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TEVILAH E O MIKVÊ
Tevilah e o Mikvê:
No meio cristão há muitas controvérsias a respeito do batismo, seja quanto a forma ou às palavras
que devem ser pronunciadas, o significado do ato e outras questões, a maioria dos cristãos da
seita pentecostal só consideram o batismo em línguas.
O Batismo ou Tevilah no hebraico, começou antes mesmo da primeira vinda de Yeshua e o Mikvê,
é a forma de batismo no meio judaico que pode ser considerado a origem do batismo cristão,
apesar das denominações evangélicas não gostarem desta associação e nem os judeus.
Tevilah ou imersão(batismo) no Judaísmo:
A palavra hebraica para batismo é Tevilah e significa imersão, que embora pudesse ser feito em
um rio ou lago, era geralmente feita em um Mikevê, um tanque onde as águas das chuvas ou de
um córrego foram represadas. Este tanque era um elemento essencial em uma Sinagoga e
também fazia parte do Templo de Jerusalém.
Arqueólogos tem desenterrado muitos destes tanques no monte do antigo Templo e são idênticos
aos modernos banhos de mikevê encontradas nas sinagogas de judeus ortodoxos, massort e
nazarenos ainda hoje, as mulheres ortodoxas visitam o mikvê após seu fluxo mensal e, muitas
vezes depois de terem relações íntimas. Homens ortodoxos vão ao mikvê para se prepararem
para o Shabat e dias santos, e às vezes, mesmo o judeu secular vai à mikvê em ocasiões
especiais, antes do casamento por exemplo.
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26/08/2016 TEVILAH E O MIKVÊ | Congregação Israelita Nazarena Beyt Bene Avraham
No judaísmo a própria pessoa se imerge, sem contato físico com outra pessoa, após remover
roupas e jóias, um preceptor, Rosh ou Rabino pode acompanhar a pessoa até o mikvê e recitar as
devidas bênções, dependendo da ocasião, também deve haver a presença de duas testemunhas,
caso a Tevilah seja uma imersão para arrependimento e conversão, porém nenhum dos
acompanhantes intervirá no ato pessoal do canditado a Tevilah, e a imersão é invalidada se
alguma intervenção impedir que a água atinja todas as partes do corpo, principalmente a cabeça.
As testemunhas presente não tocam naquele que vai se imergir, que se imerge totalmente
colocandose numa posição sentada ou posição fetal debaixo da água. O batismo de Yeshua pode
ter sido feito assim, por autoimersão e seria a explicação da frase em Mateus 3:16, dizendo que
após ser imergido, Yeshua saiu logo da água.
Na Torah Sagrada encontramos vários textos com recomendações de rituais de purificação. No
Monte Sinai D'us ordenou que as pessoas lavassem suas roupas como um ato simbólico de
purificação. (Êxodo 19:10); e no livro de Levíticos há ordenanças para Araão e seus filhos se
lavarem antes de entrarem na área sagrada do Tabernáculo chamada Santo dos Santos. Em
Números há instruções sobre purificação após contaminação por um corpo morto:
"Purificaivos por sete dias fora do arraial.....purificaivos, tanto vocês como os que vieram cativos
com vocês.....Este é um Rouqat(estatuto) da Torah que Adonai ordenou a Moisés....Tudo que
puder suportar o fogo fareis passar pelo fogo(objetos e utensílios), para que fique limpo, todavia,
também se purificará com água purificadora, mas tudo que não puder suportar o fogo(pessoas)
fareis passar pela mikvê nas águas"(Números 31:19 a 23)
Após a menstruação a mulher deveria passar pelo ritual de purificação e aquele que fosse curado
da hanseníase também deveria se purificar. Outro uso da purificação na água que tornouse parte
da tradição judaica e ninguém sabe exatamente porque, é a imersão de novos convertidos ao
judaísmo, conhecidos como prosélitos. Na Torah era exigido a circuncisão de certos grupos de
gentios, mas pouco antes dos tempos do ministério de Yeshua, já havia sido instituído a prática de
batismo dos prosélitos.
A imersão no mikveh tem a finalidade de purificação ritual para fins espirituais e nunca material,
pois para esta última, antes do banho ritual a pessoa tinha que tomar um bom banho, lavando os
cabelos, cortando as unhas e se livrando de qualquer bandagem no corpo. Claro que a pessoa
não deve possuir nenhuma ferida no corpo ou doença de pele, nos atuais mikvê para mulheres há
sempre uma atendente experiente chamada senhora mikveh para assistir a imersão e garantir que
a mulher foi totalmente coberta pela água.
Ao entrar na água a pessoa morre pra si mesmo simbolicamente, e ao sair do mikveh, nasce de
novo, conceito parecido que identificamos no batismo nazareno. É muito importante este sentido
espiritual do mikeveh, marcando a passagem de um tipo de vida para outro.
As testemunhas, no caso da Tevilah ser para arrependimento e conversão, servem para atestar o
ato e aquele que vai se imergir, o candidato, recita todo o credo judaico e, no caso do judaísmo
Notzerim, deve recitar toda a declaração de Fé dos judeus nazarenos, também deve haver uma
renúncia pública de seus antigos deuses, religião, crenças e dogmas que são contrários a Fé
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Notzeri, depois o Shemá Sagrado deve ser recitado como confirmação de que a conversão será
ao D'us de Yisrael, e finalmente, o candidato recitará a bênção do Mikvê que é a seguinte:
Baruch Atah Adonai Elohenu Meleh ha'olam asher kideshanu b'mitzvotav ha'tevillah al.
"Bendito és Tu, ó Adonai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificas com teus Mandamentos
e nos ordenou realizar a imersão."
No caso do prosélito no judaísmo comum, a bênção é recitada após a imersão, podendo o
candidato ser imerso três vezes se assim desejar. Nos escritos do judaísmo há uma série de
prescrições a respeito do mikvê, da construção, da água e dos ritos.
Yohanan o Imersor(João Batista):
O uso da água para purificação e consagração é um conceito comum no judaísmo e muito antigo.
Devido a isso, quando João batista apareceu na Judéia pregando o arrependimento e o batismo
no rio Jordão, o batismo em si não causou estranheza. Ele pregava o iminente julgamento de
D'us, advertindo que Yisrael deveria se arrepender e ser espiritualmente renovado, e o batismo na
água simbolizaria renascimento. Este batismo, porém, era uma ordem divina. O próprio João
Batista afirma que D'us o mandou a batizar com água e que após ele viria um que batizaria com o
Espírito Santo (João 1:2933).
Yeshua veio para ser batizado por João, não por causa de pecados, mas para cumprir toda a
justiça divina. João era um levita da linhagem sacerdotal e tinha autoridade para testemunhar a
imersão do Messias de Yisrael. Esta imersão de Yeshua, se não era para arrependimento de
pecados, era para marcar o início do ministério terreno de Yeshua. Logo depois lemos que os
discípulos de Yeshua também batizavam, enquanto João ainda cumpria seu ministério. Antes da
sua partida Yeshua ordenou:
"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, ensinandoos a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado." (Mateus 28:19)
A Tevilah no meio Notzerim:
O batismo nazareno também requer sacrifício e não estão dispensados deste sacrifício, que foi
cumprido, de uma vez por todas em Yeshua haMashiach na cruz. O batismo ou a imersão
realizada pelos nazarenos são precedidos pela fé (emuná) no D'us de Yisrael. Adonai enviou o
Messias Salvador antes que o Templo fosse completamente destruído, para que ele pudesse
expiar o pecado de uma vez por todas, e assim todos os que nele cressem não ficariam sem o
sacrifício aceitável diante do Eterno.
Da mesma maneira não há necessidade de circuncisão em caso dos gentios convertidos, para
poder servir a D'us através de Yeshua, pois no momento em que a pessoa crê, operase a
circuncisão no coração, como descrito por Shaul haShaliach aos colossenses:
"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da perfeição; E estais perfeitos nele, que é a
cabeça de todo o principado e potestade; No qual também estais circuncidados com a circuncisão
não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, que é a circuncisão do Messias;
Sepultados com ele na Tevilah, nele também ressuscitastes pela fé no poder do Eterno, que o
ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da
vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoandovos todas as ofensas"(Colossenses 2:9
14)
Este texto não representa toda a visão Notzeri sobre o batismo e nem pretende esclarecer todas
as polêmicas que há a respeito do batismo, mas apenas despertar para a grande verdade de toda
a Escritura, a saber que o Eterno é UM.
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Rosh: Marlon roccolli
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