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Quando alguém assume um grande compromisso, geralmente, espera que logo acabe. Do
outro lado, quando alguém aceita um compromisso de longa duração, espera que o valor
do compromisso esteja diluído de tal maneira que se torne bastante pequeno, aceitável.
No casamento, as duas dimensões estão presentes: trata-se de um compromisso intenso
e, ao mesmo tempo, um compromisso extenso, para toda a vida. Nossa lição evitará o
trabalho de defesa da durabilidade do casamento, e se dedicará a oferecer orientações
básicas que ajudem as pessoas “na arte de permanecerem casadas”.
O texto de 1Pedro 3.1-7 (NVI) oferece exemplo de postura favorável para lidarmos com
as diferenças quando orienta as mulheres cristãs a tratarem até mesmo com um marido
que não obedece à Palavra: “Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu
marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo
procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês” (v.1-
2). O ensino alcança diversas áreas da vida familiar, e orienta também os homens a
serem sábios no convívio com a própria esposa… “e tratem-nas com honra, como parte
mais frágil e coerdeiras do dom da graça da vida…” (v.7).
2. Habilidade de lidar com mudanças necessárias e inevitáveis
Além das questões que podem ser vistas como “diferenças”, o casamento inclui enganos,
erros e pecados por parte dos membros da família. O fato é que somos pecadores! A
maneira como lidamos com os nossos próprios erros e com os erros do cônjuge será
fundamental para definir a continuidade saudável do casamento. Isso significa aprender a
pedir perdão (embora os exemplos bíblicos sejam tantos, temos a tendência de achar que
é humilhante pedir perdão, e acabamos optando por atitudes prejudiciais ao casamento,
como negar, “deixar o tempo passar”, ficar irritado quando confrontado, culpar o outro,
etc.), ter capacidade para entrar em acordo com o outro e disposição para perdoar. A
Bíblia nos ensina que devemos ser “uns para com os outros benignos, compassivos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4.32). Do
outro lado, se existe um lugar em que deve ser aplicado o ensinamento de Jesus a Pedro
segundo o qual devemos perdoar nossos irmãos até “setenta vezes sete”, esse lugar é no
casamento.
A atitude de perdão, segundo a Bíblia, é antecedida por uma cuidadosa advertência
contra os pecados relacionais que nos dividem e fazem nascer conflito. Em Efésios 4.25-
31, somos exortados a ser cuidadosos para “não mentir uns aos outros (v.25), não nos
entregar à raiva de uns para com os outros (v.26-27), não roubar uns dos outros (v.28),
não dizer palavras que machuquem uns aos outros (v.29), e viver (inclusive em casa) de
maneira que permaneça “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e
blasfêmias, e bem assim toda malícia” (v.31).
III. Casamentos duráveis recebem investimentos
constantes
Um casamento saudável não se sustenta “naturalmente”, sem investimento.
1. De natureza física
Resumidamente, o investimento no casamento inclui o cuidado com o corpo (higiene,
saúde, aparência…) e o uso de todas as potencialidades do corpo, incluindo as expressões
físicas de carinho (de caráter sexual ou não).
2. De natureza emocional
Podemos investir no casamento também por meio do uso adequado das emoções,
especialmente quando oferecemos ao outro a segurança de que é importante, especial,
alvo de amor. O livro de Cantares tem sido usado como um verdadeiro manual de
investimento físico e emocional no casamento.
3. De natureza espiritual
Felizes são os casais que oram um pelo outro e juntos, que leem a Bíblia e cultuam juntos
e que, especialmente, são capazes de aplicar os ensinamentos da palavra de Deus nas
atitudes diárias e em todas as dimensões do relacionamento conjugal (veja Tg 1.22).
Eclesiastes 4.9-12 registra que “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga
do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver
só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se
aquentarão; mas um só como se aquentará?”
Provérbios 31 apresenta uma mulher chamada de virtuosa e diz que a vida em família é
muito agradável, entre outras razões, porque o marido confia na mulher (v.11), e “ela
lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida” (v.12).
1Coríntios 13 lembra-nos ainda que, havendo amor, há paciência nos momentos de
sofrimento, confiança, e disposição para esperar e suportar as eventuais lutas da vida
(v.7).
Vale a pena observar alguns conselhos apresentados pelo Dr. Ed Wheat no livro O Amor
que não se Apaga.
a. Nada é tão essencial qual a saúde de seu casamento e o desenvolvimento de união
entre vocês.
b. Concentrar-se no conhecimento mútuo e em construir um relacionamento íntimo
agrada ao Senhor.
c. É necessário tempos juntos para lançar adequadamente os alicerces do casamento.
d. É essencial que o marido aprenda a satisfazer às necessidades da esposa.
e. O conhecimento do cônjuge é necessário a fim de ver segundo os padrões bíblicos.
Você deve conhecê-lo em profundidade se quiser amá-lo, compreendê-lo e encorajá lo.
f. Os cônjunges devem ser companheiros de equipe unidos para servirem a Deus
eficazmente. Para vocês se tornarem uma equipe, é preciso tempo e colaboração numa
atmosfera tão livre de distrações quanto é possível.
g. De acordo com a sabedoria de Criador, o primeiro ano é crucial em todo casamento,
devendo ser vivido com cuidado e prudência.
Conclusão
Nesta lição estudamos sobre a arte de permanecer casados – um casamento durável, para
a vida toda. Dois lembretes são importantes. Primeiro, que a vida é curta, e devemos
gozá-la com discernimento e alegria, sempre que possível, na companhia da pessoa com
quem nos casamos. Segundo, que não basta ter um casamento duradouro. É preciso viver
bem, com alegria e felicidade. Mais do que aparências e convenções sociais, é preciso
construir relacionamento saudável e feliz, de modo que permanecer casados seja um
privilégio, uma alegria, e não um dever enfadonho e sofrido.