No ano de 1500, com a missão de dar continuidade ao
trabalho de Vasco da Gama, a frota comandada por Pedro
Álvares Cabral partiu de Portugal em direção às índias. Em razão dos ventos e das correntes marítimas, seguiu uma rota que se afastava da costa africana, o que fez a frota atingir a terra que viria ser o Brasil, na altura do estado da Bahia. O período do descobrimento até a primeira expedição de Martim Afonso (1530) é chamado de pré-colonial. Entre 1501 e 1502, Portugal enviou algumas expedições com a finalidade de explorar e reconhecer o litoral brasileiro. Porém, inicialmente, a Coroa Lusitana apresentou um descaso com relação à nova terra, pois o comércio com as Índias era mais vantajoso e menos dispendioso. Enquanto o povo das Índias já possuía uma tradição comercial, baseada em especiarias já acabadas enquanto produtos, o índio no Brasil realizava suas atividades econômicas apenas para sua subsistência. Portanto, toda a mercadoria no Brasil exigia trabalho do português em sua extração. As primeiras atividades econômicas concentraram-se na extração do pau-brasil. Para isso, utilizou-se a mão-de- obra indígena para o corte e transporte da madeira, num sistema conhecido por escambo (troca sem uso de moeda). A notícia da atividade portuguesa nas águas do Atlântico Sul espalhou-se pelos mercadores europeus que buscavam, no oriente, produtos semelhantes para serem utilizados no tingimento de tecido. Os franceses foram os principais frequentadores do litoral brasileiro e provocaram a reação do Estado português que enviou, por duas vezes, expedições guarda - costeira, ambas comandadas por Cristóvão Jacques (1516-1519 e 1529-1528). Em 1531, com Portugal sob o reinado de D. João III, a política colonialista portuguesa em relação ao Brasil passou a tomar novos rumos: a expedição de Martim Afonso de Sousa manteve os objetivos das expedições anteriores, porém acrescentando-se a tais objetivos a efetivação da ocupação portuguesa em solo brasileiro. A expedição de Martim Afonso de Sousa é tomada como o marco do início do processo de colonização portuguesa no Brasil. Uma nova mentalidade econômica que se afirmara a partir do século XV fora substituída nos territórios das nações europeias unificados por um poder centralizado. À orientação econômica geral que estas nações passaram a seguir em sua busca por terras que oferecessem vantagens comerciais é resumida no conceito de mercantilismo. Essa orientação que na verdade nunca obtivera como origem uma formulação científica, baseava-se em preceitos como: o acúmulo de riquezas através da detenção de metais preciosos, o que garantiria o poder econômico do Estado; o desenvolvimento manufatureiro como exclusividade da metrópole; a garantia dos domínios comerciais no exterior; o superávit da balança comercial, que originou políticas protecionistas e intervencionistas por parte dos estados. O conceito mercantilista teve projeção no processo de colonização da América, onde foram aplicadas na plenitude as relações do Pacto Colonial, paralela e contraditoriamente à projeção de certas características do mundo feudal em extinção, como pode ser observado na futura organização da colônia em capitanias.