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SONORIDADE

Flauta transversal

Por Otávio Blóes


SONORIDADE // POR OTÁVIO BLÓES

A sonoridade é algo muito particular, ou seja, existem diferentes padrões ou


conceitos referentes a sonoridade, no entanto, esse “padrão de sonoridade”, o
qual buscamos incansavelmente, possui algumas características básicas
denominadas através de alguns adjetivos referentes ao som como: LIMPO,
CLARO, CONSISTENTE, HOMOGÊNEO, entre outros. 
Além destas características básicas a sonoridade ainda conta com outras
particularidades que pode ser descritas através de palavras muito usadas
pelos flautistas como: COLORIDO DO SOM, TIMBRE, PROJEÇÃO.
Tecnicamente falando, ou melhor, trazendo esse assunto para a parte
prática, a Flauta Transversal se caracteriza pela emissão do som através da
passagem do fluxo de ar por um orifício envolto por uma borda (porta lábios),
ou seja, diferente dos outros instrumentos de sopro, não há pressão dos
lábios sob uma palheta como no oboé e o clarinete ou ainda o atrito direto
dos lábios com um bocal, como no trompete, trombone, tuba, entre outros
instrumentos da família dos metais.
A partir deste fato podemos concluir que a emissão da sonoridade na flauta,
além das particularidades naturais de um instrumento de sopro, encontra
algumas dificuldades extras.

O fato de não termos o atrito direto entre os lábios e um bocal ou palheta


proporcionando a emissão do ar sem interrupções externas, torna ainda mais
difícil nossa missão de ter uma boa sonoridade. Simplificando ainda mais essa
nossa dificuldade, podemos concluir que, antes de chegar no orifício do bocal,
o ar emitido por entre os lábios encontra-se com o próprio Ar (espaço ou
ambiente natural externo) causando um choque ou atrito que antecede a
penetração do ar no instrumento, ocasionando essa interrupção da passagem
direta do ar.
Talvez essa seja a principal dificuldade a ser enfrentada para obtermos um
boa sonoridade. No entanto, existe outros fatores que implicam em aumentar
a dificuldade de se conquistar a sonoridade tão desejada.
Como podemos perceber, ter uma boa sonoridade na flauta é algo muito
mais complexo e difícil, e é fato: NÃO EXISTE UMA FÓRMULA MÁGICA PARA
TER UMA BOA SONORIDADE. O que existe são exercícios técnicos e muito
trabalho a ser feito.
Com o objetivo de vencer tais dificuldades referentes a sonoridade iremos
listar abaixo alguns dos principais fatores e seus mecanismos técnicos a
serem desenvolvidos e trabalhados.
*Atenção: Os itens listados abaixo
são primordiais e essenciais para a
construção de uma boa
sonoridade.
1 – EMBOCADURA (estrutura principal - Molde ou
Forma a ser feita a partir da movimentação dos lábios
e musculatura envolta aos mesmos para a emissão do
som - base da sonoridade - fator inicial responsável
pela sonoridade)
Uma embocadura sólida e estrutura que possibilite
uma boa sonoridade precisa ser construída a partir
de técnicas específicas de estudo e exercícios
diários. Ao contrário do que muitos flautistas
pensam é necessário sim um estudo detalhado e
intenso para construir uma boa embocadura.
Infelizmente não é somente colocar o bocal na
boca e sair soprando. Uma das principais causas de
deficiências e dificuldades com a embocadura se
dá também ao abandono de exercícios básicos e
essenciais que devem ser feitos inicialmente só
com o bocal logo nas primeiras semanas de estudo.
Muitos problemas de sonoridade que na maioria
das vezes estudantes de "nível intermediário"
possuem como dificuldades na emissão de um bom
som nas regiões grave e agudas e a famosa
sensação de que "cheguei no meu limite", se deve
a uma má formação da embocadura. Na maioria
desses casos é necessário reconstruir a
embocadura para obter uma boa sonoridade e
voltar a evoluir. Mas a boa notícia é que existe
solução e de forma muito rápida para e reconstruir
e aprimorar a embocadura e consequentemente
obter a sonoridade tão desejada.
Até mesmo estudantes de nível avançado
enfrentam algumas dificuldades com sonoridade e
embocadura.
O fato de estar em um nível considerado "avançado" não quer dizer que
tudo vai bem e não existe dificuldades nessas questões. As dificuldades
mais frequentes que esses estudantes enfrentam se referem a questões
de falta de "identidade sonora", problemas com afinação, dificuldades em
realizar timbres diferentes e explorar ao máximo as dinâmicas da flauta
sem distorção do som, entre outros. E muito provavelmente isso também
se deve a necessidade de um aprimoramento da embocadura.

#Dicas básicas de estudo para embocadura:


Busque relaxar a musculatura em volta da boca evitando apertar e
esticar os lábios, ou seja, evite ao máximo tensionar;
Faça exercícios diários com o bocal;
Utilize um espelho sempre que possível;
Não cubra muito fechando demais o orifício do bocal, nem deixe
espaço demais. Não há uma regra, porém isso dependerá de alguns
fatores. Experimente encobrir de ⅓ até no máximo a metade;
Explore as 3 oitavas (grave, médio e agudo) em seus estudos de
sonoridade com o bocal e a flauta, mas lembre-se, sem tensionar a
embocadura.

2 – RESPIRAÇÃO (Essencial para uma boa sonoridade, pois sem uma


respiração adequada não é possível controlar a duração desejada de notas
e frases)
Diafragma: músculo estriado esquelético localizado na região
abdominal, principal responsável pela respiração humana. Serve de
fronteira entre a cavidade torácica e a abdominal (separa uma da
outra). Durante a inspiração a cúpula diafragmática se contrai e desce
empurrando e comprimindo as vísceras abdominais, auxiliando a
entrada do ar nos pulmões. A descida do diafragma resulta também no
aumento do diâmetro vertical do tórax. Durante a expiração ocorre o
processo inverso, relaxa e sobe, aumentando a pressão intratoráxica e
expulsando o ar dos pulmões. Seus movimentos também são
importantes para tosses, espirros e defecação.

Atenção: não se preocupe demais com diafragma, pois ele trabalha quase
que de maneira independente quando respiramos dando um suporte para
a sonoridade, no entanto vez ou outra será necessário um pouco de
pressão abdominal para sustentar a sonoridade (apoio).
Uma boa abertura da boca ao inspirar é essencial para a entrada de ar,
mantenha a coluna de ar livre não tencionando ou contraindo
músculos do pescoço e caixa torácica, ou seja, relaxe ao inspirar e
expirar.

#Dicas básicas de estudo para embocadura:


Solte todo o ar dos pulmões, inspire em 2 tempos, segure 2, e solte em
4 tempos.  Repita essa série por 3 vezes. Você pode aumentar os
tempos para 3/3/6 e 4/4/8 conforme sentir-se confortável. Inicie
inspirando pelo nariz e expirando pelo nariz e conforme houver
progressão faça o mesmo procedimento inspirando e expirando pela
boca imitando a respiração que fazemos para tocar.

*Esse exercício ajudará no controle da entrada, permanência e saída do ar


dos pulmões. 
*Sugestão de pulsação para o exercício: semínima a 60 bpm.

3 – POSTURA (Tem uma relação muito importante com a sonoridade, uma


vez que, se tensionamos membros e órgãos do corpo devido a uma
postura inadequada corremos sérios riscos de comprometer a sonoridade).

Relaxamento da musculatura facial, ombros, braços, mãos e pescoço


são muito importantes.
#Dicas de postura:
Estude em frente ao espelho observando seu posicionamento;
Evite tocar com os braços muito colados no corpo;
Evite que os pés fiquem paralelos, ou seja, um ao lado do outro, isso
irá comprometer a coluna. Busque a posição "2 horas no ponteiro do
relógio) - pé esquerdo a frente e direito na lateral direita;
Não incline a cabeça para frente;
Não tensione os ombros;
Busque um relaxamento geral de todos os músculos e membros.

4 – EXERCÍCIOS TÉCNICOS PARA SONORIDADE (Técnicas e métodos


desenvolvidos por grandes mestres são importantíssimos e devem fazer
parte dos estudos diários).

Abaixo 2 exemplos de métodos tradicionais que contém importantes


exercícios e que se realizados com frequência e de maneira correta trarão
ótimos resultados:
TAFFANEL & GAUBERT - Méthode Complète de Flûte;
MOYSE, Marcel – De La Sonorite;

*Mas lembre-se: para obter bons resultados com esses métodos é


essencial ter antes trabalhado a embocadura, do contrário passamos
grande parte do tempo fazendo os vários exercícios de sonoridade sem
obter evolução. Uma embocadura estruturada é o princípio de uma boa
sonoridade!
5 – FOCO (concentração e atenção).

Você já pensou, imaginou, se concentrou no som que deseja fazer


antes de começar a estudar?
Focar é dar maior atenção, dedicação, importância… é simplesmente
pensar com carinho e cuidado naquilo que vai fazer.

Então iniciar seus estudos FOQUE NO SOM QUE DESEJA!

6 – ATIVIDADE FÍSICA (Muito importante - auxilia no domínio, controle e


estabilidade de órgãos internos, membros e músculos utilizados para
tocar e que estão ligados direto ou indiretamente com a sonoridade).

Sabemos que quando vamos tocar e estamos nervosos ou ansiosos,


muitas vezes perdemos o controle da sonoridade. Isso acontece porque
nesses momentos de instabilidade emocional ocorre um aumento
significativo na descarga de adrenalina, como se fosse um "aviso de
perigo" alertando o organismo para se defender de algo.  Esse aumento
da descarga de adrenalina provoca toda uma alteração no organismo,
sentimos os dedos endurecidos, o coração batendo acelerado e
principalmente a respiração ofegante comprometendo e muito a
sonoridade.
A atividade física tem relação com toda essa situação, pois dependemos
de estarmos bem fisicamente para tocar, não só quanto à postura (parte
física externa) e domínio de músculos e membros, mas também quanto a
essa questão do nervosismo.
A adrenalina é um hormônio que, além de ser liberado em maiores
quantidades num momento de nervosismo, também é liberado quando
fazemos atividade física, então, a partir desse fato podemos identificar
certa semelhança nas duas situações. Ou seja, se fazemos atividade
física regularmente, provavelmente conseguiremos um maior controle
dessa situação de estresse fazendo com que tenhamos maior êxito ao
tocar em público ou para uma banca avaliadora, obtendo assim
maiores chances de mantermos a qualidade da sonoridade.

RESUMINDO

EMBOCADURA ADEQUADA + RESPIRAÇÃO CONTROLADA + POSTURA


RELAXADA + FOCO + ESTAR BEM FISICAMENTE
+ EXERCÍCIOS TÉCNICOS IDEAIS
=
ÓTIMA SONORIDADE

Não desanime com os estudos, pois o principal você já tem que é muita
vontade e dedicação...Você só precisa de técnicas ideais!

Valeu e até mais!


OTÁVIO BLÓES

Professor de flauta transversal desde 1997 no Conservatório de Tatuí,


onde também é Professor de música de câmara e Flautista da Orquestra
Sinfônica da mesma instituição. Atua intensamente na área pedagógica
realizando há 22 anos um trabalho específico de técnicas de formação,
reconstrução e aprimoramento da embocadura. 
Coordenou a área de Sopros Madeiras do Conservatório de Tatuí por 10
anos. De 2013 a 2016 integrou a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo.
Integrou a Orquestra Sinfônica Paulista por 5 anos e a Orquestra de
Sopros Brasileira por 20 anos, sendo por 10 anos 1º Flautista Solista.
Dentre os prêmios obtidos em concursos destacam-se duas indicações ao
“Prêmio Weril” para solistas; melhor intérprete de música brasileira no
“III Concurso de Flautistas” da Faculdade de Música da Universidade São
Judas Tadeu e finalista do ”X Prêmio Eldorado de Música”.
Tocou em diversos grupos sinfônicos e camerísticos sob a regência de
nomes como Arnold Gabriel (EUA), Frank Battist (EUA), Matthew George
(EUA), Gregory Fritze (EUA), Jan Van Der Roost (Bélgica), Lazlo Marozi
(Hungria), Rafael Sanz-Espert (ESP), Eleazar de Carvalho (Brasil), Dario
Sotelo (Brasil), Marcos Sadao (Brasil), entre outros. Em 2005 atuou como
músico convidado da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo).
Como solista, destacam-se as execuções dos concertos de Jacques Ibert,
Khachaturian e Frigyes Hidas, sob regência dos maestros Daniel Havens
(EUA/BRA), Felix Hauswirth (Suíça) e João Maurício Galindo (BRA).
Participou da gravação de dez CDs e um DVD. Participou de recitais em
diversos eventos, dentre os quais se destacam o I, II, e III Encontro
Internacional de Flautistas (Tatuí), tendo atuado, em 2004, como solista
frente à Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí ao lado dos flautistas
Vieri Botazzini (Itália) e Ângela Jones (EUA).
Na área pedagógica, ministrou aulas no 29º Festival de Inverno de
Campos do Jordão (núcleo Tatuí), II Curso de Férias de Tatuí, III Semana
da Música da Universidade Federal de Uberlândia, I e III Encontro de
Flautistas de Santa Cruz do Rio Pardo, Pró Bandas - Oficinas Técnicas
para Maestros e Músicos de Banda (seis edições), Coreto Paulista –
Oficinas Itinerantes para Maestros e Músicos de Banda e Projeto Brasil
Presente realizado na Costa Rica.
Coordenou 3 edições do Encontro Internacional de Madeiras de
Orquestra do Conservatório de Tatuí. Em 2015 atuou como solista na Sala
São Paulo frente a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo sob regência
do maestro norte - americano Shaw Smith. Desenvolve um amplo e
intenso trabalho camerístico com a pianista Cristiane Bloes, formando o
“Duo Bloes”.

Otávio Blóes Flute


@otaviobloesflute Otávio Blóes - Flute

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