Resenha sobre o texto “Sistema de solfejo fixo-amplicado”
Visando maior compreensão do leitor acerca do método de sistema fixo-ampliado
para se ensinar solfejo, o autor apresenta alguns conceitos dentro do contexto e faz uma síntese histórica de alguns sistemas mais usados, não só no Brasil, mais pelo mundo. Observa-se que, assim como Mendel inovou teorias da hereditariedade e genética, Robert Gagné trouxe para nós o que viria a ser a base para construção de novos sistemas de solfejo, além de teorias para aprendizagem musical. E foi através do conceito de interferência criado por este que foi analisado outros sistemas mais antigos e também modernos, não tendo o foco principal do reconhecimento visual de notas e sim o auditivo. No desenvolvimento do texto, tem se que Grécia Antiga, China, Coréia, Japão, Vietnã e Indonésia e outros são exemplos de países que utilizam o método de sistemas silábicos. Já na índia, não se usa sílabas representando alturas fixas. Guido D’Arezzo elaborou os 6 primeiros sons da escala maior diatônica (Ut, Re, Mi, Fa, Sol e La). A partir daí se desenvolve uma narrativa breve das diferentes estratégias criadas para a reprodução de notas, fosse utilizando-se sílabas diferentes, como foi exemplificado em “A arte de solfejar”, a solmização ou as sílabas Guidonianas. É apresentado também alguns sistemas de solfejo modernos, o Sistema de solfejo fixo, móvel e o de relações intervalares; as sílabas podem ser cantadas de acordo com as notas na partitura, através do sistema alemão de letras alfabéticas, ou ainda como as bases de Tonwort, onde as silabas estavam especificadas distintamente para cada nota diatônica, cromática. Este sistema de Tonwort de Carl Eitz foi base para outros, onde baseia-se na relação entre sílabas de solfejo e sua notação musical. Dentre os criadores destes, estão Wilhelm Amende, A. Bayer, Max Freymuth, Adalbert Hamel, entre outros. Houve uma reestruturação total dos conhecimentos musicais prévios e por isso se fez necessário uma formulação de uma nova estrutura. Assim, Bugeanu elaborou um sistema de 35 sílabas. Estas sílabas teriam suas vogais alteradas de acordo com os sustenidos e bemóis. Porém, este sistema mostrou difícil aprendizagem, por seguir uma racionalidade e não uma linguagem mais musical dentro do processo. Sarah Glover, na Inglaterra, adaptou o sistema de solfejo de Guido e estabeleceu que se teriam silabas para especificar as funções tonais e não suas respectivas alturas. Criou-se o princípio da tônica Sol-fa, onde se teve o dó como tônica dentro de qualquer escala maior. Além disso, surgiram os sinais manuais. Mais tarde, o sistema do dó móvel foi adaptado por Kodaly. Os sistemas de solfejo móvel utilizam números, os quais devem ser cantados de acordo com as funções tonais. Já os de solfejo por intervalos tem o objetivo de fazer fixação de intervalos específicos e faz associação com silabas ou números previamente cantados; neste, é necessário conhecimento prévio acerca de teoria musical básica. O conceito de interferência apresentado no texto, mostra como há contradições ou obstáculos dentro dos sistemas de solfejo apresentados e demonstra como a criação das ciências cognitivas foi bom para os métodos de ensino do solfejo. Foi através da análise destas interferências que se pode elaborar um novo sistema, o fixo-ampliado, o qual levou diversos fatores essenciais em consideração. A realidade musical brasileira e o processo de formação dos alunos antes da graduação, é um deles. Os principais objetivos deste sistema são: uma sílaba para cada altura, evitar conflito com a pratica instrumental e a interseção entre o sistema fixo e o móvel. Assim, retendo o que é bom e descartando o que não funcionava no contexto do ensino musical no Brasil, o sistema em questão consegue reunir algumas estratégias construídas historicamente e ainda adaptá-las para o quadro atual na graduação, diminuindo assim as interferências e proporcionando um bom método de ensinar a arte do solfejo.
Resenha – Memória Operacional
O texto discorre sobre as várias maneiras de se memorizar ou
reconhecer elementos dentro do contexto musical e do solfejo. Explica que é possível fazer com que as habilidades de ler, ouvir, cantar e escrever sejam independentes entre si e que através do aprimoramento destas, é possível melhorar a pratica do solfejo e a percepção. Ele apresenta o conceito de memória operacional com base na teoria proposta por Baddlely & Hitch, onde se poderia usar em várias atividades cognitivas. Com o uso e desenvolvimento da memória a curto prazo, poderia se melhoras a performance e toda experiência a qual possa ser vivida em tempo real. Já a Percepção Dinâmica, proposta por Gordon, baseia-se em duas formas de aprender, discriminando (por imitação e comparação) e inferindo (soluções musicais descobertas consigo mesmo). A aprendizagem então passa por alguns estágios. O ouvir é o estágio oral/aural, o cantar é a associação verbal, o ler é a associação simbólica e o escrever é a síntese composta. Estas habilidades interagem entre si mas dependendo da etapa do processo de aprendizagem e ensino, uma pode ser mais valorizada no momento em questão. A ordem que se seguirá tais habilidades dará curso a um processo cognitivo próprio.