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O rio Nilo é localizado na África, é normalmente tido como o maior rio do mundo. Ele
nasce na Floresta Nyungwe, em Ruanda, no centro do continente e atravessa mais nove
países até desaguar no Mar Mediterrâneo. Consumo, pesca, transporte de pessoas ou
produtos e irrigação dos cultivos agrícolas simbolizam os principais objetivos das águas do
Nilo.
O Nilo, com suas cheias periódicas, tem sido fonte de renda para a população local.
E nas margens com o tempo foram se formando aldeias e cidades. Antes de chegar ao Mar
Mediterrâneo o Rio Nilo se ramifica, aumentando a acessibilidade das águas para diversas
regiões distintas dentro do continente africano. Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quênia, Congo,
Burundi, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia e Egito são os países que possuem águas da maior
bacia da África.
O Egito sempre foi dependente do Nilo desde o início da civilização na região há
cinco mil anos, seja no período de cheia ou nas vazantes. O Rio Nilo tinha períodos de
enchente e períodos de retração de suas margens, fases que se repetiam regularmente.
Os egípcios antigos perceberam que o rio tinha um ciclo de vida, que se repetia a cada ano,
e eles puderam planejar as atividades nas aldeias para aproveitar os períodos de
retratação, evitando que as enchentes causassem danos às casas, bem como, à lavoura.
Na antiguidade, durante as cheias, as águas levavam quantidades consideráveis de
sedimentos distribuídos nas margens, deixando o solo repleto de nutrientes, caso do
húmus, indispensável para promover cultivos de cereais que são tidos como base alimentar
do povo egípcio até os dias de hoje. Estudos apontam que noventa por cento da população
egípcia se encontram instaladas nas margens do Nilo, montante equivalente a dez milhões
de indivíduos.
Observando a natureza, os egípcios perceberam ainda que o início das enchentes
era de acordo com o reaparecimento da estrela Sirius no céu. Esse evento era esperado
com uma grande festa, que marcava o início do calendário egípcio. O Rio Nilo era
considerado um deus, recebendo oferendas para garantir as cheias periódicas. Em
harmonia com a natureza, eles construíam, assim, uma grande civilização.
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1.2 A terra e o trabalho no Egito Antigo
Os primeiros grupos humanos que se fixaram no vale do Nilo, ainda na fase Neolítica,
organizaram comunidades agrícolas rudimentares e autônomas chamadas nomos. A partir
delas, as comunidades começaram a desenvolver uma agricultura eficiente que garantiu o
crescimento da população, esta passou a concentrar-se em cidades às margens do Nilo,
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aperfeiçoando técnicas de irrigação e desenvolvendo uma cultura de características
singulares. Exemplos disso foram o surgimento da escrita hieroglífica (sagrada) e a
elaboração de um calendário solar.
Por volta de ano de 3300 a.C. os nomos uniram-se para melhor aproveitar as águas
do Nilo, construindo diques e canais de irrigação. A reunião dos nomos deu origem a dois
reinos: o do Alto Egito, ao sul, e o do Baixo Egito, ao norte. Duzentos anos mais tarde,
Menés, chefe do Alto Egito, estabeleceu a unificação territorial e política dos dois reinos e
fundo a realeza faraônica, tornando-se o primeiro faraó do Egito, ele dominava aldeias
agrícolas (os nomos) chefiadas pelos nomarcas, representantes locais do faraó.
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subjugando os sírios, os fenícios e os outros povos. Já o faraó Amenófis IV (1377-1358
a.C.) tentou anular o grande poder dos sacerdotes. Queria fazer uma ampla reforma
religiosa, estabelecendo o culto monoteísta a Aton, o círculo solar excluindo os demais
deuses. Seus projetos não se concretizaram, pois, houve resistência dos sacerdotes
politeístas.
O governo do faraó Ramsés II (1299 a.C.) enfrentou vários povos asiáticos que
estavam unidos contra o Egito. Ramsés II conquistou poder e esplendor através das
conquistas militares e também pelas manifestações culturais. Exemplos são as construções
dos templos de Karnac e Luxor. No final do Novo Império, o Egito voltou a ser invadido,
desta vez pelos arrírios, que em 662 a.C, sob o comando de Assurbanipal, conquistaram a
região.
No Egito antigo, o faraó representava mais do que um simples rei; era visto como a
encarnação dos próprios deuses, escolhido por eles para garantir a estabilidade no mundo,
exercendo a função de chefe administrativo, militar, juiz supremo e sumo sacerdote. Os
faraós centralizavam todo o poder e eram tidos como encarnação de Hórus, o grande deus,
filho de Osíris, senhor dos mortos, e da deusa Ísis. A missão dos reis divinizados era manter
a ordem estabelecida pela deusa Maát, cujos preceitos fundamentais eram a verdade, a
justiça e a paz social.
O faraó era considerado o protetor da ordem universal, passando por muitos ritos ao
longo de sua vida. A primeira era a cerimonia de entronização – realizado ao assumir o
trono, quando incorporava o espírito de Hórus. Outro ritual de grande importância era o
festival Heb-Sed - celebrado após muitos anos de governo que representava a morte e o
renascimento do faraó, que renovava suas forças e fertilizava a terra.
O festival Heb-Sed era celebrado após os trinta primeiros anos de reinado e a seguir
em intervalos de três ou quatro anos. Nessa festividade, dramática e sombria, o rei passava
por um sacrifício simbólico e público de morte e depois renascia para assegurar a fertilidade
da terra. Por esse ritual se regenerava a força física e mágica do rei envelhecido, força com
a qual ele poderia ainda, e por mais outro longo período, exercer seu papel de criador, como
acontecia quando subiu ao trono.
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2.2 Os colaboradores do faraó
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Vários relatos da época descrevem uma vida difícil. Além do trabalho duro da
semeadura e da colheita, eles tinham que combater insetos, pássaros e ratos que
estragavam as plantações e manter os ladrões longe da lavoura. Depois de tudo isso, ainda
sofriam a violência dos cobradores de impostos, que costumavam castigá-los quando não
conseguiam entregar as taxas exigidas pelo faraó, assim, quando as colheitas não eram
abundantes, eles passavam por graves crises de fome.
Durante a época das inundações do Rio Nilo, os camponeses eram recrutados pelo
faraó para participar da construção de pirâmides, canais de irrigação e outras obras
públicas. Também deveriam servir no exército.
Existem estudiosos que afirmam que homens e mulheres tinham os mesmos direitos.
Outros dizem que as mulheres possuíam posições secundárias na sociedade e que as
poucas mulheres faraós só existiram por que não haviam sucessores homens.
Porém, pode-se se afirmar que as mulheres possuíam muitos direitos como: exercer
as mesmas profissões, no entanto, somente as mulheres da elite gozavam de ampla
proteção legal, as mais pobres (camponesas e artesãs) só podiam recorrer aos tribunais
caso se sentissem maltratadas.
Homens e mulheres tinham o direto de possuir bens, já os casamentos podiam ou
não ser arranjados e existia o divórcio e podia ser solicitado por ambos e por várias razões,
tais como, adultério, incapacidade de gerar filhos ou desentendimentos entre o casal.
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TEMA 3 – A RELIGIÃO E A ESCRITA NO EGITO
No Egito, a religião está presente em todos os aspectos da vida. Cada cidade, vila e
lar possuía deuses específicos e haviam deuses e deusas cultuados em todo o Egito, ou
seja, acreditava em várias divindades e até mesmo em forças da natureza. O deus
relacionado a dinastia do faraó também poderia chegar a ser uma divindade, por ser um
escolhido dos deuses.
Os nomes dos faraós e das pessoas comuns estavam ligados aos deuses. Exemplo:
Tutankhamon, jovem faraó que faleceu ainda na adolescência, cujo nome significa Tut =
imagem, ank = vida, amon = nome do deus, podendo ser traduzido como “A imagem viva
do deus Amon”. Outro exemplo foi o do faraó Ramsés II, terceiro faraó da XIX dinastia
egípcia, onde ra = deus Sol, mses = nascido, podendo traduzir-se para “Nascido por desejo
de Rá”.
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para a eternidade. Não somente as riquezas, mas também familiares e funcionários eram
enterrados junto com os faraós.
Para eles a vida era uma caminhada e a morte interrompia esta caminhada, por isso,
era necessário preparar o corpo para após a morte retomar o caminho. O preparo do corpo
envolvia muitas práticas, tendo como principal a mumificação que era realizado porque,
para os egípcios, a vida eterna implicava em permanência do corpo físico. Os rituais
funerários tinham a função de eliminar do corpo tudo que causasse corrupção e podridão e
criar um corpo purificado para trilhar o caminho da eternidade.
No processo de mumificação, inicialmente, extraíam o cérebro do morto através das
narinas; eram retirados, em seguida, os órgãos internos (colocavam-nos, então, em vasos
especiais, chamados “canópicos”). Em continuidade, o corpo era deixado, durante vários
dias, imerso em um líquido especial, o natro, para ser depois definitivamente preparado. Na
fase seguinte, colocavam-se ervas aromáticas para preencher os espaços deixados pelos
órgãos retirados. O cadáver, depois disso, podia ser convenientemente costurado e posto
em caixões, que eram sucessivamente maiores, um dentro do outro. No caso do faraó
Tutancâmon, por exemplo, alguns desses caixões eram feitos de ouro maciço. Somente a
partir desse momento, o morto podia ser levado para a sepultura.
O hieróglifo, a primeira forma de escrita no Egito surgiu por volta de 3300 a.C., no
início está escrita era pictórica, ou seja, representava objetos por meio de desenhos, mas
com o tempo passou a ser também ideográfica, com sinais representando ideias e fonética,
com sinais representando sons da fala.
O hierático é uma escrita hieroglífica simplificada e era usada em meados do terceiro
milênio a.C. para registos cotidianos, quando se queria evitar a complexidade da escrita
hieroglífica. Em 700 a.C. surge a escrita demótica (popular), servia para fazer contas,
registros e escrever cartas.
Os egípcios usavam vários materiais para escrever, sendo, os hieróglifos usados,
principalmente, nas paredes dos templos, em monumentos e em documentos muito
importantes, no entanto, em alguns casos, usavam o papiro. Já a escritas hierática ou
demótica eram usadas nas anotações cotidianas e eram feitas em madeira e papiro. Com
o passar do tempo os hieróglifos deixaram de ser usados, não sendo nem mesmo
compreendido pelos egípcios.
Saber ler e escrever era uma habilidade especial que somente poucos possuíam,
sendo indispensável a qualquer indivíduo que desejassem ocupar lugar de destaque na
sociedade egípcia.