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AS REPRESENTAÇÕES FEMININAS NA VIDA DE BRÁS CUBAS.

Wgenilene Martins*
Maria Iranilde de Almeida Costa*
RESUMO

O romance Memórias Póstumas de Brás Cuba, escrito por Machado de Assis e publicado
em 1881 é o foco dessa análise, que tem como objetivo retratar as representações
femininas na vida de Brás Cubas, levando em consideração os perfis das mulheres Marcela,
Virgilia, Eugênia e Eulália. Assim como os comentários irônicos dos narrador-personagem
que nos leva a crer que essas representações se constituem numa forma de desconstruir as
mulheres do ponto de vista moral.

Palavras-chave: Brás Cuba, Mulheres, Zombaria.

ABSTRACT

The novel Posthumous Memories of Brás Cuba, written by Machado de Assis and published
in 1881 is the focus of this analysis, which aims to portray the female representations in the
life of Brás Cubas, taking into account the profiles of the women Marcela, Virgilia, Eugenia
and Eulalia. Like the ironic remarks of the narrator-character that leads us to believe that
these representations constitute a way to deconstruct women from the moral point of view.

Keywords: Brás Cuba, Women, Mockery.

1 INTRODUÇÃO

Memórias póstumas de Brás Cuba é um divisor de água na obra de Machado


de Assis. É o romance inaugural do realismo no Brasil. O realismo lida com fatos,
comj a realidade do homem e a sociedade em conjunto, uma das caracteristicas
dessa escola literária é o retrato da mulher com qualidade, mas também com
defeitos. São figuras retiradas do cotidiano, complexas, inusitadas, supreendentes e
esféricas.

O objetivo deste estudo é retratar as representações femininas na vida de Brás


Cubas, levando em consideração os perfis das mulheres Marcela, Virgilia, Eugênia e
Eulália. Assim como os comentários irônicos dos narrador-personagem que nos leva
a crer que essas representações se constituem numa forma de desconstruir as
mulheres do ponto de vista moral.


*Graduanda do curso de Letras Português.

Professora Doutora, na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
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2. BREVE RESUMO DA OBRA

Narrado em primeira pessoa pelo defunto – autor Brás Cubas, de maneira


fragmentária, o romance é, talvez, a grande obra-prima da literatura brasileira.

Brás Cubas, começa a sua história pelo fim, isto é, pela morte do autor,
passando depois pela doença que o matou, pneumonia. Á época, preparava o
emplasto que o faria célebre.

Nascido em família rica, no Rio de Janeiro, tinha uma irmã e era mimado
pelos pais. Tinha também um "brinquedo", o negrinho Prudêncio, alvo de suas
traquinagens. Arteiro e irresponsável, Brás Cubas chega à juventude e se apaixona
por Marcela, uma cortesã – algo que é apenas sugerido, nunca dito explicitamente -
a quem enche de presentes, gastando parte do dinheiro da família.

A partir dessa situação, o pai de Brás Cubas não via outra saída para o filho,
então mandou-o para a Europa com o objetivo de estudar leis, uma situação comum
na alta sociedade carioca da época. Contrariado, Brás Cubas segue para a
universidade em Coimbra, mas a viagem é triste, pois Marcela não foi despedir-se
dele. Passada a tristeza, Brás Cubas viveu um tempo em Coimbra e adquiriu seu
diploma. Sem inaptidão para o trabalho, a vida de Brás Cubas continuaria a mesma
de antes da universidade, quando vivia apenas com o dinheiro dos pais.

A volta ao Brasil se dá porque o pai o chama de volta, caso contrário não


veria mais sua mãe viva, o que acontece de fato, já que, dias após o retorno ao
Brasil, a mãe de Brás Cubas morre. Após a morte da mãe, o pai aconselha-o a
seguir carreira política e o casamento. Acatando a decisão do pai, Brás Cubas é
apresentado à Virgília, parente de um ministro da corte.

Sua paixão, no entanto, acaba sendo por Eugênia, moça coxa, filha de uma
conhecida da família, que cuidava da mãe de Brás Cubas. O fato de ser coxa, no
entanto, inviabilizou o romance pela parte do rapaz, que escolheu Vírgilia. Nessa
altura, porém, o plano já estava condenado, pois a moça se casou com outro
homem.
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Após estes acontecimentos, o pai de Brás Cubas falece, o que acarreta em
uma briga com a irmã por causa da herança. Passada a briga, Brás Cubas volta a
morar sozinho, escrevendo versos, o que lhe faz ter contato com um homem
chamado Luiz Dutra, que acaba informando a Brás Cubas a notícia da chegada de
Virgília e do marido. A partir daí há o início de um romance com a moça. Na mesma
época, Brás Cubas também reencontra um amigo de infância, Quincas Borba.

O romance com Virgília acaba sendo descoberto, o que fortaleceu ainda


mais a paixão dos dois. A moça acaba grávida, mas perde o bebê. Depois de um
tempo, o romance com Virgília termina. Nesta altura, Brás Cubas e a irmã já haviam
feito as pazes e ela buscava uma noiva para o irmão.

Há ainda um novo reencontro com Quincas Borba, que já estava


transformado devido à uma herança. Foi nesta época que ambos entraram em um
estudo sobre a filosofia humanitista. Na mesma época, a irmã de Brás já havia
arrumado uma noiva para o irmão, mas quando estava para firmar o compromisso a
moça faleceu e, a partir daí, Brás juntou-se a Quincas e ambos continuaram a
desenvolver a filosofia humanitista.

Brás Cubas ainda se candidatou a um cargo político e criou um jornal, mas


os planos não deram certo. Próximo de morrer, Brás Cubas viu o amigo Quincas
falecer. Assim, o personagem morre, mas se vangloria por ter tido uma vida
parasitária, sem trabalho e também por não ter deixado nenhum filho no mundo.
( referência)

3. MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Moro do Livramento, na cidade do


Rio de Janeiro. Era filho de Francisco José de Assis e de Maria Leopoldina
Machado de Assis. Estudou apenas até o quarto ano do primário numa escola no
bairro de São Cristovão, pois, com a morte de seu pai – sua mãe já havia
falecido e o pai se casara novamente - , passou a trabalhar, vendendo pelas ruas
do Rio de Janeiro cocadas e pés de moleque, que a madrastra, d. Maria Inês,
fabricava. Esta foi responsável pela criação e educação do menino. ( Sá, 2013).

Atualmente é um dos maiores nomes da literatura brasileira, atuou como


jornalista, cronista, critico, dramaturgo e poeta. Fundando e primeiro presidente
da Academia Brasileira de Letras é o principal nome do realismo brasileiro, mas
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sua obra deixou um legado para diferentes estilos e gêneros literários. No início
de sua carreira, apostou em textos mais tradicionais, mas logo foi desenvolvendo
um estilo muito particular.

4. REALISMO

O realismo é uma estética do século XIX que defende a objetividade, a


moderação do sentimento e a visão cientifica, opondo-se ao romantismo. O realismo
no Brasil teve início em 1881 com Memórias Póstumas de Brás Cuba, e O mulato,
de Aluisio de Azevedo.

Preocupados com o combate social, os autores realistas, principalmente


Machado de Assis e Raul Pompeia, não pouparam críticas sociais à sociedade
burguesa do Rio de Janeiro. O realismo tem como características o objetivismo, o
racionalismo, a critica a burguesia, universalismo, contemporaneidade e as
personagens femininas das obras realistas são figuras vivas, do cotidiano,
complexas, inusitadas, supreendentes e esféricas. ( Sá, 2013).

5. AS REPRESENTAÇÕES FEMININAS NA VIDA DE BRÁS CUBA

Diferente do romantismo o qual apresentava a mulher como honesta, pura,


ingênua, uma verdadeira santa, o realismo traz a figura de uma mulher totalmente
contraria a uma mulher do período romântico.

No realismo essas mulheres são as vilãs da historia, nunca vistas com bons
olhos. Memórias póstumas é um romance realista, representando os conflitos do
homem burguês, descrevendo suas características físicas e morais (referência
passar direito).

Em memórias póstumas de Brás Cuba, temos os romances do personagem


com quatro mulheres, essas passam pela vida de Brás com diferentes formas.

Marcela: Foi o primeiro envolvimento de Brás, essa representava um


comportamento ousado, dotado de sensualidade, ambiciosa e interesseira.
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Baseava seu relacionamento com Brás Cuba no dinheiro e nas joias que
recebia.

Virgília: Foi o grande amor de Brás, era uma mulher ambiciosa que se
casou por interesse. Mesmo gostando de Brás não rompeu seu casamento,
pois não queria perder seu privilegio da sociedade.

Eugênia: Era moça de bons costumes, passava a imagem de


serenidade, tranquilidade, é educada, bonita, mas é coxa.

Nhã – Loló (Eulália): Era uma moça de bons costumes, calma,


educada, de família. Morre muito nova de febre amarela.

Nos romances de Machado de Assis, percebe-se a representação da sociedade


burguesa do segundo reinado com suas damas elegantes e ambiciosas custeadas
por homem da alta sociedade. (referência antigo principal).

Marcela é bem representada assim por Brás:

[...] “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos”.
(ASSIS, 2012, p. 51).

Diante da grande formosura de Marcela, Brás Cuba se deixa apaixonar


loucamente, tanto que na obra encontramos um capitulo dedicado somente a ela.
Cuba descreve Marcela como uma mulher volúvel, que tinha capacidade de mentir.
Era uma mulher que amava todos, mais ganhava aquele que lhe entregasse mais
joias.

Apesar dessas atitudes, Marcela não gostava de ser denominada como


interesseira. A moça foi o primeiro envolvimento de Cuba. Segundo o mesmo, a
jovem era uma mulher sensual, que era capaz de seduzir a qualquer custo e que
agrava de acordo com os presentes mais caros que recebia:

[...] “E, se era joia, dizia isto a contemplá-la entre os dedos, a procurar
melhor luz, a ensaiá-la em si, e a rir, e a beijar-me como uma reincidência
impetuosa”. (cap. XV).

Apesar de sua paixão ardente por Marcela, Brás Cuba não deixa de ser
sarcástico. No final sobre a moça, o mesmo fala que apesar da paixão pelo lucro, e
depois de tantos amores, Marcela acaba feia, magra, decrepita e abandona em um
hospital. Brás Cuba, em um primeiro momento denominada Marcela como mulher
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linda e impecável, depois trás duras criticas a moça, essa de linda e impecável torna
–se uma mulher de rosto amarelo e bexiguento:

[...]” Não podia ter sido feia; ao contrário, via-se que fora bonita, e não pouco
bonita; mas a doença de uma velhice precoce distraíram-lhe a flor das graças”. (cap.
38).

Em relação a Virgilia, Brás Cuba descreve desde de suas roupas, até seu
comportamento perante os acontecimentos da sociedade. Foi à paixão arrebatadora
de Cuba, era atrevida, bonita, fresca, clara, faceira, pueril. [...] “ Dois grandes
namorados, de paixões sem freio” (cap. XI). Brás, ao contrario do que falou sobre a
velhice de Marcela, diz que Virgilia tinha a beleza da velhice.

Virgilia se casa com Lobo Neves e logo após comente adultério com Brás
Cuba, apesar do seu sentimento pelo narrador-personagem opta por continuar com
seu marido. Depois do ocorrido, Brás considera a moça como um diabo angelical:
“Positivamente era um diabrete Virgilia, um diabrete angelical”. (Cap. 43), a moça
passa a ser descrita como dissimulada, sem caráter, mentirosa, a mulher que
preferiu o posicionamento social.

Eugênia, era a moça quieta, impassível, que tinha uma graça natural,
continha um ar de senhora. Eugênia foi a mulher mais ironizada e descontruída por
Brás Cuba. O narrador-personagem não poupou ironia e sarcasmo, a moça era
chamada por ele de flor da moita, pois é fruto de um adultero.

Apesar de citar a beleza da moça, ele continua a debochar, que apesar de


sua beleza, seus defeitos físicos seriam maiores e a tornava feia.

[...] “Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão
senhoril; e coxa”! (cap. ?)

Eugênia ganhou vários apelidos vindos de Brás Cuba, além de flor da moita,
também foi chamada de Vênus manca, fazendo referência à deusa do amor na
mitologia.

Nhã – Loló, a personagem já aprece depois dos desvaneios amorosos de


Brás. É descrita como filha de uma família burguesa, pura, angelical. Eulália era
mulher perfeita para casar e construir uma família. Apesar de Cuba não a amar, seu
casamento com a mesma seria para sua inserção a sociedade.
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Os planos de Brás Cuba não deram certos, a moça veio a falecer de repente
de febre amarela. Eulália representaria uma crítica aos românticos ....

É notável que essas mulheres se diferenciam em relação as suas


representações na vida do narrador-personagem. Marcela representou a mulher
profana, o carnal, ambição. Virgilia foi o grande amor, representou a sedução, o
feitiço, o pecado. Eugênia representou para Cubas a moça prendada, de família,
bonita, mas COXA. E Nhã – Loló era a perfeita para casa, a conveniência social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após analise da obra, nota-se que a representação das mulheres na vida de
Brás Cuba é .....

Diante do que foi pesquisado, percebemos que a literatura infantil e suas


releituras vão realmente se atualizando com o passar dos tempos. Esse processo de
atualização é sem dúvidas muito importante na formação do leitor, pois as formas de
reflexão, mudam ao passar dos anos. Nas obras analisadas percebemos diferentes
modos de reflexões para seu público, como superação dos medos em chapeuzinho
amarelo e consequência de uma desobediência em chapeuzinho vermelho.

Podemos concluir que a obra de Francisco Buarque de Holanda,


chapeuzinho amarelo possui um intertexto na obra dos Grimm, observamos também
que o conto chapeuzinho amarelo se atualizou em relação ao texto original, isso por
que foi escrito em diferente época. Chapeuzinho amarelo é consequência de uma
época moderna, liberal e a aberta a novas opiniões.
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6 REFERÊNCIAS

ASSIS, MACHADO DE. Memórias Póstumas de Brás Cuba. – 3.ed. – São Paulo:
Martin Claret, 2012.

SÁ, Sheila Pelegri. Realismo e naturalismo. Sistema ético de ensino – Saraiva,


2013.

SOUSA, Cícera; MARTINS, Fabiana; PONTES, Carlos. As mulheres inviáveis nas


Memórias Póstumas de Brás Cuba.
Disponivel
em: http://www.encontrosdevista.com.br/Artigos/artigo_4.pdf

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