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MOSSORÓ- RN
2014
ALEXYA BRENDHA PINHEIRO DE LIMA
MOSSORÓ-RN
2014
O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade de seus autores
65f.: il.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer, em primeiro lugar a Deus, pela força e coragem durante toda esta longa
caminhada.
E o que dizer a ti minha mãe (Antônia Pinheiro de França)? Obrigada pela vida e educação
que me proporcionou, pelo incentivo, pela força e principalmente pelo carinho. Tudo valeu a
pena, espero nunca te decepcionar, te dedico este trabalho e lhe digo que este é mais seu do
que meu. Amo-te.
Agradeço também aos meus irmãos (Clelma Lima, Cleone Lima, Cleiza Lima e Lima Neto),
aos sobrinhos (Arthur Abrantes, Thomas Gabriel e Rebeca Lima), aos meus cunhados, ao meu
tio (Júlio César Lima) e a minha amiga (Tatiane Martins) que considero da família. Obrigada,
amo todos vocês.
Ás professoras Drª Jeane Portela, Ana Cecília da Costa Sinclair Marinho e Drª Kalyanne
Keyly Pereira Gomes, que me ajudaram na realização dos ensaios e também foram essenciais
na consumação deste trabalho.
Aos amigos Diego Souza, José Alves e Mariana Medeiros, vocês foram maravilhosos em
minha vida, um presente de Deus. Obrigada meus amigos.
Mesmo longe de casa construí uma família e esta sempre vou levar comigo, agradeço às
“Meninas da Casa 2”, Taisa Sângela, Maisa Oliveira, Liziane Souza, Anânkia Ricarte,
Vanessa Moraes, Wegna Silva, Carlina Pinheiro, Amanda Modesto, Daryana Alves, Jarina
Avelino, Tereza Luiza, Maria Luiza, Dinara Simão, Elissandra Freire, Taisi Milena. Obrigada
minhas irmãs, vocês foram meu alicerce durante este período de minha vida, na residência
universitária junto à vocês, vivi os melhores anos de minha vida.
“Um dos grandes problemas do concreto é que
qualquer doido pensa que sabe fazer concreto,
mas o pior problema, mesmo, é que ele faz”.
Frase de Neville
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10
1.1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 11
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 11
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 12
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 14
2.1 CONCRETO ..................................................................................................................... 14
2.2 ÁGUA DE AMASSAMENTO ......................................................................................... 15
2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ............................................................................. 17
2.3.1 Corrosão das armaduras .............................................................................................. 18
2.3.2 Carbonatação ................................................................................................................ 20
2.3.3 Eflorescência .................................................................................................................. 20
2.3.4 Ataque químico por cloretos nas estruturas de concreto .......................................... 21
2.3.5 Ataque químico por sulfatos nas estruturas de concreto .......................................... 23
2.4 DURABILIDADE ............................................................................................................. 24
2.5 VIDA ÚTIL ....................................................................................................................... 25
2.6 DESEMPENHO ................................................................................................................ 25
2.7 MANUTENÇÃO............................................................................................................... 26
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 27
3.1 TIPO, NATUREZA E ESTRUTURA DA PESQUISA .................................................... 27
3.2 ETAPAS DA PESQUISA ................................................................................................. 27
3.2.1 Aplicação de questionário............................................................................................. 28
3.2.2 Coleta das amostras da água de amassamento ........................................................... 28
3.2.3 Avaliação preliminar .................................................................................................... 29
3.2.3.1 Detergentes, óleos ou gorduras e cor ............................................................................ 30
3.2.3.2 Odor .............................................................................................................................. 31
3.2.3.3 Medida do potencial hidrogeniônico (pH) .................................................................... 31
3.2.4 Propriedades químicas da água de amassamento ...................................................... 32
3.2.5 Ensaios para análise química ....................................................................................... 33
3.2.5.1 Determinação de cloreto solúvel em água .................................................................... 33
3.3 AMOSTRAS DE CONCRETO PRODUZIDO “IN LOCO”............................................ 36
3.3.1 Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................... 36
3.3.2 Procedimento de moldagem e cura de corpo-de-prova ............................................. 37
3.3.3 Ensaio de compressão axial de corpos-de-prova cilíndricos ..................................... 38
4 RESULTADOS ................................................................................................................ 40
4.1 OBRA 1 ............................................................................................................................. 40
4.1.1 Questionário .................................................................................................................. 40
4.1.2 Análise preliminar da amostra de água ...................................................................... 41
4.1.3 Análise química da amostra de água ........................................................................... 43
4.1.3.1 Cloretos ......................................................................................................................... 43
4.1.4 Amostras de concreto produzindo “in loco” ............................................................... 43
4.1.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................................................... 43
4.1.4.2 Ensaio de compressão axial .......................................................................................... 44
4.2 OBRA 2 ............................................................................................................................. 45
4.2.1 Questionário .................................................................................................................. 45
4.2.2 Análise preliminar da amostra de água ...................................................................... 47
4.2.3 Análise química da amostra de água ........................................................................... 47
4.2.3.1 Cloretos ......................................................................................................................... 47
4.2.4 Amostras de concreto produzido “in loco” ................................................................. 48
4.2.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................................................... 48
4.2.4.2 Ensaio de compressão axial .......................................................................................... 48
4.3 OBRA 3 ............................................................................................................................. 49
4.3.1 Questionário .................................................................................................................. 49
4.3.2 Análise preliminar da amostra de água ...................................................................... 51
4.3.3 Análise química da amostra de água ........................................................................... 51
4.3.3.1 Cloretos ......................................................................................................................... 51
4.3.4 Amostras de concreto produzindo “in loco” ............................................................... 52
4.3.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................................................... 52
4.3.4.2 Ensaio de compressão axial .......................................................................................... 52
5 DISCUSSÕES E ANÁLISE DE RESULTADOS ......................................................... 53
5.1 QUESTIONÁRIO ............................................................................................................. 53
5.2 ANÁLISE PRELIMINAR DA AMOSTRA DE ÁGUA .................................................. 54
5.3 ANÁLISE QUÍMICA DA AMOSTRA DE ÁGUA ......................................................... 56
5.4 AMOSTRAS DE CONCRETO PRODUZIDO “IN LOCO”............................................ 56
6 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................... 59
6.1 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 59
6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 61
APÊNDICE A – Questionário aplicado nas obras analisadas ............................................ 65
10
1. INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONCRETO
cristalização dos produtos da reação do cimento com a água, resultando numa perda de coesão
do produto. Estes autores reforçam que de acordo com as partículas dissolvidas, três estados
são previsíveis:
A presença de íons que se combinam com o cálcio do cimento, retarda ou
mesmo impossibilita a pega e o endurecimento do concreto;
A presença de íons álcalis ou sulfatos, que podem exercer sua ação sobre o
cimento ou agregados, levando a reações expansivas;
Presença de íons capazes de promover a corrosão das armaduras, tais como
cloretos, sulfetos, amônio e nitratos.
Prosseguindo com o raciocínio, estas impurezas podem influenciar na resistência do
concreto, no tempo de pega, ser causa de manifestações patológicas como eflorescência,
corrosão das armaduras e ataque à microestrutura do concreto (CONCRETO E
CONSTRUÇÕES, 2010).
Por razões desta forte influência dos compostos da água no concreto é que se
estabeleceu uma norma brasileira, publicada pela ABNT em 2009. Trata-se da ABNT NBR
15900:2009, onde a mesma é composta de 11 partes que especificam os requisitos para água
ser considerada adequada ao preparo do concreto e também descreve os procedimentos de
amostragem, bem como os métodos para a sua avaliação. Essa aptidão da água é verificada de
acordo com os limites de cada composto especificado pela referente norma, a fim de ter o
controle tecnológico sobre a ocorrência de manifestações, fruto da alta concentração de
determinados compostos na mistura do concreto. Assim, tanto a água para mistura, quanto
para a cura, precisam atender essas limitações em matérias de íons agressivos, devendo ser
obrigatoriamente submetida a análises químicas.
Segundo Gentil (1987 apud SOUZA; RIPPER 1998), corrosão pode ser entendida
como a deterioração de um material, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente,
aliada ou não a esforços mecânicos.
Já Araújo (2009) define corrosão como um processo eletroquímico, o qual envolve
uma transferência de cargas (elétrons) de um elemento químico ou através de um meio líquido
(eletrolítico), no concreto as manifestações da corrosão se dão sob a forma de expansão,
fissuras e destacamento do concreto de cobrimento.
No concreto armado, as barras de aço imersas no concreto têm sua deterioração por
corrosão caracterizada pela destruição da película passivante que envolve a superfície das
barras, pois uma vez perdida a passividade da armadura a taxa de corrosão cresce
consideravelmente. Esta camada “protetora” é formada como resultado do impedimento da
dissolução do aço pela alta alcalinidade do meio aquoso que existe no concreto, este meio é
decorrência da parcela de água de amassamento do concreto em excesso que não é absorvida
pela superfície dos furos e normalmente preenche os veios capilares do concreto (SOUZA;
RIPPER, 1998).
19
Esse meio aquoso, assim como qualquer solução, pode ser considerado ácido, básico
ou neutro em função do seu pH. Para tanto, a garantia da criação da camada passivadora é
função de um meio alcalino (PH > 9), onde esta alcalinidade pode ser prejudicada pela ação
de íons cloretos, originários por muitas vezes da própria água de amassamento contaminada,
ou por meio dos demais materiais utilizados (blocos cerâmicos, agregados contaminados,
aditivos aceleradores de pega) (SOUZA; RIPPER, 1998).
Num contexto para engenharia civil alguns aspectos patológicos da corrosão são a
diminuição da capacidade resistente da armadura, fruto da diminuição de seção resistente das
barras, diminuição da aderência entre o aço e o concreto, ocorrência de fissurações por
expansão da armadura e degradação da camada de concreto que envolve a armadura (Figura
2), resultando em alterações nas respostas da peça estrutural às solicitações às quais são
submetidas (SOUZA; RIPPER, 1998).
Assim, para evitar a ocorrência de corrosão deve existir um controle sobre o pH,
onde o mesmo deve ser preferencialmente básico, também é importante um maior domínio
sobre a execução e materiais utilizados na produção do concreto para obtenção de maior
qualidade e estabelecer barreiras à ação de agentes agressivos em seu interior (cloretos, em
especial). Taylor (1997) afirma que essa penetração, dos agentes agressivos ao interior do
concreto, depende da porosidade do mesmo, da relação água/cimento, do grau de
compacidade dos agregados e do tempo de cura realizado, quesitos que qualificam o concreto
e o estabelecem maior durabilidade e resistência.
20
2.3.2 Carbonatação
2.3.3 Eflorescência
1
A fenolftaleína é um indicador ácido-base sintético que tem a propriedade de mudar de cor em função do pH do
meio, esta fica rosa em meio básico e incolor em meio ácido.
21
Quando no interior da estrutura essa água salinizada migra para o meio externo por
pressão hidrostática, na superfície esses sais cristalizam originando a eflorescência, que para
muitos é conhecida como salitre. Sua ocorrência é simbolizada pela depreciação estética como
o aparecimento de manchas (brancas ou cor de ferrugem) e desplacamento de pintura ou
outros revestimentos (BORGES, 2008).
a) Absorção capilar
b) Difusão iônica
Para Cascudo (1997) e Cavalcanti Filho (2010) a absorção capilar e a difusão capilar
são os principais mecanismos de transportes dos íons cloretos através dos poros do concreto.
Basicamente, a difusão capilar consiste no movimento dos íons cloretos no interior do
concreto, provocado pela diferença ou gradiente de concentração iônica, seja entre o meio
interno ou externo, ou dentro do próprio concreto. Essas diferenças de concentração levam os
íons cloretos a se movimentarem em busca do equilíbrio. Para a ocorrência da difusão iônica
existem duas condições a porosidade aberta do concreto e a existência de um meio úmido ou
aquoso (eletrólito) que permitam a movimentação dos íons.
A intensidade da difusão iônica depende da porosidade do concreto, para tanto,
quanto menos permeável e mais compacto for o mesmo menor será a ocorrência desse
mecanismo de transporte.
Os sulfatos são um dos principais agentes agressivos ao concreto, que podem ter sua
origem nos materiais constituintes como também serem provenientes do meio onde a peça de
concreto se encontra inserida (maresia, solos agressivos ou águas ricas em sulfatos).
O ataque ao concreto se dá pelo ingresso destes agentes nocivos ao interior do
concreto através de mecanismos de transporte (adsorção, permeabilidade, difusão). Estes
agentes degradantes podem está presentes na água de amassamento, nos agregados ou no
cimento, daí a importância do controle sobre os componentes, onde os materiais devem ser
criteriosamente conhecidos.
24
Basicamente o ataque por sulfatos se resume a sua ação expansiva no interior das
peças de concreto que geram tensões capazes de fissurá-lo, deixando-o mais vulnerável aos
agentes agressores como também proporciona perca de qualidade estética e resistência. Essa
expansão é fruto de reações com a pasta de cimento hidratado, onde estes íons sulfatos
reagem principalmente com o hidróxido de cálcio ( ) e o aluminato de tri-cálcio A,
originando a etringita e o gesso (LAPA, 2008).
Para obter uma maior resistência à ação destes componentes medidas como: uma
menor relação água/cimento, uso de cimentos resistentes à sulfatos com baixo teor de
aluminato tri-cálcio, adição de óxido férrico, produzindo que é muito resistente ao
ataque químico, além também da introdução de proporções adequadas de sílica ativa e cinzas
volantes, são medidas bastante válidas (EMMONS, 1993). Vale ressaltar que os cimentos
resistentes à sulfato não devem eliminar completamente o aluminato tri-cálcio A, visto que
o mesmo tem papel importante na formação da camada passivadora que protege as armaduras
da ação dos íons cloretos.
2.4 DURABILIDADE
Andrade (1997) define durabilidade como a condição onde uma estrutura de concreto
mesmo sobre as condições ambientais esperadas mantenha sua segurança, funcionalidade e
aparência aceitável, onde esta deve ser projetada, executada e operada de forma correta e
favorável. Para tanto, sem exigir grandes custos com manutenção e reparos durante sua vida
útil.
A ABNT NBR 6118:2014 no item 5.1.2.3 conceitua durabilidade como a capacidade
de a estrutura resistir às influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor
do projeto estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto.
Já para Metha e Monteiro (1994) a durabilidade das estruturas de concreto é
designada por sua capacidade de resistir à ação das intempéries, ataque químico, abrasão ou
qualquer espécie de deterioração, preservando sua forma original, qualidade e segurança de
uso no ambiente de exposição.
De acordo com Andrade (1997) e Helene (1999) para garantia dessa durabilidade e
resistência das estruturas é preciso controle sobre relação água/cimento, sobre o tipo e
consumo de cimento e adições, a dosagem do concreto, sobre a qualidade e credibilidade dos
25
materiais utilizados, o cobrimento das armaduras, entre outros parâmetros. Helene (1999)
ainda ressalta que é mais vantajosa economicamente a tomada de medidas preventivas ainda
na fase de projeto e execução do que intervenções posteriores.
Por essa e outras conclusões que devido aos altos custos com reparos e manutenção
das estruturas de concreto armado, que vem havendo uma crescente preocupação com a
durabilidade (HOFFMANN, 2001). Hoffmann (2001) ainda relata que esta preocupação é
fruto de um despertar diante da ação de agentes agressivos sobre as estruturas, tornando-as
inseguras estruturalmente e com custos de manutenção, reforço e recuperação, tornando as
mesmas mais caras e sem a qualidade e funcionalidade para quais foram projetadas.
A ABNT NBR 6118:2014 no item 6.2.1 define vida útil de projeto como o período
de tempo onde as estruturas de concreto mantêm suas características, desde que atendidos os
requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e construtor, bem como de execução
dos reparos necessários decorrentes de danos de acidentais.
O Comite Euro-Internacional Du Beton (1989) denota vida útil como o tempo em
que as estruturas de concreto mantém um limite mínimo de comportamento em serviço para o
qual foi projetada, sem elevados custos de manutenção e reparação.
2.6 DESEMPENHO
2.7 MANUTENÇÃO
3 METODOLOGIA
Com a visita aos canteiros para realização da pesquisa, de início foi realizado um
questionário (Apêndice A) junto ao responsável da obra, com objetivo de verificar as
condições de controle tecnológico no canteiro.
O questionamento foi breve e atribuiu-se tópicos como:
Caracterização da obra: qual método construtivo adotado e qual a finalidade da
edificação;
O concreto produzido tem qual finalidade: para concretagem de fundação,
vigas, pilares ou lajes;
Qual o traço adotado;
Características do agregado graúdo (o tipo e a dimensão);
Informações sobre a areia utilizada (Se há algum controle sobre sua umidade,
qual a origem da areia);
Classificação do cimento Portland utilizado na produção do concreto;
O fck do projeto estrutural;
Existe algum controle sobre o armazenamento e dosagem da água no concreto;
A quantidade de água e de areia é adaptada ao grau da umidade da areia;
Qual a procedência da água utilizada na mistura do concreto;
Equipamentos utilizados na produção e execução das peças de concreto.
água não passar na fase de análise preliminar, a mesma só poderá ser utilizada para uso em
concreto, se comprovado aptidão de acordo com os ensaios de tempo de pega e resistência.
A norma é bastante clara e simples em relação a esses procedimentos de análise
preliminar, os ensaios foram realizados segundo as especificações do item 6 da ABNT NBR
15900:2009-3 no laboratório de Análise de Solo-Água-Planta (LASAP) na Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) no Campus de Mossoró-RN do lado Leste, sobre a
orientação da técnica do laboratório Ana Cecília da Costa Sinclair Marinho.
3.2.3.2 Odor
A amostra foi agitada de modo a misturar qualquer material que esteja no fundo do
recipiente. Despejou-se 80 ml da amostra numa proveta de 100 ml. Lacrou-se e agitou-se por
em média 30 segundos.
Após o procedimento acima, foi verificado o odor da amostra de forma simples e
direta, podendo identifica-la como inodora ou não inodora (Figura 5).
A água para ser apropriada para produção de concreto deve passar por algumas
avaliações, com o objetivo de averiguar sua composição. A norma de referência a ABNT
NBR 15900:2009, especifica que para cada tipo de água há uma forma distinta de encarar a
sua avaliação (item 3 da parte 1- Requisitos).
A ABNT NBR 15900:2009, em suas 8 partes destinadas à analise química, orienta
como devem ser analisadas concentrações de componentes como zinco (Parte 4), chumbo
(Parte 5), cloreto (Parte 6), sulfato (Parte 7), fosfato (Parte 8), álcalis (Parte 9), nitrato (Parte
10) e açúcar (Parte 11). Este trabalho se restringirá à realização dos ensaios voltados apenas
para o diagnóstico da concentração de cloretos (Parte 6), por razões limitadoras dos
laboratórios disponíveis os ensaios para os demais componentes se tornam inviáveis.
No subitem 3.2.5 será apresentado o procedimento dos ensaios para a identificação
das concentrações deste composto nas amostras colhidas.
33
2
Os métodos argentimétricos envolvem o uso de soluções padrões de Nitrato de Prata e tem como campo
principal de aplicação à determinação de haletos e outros sais de prata pouco solúveis em água.
34
( )
(3.1)
Onde:
: Molaridade da solução titulante de nitrato de prata (0,005 mol/l);
: Volume gasto de titulante com a amostra analisada;
: Volume gasto de titulante com a amostra em branco;
: Massa molar do Cloreto (35,5 g/mol);
: Volume da amostra utilizado no ensaio (25 ml).
Por questões facilitadoras e pelo fato do volume gasto de titulante com a amostra em
branco ser desprezível, nos cálculos o mesmo foi desconsiderado.
3
Como foi realizado o controle geométrico dos moldes, conforme especificado na ABNT NBR 5738:2003,
pode-se dispensar a medição do diâmetro e altura, adotando-se as dimensões nominais.
39
(3.3)
Como a relação h/d ser igual a 2, o fator de correção será 1 (Tabela 2 do item 6.1.2
da ABNT NBR 5739:2007), logo ao multiplicar o fator pela força alcançada (F) não haverá
alteração.
Será realizada avaliação estatística dos resultados obtidos no ensaio de resistência à
compressão quanto à dispersão dos resultados, de acordo com o Anexo B da ABNT NBR
5739:2007.
40
4 RESULTADOS
4.1 OBRA 1
4.1.1 Questionário
A análise de detergentes, óleos ou gorduras e cor foi realizada de acordo com o item
3.2.3.1 deste trabalho, onde após procedimento verificou-se o não aparecimento de espuma e
nem indícios de óleos e gorduras. Em relação a cor, as amostras da obra 1 apresentaram
inicialmente sólidos suspensos (Figura 15), mas após agitação exibiram aparência incolor
quando comparada a uma solução padrão (Figura 16).
O odor , item 3.2.3.2, foi determinado de forma simples e direta e detectou-se que as
amostras não apresentavam odor, sendo classificadas como odor “não presente”.
O pH da amostras determinado de acordo com o item 3.2.3.3, mostrou como
resultado um valor de 7,51 (28,3 ºC), indicando um meio neutro.
4.1.3.1 Cloretos
Tensão Máxima
Corpo de prova
(MPa)
I-1 17,39
I-2 20,37
I-3 17,02
I-4 16,13
I-5 18,66
Fonte: Acervo do autor (2014)
(4.1)
∑
(4.2)
Se =
(4.3)
45
4.2 OBRA 2
4.2.1 Questionário
Figura 17: Método de controle na obra 2 sobre a dosagem da água na mistura do concreto
4.2.3.1 Cloretos
(4.4)
∑
(4.5)
49
Se =
(4.6)
4.3 OBRA 3
4.3.1 Questionário
4.3.3.1 Cloretos
(4.7)
∑
(4.8)
53
Se =
(4.9)
5.1 QUESTIONÁRIO
Nas obras 1, 2 e 3 não existe nenhum controle sobre a água de amassamento, quando
no máximo há uma tentativa, como visto na improvisação na obra 2. Muitos autores como
Neville (1997) e Dal Molin (1988) justificam essa negligência pelo não conhecimento técnico
dos operadores que por muitas vezes desconhecem todo o contexto teórico, dando ênfase à
54
concreto, como por exemplo, os açúcares. Bem como, muitas águas utilizadas no concreto não
podem ser ingeridas pelo homem (PETRUCCI, 1982).
A análise preliminar, de acordo com os requisitos da ABNT NBR 15900:2009 – 1 no
item 4.2, se atribui como mecanismo de aprovação de uso da água no concreto. Com isso, as
amostras das obras analisadas se classificam como adequadas pelo fato de respeitarem os
requisitos de inspeção preliminar expostas na Tabela 2 presente no item 4.2 da ABNT NBR
15900:2009 – 1, onde esta tabela foi adaptada de acordo com as características analisadas na
pesquisa, como pode ser visto na Tabela 7.
Pelo ensaio de consistência foi possível avaliar a fluidez do concreto em cada obra.
Na obra 1 o abatimento foi de 8 cm, o concreto era mais fluído e consequentemente com uma
relação água/cimento maior. Na obra 2 o abatimento foi de 6 cm, um concreto mais
consistente e com menos água na mistura. A obra 3 apresentou um abatimento de 5 cm,
indicando um concreto pouco fluído. De acordo com Ripper (1995) existem limites de
abatimento de acordo com a finalidade do concreto (Tabela 9).
57
Sendo nas três obras o concreto para estruturas comuns, com uso de vibrador
mecânico para o adensamento e considerando que não há controle tecnológico na execução, o
concreto deve ser plástico com abatimento ente 50 mm e 70 mm. Diante destas considerações
na obra 1 o concreto com 80 mm de abatimento não está dentro das recomendações, por
apresentar um concreto muito mole.
O ensaio de compressão axial dos corpos de prova moldados nas obras estudadas
apresentou resultados desfavoráveis de resistência nas obras 1 e 2, tendo em vista que os
valores determinados são inferiores ao fck previsto no projeto estrutural.
Na obra 1, o concreto era destinado à pilares e a resistência à compressão
característica no projeto de estruturas de concreto armado era de 25 MPa. O valor do ensaio
foi de 17,91 MPa, indicando que o concreto não apresenta condições estruturais para à
finalidade a que se destina, esse resultado pode está ligado à alta fluidez do concreto como
comprova o resultado de consistência. A concretagem de estruturas com um concreto com
relação água/cimento alta, resulta numa perca de resistência e durabilidade (HELENE, 1999).
58
6.1 CONCLUSÃO
Como continuidade desta linha de pesquisa, são sugeridos como trabalhos futuros a
realização de análise sobre a água de amassamento de acordo com a ABNT NBR 15900:2009
de forma completa, atribuindo ao estudo a análise de todos os compostos impostos pela norma
como zinco (Parte 4), chumbo (Parte 5), cloreto (Parte 6), sulfato (Parte 7), fosfato (Parte 8),
álcalis (Parte 9), nitrato (Parte 10) e açúcar (Parte 11). Submeter os corpos-de-prova moldados
nas obras analisadas ao ensaio de durabilidade, para se ter conhecimento da resistência do
concreto à ação do meio.
Segue-se também como sugestão, a escolha de obras que não utilizam água que
passem por estação de tratamento, como por exemplo, águas de fontes subterrâneas (poços),
água de captação pluvial ou águas superficiais (rios, açudes).
61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, J.J.O.; DAL MOLIN, D.C.C. Durabilidade das estruturas de concreto armado:
análise dos elementos estruturais mais degradados, no Estado de Pernambuco. Florianópolis,
S.C. 1998. V.1 p. 235-244. In : Encontro Nacional de Tecnologia do ambiente construído, 7º,
Florianópolis, 1998. Anais... Florianópolis: ANTAC, 1998.
____. NBR 15900:2009: Água para Amassamento do concreto – Parte 2. Rio de Janeiro:
ABNT, 2009.
____. NBR 15900:2009: Água para Amassamento do concreto – Parte 3. Rio de Janeiro:
ABNT, 2009.
____. NBR 15900:2009: Água para Amassamento do concreto – Parte 6. Rio de Janeiro:
ABNT, 2009.
____. NBR 15900:2009: Água para Amassamento do concreto – Parte 7. Rio de Janeiro:
ABNT, 2009.
GIAMUSSO, S. E. Casos... Concreto... A construção Região Sul, São Paulo, 219f. p.39-42,
jul. 1987.
HELENE, P. R. L. Vida útil das estruturas de concreto. In: International Conference on High-
Performance Concrete and Performance and Quality of Concrete Structures, 2. 1999,
Gramado. Anais…Gramado, junho, 1999. 1 CD.
RIPPER, E. Manual prático de materiais de construção. 1. Ed. São Paulo: Pini, 1995.
252p.
Obra ______
5. Informações sobre o agregado miúdo (areia) como origem, tipo e se existe algum
controle sobre a umidade da areia?