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FICHA TÉCNICA

Título: 99 Histórias de Sabedoria – Mensagens para a Vida


Seleção e adaptação: António Estanqueiro
Copyright © by António Estanqueiro e Editorial Presença, Lisboa, 2016
Revisão: Miguel Ferreira/Editorial Presença
Capa: Catarina Sequeira Gaeiras/Editorial Presença
Pré-impressão, impressão e acabamento: Multitipo – Artes Gráfias, Lda.
Depósito legal n.º 413 984/16
1.ª edição, Lisboa, setembro, 2016

Reservados todos os direitos


para a língua portuguesa
à EDITORIAL PRESENÇA
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Queluz de Baixo
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www.presenca.pt

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ................................................................ 11

TEMA 1
RELAÇÕES HUMANAS
1. Fila indiana ..................................................................... 17
2. Dois lobos ....................................................................... 18
3. A perspetiva ................................................................... 19
4. Os cegos e o elefante ....................................................... 20
5. O pacote de bolachas ...................................................... 21
6. O idiota .......................................................................... 22
7. A mulher perfeita ........................................................... 23
8. A ponte estreita .............................................................. 24
9. A serpente e o pirilampo ................................................ 25
10. O saco de penas .............................................................. 26
11. Pregos na porta ............................................................... 27
12. Escolhas .......................................................................... 28
13. As três peneiras .............................................................. 29
14. Dois videntes .................................................................. 30
15. A calma .......................................................................... 31
16. O rabino e as críticas ...................................................... 32
17. Cachimbo da paz ............................................................ 33
18. Remédio santo ................................................................ 35
19. O poder das palavras ....................................................... 36
20. O som do silêncio ........................................................... 37
21. O julgamento ................................................................. 38
22. A bolsa ........................................................................... 39
23. A flor da honestidade ...................................................... 41
24. Um jarro de vinho .......................................................... 43
25. A consciência .................................................................. 45
26. Escrever na pedra ............................................................ 46
27. O cacho de uvas .............................................................. 47
28. A janela do hospital ........................................................ 49

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29. Amor e ódio ................................................................... 51
30. Feira das religiões ........................................................... 53
31. A mudança ..................................................................... 54

TEMA 2
SUCESSO
32. Os dois remos ................................................................. 59
33. A meia­‑verdade ............................................................... 60
34. Chávena de chá ............................................................... 61
35. O alvo ............................................................................. 62
36. Ferramentas do diabo ...................................................... 63
37. Trepar o poste ................................................................. 64
38. Três leões ........................................................................ 65
39. O caminho ...................................................................... 67
40. As prioridades ................................................................. 68
41. Afiar o machado .............................................................. 69
42. Erros e quedas ................................................................ 70
43. A flauta mágica .............................................................. 71
44. A pedra no caminho ....................................................... 73
45. Estrela­‑do­‑mar ................................................................ 74
46. Milagre do trabalho ........................................................ 75
47. O parafuso ...................................................................... 76
48. A última casa .................................................................. 77
49. O cavalo no poço ............................................................ 78
50. O gato que falava línguas ............................................... 79
51. Pássaro bombeiro ............................................................ 80
52. O piquenique das tartarugas ........................................... 81
53. A liderança da vespa ....................................................... 82
54. Reunião de ferramentas .................................................. 83
55. Trabalho de equipa ......................................................... 85

TEMA 3
FELICIDADE
56. O círculo da infelicidade ................................................. 91
57. O pescador e o executivo ................................................ 93
58. Dinheiro e tempo ........................................................... 95
59. Desejos ........................................................................... 96
60. O dedo mágico ............................................................... 97

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61. Chocolate quente ............................................................ 99
62. A causa da felicidade ...................................................... 101
63. A vaidade do imperador ................................................. 102
64. O político ....................................................................... 103
65. A chama da alma ............................................................ 105
66. Milagres .......................................................................... 106
67. O voo do falcão ............................................................... 107
68. A águia e as galinhas ...................................................... 108
69. Amor e liberdade ............................................................ 109
70. Os monges e a mulher .................................................... 111
71. Voto de silêncio .............................................................. 112
72. Anel mágico ................................................................... 113
73. Carga inútil .................................................................... 114
74. Céu e inferno .................................................................. 115
75. A fúria ............................................................................ 116
76. O eremita domador ........................................................ 117
77. O verdadeiro poder ......................................................... 118
78. Paz interior ..................................................................... 119
79. A árvore confusa ............................................................. 120
80. Comparações ................................................................... 121
81. O pote rachado ............................................................... 122
82. Conversa entre livros ...................................................... 123
83. O cortador de pedras ...................................................... 125
84. A história do Homem ..................................................... 127
85. Amor e tempo ................................................................ 128
86. O mistério da existência ................................................. 129
87. Peregrinos ....................................................................... 130
88. Sentido da vida ............................................................... 131
89. Passeio no mar ................................................................ 132
90. Sorte ou azar? ................................................................. 133
91. Tudo acontece por bem ................................................... 135
92. As quatro estações .......................................................... 137
93. A casa dos espelhos ......................................................... 138
94. O eco da montanha ......................................................... 139
95. O sabor do sal ................................................................. 140
96. Três cartões ..................................................................... 141
97. O cesto e a água ............................................................. 142
98. Visita ao céu ................................................................... 143
99. A chave da felicidade ...................................................... 145

SUGESTÕES DE LEITURA ................................................. 147

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APRESENTAÇÃO

Nenhuma boa história se gasta,


por muitas vezes que se conte.
Provérbio escocês

Este livro é uma seleção de histórias (contos, lendas, fábulas e


parábolas) da sabedoria universal, agrupadas em três temas inter-
dependentes: Relações Humanas, Sucesso e Felicidade. São histórias
simples, antigas e modernas, de autores desconhecidos. Muitas
delas, repetidas em diferentes versões, tiveram origem nas tradi-
ções culturais e religiosas do Oriente e do Ocidente. Ao longo do
tempo, perderam­‑se as fontes, mas ficaram as mensagens.
Há uma intenção pedagógica na organização deste livro.
Acredito que ele poderá interessar a todas as pessoas que gostam
de pequenas histórias de sabedoria. Será especialmente útil para
líderes e educadores (pais e professores), preocupados com a moti-
vação e a formação integral daqueles com quem se relacionam.
Contar histórias é uma poderosa forma de comunicação. Foi
um dos processos usados pelos grandes mestres da humanidade
para cativar os discípulos e transmitir os seus ensinamentos.
A mensagem de uma história simples, quando nos toca o cora-
ção, permanece na nossa memória mais tempo do que qualquer
discurso cheio de argumentos racionais.
As boas histórias adormecem as crianças e despertam os
adultos. Divertem e fazem pensar. Estimulam o autoconhe-
cimento. Ensinam valores universais. Iluminam o presente e
inspiram a construção do futuro. No meio do sofrimento ou

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da desorientação, trazem serenidade e alimentam a esperança.
Ajudam a viver melhor.
Uma boa história pode servir ainda para dizer verdades incó-
modas com elegância e subtileza. Conta­‑se que, no início dos
tempos, há muitos milénios, a Verdade andava pelo mundo sem
adornos nem disfarces. Falava abertamente com toda a gente.
Revelava tudo o que sabia, numa linguagem simples e direta,
sem se preocupar com a reação dos seus ouvintes. Com o passar
do tempo, sentiu­‑se desvalorizada e rejeitada. Verificou que as
pessoas, por medo ou por vergonha, fugiam dela, não olhavam
para a sua cara nem escutavam as suas palavras. Um dia, que-
rendo ser bem recebida, a Verdade resolveu cuidar da sua aparên-
cia e disfarçou­‑se de Parábola!
Ofereço histórias com adaptações na linguagem e na estrutura.
Umas foram abreviadas; outras, ampliadas; outras ainda, recons-
truídas. Por opção, não faço comentários às histórias, que devem
ser lidas sem preconceitos. Apresento apenas tópicos de reflexão
na abertura de cada um dos três temas do livro.
A mesma história será interpretada de modo diferente por
pessoas diferentes, de acordo com a sua experiência e os seus
interesses. E poderá também ser interpretada de modo diferente
pela mesma pessoa, consoante as circunstâncias. É um direito
do leitor (e do ouvinte) saborear cada história e, com liberdade,
extrair dela as melhores lições para a sua vida.

António Estanqueiro

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TEMA 1

RELAÇÕES
HUMANAS

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TÓPICOS DE REFLEXÃO

1. A chave das relações humanas está na comunicação.


A qualidade da comunicação interpessoal é condicionada
pelo modo positivo ou negativo como vemos os outros e
interpretamos a realidade.

2. A comunicação agressiva, feita de críticas e ofensas


aos outros, não conquista a boa vontade de ninguém
nem resolve qualquer problema. Produz sempre resul-
tados negativos nas relações humanas.

3. A comunicação eficaz, fruto de uma autoestima sau-


dável, implica escutar os outros com atenção, falar com
prudência e reagir às críticas com calma. Comunicar
com assertividade aproxima as pessoas e permite resolver
eventuais conflitos.

4. As relações interpessoais equilibradas exigem a


prática de valores baseados no respeito pela dignidade
humana. Agindo com ética, construímos relações de
confiança, indispensáveis para o sucesso e a felicidade.

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FILA INDIANA
Um mestre conversava com um dos seus discípulos sobre a
arte de viver com os outros. Quando o discípulo começou a cri-
ticar os defeitos de um colega, o mestre disse­‑lhe:
— Tens de ser tolerante. Todas as pessoas têm qualidades e
defeitos.
— Acha que eu estou a ver só os defeitos do meu colega? Se
eu não vejo qualidades, é porque ele não as tem! — contestou o
discípulo.
— Não é bem assim. Deixa­‑me explicar­‑te. Muitas vezes,
nós vivemos uns com os outros como se caminhássemos em fila
indiana, carregando duas mochilas, uma junto ao peito e outra às
costas. Na mochila da frente, levamos as nossas qualidades. Na
mochila de trás, transportamos os nossos defeitos.
— Mestre, não compreendo onde quer chegar.
— O que eu quero dizer­‑te é que, na caminhada em fila
indiana, temos tendência a olhar para as nossas qualidades e a
observar os defeitos da pessoa que caminha à nossa frente. Nós
não vemos os outros exatamente como eles são nem os outros nos
veem como nós somos.
O discípulo ficou a pensar. E o mestre deu­‑lhe um conselho:
— Se quiseres viver em paz com os outros, não julgues nin-
guém de modo apressado. As pessoas são sempre mais complexas
do que parecem.

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DOIS LOBOS
Um velho índio reparou que o seu neto, habitualmente bem­
‑humorado, andava triste e perguntou­‑lhe:
— O que se passa contigo?
— Avô, um amigo agrediu­‑me e eu ando muito confuso. Sinto
raiva, mas não quero fazer­‑lhe mal. Não sei se devo vingar­‑me ou
se devo perdoar­‑lhe.
Depois de escutar o neto com atenção, o velho índio explicou:
— Isso que tu sentes é normal. Todos nós temos sentimentos
negativos e sentimentos positivos. É como se existissem dois
lobos em luta permanente, dentro do nosso coração. Um deles
representa o mal, o ódio e a vingança. O outro representa o bem,
o amor e o perdão.
Observando o interesse do neto, o avô continuou:
— É difícil viver em paz com estes dois lobos. Há uma guerra
interior entre o bem e o mal, entre o amor e o ódio. Cada um
dos lobos luta para ser mais forte e vencer o outro.
Ao ouvir estas palavras, o neto, cheio de curiosidade, pergun-
tou ao avô:
— E qual dos lobos vence?
O avô sorriu e, com todo o carinho, respondeu:
— Vence aquele que tu alimentas.

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A PERSPETIVA
Certo dia, um jovem chegou às portas de uma pequena cidade,
aproximou­‑se de um velho, sentado no jardim, e perguntou­‑lhe:
— Como são as pessoas que vivem nesta cidade?
O velho respondeu com uma pergunta:
— Como são as pessoas que vivem no lugar de onde vens?
— São pessoas egoístas, invejosas, desonestas e agressivas.
Estou muito satisfeito por ter saído de lá.
O velho franziu o sobrolho e disse:
— Lamento dizer­‑te isto, mas aqui encontrarás o mesmo tipo
de pessoas!
Horas mais tarde, apareceu outro jovem, que se dirigiu
ao mesmo velho. Depois de o saudar com todo o respeito,
perguntou­‑lhe:
— Como são as pessoas que vivem nesta cidade?
O velho voltou a responder com a mesma pergunta:
— Como são as pessoas que vivem no lugar de onde vens?
— São pessoas alegres, simpáticas, honestas e muito solidárias.
Estou muito triste por ter de deixá­‑las.
O velho sorriu e disse:
— Fico feliz por ti, porque aqui encontrarás o mesmo tipo de
pessoas!
Ao escutar a conversa com os dois jovens, um companheiro do
velho não resistiu a perguntar­‑lhe, em tom de censura:
— Como podes dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?
O velho explicou:
— Cada um destes jovens olha para as pessoas de acordo com
as experiências que viveu e que traz dentro de si. Aquele que até
agora só descobriu defeitos, não encontrará facilmente outra coisa
por aqui. Aquele que soube descobrir qualidades, também aqui
as encontrará. Tudo depende da sua perspetiva.

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OS CEGOS E O ELEFANTE
Uma vez, seis cegos de nascença tiveram a oportunidade
de conhecer um elefante domesticado. Cada cego examinou o
animal, de forma rápida, para tentar perceber como era a sua
aparência, o seu tamanho, a sua forma e a sua pele.
Houve uma discussão entre os cegos.
O primeiro, que apalpou a barriga do animal, disse:
— O elefante é como uma parede áspera.
O segundo, que agarrou um dos dentes, discordou:
— O elefante parece uma lança de ponta bem afiada.
O terceiro, que tocou numa orelha, exclamou:
— Estão errados! O elefante tem a forma de um tapete grande
e rugoso.
O quarto, que passou as mãos pela tromba do animal, afirmou:
— Não tenho dúvidas! O elefante é como uma serpente forte
e comprida.
O quinto, que segurou a cauda, sentenciou:
— Nem pensar! O elefante parece uma corda dura e grossa.
O sexto, que abraçou uma das patas do animal, concluiu:
— Nada disso! O elefante é redondo e sólido, como o tronco
de uma árvore.
A discussão tornou­‑se agressiva. Ninguém se entendia. Cada
cego atacava os outros e defendia a sua opinião como se fosse a
única verdadeira. Então, um sábio, vendo aquela discussão, resol-
veu pedir a palavra. Os cegos calaram­‑se para escutar:
— Todos têm alguma razão, mas todos estão enganados. Cada
um conheceu apenas uma parte do elefante. Não se pode confun-
dir uma parte com o todo.
Após uma breve pausa, o sábio avisou:
— Quem julga que sabe tudo, permanece ignorante. A igno-
rância é pior do que a cegueira!

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O PACOTE DE BOLACHAS
Uma senhora estava na sala de embarque de um grande aero-
porto. Enquanto esperava pelo seu voo, resolveu comprar uma
revista e um pacote de bolachas.
Procurou um local sossegado e sentou­‑se, pousando a sua car-
teira e um pequeno saco de compras. Quando folheava a revista
distraidamente, chegou um jovem que se sentou ao seu lado a
ler um jornal.
Pouco tempo depois, verificou que o jovem abriu o pacote de
bolachas colocado entre eles e começou a comer com toda a des-
contração. Desconfiada, mas sem dizer palavra, puxou o pacote
um pouco mais para junto de si e pegou na sua primeira bolacha.
Ele pegou noutra.
A senhora sentiu­‑se irritada e pensou: «Não há paciência! Mere-
cia que eu lhe desse uma lição, mas o melhor é ignorá­‑lo!»
Com um olhar reprovador e gestos agressivos, ela tirou mais
uma bolacha. Ele tirou outra, calmamente.
E assim continuaram, até que ficou apenas uma bolacha no
pacote. Ela, cada vez mais indignada, interrogou­‑se: «E, agora, o
que irá fazer este atrevido?»
O jovem apressou­‑se a dividir ao meio a última bolacha. Sor-
rindo, deu uma das metades à senhora. Furiosa, pegou na sua
metade e comeu­‑a, enquanto pensava: «Que falta de vergonha! Em
vez de pedir desculpa, está a oferecer­‑me aquilo que me roubou!»
Com o coração a bater de raiva, fechou a revista, agarrou a
carteira e o saco e saiu dali. Caminhando pelo aeroporto, dizia
para si mesma: «Estes jovens de hoje são muito mal­‑educados.
Os pais é que têm a culpa!»
Já sentada no avião, o que encontrou deixou­‑a surpreen­dida
e envergonhada. Dentro da carteira, estava, ainda intacto, o seu
pacote de bolachas!

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O IDIOTA
Numa aldeia, muitas pessoas gostavam de se divertir à custa
de um homem simples e pouco inteligente, a quem consideravam
«idiota». Ele vivia de pequenos biscatos e de esmolas.
Todos os dias, o «idiota» era chamado a um bar, onde algumas
pessoas lhe ofereciam duas moedas à escolha: uma grande e outra
pequena. Ele escolhia sempre a moeda pequena, o que provocava
o riso e o gozo de quem presenciava a cena. Nas feiras onde ia
pedir esmola e já era conhecido, o «idiota» fazia o mesmo: esco-
lhia sempre as moedas pequenas.
Certo dia, um dos habitantes da aldeia, mais consciencioso,
quis acabar com a humilhação de que o «idiota» era vítima. E foi
falar com ele:
— Ainda não percebeste que a moeda pequena vale muito
menos do que a moeda grande?
— Já percebi, já. A moeda grande vale cinco vezes mais. Não
sou assim tão tolo!
— Então, porque escolhes sempre a moeda pequena? Por causa
da tua escolha, és considerado um idiota...
— Eu sei que as pessoas gostam de me tratar como idiota e
oferecem­‑me dinheiro para gozar comigo. Mas eu não me importo.
No dia em que eu for ganancioso e escolher as moedas grandes, a
brincadeira acaba e eu perco a minha fonte de rendimento.

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A MULHER PERFEITA
Era uma vez um homem que andava à procura da mulher
perfeita para um casamento de sonho. Durante anos, viajou por
várias cidades. Conheceu mulheres com muitas das qualidades
desejadas, mas as coisas não correram de acordo com as suas
expectativas.
Quando regressou à sua cidade, encontrou um amigo que
quis saber o que lhe tinha acontecido:
— Conta­‑me as tuas aventuras.
O homem, frustrado com as suas experiências, começou:
— Numa cidade, conheci uma mulher belíssima. O seu
corpo era como o de uma deusa e os seus olhos brilhavam como
pérolas.
— Era perfeita?
— Não. Era pouco inteligente e muito pobre.
— Continuaste à procura?
— Noutra cidade, encontrei uma mulher inteligente e muito
rica. Ela nem sabia as riquezas que tinha.
— Essa era perfeita?
— Não. Faltava­‑lhe a beleza. Nunca vi criatura mais feia em
toda a minha vida.
— Procuraste noutros lugares?
— Sim. Descobri, finalmente, a mulher dos meus sonhos.
Uma mulher fascinante. Tinha tudo o que eu procurava. Era
perfeita: bela, rica, inteligente, generosa, alegre e delicada.
— Então, vais casar com ela?
— Não. Infelizmente para mim, também ela anda à procura
do homem perfeito!

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