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INTEGRAIS IMPRÓPRIAS
12.1 Introdução
Funções definidas em intervalos do tipo [a, +∞), (−∞, b] ou (−∞, +∞), ou seja para todo
x ≥ a ou x ≤ b ou para todo x ∈ R, respectivamente.
As integrais impróprias são de grande utilidade em diversos ramos da Matemática como por
exemplo, na solução de equações diferenciais ordinárias via transformadas de Laplace e no
estudo das probabilidades, em Estatística.
f : [1, +∞) −→ R
1
definida por f (x) = e o eixo dos x.
x2
Primeiramente note que a região R é ilimitada e não é claro o significado de "área"de uma tal
região.
375
376 CAPÍTULO 12. INTEGRAIS IMPRÓPRIAS
1
Figura 12.1: Gráfico de y = , x ≥ 1.
x2
1
Seja Rb a região determinada pelo gráfico de y = e 1 ≤ x ≤ b, acima do eixo dos x.
x2
1
Figura 12.2: Gráfico de y = , 1 ≤ x ≤ b.
x2
A área de Rb é:
b
1 b 1
Z
dx
A(Rb ) = 2
= − 1 = 1 − .
1 x x b
É intuitivo que para valores de b muito grandes a região limitada Rb é uma boa aproximação
da região ilimitada R. Isto nos induz a escrever:
Esta integral é um exemplo de integral imprópria com limite de integração infinito. Motivados
pelo raciocínio anterior temos as seguintes definições:
Definição 12.1.
1. Se f é uma função integrável em [a, +∞), então:
Z +∞ Z b
f (x) dx = lim f (x) dx
a b→+∞ a
Se nas definições anteriores os limites existirem, as integrais impróprias são ditas convergentes;
caso contrário são ditas divergentes.
Exemplo 12.1.
Calcule as seguintes integrais impróprias:
Z +∞
[1] e−x dx.
0
Z +∞ Z b
b
−x
e dx = lim e −x
dx = lim (−e −x
) = lim (−e−b + 1) = 1.
0 b→+∞ 0 b→+∞ 0 b→+∞
Z +∞
[2] e−x dx.
−∞
-3 1
Z +∞ Z 0 Z b
0
e−x
dx = lim e −x
dx + lim e −x
dx = lim (−e −x
) + 1 = +∞.
a→−∞ a b→+∞ 0 a→−∞
−∞ a
Z +∞
x dx
[3] .
−∞ (x2 + 1)2
1 1 1
Z Z
x dx du
Seja u = x2 + 1; logo du = 2 x dx: 2 2
= 2
=− =− 2
. Então,
(x + 1) 2 u 2u 2 (x + 1)
Z +∞ Z 0 Z b
x dx x dx x dx
= lim + lim = 0.
−∞ (x + 1)2
2 a→−∞ a (x + 1)2 b→+∞
2
0 (x2+ 1)2
[4] Calcule a área da região, no primeiro quadrante, determinada pelo gráfico de y = 2−x , o
eixo dos x e à direita do eixo dos y.
+∞ b
2−x b
1
Z Z
dx dx
A(R) = = lim = lim − = u.a.
0 2x b→+∞ 0 2x b→+∞ ln(2) 0 ln(2)
Z +∞
dx
= ∞.
1 xp
Z +∞ Z b
dx dx
c) Se p = 1, temos: = lim = lim ln(b) = ∞. Em geral:
1 x b→+∞ 1 x b→+∞
se p ≤ 1
∞
+∞
Z
dx
=
xp
1 1 se p > 1.
p−1
1 1
1 4 1 4
Muitas vezes não é possível calcular o valor exato de uma integral imprópria, mas, podemos
indagar se uma integral imprópria converge ou diverge.
Proposição 12.1. Sejam f e g funções integráveis em [a, +∞) tais que f (x) ≥ g(x) > 0 para todo
x ≥ a.
Z +∞
R +∞
1. Se f (x) dx converge, então a g(x) dx converge.
a
R +∞
Z +∞
2. Se a g(x) dx diverge, então f (x) dx diverge.
a
Seja f (x) ≥ 0, para todo x ≥ a. Para mostrar a convergência da integral de f , é preciso que f
seja menor que uma função cuja integral converge. Para mostrar a divergência da integral de
f , é preciso que f seja maior que uma função cuja integral diverge.
380 CAPÍTULO 12. INTEGRAIS IMPRÓPRIAS
Exemplo 12.2.
Z +∞
2
[1] Analise a convergência da integral e−x dx.
1
2
Figura 12.6: Gráfico de e−x em azul e de e−x em vermelho, respectivamente.
1 1
Claramente x 2 ≤ x
, para todo x ≥ 1; então, como
e e
Z +∞
1
e−x dx = lim (−e−b + e−1 ) = ,
1 b→+∞ e
1 2 3 4
Γ(x + 1) = x Γ(x).
Se n ∈ N, temos que:
Como: Z +∞
Γ(1) = e−t dt = 1.
0
Γ(n + ν + 1) = (n + ν) Γ(n + ν)
= (n + ν) (n + ν − 1) Γ(n + ν − 1)
..
.
= (n + ν) (n + ν − 1) (n + ν − 2) . . . . . . (ν + 1) Γ(ν + 1).
1
Γ(x) = Γ(x + 1).
x
Definamos primeiramente a função Γ, para −1 < x < 0 por:
1
Γ(x) = Γ(x + 1).
x
Por exemplo:
1 1
Γ(−0.2) = − Γ(−0.2 + 1) = − Γ(0.8).
0.2 0.2
Logo, podemos definir a função Γ, para −2 < x < −1 por:
1
Γ(x) = Γ(x + 1).
x
Por exemplo:
1 1 1 1
Γ(−1.2) = − Γ(−1.2 + 1) = − Γ(−0.2) = Γ(0.8).
1.2 1.2 0.2 1.2
Continuando este processo, podemos definir a função Γ, para x < 0 por:
1
Γ(x) = Γ(x + 1).
x
382 CAPÍTULO 12. INTEGRAIS IMPRÓPRIAS
f : (0, 9] −→ R
1
definida por f (x) = √ , e o eixo dos x.
x
A área de Rε é:
9 √ 9 √
Z
dx
A(Rε ) = √ = 2 x = 6 − 2 ε u.a.
ε x ε
É intuitivo que para valores de ε muito pequenos a região limitada Rε é uma boa aproximação
da região ilimitada R. Isto nos induz a escrever:
Z 9
dx √
A(R) = lim A(Rε ) = lim √ = lim 6 − 2 ε = 6 u.a.
ε→0+ ε→0 +
ε x ε→0 +
Z 9
dx
√ é um exemplo de integral imprópria com integrando ilimitado. Motivados pelo racio-
0 x
cínio anterior, temos as seguintes definições:
Definição 12.2.
Z b Z b−ε
f (x) dx = lim f (x) dx
a ε→0+ a
3. Se f é uma função integrável em [a, b] exceto em c tal que a < c < b, então:
Z b Z c−ε1 Z b
f (x) dx = lim f (x) dx + lim f (x) dx
a ε1 →0+ a ε2 →0+ c+ε2
Se nas definições anteriores os limites existirem, as integrais impróprias são ditas convergentes;
caso contrário, são ditas divergentes. Se f é uma função integrável em (a, b]; então:
Z b Z b
f (x) dx = lim f (x) dx
a ε→a+ ε
Z b Z ε
f (x) dx = lim f (x) dx
a ε→b− a
y=f(x)
+ -
a b
Figura 12.9:
Exemplo 12.3.
1 2 3 4 5
5
Z 5
dx
Z 5
dx √ √
A= √ = lim √ = 2 lim x − 2 = 2 3 u.a.
2 x − 2 ε→2+ ε x−2 ε→2+ ε
Numa integral imprópria com limite superior infinito e cuja função integranda não é definida
no limite inferior, procedemos assim: Se f é integrável em (a, +∞) então
Z +∞ Z c Z b
f (x) dx = lim f (x) dx + lim f (x) dx
a ε→a+ ε b→+∞ c
12.4 Exercícios
1. Calcule as seguintes integrais impróprias, caso sejam convergentes:
Z +∞ Z +∞
dx dx
(a) √ (i)
x x x2 + 2x + 5
Z1 +∞ −∞
dx +∞
(b)
Z
dx
0 (x + 1)(x + 2) (j)
Z +∞ 1 x3 +x
2
(c) x e−x dx Z +∞
x
0 (k) dx
Z +∞
2 1 (x2 + 1)2
(d) |x| e−x dx +∞
x3
Z
−∞
Z +∞ (l) dx
dx 1 + x4
(e) 0
x ln(x) +∞
Z2 0
Z
dx
−x2
(m)
(f) x5 dx e2 x ln3 (x)
−∞ Z +∞
Z +∞
ln(x) dx
(g) dx (n) √
3
x 1 x2
Z1 1 +∞
dx
Z
dx
(h) (o)
−∞ (2 x − 3)2 2 x ln2 (x)
Z 4
dx
(a) √
0 x
√
Z 4 x
e−
(b) √ dx
0 x
Z 1
dx
(c) p
1
2
x 7
(ln(x))2
Z 1
dx
(d)
−1 x3
Z 5
dx
(e) p
4
5
(5 − x)2
Z 3
dx
(f)
0 (x − 1)2
386 CAPÍTULO 12. INTEGRAIS IMPRÓPRIAS
1
3 x2 + 2
Z
(g) √3
dx
0 x2
Z 2
dx
(h)
1 x ln2 (x)
Z 2
dx
(i) p
1 x ln(x)
Z 1
2 dx
(j) p
3
0 x ln(x)
Z +∞
(a) e−st dt
0
Z +∞
(b) e−st t dt
0
Z +∞
(c) e−st et dt
0
Z +∞
(d) t2 e−st dt
0