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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA


FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Suplementação com creatina na terceira idade

Ângela Guedes dos Santos

São José dos Campos/SP


2012
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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA


FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONLCUSÃO DE CURSO

SUPLEMENTAÇÃO COM CREATINA NA TERCEIRA IDADE

ÂNGELA GUEDES DOS SANTOS

Relatório Final apresentado como


parte das exigências da disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso à
Banca Examinadora do curso de
Educação Física da Faculdade de
Educação e Artes da Universidade do
Vale do Paraíba.

Orientador: Prof. MSc Paulo Cesar


Caetano Júnior

São José dos Campos/SP


2012
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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me capacitado e aos meus familiares que me


apoiaram, durante esta jornada.
Ao meu orientador Paulo Cesar Caetano Júnior, pelos ensinamentos e pela
excelente orientação.
Aos Professores do Curso de Educação Física que sempre me apoiaram e
incentivaram para finalização deste trabalho.
E aos meus amigos e companheiros de curso, que tanto me apoiaram e me
ajudaram nesta etapa de minha vida.
4

"Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer."


Santo Agostinho
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RESUMO

O envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada em todo o


mundo. Este processo engloba uma série de mudanças fisiológicas e funcionais,
podendo destacar a perda de massa muscular magra. Sabe-se que o exercício é o
principal recurso para combater problemas relacionados ao envelhecimento, como
por exemplo, doenças cardiovasculares, diabetes e perda de massa corporal, no
entanto os estudos vêm associando alguns recursos ergogênicos com a prática de
exercícios físicos. Dentre eles encontra-se a creatina que quando associada ao
exercício físico tem mostrado resultados positivos, no sentido de minimizar o
processo de sarcopenia, perda de massa muscular, entre outras complicações
envolvendo a terceira idade. Além disso, tem sido relatado que à suplementação
com creatina pode comprometer a função renal. Desta forma, o presente trabalho
objetivou verificar os efeitos benéficos e adversos da suplementação com creatina,
em idosos, através de uma revisão de literatura. Pode-se concluir que a Cr promove
efeitos relacionados ao ganho de massa muscular magra, quando associada ao
exercício físico, bem como pode promover efeitos prejudiciais ao organismo. No
entanto, os efeitos da Cr ainda não são conclusivos, de modo que novos estudos
são necessários para esclarecimentos dos efeitos da Cr, principalmente
relacionados a idosos. Acredita-se que a partir da concretização sobre os efeitos
deste recurso ergôgenico, o mesmo poderá ser utilizado pela população idosa de
forma segura, sem contra-indicações, minimizando as alterações adversas que
surgem durante o processo de envelhecimento.

Palavras-chave: creatina, idoso, suplementação, exercício físico.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Reações enzimáticas na formação da creatina..........................................13

Figura 2. Esquema de via metabólica de Cr do corpo.............................................14

Figura 3. Representação esquemática dos fatores relacionados à gênese da


sarcopenia no idoso.................................................................................................19
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................08

2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................09

3 OBJETIVOS............................................................................................................10

3.1 Objetivo Geral...................................................................................................10

3.2 Objetivos Específicos........................................................................................10

4 METODOLOGIA......................................................................................................11

5 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................12

5.1 História da creatina.............................................................................................12

5.1.1 Creatina: síntese e armazenamento ............................................................13

5.1.2 Efeitos benéficos e adversos da suplementação com creatina ...................15

5.2 Idoso...................................................................................................................17

5.2.1 Idoso e suplementação com creatina............................................................19

6 CONCLUSÃO..........................................................................................................21

REFERÊNCIAS..........................................................................................................22

 

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada em


países em desenvolvimento. No Brasil, o número de idosos (> 60 anos de idade),
passou de três milhões em 1960, para sete milhões em 1975 e 14 milhões em 2002
(um aumento de 500% em quarenta anos) e estima-se que alcançará 32 milhões em
2020, gerando um desafio para saúde publica (LIMA-COSTA; VERAS, 2003).
O processo de envelhecimento engloba uma série de mudanças fisiológicas e
funcionais. Pode-se destacar como principais alterações, redução da estatura e
composição corporal modificada (EVANS, 1997; FIATARONE, 1998).
Sabe-se que o exercício é o principal recurso para combater problemas
relacionados ao envelhecimento, como por exemplo, doenças cardiovasculares,
diabetes e perda de massa corporal (CHRISTOVAM et al., 2007; MARTIN et al.,
2004).
No entanto, na tentativa de minimizar e evitar alterações ocasionadas pelo
processo de envelhecimento, estudos vem associando alguns recursos ergogênicos
com a prática de exercícios físicos (BROSE et al., 2003; MOREIRA et al., 2007).
A creatina (Cr) é um dos recursos em destaque, visto que a suplementação
deste composto associada aos exercícios físicos tem mostrado resultados positivos,
no sentido de minimizar o processo de sarcopenia, perda de massa muscular, entre
outras complicações envolvendo a terceira idade (DALBO et al., 2009; EIJNDE et al.,
2003; RAWSON; VENEZIA, 2011). Entretanto, existem relatos de que à
suplementação com Cr pode comprometer a função renal (BRUDNAK, 2004;
GROENEVELD et al., 2004).
Desta forma, o presente trabalho objetivou verificar os efeitos benéficos e
adversos da suplementação com creatina, em idosos, através de uma revisão de
literatura.

 

 

2 JUSTIFICATIVA

O aumento da população idosa no Brasil e no mundo tem gerado preocupação


em profissionais da saúde, assim como interesse em pesquisadores, com intuito de
esclarecer informações sobre esta população.
Sabe-se que o processo de envelhecimento é extremamente abstrato, por
conta das constantes alterações fisiológicas e motoras. Desta forma, pesquisas
voltadas a este grupo, fornecendo informações sobre a prevenção e melhoria de
vida, são indispensáveis.
O exercício físico contribui, indiscutivelmente, na prevenção e minimização de
algumas complicações, durante o envelhecimento. No entanto, estudos têm
associado alguns suplementos com o exercício físico, de modo a reduzir algumas
alterações.
Nesta fase, a perda de massa magra, é consideravelmente preocupante,
sendo assim, o exercício físico pode ser fundamental. Em relação aos recursos
ergogênicos, a literatura aponta a creatina, como sendo um dos principais, quando
se almeja aumentar a massa muscular, no entanto, este recurso pode promover
efeitos relativamente adversos ao organismo.
Neste sentido, verificou-se a importância de relatar os efeitos da Cr em idosos,
de modo a observar se este ergogênico é de fato indicado a esta população.

 
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3 OBJETIVOS

3. 1 Obejtivo Geral

Verificar os efeitos da suplementação com creatina associada ao exercício


físico, em idosos, através de uma revisão de literatura.

3. 2 Objetivos Específicos

- Verificar os principais problemas que surgem durante o processo de


envelhecimento;

- Apresentar os principais benefícios e malefícios da creatina;

- Relatar os efeitos da suplementação com creatina em idosos.

 
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4 METODOLOGIA

O presente trabalho refere-se a uma revisão de literatura baseada em livros e


artigos das seguintes bases de dados: bireme, scielo e pubmed.
O acesso às informações e resultados dos estudos possibilitou relatar sobre o
assunto, principalmente em relação aos efeitos da suplementação com creatina,
associada ao exercício físico em idosos.

 
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5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 História da creatina

Em 1832 o cientista francês Michael Eugene Chevreul descobriu a Cr, após


extraí-la da carne. No ano de 1947, Justus Von Liebig confirmou que a Cr era um
constituinte regular da carne animal, relatando ainda um maior conteúdo dessa
substância em animais selvagens, quando comparados a animais de cativeiro,
menos ativos (FONTANA et al., 2003).
No mesmo século XIX, em 1880, autores descobriram a creatinina na urina,
onde especularam sua origem, ou seja, que ela era derivada da creatina e estaria
relacionada com a massa muscular total. A aquisição da Cr, a partir da carne fresca
era um processo caro, limitando as primeiras pesquisas voltadas a tal substância.
Com o tempo a suplementação de creatina demonstrou aumentar o conteúdo de
creatina muscular em animais (FONTANA et al., 2003).
Em 1927, com observações de que estava envolvida no gasto energético do
exercício, a Cr fosfato foi descoberta, em seguida a enzima que catalisa a
fosforização da creatina, foi também descoberta no ano de 1934. Com o advento da
técnica da biópsia por agulha para extrair amostras de músculo, cientistas suecos
investigaram o papel da Cr fosfato, durante o exercício e sua recuperação. Mais
recentemente, a técnica não invasiva de ressonância nuclear magnética, tem sido
usada para estudar a dinâmica da creatina fosfato durante o exercício. E assim,
novas descobertas pareceram, como por exemplo, na década de 1970 a 1980,
pesquisas apontaram sobre o potencial médico dos efeitos da Cr ou fosfato
(FONTANA et al., 2003).

 
13 
 

5.1.1 Creatina: síntese e armazenamento

A Cr é considerada uma amina, que por meio dos aminoácidos glicina, arginina
e metionina é naturalmente sintetizada, em sua forma endógena, pelo fígado, rins e
pâncreas. Este composto nitrogenado é produzido a partir da transferência de um
grupo amino da arginina para a glicina, numa reação de transaminação, formando o
guanidinoacetato e ornitina, onde serão sintetizados nos rins e transportados para o
fígado (WYSS; KADDURAH-DAOUK, 2000). O grupo metil proveniente da metionina
forma o S–adenosilmetionina, que em seguida é transferido para o guanidinoacetato,
formando a Cr (Figura 1).

Figura 1. Reações enzimáticas na formação da creatina (TORRES-LEAL; MARREIRO, 2008).

No corpo humano é encontrada nas formas livre em 60 a 70% e fosforilada em 30


a 40%, assim como, é encontrado em alimentos como, carne vermelha e peixes
(WALKER, 1979). Aproximadamente 95% da creatina são armazenadas na
musculatura esquelética (120 mmol/kg), o restante em órgãos como, coração,

 
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cérebro e musculatura lisa. No plasma, a concentração normal de Cr pode variar de


50 -100 mmol/L (MENDES; TIRAPEGUI, 2002).
O tecido muscular é incapaz de sintetizar Cr, sendo biodisponibilizada no sangue,
através de um gradiente de concentração saturável, dependente de Na+ e Cl-. A
demanda diária de Cr é atendida tanto por absorção intestinal de Cr na dieta ou por
biossíntese. A biossíntese de Cr ocorre principalmente no rim, enquanto o fígado é o
principal órgão responsável pela metilação subsequente de guanidinoacetic ácida
para Cr. A Cr e fosfocreatina muscular são convertidas para creatinina, difundindo-
se para fora das células, sendo excretada pelos rins na urina, conforme ilustrado na
figura 2 (WYSS; KADDURAH-DAOUK, 2000).

Figura 2. Esquema de via metabólica de Cr do corpo (Adaptado de Wyss e Kaddurah-Daouk,


2000).

 
15 
 

A necessidade de Cr é de aproximadamente 2 a 3 g/dia ou estimada em torno


de 1,6% do pool total de Cr, no entanto esta necessidade depende do tamanho do
indivíduo. A metade dessa necessidade diária é obtida por meio da dieta,
principalmente advinda de carnes e peixe. A outra metade é sintetizada a partir dos
aminoácidos glicina, arginina e metionina, principalmente no fígado, além dos rins e
pâncreas também contribuir para uma pequena taxa de sua síntese (BALSOM et
al., 1995).

5.1.2 Efeitos benéficos e adversos da suplementação com creatina

A suplementação com Cr é reportada como recurso para fatores relacionados


ao processo de envelhecimento como segue: aumento da massa muscular corporal
total; aumento da massa magra; aumento da força; prevenção do dano oxidativo em
células epiteliais; prevenção de mutações de DNA mitocondrial e; reabilitação em
doença neuro-degenerativas (BECQUE et al., 2000; VOLEK et al., 2004;
TARNOPOLSKY et al., 2001; LENZ et al., 2005; BERNEBURG et al., 2005; MAZZINI
et al., 2001).
Neste sentido, a suplementação com CR passou a ser associada aos exercícios
físicos na tentativa de minimizar o processo de sarcopenia e no envelhecimento em
geral na população idosa (TARNOPOLSKY et al., 2003; BALL et al., 2004).
Estudos encontraram benefícios como, aumento da força, da massa muscular e
do HDL, com diminuição do percentual de gordura e do perímetro abdominal
(BROSE et al., 2003; MOREIRA et al., 2007).
No mesmo sentido, Gomes et al. (2005), constataram que a suplementação de
creatina é capaz de anular o efeito adverso induzido pelo exercício de endurance
sobre o subsequente desempenho no teste de repetições máximas a 80% do valor
de 1-RM, sugerindo que o sistema ATP-CP contribui de maneira significativa para
realização do exercício concorrente, no qual o subsequente treino de força é
realizado em alta intensidade.
No entanto, estudos destacam a suplementação com creatina pode acometer o
organismo, principalmente levando a um comprometimento da função renal
(BRUDNAK, 2004; GROENEVELD et al., 2004).

 
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Neste mesmo sentido, considerando possíveis efeitos adversos, foi observado,


em ratos, que a suplementação com creatina pode aumentar a concentração de
uréia plasmática (PEETERS et al., 1999). No entanto, parece que o principal efeito
colateral evidente é a retenção hídrica, sendo os efeitos crônicos mediante a
suplementação com Cr, ainda não são conclusivos (GARCIA, 2000).
Em concordância com alguns autores, observou-se uma carência de estudos
investigando os efeitos adversos da Cr (GUALANO et al., 2008). Segundo Gualano
et al. (2008), as pesquisas com humanos não demonstram efeitos deletérios da
suplementação de creatina à função renal, porém a falta de controle experimental e
o caráter retrospectivo da maioria delas comprometem as conclusões dos autores.
Em relação aos estudos experimentais com ratos os estudos empregam bons
marcadores de função renal e possuem controle de variáveis satisfatório. Contudo,
os resultados destes são contraditórios, necessitando de novos estudos
investigando os efeitos da suplementação de Cr em diversas patologias renais,
assim como em idosos, diabéticos do tipo 2 e hipertensos, cuja propensão a
nefropatia é bem descrita. Por fim, os autores em sua revisão de literatura
ressaltaram que não há evidências de que a suplementação de creatina prejudique a
função renal de sujeitos saudáveis, quando consumida na dosagem preconizada.
Fontana et al. (2003) em seu estudo de revisão de literatura concluíram que a
suplementação de Cr não apresentou resultados consistentes a favor dos efeitos
ergogênicos a nível metabólico, referente a marcadores, como a lactacidemia, NH33
e hipoxantina. Porém, pode contribuir para o aumento da massa corporal total, ainda
que esse aumento possa ser atribuído, em grande parte, à retenção hídrica, a
suplementação crônica de Cr, combinada com treinamento de força, pode sim
aumentar a massa corporal magra.
No mesmo sentido Caetano Junior et al. (2011) concluíram que a Cr quando
associada ao treinamento, pode contribuir positivamente na performance física de
atletas, principalmente de modalidades de curta duração e alta intensidade.

 
17 
 

5.2 Idoso

Segundo alguns autores, o envelhecimento da população tem ocorrido de forma


mais acentuada em países em desenvolvimento. No Brasil, o número de idosos
(> 60 anos de idade), passou de três milhões em 1960, para sete milhões em 1975 e
14 milhões em 2002 (um aumento de 500% em quarenta anos) e estima-se que
alcançará 32 milhões em 2020, gerando um desafio para saúde publica (LIMA-
COSTA; VERAS, 2003).
Este aumento da população idosa no mundo, evidenciado no início da década
de 50, fez com que profissionais buscassem meios para melhorar a qualidade de
vida dessas pessoas e para controlar as morbidades com maior incidência (Silvestre
et al., 1996).
Rebelatto et al. (2006) destaca que o processo de envelhecimento do ser
humano tem despertado interesse na área cientifica em virtude do aumento de
indivíduos que chega à chamada “terceira idade”.
Os problemas de saúde característicos desse período da vida quanto os vários
aspectos relativos à qualidade de vida dessa população, sejam objetos de
preocupação e de estudos (REBELATTO et al., 2006).
O processo de envelhecimento engloba uma série de mudanças fisiológicas e
funcionais. Pode-se destacar como principais alterações, redução da estatura e
composição corporal modificada (EVANS, 1997; FIATARONE, 1998).
As alterações inerentes ao processo de envelhecimento não significam doença,
no entanto a probabilidade de seu aparecimento acentuar com a idade. O
envelhecimento gera uma vulnerabilidade aos processos patológicos, tais como,
cardiovasculares, respiratórios, neoplásicos, cerebrovasculares, osteoarticulares e
endócrinos, que podem ou não estar associadas, caracterizando as co-morbidades
(HAYFLICK, 1996).
Mais especificamente, o envelhecimento biológico e fisiológico trata-se de um
fenômeno multifatorial que está associado a profundas alterações nas atividades
celulares, tecidos e órgãos (DUTHIE; KATZ, 1998).
De acordo com Smeltzer et al. (1998) um indivíduo com idade média de 80 anos
tem sua função renal reduzida pela metade e, se acometida por uma patologia

 
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crônica não-transmissível, que pode prejudicar ainda mais a função renal, podendo
evoluir de forma crônica, insuficiência renal crônica, bastante comum no idoso.
Em relação à capacidade funcional de indivíduos da terceira idade, em que a
expectativa de vida tem aumentado significativamente nos últimos anos, pode ser
caracterizada, entre outros aspectos, por um decréscimo do sistema neuromuscular,
verificando-se a perda de massa muscular, debilidade do sistema muscular, redução
da flexibilidade, da força, da resistência e da mobilidade articular, fatores que, por
decorrência, determinam limitação da capacidade de coordenação e de controle do
equilíbrio corporal estático e dinâmico (DUTHIE; KATZ, 1998).
Neste sentido, é importante destacar a sarcopenia, considerada como a
síndrome de fragilidade, que é altamente prevalente em idosos, conferindo maior
risco para quedas, fraturas, incapacidade, dependência, hospitalização recorrente e
mortalidade. Essa síndrome representa uma vulnerabilidade fisiológica relacionada à
idade, resultado da deterioração da homeostase biológica e da capacidade do
organismo de se adaptar às novas situações de estresse.
O desenvolvimento e progressão da sarcopenia envolvem diversos fatores, que
serão apresentados de forma esquemática, na figura 3 (Adaptado de Doherty, 2003).
Silvia et al. (2006) concluíram que a sarcopenia associada ao envelhecimento é
um processo lento, progressivo e aparentemente inevitável, até mesmo naqueles
indivíduos que praticam exercícios físicos regularmente. E ainda, que suas
consequências podem repercutir sobre os aspectos sociais, econômicos e de saúde,
no entanto, que novos de estudos longitudinais são necessários para melhor
compreensão dos aspectos fisiopatológicos da sarcopenia, bem como a otimização
de métodos de medida da massa muscular para o diagnóstico precoce e avaliação
de medidas terapêuticas efetivas para o ganho de massa muscular esquelética em
idosos.

 
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Figura 3. Representação esquemática dos fatores relacionados à gênese da sarcopenia no idoso


(Fonte: Adaptado de Doherty, 2003).

5.3 Idoso e suplementação com creatina

Recentemente, Rawson e Venezia (2011) destacaram em seu estudo de revisão


de literatura, que a suplementação com creatina e treinamento de resistência
promove aumento da massa magra, além de melhorar a resistência à fadiga,
aumentar a força muscular, e melhorar o desempenho de atividades de vida diária,
em maior medida do que treinamento de força isolado. Além disso, eles destacam
que a suplementação de creatina associada ao treinamento de força provoca um
maior aumento na densidade mineral óssea, e ainda que a creatina está associada
com o desempenho neuropsicológico, em virtude do aumento da creatina e
fosfocreatina no cérebro.

 
20 
 

Candow et al. (2008), estudou baixas doses de creatina (0,1 g/Kg) e


suplementação proteica associada ao treinamento de resistência em homens de 59
a 77 anos de idade. Os indivíduos foram divididos em grupos com proteína, creatina
e placebo. Os autores concluíram que baixas doses de creatina combinada com
suplementação proteica (0,3 g/Kg) aumenta a massa de tecido magro e resulta em
um maior aumento relativo no supino reto. No entanto, não houve aumento em
relação à força no leg press. Encontraram também, que baixa dose de creatina
reduz a degradação da proteína do músculo e reabsorção óssea.
Após verificar se a suplementação de creatina monohidratada aumentaria os
ganhos de força e massa livre de gordura, que se desenvolvem durante treinamento
resistido em 28 indivíduos do sexo masculino e feminino com idade acima de 65
anos, Brose et al. (2003), não encontraram efeitos colaterais significativos de
tratamento ou treinamento físico. E ainda, relatam que o treinamento físico resistido
supervisionado pode aumentar a força muscular e capacidade funcional em idosos,
devido à adição de suplementação com creatina para o estímulo do exercício que
aumentou a massa magra e o ganho de força muscular isométrica.

 
21 
 

6 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a Cr promove efeitos relacionados à massa muscular


magra, podendo reduzir alguns problemas que ocorrem durante o processo de
envelhecimento. Dentre estes problemas, a sarcopenia deve ser destacada por
influenciar principalmente nas atividades da vida diária.
Vale destacar, que a Cr deve ser associada a pratica regular de atividade física
quando se almeja aumentar a massa muscular magra e ainda, que dependendo do
indivíduo, este recurso ergogênico pode não ser indicado, em virtude dos efeitos
prejudiciais da Cr, que ainda encontram-se em discussão.
Novos estudos relacionados aos efeitos da Cr em idosos, bem como, estudos
voltados aos efeitos adversos deste ergogênico fazem-se necessários,
principalmente envolvendo a população idosa, suscetível a diversos problemas.
Sendo assim, a partir de informações concretas este recurso ergôgenico poderá
ser utilizado pela população idosa de forma segura, sem contra-indicações,
minimizando as alterações adversas que surgem durante o processo de
envelhecimento.

 
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