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ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: ENG2032 – TEORIA DAS ESTRUTURAS I
Prof. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
Vimos que a energia de deformação produzida por uma força qualquer atuando em um sólido
é dada pela equação (1) se essa força for aplicada gradual e lentamente no sólido com seu
valor aumentando de 0 até P (ou M, ou T). Vimos ainda que, se a relação entre a força e o
deslocamento sofrido por ela for linear, valem as equações (2), pois a área que a curva
definida por essa relação faz com o eixo x e que é representada pela integral, será igual à área
de um triângulo de altura igual à força (P, M ou T) e base igual ao deslocamento (Δ, ߠ ou ߶).
௫భ
1 1 1
ܷ= ܲΔ ܷ= ߠܯ ܷ= ܶ߶
2 2 2
(2)
No caso de material com comportamento linear, a área que a curva faz com o eixo y também
será a área de um triângulo de mesma base (Δ, ߠ ou ߶) e mesma altura (P, M ou T). Essa área é
matematicamente expressa pela equação (3) e representa a Energia de deformação
complementar. Observe que a energia de deformação e a energia de deformação
complementar são iguais se o material for linear. Caso contrário, essas duas energias terão
valores diferentes.
ிೌೣ
ഥ = න ܨ݀ ݔ
ܷ (3)
Da mesma forma, se F já esteja aplicada ao sólido e outra força ܨ′ seja também aplicada de
modo que a barra sofra um deslocamento ݔ′, o trabalho realizado por F quando a barra sofre o
deslocamento adicional ݔ′ é ܷ = ݔܨ′. De maneira análoga, o trabalho produzido por um
momento M já aplicado quando um momento M’ produz uma rotação adicional ߠ′ é ܷ = ܯθ′.
Raciocínio similar pode ser estendido à força cortante e ao momento torçor. Assim, a energia
de deformação produzida pela força F ’ quando a barra sofrer o deslocamento x’ será ܨᇱ ݔᇱ /2.
Os teoremas demonstrados nesta aula são válidos apenas para estruturas nas quais a relação
entre deformações e deslocamentos são lineares.
Teorema de Clapeyron
Se um corpo inicialmente descarregado for solicitado por ações externas (forças de volume,
forças de superfície, temperatura, recalques de apoio) que aumentam gradual e lentamente
desde zero até ao seu valor final P, o trabalho produzido na deformação elástica desse corpo,
se esta se realiza em regime elástico-linear, é independente da ordem de aplicação das forças
e da sua lei de variação, e tem metade do valor que teria se as forças externas fossem logo
aplicadas com o seu valor final. Matematicamente, o teorema de Clapeyron é dado pela
equação (4). Para o caso particular de uma única força atuando no sólido, a Figura 2 ilustra a
aplicação do Teorema de Clapeyron.
ிୀிáೣ
ܨ ݔ อ 1
= ܨ ݔ อ
2
(4)
ୀଵ ிୀ ୀଵ ிୀிáೣ
Teorema de Betti
1 1
ܹ = ܨ ݑ = ܹ = ܨ ݑ
2 2
(5)
Para o caso particular de dois sistemas de forças compostos cada um por uma única força
atuando no corpo, a Figura 3 ilustra o Teorema de Betti.
Teorema de Maxwell
Assim, empregando a equação (5) e atribuindo a ܨ e ܨ valores unitários, obtemos a equação
(6). Desse teorema decorre a simetria da matriz de flexibilidade, como veremos
oportunamente quando estivermos estudando o método das forças.
Exercício 1
O deslocamento em qualquer ponto dessa viga pode ser obtido deduzindo a equação da linha
elástica da viga. Para o carregamento indicado, a elástica é definida como:
ܲ ݔଶ ܲܮଷ
= )ݔ(ݕ ( ݔ− 3)ܮ se ܮ = ݔ, =ݕ−
6ܫܧ 3ܫܧ
Para o cálculo da energia de deformação por flexão, considerando x medido a partir do ponto
de aplicação da força concentrada, temos que a equação que descreve o momento fletor ao
longo da viga é:
= )ݔ(ܯ−ܲݔ
ܯଶ (−ܲ)ݔଶ ܲଶ ݔଶ ܲ
ݔ
ଶ ଷ
ܲଶ ܮଷ
ܷ=න ݀ = ݔන ݀ = ݔන ݀= ݔ ቤ ܷ=
2ܫܧ 2ܫܧ 2ܫܧ 6 ܫܧ 6ܫܧ
5000 ∙ 4ଷ
(ݕ4) = − (ݕ4) = −5,33 ݉݉
3 ∙ 200 ∙ 10ଽ ∙ 100 ∙ 10ି
ܲ 5000
ܹ௫௧ = ∙ݕ ܹ௫௧ = ∙ 5,33 ∙ 10ିଷ ܹ௫௧ ≅ 13,33 ܰ. ݉
2 2
5000ଶ 4ଷ
ܷ= ܷ = 13,33 ܰ. ݉
6 ∙ 200 ∙ 10ଽ ∙ 100 ∙ 10ି
Assim, provamos que o trabalho da força externa é igual à energia interna de deformação.