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João Pessoa
Dezembro - 2017
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
CAMPUS JOÃO PESSOA
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
João Pessoa
Dezembro - 2017
1
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
CAMPUS JOÃO PESSOA
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
João Pessoa
Dezembro - 2017
2
Resumo
3
Abstract
This is a nal graduate bibliography and pratice work on PSIM software simulation
that describes a polyphase active shunt lter to eliminate harmonics currents and power factor
compensation of a three phase load connected to the grid, which it will cancel them making
the grid responsible only by the fundamental frequency. This goal is based on regime study
and current and VSI's DC bus controllers tunning.
4
AGRADECIMENTOS
5
Sumário
1 INTRODUÇÃO 10
4 CONTROLE DO FILTRO 16
4.1 CONTROLADOR PI PARA O BARRAMENTO CC . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.2 CONTROLADOR PI MODIFICADO DE CORRENTE . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3 ESTRATÉGIA PWM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.4 SINTONIA DOS VALORES DE kii E kpp PARA O CONTROLADOR DO BAR-
RAMENTO CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.5 SINTONIA DOS VALORES DE ki e kp PARA OS CONTROLADORES DE
CORRENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
6 SIMULAÇÕES E RESULTADOS 35
7 CONCLUSÃO 51
REFERÊNCIAS 52
6
Lista de Figuras
7
23 Simulação do circuito da Figura 21 com amplitude de corrente mul-
tiplicado por 10 para melhor visualização. . . . . . . . . . . . . . . . . 39
24 Circuito de simulação com 5a harmônica. . . . . . . . . . . . . . . . . 39
25 Corrente da rede com introdução de correntes de 5a ordem sem
presença do ltro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
26 Resultados da simulação após implementação do controlador do di-
agrama da Figura 7. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
27 Resultados da simulação após implementação do controlador do di-
agrama da Figura 7 com Ig · 10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
28 Sistema Final para simulação no PSIM e resultados. . . . . . . . . . . 41
29 Tensão no barramento CC do VSI. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
30 Corrente de referência gerada pelo controlador de corrente e cor-
rente da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
31 Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para com-
ponentes harmônicas de valores de pico de 20, 30, 40, 50 e 70% ·il /h,
com tensão de referência estimada com a equação (79) sem o critério
de 10%. (Vdc∗ = 622, 25 V) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
32 Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para com-
ponentes harmônicas de valores de pico de 20, 30, 40, 50 e 70% ·il /h,
com tensão de referência estimada com a equação (79) com o critério
de 10%. (Vdc∗ = 685 V) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
33 Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para com-
ponentes harmônicas de valores de pico de 30% · il /h. . . . . . . . . . 47
34 Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para com-
ponentes harmônicas de valores de pico de 40% · il /h. . . . . . . . . . 48
35 Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para com-
ponentes harmônicas de valores de pico de 50% · il /h. . . . . . . . . . 49
36 Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para com-
ponentes harmônicas de valores de pico de 70% · il /h. . . . . . . . . . 50
8
Lista de Tabelas
9
1 INTRODUÇÃO
Com o advento e uso cada vez mais crescente de equipamentos com características
não lineares de corrente, a rede elétrica vem sofrendo com distúrbios oriundos de componentes
harmônicos presentes no sistema. Devido a este fato indesejável, a engenharia elétrica tem
procurado estabelecer métodos mais ecazes na solução de mitigação das harmônicas. Os
recursos mais utilizados para a resolução desta problemática são os que envolvem estratégias
de ltragem.
Basicamente essas estratégias podem ser classicadas em dois tipos: estratégias
passivas e estratégias ativas. As passivas utilizam elementos passivos tais como capacitores e
indutores sintonizados para a eliminação de harmônicos ou a compensação de reativos. Dois
problemas podem ser elencados no uso dessa estratégia, o primeiro é que a sua capacidade de
compensação é xa limitada ao momento do projeto o segundo é que há a possibilidade de
ressonâncias com a rede elétrica, o que acaba prejudicando o sistema elétrico, isto é, a rede e
os elementos conectadas a mesma (BERES et al., 2016).
O ltro ativo é o elemento da compensação dinâmica, trabalhando como dispositivo
elétrico neste caso, um conversor de potência responsável pela passagem de algumas com-
ponentes de frequências desejadas ou não. A sua conexão a rede elétrica pode ser em série ou
shunt (paralelo) em relação à carga. Segundo (LEÃO; SAMPAIO; ANTUNES; 2014), o ltro
em série é o menos adotado, pois, além de ser inviável economicamente, o mesmo é exposto a
toda a corrente da carga e deve ser isolado completamente em relação ao potencial de terra.
Por este motivo, o ltro shunt possui como principal característica, oferecer um caminho de
baixa impedância para as correntes de componentes de frequências desejadas, impedindo o seu
acesso ao sistema elétrico.
A relevância dos ltros ativos bem como sua inuência na rede elétrica vem cres-
cendo ao longo do tempo. Várias inovações e tipos vem sido desenvolvidos com pesquisas e
estudos não apenas sobre a tecnologia envolvida nos componentes físicos utilizados, como tam-
bém nas estratégias de controle. Por exemplo, a estratégia de controle para chaveamento pode
ser baseada no ângulo de disparo em modelos híbridos de ltros (ltros ressonantes e ativos asso-
ciados) para balancear cargas desequilibradas, compensar o fator de potência (parte ressonante)
e mitigar componentes harmônicas (parte ativa). Em contrapartida, devido a complexidade de
cálculo, o ltros ativos podem não ter um rendimento esperado com cargas desequilibradas pois
10
o mesmo tentará compensar o desbalanceamento, diminuindo assim sua eciência na tentativa
de mitigar as componentes harmônicas (WANG; LAM; WONG, 2017).
Alguns focos de pesquisa de controle avançados para ltros ativos paralelos se ba-
seiam em extração de referências, rastreamento de corrente ou em até geradores de referência
seletiva baseada na Transformada Recursiva Discreta de Fourier (RDFT). Porém devido a com-
plexidade de implementação em sistemas microcontrolados, após extração do sinal de referência,
torna-se pouco efetivo o sistema de controle do ltro rastrear valores para mitigar componentes
harmônicas segundo (CHEN et al., 2017).
Outro objetivo a ser alcançado pelos ltros ativos é a atenuação da ressonância
paralela causada pela interação entre a indutância da rede e a capacitância total equivalente
de banco de capacitores para compensar o fator de potência, conforme discutidos por (AR-
RILLAGA; WATSON 2003) e (XU et al., 2017). Muitos bancos capacitivos são chaveados
ao longo do tempo, mudando assim os valor da capacitância equivalente total. Filtros ati-
vos podem ser implementados com comportamento de um "resistor virtual"de valor constante,
objetivando amortecer a ressonância. Entretanto, esse comportamento pode gerar super ou
subamortecimentos de performance do ltro ativo devido a incompatibilidade de parâmetros
do sistema elétrico, segundo (CHEN et al., 2017). Ainda de acordo com (CHEN et al., 2017),
ltros congurados dessa forma atenuam melhor as componentes harmônicas próximas ao valor
de ressonância.
Devido aos inúmeros problemas causados por componentes harmônicos como so-
brecarga de neutro (CHITTORA; SINGH; SINGH; 2017), aquecimento de enrolamentos do
estator de motores, avaria no cabeamento de fases do sistema por sobrecarga dentre outros
citados (WANG; LAM; WONG, 2017) e (ARRILLAGA; WATSON 2003), os ltros ativos vem
se tornando cada vez mais a solução mais adequada para os desaos da qualidade de energia.
Por serem rápidos, de menores dimensões, exíveis e hábeis para compensar reativos, segundo
(CHITTORA; SINGH; SINGH; 2017), os avanços desenvolvidos e aperfeiçoamento dos ltros
ativos são de importância signicativas, devido suas várias ramicações e como principal van-
tagem a compensação dinâmica, o que não ocorre em estratégias passivas de ltragem.
O tema desse trabalho é o modelo de um ltro de tipo ativo paralelo, isto é, um
dispositivo que tem por função injetar correntes no ponto de acoplamento da rede com a carga
de modo a compensar reativos e harmônicos. O trabalho baseia-se na modelagem do ltro,
estudos de regime, estratégia PWM, sintonia dos controladores de barramento e de corrente e
11
uma breve abordagem de elementos passivos.
Os ltros ativos, de um modo geral, tem um forte impacto em questões de eciência
energética, em baixa e média potência, e, por este motivo, este trabalho será organizado de
forma a contemplar aspectos fundamentais no entendimento e na concepção de ltros ativos
do tipo paralelo (shunt ). Serão abordados aspectos tais como: o modelo dinâmico do ltro, o
estudo de regime permanente para a determinação da sua tensão de referência do barramento,
a estratégia PWM e os controles do barramento e de corrente do ltro.
dig1 dif 1
eg1 + rg ig1 + lg + rf if 1 + lf − v10 − vn0 = 0 (1)
dt dt
12
dig2 dif 2
eg2 + rg ig2 + lg + rf if 2 + lf − v20 − vn0 = 0 (2)
dt dt
dig3 dif 3
eg3 + rg ig3 + lg + rf if 3 + lf − v30 − vn0 = 0 (3)
dt dt
Onde,
egj é a tensão da rede (V), (onde j = 1, 2, 3);
rf j é a resistência da impedância de saída do ltro(Ω);
lf j é a indutância da impedância de saída do ltro (H);
if j é a corrente injetada pelo ltro no ponto de acoplamento à rede (A);
vj0 é a tensão de pólo de saída do ltro (V);
vn0 é a tensão entre o pólo central do barramento do conversor e a rede
elétrica (V);
Do PAC, com a lei de Kirchho das correntes, também é possível deduzir que:
Onde,
igj é a corrente fornecida da rede (A);
ilj é a corrente fornecida da carga (A);
Assim como para as correntes da rede, do ltro e da carga
3
X
igj = 0 (5)
j=1
3
X
if j = 0 (6)
j=1
3
X
ilj = 0 (7)
j=1
Todas essas equações, como a forma de dedução, serão utilizadas ao longo de todo
o trabalho. Adiante, serão abordados a análise de regime permanente do ltro, o sistema de
controle, os controladores utilizados, o dimensionamento dos elementos passivos e os resultados
das simulações.
13
3 ANÁLISE DE REGIME PERMANENTE DO FILTRO
14
da carga será:
Eg1
Il1 = (8)
rc + jXc
Que pode ser reescrita como:
Eg1
Il1 = (rc − jXc ) (9)
rc2 + jXc2
Conforme já descrito anteriormente, a rede deverá fornecer apenas a parcela ativa
da corrente da carga. Portanto:
Eg1 rc
Ig1 = + j0 (10)
rc2
+ jXc2
Como a corrente de referência do ltro deverá ser, em função da corrente do nó na
fase 1, no PAC (Ponto de Acoplamento Comum), obtêm-se:
jEg1 Xc
If 1 = − (13)
rc2 + jXc2
Assim, fazendo análise da malha do circuito monofásico equivalente da Figura 2,
têm-se:
Eg (rc2 + Xc2 + Xc Xf ) Eg Xc rf
V10 = 2 2
−j 2 (16)
rc + Xc rc + Xc2
Onde,
15
Eg é a tensão da rede da fase correspondente(V);
rc é a componente resistiva que compõe a impedância da carga (Ω);
Xc é a componente reativa que compõe a impedância da carga (Ω);
rf é é a componente resistiva que compõe a impedância do ltro (Ω);
Xf é a é a componente reativa que compõe a impedância do ltro (Ω);
Como a equação (16) encontra-se no formato fasorial, é necessário obter as tensões
de referência do ltro ativo no domínio do tempo, defasadas 120° entre si, por se tratar de um
sistema trifásico equilibrado. Portanto:
Valores de referência, como exibido nas equações (17),((18)) e (19) são de funda-
mental importância em estabelecer valores de referência realizáveis aos controladores, de modo
a evitar que o controle force situações perigosas para o conversor, tais como a saturação das
indutâncias de ltro ou pontos operacionais de corrente inadmissíveis para o sistema.
Uma análise fasorial do comportamento do ltro em regime permanente está mos-
trado na Figura 3, adotando-se Vf como referência.
4 CONTROLE DO FILTRO
16
de controle que responderam ao comportamento do sistema em tempo real.
Conforme já descrito anteriormente, o ltro shunt ativo neste trabalho é composto
de um VSI (do inglês Voltage Source Inverter ). O VSI é composto por um barramento CC
o qual é formado por dois capacitores em série, de modo que, paralelo aos mesmos, estão os
"braços ou pólos chaveados do conversor", compostos por chaves como IGBT's ou MOSFET,
que fornecem uxo de potência para a carga e para o próprio barramento, conforme mostrado
na Figura 4. Essas chaves são controladas por um microcontrolador ou DSP programado para
condicionar o disparo ou bloqueio das mesmas conforme denido pelos controladores, através
das tensões de pólo de referência.
17
pulsos de bloqueio ou disparo das chaves do conversor, de modo a forçar o ltro a trabalhar
nas compensações determinadas no projeto.
Figura 5: Diagrama de blocos geral do controle do ltro shunt ativo a ser simulado.
Onde,
Ig(t) é o valor de pico da corrente no barramento no instante t;
Ig(t + h) é o valor da variação da corrente no barramento em um instante
t + h;
h é o passo de cálculo do controlador;
ki é a constante da parte integral do controlador PI;
kp é a constante da parte proporcional do controlador PI;
ε(t) é a o erro da tensão do barramento CC denido como:
18
4.2 CONTROLADOR PI MODIFICADO DE CORRENTE
ka s2 + kb s + kc
Gs (s) = (23)
s2 + ω 2
Nessa função de transferência, considerando ka = kp , kb = ki e kc = 0, utilizando o
MatLAB, obtêm-se o diagrama de Bode da Figura 6.
19
O uso de técnicas de discretização, tais como apresentadas por (ASTROM; WIT-
TENMARK 1997), torna sicamente possível a implementação de controladores. Para esse
trabalho, o controlador CPIM utilizado é o estacionário do tipo "B"descrito nas equações a
seguir, assim como o seu diagrama de blocos da Figura 7 (JACOBINA, 2005).
Onde,
ξ s (t) é o erro de corrente estacionário;
is (t) é a corrente de entrada de referência;
is∗ (t) é a corrente medida na fase;
ωe é a frequência angular elétrica da frequência fundamental da rede;
γ = cos(ωe h) (28)
ζ = sin(ωe h) (29)
20
Figura 7: Diagrama de blocos do controlador estacionário CPIM tipo "B".
Conforme demonstrado por (JACOBINA et al., 2001), para ser completado o sis-
tema de equações, é necessário utilizar-se de um artifício matemático, isto é, uma variável
auxiliar vx∗ . Esta variável auxiliar é denida pela equação a seguir:
21
vx∗ = µVx∗ max + (1 − µ)Vx∗ min (32)
Vc
Vx∗ max = − vmax {v1∗ , v2∗ , v3∗ } (33)
2
Vc
Vx∗ min = − − vmin {v1∗ , v2∗ , v3∗ } (34)
2
Onde,
Vc é a tensão lida no barramento CC.
vmax é o maior valor entre as três tensões de referência naquele instante.
vmin é o menor valor entre as três tensões de referência naquele instante.
Ao serem denido o valor de vx∗ naquele instante, é possível enm determinar os
valores das tensões de pólo.
Da Figura 1, é possível extrair o equivalente monofásico da Figura 8. Dela podem
ser deduzidas as tensões de polo de referência, desde que se saiba quais os valores de corrente
da carga que é necessário compensar.
22
egj = −if zg + vj0 − vn0 (35)
Portanto:
2 ∗ 1 ∗ 1 ∗
∗
v1∗ = v10 ∗
− vn0 = v10 − v20 − v30 (38)
3 3 3
1 ∗ 2 ∗ 1 ∗
∗
v2∗ = v20 ∗
− vn0 = − v10 + v20 − v30 (39)
3 3 3
Para completar o conjunto de equações, têm-se que:
1 ∗ 1 ∗ 1 ∗
vx∗ = v10 + v20 + v30 (40)
3 3 3
Colocando as equações (38), (39) e (40) na forma matricial, obtêm-se:
∗
v 2 1
−3 −3 1
v∗
1 3 10
(41)
∗ 1 2
v2 = − 3 3 − 13 · v20
∗
vx∗ 1
3
1
3
1
3
∗
v30
Logo, da matriz (42), é possível obter as equações a seguir para as tensões de pólo
de referência:
∗
v10 = v1∗ + vx∗ (43)
∗
v20 = v2∗ + vx∗ (44)
∗
v30 = v3∗ + vx∗ (45)
23
Conforme já descrito, as equações (43), (44) e (45) serão comparadas com uma
portadora triângular de alta frequência, ação esta que denirá o estado das chaves, conforme
está demonstrado na Figura 9. O uxograma do algoritmo utilizando as equações descritas
nessa estratégia está mostrada na Figura 10.
24
4.4 SINTONIA DOS VALORES DE kii E kpp PARA O CONTROLA-
DOR DO BARRAMENTO CC
kii
Gc (s) = kpp + (46)
s
A equação (46) pode ser reescrita como:
(s kkpp + 1)
Gc (s) = kpp ii
(47)
s
Assumindo uma constante de tempo τ para o conversor fonte de tensão, a qual é
representativa do período de chaveamento do conversor, tem-se:
Ed
Gp (s) = 2
(48)
sτ + 1
Onde,
Onde Ed é a tensão do barramento CC (V);
Onde τ é o período da portadora triângular (s);
E para o barramento CC, obtém-se:
1
GB (s) = (49)
sCB + RCB
Onde,
Onde CB é a capacitância total do barramento CC (F);
Onde RCB é a resistência elétrica equivalente série do barramento CC (Ω);
Portanto, a função de transferência de malha aberta (FTMA) para o controle do
barramento CC, utilizando as equações (49),(47) e (48), e fazendo o cancelamento de pólos por
zeros obtêm-se:
kpp
Ed
(s + 1)
kii 1
GM A (s) = kpp 2
(50)
s sτ + 1 (
sC(B(+(R(CB
(
25
kii E2d
GM A (s) = (51)
s sτ + 1
GM A (s)
GM F (s) = (52)
1 + GM A (s)
Logo, substituindo (51) em (52), têm-se:
Ed
kii 2
GM F (s) = s sτ +1
Ed (53)
kii 2
1+ s sτ +1
E
kii 2d
+1)
s(sτ
GM F (s) = Ed (54)
s(sτ +1)+kii 2
s(sτ
+1)
kii E2d
GM F (s) = (55)
s(sτ + 1) + kii E2d
kii E2d
GM F (s) = (56)
s2 τ + s + kii E2d
26
Devido a equação (56) se tratar de uma função de transferência de segunda ordem,
é possível determinar os valores de kpp e kii para pólos reais e idênticos, como:
1
kii = (57)
2τ Ed
CB kii
kpp = (58)
RCB
A partir desses valores de kii e kpp foi realizada um processo de ajuste dos mesmos
por sintonia na para melhor resposta do controle.
DORES DE CORRENTE
27
Aplicando (61) em (59), é possível obter:
eg − v (t)
(t) f
ig (t) = (67)
zg + zf
−vf (t)
ig (t) = (68)
zg + zf
Aplicando a transformada de Laplace na equação (68), temos:
−Vf (s)
Ig (s) = (69)
zg + zf
Da função de transferência do conversor (48), é possível fazer uma aproximação de
primeira ordem considerando o pequeno delay de chaveamento:
Ed
V 0 (s)
− fsτ +12
Ig (s) = (71)
zg + zf
Ed
Ig (s) − sτ2+1
= (72)
Vf0 (s) zg + zf
Considerando zg = rg + lg s e zf = rf + lf s e substituindo temos:
28
Ed
Ig (s) − sτ2+1
= (73)
Vf0 (s) rg + lg s + rf + lf s
Ig (s) − E2d
= (74)
Vf0 (s) s2 [τ (lg + lf )] + s[τ (rg + rf )] + rg + rf
Para os valores adotados simulados no sistema, obtêm-se o diagrama de Bode des-
crito na Figura 14.
Portanto, a FTMF é:
Gc Gdc
GM F (s) = (75)
1 + Gc Gdc
Considerando a equação (74) como Gdc e a equação (23) como Gc , obtêm-se:
29
E
− 2d ka s2 +kb s+kc
s2 [τ (l g +lf )]+s[τ (rg +rf )]+rg +rf s2 +ω 2
GM F (s) = E (76)
− 2d ka s2 +kb s+kc
1+ s2 [τ (lg +lf )]+s[τ (rg +rf )]+rg +rf s2 +ω 2
Ed
− 2
(ka s2 +kb s+kc )
(
(
(s2 [τ (lg +lf(
)]+s[τ
(((r( (((( (s2 2)
g +rf )]+rg +rf ) +ω
GM F (s) = (((( Ed (77)
(s2 [τ (lg +lf )]+s[τ (rg +rf )]+rg +rf )(s2 +ω 2 )− 2
(ka s2 +kb s+kc )
(
((
(s2 [τ (lg +lf(
)]+s[τ (((( (s2
(((rg +rf )]+rg +rf ) +ω
2)
((((
− E2d (ka s2 + kb s + kc )
GM F (s) = Ed
(78)
(s2 [τ (lg + lf )] + s[τ (rg + rf )] + rg + rf )(s2 + ω 2 ) − 2
(ka s2 + kb s + kc )
Assim, para a equação (78), é possível obter o diagrama de Bode da Figura 16, o
diagrama de lugar das raízes da Figura 17 e resposta ao sinal senoidal da Figura 18.
É possível ver que para cada um dos diagramas de bode, um ganho de alto valor
para a frequência de corte, e para valores de ω > ωc , uma atenuação da resposta. Isto é, um
comportamento análogo ao obtido na Figura 6.
A Figura 17 mostra o lugar das raízes para a função de transferência da equação
(78). Nela, é visto que 1 pólo é mais rápido que os demais, o que garantirá um menor tempo de
assentamento. Além disso, é possível ver pólos sobre o eixo imaginário, o que demonstra que o
sistema é marginalmente estável.
Conforme observado no resultado da simulação da Figura 18, o controle proporciona
30
Figura 17: Lugar das raízes da FTMF da equação (78)
31
Figura 18: Resposta do sinal senoidal da FTMF da equação (78)
Conforme descrito por (CHAOUI et al., 2008), material esse utilizado em todo o dimen-
sionamento, existem vários métodos para o mesmo em projetos de ltros ativos. Como o modelo
32
de diagrama da Figura 5 é semelhante ao descrito pelo material base, serão demonstrados os
métodos em que os resultados se aproximaram de uma melhor otimização.
O dimensionamento dos elementos passivos de um ltro ativo paralelo conforme a
topologia da Figura 5 se dá em três parâmetros principais:
√
Vdc = 2 2Vs ; (79)
Onde,
Vs é a tensão de fase da rede (V);
Com base nessa equação, é assumido até o valor de 1, 1Vdc no critério que o barra-
mento CC é regulado para se manter em até 10% do valor de pico de entrada estimado.
Quanto à indutância para um inversor de 6 braços (trifásico), Lf é projetada de
forma a limitar a oscilação (ripple ) da componente fundamental da corrente na rede durante o
cruzamento/passagem por zero pela tensão da rede, como:
Vdc
Lf = (80)
6fP W M ∆I(p−p)max
Onde,
Vdc é a tensão do barramento CC (V);
fP W M é a frequência de chaveamento do PWM (Hz);
I∆(p−p)max é a variação máxima de pico-a-pico da corrente (ripple );
Para estimar a capacitância do barramento CC, deve-se levar em consideração que
o barramento trabalha com uma oscilação de 2ωe de ripple, com base na corrente de sequência
negativa da carga. Para isso, a capacitância mínima é de:
33
S
Cdc = (81)
2ωe Vdc ∆V(p−p)max
S é a potência aparente da carga (VA);
ωe é a frequência angular da rede (rad/s);
Vdc é a tensão do barramento CC (V);
∆V(p−p)max é a variação máxima de pico-a-pico da tensão no barramento
(ripple );
Em questões de dimensionamento de componentes para ltros ativos, é necessário
se levar em consideração a impedância para cada componente múltipla da fundamental, haja
vista que para componente de frequência, haverá uma impedância correspondente, pelo fato de
indutâncias ou capacitâncias serem determinadas por tais frequências. Fazendo uma analogia
ao teorema da superposição, é possível perceber a contribuição para cada componente, conforme
visto na Figura 19.
Também é possível vericar na Figura 19, que para componentes de frequência múl-
tiplas da fundamental, o modelo de circuito equivalente é obtido. Por questões de praticidade,
a impedância da linha zgh será desconsiderada para equacionamento, devido a complexidade de
análise a ser realizada pela concessionária para cada componente de frequência.
Como discutido anteriormente, em regime permanente a equação (16) fornece a
tensão de referência para um ltro ativo na frequência fundamental para a correção do fator
de potência da carga. Entretanto, não se é levado em consideração a presença de harmônicas.
Com base na Figura 19, para as harmônicas, é possível obter que a tensão de referência do ltro
deve ser:
Onde,
if h é a corrente para a componente de ordem h (A);
rf é a componente resistiva da impedância de saída do ltro (Ω);
Lf é a indutância da impedância de saída do ltro (H);
fe é a frequência fundamental (Hz);
h é a ordem da harmônica múltipla da fundamental;
De modo a garantir que o barramento possua um valor suciente elevado para a
34
Figura 19: Diagramas de circuitos equivalentes para cada componente de frequência.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
6 SIMULAÇÕES E RESULTADOS
35
15,4 Ω de resistência e indutância de 0,042 H. Valores esses de bancada disponíveis no LACA
(Laboratório de Acionamento, Controle e Automação) do IFPB. Já o ltro possui uma impe-
dância de saída com resistência interna estimada de 0,36 Ω da indutância de 4 mH obtida pela
equação (80), para uma ripple máximo de 3.5%, com frequência de chaveamento de fP W M = 10
kHz. O barramento CC, foi estimado com a equação (81) resultando em um valor de capaci-
tância de 4200 µF com um ripple máximo de tensão de 3,35%.
Inicialmente foi implementado apenas um ltro dotado do Inversor VSI para corrigir
o fator de potência de 0,7 atrasado de uma carga resistiva-indutiva trifásica de 6,6 kVA com
os valores anteriormente descritos, conforme pode ser observado na Figura 21. Na Figura, é
possível ver o ltro conectado ao ponto de acoplamento comum (PAC) com a carga e a ligação
à rede representada por três fontes de tensão senoidais.
Os resultados da simulação obtidos do circuito da gura 21 estão demonstrados na
Figura 22. É possível ver que antes da adição do ltro ao circuito, a corrente está defasada em
relação a tensão. Em contrapartida, ao ser adicionado o ltro, a corrente está perfeitamente
em fase com a tensão.
Multiplicando a amplitude da corrente medida por 10, para poder se observar
melhor o comportamento da corrente, além de perceber que a mesma encontra-se comple-
tamente em fase, é possível constatar que ela encontra-se "ruidosa"por uma componente de
alta-frequência. Isso é resultado do chaveamento do VSI.
36
Figura 21: Circuito de simulação de Filtro shunt ativo para correção do fator de
potência da carga
37
Figura 22: Simulação dos valores de tensão e corrente do circuito da Figura 21 sem
o ltro (cima) e com o ltro (baixo).
38
Figura 23: Simulação do circuito da Figura 21 com amplitude de corrente multipli-
cado por 10 para melhor visualização.
tensão do barramento passar a não ser mais efetivo. Dependendo das amplitudes das com-
ponentes harmônicas de corrente, um valor elevado de tensão ao barramento CC passa a ser
inviável, pois, o THD de corrente varia muito pouco.
Apesar de se tratar de um modelo inicial, a resposta do ltro ante às distorções
harmônicas impostas pelas fontes de corrente na simulação foram muito satisfatórias. Conforme
39
Figura 25: Corrente da rede com introdução de correntes de 5a ordem sem presença
do ltro.
demonstrado nas Tabelas 1-6. Em alguns casos, o THD chegou a car abaixo de 5%, valor esse
determinado por normas nacionais e internacionais como o PRODIST e o IEEE Std. 519,
respectivamente.
40
Figura 27: Resultados da simulação após implementação do controlador do diagrama
da Figura 7 com Ig · 10.
41
Figura 29: Tensão no barramento CC do VSI.
42
Tabela 1: THDs de corrente obtidos das simulações da Figura 31 para uma tensão
de barramento estimada com a equação (79), sem o critério de 10% (Vdc∗ = 622, 25
V).
Corrente 20% Ip 30% Ip 40% Ip 50% Ip 70% Ip
THD THD THD THD THD
Ia 5,92% 8,88% 11,84% 14,77% 20,72%
Ib 5,92% 8,88% 11,84% 14,78% 20,73%
Ic 5,92% 8,88% 11,84% 14,78% 20,72%
Igr 5,41% 5,50% 5,62% 5,77% 6,12%
Igs 5,42% 5,51% 5,65% 6,07% 9,46%
Igt 5,41% 5,53% 5,66% 6,05% 8,93%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
Tabela 2: THDs de corrente obtidos das simulações da Figura 32 para uma tensão
de barramento estimada com a equação (79), com o critério de 10% (Vdc∗ = 685 V).
Corrente 20% Ip 30% Ip 40% Ip 50% Ip 70% Ip
THD THD THD THD THD
Ia 5,92% 8,88% 11,84% 14,77% 20,72%
Ib 5,92% 8,88% 11,84% 14,78% 20,73%
Ic 5,92% 8,88% 11,84% 14,78% 20,72%
Igr 5,71% 5,78% 5,91% 6,05% 6,44%
Igs 5,69% 5,78% 5,92% 6,03% 6,41%
Igt 5,69% 5,80% 5,93% 6,05% 6,42%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
THD
Corrente Vc∗ = 650 V Vc∗ = 750 V Vc∗ = 850 V Vc∗ = 950 V
Ia 8,87% 8,87% 8,87% 8,87%
Ib 8,87% 8,87% 8,87% 8,87%
Ic 8,86% 8,86% 8,86% 8,86%
Igr 3,90% 4,13% 4,29% 4,55%
Igs 3,93% 4,09% 4,31% 4,58%
Igt 4,01% 4,11% 4,31% 4,54%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
43
Tabela 4: THD de corrente obtidos das simulações da Figura 34
THD
Corrente Vc∗= 650 V Vc∗= 750 V Vc∗ = 850 V Vc∗ = 950 V
Ia 11,84% 11,84% 11,84% 11,84%
Ib 11,84% 11,84% 11,84% 11,84%
Ic 11,84% 11,84% 11,84% 11,84%
Igr 4,50% 4,63% 4,81% 5,08%
Igs 5,69% 4,54% 4,81% 5,05%
Igt 5,40% 4,56% 4,77% 5,01%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
THD
Corrente Vc∗= 650 V Vc∗= 750 V Vc∗ = 850 V Vc∗ = 950 V
Ia 14,77% 14,80% 14,70% 14,77%
Ib 14,78% 14,80% 14,70% 14,78%
Ic 14,77% 14,80% 14,70% 14,77%
Igr 5,05% 5,39% 5,39% 5,59%
Igs 8,39% 5,35% 5,36% 5,54%
Igt 7,67% 5,37% 5,38% 5,53%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
THD
Corrente Vc∗ = 650 V Vc∗ = 750 V Vc∗ = 850 V Vc∗ = 950 V
Ia 20,72% 20,72% 20,72% 20,72%
Ib 20,72% 20,72% 20,72% 20,72%
Ic 20,72% 20,72% 20,72% 20,72%
Igr 6,37% 6,56% 6,76% 6,87%
Igs 15,72% 6,76% 6,68% 6,80%
Igt 14,00% 6,73% 6,68% 6,86%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
44
Figura 31: Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para compo-
nentes harmônicas de valores de pico de 20, 30, 40, 50 e 70% ·il /h, com tensão de
referência estimada com a equação (79) sem o critério de 10%. (Vdc∗ = 622, 25 V)
47
Figura 34: Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para compo-
nentes harmônicas de valores de pico de 40% · il /h.
48
Figura 35: Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para compo-
nentes harmônicas de valores de pico de 50% · il /h.
49
Figura 36: Correntes das fases da rede a montante e jusante do ltro para compo-
nentes harmônicas de valores de pico de 70% · il /h.
50
7 CONCLUSÃO
51
Referências
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