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RESUMO
1. INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------ 09
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2. DESENVOLVIMENTO--------------------------------------------------------------- 11
3 RESUTADOS E DISCUSSÃO----------------------------------------------------- 27
REFERÊNCIAS 31
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1. INTRODUÇÃO
A maior incidência da violência no contexto escolar tem feito com que a mídia
veicule de forma recorrente as inúmeras situações de violência que acontecem nas
escolas brasileiras, em todas as regiões do país, o que tem produzido um aumento
no medo de pais, educadores e sociedade em geral em relação ao assunto
(ARRIETA; GROLLI; POLENZ, 2000).
Além disso, tanto as escolas como suas imediações deixaram de ser áreas seguras
e protegidas, fazendo com que esses locais passassem a incorporar a violência
cotidiana do espaço urbano. Merece destaque ainda que as escolas deixaram de
representar um local de amparo e proteção para os alunos, o que levou a perda do
seu vínculo com a comunidade.
2. REVISÃO DE LITERATURA
Podemos entender ainda a violência como uma ação intencional, realizada por um
indivíduo, um grupo, instituição, classes ou ainda por nações, dirigindo ações para o
outro de modo a causar prejuízos, danos físicos, psicológicos, sociais, entre outros.
(MINAYO; SOUZA, 1998)
Logo, a violência ocorre sempre que algo é imposto a partir do uso da força, do
poder ou mesmo do status ou condição de um indivíduo em detrimento de outro, de
modo a provocar nele algum tipo de prejuízo, abuso físico ou psicológico, seja de
forma direta ou indireta (FERNÁNDEZ, 2005).
Jares (2007) acrescenta ainda que a violência consiste num fenômeno que impede a
auto realização humana, gerando assim diversos prejuízos àquele que a sofre.
Neste sentido, a violência representa tudo aquilo que afeta uma pessoa ou um
grupo, de modo que não seja possível revelar seu potencial, realizar seus desejos e
objetivos, nas mais diversas dimensões da existência humana.
Chauí (2003) defende uma visão ampliada para o conceito de violência, agregando
às concepções de brutalidade e abusos físicos e psíquicos contra o outro, também a
ideia de relações intersubjetivas e sociais exercidas por meio da opressão,
intimidação e medo.
Por sua vez, a violência coletiva pode ser dividida em violência social, política ou
econômica. Encontram-se inseridas nesse tipo de violência a exclusão
socioeconômica, o preconceito, o racismo e todas as demais formas de
discriminação. Por suas características próprias, ela pode ser praticada tanto por
indivíduos como por instituições e pelo próprio Estado.
pela utilização da força física para produção de traumas, lesões, feridas, ou outras
formas de agressão ao outro (SÃO PAULO, 2009).
Minayo (2009) esclarece que a violência sexual ocorre não somente por meio da
prática sexual, envolvendo ainda outras formas como carícias, manipulação dos
órgãos sexuais, entre outras atividades que ocorram sem que necessariamente
exista a penetração vaginal, anal ou oral.
Faz parte ainda da classificação apresentada pela OMS a violência por privação ou
negligência onde existe a omissão na promoção de necessidades básicas do
desenvolvimento da vítima. Assim, situações em que exista a privação de
alimentação, educação e segurança também se caracterizam como uma forma de
violência (SÃO PAULO, 2009).
Outra forma de classificação diz respeito à pessoa ou grupo ao qual a violência está
direcionada. Segundo essa classificação, encontramos a violência doméstica e do
casal, violência afetiva, violência intrafamiliar e ainda a violência entre parceiros
íntimos.
também outros membros da família como filhos, pais, irmãos, entre outros (BRASIL,
2001).
Uma característica desse tipo de violência é que ela ocorre dentro ou fora do
ambiente doméstico, envolvendo algum dos membros da família, principalmente
aquele que assume alguma função parental, ainda que não exista um laço de
consanguinidade, mas com uma relação de poder sobre a outra pessoa (BRASIL,
2001).
A violência contra a mulher, termo preterido por muitos autores e substituído por
violência no casal, consiste no ato de violência contra um dos membros do casal,
principalmente do homem em relação à mulher, resultando em algum tipo de dano
ou sofrimento físico, psicológico ou sexual, envolvendo a ameaça, a privação ou a
coação, seja no âmbito da vida pública ou privada (CANTERA, 2007).
Ainda segundo Cantera (2007), esse tipo de violência pode ocorrer antes, durante
ou depois do estabelecimento do relacionamento entre os indivíduos. Para esse
autor, esse tipo de violência caracteriza-se por ser um comportamento
conscientemente hostil e intencional que provoca diversos tipos de danos ao outro,
como físico, emocional ou psíquico, sexual, social, econômico, social ou moral ao
indivíduo agredido.
Minayo (1994) propõe ainda outra forma de classificação da violência onde são
delimitadas as suas formas de expressão e o impacto destas nos indivíduos e
grupos em que ela ocorre. Segundo essa classificação, a violência pode ser dividida
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Para Charlot (2002) nas escolas ocorrem três formas principais de violência: a
violência na escola, violência da escola e violência à escola. O primeiro caso ocorre
quando a violência acontece sem que exista um vínculo com a instituição escolar, ou
seja, o fato violento acontece dentro do ambiente escolar, porém não tem nenhuma
relação com o processo educativo escolar.
Em relação à violência da escola, esse mesmo autor afirma que ela representa a
relação que existe entre a ação e o tratamento que os alunos recebem da escola
enquanto instituição.
Dessa forma, de acordo com Abramovay e Rua (2002), este tipo de violência está
associado a três dimensões sócio organizacionais distintas. A primeira dimensão diz
respeito à degradação no ambiente escolar, ou seja, as dificuldades de organização
das escolas, o que leva a uma estrutura deficiente. Outra dimensão trata da
violência originada de fora para dentro das escolas, a qual é manifestada pela
penetração de grupos como quadrilhas que atuam no tráfico de drogas, entre outras
formas de criminalidade e que são o reflexo da exclusão social na comunidade
escolar.
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Por fim, a terceira dimensão está relacionada a um componente interno das escolas,
específico a cada estabelecimento e que favorece o surgimento de situações de
violência.
A mesma autora reforça ainda essa ideia ao afirmar que os alunos não tem se
preocupado com seu processo de alfabetização porque não conseguem
compreender as vantagens e a necessidades no aprendizado dos conteúdos
oferecidos na escola. Isso tende em levar os alunos a interessar-se cada vez menos
pela escola e seus respectivos conteúdos e, muitas vezes, dando vazão à sua
frustração e revolta na forma de violência nas escolas.
Henning e Abbud (2010) complementam ainda ao afirmar que este tipo de violência
contra a escola relaciona-se, muitas vezes, a um estado de frustração diante das
promessas fundadoras da escola, sobretudo no que se refere à sua capacidade de
geração de oportunidades. Ao não cumprir o seu papel, a escola passaria aos
alunos e familiares uma ideia de fracasso pelo não comprimento de seu papel.
A violência na escola, caracterizada por ocorrer dentro das relações sociais dentro
do espaço escolar. Nesse tipo de violência, estão envolvidas todas as práticas como
roubos, furtos, agressões, brigas, ameaças, entre outros, estando associados às
inter-relações existentes nesses espaços. (RISTUM, 2010)
De acordo com Ristum (2010) esse tipo de violência, também conhecido como
violência simbólica, representa os eventos violentos onde o professor tanto é alvo
como autor.
faz parte dessa forma de violência a indisciplina, o abuso do poder, entre outras
formas de simbolismo da autoridade docente como as avaliações, provas e outras
ferramentas. (PRIOTTO; BONETI, 2009)
Verifica-se assim que a violência simbólica ocorre como toda prática que é realizada
pela instituição escolar como forma de prejudicar seus componentes, apresentando
como resultado o desinteresse do aluno pela escola, levando ao o baixo rendimento
nas atividades, culminando com o fracasso escolar. (ABRAMOVAY; RUA, 2002)
a melhoria das relações sociais na escola. A ele cabe o apoio ao aluno e à família,
realizando os devidos encaminhamentos ao especialista ou instituições nos casos
que sejam necessários. (GOUVEIA, 2010)
Ao professor, por sua vez, a grande tarefa é atuar como um verdadeiro educador,
realizando uma educação efetiva e capaz de transformar a realidade do aluno a
partir do conhecimento. A partir do estreitamento da relação professor/aluno, haverá
um fortalecimento do vínculo, com reflexos sobre o comportamento do aluno e uma
redução de atitudes violentas. (ASSIS; CONSTANTINO; AVANCI, 2010)
âmbito escolar. Essa sensibilização em torno da paz deve ser levada também ao
ambiente extraescolar, com o respectivo envolvimento de toda a comunidade acerca
da gravidade da questão da violência.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para realização do estudo, foram organizadas etapas distintas sendo que a primeira
relacionou-se a definição do tema a ser pesquisado e a consequente pesquisa do
material bibliográfico necessário. Nesta etapa, definiu-se a utilização de textos em
Língua Portuguesa que apresentassem relevância à temática do estudo.
Para a realização deste estudo, optou-se pelo método da leitura exploratória dos
materiais bibliográficos, buscando desenvolver a questão da violência no contexto
escolar, com foco sobre suas causas e consequências principais. Também se
executou uma leitura seletiva, mais criteriosa, onde foram verificados os textos que
fossem mais pertinentes frente ao tema proposto.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Programa Paz nas Escolas tem como objetivo a redução da violência entre jovens
e adolescentes nas escolas brasileiras. Trata-se de uma iniciativa do governo federal
a partir da capacitação de professores e policiais para lidar com o problema da
violência nas escolas. (SÃO PAULO, 2016)
De acordo com Tinoco e Silva (2007) este programa consiste numa ação
governamental que estruturada a partir da abertura do espaço público escolar nos
finais de semana, para apropriação pelas comunidades locais. Ele está direcionado
principalmente para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.
5. CONSIDERAÇOES FINAIS
Para tanto, este estudo teve como objetivo identificar os principais aspectos teóricos
e conceituais relacionados à questão da violência e sua relação com a escola, além
de investigar as principais iniciativas existentes para a promoção do combate e a
prevenção da violência no contexto escolar, sobretudo em função das
particularidades que compõem a sociedade brasileira.
Com isso, é possível afirmar que para tornar as escolas menos violentas é
fundamental a pacificação da sociedade como um todo, a partir da adoção de
relações humanas mais éticas, solidárias e justas.
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REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. Violência nas Escolas. Brasília:
UNESCO, 2002.
AVANCI, Joviana Quintes; PESCE, Renata Pires; FERREIRA, Ana Lúcia. Reflexões
sobre Promoção da Saúde e Prevenção da Violência na Escola. In: ASSIS, Simone
Gonçalves; CONSTANTINO, Patrícia; AVANCI, Joviana Quintes. (Orgs.) Impactos
da Violência na Escola: Um Diálogo com Professores. Brasília: Editora Fiocruz,
2010.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva,
1999.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Violência Intrafamiliar: orientações para prática em
serviço. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, violência e cotidiano escolar. In: CANDAU,
Vera Maria. (Org.) Reinventar a escola. Petrópolis: Vozes, 2000.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
JAREZ, Xesús. Educar para a paz em tempos difíceis. São Paulo: Palas Athena,
2007.
MINAYO, Maria Cecília de Souza.; SOUZA, Edinilsa Ramos. Violência e saúde como
um campo interdisciplinar e de ação coletiva. História, Ciências, Saúde –
Manguinhos, v. 4, n. 3, p. 513-531, 1998. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v4n3/v4n3a06.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017.