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Álbum.

Ana Elisa Ribeiro.

108 páginas.

Editora Relicário.

“Eufrates” não é apenas o nome de um rio enorme que banha boa parte da Ásia,
mas também o título do mais novo romance do escritor goiano André de Leones – que
não escolheu esse nome à toa. O romance (caudaloso em suas 378 páginas) emula o
serpentear do rio, detalhado graficamente na capa, e a deriva sinuosa de sua estrutura
errática tem uma foz: a história de amizade entre Moshe e Jonas. O rio de Leones banha
esses dois personagens, cobrindo seus encontros e desencontros, de 1999 a 2013.

O tempo é a principal matéria-prima de “Eufrates”, e as maneiras como sua


percepção é modificada pela experiência humana. A imagem da água rio abaixo,
conduzindo o leitor, às vezes com mais força e turbulência, às vezes mais tranquilamente,
sempre em movimento. O modo como Leones maneja a trivialidade durante as descidas
tranquilas, criando a sugestão do tempo, determina o movimento hipnótico da narrativa.
O autor se estende sobre cenas nas quais nada parece acontecer como uma flecha
esticando o arco até a tensão máxima, gerada pela expectativa do leitor, que só não é
frustrada porque o autor já lhe enredou.

Viver o presente de forma imediata, ainda que mediado por outros tempos que correm em
paralelo pela consciência.

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