Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
ELECTRÓNICA DIGITAL
SEMESTRE VII
E -32
TEMPORIZADOR 555
Discentes: Docente:
ELECTRÓNICA DIGITAL
SEMESTRE VII
TEMPORIZADOR 555
Discente: Docente:
O presente trabalho propõe uma abordagem sobre o temporizador 555. Este dispositivo é um
circuito integrado que pertence a classe dos circuitos electrónicos sequenciais com vastas
aplicações como temporizador ou oscilador.
Ao longo do trabalho será apresentada uma breve revisão de conceitos relacionados com o tema.
Em seguida é apresentado o conceito, seus modos de operação, características aplicações e
especificações do temporizador 555. Por fim, são tecidas considerações finais e apresentada a
bibliografia que serviu de apoio para a elaboração do presente trabalho.
O temporizador 555 (do inglês: timer 555) é um circuito integrado (C.I.) projectado para
aplicações gerais de temporização. Este componente de fácil aquisição no mercado especializado
de electrónica é caracterizado pelo seu baixo preço, simplicidade de uso e boa estabilidade.
Devido à sua grande versatilidade, o 555 tornou-se um padrão industrial, podendo ser utilizado
em duas configurações diferentes: multivibrador monoestável (possui um estado estável) e
multivibrador astável (não possui estado estável).
Sua tensão de alimentação é de até +18V, o que o torna compatível com a família TTL de
circuitos integrados e ideal para aplicações em circuitos alimentados por baterias. A saída deste
C.I. pode fornecer ou drenar correntes de até 200mA ou 0,2A, podendo assim comandar
directamente relés, lâmpadas e outros tipos de carga relativamente grandes.
Seu código comercial pode mudar conforme o fabricante, porém o número 555 é comum a todos
eles. Pode-se citar como exemplo o LM 555, o NE 555, o µA 555, entre outros.
Curiosamente, o nome “555” foi adoptado em alusão ao facto de que existe uma rede interna
(divisor de tensão) de três resistores de 5k que servem de referência de tensão para os
comparadores do circuito integrado.
2.1. Generalidades
Enquanto que na classe de circuitos digitais conhecidos como combinacionais a(s) saída(s) do
sistema dependem apenas do estado das entradas, nos circuitos sequenciais as saídas são funções
das entradas e do estado anterior das saídas, dando ao circuito a característica de continuidade,
ou em outras palavras, sequência.
Nesta classe de circuitos sequenciais um elemento de grande importância é o “latch” que tem a
propriedade de armazenar o estado anterior de suas saídas, e é consequentemente, o elemento
básico, juntos com as portas lógicas dos circuitos sequenciais.
O latch é um tipo de dispositivo de armazenamento temporário que tem dois estados estáveis
(biestável) e é normalmente colocado numa categoria separada dos flip-flops. Os latches são
similares aos flip-flops porque eles são dispositivos biestáveis que podem permanecer em um
dos dois estados estáveis usando uma configuração de realimentação, na qual as saídas são
conectadas de volta às entradas opostas. A principal diferença entre os latches e os flip-flops é o
método usado para a mudança de estado deles.
Para explicar a operação do latch S-R, considere-se o latch S-R mostrado na Figura 1. Apresenta
duas entradas, e , e duas saídas Q e . Inicie-se considerando que as duas entradas e a saída
Q estejam em nível ALTO. Como a saída Q é conectada de volta na entrada da porta G2 e a ,
entrada é nível ALTO, a saída de G2 tem que ser nível BAIXO. Essa saída em nível BAIXO é
acoplada de volta na entrada da porta G1, garantindo que sua saída seja nível ALTO.
Os símbolos lógicos para os latches com entradas activas em nível ALTO e entradas activas em
nível BAIXO são mostrados na Figura 2.
É formador por três resistores de 5 kΩ . Sua função é fornecer as tensões de referência para os
comparadores de tensão. Sobre cada um dos resistores será aplicada uma tensão igual a um terço
da tensão de alimentação Vcc. Sendo assim, entre o terminal do Terra e o primeiro resistor
(ponto A) terem-se uma tensão igual a um terço de Vcc (Vcc/3) aplicada à entrada Não Inversora
do primeiro comparador (Disparador). Entre o terminal do terra e o segundo resistor (ponto B)
teremos uma tensão igual a dois terços da tensão de alimentação (2Vcc/3) que é
aplicada ao segundo comparador (Controlo).
O componente possui duas entradas (Inversora ‘-’ e Não Inversora ‘+’) e uma saída. O nível de
tensão na saída poderá ser ALTO ou BAIXO, dependendo do nível de tensão nas entradas.
A saída será ALTA ( 1 ou +Vcc) sempre que a tensão na entrada Inversora ‘+’ for mais alta do
que a tensão na entrada Não Inversora ‘-’.
Esta é uma configuração simples muito utilizada em circuitos electrónicos. Quando a saída Q
estiver em nível lógico um, fará com que a corrente de base leve o transístor à saturação, ou seja,
a chave entre colector e emissor será fechada, aterrando o terminal de colector do transístor. Este
transístor é utilizado para descarregar capacitores externos utilizados como base de tempo.
Fonte: [II].
Quando a entrada de disparo que é normalmente nível ALTO for momentaneamente para um
valor abaixo de 1/3 VCC, a saída do comparador B comuta de nível BAIXO para nível ALTO e
seta o latch S-R, fazendo com que a saída (pino 3) passe para o nível ALTO e desligue o
transístor de descarga Q1.
A saída permanece em nível ALTO até que a entrada de limiar, que normalmente é nível
BAIXO, atinja um valor acima de 2/3 VCC e faça com que a saída do comparador A comute de
nível BAIXO para nível ALTO. Isso faz o reset do latch, fazendo com que a saída do 555 retorne
para o nível BAIXO e ligue o transístor de descarga. A entrada de reset externo pode ser usada
para resetar o latch independente do circuito de limiar. As entradas de disparo e limiar (pinos 2 e
6) são controladas por componentes externos conectados para produzir acções de monoestável e
astável.
Fonte: [I].
Para configurar o temporizador 555 como monoestável não-redisparável são usados uma
resistência e um capacitor externos como mostra a Figura 7. A largura do pulso da saída é
determinada pela constante de tempo de R1 e C1 de acordo com a fórmula:
Figura 7: Diagrama funcional interno de um temporizador 555 (os números dos pinos estão
entre parênteses).
Fonte: [I].
Antes que um pulso de disparo seja aplicado, a saída é nível BAIXO e o transístor de descarga
Q1 está ligado (on), mantendo C1 descarregado como mostra a Figura 8(a). Quando um pulso de
disparo negativo (de nível ALTO para BAIXO) é aplicado no instante t0, a saída vai para nível
ALTO e o transístor de descarga é desligado (off), permitindo que o capacitor C1 seja carregado
através de R1 conforme mostra a parte (b) da Figura 8. Quando C1 se carrega até 2/3 VCC, a saída
retorna para o nível BAIXO em t1 e Q1 é imediatamente ligado, descarregando C1 como mostra a
parte (c).
Note-se que, a taxa de carga de C1 determina por quanto tempo a saída permanece em nível
ALTO.
Fonte: [I].
Um temporizador 555 conectado para operar como um multivibrador astável, o qual não é um
oscilador senoidal, é mostrado na Figura 9. Observe que a entrada de limiar agora está conectada
na entrada de disparo. Os componentes externos R1, R2 e C1 formam o circuito de temporização
que define a frequência de oscilação. O capacitor de 0,001μF, C2, é conectado na entrada de
controlo (CONT) estritamente para desacoplamento e não tem efeito na operação; em alguns
casos ele pode ser suprimido.
Fonte: [I].
Figura 11: Frequência de oscilação como uma função de C1 e R1 + 2R2. As linhas inclinadas são
os valores de R1 + 2R2.
Fonte: [I].
Seleccionando R1 e R2, o ciclo de trabalho da saída pode ser ajustado. Como C1 carrega através
de R1 + R2 e descarrega apenas através de R2, os ciclos de trabalho que se aproximam de um
mínimo de 50% podem ser obtidos se R2 >> R1 de forma que os tempos de carga e descarga
sejam aproximadamente iguais.
Uma expressão para o ciclo de trabalho é desenvolvida a seguir. O tempo em que a saída é nível
ALTO (tH) é o tempo que C1 leva entre 1/3 VCC e 2/3 VCC. Esse tempo é expresso como a seguir:
O período, T, da forma de onda de saída é a soma de tH com tL. Esse tempo é o inverso de f na
equação 2.
Para obter um ciclo de trabalho menor que 50%, o circuito mostrado na Figura 9 pode ser
modificado de forma que C1 carregue através de R1 apenas e descarregue através de R2. Isso é
conseguido usando o díodo D1, conforme a Figura 12. O ciclo de trabalho pode ser menor que
50% fazendo R1 menor que R2. Sob essa condição, a expressão para o ciclo de trabalho é
Figura 12: A adição do díodo D1 permite que o ciclo de trabalho da saída seja ajustado em
menos de 50% fazendo R1 < R2.
Fonte: [I].
O temporizador 555 pode operar como um flip-flop, se o pino DIS não for conectado e se não for
utilizado capacitor. As aplicações incluem interruptores imunes a ruído, etc.
2.6. Características
2.7. Aplicações
Temporizador de precisão;
Relógio (gerador de onda quadrada);
Delay (gerador de atrasos);
Modulador de largura de pulso;
Modulador de posição de pulsos;
Gerador de rampa;
Monitorador de Frequência;
VCO (Oscilador Controlado por Tensão);
Gerador de bips;
Detector de Ausência de Pulso.
Da realização do trabalho ora em conclusão pode-se concluir que o temporizador 555 apesar de
não se tratar de um componente digital, este circuito integrado é normalmente encontrado em
muitos circuitos analógicos e também em circuitos digitais, sendo utilizado em uma variedade de
aplicações como temporizador ou oscilador. O 555, dependendo da forma como é manipulado,
pode gerar distintas larguras de pulsos bem como gerar oscilações com frequências reguláveis.
As aplicações aqui apresentadas são meramente apenas uma pequena parcela do que pode ser
feito com base no 555. Trabalhando com o ciclo activo, com a entrada de modulação e de reset, e
naturalmente muita imaginação, pode-se criar aplicações que, de outra forma, exigiriam circuitos
dedicados muito mais caros e complexos. Portanto, aproveitar o potencial de um circuito
integrado que pode ser encontrado com facilidade e a um custo muito baixo, pode ser muito
importante quer seja nos projectos de uso pessoal quer seja nos projectos industriais.
[1] Floyd, T. L. Sistemas Digitais: fundamentos e aplicações. 9. ed. Porto Alegre: Bookman,
2007;
[2] Zaragoza, V. D. Prof. Electrónica Digital. Secção 10.
[3] Cuesta, L. Padilla, A.G. Remiro, F. Electrónica Digital: álgebra de boole. circuitos
combinacionais e sequenciais. automatismos. memórias. McGraw-Hill de Portugal, 1994.
[4] Nelson, V.P. et al. Digital Logic Circuit Analysis and Design. New Jersey: Prentice-
Hall, Inc., 1995.
[5] https://manequired751185.files.wordpress.com/2014/11/temporizador-555.pdf.
[6] http://www.huergo.edu.ar/tcweb/pdf/APCap11.pdf.