Vous êtes sur la page 1sur 26

Volume 1, Edição 1

Março/2010

U N I DA D E I N D U S T R I A L PA R A
AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO)

A P R E S E N TA Ç Ã O
Em atenção ao Requerimento de obtenção do licenciamento antrópicos, da avaliação dos im-
de Licenciamento Ambiental proto- ambiental. Desta maneira, conside- pactos ambientais nas fases de
colado no Instituto Ambiental do rando os parâmetros definidos por viabilização do empreendimento,
Paraná – IAP sob o n° 07.586.924- normas e leis vigentes e o caráter da definição das medidas mitigado-
0, solicitando Licença Prévia com decisivo sobre as ações adminis- ras e da criação de programas de
vistas à Implantação de Empreen- trativas voltadas ao licenciamento monitoramento ambiental.
dimento localizado na Fazenda ambiental, o EPIA-RIMA torna-se O diagnóstico ambiental na
Carumbé (Estrada marginal ao Rio um dos principais recursos técnicos área de influência direta e direta-
Ribeira sentido Colônia Sete Bar- à análise da viabilidade operacional mente afetada abrangeu atividades
ras), município de Adrianópolis, do empreendimento. de pesquisa e levantamentos técni-
para produção de aglomerantes Desta maneira, considerando cos para a caracterização dos
RIMA hidráulicos (cimento), e tendo em os parâmetros definidos por nor- aspectos físicos, bióticos e sócio-
vista o previsto na Resolução mas e leis vigentes e o caráter econômicos dos sistemas regio-
CEMA n° 065/2008 e Resolução decisivo sobre as ações adminis- nais.
Relatório de Impacto 01/86 do CONAMA, o empreendi- trativas voltadas ao licenciamento A avaliação dos impactos
mento pretendido necessita de ambiental, o EPIA/RIMA torna-se ambientais resultou de um conjunto
Ambiental é o docu- apresentação de EPIA/RIMA – um dos principais recursos técnicos de procedimentos, adotados com
mento utilizado para Est udo P rév io de Im pact o à análise da viabilidade operacional base em métodos científicos de
Ambiental/ Relatório de Impacto da indústria. análise, que compreenderam a
apresentar à popula- Ambiental, anteriormente ao Licen- A Avaliação dos Impactos identificação, a classificação e a
ção empreendimentos ciamento Prévio, em função de Ambientais, como resultado de hierarquização das possíveis inter-
que de alguma forma suas características, porte, locali- mecanismos técnicos e científicos, ferências.
zação e impactos decorrentes da foi instituída pela Política Nacional A proposição das medidas
promovam alterações extração e transporte de matéria- do Meio Ambiente em 1986, atra- mitigadoras visou o estabelecimen-
ao meio ambiente. prima e emissão de poluentes vés da Resolução nº 001/86 do to de ações preventivas e correti-
atmosféricos na região. CONAMA – Conselho Nacional do vas para controlar e minimizar os
Deve resumir as ca- Em conformidade com o exigi- Meio Ambiente, que estabelece impactos negativos, recuperar as
racterísticas do em- do no Ofício 105/2009-IAP/DIRAM/ diretrizes básicas e critérios gerais áreas degradadas e potencializar
DLE, observadas as legislações para a elaboração dos planos e os impactos positivos.
preendimento, levan- vigentes bem como demais rele- projetos, de acordo com a natureza Por fim, os programas ambien-
tar os impactos gera- vantes à implantação de Unidades e o porte do empreendimento. tais envolveram o planejamento
dos e definir medidas Industriais para Aglomerantes Os estudos ambientais na área executivo dos métodos e parâme-
Hidráulicos (cimento), elaborou os de influência do empreendimento tros técnicos a serem implementa-
e programas que os Estudos e, respectivo Relatório foram desenvolvidos através do dos para a manutenção e o contro-
atenuem. A leitura do Impacto Ambiental com o objetivo diagnóstico dos sistemas naturais e le da qualidade ambiental.
RIMA para implanta-
ção da Unidade In- INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O
dustrial para Aglome-
rantes Hidráulicos no
EMPREENDIMENTO
município de Adrianó- LOCALIZAÇÃO E ACESSO A ÁREA
polis deve permitir o
entendimento pelo O local para a implantação da Unidade Industrial para Aglomerantes Hidráulicos (Cimento) na Rua
público e está à dis- Januario Blaster Tranin, s/n, Vila Bela, no Município de Adrianópolis - PR. Esse Município está situado
posição para consulta no Vale da Ribeira, pertence à Região Metropolitana de Curitiba e localiza-se a Nordeste do Estado do
Paraná e divisa com o Estado
na Prefeitura Munici- de São Paulo pelo Rio Ribeira.
pal de Agudos do Sul O principal acesso ao local
e na Biblioteca do do empreendimento, a partir de
Instituto Ambiental do Curitiba, é seguindo pela rodovi-
a BR-476 até Adrianópolis, pas-
Paraná. sando por Bocaiúva do Sul e
Tunas, com cerca de 130 km.
A partir de Adrianópolis,
seguir em direção à localidade
de Vila Mota, deslocando-se
aproximadamente 500 m até o
Rio Carumbé, divisa do imóvel a
ser implantado o empreendi-
mento. Este acesso até área de
instalação da unidade industrial
é feito por um trecho pavimenta-
do até o Rio Carumbé e a partir
deste ponto por acesso não
pavimentado.
Página 2 Volume 1, Edição 1

PROCESSO INDUSTRI AL DE
F ABRIC AÇÃO DE AGLOMER ANTES
HIDRÁULICOS (CIMENTO)

O processo de fabri- onde são secos na câmara farinha é de 900ºC, enquanto a


cação, por via seca, do Cimento inicial com o gás proveniente de saída é de 1450ºC. A forma-
Portland é descrito a seguir: do forno e moídos nas outras ção dos compostos que forma-
O calcário e a argila são extraí- duas câmaras; rão o clinquer ocorre entre 1300
dos de jazida situada a aproxi- A farinha, como é chamada e 1450ºC;
madamente 3.500 m; esse material moído (calcário, O material segue, então, ao
Das jazidas, o calcário e a argila argila e minério de ferro), já resfriador de grelhas, onde é
são transportados por cami- com a granulometria desejada resfriado bruscamente, saindo
nhões basculantes até o brita- segue ao silo de homogenei- com uma temperatura de 60ºC
dor de martelos que reduz suas zação, de onde é transportada, maior que a ambiente;
granulometrias; através de elevador de cane- O clinquer é então britado e
Depois de britados, são condu- cas à torre de ciclones. A fari- armazenado em silo e posterior-
zidos por correias transportado- nha com granulometria indese- mente segue à moagem;
ras ao pátio de matérias-primas jada retorna ao moinho; No moinho do produto final, o
onde são estocados e homoge- Na torre de ciclones acontece clinquer, juntamente com o ges-
neizados; o pré-aquecimento do material, so e outros possíveis aditivos, no
Desse pátio, o calcário, a argila ocorrendo a descarbonatação caso a pozolana, é moído de
e também o minério de ferro da farinha a uma temperatura acordo com a granulometria
são levados para moega, de final de 900ºC; desejada. Como anteriormente,
onde, através de outra correia Após o pré-aquecimento, a o material com granulometria
transportadora, são transporta- farinha segue ao forno que indesejada, retorna ao moinho;
dos aos seus respectivos silos; tem como combustível o coque O material é, então, conduzido
Os materiais são dosados e de petróleo. Neste forno, a ao silo de armazenamento para
transportados ao moinho de cru, temperatura de entrada da expedição a granel ou em sacos.
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 3

O B J E T I VO S E J U S T I F I C A T I VA S
Existe um consenso jazida, pouco afetará o em todas suas operações,
internacional que a viabili- meio ambiente, não só na em todos seus aspectos, são
dade econômica de uma fase de construção, como planejadas e executadas,
Fábrica de Cimento, por via também de operação. As visando como alvo principal,
úmida ou seca, que é o atividades, por exemplo, na o atendimento da legislação
caso da Margem Compa- fase de construção, seus vigente.
nhia de Mineração, deve aspectos ambientais e im- A não realização do em-
ficar o mais próximo possí- pactos associados, são preendimento implica em
vel das jazidas minerais, temporários, localizados e reverter às expectativas da
principalmente o calcário. praticamente não afetariam comunidade com respeito ao
Essa condição determi- os meios físico, biótico e aumento de renda e empre-
na a presença da unidade antrópico. go para o município. Está
fabril da Margem na região, Sabe-se que a Fábrica previsto, na fase de implan-
cuja geologia é em particu- funciona usando a tecnolo- tação 700 empregos diretos
lar adequada pela rica for- gia denominada via seca, e 1.000 empregos indiretos e
mação de calcários. cujas características de na fase de operação da fá-
O presente Estudo Pré- completo domínio tecnoló- brica em torno de 100 em-
vio de Impacto Ambiental gico, é consagrada em todo pregos diretos e 400 empre-
está dirigido e converge o mundo. Inclusive e princi- gos indiretos.
para a Instalação da Fábri- palmente nos países mais Em relação aos meios
ca de Cimento. industrializados, onde as biológico e físico a não insta-
Do ponto de vista técni- exigências ambientais são lação da indústria implica na
co, fica evidente que o mais fortes, existe uma permanência da qualidade
“modus operandus” de uma expansão desse processo, ambiental atual sem nenhu-
nova unidade fabril mais por ser mais econômico e ma modificação ou melhoria
moderna e simplificada ambientalmente controlado. paisagística. A implantação
proporcionará condições Os fornos rotativos, Programa de Revegetaliza-
mais adequadas no contro- cada vez mais avançados ção das Áreas de Preserva-
le das atividades que serão do ponto de vista tecnológi- ção Permanente e Reserva
implementadas. co, estão sendo fabricados Legal, através de um Projeto

Do ponto de vista eco- praticamente em série e de Recuperação, é um e-

nômico, é obvio que a re- este processo de fabrica- xemplo de uma alteração e

dução de custos implica em ção deve rigorosamente melhoria na paisagem local,

construir a linha de produ- satisfazer as exigências além da melhoria ambiental,

ção o mais próximo possí- ambientais dos seus pró- proporcionada pelo progra-

vel, da jazida existente no prios países, em geral mais ma pela formação de um

local e a instalação foi pre- rigorosas que as brasilei- possível corredor de biodi-

vista com o intuito de con- ras. versidade na região.

cretizar esta condicionante. Em suma, a nova tecno-

Do ponto de vista ambi- logia a ser importada e

ental, a Unidade Industrial implantada na Margem

sendo instalada próximo à Companhia de Mineração,


Página 4 Volume 1, Edição 1

D E T E R M I NA Ç Ã O DA S Á R E A S
DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA - AII MEIO SÓCIO ECONÔMICO

A Área de Influência Indireta (AII) para o A AID compreendeu o Município de Adrianó-


meio físico, biótico e socioeconômico correspon- polis, região de implantação do empreendimen-
de a uma divisão espacial do município de Adri- to e corresponde aos espaços, pessoas e bens
anópolis em sua área total de 1.343,37 km², situados no entorno, e localidades próximas ao
região de implantação da unidade industrial. empreendimento que poderão ser afetados pela

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – AID obra como Vila Bela e Vila Carumbé.

MEIO FÍSICO E BIÓTICO


ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - ADA
A Área de Influência Direta (AID) é definida
A ADA corresponde ao local de implantação
pela porção da Fazenda Carumbé cuja superfí-
do Plano Diretor da Unidade Industrial para
Para cie não será utilizada no Plano Diretor da Unida-
Aglomerantes Hidráulicos (Cimento) e obras de
determinação de Industrial e a estrada para o transporte do
apoio e corresponde a apenas 12,3089 hectares
minério A AID corresponde a 80,9284 hectares
das áreas de da área total da Fazenda Carumbé.
da fazenda que não serão utilizados pela cons-
influência, foram trução da fábrica de cimento e o acesso para o
consideradas transporte do minério da mina para fábrica, em
todas as um percurso de 3,5 km.
variáveis
levantadas nos
diagnósticos
ambientais,
estabelecendo-
se, desta
maneira, a
interposição das
mesmas para os
meios físico,
biológico e sócio-
econômico.

ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO


U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 5

D I A G N Ó S T I C O A M B I E N TA L
MEIO FÍSICO
ASPECTOS CLIMÁTICOS
As informações relativas
aos dados de temperatura
média do ar, umidade relativa
do ar, insolação, pressão at-
mosférica, evaporação e nebu-
losidade foram obtidas na Es-
tação Meteorológica de Cerro
Azul, operada pelo IAPAR-
Instituto Agronômico do Para-
ná, situada mais próximo ao
empreendimento (Lat. 24°
49’S / Long. 49°15’W / Alt.
360m), apresentando dados
confiáveis em relação aos as-
pectos climáticos da região.

PLANO DIRETOR DA UNIDADE FABRIL - ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA)


Página 6 Volume 1, Edição 1

QUALIDADE DO AR
Antes da implantação do empreendimento é necessário avaliar a situação atual da qualidade do ar
na região. Em Adrianópolis e entorno há fontes de emissão de poluentes, como por exemplo, algumas
atividades de mineração, veículos e vias não pavimentadas, que também podem afetar a qualidade do
ar. Desta maneira, este trabalho contempla o monitoramento da qualidade do ar na região de influência
do empreendimento para quantificação da concentração de poluentes considerados importantes. A
substância avaliada por este estudo é a mais comum e de maior importância na atividade da cimenteira:
material particulado em suspensão.
O monitoramento de material particulado em suspensão da atmosfera foi realizado com base em
medições com estação de qualidade do ar, conforme as Resoluções CONAMA 003/90 e SEMA (PR)
054/06, utilizando-se amostrador de grandes volumes.
Devido ao desconhecimento das concentrações atmosféricas na AID e AII do empreendimento, por
não haver estação de qualidade do ar em operação na região, as concentrações atmosféricas medidas
pela campanha realizada na área diretamente afetada pelo empreendimento (ADA) são adotadas como
representativas para toda a região.
A campanha de medição teve medição contínua, durante 7 dias com um amostrador de grandes
volumes (também conhecido com hivol) para medição de material particulado em suspensão. Este é o
método de referência da Resolução CONAMA 003/90 e também da SEMA 054/06. Como a campanha
se deu em uma situação meteorológica específica (sem apresentar sazonalidade), a avaliação das con-
centrações é feita com base nas condições de tempo, com respectiva interpretação dos resultados com
base nessas informações meteorológicas.
O hivol foi instalado no nível do solo, a menos de 50 metros a noroeste da área onde será implanta-
da a indústria. Esta alocação do equipamento deveu-se pela necessidade de alimentação elétrica contí-
nua do hivol e por questão de segurança, ficando, então, próximo à residência do caseiro que cuida da
área do empreendimento. A figura abaixo mostra o local de monitoramento. Devido à grande proximida-
de entre o ponto de monitoramento e o ponto de instalação do hivol, podemos considerar que esta cam-
panha de medição representa bem as condições de material particulado em suspensão tanto da AID –
entorno de cerca de 1 Km de raio – quanto da ADA.
Observou-se para esta campanha de medição a concentração média de 32,31 µg/m³ de partículas
totais em suspensão, o que representa um percentual perto de 40% do limite máximo anual estabelecido
pelas resoluções CONAMA 003/90 e SEMA 054/06 (o limite anual é de 80 µg/m³).

Prognóstico da Qualidade do Ar

A avaliação de impactos se dá a partir das


estimativas de emissão de poluentes e com
posterior simulação matemática de concen-
trações resultantes no entorno.
As emissões são calculadas com base nos
dados de projeto e valores típicos para
indústrias cimenteiras, de características
semelhantes à da Margem. O modelo ma-
temático é aplicado para as emissões cal-
culadas e para as condições topográficas e
meteorológicas regionais. Utiliza-se modelo
computacional de grande uso na comunida-
de de qualidade do ar.

Emissões de poluentes atmosféricos


A principal emissão atmosférica na fabrica-
ção de cimento é do forno rotativo de clin-
quer onde são gerados os poluentes mate-
rial particulado total (MPT), gases de com-
bustão como monóxido de carbono (CO),
dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitro-
gênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e
hidrocarbonetos totais (THC). Os gases do
forno rotativo passam ainda pelo moinho de
cru antes de serem conduzidos ao filtro
manga para o controle da emissão de MPT. Depois são lançados pela chaminé de 105 m de altura
(segundo dados do projeto).
As demais etapas da fabricação de cimento com relevantes emissões atmosféricas consistem no
manuseio de material fragmentado, tais como transporte e moagem, que geram emissões de MPT,
todas controladas por filtro de mangas. Foram identificadas três fontes deste tipo (além do Forno rotati-
vo):
Resfriamento de clinquer;
Moinho de cimento; e
Moinho de coque.
Para fins de avaliação de impactos sobre a qualidade do ar considerou o impacto apenas as princi-
pais substâncias: MPT, NOX e SOx, que são as mais representativas e possuem limites de emissão
regulamentados pelo CONAMA, através da Resolução 382/06, e pelo Estado do Paraná, através da
Resolução 054/06.
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 7

Modelagem matemática de dispersão atmosférica


Este trabalho avalia a contribuição das principais fontes de emissões conduzidas de efluentes atmos-
féricos. Para isso, utiliza-se como principal ferramenta um modelo matemático de dispersão, que consiste
em representar através de equações escritas em um programa computacional os processos físicos e
químicos que ocorrem na atmosfera, representando analiticamente o comportamento dos poluentes du-
rante o processo de dispersão no ar, levando em conta as características das fontes de emissão, da topo-
grafia da área de influência e condições meteorológicas de dispersão.
Implementação do Modelo ISC3
Configuração do ISCST3
Condições Topográficas
A simulação da dispersão leva em conta os aspectos topográficos do entorno das fontes.
Condições Meteorológicas
O modelo ISC3 necessita como dados de entrada a meteorologia da região, sendo os parâmetros
necessários: direção e velocidade do vento, temperatura, estabilidade at- Concentração Média Anual de PTS
mosférica, altura da camada-limite atmosférica e precipitação. 7274000

Resultados

eira
µg/m³

Rio Rib
7273000
24
Concentrações de PTS 23
22
A maior concentração anual (a maior de 3 anos simulados) é de 21
20
19
25,50 µg/m³ que se reduz a 21,30 µg/m³ para o quinto maior valor. Para fins 7272000 18
17
de comparação, o padrão primário de qualidade do ar para PTS é de 80 µg/ 16
15
Adrianópolis/PR 14
m³ e secundário 60 µg/m³. Para correta avaliação futura, os resultados obti- r=2,5km
13
7271000 12
dos na modelagem matemática deves ser somados a esta a concentração 11
10
r=1km 9
média já existente na região. No diagnóstico mostrou-se que as medições VILA CORUMBÉ 8
7
VILA BELA
levam a uma concentração média de 32,31 µg/m³. Assim, pode-se afirmar 7270000 6
5
MARGEM 4
que o impacto de longo prazo do empreendimento é a soma do que já exis- 3
2
te com o que se estima para seu funcionamento. Dessa maneira, é estima- 1
-0
7269000
da a concentração total de 57,81 µg/m³, no pior caso para a média anual.
BARRA GRANDE

7268000
701000 701500 702000 702500 703000 703500 704000 704500 705000 705500 706000 706500 707000
Concentração Média Anual de SOx
7274000
ra ei

µg/m³
Rio Rib

7273000 38
36
34 Concentrações de SOx
32
30
O maior valor é de 44,41 µg/m³ diminuindo para 35,64 µg/m³,
7272000
28
26
sendo que os padrões anuais primário e secundário para SOx têm como
24
Adrianópolis/PR 22
limite 80 µg/m³ e 40 µg/m³, respectivamente. O impacto de longo prazo
r=2,5km
7271000
20
18
desta substância é moderado, uma vez que o consumo de combustível (em
r=1km
16
14
geral coque e eventualmente óleo ou carvão) é bastante elevado. Embora
VILA CORUMBÉ

VILA BELA
12
10
existam outras fontes de SOx, é provável que a concentração ambiental já
7270000
MARGEM
8
6
existente seja baixa, pois a frota circulante na região é pequena, bem como
4 não há outras grandes fontes de emissão de óxidos de enxofre.
2
7269000 -0

BARRA GRANDE

7268000
701000 701500 702000 702500 703000 703500 704000 704500 705000 705500 706000 706500 707000
Concentração Média Anual de NOx
7274000
eira

µg/m³
Rio Rib

7273000
70
Concentrações de NOx 65

A maior concentração de NOx de 85,18 µg/m³ ocorre na mesma 60

7272000 55
região de maior impacto para as demais substâncias. O impacto neste caso é 50

moderado, uma vez que os padrões anuais primário e secundário para NOx 45
Adrianópolis/PR r=2,5km 40
possuem ambos o valor de 100 µg/m³. Novamente, fora da AII o impacto é 7271000 35

bastante reduzido, com valores inferiores a 15 µg/m³, bem abaixo do limite 30


r=1km
25
legal. VILA CORUMBÉ
20
VILA BELA
7270000
15
MARGEM 10
5
-0
7269000

BARRA GRANDE

7268000
701000 701500 702000 702500 703000 703500 704000 704500 705000 705500 706000 706500 707000
Página 8 Volume 1, Edição 1

RUÍDOS
O estudo dos níveis de ruído para esse empreendimento busca conhecer a situação atual e avaliar
maneiras de minimizar os impactos à população humana e à biota. Dessa forma, um diagnóstico dos
Ponto 1
atuais níveis acústicos, nas áreas de influência, se faz necessário, assim como uma previsão de au-
mento de ruídos que será causado pela operação do complexo industrial.
Locais Monitorados
O ponto 1 encontra-se a oeste e a aproximadamente 150m da fábrica (703607,72/7270448,32m), no
trevo da BR-476 com a estrada que da acesso ao local do empreendimento. Este ponto é classi-
ficado segundo a NBR 10151/2000 como área mista, predominantemente residencial, sendo que
o limite de ruídos para esta área, no período diurno segundo a mesma norma é de 55 dB(A).
Ponto 2 Neste local os ruídos são provenientes de tráfego, operação de carga/descarga, entre outros.
O ponto 2 fica localizado a oeste, a aproximadamente a 400m da fábrica (703911,33/7270224,08) pró-
ximo ao Rio Carumbé junto a estrada que dá acesso a fábrica. Segundo a NBR 10151/2000 esta
DE FORMA GERAL, CONSIDERANDO
área é classificada como áreas de sítios e fazendas, e o limite de ruídos para o período diurno é
O PERÍODO DIURNO MONITORADO,
PERCEBEU-SE QUE A MAIOR PARTE
de 40 dB(A). Neste local os ruídos são provenientes de tráfego. A via de acesso à fábrica não é
DOS ALTOS NÍVEIS SONOROS É pavimentada.
GERADA PELA PASSAGEM DE VEÍ- O ponto 3 está localizado a norte e a aproximadamente 200m metros do empreendimento
CULOS. TODOS OS LOCAIS MONITO- (704034,36/7270386,80). O local fica entre áreas urbanizadas, porém com características rurais,
RADOS APRESENTAM NÍVEIS SONO- é classificado e tem o mesmo limite de ruídos que o ponto 2. Neste local os ruídos são proveni-
ROS ACIMA DO LIMITE ESTABELECI- entes de tráfego, sendo que a via onde foi realizado o monitoramento não é pavimentada.
DO NA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL,
O ponto 4 está localizado a leste e a aproximadamente 140m do local do empreendimento
CONSIDERANDO O LOCAL COMO
(704349,87/7270430,46). Este ponto tem seus ruídos provenientes de tráfego por uma via não
UMA ÁREA MISTA PREDOMINANTE-
pavimentada e das residências que ficam ao lado do local. Os limites e classificação se mantêm
MENTE RESIDENCIAL E ÁREAS DE
SÍTIOS E FAZENDAS E OS PADRÕES o mesmo que nos pontos 2 e 3.
ESTABELECIDOS PELA NBR O ponto 5 está localizado a oeste e a aproximadamente 700m do local do empreendimento
10151/2000. NO ENTANTO, SEGUN- (704619,75/7270218,13). Este ponto tem seus ruídos provenientes de tráfego por uma via pavi-
DO O PLANO DIRETOR DO MUNICÍ- mentada, operação de carga e descarga, residências. O local fica em uma área urbana, e segun-
PIO DE ADRIANÓPOLIS, QUE A- do a 10151/2000 como área mista, predominantemente residencial, sendo que o limite de ruídos
GUARDA TRAMITES LEGAIS, A para o período diurno é de 55 dB(A).
REGIÃO DE IMPLANTAÇÃO É CONSI-
DERADA COM ÁREA INDUSTRIAL E
TERIA OS LIMITES DE NÍVEIS SONO-
ROS AUMENTADOS. A LOCALIZA-
ÇÃO DOS PONTOS DE MONITORA-
MENTO FOI, VIA DE REGRA, MARGI-
NAL ÀS RUAS E ESTRADAS, E ES-
SES NÍVEIS SONOROS NÃO SÃO OS
MESMOS QUE SERIAM MEDIDOS
DIRETAMENTE JUNTO À POPULA-
ÇÃO E OUTROS RECEPTORES,
COMO ANIMAIS. ASSIM SENDO, A
CONDIÇÃO ATUAL NÃO PODE SER
CONSIDERADA PREOCUPANTE,
AINDA QUE DEVA MERECER ATEN-
ÇÃO DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS.

Ponto 3

Resultados do Monitoramento
Ponto 1 - O nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 61,2 dB(A), ou seja, acima do
valor permitido pela legislação.
Ponto 2 - O nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 59,9 dB(A), ou seja, acima do
Ponto 4
valor permitido pela legislação.
Ponto 3 - O nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 63,5 dB(A), ou seja, acima do
valor permitido pela legislação.
Ponto 4 - Para este ponto o nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 57,8 dB(A),
ou seja, acima do permitido pela legislação.
Ponto 5
Ponto 5 - Para este ponto o nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 57,9 dB(A),
ou seja, acima do permitido pela legislação.
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 9

SOLOS
Conforme carta de Solos do Estado do Paraná (escala 1:600.000), EMBRAPA/IAPAR (2008), na Área de Influência
Indireta (AII), ocorrem 14 (quatorze) associações de solos, sendo Podzólicos (05), Neossolos (05), Chernossolo (01) e
Associação Cambissolo + Neossolo (02).
Na Área de Influência Direta (AID), ocorrem 03 (três) associações de solos sendo:
PVAd18 – ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, textura média/argilosa pouco cascalhenta, A modera-
do, fase campo subtropical, relevo forte ondulado e
montanhoso.
PVAd28 – Associação ARGISSOLO VERMELHO-
AMARELO Distrófico latossólico, álico, fase flores-
ta tropical perúmida relevo ondulado e forte ondu-
GEOLOGIA
lado + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico
típico, fase floresta tropical perenifólia de várzea,
relevo plano, substrato sedimentos do Quaternário,
ambos A moderado, textura argilosa.
RRdh4 – NEOSSOLO REGOLÍTICO Distro-
úmbrico típico, textura média, álico, fase floresta
subtropical subpernifólia, relevo ondulado, substra-
to siltitos e arenitos finos.
A Área Diretamente Afetada (ADA), local de
implantação do empreendimento, a Fazenda Ca-
rumbé, encontra-se no domínio da seguinte classe
de solo:
PVAd18 - ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
Distrófico típico, textura média/argilosa pouco
cascalhenta, A moderado, fase campo subtropical,
relevo forte ondulado e montanhoso.

Pedologia nas Áreas de Influência


do Empreendimento

TESTE DE INFILTRAÇÃO

Para a realização dos ensaios de infiltração, visando determinar o coeficiente de infiltração dos solos
da Área Diretamente Afetada (ADA), foram escavados 03 (três) poços.
A disposição dos poços foi baseada no relevo da área, a fim de se obter resultados representativos
das condicionantes locais. A execução dos poços obedeceu às especificações contidas na norma NBR
7229-ABNT. Os resultados e o perfil dos solos descritos encontram-se dispostos abaixo.

Coeficiente de infiltração
Poço Descrição dos intervalos
(Ci) (L/m2. dia)

C1 0,00 – 1,30 m: Solo castanho avermelhado, compacto, argiloso, variegado com vermelho e cinza. <21

C2 0,00 – 1,30 m: Solo castanho avermelhado, compacto, argiloso, variegado com vermelho e cinza. <21

0,00 – 0,50 m: Solo areno-argiloso, castanho escuro, rico em matéria orgânica.


C2 <21
0,90 – 1,30 m: Solo arenoso, castanho avermelhado, friável, com granulometria milimétrica, úmido.

Para a execução do ensaio de permeabilidade utilizou-se o método descrito por Lima (1983), com
ensaio do tipo “carga variável”, em furos de sondagem. Foram realizados 02 (dois) furos de sondagem
com trado manual (6”), nos quais foram introduzidos um tubo DN40, completando-se o espaço interno do
tubo até o nível considerado zero. Na seqüência foram medidos o tempo de descida e a posição do nível
d’água em escala graduada.
Com o objetivo de caracterizar a qualidade ambiental dos solos na área diretamente afetada, foram
coletadas amostras nas sondagens a trado, apresentando-se todas dentro dos valores máximos permiti-
dos.

Poço C1 Poço C2 Poço C3


Página 10 Volume 1, Edição 1

GEOLOGIA
Na Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento ocorrem rochas das seguintes unidades geológicas:
Quaternário
Aluviões em geral
Jurássico Cretáceo
Gabro José Fernandes
Proterozóico Superior
Grupo Açungui
Proterozóico Médio
Grupo Setuva
Arqueano-Proterozóico Inferior
Complexo Granítico-gnáissico e
Complexo Granítico-migmatítico
A Área de Influência Direta (AID)
é composta predominantemente por
rochas metacarbonáticas, quartzitos,
mica-xistos, do Grupo Açungui
(Formação Votuverava); rochas me-
tabásicas; e sedimentos aluvionares
ao longo do Rio Ribeira e seus aflu-
entes.
Na Área Diretamente Afetada
(ADA), foi possível caracterizar ro-
chas do Grupo Açungui (Formação
Votuverava) e sedimentos aluviona-
res do Rio Ribeira. A Formação Votu-
verava é representada principalmente
por mica-xistos (sericita-xisto), com
textura lepidoblástica, estrutura xisto-
sa, de cor cinza escuro. Estas rochas
apresentam-se extremamente fratu-
radas e com veios centimétricos de
quartzo.

GEOTECNIA

Com o objetivo de
caracterizar o subsolo da área
diretamente afetada, foram
realizadas sondagens a trado
manual (ST) e sondagens à
percussão tipo SPT (Standart
Penetration Test). Foram reali-
zadas 10 (dez) sondagens
totalizando 46,85 m de perfura-
ção, com profundidade máxima
de 10,00 m. O equipamento
utilizado foi o trado manual, tipo
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 11

HIDROGEOLOGIA
A água subterrânea, na Área de Influência Indireta (AII) e na Área de Influência Direta (AID), está
inserida em dois sistemas aqüíferos principais: o aqüífero freático, zona onde o solo encontra-se satura-
do em água, e aqüíferos profundos, localizados principalmente nas fraturas de rochas metassedimenta-
res e nas estruturas cársticas das rochas metacarbonáticas (aqüífero cárstico). Na área diretamente
afetada, os aqüíferos profundos, em função da litologia, são representados apenas pelas fraturas dos
metassedimentos.

Para determinação da permeabilidade da zona saturada foram realizados 03 (três) testes em poços
provisórios instalados nas sondagens a trado ST-04, ST-06 e ST-08. Este tipo de ensaio consiste no
rebaixamento do nível d’água e no acompanhamento de sua recuperação, medindo-se a elevação do
nível d’água em intervalos de tempo pré-determinados.

Os valores obtidos para a condutividade


hidráulica foram:
3,357 x 10-4 cm/s;
3,07 x 10-4 cm/s;
1,102 x 10-4 cm/s.

Com o objetivo de caracterizar a quali-


dade ambiental das águas do lençol freático
na área diretamente afetada, foram coleta-
das amostras nas sondagens a trado. Os
resultados das análises laboratoriais realiza-
das em amostras de água das sondagens a
trado coletadas em campo apresentaram
valores dos parâmetros analisados dentro
dos valores máximos permitidos.
Página 12 Volume 1, Edição 1

GEOMORFOLOGIA E RELEVO
Geomorfologia Regional

A caracterização geomorfológica identifica as formas de relevo existentes na área em foco e os


processos passados e/ou atuais que incidem sobre ela. Por sua pequena dimensão, convém compreen-
der o espaço geomorfológico maior, onde está inserida.
A unidade geográfica mais evidente para análise geoambiental do empreendimento em questão é a
Bacia do Rio Ribeira que abrange os Estados do Paraná e São Paulo. Esta bacia tem uma direção a-
CRISTA ALONGADA DE MICA-
XISTOS COM DIREÇÃO SW-NE. proximada de SW-NE, com nascentes no Segundo Planalto Paranaense e a foz na planície litorânea de
São Paulo. As nascentes são representadas pelos Rios Açungui e Ribeirinha, de cuja confluência surge
o Ribeira propriamente dito. Este corre sobre o Primeiro Planalto Paranaense, ou Planalto de Curitiba,
desenvolvendo posteriormente, seus trechos médio e inferior já em território paulista.
Geomorfologia Local Dentro da classificação geomorfológica de Ross (1985), que identificou 28 macro-unidades para o
Brasil, a Bacia do Ribeira está praticamente toda na categoria Planaltos e na subclasse Planaltos em
A Área de Influência Direta
Cinturões Orogênicos. Dentro desta subclasse, a Bacia faz parte da unidade morfológica mais específi-
(AID) é configurada por cristas
ca identificada pelo autor como Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste. Ab'Saber, citado por
alongadas de mica-xistos ao
Ross (1985), identificou esta macro unidade como "Domínio dos Mares de Morros".
sul e quartzitos no centro-sul, e
Ross (1985, 1996), considera que o relevo atual resulta da associação de fatores morfoestruturais
morros arredondados devido a
e morfoesculturais. A morfoestrutura está vinculada à presença de estruturas geológicas antigas e litolo-
grande ocorrência de rochas
gicamente variadas, enquanto a morfoescultura resulta da ação climática que esculpe formas de relevo
metacarbonáticas. As altitudes
sobre as diferentes estruturas geológicas. Assim, com exceção do trecho inferior da Bacia do Ribeira,
variam entre 500 m e 140 m,
que corresponde à planície costeira, em termos gerais as formas e os processos geomorfológicos exis-
tendo, portanto, um desnível
tentes, apresentam semelhanças em toda sua extensão. Inserida neste ambiente, a região do empreen-
local de até 360 metros, for-
dimento caracteriza-se pelas formas estruturais de litologia resistente como os quartzitos, por exemplo,
mando um relevo descendente
que formam elevações cujos topos têm área reduzida, e pela ação do clima e da drenagem que entalha-
em direção ao fundo do vale do
ram o relevo, esculpindo tanto formas antigas quanto as mais recentes. Portanto, o relevo é residual,
Rio Ribeira, e um certo alonga-
intensamente dissecado, resultante de erosão diferencial, com vales profundos, encaixados, e com
mento das elevações no senti-
vertentes longas e íngremes, típicos de ambiente dinâmico em termos geomorfológicos, onde predomi-
do SW-NE. As cotas mais altas
nam processos erosivos sobre processos deposicionais.
do terreno coincidem com as
Na perspectiva geográfica do Estado do Paraná, a Área de Influência Indireta (AII) do empreendi-
altas vertentes cujos topos
mento está na Zona Montanhosa do Açungui, uma subdivisão geomorfológica do norte do Primeiro
encontram-se a sudoeste da
Planalto de Curitiba, na região Morfoestrutural do Cinturão Orogênico do Atlântico. Segundo descrição
área, e as cotas mais baixas
de Canali e Oka-Fiori (1997, p. 106), esta Zona "foi esculpida pelo sistema de drenagem do Alto Ribeira
coincidem com o talvegue do
em rochas de origem Pré-Cambriana" com forte controle lito-estrutural e predominância de quartzito,
Rio Ribeira, pouco abaixo de
filito, calcário, dolomito, metassiltitos, dentre outros.
150 metros.
A interpretação de cartas
topográficas mostra certa com-
plexidade geomorfológica e
diversidade de formas na Área
Diretamente Afetada (ADA). Foi
possível caracterizar áreas de
elevação rebaixadas em rela-
ção às altitudes do entorno. As
principais formas de relevo
identificadas foram: o vale do
Rio Ribeira, pequenas planícies
e depressão entre linhas de
cristas, cristas alongadas e
morros arredondados.

ÁREAS ELEVADAS REBAIXADAS EM Mapa Geomorfológico das Áreas de Influência do Empreendimento


RELAÇÃO ÀS ALTITUDES DO ENTORNO
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 13

Tanto na Área de Influ-


ência Direta (AID) quanto
na Área Diretamente Afe-
tada (ADA) ocorrem faixas
de declividade de relevo
plano ao montanhoso. Na
região do empreendimen-
to, onde a altitude média
local é 210 m, há o predo-
mínio de declividade entre
3 e 8%, caracterizando um
relevo suave ondulado.

Na AID e ADA as variações de relevo são entre plano e montanhoso, com predomínio de relevo ondulado
(34%) e forte ondulado (31%) para AID e suave ondulado (36%) e ondulado (32%) para área de implanta-
ção da fábrica. Os solos ocorrentes nessas áreas apresentam-se suceptíveis a processos erosivos, devi-
do às próprias características de relevo em suas altas declividades e solos pouco profundos classificando-
se de acordo com o seu grau de limitação como terras inaptas para uso agrícola
Página 14 Volume 1, Edição 1

ESPELEOLOGIA
Foi realizado um levantamento das cavernas conhecidas no Município de Adrianópolis junto ao CO-
DEX (Cadastro Nacional de Cavernas), e este destaca 32 ocorrências no município (AII). Estas cavernas,
grutas, abismos e buracos foram reunidas e descritas no que diz respeito à litologia pertencente e coorde-
nadas geográficas e UTM’s.

HIDROGRAFIA
O Paraná possui bacias associa- de energia elétrica. fronteira com o Estado de São Paulo,
das aos rios que fluem para o litoral, A área total da Bacia Hidrográfica adentra neste para desaguar no
com direção oeste-leste, indo desa- do Ribeira corresponde a 24.330 km² Oceano Atlântico na altura do municí-
guar no Oceano Atlântico e formam a e abrange totalmente 32 municípios, pio de Iguape. De toda sua extensão,
Bacia Hidrográfica do Atlântico e as no estado do Paraná e São Paulo. o Rio Ribeira tem 220 km em território
bacias interiorianas cujos cursos A porção paranaense é ocupada paranaense.
principais seguem no sentido leste- por 9.129 km² pelos municípios de Dentre os principais afluentes do
oeste e norte-sul, e que acabam por Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro Rio Ribeirinha pela margem esquerda
serem afluentes diretos ou indiretos Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu, Rio destacam-se os rios Turvo e Itapira-
da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná. Branco do Sul e Tunas do Paraná, puã e os afluentes do Rio Açungui
O Rio Ribeira e os rios do litoral sendo estes totalmente inseridos na menciona-se apenas o Rio Ouro Fino
paranaense pertencem à Bacia Hidro- bacia. Estão, ainda, parcialmente com o Rio do Cerne e Córrego Frio e
gráfica Atlântica do Sudeste. Os rios inseridos na Bacia do Ribeira, dez o Rio Tacaniça com o Rio das Pom-
Ribeirinha e Açungui nascem na zona municípios paranaenses: Almirante bas e Rio Capivara. Desde a conflu-
norte do Primeiro Planalto e com os Tamandaré (27%), Campina Grande ência do Rio Azul com o Rio Ribeira
Rio Carumbé, na AID do empreendimento inúmeros pequenos afluentes, são os do Sul (89%), Campo Largo (77%), às localidades de Ribeira (SP) e
principais rios da cabeceira do Rio Campo Magro (72%), Castro (37%), Adrianópolis cita-se os rios Santana,
Ribeira. Este segue para leste, che- Colombo (35%), Guaraqueçaba Ponta Grossa, Bom Sucesso, o Rio
gando a terras paulistas onde é co- (13%), Palmeira (2%), Ponta Grossa Pardo e o Rio Carumbé.
nhecido como Ribeira do Iguape. Os (19%) e Quatro Barras (60%). Ressalta-se que o Rio Carumbé
rios desta bacia possuem uma impor- Destaca-se na bacia, o próprio limita o local de instalação do empre-
tância regional, pela participação em Rio Ribeira com seu curso percorren- endimento em sua porção oeste e
atividades como transporte hidroviá- do 470 km desde sua origem, na tem a sua foz no Rio Ribeira.
rio, abastecimento d'água e geração região de Ponta Grossa até servir de

Foz do Rio Carumbé, no Rio Ribeira, AID Córrego, drenagem sul - leste, AID Córrego, drenagem a leste, AID
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 15

Com o objetivo de caracterizar a qualidade ambiental das águas superficiais na área diretamente afeta-
da, foram coletadas amostras a montante e a jusante do Rio Carumbé e do Rio Ribeira.

De acordo com os resultados laboratoriais das análises de água superficial, alguns parâmetros encontram-se acima dos limites máxi-
mos permitidos. Os valores em termos de DBO em um corpo d’água são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A
presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de
peixes e outras formas de vida aquática. Assim, haverá necessidade de uma quantidade maior de oxigênio para oxidação da matéria orgâni-
ca através de um agente químico, o que significa valores da DQO normalmente maiores que os da DBO.
O manganês é um elemento que acompanha o ferro em virtude de seu comportamento geoquímico e ocorre naturalmente na água
superficial e subterrânea, no entanto, as atividades antropogênicas são também responsáveis pela contaminação da água. Raramente atinge
concentrações de 1,0 mg/l em águas superficiais naturais e, normalmente, está presente em quantidades de 0,2 mg/l ou menos, quase
sempre como óxido de manganês bivalente, que se oxida em presença do ar, dando origem a precipitados negros.
Os resultados revelaram valores bem acima do limite permitido pela legislação para coliformes termotolerantes provenientes principal-
mente do processo de urbanização local e a falta de saneamento básico, e atividades de pecuária observadas na região. As bactérias do
grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de contaminação fecal. O uso das bactérias coliformes termotolerantes para
indicar poluição sanitária mostra-se mais significativo que o uso da bactéria coliforme “total”, porque as bactérias fecais estão restritas ao
trato intestinal de animais de sangue quente. A determinação da concentração dos coliformes assume importância como parâmetro indicador
da possibilidade da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como
febre tifóide, febre paratifóide, disenteria bacilar e cólera.
Página 16 Volume 1, Edição 1

MEIO BIOLÓGICO
FLORA
F o r m a ç ã o Ve g e t a l O r i g i n a l
A região do Vale do Ribeira está situada no árvores emergentes de até 40 m de altura. por outros elementos cuja constituição e
grande “domínio morfo-climático Atlântico” Possui densa vegetação arbistiva, altura variam de acordo com as condições
representado por uma de suas mais impor- co mposta por sa ma mbai as, locais e com o estado da vegetação. Muitas
tantes unidades fitoecológicas, a Floresta arborescentes, bromélias e palmeiras. As de suas espécies perdem as folhas durante a
Ombrófila Densa, associada a outras trepadeiras e epífitas (bromélias e estação seca. São comuns as epífitas, como
tipologias vegetacionais bastante distintas orquídeas), cactos e samambaias também bromeliáceas, aráceas e orquidáceas.
a Floresta Estacional Semidecidual e a são muito abundantes. Nas áreas úmidas, Dentre as espécies arbóreas de expressão
Floresta Ombrófila Mista. as vezes temporariamente encharcadas, econômica ou ecológica que ocorrem nesta
antes da degradação do homem, ocorriam
Veloso et. al. (1991) definiram áreas de formação florestal, distinguem-se: pinheiro
figueiras, jerivás (Syagrus) e palmitos
Tensão Ecológica como os locais de brasileiro (Araucaria angustifolia), imbuia
(Euterpe edulis). (Ocotea porosa), erva-mate (Ilex paraguari-
vegetação indiferenciada onde ocorre o
contato entre tipologias vegetacionais A Floresta Ombrófila Mista (Floresta de ensis), pessegueiro-bravo (Prunus sp.), cedro
distintas formando áreas de transição Araucária) é exclusiva do Planalto Meridi- (Cedrela fissilis), canjerana (Cabralea canje-
florística ou contatos edáficos. Nestes onal Brasileiro. Esta formação, encontrada rana), açoita-cavalo (Luehea divaricata),
locais onde ocorrem espécies de mais de atualmente em poucas reservas naturais, guaçatunga (Casearia sp), carvalho brasileiro
uma Formação Vegetal, de duas ou mais ocupava quase que inteiramente o planal- (Roupala sp.), cambará (Gochnatia polymor-
regiões ecológicas diferentes que se to acima dos 500 m de altitude, nos pha), vassourão-preto (Vernonia discolor),
encontram há, quase sempre, uma comuni- Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio vassourão-branco (Piptocarpha angustifolia),
dade indiferenciada onde as floras se Grande do Sul. Porém, na década de 50, sassafrás (Ocotea pretiosa), canela-preta
interpenetram e constituem as transições em grandes extensões de terrenos situa- (Ocotea catharinensis), canela-lageana
florísticas ou contatos edáficos (IBGE, dos entre as cidades de Lages - SC e Rio (Ocotea pulchella), bracatinga (Mimosa
1992). Negro - PR, podia-se observar a Araucaria scabrella), pinheiro-bravo (Podocarpus
angustifolia ocupando e emergindo da lambertii e Podocarpus sellowii), capororoca
Há duas situações distintas para as zonas submata de Ocotea pulchella e Ilex para- ( M y r s in a e sp.), ma mi c a - d e - p o r c a
de tensão ecológica: o ecótono, onde guariensis acompanhada de Cryptocarya (Zanthoxylum sp.), tarumã (Vitex megapota-
ocorre a mistura florística entre tipos aschersoniana e Nectandra megapotami- mica).
vegetacionais distintos, e o encrave, ca, ao norte de Santa Catarina e ao sul do
caracterizado por áreas disjuntas de A Floresta Estacional Semidecidual carate-
Paraná, o pinheiro estava associado com
vegetação que ocorrem uma dentro da riza-se por pela dupla estacionalidade climáti-
a imbuia, formando agrupamentos bem
outra, formando “ilhas” de tipos diferentes ca: uma tropical, com época de intensas
característicos. chuvas de verão seguidas por estiagens
facilmente constatadas em mapeamentos.
De modo geral, segundo ALONSO, é acentuadas; e outra subtropical, sem período
O ecótono não apresenta estas “ilhas” e a encontrada nas áreas mais elevadas, de seco, mas com seca fisiológica provocada
mistura entre floras é gradual e, em muitos temperaturas mais baixas, ao longo do pelo intenso frio de inverno, com temperatu-
casos, quase imperceptível, onde convi- planalto Meridional, iniciando-se na ver- ras médias inferiores a 15°C. É constituída
FORAM REALIZADAS PESQUISAS EM vem lado a lado espécies típicas de ambas tente ocidental da Serra do Mar. Rara- por fanerófitos com gemas foliares protegidas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, EM as formações. mente aparece nos vales maiores e da seca por escamas (catáfilos ou pêlos),
SITES DA REDE INTERNACIONAL DE A Floresta Ombrófila Densa, também quando aí é encontrada, é apenas no alto tendo folhas adultas esclerófilas ou membra-
conhecida como Floresta ou Mata Atlânti- das encostas dos cursos superiores. náceas deciduais. Em tal tipo de vegetação,
COMPUTADORES, E CONTATO COM ca, trata-se de uma tipologia tipicamente Quanto à altitude, ela é variável, diminuin- a porcentagem das árvores cducifólias, no
O ÓRGÃO AMBIENTAL RESPONSÁ- tropical; distribui-se em zonas de elevada do do norte para o sul. Ocorre em altitu- conjunto florestal e não das espécies que
precipitação, com chuvas distribuídas o des superiores a 600 metros. perdem as folhas individualmente, é de 20 e
VEL NO ESTADO DO PARANÁ (IAP – ano todo e altos valores de umidade 50%. Nas áreas tropicais, é composta por
A Floresta Ombrófila Mista caracteriza-se
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ) relativa do ar, sendo que no sul e sudeste mesofanerófitos que revestem, em geral,
por apresentar árvores com porte variando
do país a Serra do Mar é tida como seu solos areníticos distróficos. Já nas áreas
entre 25 a 30 metros de altura, com
E CONSTATOU-SE A EXISTÊNCIA DE limite oriental. subtropicais, é composta por macrofanerófi-
abundante sub-bosque, lianas e epífitas.
UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO tos, pois revestem solos basálticos eutrófi-
A Floresta Ombrófila Densa é uma Estruturalmente, apresenta dois estratos
arbóreos e um arbustivo. O estrato superi- cos.
NO MUNICÍPIO DE : O PARQUE formação perenifólia, ou seja, sempre
verde com dossel de até 50 m, com or é constituído pela Araucária e o inferior,
ESTADUAL DAS LAURÁCEAS, DIS-
TANTE APROXIMADAMENTE 30 KM
DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DA
FÁBRICA DE CIMENTO E QUE A-
BRANGE TAMBÉM O MUNICÍPIO DE
TUNAS DO .PARANÁ..

Distribuição da cobertura vegetal original na AID e ADA


Fragmento florestal que compõe a RL, na AID
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 17

Situação Fito-paisagística Atual


A formação vegetacional encontrada na
região do Vale do Ribeira é uma área de
tensão entre a Floresta Ombrófila Mista,
Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacio-
nal Semidecidual; apresentando elementos
típicos de cada uma destas formações e
constituindo um mosaico florístico bastante
diverso com características ímpares, tendo
em vista a mistura de floras distintas.
O conhecimento natural da região é funda-
mental para o desenvolvimento de estudos
das fitocenoses, contribuindo para a caracteri-
zação da vegetação primitiva e subsidiando
projetos de conservação da biodiversidade e
recuperação de áreas degradadas.
As atividades antrópicas ocorridas no
decorrer do processo evolutivo e o desenvolvi-
mento regional ocasionaram o aparecimento
de atividades de pecuária (bovinos, suínos e Vegetação na ADA
galináceos) e atividades agrícolas, com
monoculturas de milho, feijão e mandioca.
Na área do empreendimento, a fitofisionomi- hectares composta por cerca de 53,78% ocupada por pastagem em 15,3638 ha
a encontra-se bastante alterada com cobertu- de Vegetação Secundária em Estágio (88,73 %) e Vegetação Secundária Inicial
ra vegetal formada por pastagem, composta Inicial (15,1056 ha), 43,73% de Pastagem em uma área de 1,9516 ha (11,27 %).
por espécies pioneiras e heliófilas, que ocu- (12,2806 ha), 1,37% de área urbanizada Nas áreas legalmente protegidas, as
pam a maior parte da área, pouco exigentes e (0,3851 ha) e 1,12% ocupada por uma formações de pastagens deverão ser
resistentes à seca e à alta incidência de porção da Estrada Municipal para Vila recuperadas promovendo a revegetaliza-
radiação solar e por uma formação Secundá- Mota (0,3142 ha). ção utilizando preferencialmente espécies
ria em Estágio Inicial de Regeneração, em No imóvel, a área de Reserva Legal foi nativas já adaptadas ao ambiente confor-
Áreas de Preservação Permanente do Rio calculada em função da área da Fazenda me Plano de Recuperação de Reserva
Carumbé (limite Oeste do imóvel), Rio Ribeira Carumbé (93,3093 ha), excluindo-se as Legal e Áreas de Preservação Permanen-
(limite Norte) e outras duas drenagens na áreas ocupadas por terceiros (6,7324 ha), te, a ser proposto nos Programas Ambien-
área de influência indireta (uma que drena a totalizando uma área remanescente da tais. Deverão ser recuperados 12,2806
porção sul da fazenda e sua foz a leste e fazenda de 86,5769 hectares. Assim, a hectares de Áreas de Preservação Perma-
outra na porção leste). área de Reserva Legal é composta por nente e 15,3638 hectares de Reserva
As APP totalizam uma área total de 28,0855 17,3154 ha, sendo predominantemente Legal em áreas compostas por pastagens.

FAUNA
A incursão a campo ocor- Os materiais utilizados neste quando da realização de estu-
reu na maior extensão possí- trabalho tiveram a finalidade de dos deste teor. As técnicas de RL do imóvel
vel, utilizando-se picadas, mar- auxiliar o técnico nos procedi- amostragem incluem: censos
gens de cursos d’água e estra- mentos do levantamento faunísti- terrestres (diurnos e noturnos);
das. Esse procedimento visou co da região, bem como auxiliar observações com binóculos;
aumentar as oportunidades de as observações diretas e indire- registros das manifestações
observação de animais e de tas, localização, segurança, etc. sonoras e sua replicação; ob-
encontrar vestígios deixados Entre os materiais utilizados servações indiretas através de
por eles no ambiente, como neste trabalho, estão: máquina indícios da presença da espé-
também de localizar e identifi- fotográfica digital, aparelho de cie na área, como fezes, pega-
car locais de alimentação e GPS, binóculos, lanternas, gra- das, ninhos, carcaças e abri-
abrigo (tocas, ninhos, buracos, vador e sonorizador (para vocali- gos; e informações confiáveis,
outros). Os vestígios procura- zação de aves), trena e escala, baseadas em observações de
dos foram: pegadas, pêlos, equipamento de proteção indivi- terceiros ou em entrevistas
fezes e restos de alimentos, dual (EPI). Devido a opção de com a população local. Embora
principalmente de frutos. As técnica utilizada pelo pequeno não sejam aplicáveis em análi-
pegadas ou rastros constituem período da pesquisa, não foram ses estatísticas, os métodos
excelentes indicadores da utilizadas redes de neblina, puçá, qualitativos tornam-se impor-
presença animal. Apesar das ou armadilhas pitfalls e live traps tantes por amostrarem espé-
dificuldades de observação para capturas, buscando não cies que podem não ser regis-
direta na natureza, espécies interferir na biota. Levantamen- tradas pelos métodos quantita-
diurnas, gregárias e com voca- tos quantitativos mais detalhados tivos, devido à seletividade
lização audível, permitem mai- serão propostos nos programas destes.
ores chances de visualização. de monitoramento das medidas Todos os locais estudados
Nas áreas mais alagadiças, mitigadoras dos impactos do foram registrados através de
onde a presença da água é empreendimento. Os registros fotografias e as coordenadas
constante, foi averiguada a esperados deverão envolver, obtidas através da utilização de
presença de anfíbios e alguns assim, principalmente os peque- GPS. A pesquisa foi realizada
répteis, freqüentes nestes am- nos mamíferos pertencentes às com auxílio de cartas geográfi-
bientes. De acordo com os ordens Chiroptera, Didelphimor- cas, mapas e imagens de saté-
estudos e bibliografias consul- phia e Rodentia. lite. A fauna silvestre abordada
tadas é possível se estimar A fauna foi amostrada a partir neste estudo foi composta
potencialmente a fauna da de uma combinação de técnicas pelos anfíbios, répteis, aves e
região, principalmente pela distintas para cada um dos qua- mamíferos.
associação dos grupos aos tro grupos de vertebrados, estas
diferentes ambientes encontra- técnicas são consagradas usual-
dos. mente por demais pesquisadores
Página 18 Volume 1, Edição 1

MEIO SOCIOECONÔMICO
A implantação ou duplicação A primeira fase de pesquisa sendo desejável que a mesma
de um empreendimento do setor para a elaboração do Estudo de se apresentasse passível de
industrial possui características Impacto Ambiental foi constituída desagregação por município.
muito próprias, associadas ao pela coleta de dados secundá- Além da obtenção de dados
uso e o processo de ocupação rios a respeito dos municípios de secundários, na referida primei-
do espaço. Dessa forma, optou- Adrianópolis. ra fase foi possível estabelecer
se pela identificação e definição A coleta de dados secundá- alguns parâmetros para a orga-
de algumas áreas de influência rios, em sua fase inicial, teve nização da segunda fase de
específicas para as análises como principal fonte de pesquisa pesquisa para a elaboração do
ambientais pertinentes ao meio as diversas instituições governa- estudo: a pesquisa de campo. A
socioeconômico, as quais pos- mentais federais, estaduais e pesquisa de campo teve a finali-
suem características comple- municipais, responsáveis pela dade de compilar os dados mais
mentares, porém diferenciadas, geração de informações e de específicos sobre as comunida-
considerando os aspectos de indicadores socioeconômicos des localizadas no entorno do
implantação e operação do das diferentes áreas de influên- empreendimento, pertencentes
projeto. cia do Estudo de Impacto Ambi- à AID. A pesquisa de campo –
Área de Influência Indireta (AII) - ental. coleta de dados primários – foi
É composta pelo município onde Foram consideradas, como realizada no mês de fevereiro
o empreendimento pretende fonte de pesquisa, somente as de 2010. Foram entrevistadas
instalar-se, ou seja, Adrianópo- instituições que apresentassem as lideranças comunitárias
lis. critérios adequados de validade, (presidentes de associações e
Área de Influência Direta (AID) - cobertura e confiabilidade de agentes comunitários de saúde),
A Área de Influência Direta é informações. Outro critério fun- bem como representantes da
composta pelas comunidades damental considerado foi o nível Prefeitura Municipal de Adrianó-
lindeiras ao empreendimento: de desagregação da informação, polis.
Vila Bela e Vila Carumbé.

Área de Influência Indireta


O empreendimento refere-se às obras Segundo dados do IBGE, 77,14% da Estrutura Fundiária
de implantação de unidade fabril para produ- população adrianopolitana com dez anos
ção de cimento, no município paranaense de ou mais é alfabetizada; no Paraná, este Dados divulgados pelo IBGE referente à
Adrianópolis. O diagnóstico socioeconômico estrutura fundiária do município de Adrianó-
índice é de 91,43%.
é resultante dos trabalhos de revisão biblio- polis no ano de 1995 indicam que, da área
gráfica e pesquisa de campo. O índice IDH-M Educação alcançado pelo total de terras existentes, 96,62% são terras
município em 2000 foi de 0,735, abaixo da próprias, 1,57% são arrendadas, 0,32% são
O principal objetivo foi o conhecimento média paranaense de 0,879; já o índice parcerias, e 1,49% são terras ocupadas.
das questões socioeconômicas pertinentes, IDEB registrado em 2007 foi de 4,2 para os
em suas diferentes áreas de abrangência. O Quanto à condição dos produtores existen-
Anos Iniciais, não havendo registro de nota
conhecimento dos aspectos socioeconômi- para os Anos Finais, enquanto a nota tes no município, a grande maioria das
cos das diversas áreas de influência agrega terras (97,55%) possui produtores que são
paranaense, para os Anos Iniciais, foi de
informações sobre a dinâmica populacional, também proprietários de suas terras, en-
5,2.
uso e ocupação do solo, infra-estrutura e quanto apenas 0,98% são arrendatários e
economia, entre outras temáticas abordadas. Saúde 0,32%, parceiros; já a proporção de ocupan-
Forma obtidos dados referentes a: tes é de 1,15%.
Segundo o CNES, o município de Adrianó-
Aspectos gerais: Histórico e Localização polis possui apenas 07 estabelecimentos, Economia
sendo que 5 deles são Centros / Unidades
Desmembrado de Bocaiúva do Sul e elevado Básicas de Saúde, e os outros 2, Postos O índice IDHM geral de Adrianópolis, em
à categoria de Município através da Lei de Saúde. 2000, foi de 0,683, e o índice IDHM – Ren-
Estadual nº. 4.245 de 25 de julho de 1960, da, 0,566, enquanto os índices paranaen-
tendo sido instalado em 15 de novembro de Energia elétrica ses foram de 0,787 (geral) e 0,763 (Renda).
1961, o município paranaense de Adrianópo- A maior parte do consumo de energia O PIB do município, entre 2002 e 2006, foi
lis atualmente localiza-se na região conheci- elétrica no município, fornecida pela Copel composto principalmente pelo setor de
da como Vale do Ribeira, na porção Sudeste e suas Concessionárias. Serviços, logo seguido pelo setor Agropecu-
do Estado, pertencendo também à Mesorre- ário.
gião Geográfica Metropolitana de Curitiba, e Comunicação
à Microrregião Geográfica de Cerro Azul, Quanto à produção de tipo “lavoura tempo-
A ANATEL possui registrado em seu rária”, no ano de 2008, aponta a cana de
juntamente com os municípios de Cerro Azul
sistema, em relação à Adrianópolis, ape-
e Doutor Ulysses. Faz divisa ao norte com o açúcar e a mandioca como as maiores
nas a Retransmissora de TV Panelas Ltda., produções, seguida do milho, o feijão, o
Estado de São Paulo, ao sul com as cidades que opera através das geradoras Rádio e
de Bocaiúva do Sul e Tunas do Paraná, e a tomate e o arroz.
Televisão Iguaçu S.A. e Sociedade Radioe-
oeste com o município de Cerro Azul missora Paranaense S.A, prestando servi- A “lavoura permanente” baseia-se principal-
Aspectos Demográficos ços de RTV (Rádio e TV). mente na banana e na tangerina, produzin-
do-se também limão, laranja, abacate,
Segundo a estimativa populacional para 2009 Saneamento maracujá, mamão e pêssego.
(divulgada pelo IBGE), Adrianópolis conta
O abastecimento de água da população de
atualmente com 6.856 habitantes, distribuí- Transporte
Adrianópolis divide-se proporcionalmente
dos por uma área de 1.349 km², gerando
entre rede geral e poço ou nascente: em A frota municipal cadastrada para o municí-
uma densidade populacional de 5,08 habitan-
2000, 46,6% da população era abastecida pio é de 1.204 veículos, sendo que 607
tes por km². através da primeira forma, e 49,3%, atra- (50,4%) deles são automóveis, e 360
Entre 1970 e 2009, a população de Adrianó- vés da segunda. (29,9%), motocicletas, além dos demais
polis reduziu-se de 11.540 para 6.856 habi- tipos de veículos.
As condições de instalações sanitárias no
tantes (reduzindo-se de 11.540 para 7.007 município são variadas, entretanto a Nas simulações realizadas no Estudo de
entre 1970 e 2000), sendo que no ano de
maioria é do tipo fossa rudimentar (26,3%) Tráfego, pode ser observado que mesmo
2000, 76,98% da população residia na área ou do tipo fossa séptica (20,5%). 14,1% considerando-se um fluxo estimado para a
rural do município e 23,02%, na área urba-
dos moradores não possuem instalações hora do pico de 28 veículos por hora entran-
na., com predominância de população mais sanitárias de nenhum tipo, 11,7% utilizam do e 28 veículos saindo do empreendimento,
jovem. rio, lago ou mar, e 9,7 %, vala, enquanto este fluxo será absorvido pelo sistema viário,
Educação que 13,2% estão conectados à rede geral e o impacto produzido pode ser considerado
de esgoto. de baixa intensidade e significância.
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 19

Área de Influência Direta


cional, Vila Bela é semelhante à Vila Carumbé, sendo que
COMUNIDADES NA AID os aposentados representam a maior parte da população.
O abastecimento de água é realizado através da
Duas comunidades fazem parte da Área de Influên- concessionária para ambas as comunidades. Vila Bela
cia Direta da Indústria. A Vila Carumbé e a Vila Bela. A possui rede coletora de esgoto para os domicílios localiza-
dinâmica socioeconômica das duas comunidades é dos na sede comunitária. Na Vila Carumbé a maior parte
bastante semelhante. dos domicílios possui fossa séptica para o escoamento do
A Vila Carumbé começou a crescer recentemente. esgoto doméstico.
Teve início em meados da década de 80, com pouquís- A questão da saúde nas duas comunidades é bem
simas casas. O crescimento da comunidade deveu-se similar, com incidência alta de doenças entre a população
ao fato de ser um lugar sossegado e seguro. De acordo idosa (diabete e hipertensão). Em relação às crianças, a
com os entrevistados, grande parte dos moradores está maior incidência é de verminoses, doenças de pele e gripe
aposentada, e a comunidade foi escolhida justamente comum. No ano passado não ocorreu nenhum registro de
por ser um lugar mais tranquilo. Não há documentos de gravidez na adolescência e as comunidades contam com
titularidade dos lotes, mas Contratos de Compra e orientações relativas aos métodos contraceptivos e doen-
Venda. A comunidade é composta por cerca de 200 ças sexualmente transmissíveis (DSTs), através do traba-
famílias. Apesar da maioria dos moradores serem de lho dos Agentes Comunitárias de Saúde. De acordo com
aposentados, os jovens e adultos trabalham em Adria- as entrevistas, a população jovem busca esse tipo de
nópolis ou Ribeira, muitos em empregos públicos. Ou- orientação. Vila Bela e Vila Carumbé contam com as ativi-
tros possuem ocupações na área de prestação de servi- dades da Pastoral da Criança, que trabalham em parceria
ços como pedreiros, domésticas e diaristas. com os agentes comunitários de saúde. A unidade de
Vila Bela possui ocupação mais recente. Os lotes saúde frequentada pelos moradores de ambas as vilas é a
da comunidade foram cedidos pela Administração Muni- que se localiza no centro da cidade. Os entrevistados
cipal em exercício naquela época. Na questão ocupa- ressaltaram que depois do asfaltamento da rodovia que
liga Adrianópolis à Curitiba, a questão do atendimento
especializado à saúde melhorou.
VILA BELA
Os alunos estudam em escola na sede do município
ou numa comunidade próxima. Há transporte escolar. Há
moradores das vilas que estão freqüentando o EJA –
Educação de Jovens e Adultos.
Na Vila Carumbé não há organização comunitária. Na
Vila Bela há organização formal.
Os resíduos sólidos domiciliares são coletados três
vezes por semana em ambas as comunidades. Nas proxi-
midades da Vila Bela havia um aterro que foi recentemente
desativado. Além das comunidades, no entorno da indús-
tria estão localizados a APAE e o Cemitério Jardim da
Saudade.

PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO

Os objetivos neste projeto de pesquisa de Levantamento tomada, visto que a escavação elucida parte dos conheci-
Arqueológico classificam-se em: mentos das culturas pré-históricas e históricas, mas conco-
Identificar vestígios e/ou sítios arqueológicos na mitante, a destruição do sítio e da matriz arqueológica; Poderá ser identificado na
área de pesquisa deste projeto, prevenindo impactos ao Produzir recomendações com medidas mitigadoras e região do empreendimento
patrimônio arqueológico – Pré-Histórico ou Histórico. Esta compensatórias, de forma a salvaguardar os testemunhos dados referentes a diversi-
é uma medida preferencial na metodologia adotada; arqueológicos identificados ou inéditos, a paisagem e a
dade e a quantidade de
Relacionar os sítios e as ocorrências arqueológicas, ambiência dos sítios, seguindo as normas, a legislação e
as recomendações nacionais e internacionais pertinente sítios arqueológicos locali-
porventura, inéditas e registradas regionalmente, a partir
ao patrimônio arqueológico. zados nesta porção do
de suporte arqueológico bibliográgico e in loco;
Caso sejam identificados artefatos da cultura material de estado fornecendo uma
Ampliar os conhecimentos arqueológicos, paleoam-
bientais, ecológicos e da paisagem, regionais, através de significância arqueológica, serão coletados e identificados amostra do potencial arque-
uma pesquisa bibliográfica e de campo transdisciplinar; para estudo e análise em laboratório, compondo os dados ológico e confirmado pela
analisados no relatório final de pesquisa arqueológica.
Aliar ao conhecimento produzido as pesquisas etapa seguinte da pesquisa,
produzidas pela USP - MAE (Museu de Arqueologia e Os sítios arqueológicos que por ventura forem inéditos
que corresponde a realiza-
Etnologia da USP - Universidade de São Paulo), através serão registrados em ficha no CNSA, com indicação de
medidas para salvaguarda do patrimônio arqueológico. ção do levantamento arque-
do projeto Investigações arqueológicas e geofísicas dos
Após a realização das vistorias em campo, serão reali- ológico interventivo de
sambaquis fluviais no Vale do Ribeira do Iguape, e de
antigos pesquisas do CEPA - Paraná (Centro de Pesqui- zadas as seguintes atividades: campo e caso constate
sas Arqueológicas); Sistematização e avaliação quantitativa e qualitativa presença de algum sítio,
Identificar e mapear as áreas de valor espeleológico das informações recolhidas e de seus resultados em cam- proceder-se-á o salvamento
na Área de Influência Direta (AID) em Adrianópolis; po, ao final de cada dia de trabalho da equipe;
Construir as diretrizes para o Programa de Educa- Sistematização do programa de Educação Patrimo-
ção Patrimonial, para educar as comunidades locais nial;
sobre o conhecimento Pré-Histórico e sobre a importância Organização do registro fotográfico das atividades
de preservá-lo; realizadas.
Elaborar planos de salvamento arqueológico para Elaboração de relatório final de pesquisa contendo
os sítios que possam ser impactados seja pela ação das os resultados obtidos em campo, as orientações acerca da
obras (caso o empreendimento seja licenciado) ou de proteção dos possíveis sítios arqueológicos identificados,
impactos futuros (advindos da instalação de outros em- bem como proposições para seu salvamento e elaboração
preendimentos, aproximação de pessoas e usos do solo); de medidas mitigatórias.
A preservação é uma medida preferencial a ser
Página 20 Volume 1, Edição 1

A N Á L I S E D O S I M PA C TO S
A M B I E N TA I S
A análise das interferências ambientais decorrentes da implantação da Unidade Industrial para Aglo-
merantes Hidráulicos, nas diferentes fases do empreendimento, foi realizada pelo método das Matrizes
de Interação, que possibilita identificar e classificar os impactos, através dos resultados obtidos com o
cruzamento entre as atividades de engenharia e os fatores ambientais caracterizados para os meios a
sofrerem modificações.

A primeira etapa dos trabalhos compreendeu a elaboração de uma listagem preliminar dos impactos,
gerada a partir das informações gerais sobre o projeto de engenharia e do diagnóstico ambiental realiza-
do nas áreas de influência do empreendimento.

Na seqüência dos procedimentos metodológicos, os impactos integrantes da listagem preliminar fo-


ram avaliados conforme os seguintes parâmetros de classificação:

Quanto à natureza: indica os efeitos negativos ou positivos sobre os componentes ambientais;

Quanto à magnitude: refere-se à quantificação superficial, volumétrica ou populacional da interferência,


Na fase de implantação, atribuindo-se nível baixo, médio ou alto;
os impactos principais o- Quanto à importância: fornece a qualidade do impacto, que varia entre pequena, média ou grande, con-
correrão no meio físico. forme a magnitude da alteração a ser imposta;
Os impactos serão tempo-
Quanto à duração: relativo ao caráter permanente ou temporário do impacto, conforme o período de ma-
rários e reversíveis nifestação após o término da atividade;
O principal impacto positi-
vo na operação será a Quanto à reversibilidade: indica a capacidade de cessação dos efeitos, caso sejam implementadas medi-
geração de emprego e das minimizadoras;
renda, incremento na eco- Quanto à abrangência: esclarece a área da alteração, podendo ter influência local ou regional;
nomia regional e geração
de tributos ao Município Quanto à forma: refere-se ao efeito direto ou indireto da interferência; e
de Adrianópolis. Quanto à temporalidade: variando de imediato a curto ou médio prazo, indica o espaço de tempo entre a
execução da atividade causadora do impacto e a manifestação dos efeitos sobre o meio ambiente.

Objetivando a hierarquização dos impactos ambientais, atribui-se valores aos parâmetros classificató-
rios, cujo produto resulta nos conceitos individuais de significância.

I D E N T I F I C A Ç Ã O D O S I M PA C T O S
A M B I E N TA I S
A primeira etapa explicita as características do empreendimento. A segunda etapa do trabalho
identifica e avalia os efeitos do empreendimento sobre o ambiente que lhe dá suporte e as medidas
associáveis à mitigação ou potencialização das situações emergentes, a partir do início das obras. A
terceira etapa engloba as recomendações de planos e programas de monitoramento, correção ou com-
pensação considerados pertinentes ao assunto.
A identificação dos impactos partiu do conhecimento das atividades potencialmente geradoras de
alterações ambientais relacionadas aos processos de implantação e operação do empreendimento. No
processo de implantação estão incluídas a instalação do canteiro de obras e a execução dos procedi-
mentos construtivos necessários à implantação da Unidade Industrial para Aglomerantes Hidráulicos. O
processo de operação abrange a execução de tarefas relacionadas a produção de cimento, atividades
administrativas, manutenção e monitoramento da unidade.
Objetivando-se tornar mais fácil a compreensão do texto, em seguida à descrição e análise dos
impactos ambientais, serão propostas as medidas necessárias à sua mitigação.
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 21

L I S TA G E M D O S I M PA C TO S A M B I E N TA I S
Página 22 Volume 1, Edição 1

AVA L I A Ç Ã O D O S I M PA C TO S
A M B I E N TA I S
A hierarquização dos impactos, quanto a sua significância, de-
monstram os níveis de preocupação e rigidez que devem ser destinados a
cada uma das interferências negativas e o grau de otimização dos impac-
tos positivos. Apesar de compreender estudos tecnicamente especializa-
dos, a classificação dos impactos a serem gerados pelo empreendimento
fabril apresenta certo grau de subjetividade, merecendo devida considera-
ção para a leitura e a interpretação dos quadros demonstrativos.
Neste contexto, os resultados da análise apontam a fase de cons-
trução da obra como geradora de maior número de impactos ambientais
de natureza negativa, no entanto a maioria são reversíveis com a finaliza-
ção das obras. A maioria dos impactos ambientais compreende valores
com significância entre fraca e moderada, para o meio físico, com exceção
da geração de resíduos sólidos na fase de implantação e operação devido
ao aumento no número de pessoas em função da obra e operação da uni-
dade. Para o meio biótico, apresentam valores de significância fraca
(supressão de vegetação) e muito forte (mudança na composição florística
pela implantação de Projeto de Recuperação de APP e RL). Para o meio
socioeconômico, a geração de empregos e renda resultou significância
dos impactos entre moderada (pela geração de empregos temporária na
fase de implantação), e o incremento na economia regional, tributos ao
município com a implantação e operação da unidade fabril significância
muito forte.
Os impactos negativos são em quase sua totalidade reversíveis
sendo, estes impactos minimizados através da adoção de adequadas me-
didas mitigadoras e/ou de controle ambiental que se encontram descritas
no item subseqüente. Com relação ao patrimônio arqueológico, na etapa
seguinte da pesquisa poderá ser confirmado seu potencial arqueológico,
com o levantamento interventivo de campo após emissão do ofício pelo
IPHAN. Assim, o resultado dos impactos positivos gerados pelo empreen-
dimento até a presente data supera os impactos negativos, com a confir-
mação da inexistência de sítios arqueológicos no local.
Na fase de operação do empreendimento, apesar da natureza ne-
gativa da maioria dos impactos, em geral, foram detectadas significâncias
variando entre fraca e moderada para os impactos negativos, e moderada
e muito forte para os impactos positivos, o que representa o grande bene-
fício, principalmente em relação ao meio sócio econômico relacionados à
melhoria dos componentes econômicos e de infra-estrutura social.

IMPACTOS POSITIVOS: 162


IMPACTOS NEGATIVOS: 154
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 23

M E D I DA S M I T I G A D O R A S E D E C O N T RO L E
A M B I E N TA L
MEIO FÍSICO
GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos gerados na implantação da obra são: papel sanitário, lixo orgânico, papéis, papelões, plásticos, embalagens e entulhos da obra civil da fábrica.
Os resíduos sólidos gerados na operação são basicamente da unidade administrativa (material de escritório, papel sanitário, lixo orgânico). Nas atividades administrativas, os resíduos
sólidos gerados serão destinados à coleta seletiva, para que, posteriormente, os mesmos possam ter a destinação adequada, quer seja reutilização, recuperação ou reciclagem ou outra
forma de disposição final.
Medidas recomendadas:
 Remoção periódica dos detritos gerados pela obra e pelos trabalhadores, bem como o encaminhamento ao aterro sanitário do município;
 A disposição de todos os resíduos sólidos deverá atender à legislação vigente, destinando cada um da maneira mais adequada possível, quer seja recuperação, reciclagem,
reutilização, co-processamento ou aterros sanitários;
 Atendimento ao Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
GERAÇÃO DE EFLUENTES LÍQUIDOS
Os efluentes líquidos gerados na implantação e operação do empreendimento são provenientes dos sanitários e dos refeitórios, oriundos do canteiro de obras e do setor administrati-
vo.
O processo de fabricação do Cimento Portland dá-se por via seca, portanto, não gera efluentes líquidos. Dessa forma, os efluentes líquidos gerados pelo empreendimento correspon-
dem ao esgoto doméstico, às águas pluviais contaminadas, às águas da drenagem da área de estocagem de matéria-prima, águas provenientes da área de lavagem de equipamentos e da
lavagem de pisos e galpões.
Medidas recomendadas:
 Implantação de Estação de Tratamento de Efluente e posterior lançamento ao corpo hídrico local, dentro dos parâmetros permitidos pela legislação vigente - efluente doméstico
e sanitário;
 Bacias de sedimentação e lançamento no Rio Carumbé - sistema de drenagem na área industrial;
 Sistema Caixa Separadora Água – Óleo - oficina mecânica, combustíveis e lavagem de equipamentos e galpões;
 Atendimento a normas técnicas de implantação a todos os sistemas de tratamento.
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
A emissão atmosférica avaliada é predominantemente originada nos processos de combustão no forno de clinquer e no processamento dos materiais de fabricação do cimento. Além
disso, emissões menos significativas serão originadas pelos veículos e pesados.
Nas fases de implantação e operação, as principais substâncias emitidas serão material particulado, SOx e NOx,, no entanto, está previsto no projeto pela empresa Margem Companhi-
a de Mineração a operação dos equipamentos dentro dos parâmetros da resolução CONAMA.
Durante a obra, os serviços de terraplenagens e circulação de veículos são fontes de material particulado e gases poluentes. Para minimização de impactos, os serviços devem ser
realizados adotando-se medidas como aspersão de água em situações de levantamento exagerado de pó e controle de emissões veiculares.
Todas as atividades ligadas à produção do cimento devem ser feitas com o melhor nível de operação de máquinas e equipamentos, bom sistemas de controle e redução de poluição.
No forno de clinquer, como o consumo de combustível é bastante elevado, deve-se garantir a melhor eficiência energética. Da mesma forma, em todas as etapas de produção de
cimento (recebimento de material, moagem, secagem, etc.) o processo deve ter controlada qualquer emissão que possa haver, seja ela pelas fontes conduzidas (dutos e chaminés) ou
pelas fontes fugitivas.
Deverão ser tomadas algumas medidas para reduzir as emissões de poluentes pelas atividades relacionadas à construção e operação do empreendimento.
Medidas recomendadas:
 Evitar circulação de veículos em vias não pavimentadas durante a fase de construção do empreendimento e realizar aspersão com água se houver períodos longos sem chuva
ou baixa umidade relativa do ar;
 Pavimentar vias permanentes que serão utilizadas durante a operação do empreendimento;
 Promover a correta manutenção de veículos e equipamentos, visando a redução do consumo de combustível e redução das emissões;
 Garantir alta eficiência energética no forno de clinquer;
 Garantir correto funcionamento dos sistemas de controle de poluição (filtros de mangas, ciclones, etc.);
 Minimizar emissões fugitivas em todo o processo de fabricação do cimento;
 Evitar armazenamento de material fragmentado que possa sofrer erosão e transporte por ação do vento;
 Monitorar as fontes de poluição de acordo com a Resolução SEMA 054/06 e CONAMA 382/06;
 Monitorar periodicamente o impacto no entorno da área do empreendimento, acompanhando eventuais incômodos à população vizinha e tomar medidas cabíveis no caso de
identificação de potenciais problemas.
GERAÇÃO DE RUÍDOS
Alguns dos impactos nos níveis sonoros diagnosticados foram considerados de grande relevância e para que esses impactos sejam evitados ou mitigados, devem ser tomadas algu-
mas ações. O foco deve ser dado à fase de operação, a qual apresenta impactos de maior relevância.
Para as três fases do empreendimento, pré-implantação, implantação e operação, os dois impactos a serem mitigados são:
Aumento do ruído na ADA;
Aumento do ruído ao longo das vias de acesso da AID e da AII;
O primeiro deles é basicamente causado pela utilização de equipamentos, máquinas, caminhões e operações de construção e posteriormente de operação. O segundo é causado
pelo maior tráfego de veículos.
Dessa forma, as medidas devem ser pensadas de forma a minimizarem as fontes causadoras desses impactos – os veículos automotores e as máquinas e equipamentos que auxili-
em na construção e/ou operação da fábrica.
Em relação ao trânsito de veículos, principal causador do aumento nos níveis de ruído nas estradas, algumas considerações devem ser feitas. Para um maior conforto da população, o
tráfego de veículos deveria ser prioritariamente diurno, com exceção dos locais não habitados, de modo que não influenciasse na qualidade do sono dos habitantes das regiões marginais
às rodovias. Porém, a concentração desse tráfego de veículos durante o dia, no período entre oito da manhã e dez da noite aumentaria a quantidade de veículos por hora, aumentando,
dessa forma, a produção de ruídos durante o dia.
Por esse motivo, recomenda-se, para o período de operação da fábrica, para prevenir os impactos à população e fauna marginal a essas vias de acesso:
 Operação do transporte entre a mina e a fábrica com caminhões modernos, com controle da emissão dos ruídos;
 Campanhas de educação ao motorista que transporte produtos acabados para a regulagem preventiva do caminhão, prevenindo o aumento dos ruídos do veículo;
 Valorização das empresas de transporte que utilizem veículos mais novos e menos ruidosos.
Os impactos nos níveis de ruídos na ADA serão causados principalmente pelas atividades de construções e operação da fábrica. Para que sejam mitigados esses impactos, recomenda-se:
 Adotar as máquinas e equipamentos com a melhor tecnologia em termos de emissão de ruídos para cada estágio da construção;
 Adoção da melhor combinação, com a menor emissão de ruídos, dos equipamentos para a operação da cimenteira;
 Utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) adequados para a segurança dos trabalhadores, tanto no período de operação quanto no período de construção;
 Adoção de barreiras defletoras dos ruídos (exemplos na Figura 107) para equipamentos que emitam mais de 100 dBA em sua operação, diminuindo a área impactada pelas
fontes emissoras;
 As barreiras sonoras podem ser usadas em diversas situações durante a operação de máquinas e equipamentos dentro da ADA. A Figura 107 mostra o exemplo da utilização
dos próprios contêineres para o abatimento da propagação dos ruídos emitidos.
Recomenda-se ainda que no período de construção, principalmente para as atividades de perfuração do solo, seja utilizada a melhor tecnologia em termos de emissão de ruídos de
modo que o impacto aos receptores próximos seja minimizado tanto quanto possível.
Página 24 Volume 1, Edição 1

M E D I DA S M I T I G A D O R A S E D E C O N T RO L E
A M B I E N TA L
MEIO BIOLÓGICO
FLORA E FAUNA
As medidas mitigadoras dos impactos ao Meio Biológico são discutidas de um modo integrado, tanto para fauna, como para a flora, visto que as alterações faunísticas, de um modo
geral, estão associadas a mudanças na vegetação.
O imóvel possui área de Reserva Legal, além das Áreas de Preservação Permanente, as quais deverão ser recuperadas e mantidas de forma a gerar um refúgio para os animais
afetados diretamente pelas alterações ambientais em decorrência da instalação e operação da unidade industrial.
Medidas recomendadas:
 Implantar placas de controle de velocidade em 40 Km/h, nas estradas de acesso ao empreendimento para evitar o atropelamento de animais silvestres;
 Implantar placas de orientação aos colaboradores proibindo atividades de caça e pesca na área do empreendimento;
 Implantar filtros de poluição atmosférica e métodos controladores de ruídos de maquinários e demais equipamentos;
 Evitar a manutenção de animais domésticos na área do canteiro de obras e empreendimento para evitar proliferação de vetores de doenças e também a caça de animais silves-
tres pelos animais domésticos;
 Realizar a manutenção de toda a vegetação próxima às drenagens na AID, sem nenhuma supressão, corte ou alteração, propiciando a manutenção de corredores florestados
para fauna;
 Realizar o monitoramento da fauna silvestre ocorrente na região, visando gerar resultados capazes de indicar a qualidade ambiental, manejo e conservação da fauna;
 Restaurar áreas degradadas buscando a conectividade entre os pequenos fragmentos existentes na região do empreendimento, para facilitar o trânsito dos animais silvestres
bem como dispersão de sementes e assim, a proliferação das espécies, promovendo a recuperação da Reserva Legal e APP’s, com o plantio de essências florestais nativas da região
bioclimática .
MEIO SÓCIO-ECONÔMICO
GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA
A medida potencializadora para esse impacto consiste na contratação preferencial de mão-de-obra local. Estima-se que 60% do contingente de funcionários possa ser proveniente do
município de Adrianópolis.
O empreendedor também buscou apoio junto à Prefeitura Municipal e o SENAI, para qualificação de mão-de-obra. Os cursos a serem ministrados em Adrianópolis são os seguintes:
pedreiro, carpinteiro, armador, eletricista montador, mecânico montador, soldador, eletricista de manutenção, mecânico de manutenção e técnico eletromecânico.
INCREMENTO NA ECONOMIA REGIONAL
Uma das medidas apropriadas para potencializar os efeitos benéficos sobre as atividades econômicas locais e regionais consiste na ampla conscientização dos trabalhadores da obra
e de suas famílias, do empreendedor e também dos empreiteiros responsáveis pela construção civil da importância de se valerem de estabelecimentos localizados no município da área de
influência indireta do projeto para o suprimento das suas necessidades, beneficiando e incentivando dessa forma as atividades produtivas e de serviços locais e regionais.
EXPECTATIVAS DA POPULAÇÃO
A implantação de um empreendimento desse porte e a movimentação de técnicos na região atrai a atenção da população diretamente afetada. Isso pode criar um clima de
inquietação e ansiedade nos moradores das comunidades locais, expectativas em relação à criação de postos de trabalho ou oportunidades de geração de renda. Caso sejam expectativas
não condizentes com a real oferta de trabalho, pode haver situações de conflito entre a comunidade e a gerência do empreendimento.
Medidas recomendadas:
 Promover o Programa de Comunicação Social.
ALTERAÇÃO NO QUADRO DEMOGRÁFICO
A instalação da Unidade Industrial para fabricação de cimento poderá transformar-se num atrativo para moradores de outras regiões, os quais estejam à procura de trabalho. Isso
poderá acarretar em tentativas de ocupação desordenada (ou parcelamento irregulares de propriedades) nas áreas do entorno.
Medidas recomendadas:
 A medida que poderá ser tomada para minimizar esse impacto é o registro de mão-de-obra qualificada e não qualificada de trabalhadores residentes e de pequenas empresas
localizadas em Adrianópolis, em parceria com associações comunitárias, sindicatos e Prefeitura. Dessa forma, a mão-de-obra local deverá ter preferência na contratação pelas empre-
sas responsáveis pela implantação da indústria. O empreendedor, quando prioriza a mão-de-obra local, consegue evitar a atração populacional, bem como a possibilidade de uma
ocupação desordenada na sede comunitária.
 A correta divulgação das características das obras através do Programa de Comunicação Social também poderá diminuir o possível afluxo populacional para a região.
CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS NA OBRA
Durante a fase de construção haverá aumento do fluxo de veículos leves e pesados, além da movimentação de máquinas e equipamentos necessários à implantação do empreendi-
mento, fato esse que irá apresentar transtornos temporários para os moradores da Área de Influência Direta, e que deverão ser adotadas medidas para minimizar as interferências dessa
natureza.
Medidas recomendadas:
 A implantação do Programa de Comunicação Social;
 Orientação aos motoristas para a condução e procedimentos adequados no tráfego de veículos, máquinas e equipamentos de grande porte;
 Sinalização adequada quanto a situações de risco, perigo, desvios, contornos;
 Adoção de normas para a redução de velocidade em pontos críticos que representam potencial de ocorrência de acidentes;
 Cuidados especiais deverão ser adotados para locais de maior movimentação de pessoas, em especial nas imediações de escolas;
 Antes da saída dos caminhões para a via pública, o material transportado deverá ser coberto com lona para evitar o derramamento, e nos dias de chuva ou umidade, deverá ser
procedida à lavagem dos rodados dos caminhões mediante equipamento de jato de água a alta pressão. Estas duas medidas têm por objetivo evitar o derramamento de materiais nas
vias públicas, e consequentemente que haja o comprometimento em relação ao levantamento de poeira, ao trânsito de outros veículos, ao desgaste da sinalização viária e a obstrução
de bocas de lobo;
 Complementação da estruturação viária no trecho sem pavimentação definitiva e a sinalização regulamentar da via. O trecho do acesso à fábrica entre a cabeceira do Rio Carum-
bé e a portaria deverá ser pavimentado;
 A segurança dos pedestres poderá ser mitigada com a implantação de calçadas no trecho da rodovia urbana que dá acesso a fábrica, entre a cabeceira da ponte sobre o rio
Carumbé e a portaria da fábrica. A continuidade da calçada deverá ser garantida com a construção de passarelas laterais à ponte, que permitam o trânsito de pedestres com segurança
até a fábrica, ou o alargamento da ponte, que permita a continuidade das calçadas.
ALTERAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA
Para este impacto é necessária a adoção de medidas mitigadoras, com a remoção periódica dos detritos gerados pela obra e pelos trabalhadores, bem como o acompanhamento da
disposição dos mesmos em aterros sanitários adequados.
Em relação à poluição sonora é necessária a adoção de algumas medidas, sendo observados os horários normais de funcionamento das máquinas, com manutenção periódica do
maquinário, que deve estar dentro dos padrões técnicos exigidos.
Quanto à poluição atmosférica, o empreendedor deverá adotar medidas de contenção e de filtragem, as quais garantam que as populações das vilas próximas não sejam afetadas.
A implantação do Programa de Comunicação Social, através do qual a população tenha facilidade para se comunicar com o empreendedor pode auxiliar no processo. Através do
contato com as comunidades, o empreendedor também poderá evitar situações de conflito e avaliar constantemente quais os incômodos causados pela obra, os quais interferem com a
qualidade de vida da população.
Deverá ocorrer um controle efetivo dos principais vetores de doenças, com monitoramento constante, inclusive nas propriedades ao longo do traçado, para evitar a deposição de
resíduos. Os trabalhadores deverão se submeter a exames admissionais, demissionais e periódicos para detecção de qualquer tipo de doença.
Contudo, após o término das obras de instalação do empreendimento e o início da operação da unidade fabril, iniciar-se-ão processos benéficos à população local. O incremento da
economia local com o aporte de recursos provenientes do recolhimento de impostos e da circulação de pessoas e serviços relacionados à operação da fábrica ocasionará uma renda adicio-
nal a uma parcela da população, assim como, recursos adicionais para o governo local que poderá utilizá-los em obras sociais, como criação e melhoria dos serviços de saúde, educação,
segurança e infra-estrutura geral.
PRODUÇÃO DE CIMENTO PARA O MERCADO CONSUMIDOR
O calcário extraído da jazida e processado pela britagem será utilizado na produção de cimento, atendendo a demanda regional e nacional. Indiretamente, o aumento da produção de
cimento tende a incrementar as atividades relacionadas à construção civil. A estimativa de produção de cimento da unidade é de 750.000 toneladas por ano.
U N I D A D E I N D U S T R I AL P A R A A G L O M E R A N T E S H I D R Á U LI C O S ( C IM E N T O ) Página 25

P RO G R A M A S A M B I E N TA I S
Estão sendo propostos 08 Programas Ambientais para o Projeto de Implantação da Unidade Industrial

para Aglomerantes Hidráulicos da empresa Margem companhia de Mineração:.

1. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR E DAS EMISSÕES GASOSAS

2. PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS

3. PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

4. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS

5. PROGRAMA DE REVEGETALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E

RESERVA LEGAL

6. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONSERVAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE

7. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

8. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

PROJETO DA UNIDADE INDUSTRIAL DA EMPRESA


MARGEM COMPANHIA DE MINERAÇÃO
UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS Página 26

R E L A Ç Ã O DA E Q U I P E T É C N I C A
EMPREENDEDOR / COORDENADOR DA IMPLANTAÇÃO
Alessandro Eichstaedt
Diretor Presidente

Alessandro Fontenelle
Diretor Executivo

Mauricio Kugler
Gerente de Projetos

COORDENAÇÃO GERAL
Lella Regina Curt Bettega
Engenheira Florestal CREA-PR 25.120-D
Advogada OAB 20.437

EQUIPE TÉCNICA

Nome do Profissional Formação Registro de Classe Cadastro Técnico Federal

Coordenação Geral

Lella Regina Curt Bettega Engenheira Florestal CREA-PR 25.120-D 33.406

Advogada OAB 20.437

Meio Físico

Mestre em Engenharia Civil


André Luciano Malheiros CREA-PR 67.038-D 924.222
Modelo de Dispersão Atmosférica e Ruídos

Doutor em Engenharia de Processos


Andréas Grauer - 4.902.481
Modelo de Dispersão Atmosférica

Elaine Aparecida Bonacim Mestre em Geologia Ambiental CREA-PR 21.960-D 53.837

Engenheiro Ambiental
Helder Rafael Nocko CREA-PR 86.285-D 1.563.032
Modelo de Dispersão Atmosférica e Ruídos

Jefferson Carnieri Hernandez Geólogo CREA-PR 85.338-D 4.971.503

Piero Romfeld Dutra Geólogo CREA-PR 107.446-D 4.976.673

Meio Biológico

Robson Odeli Espíndola Hack Biólogo - Fauna CRBio7 50.923-D 3.718.864

Vania Portela Engenheira Florestal - Flora CREA-PR 55.079-D 456.440

Meio Sócio-econômico

Carla Valesca de Moraes Socióloga DRT-PR 255 97.418

Laura Sokolowski Socióloga - 4.968.777

Osvaldo Paulino da Silva Historiador - Mestre em Arqueologia - 33.412

Paulo Roberto Malucelli Engenheiro Civil - Estudo de Tráfego CREA-PR 9198-D 355.465

Apoio Técnico
Adriana de Oliveira Semmer Formanda em Geologia
Danuza Stall Formanda em Engenharia Florestal
Karina Stival Carlos Santos Licenciada em Letras
Paulo Roberto Rodachinski Analista Ambiental
Raul Cabral Figlie Formando em Geologia
Ricardo dos Santos Lada Analista Ambiental

EMPREENDEDOR ELABORADOR DO EPIA/RIMA


Sede Industrial: Rua Januário Blaster Tranin, s/n, Vila Bela, Adrianópolis - PR. Rua Antonio Escorsin, 1326, Sala 04, Santa Felicidade, Curitiba - PR.
Foro Administrativo: Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, s/n, BR 476 , Adrianópolis - PR. Fone/Fax 41-3372-8284
Fone: 47-3242-2128 (Pomerode - SC) E-mail: contato@lcbconsultoria.com.br

Vous aimerez peut-être aussi