gestão internacional, será ela
realmente qualitativa?” Seu artigo contribui para o debate sobre questões metodológicas
intrínsecas ao processo de produção de conhecimento no campo da gestão internacional.
O principal resultado refere-se à ausência de teorias sofisticadas, decorrentes da pouca
maturidade teórico metodológica do campo, isso justificaria a necessidade de realização
de pesquisas exploratórias ao invés de testes empíricos, que pressupõem constructos
teóricos ainda pouco desenvolvidos.
Sobre a polêmica que envolve o termo, o artigo de Jacobus et al., (2012) faz o
seguinte questionamento: “O que fazem afinal os pesquisadores que praticam Grounded
Theory?” A publicação baseia-se na análise de 45 artigos que utilizaram o método e que
foram publicados em periódicos internacionais da área da administração, no qual revela
que não há uma “Grounded Theory” unívoca, mas um conceito prototípico que se
realiza de formas ligeiramente diferentes, ainda que mantenha uma essência que
justifica o uso de uma mesma denominação.
Já Souza (2013) discute o pós-modernismo e a Grounded Theory ao analisar
comparativamente os princípios da abordagem com as características do método. Os
resultados deste estudo indicam que a descrença no uso do método científico como
forma de se entender um fenômeno pode ser considerada uma postura limitadora, tendo
em vista os diversos argumentos em comum entre a abordagem pós moderna e a
Grounded Theory.
No decorrer do mesmo ano, Torres et. al., (2013) destacam os aspectos
contemporâneos e conceituais da Grounded Theory e identificam o delineamento das
teses e dissertações brasileiras entre os anos de 2008 e 2012, em relação às três
principais linhas ou escolas teóricas assumidas pelo método, onde parece,
relevantemente, refletir sobre necessidade de promoção de formas de audiência e
discussão sobre a sua prática em diferentes contextos, a fim de que ela possa alcançar o
que se propõe na construção de conhecimento novo, em pesquisas.
- Cenário internacional, o paper de Mills, Bonner e Francis (2006), originado da
Austrália, discute a respeito do desenvolvimento da teoria construtivista Grounded
Theory, onde propuseram localizar as raízes da teoria construtivista aterrado e, em
seguida, traçar o seu desenvolvimento. Os autores examinam textos chave da teoria
fundamentada para discernir sua orientação ontológica e epistemológica. Segundo os
autores, a teoria fundamentada pode ser visto como uma espiral metodológico que
começa com Glaser e Strauss (texto original e que continua até hoje) e termina na
variedade de posições epistemológicas que, estão localizados em vários pontos neste
espiral e são um reflexo de suas ontologias subjacentes.
Na Califórnia, Giske e Artinian (2007), discutem no âmbito da área da saúde um
exemplo da aplicação dos princípios da teoria clássica fundamentada (Glaser) na coleta
de dados e análise. Este procedimento gerou uma teoria fundamentada, substantiva e
nomeada de “preparativo”, espera para os pacientes submetidos a fase de diagnóstico
em uma enfermaria gástrico, onde gerou contribuição ao oferecer exemplos de

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memorandos, a instalação de conceitos ao seu conjunto de dados, e o processo de


codificação teórica para ilustrar como três modelos diferentes foram gerados para
melhorar o ajuste, relevância e aplicabilidade de sua teoria fundamentada. Também
contribui ao discutir sobre quando e como procurar e ler a literatura durante um estudo
sobre a teoria fundamentada.
Em Durham no EUA, o paper de Seaman (2008) na área da Cinesiologia, analisa se
a recente transformação da teoria fundamentada (Grounded Theory), se engaja no
projeto de reposicionamento, como uma abordagem usando a teoria da atividade
histórico cultural como um caso de teste, e descreve vários métodos práticos implicadas
pela utilização conjunta de teoria fundamentada como uma abordagem e teoria da
atividade como uma metodologia. Como resultado, a conclusão é que, uma implicação é
a adoção de uma dialética, ao contrário de um construtivista ou objetivista, estabelece
posição em relação a pergunta fundamentada, postura que ajuda a mover-se após o
problema da emergência contra forçando.
Scott e Howell (2008) propuseram-se nos Estados Unidos da América, a esclarecer
sobre a Análise e Interpretação do método Grounded Theory usando um guia de
relacionamento condicional e reflexiva denominado por Matrix de Codificação
Reflexivo. Discutiram a respeito de dois instrumentos de apoio a análise da teoria
fundamentada e interpretação usando dois exemplos de estudantes de doutorado e como
resultado afirmaram que a matriz de codificação reflexivo serve como uma ponte para a
fase final da análise da teoria fundamentada, codificação seletiva e interpretação, e, em
última análise, para a geração de teoria substantiva.
Já no eixo da gestão dos sistemas de informação, o paper de Goldkuhl e Cronholm
(2010) publicado na Suécia, propõem desafiar alguns dos pilares da abordagem da
teoria fundamentada (Grounded Theory) a que propõem uma abordagem ampliada
como alternativa para a análise de dados e desenvolvimento da teoria, o que os autores
chamam de teoria multiaterrado (MGT), que resulta em um procedimento de trabalho de
desenvolvimento da teoria MGT, apresentado, e que pode ser visto como uma extensão
da abordagem da teoria fundamentada.
Na Irlanda, Dunne (2011) discute dentro da área de linguística e dos estudos
interculturais, a revisão da literatura sobre a teoria fundamentada, sendo que estes
aspectos, segundo os autores, são muitas vezes problemáticos, especialmente para
estudantes de doutorado. Com isto em mente, o paper procura oferecer alguma clareza
sobre o tema, fornecendo aos pesquisadores novatos a teoria em particular, enfocando
conselhos sobre como abordar a questão da revisão da literatura em teoria
fundamentada. Como resultado da discussão, o autor baseia-se em sua própria
experiência de usar a teoria fundamentada na sua pesquisa de doutorado para explicar
como a literatura existente pode ser utilizado. Também discute como a natureza do
envolvimento com a literatura existente pode ter impacto sobre a apresentação da escrita
geral em um estudo da teoria fundamentada.
Voltando aos Estado Unidos da América - EUA, o artigo de O'Reilly, Paper e Marx
(2012) na área da gestão, discute a desmistificação da Grounded Theory (GT) para
Research Business, onde que, para os autores a desmistificação baseia-se em um
quádruplo, sendo: (a) para desmistificar os princípios chave da GT, (b) para discutir os
impactos problemáticos da adoção de uma abordagem à la carte para GT, (c), para
chamar a atenção para GT como um rigoroso método para pesquisa de negócios, e (d)
para defender o aumento do uso de GT por mais pesquisadores se for caso disso. Como
resultado, os autores usam o exemplo de um estudo GT recentemente concluído por eles
para destacar as múltiplas dimensões da GT e como todos eles funcionam juntos.

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Em publicação realizada na Inglaterra, Wu e Beaunae (2012) apresentam reflexões


pessoais sobre os cuidados e considerações para navegar no caminho da teoria
fundamentada (Grounded Theory) em teses de doutorado e dissertações. Segundo os
autores, o método pode se tornar uma longa caminhada por uma floresta escura. O
paper apresenta os desafios gerais e específicos do uso do método Grounded Theory
para teses de doutorado e dissertações, compartilhando as experiências pessoais do
Ph.D. realizado por eles em programas dos EUA.
Na Colômbia, o artigo de Restrepo-Ochoa (2013) discuti as possibilidades de
ligação metodológica entre a abordagem processual e abordagem estrutural das
representações sociais, utilizando os procedimentos metodológicos da Grounded
Theory. Como resultado, argumenta-se que tal discussão permite a identificação do
conteúdo da representação, as relações entre os elementos e a determinação e controle
do núcleo, enfatizando a relação entre estrutura e processo.
Ainda na Colômbia, Eslava (2014) discute a aplicação de técnicas quantitativas e
qualitativas nos estudos políticos. Ele descreve a Proposta clássico de Johan Galtung,
como a ciência, que o convida para o contraste permanente no intuito de confirmar,
validar e aceitar os fatos e ideias. Em seguida, propõem a Grounded Theory para
averiguar um mecanismo com o objetivo de alcançar e explorar dados e de identificar a
possível identidade e o diálogo com a metodologia experimental. Por fim, mostra a
equidade social como caso de estudo a demonstrar a relevância de aplicações multi‐
metodológica.
Em Chicago, Charmaz (2014) propôs a discussão sobre a avaliações feita por
pesquisadores internacionais sobre a perspectiva global da Grounded Theory. O artigo
reúne a teoria fundamentada em suas origens nacionais, históricas e disciplinares e
explora como e em que medida essas origens afeta as prática de pesquisa em todo o
mundo. Inicia com uma conversa com pesquisadores internacionais que revisam a
utilização da teoria fundamentada em seus países e culturas. Seus comentários revelam
as seguintes definições: (a) significados compartilhados, (b) as contradições entre as
técnicas de recolha de dados e práticas culturais, (c) as tensões entre codificação em
Inglês e línguas nativas, (d) Os pontos de convergência cultural e estratégias de teoria
fundamentada, e (e) condicionalismos locais. Em conclusão, o artigo convida a assistir à
forma como as bases nacionais e culturais de abordagens metodológicas afetar
inquérito.
Por fim, na Suécia, o artigo de Amsteus (2014) pertencente a área da economia,
avalia se a divergência de método da Grounded Theory pode ser considerada válida ao
realizar uma revisão da literatura que, fornece uma base para a compreensão e avaliação
de teoria fundamentada que, segundo os resultados da pesquisa pode ser considerado
válido. Ainda segundo os principais achados, o autor argumenta que garantir a
transparência metodológica através da descrição dos princípios e procedimentos
empregados reais, bem como adaptando os às circunstâncias particulares, é mais
importante do que aderindo a procedimentos passo a passo predeterminados. A
fundamentação teórica é fornecido a partir do qual podem ser desenvolvidos diversos
desenvolvimentos teóricos e procedimentos metodológicos, julgado e refinada com base
nos seus próprios méritos.
Voltando ao âmbito nacional, destaca-se o estudo de Torres et al., (2013) que
consistiu na recuperação e na análise de teses e dissertações provenientes de instituições
de ensino e pesquisa, disponíveis em meio eletrônico no repositório da Biblioteca
Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD. Os autores realizaram varredura em
278 documentos encontrados no período de 2002 a 2012, onde foram analisadas as
obras publicadas nos últimos dez anos, disponíveis em meio eletrônico, totalizando 183

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teses e dissertações. O total de documentos analisados garantiu uma amostra


representativa da base de dados. Desse total de documentos (278), a pesquisa retornou
183 resultados para a busca do termo Grounded Theory, sendo que 52,5% das teses e
dissertações correspondiam a pesquisas qualitativas ou de métodos mistos, embora sem
fazer uso da Grounded Theory como abordagem metodológica.
Segundo os relato dos autores, foram encontrados estudos de revisão como os de
Hopfer e Maciel-Lima (2008), na área de Administração, enquanto Nico et al., (2007) e
Silva et al., (2011) realizaram revisões sobre o emprego da Grounded Theory na área da
Saúde, todas elas vindo ao encontro dos resultados obtidos. Entretanto, na área da
Educação e da Educação Ambiental, não foram encontrados estudos que fizessem uma
revisão sobre o emprego da Grounded Theory em pesquisa nessa área. A análise dos
resumos do conjunto de teses e dissertações das cinco áreas de estudo que mais se
destacaram (Enfermagem, Administração, Psicologia, Educação e Ciências Ambientais
e Saúde). Dentre as universidades, o número mais expressivo de trabalhos oriundos da
Universidade de São Paulo – fator que pode apresentar-se como um indicativo da
existência de grupos de pesquisa dedicados ao emprego da Grounded Theory.
Identificou-se que a maioria das teses e dissertações referenciavam Strauss e Corbin
em seus procedimentos metodológicos, seguidos da citação de um mix de autores que
incluía Charmaz, Corbin, Glaser e/ou Strauss.

3. O MÉTODO GROUNDED THEORY

Princípios, encadeamentos e a teoria da ciência


Embora apareça na literatura brasileira diversas traduções da expressão Grounded
Theory para o português (teoria fundamentada, teoria enraizada, teoria emergente dos
dados, grande teoria, entre outros), todas remetem para o mesmo significado ou sentido.
Desta forma, este estudo utilizará da tradução encontrada na obra de Strauss e Corbin
(2008), Poupart, Deslauriers, et al., (2012) e Godoi, Bandeira-de-Melo e Silva (2010)
em que transpassam para a “Teoria Fundamentada”.
A Grounded Theory é uma metodologia de pesquisa qualitativa que foi criada nos
anos 60 pelos sociólogos Barney Glaser e Anselm Strauss. Os caminhos dos seus
fundadores foram dissemelhante em desfechos filosóficos e de pesquisa que,
consequentemente, favoreceu o desenvolvimento e o avanço da metodologia
(STRAUSS e CORBIN, 2008). Segundo os autores, Strauss estudou em um instituição
pioneira em adotar a metodologia de pesquisa qualitativa (University of Chicago) que
também era inspirado pelo teor das literaturas interacionistas e pragmáticas. Já Glaser se
formou na Columbia University, na qual foi motivado quanto ao desenvolvimento do
método por Paul Lazarsfeld, pesquisador percebido pela academia por sua questão
inovadora, ao utilizar-se frequentemente da metodologia de pesquisa qualitativa. Desta
motivação, eles estudaram diferentes formas para desenvolver técnicas de análise mais
objetivas e com menor interferências dos pesquisadores (CHARMAZ, 2009). Segundo
os autores, Glaser sempre enfatizou que não poderia dispensar a criação de um método
plausível para desenvolvimento de teorias. Seriam estas experiências, em conjuntas, a
base preliminar para a formulação da metodologia que proporiam posteriormente ao
mundo científico e acadêmico.
A Grounded Theory foi criada quando o estado-da-arte era predominado pelos
métodos quantitativos. Além da ciências naturais, o paradigma positivismo também
alavancava as pesquisas no campo da ciências sociais. Este marco surgiu como a era da
crescente ênfase nos estudos que se dedicassem a encontrar relações causais e
realizassem predições sobre um mundo real externo, identificável e no qual o

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GONÇALVES, Wesley Antonio. MÉTODO GROUNDED THEORY: UM NORTE TEÓRICO........

pesquisador se posiciona-se de forma neutra e passiva e suscetível a replicações. Como


de caráter a um instrumento propedêutico, a pesquisa qualitativa era encarada para o
desenvolvimento de estudos quantitativos (CHARMAZ, 2014; STRAUSS e CORBIN,
2008). Referente a este episódio, surgiu outro marco histórico, a separação entre a teoria
e a pesquisa, pois, os trabalhos de análise da época centralizavam-se prioritariamente no
teste de hipóteses deduzidas de forma lógica e a partir de teorias prévias. Como
consequência deste marco, o desenvolvimento de novas teorias declinaram (STRAUSS
e CORBIN, 2008; CHARMAZ, 2009).
Em 1967, Glaser e Strauss que naquela época trabalhavam juntos na
Universidade da Califórnia, redigiram a obra The Discovery of Grounded Theory:
strategies for qualitative research que logo se tornariam clássico. Nesse livro, os
autores decidiram-se contrapor ao método de pesquisa dominante no campo de
pesquisas sociais daquela época. Eles propuseram estratégias sistemáticas e diretrizes
práticas de pesquisa qualitativa de forma a permitir o desenvolvimento de teorias
(STRAUSS e CORBIN, 2008; POUPART, DESLAURIERS, et al., 2008). Segundo os
autores, os aspectos centrais da prática do método proposto por Glaser e Strauss (a
Grounded Theory) foram baseados em: (a) o processo simultâneo de coleta e análise dos
dados; (b) o desenvolvimento de códigos e categorias de análise a partir dos dados; (c) o
uso do método de comparações constantes, que consiste em comparar dados e códigos
durante todo o processo de análise; (d) o desenvolvimento gradual da teoria em fluxos
de coleta e análise de dados; (e) redação de memorandos para criar categorias, registrar
pensamentos analíticos sobre suas propriedades e comparar relações entre categorias; (f)
amostragem teórica - baseada não em representatividade da população, mas em fins de
desenvolvimento de teoria e (g) desenvolvimento da revisão bibliográfica após o
desenvolvimento da teoria (GLASER; STRAUSS, 1967; GLASER, 1978, STRAUSS e
CORBIN, 2008).
Assim, Glaser e Strauss (1967) impugnaram a percepção de que os métodos de
pesquisa qualitativa seriam não metódico, formador de conclusões sobrevindo somente
das preconcepções do pesquisador, que vai à frente e precede de métodos quantitativos
mais sólidos. Ademais, eles denegaram também percepção de que coletar e analisar
dados são etapas separadas de análise e as suposições de que a pesquisa qualitativa seria
inadequada para o desenvolvimento da teoria (STRAUSS e CORBIN, 2008;
CHARMAZ, 2014).
Segundo Glaser e Strauss (1967), o método Grounded Theory, faz menção a dois
tipos de teoria que são classificadas em “teorias formais” e “teorias substantivas”. A
primeira estão concatenadas a teorias abrangentes e conceituais, já segunda são mais
simples e acessíveis, relacionando-se a situação mais específicas. Ambas podem ser
desenvolvidas pelo método da Grounded Theory. Todavia, as teorias substantivas é
mais comumente encontradas, assim como será utilizada neste estudo.
De forma indutivo global, o método Grounded Theory não se restringe a
qualquer disciplina ou tipo de dado, a teoria pode ser fundamentada a partir de variadas
dimensões teóricas. Trata-se de uma metodologia epistemologicamente neutra
(GLASER, 2009), que parte do interacionismo e se conceitua com a maior proximidade
possível à realidade prática (conceito pragmático) e o estudo intensivo de um fenômeno,
em vez da busca por legislação (conceito idiográfico), trata-se de revisões e
complementação sucessiva dos conceitos descobertos (pesquisa qualitativa de
exploração), assim como a criação de conceitos que estimulem a empatia em direção da
nova perspectivas (conceito sintetizante), parte do intersubjetivismo (ação social),
processos de criação e recriação pessoal na interação com os outros (simbolismo

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GONÇALVES, Wesley Antonio. MÉTODO GROUNDED THEORY: UM NORTE TEÓRICO........

cognitivo) e induções sucessivas a partir do conteúdo empírico (GLASER e STRAUSS,


1967; STRAUSS e CORBIN, 1998; STRAUSS e CORBIN, 2008).
Evolução ou versões da Grounded Theory
A parceria de estudos e publicações entre os autores Glaser e Strauss foi
interrompida posteriormente. Glaser continuou seus estudos e publicações defendendo a
versão originalmente criada, ao passo que Strauss passou a ser reconhecido como o
autor das novas versões. Posteriormente ao acontecido, surgiram novos pesquisadores
que passaram a militar sobre esta temática. Em síntese, as diferenças entre concepção
dos autores começou a realçar-se com a publicação da obra de Strauss e Corbin (1990)
denominado por Basics of Qualitative Research. Posteriormente, Glaser (1992)
respondeu com a publicação do livro Basics of Grounded Theory: Emergence vs.
Forcing, no qual apresentou a ideia de que a versão de Strauss para a Grounded Theory
tomava a sua produção acadêmica meramente descritiva e excessivamente, interessada
em precisão e que o processo de codificação sugerido enfatizava fortemente o uso de
categorias de condições, contextos, ações e consequências, conduzia o pesquisador a
teorias pré-concebidas e dificultava a emergência da teoria. No decorrer dos estudos,
outros pesquisadores vieram a militar nessa linha de pesquisa, desenvolvendo produções
significativas quanto ao tema, como por exemplo, o caso das obras de Guba (1985),
Charmaz (2006, 2009, 2014), Dey (1999), Glaser (2001, 2003, 2004, 2009), Clarke
(2003), Glaser e Holton (2004), Strauss e Corbin (2008), entre outros.
Autores como Glaser (2009), assim como Poupart, Deslauriers, et al., (2008) e
Godoi, Bandeira-De-Melo e Silva (2010) defendem a abordagem da Grounded Theory
Construtivista com o desenvolvimento de teoria substantiva. Assim, este estudo utilizará
desta abordagem segundo os últimos autores aqui mencionados.

A revisão da literatura antes da aplicação da Grounded Theory


Em sua obra clássica, Glaser e Strauss (1967), defendiam a tese em que a revisão da
literatura fosse suspensa até a finalização dos processos em que envolvem o
desenvolvimento da teoria, devido à preocupação com os efeitos das preconcepções
referente a esfera substantiva na receptividade teórica dos pesquisadores. Adiante,
Strauss reconsiderou sua defesa, argumentando que: "todos levamos à investigação um
considerável pano de fundo relativo à literatura profissional e disciplinar" (STRAUSS;
CORBIN, 2008, p. 48). Da mesma forma, Glaser debruçou sobre essa discussão,
momento em que também modificou o seu ponto de vista ao realizar nova abordagem
afirmando que, "é necessário que o pesquisador adepto à Grounded Theory conheça
muitos códigos teóricos a fim de estar sensível para interpretar explicitamente as
sutilezas existentes em seus dados" (GLASER, 1978, p.72). Autores como Dey (1999) e
Charmaz (2009) argumentam ser quase impossível o pesquisador coletar e interpretar
dados desprovido, com o cérebro vazio. Segundo Wu e Beaunae (2012), quando um
estudante de programa de doutorado em ciências sociais desenvolve um projeto de
pesquisa para ingressar no curso, ele já absorve as concepções da epstemologia
necessária a respeito do estudo que, para os autores já representa algum nível de
compreensão da literatura.
Por fim, compreende-se neste estudo que, a revisão do referencial teórico antes da
realização de um constructo, poderá ser proveitoso, ao passo em que refere-se, quanto
ao desenvolvimento, denominado pela autora Charmaz (2014) como start para figurar
questões realativas a entrevista, observação de dados, análisar os discursos e raciocinar
analiticamente sobre às informações.

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GONÇALVES, Wesley Antonio. MÉTODO GROUNDED THEORY: UM NORTE TEÓRICO........

O desafio e a etapa da codificação dos dados


Para Wu e Beaunae (2012), as etapas de codificação dos dados, desenvolvimento
da teoria e a limitação de tempo, representam os três desafios universais de qualquer
estudante de doutorado (pesquisador) no mundo. Estes desafios serão melhor
compreendidos na ilustração 1 a seguir.

Aberta
Desenvolvi
Desafios Níveis de Restrições
Axial mento da
Codificação do Tempo
Teoria
Seletiva

Teoria Subjacente
Amostra Teórica

Ilustração x: Os três níveis de codificação


Fonte: Elaborado pelos autores com base em Wu e Beaunae (2012)

Para os autores, é preciso que o acadêmico (pesquisador) compreenda e


determine cada passo para não haver surpresas desagradáveis. Segundo Glaser e
Strauss (1967), a codificação deve ser realizada sobre comparações constantes dos
dados. O processo deverá seguir em três níveis de codificações, sendo-os, aberta,
axial e seletiva (STRAUSS e CORBIN, 1998). Todavia, a obra de Corbin e Strauss
(2008) só refere-se a dois estágios, códigos abertos e axiais. Com tudo, obras mais
atualizadas como por exemplo Poupart, Deslauriers, et al., (2008), Goldkuhl
(2010),Wu e Beaunae (2012), Charmaz (2014), entre outras, apresentam o uso das
três codificações. A aplicação dos três níveis de codificação será melhor
compreendida por meio da ilustração 2 a seguir:

Níveis de Codificações

Examinar dados na sua quantitude;


Codificação Deparar com questões imprevistas;
Aberta Formular questões para si mesmo;
Refinamento sucessivo para categorizar.

Agrupar os dados refinados que Desevolvimento da


representam conjunto de Teoria
Codificação
procedimento;
Axial
Definir principal problema ou cena
principal que emergem dos dados;

Emergência da variável cenral;


Pívô central;
Codificação
Desenvolver uma estrutura
Seletiva
teórica preliminar que será o
paradigma de análise.

Ilustração 2: Os três níveis de codificação


Fonte: Elaborado pelos autores com base em Ferreira (2011)

O desafio relacionado ao processo de codificação consiste na técnica de


fragmentação dos dados (STRAUSS e CORBIN, 1998). Assim, as ideias intuitivas
do pesquisador e os dados devem ser alinhadas no processo de fragmentação e de
codificação. As descobertas, eventualmente, surgiram mais tarde no
desenvolvimento da teoria. Charmaz (2014), sugere que a codificação seja realizada
com o procedimento line-by-line (linha por linha).

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GONÇALVES, Wesley Antonio. MÉTODO GROUNDED THEORY: UM NORTE TEÓRICO........

Wu e Beaunae (2012), complentam argumentando que somente através da


experiência de se trabalhar com os próprios dados é que o pesquisador se
familiarizam com cada nível de codificação. “É como caminhar por uma floresta
desconhecida, escura, e sem flashlight, encontramos o nosso caminho por tentativas
e erros” (WU e BEAUNAE, 2012, p. 5).

A etapa de desenvolvimento da teoria


Esta etapa requer duas considerações essenciais. A primeira, reporta-se ao
objetivo do pesquisador em relação à pesquisa. Ao avesso da pretensão para atingir
uma versão “concreta” dos acontecimentos, melhor será, priorizar, a instante,
apresentar as variações e as contradições que, constantemente, fazem parte dos
inúmeros fragmentos narrativos da pesquisa que será conduzida. A segunda é não
partir de nenhuma construção teórica dada a priori, e nem elaborada externamente,
parte-se dos dados das interpretações que foram sendo construídos acerca deles. A
intenção é que, ao percorrer dessa maneira os enredos dos discursos e do conjunto
de orações e de vivência a que se referem, perseguindo os detalhes, diferenças,
incoerências, ambiguidades, o pesquisador pudesse construir uma interpretação para
ampliar o entendimento sobre a sociedade em que vivem os informantes e sobre
como eles a vivem (GOLDKUHL, 2010).
Assim, o processo de codificação e o desenvolvimento da teoria não devem ser
linear, mas sim, simultâneo, alternando entre codificação e desenvolvimento da
teoria (GLASER, 2009). Vale ressaltar que, a literatura sobre Grounded Theory
apresenta-se carente de exemplificação que aborde passo-a-passo o desenvolvimento
da teoria realizada por pesquisadores. Para Ferreira (2011), uma vez que a
codificação é concluída, a teoria vai organicamente emergindo. Goldkuhl (2010)
afirma que o desenvolvimento da teoria deve visar a integração de conhecimento e
de síntese. Isto significa que as teorias atuais podem ser usados ativamente, visando
uma síntese de tais teorias existentes e novas abstrações chegando da codificação de
dados e novos conhecimentos conforme representado na ilustração 3 a seguir.

s
ico Os
pír Os dados empíricos dad
s em os
em
o
dad pír
Os ico
s

As teorias existentes
Níveis de codificações (se for o caso)

A teoria desenvolvida
(o interesse do pesquisador)

Ilustração 3: Novos conhecimento sobre uma teoria


Fonte: Adaptado de Goldkuhl (2010)

A partir das análises conduzidas nos níveis de codificação (aberta, axial e


seletiva), conforme estabelecido operacionalmente pela Grounded Theory, é possível
iniciar a proposição da teoria substantiva, a partir da elaboração de uma série de
“esquemas” para apresentar tanto as propriedades de cada categoria emergente da

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GONÇALVES, Wesley Antonio. MÉTODO GROUNDED THEORY: UM NORTE TEÓRICO........

análise quanto as relações entre as categorias (GLASER, 2009). Operacionalmente, a


primeira tarefa será propor o que os autores chamam de “categoria central”, que
representa o fenômeno a ser explicado pela teoria. Entre as várias características
estabelecidas para a escolha da categoria central da teoria, as principais são: (a) todas as
outras categorias importantes podem estar relacionadas a ela; (b) a categoria deve
aparecer frequentemente nos dados, ou seja, há indicadores apontando para esse
conceito; (c) o conceito consegue explicar variações e também o ponto principal dos
dados; (d) o nome ou frase utilizada para descrever a categoria central deve ser
suficientemente abstrata, a fim de que possa ser usada para fazer pesquisa em outras
áreas substantivas (GOLDKUHL, 2010).
Para Glaser e Strauss (1967, p. 32-33) as teorias são de dois tipos: as formais e as
substantivas. O primeiro tipo é composto das “grandes” teorias, conceituais e
abrangentes, enquanto que o segundo tipo se refere a explicações para situações
cotidianas sendo, portanto, mais simples e acessíveis. Para os autores, o tipo de teoria a
ser desenvolvido pela Grounded Theory se enquadra no segundo tipo, das teorias
substantivas, ou a que foi desenvolvida por uma área de investigação empírica.
Conforme Godoi, Bandeira-de-Melo, et al., (2010) aplica-se a uma área substantiva,
geralmente, a delimitação de um grupo social.
Para se chegar à definição da categoria, será necessário realizar um processo de
abstração e um constante questionamento no tocante aos conceitos e categorias
envolvidos. Assim, os estudantes de cursos de doutorado (pesquisadores) devem adotar-
se de ferramenta (software) para alcançar este e outros procedimentos.
O retorno à literatura
Conforme discutido anteriormente, o estudo deverá fazer uso de compreensão prévia
da literatura antes mesmo dos procedimentos de coleta de dados, codificações e
emergência da teoria. Com tudo, posteriormente ao processo de desenvolvimento da
teoria, objetiva-se realizar um retorno na literatura, constituindo assim a última fase do
processo de pesquisa, envolvendo o método Grounded Theory. Glaser (2009) afirma
que este processo é uma etapa importante, visto que é o momento em que o pesquisador
(re)encontra-se com a literatura existente sobre o tema investigado, a fim de comparar
as proposições identificadas pela teoria substantiva.
A literatura referente a pesquisa que será realizada pelo proponente do presente
artigo, carece de publicação que possa proporcionar sustentação nacional e também
internacional, neste caso, retornar a revisão literária e tentar realizar as devidas
interlocuções, poderá ser, ao mesmo tempo, fácil e desafiador.

A restrição de tempo
Como já mencionado anteriormente, em pesquisa com o uso do método Grounded
Theory, o tempo sempre será considerado uma questão desafiadora. Os pesquisadores
que pretendem desenvolver estudos intensivos utilizando este método, devem possuir
uma quantidade de horas, dias e/ou meses consideráveis para dedicação ao seu
planejamento de pesquisa que incluirá, a coleta de dados, a codificação, a análise e o
desenvolvimento propriamente da teoria a partir dos dados (WU e BEAUNAE, 2012).
Ao encontro desta premissa, o pesquisador deste estudo, propõem dedicação
exclusiva para o desenvolvimento das ações que norteiam esta proposta de pesquisa,
pois, encontra-se afastado legalmente das suas atribuições como professor da rede
federal de ensino.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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GONÇALVES, Wesley Antonio. MÉTODO GROUNDED THEORY: UM NORTE TEÓRICO........

O estudo teve como objetivo gerar contribuição dialética ao passo de suscitar o


método Grounded Theory a visando a sua utilização em pesquisas relacionadas a gestão
de pessoas, utilizando-se da forma ensaística (ensaio teórico) para produzir reflexões
sobre os acontecimentos da época até os mais relevantes. Embora sinalização de
Meneghetti (2011) em relação de não haver a necessita de uma conclusão no sentido
tradicional, pois, cada parte é uma conclusão por si mesma, algumas considerações deve
ser ressaltadas. O estudo elucida duas questões, primeiramente, o cenário das
publicações científica e em segundo a compreensão do termo pesquisado e a sua base
epistemológica.
O descritor Grounded Theory GT / Teoria fundamentada surge em sua maioria
como um método unidirecional e com boas discussões sobre a baixa adoção pelos
estudantes e pesquisadores. A partir deste cenário de pesquisa, o episódio que chamou a
atenção referente ao método Grounded Theory, foi a questão de ter sido resgatado
somente seis artigos na base internacional e apenas um na base nacional em que os
autores utilizaram-se do método para desenvolver uma teoria. A maioria usufruiu-se do
método GT apenas como um meio para codificar e/ou analisar os dados. Vale ressaltar
que, a literatura sobre Grounded Theory apresenta-se carente de exemplificação que
aborde passo-a-passo o desenvolvimento da teoria realizada por pesquisadores. Em
síntese e longe de ser conclusivo e/ou exaustivo, a categorização em relação a adoção ao
método, tanto na academia quanto nos meios científicos, a realidade requer
considerações a respeito do fenômeno. A vivência da utilização experimental do método
lança luz aos traços inconfundíveis referente ao desenho da pesquisa, mesmo sob o peso
de rigor científico, permitindo assim, perceber uma maior relevância de um método
baseado em teorias, pressupostos e problemas existentes nas argumentações dos atores.
Por fim, a questão do uso do método de pesquisa deve ser formuladas de modo a que
poderia explorar a riqueza que emana dos dogmas relativos ao método.
Neste sentido, o estudo avançou ao passo que traz à tona o movimento constante
do processo dialético do uso da Grounded Theory e o estado-da-arte. O cenário de
estudo internacional a que se resgatou somente publicações free (livre) para leitura e/ou
download, destaca-se como a principal limitação deste estudo. Como sugestão para
novos estudos, sugere a pesquisa empírica com entrevista em profundidade com a
amostragem composta por pesquisadores que utilizaram-se do método em seus estudos.

Nota. Este artigo faz parte de um estudo em que o autor (proponente deste texto)
utilizou-se em um projeto de pesquisa onde adotou-se do método Grounded Theory. O
estudo foi dividido em dois artigo, sendo este (que suscitou o estado-da-arte e a base
teórica) o primeiro. O segundo apresentará a experiência vivenciada pelo autor em
relação ao uso do método em seu projeto de pesquisa.

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