Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Wgenilene Martins*
Maria Iranilde de Almeida Costa*
RESUMO
O romance Memórias Póstumas de Brás Cuba, escrito por Machado de Assis e publicado
em 1881 é o foco dessa análise, que tem como objetivo retratar as representações
femininas na vida de Brás Cubas, levando em consideração os perfis das mulheres Marcela,
Virgilia, Eugênia e Eulália. Assim como os comentários irônicos dos narrador-personagem
que nos leva a crer que essas representações se constituem numa forma de desconstruir as
mulheres do ponto de vista moral.
ABSTRACT
The novel Posthumous Memories of Brás Cuba, written by Machado de Assis and published
in 1881 is the focus of this analysis, which aims to portray the female representations in the
life of Brás Cubas, taking into account the profiles of the women Marcela, Virgilia, Eugenia
and Eulalia. Like the ironic remarks of the narrator-character that leads us to believe that
these representations constitute a way to deconstruct women from the moral point of view.
1 INTRODUÇÃO
*Graduanda do curso de Letras Português.
Professora Doutora, na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
2
Brás Cubas, começa a sua história pelo fim, isto é, pela morte do autor,
passando depois pela doença que o matou, pneumonia. Á época, preparava o
emplasto que o faria célebre.
Nascido em família rica, no Rio de Janeiro, tinha uma irmã e era mimado
pelos pais. Tinha também um "brinquedo", o negrinho Prudêncio, alvo de suas
traquinagens. Arteiro e irresponsável, Brás Cubas chega à juventude e se apaixona
por Marcela, uma cortesã – algo que é apenas sugerido, nunca dito explicitamente -
a quem enche de presentes, gastando parte do dinheiro da família.
A partir dessa situação, o pai de Brás Cubas não via outra saída para o filho,
então mandou-o para a Europa com o objetivo de estudar leis, uma situação comum
na alta sociedade carioca da época. Contrariado, Brás Cubas segue para a
universidade em Coimbra, mas a viagem é triste, pois Marcela não foi despedir-se
dele. Passada a tristeza, Brás Cubas viveu um tempo em Coimbra e adquiriu seu
diploma. Sem inaptidão para o trabalho, a vida de Brás Cubas continuaria a mesma
de antes da universidade, quando vivia apenas com o dinheiro dos pais.
Sua paixão, no entanto, acaba sendo por Eugênia, moça coxa, filha de uma
conhecida da família, que cuidava da mãe de Brás Cubas. O fato de ser coxa, no
entanto, inviabilizou o romance pela parte do rapaz, que escolheu Vírgilia. Nessa
altura, porém, o plano já estava condenado, pois a moça se casou com outro
homem.
3
Após estes acontecimentos, o pai de Brás Cubas falece, o que acarreta em
uma briga com a irmã por causa da herança. Passada a briga, Brás Cubas volta a
morar sozinho, escrevendo versos, o que lhe faz ter contato com um homem
chamado Luiz Dutra, que acaba informando a Brás Cubas a notícia da chegada de
Virgília e do marido. A partir daí há o início de um romance com a moça. Na mesma
época, Brás Cubas também reencontra um amigo de infância, Quincas Borba.
3. MACHADO DE ASSIS
4. REALISMO
No realismo essas mulheres são as vilãs da historia, nunca vistas com bons
olhos. Memórias póstumas é um romance realista, representando os conflitos do
homem burguês, descrevendo suas características físicas e morais (referência
passar direito).
Virgília: Foi o grande amor de Brás, era uma mulher ambiciosa que se
casou por interesse. Mesmo gostando de Brás não rompeu seu casamento,
pois não queria perder seu privilegio da sociedade.
[...] “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos”.
(ASSIS, 2012, p. 51).
[...] “E, se era joia, dizia isto a contemplá-la entre os dedos, a procurar
melhor luz, a ensaiá-la em si, e a rir, e a beijar-me como uma reincidência
impetuosa”. (cap. XV).
Apesar de sua paixão ardente por Marcela, Brás Cuba não deixa de ser
sarcástico. No final sobre a moça, o mesmo fala que apesar da paixão pelo lucro, e
depois de tantos amores, Marcela acaba feia, magra, decrepita e abandona em um
hospital. Brás Cuba, em um primeiro momento denominada Marcela como mulher
6
linda e impecável, depois trás duras criticas a moça, essa de linda e impecável torna
–se uma mulher de rosto amarelo e bexiguento:
[...]” Não podia ter sido feia; ao contrário, via-se que fora bonita, e não pouco
bonita; mas a doença de uma velhice precoce distraíram-lhe a flor das graças”. (cap.
38).
Em relação a Virgilia, Brás Cuba descreve desde de suas roupas, até seu
comportamento perante os acontecimentos da sociedade. Foi à paixão arrebatadora
de Cuba, era atrevida, bonita, fresca, clara, faceira, pueril. [...] “ Dois grandes
namorados, de paixões sem freio” (cap. XI). Brás, ao contrario do que falou sobre a
velhice de Marcela, diz que Virgilia tinha a beleza da velhice.
Virgilia se casa com Lobo Neves e logo após comente adultério com Brás
Cuba, apesar do seu sentimento pelo narrador-personagem opta por continuar com
seu marido. Depois do ocorrido, Brás considera a moça como um diabo angelical:
“Positivamente era um diabrete Virgilia, um diabrete angelical”. (Cap. 43), a moça
passa a ser descrita como dissimulada, sem caráter, mentirosa, a mulher que
preferiu o posicionamento social.
Eugênia, era a moça quieta, impassível, que tinha uma graça natural,
continha um ar de senhora. Eugênia foi a mulher mais ironizada e descontruída por
Brás Cuba. O narrador-personagem não poupou ironia e sarcasmo, a moça era
chamada por ele de flor da moita, pois é fruto de um adultero.
[...] “Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão
senhoril; e coxa”! (cap. ?)
Eugênia ganhou vários apelidos vindos de Brás Cuba, além de flor da moita,
também foi chamada de Vênus manca, fazendo referência à deusa do amor na
mitologia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após analise da obra, nota-se que a representação das mulheres na vida de
Brás Cuba é .....
ASSIS, MACHADO DE. Memórias Póstumas de Brás Cuba. – 3.ed. – São Paulo:
Martin Claret, 2012.