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Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Artes - Departamento de Teoria da Arte e Música

Curso de Licenciatura em Música

RELATÓRIO

Rômulo Quinelato
Vitória, 01 de Fevereiro de 2017
Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Artes - Departamento de Teoria da Arte e Música


Curso de Licenciatura em Música

PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO

Elaboração de um relatório referente ao processo de transcrição apresentado à


disciplina de Linguagem Musical III ministrada pelo professor Darcy Alcantara do
curso de Licenciatura em Música da UFES como parte das avaliações do período
2016/2.

Vitória, 01 de Fevereiro de 2017


Escutar música de forma crítica compreende diversas áreas do conhecimento
musical, faço uso do termo "escutar" pois "ouvir" psicologicamente abrange um
sentido de passividade, algo que para a transcrição musical não traz resultado
significativo, embora um ouvido atento não deixe escapar os mínimos detalhes
do espectro sonoro.

Dito isto, transcrever uma peça musical (seja ela musica popular ou erudita)
tem sido uma tarefa desafiadora e ao mesmo tempo empolgante a cada
detalhe, a forma como o ouvido e a mente trabalham para criar o visual a partir
do estímulo sonoro de forma completamente abstrata traduz a grandiosidade
e a simplicidade do fazer musical consciente.

Os caminhos para a conclusão da tarefa, no qual vou discorrer


detalhadamente, fazem parte de um aprendizado que envolve diversas
experiências musicais, tanto acadêmicas quanto práticas, o método (baseado
no material "The Musician's Guide to Aural Skills") reverbera no modo de
encarar a escuta analítica bem como os "atalhos" criados a partir da prática
musical cotidiana.

Não por acaso, a escolha da canção "The Gunner's Dream" da banda britânica
Pink Floyd, evoca uma sensação de desafio para a tarefa por amarrar uma
instrumentação tanto do universo popular quanto do erudito, e por se tratar do
gênero "rock progressivo" o fardo cresce, uma vez que a canção não possui
uma forma clara de repetições, que facilitariam a transcrição através do uso de
ritornelos por exemplo.

Os primeiros passos para transcrever a canção partiram da necessidade de


criar um mapa para situar as partes e seus respectivos atributos como números
de compassos, entradas, solos e etc. Determinar também os instrumentos que
compõe a canção foi fundamental para relacioná-los com as ideias e os
contextos durante a peça.

O trabalho realmente teve início com a transcrição da melodia principal, a voz.


Embora o começo tenha sido muito trabalhoso e lento, com pouco tempo o
processo parecia ser cada vez mais automatizado e menos cansativo, trazendo
velhas conclusões acerca da importância de manter um ritmo da pratica da
percepção e escrita musical.

Traçar um guia ou o chamado desenho melódico a princípio não soava de


muita ajuda, mas findou como sendo a principal fonte de consulta durante o
processo, uma vez que era mais fácil relembrar o contorno melódico sem
precisar efetivamente recorrer a escuta do trecho repetidas vezes. A aplicação
deste método possibilitou o avanço rápido da tarefa para todas as linhas
melódicas presentes na canção, como a do solo do saxofone tenor, embora
não resolvesse o problema da rítmica, o que consumiu a maior parte do tempo.

A realização da atividade trouxe experiências ainda não concebidas, como a


transcrição do piano e da bateria. Ainda não havia passado por estes desafios,
isto exigiu pesquisa e aprofundamento nestes instrumentos, algo que até então
parecia não ser relevante para a minha construção musical, embora as partes
não sejam virtuosas o processo foi demorado e cansativo.

Determinar o movimento harmônico do piano só foi possível pelo feedback do


software de escrita, embora os acordes estivessem encaixados, o voicing dos
acordes foi se tornando mais claro apenas durante a escrita final das partes,
onde tive a oportunidade de corrigir diversos enganos.

A secção de cordas da canção, sem sombra de dúvidas foi a mais desafiadora,


confesso não ter escrito a instrumentação das cordas de forma separada, me
pareceu mais simples determinar uma harmonia com abertura de vozes e
então separa-las nos instrumentos de suas respectivas tessituras, o resultado
final obtido no feedback do software soou interessante e próximo do áudio.

A edição final da grade foi rica no que diz respeito ao resultado do conjunto,
organizar todos os elementos de forma esquemática com suas devidas
dinâmicas não é simples devido ao esforço de realizar as "multileituras" dos
sistemas sem escapar detalhes.

Nas palavras de Hugo L. Ribeiro o principal erro que um etnomusicólogo pode


cometer, é acreditar que uma notação musical pode conter a totalidade do
acontecimento musical. É consenso que a notação convencional não é (pelo
menos ainda) capaz de traduzir todo o espectro sonoro. É realmente uma
tarefa complicada delimitar até que ponto a notação pode chegar, o que faz
parte da escrita concisa e o que a torna prolixa, este foi um ponto a qual
cheguei durante a realização da transcrição.

Porém o objetivo aqui, e acredito que tenha sido comprido é o de trabalhar a


cognição musical e os níveis psicológicos envolvidos no entendimento musical,
traduzir em sentido visual estático a estética e a plasticidade da onda sonora.

De forma geral, o trabalho final concebido permite relacioná-lo através da


disciplina de linguagem musical e também com todo o aprendizado absorvido
durante a trajetória do ensino superior, é indispensável a importância da
linguagem musical como o meio para compreender este conhecimento, desde
os primeiros exercícios de posição do pulso, até a transcrição completa de uma
canção.

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