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26/08/2016 TEVILAH E O MIKVÊ | Congregação Israelita Nazarena Beyt Bene Avraham

TEVILAH E O MIKVÊ

Tevilah e o Mikvê:

No meio cristão há muitas controvérsias a respeito do batismo, seja quanto a forma ou às palavras
que  devem  ser  pronunciadas,  o  significado  do  ato  e  outras  questões,  a  maioria  dos  cristãos  da
seita pentecostal só consideram o batismo em línguas.
O Batismo ou Tevilah no hebraico, começou antes mesmo da primeira vinda de Yeshua e o Mikvê,
é  a  forma  de  batismo  no  meio  judaico  que  pode  ser  considerado  a  origem  do  batismo  cristão,
apesar das denominações evangélicas não gostarem desta associação e nem os judeus.

Tevilah ou imersão(batismo) no Judaísmo:

A palavra hebraica para batismo é Tevilah e significa imersão, que embora pudesse ser feito em
um rio ou lago, era geralmente feita em um Mikevê, um tanque onde as águas das chuvas ou de
um  córrego  foram  represadas.  Este  tanque  era  um  elemento  essencial  em  uma  Sinagoga  e
também fazia parte do Templo de Jerusalém.

Arqueólogos tem desenterrado muitos destes tanques no monte do antigo Templo e são idênticos
aos  modernos  banhos  de  mikevê  encontradas  nas  sinagogas  de  judeus  ortodoxos,  massort  e
nazarenos  ainda  hoje,  as  mulheres  ortodoxas  visitam  o  mikvê  após  seu  fluxo  mensal  e,  muitas
vezes  depois  de  terem  relações  íntimas.  Homens  ortodoxos  vão  ao  mikvê  para  se  prepararem
para  o  Shabat  e  dias  santos,  e  às  vezes,  mesmo  o  judeu  secular  vai  à  mikvê  em  ocasiões
especiais, antes do casamento por exemplo.

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26/08/2016 TEVILAH E O MIKVÊ | Congregação Israelita Nazarena Beyt Bene Avraham

 
No  judaísmo  a  própria  pessoa  se  imerge,  sem  contato  físico  com  outra  pessoa,  após  remover
roupas e jóias, um preceptor, Rosh ou Rabino pode acompanhar a pessoa até o mikvê e recitar as
devidas bênções, dependendo da ocasião, também deve haver a presença de duas testemunhas,
caso  a  Tevilah  seja  uma  imersão  para  arrependimento  e  conversão,  porém  nenhum  dos
acompanhantes  intervirá  no  ato  pessoal  do  canditado  a  Tevilah,  e  a  imersão  é  invalidada  se
alguma intervenção impedir que a água atinja todas as partes do corpo, principalmente a cabeça.

As  testemunhas  presente  não  tocam  naquele  que  vai  se  imergir,  que  se  imerge  totalmente
colocando­se numa posição sentada ou posição fetal debaixo da água. O batismo de Yeshua pode
ter sido feito assim, por auto­imersão e seria a explicação da frase em Mateus 3:16, dizendo que
após ser imergido, Yeshua saiu logo da água.

Na  Torah  Sagrada  encontramos  vários  textos  com  recomendações  de  rituais  de  purificação.  No
Monte  Sinai  D'us  ordenou  que  as  pessoas  lavassem  suas  roupas  como  um  ato  simbólico  de
purificação.  (Êxodo  19:10);  e  no  livro  de  Levíticos  há  ordenanças  para  Araão  e  seus  filhos  se
lavarem  antes  de  entrarem  na  área  sagrada  do  Tabernáculo  chamada  Santo  dos  Santos.  Em
Números há instruções sobre purificação após contaminação por um corpo morto:

"Purificai­vos por sete dias fora do arraial.....purificai­vos, tanto vocês como os que vieram cativos
com  vocês.....Este  é  um  Rouqat(estatuto)  da  Torah  que  Adonai  ordenou  a  Moisés....Tudo  que
puder suportar o fogo fareis passar pelo fogo(objetos e utensílios), para que fique limpo, todavia,
também  se  purificará  com  água  purificadora,  mas  tudo  que  não  puder  suportar  o  fogo(pessoas)
fareis passar pela mikvê nas águas"(Números 31:19 a 23)

Após a menstruação a mulher deveria passar pelo ritual de purificação e aquele que fosse curado
da hanseníase também deveria se purificar. Outro uso da purificação na água que tornou­se parte
da  tradição  judaica  e  ninguém  sabe  exatamente  porque,  é  a  imersão  de  novos  convertidos  ao
judaísmo,  conhecidos  como  prosélitos.  Na  Torah  era  exigido  a  circuncisão  de  certos  grupos  de
gentios, mas pouco antes dos tempos do ministério de Yeshua, já havia sido instituído a prática de
batismo dos prosélitos.

A imersão no mikveh tem a finalidade de purificação ritual para fins espirituais e nunca material,
pois para esta última, antes do banho ritual a pessoa tinha que tomar um bom banho, lavando os
cabelos,  cortando  as  unhas  e  se  livrando  de  qualquer  bandagem  no  corpo.  Claro  que  a  pessoa
não deve possuir nenhuma ferida no corpo ou doença de pele, nos atuais mikvê para mulheres há
sempre uma atendente experiente chamada senhora mikveh para assistir a imersão e garantir que
a mulher foi totalmente coberta pela água.

Ao entrar na água a pessoa morre pra si mesmo simbolicamente, e ao sair do mikveh, nasce de
novo, conceito parecido que identificamos no batismo nazareno. É muito importante este sentido
espiritual do mikeveh, marcando a passagem de um tipo de vida para outro.

As testemunhas, no caso da Tevilah ser para arrependimento e conversão, servem para atestar o
ato e aquele que vai se imergir, o candidato, recita todo o credo judaico e, no caso do judaísmo
Notzerim, deve recitar toda a declaração de Fé dos judeus nazarenos, também deve haver uma
renúncia  pública  de  seus  antigos  deuses,  religião,  crenças  e  dogmas  que  são  contrários  a  Fé
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Notzeri, depois o Shemá Sagrado deve ser recitado como confirmação de que a conversão será
ao D'us de Yisrael, e finalmente, o candidato recitará a bênção do Mikvê que é a seguinte: 

Baruch Atah Adonai Elohenu Meleh ha'olam asher kideshanu b'mitzvotav ha'tevillah al.

"Bendito és Tu, ó Adonai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificas com teus Mandamentos
e nos ordenou realizar a imersão." 

No  caso  do  prosélito  no  judaísmo  comum,  a  bênção  é  recitada  após  a  imersão,  podendo  o
candidato  ser  imerso  três  vezes  se  assim  desejar.  Nos  escritos  do  judaísmo  há  uma  série  de
prescrições a respeito do mikvê, da construção, da água e dos ritos.

Yohanan o Imersor(João Batista):

O uso da água para purificação e consagração é um conceito comum no judaísmo e muito antigo.
Devido a isso, quando João batista apareceu na Judéia pregando o arrependimento e o batismo
no  rio  Jordão,  o  batismo  em  si  não  causou  estranheza.  Ele  pregava  o  iminente  julgamento  de
D'us, advertindo que Yisrael deveria se arrepender e ser espiritualmente renovado, e o batismo na
água  simbolizaria  renascimento.  Este  batismo,  porém,  era  uma  ordem  divina.  O  próprio  João
Batista afirma que D'us o mandou a batizar com água e que após ele viria um que batizaria com o
Espírito Santo (João 1:29­33).

Yeshua  veio  para  ser  batizado  por  João,  não  por  causa  de  pecados,  mas  para  cumprir  toda  a
justiça divina.  João era um levita da linhagem sacerdotal e tinha autoridade para testemunhar a
imersão  do  Messias  de  Yisrael.  Esta  imersão  de  Yeshua,  se  não  era  para  arrependimento  de
pecados,  era  para  marcar  o  início  do  ministério  terreno  de  Yeshua.  Logo  depois  lemos  que  os
discípulos de Yeshua também batizavam, enquanto João ainda cumpria seu ministério. Antes da
sua partida Yeshua ordenou:

"Portanto  ide,  fazei  discípulos  de  todas  as  nações,  ensinando­os  a  guardar  todas  as  coisas  que
vos tenho ordenado." (Mateus 28:19)

 
A Tevilah no meio Notzerim:

O  batismo  nazareno  também  requer  sacrifício  e  não  estão  dispensados  deste  sacrifício,  que  foi
cumprido,  de  uma  vez  por  todas  em  Yeshua  haMashiach    na  cruz.  O  batismo  ou  a  imersão
realizada  pelos  nazarenos  são  precedidos  pela  fé  (emuná)  no  D'us  de  Yisrael.  Adonai  enviou  o
Messias  Salvador  antes  que  o  Templo  fosse  completamente  destruído,  para  que  ele  pudesse
expiar  o  pecado  de  uma  vez  por  todas,  e  assim  todos  os  que  nele  cressem  não  ficariam  sem  o
sacrifício aceitável diante do Eterno.
Da  mesma  maneira  não  há  necessidade  de  circuncisão  em  caso  dos  gentios  convertidos,  para
poder  servir  a  D'us  através  de  Yeshua,  pois  no  momento  em  que  a  pessoa  crê,  opera­se  a
circuncisão no coração, como descrito por Shaul haShaliach aos colossenses:

"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da perfeição; E estais perfeitos nele, que é a
cabeça de todo o principado e potestade; No qual também estais circuncidados com a circuncisão
não  feita  por  mão  no  despojo  do  corpo  dos  pecados  da  carne,  que  é  a  circuncisão  do  Messias;
Sepultados  com  ele  na  Tevilah,  nele  também  ressuscitastes  pela  fé  no  poder  do  Eterno,  que  o
ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da
vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando­vos todas as ofensas"(Colossenses 2:9­
14)

Este texto não representa toda a visão Notzeri sobre o batismo e nem pretende esclarecer todas
as  polêmicas que há a respeito do batismo, mas apenas despertar para a grande verdade de toda
a Escritura, a saber que o Eterno é UM.

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Rosh: Marlon roccolli

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