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U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO

Impressão
e
Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03

UNIDADE 2 – O MEIO AMBIENTE E AS EMPRESAS .......................................... 05


2.1 Empresas e contaminação ................................................................................ 05
2.2 Fatores externos que induzem respostas das empresas .................................. 07

UNIDADE 3 – AUDITORIA AMBIENTAL ............................................................... 11


3.1 Auditoria ambiental ............................................................................................ 11
3.2 Objetivos ........................................................................................................... 15
3.3 Funções e tipos de auditoria ambiental ............................................................. 16
3.4 Vantagens e desvantagens ............................................................................... 21
3.5 Procedimentos e etapas .................................................................................... 24
3.6 Auditoria compulsória ........................................................................................ 28
3.7 Diretrizes para auditoria ambiental .................................................................... 31

UNIDADE 4 – CERTIFICAÇÃO .............................................................................. 34


4.1 Conceitos e definições ...................................................................................... 34
4.2 Tipos de certificação e selos ecológicos ........................................................... 39
4.3 Rotulagem ......................................................................................................... 43
4.3.1 Classificação da rotulagem ............................................................................ 46
4.4 Produtos verdes – orgânicos ............................................................................. 48
4.5 Certificação florestal .......................................................................................... 50

UNIDADE 5 – CRÉDITOS DE CARBONO ............................................................. 54


5.1 Os projetos de crédito de carbono no Brasil...................................................... 58
5.2 Ecoeficiência ..................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 64

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Uma vez que faz parte das atribuições do Engenheiro Ambiental buscar as
melhores soluções para os problemas ambientais, principalmente aqueles causados
pela interferência do homem no meio ambiente, é importante que este profissional
conheça duas ferramentas (auditoria e certificação) que permitem às empresas
atingir seus objetivos utilizando o meio ambiente de maneira sustentável e racional,
evitando sanções por parte de órgãos públicos e fortalecendo os laços com o público
consumidor.

A Auditoria Ambiental é uma ferramenta que permite às empresas atingir e


manter a eficácia da gestão ambiental em qualquer empresa por meio de um plano
de ação completo e abrangente. Usando de perspicácia, os auditores conseguem
apontar tanto as deficiências existentes como as futuras, prevenindo gastos mais
elevados no futuro.

Dentre os objetivos da auditoria ambiental podemos citar a detecção de


vulnerabilidades ambientais em se tratando de conformidade, riscos, imagem e
sustentabilidade, o que acontece por meio da observação em campo (qualitativa),
levantamento de documentos, reuniões com equipe e elaboração de diagnóstico
conclusivo da auditoria ambiental baseado nestas informações.

As empresas que possuem em seu quadro uma equipe de auditores


competentes e experientes ou que contratem este serviço de empresas
especializadas contam com um excelente apoio para produzir um retrato fiel da
realidade, que servirá de base para proceder a ações corretivas, estratégicas e
preventivas em prol da saúde da organização.

De imediato, já esclarecemos que a certificação, um dos temas deste


momento do curso, é um instrumento de mercado para a gestão ambiental, não
podendo ser considerada um instrumento de comando e controle porque é voluntária
e voltada para a diferenciação de preços e melhores condições de comercialização.

Dentre as vantagens que proporciona tanto ao empresário, quanto ao


governo e consumidores finais, temos as que permite ao fabricante garantir

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qualidade ao seu produto, assim como igualmente ao consumidor para que obtenha
produtos de qualidade e ao governo serve como mecanismo regulador de circulação
de produtos que não afetem ou afetem pouco a saúde do consumidor, garantindo-
lhe segurança, garante um meio ambiente também saudável e se pensarmos em
termos de comércio exterior, muito exigente na atualidade, a possibilidade de
negociar um volume maior e com qualidade garantida abre perspectivas positivas.

Para certificar é preciso seguir normas e padrões que são preestabelecidos,


portanto também veremos a definição de normalização, os órgãos competentes para
essa ação.

Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como


premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.

Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se


outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos
estudos.

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UNIDADE 2 – O MEIO AMBIENTE E AS EMPRESAS

As empresas são as responsáveis principais pelo esgotamento e pelas


alterações ocorridas nos recursos naturais, de onde obtêm os insumos que serão
utilizados para obtenção de bens a serem utilizados pelas pessoas. Essa atividade
de grande utilidade realizada pelas organizações, no entanto, nos últimos anos está
quase ficando num segundo plano em função dos problemas ambientais causados
pelas indústrias; estes problemas se tornam o aspecto mais visível, na maioria das
vezes, de sua relação com o ambiente natural. No entanto, o papel de vilãs do meio
ambiente que vêm desempenhando as empresas tem sua razão de ser, pois são
poucas, proporcionalmente, aquelas que se preocupam e tornam mais eficientes
ecologicamente os seus processos produtivos, como o demonstram os dados
estatísticos mundiais e nacionais. E, mesmo quando o fazem, a iniciativa é tomada
mais como uma resposta a uma exigência dos órgãos governamentais do que por
assumirem uma postura de responsabilidade social ambiental. No entanto, o
importante papel desempenhado por essas unidades produtivas é inegável e
imprescindível, e somente com o avanço da adoção de Sistemas de Gestão por
parte das empresas teremos uma perspectiva de rumarmos para um
desenvolvimento minimamente sustentável (DIAS, 2009).

2.1 Empresas e contaminação

A contaminação do meio ambiente natural pelas indústrias teve início com a


Revolução Industrial no século XIX e, dessa época em diante, o problema teve um
crescimento exponencial, provocando inúmeras catástrofes ambientais que tiveram
enorme repercussão local, regional e global.

Ocorre que nos processos industriais, os recursos naturais são empregados


como insumos que, devido a ineficiências internas dos processos, geram resíduos
de todo tipo, os quais obviamente contaminam o meio ambiente. O processo, além
de gerar problemas de contaminação que afetam a saúde humana, pode também
provocar a escassez de recursos naturais que são utilizados sem uma previsão da
sua possibilidade de esgotamento.

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A utilização privada do meio ambiente, que é um recurso comum, foi


discutida pelo biólogo Garrett Hardin no artigo “A tragédia dos bens comuns”, no
qual indica o destino ao qual parece estar condenado qualquer recurso que tem sua
propriedade compartilhada.

Os problemas de contaminação do meio ambiente são manifestações que se


encaixam perfeitamente no raciocínio, como apontou o próprio Hardin (1968 apud
DIAS, 2009).

De maneira inversa, a tragédia dos recursos comuns reaparece nos


problemas de contaminação. Aqui o assunto não é retirar algo dos recursos comuns,
mas colocar algo dentro – drenagens ou refugos químicos, radioativos ou térmicos
na água; gases nocivos ou perigosos no ar; anúncios ou sinais perturbadores e
desagradáveis na paisagem. Os cálculos dos benefícios são muito semelhantes aos
que foram mencionados antes. O homem razoável descobre que sua parte dos
custos dos desperdícios que descarrega nos recursos comuns é muito menor que o
custo de purificar seus desperdícios antes de desfazer-se deles. Já que isto é válido
para todos, estamos aprisionados em um sistema de ‘sujar nosso próprio ninho’, e
assim prosseguiremos, embora atuemos unicamente como livres empresários,
independentes e racionais.

Quando se explora o meio ambiente, que é um bem comum, buscando o


benefício privado, podem ser causados impactos ambientais que afetam
negativamente o bem-estar de outras pessoas que não têm relação com quem os
gera. Estes impactos constituem custos externos, ou externalidades, para as
empresas.

A contaminação ambiental, do ponto de vista econômico, se relaciona com a


internalização dos custos externos (ou externalidades) ambientais por parte das
empresas. Isto ocorre quando o gerador da externalidade não assume os custos e
os transfere a terceiros na forma de contaminação ambiental. São custos ambientais
que o empresário causa, mas que não assume, e que acabam diminuindo seus
custos diretos (compra de matéria-prima, contratação de mão de obra, pagamento
de capital, investimentos de melhoria nos processos, etc.), já que não investe no
processo produtivo para evitar a produção de resíduos contaminantes. Para si obtém

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uma vantagem a curto prazo que se assemelha, no exemplo de Hardin, ao pastor


que vai agregando gado no pasto, e para a sociedade mais geral, o valor é negativo,
pois se expressa na forma de esgotamento e deterioração dos recursos naturais,
contaminação dos lençóis d'água, do ar e do solo, afetando a saúde pública.

Ocorre que na falta de incentivos capazes de induzir à internalização dos


custos ambientais por parte das empresas, elas somente interromperiam a geração
de contaminações quando essas externalidades ambientais negativas deixassem de
gerar benefícios privados. Segundo Hardin, uma das formas de ação possíveis é a
utilização de leis coercitivas ou mecanismos fiscais que tornem mais barato para o
contaminador tratar os resíduos antes de desfazer-se deles sem tratá-los. Ou seja, a
regulação, as instituições ambientais, a pressão das comunidades e as exigências
do mercado são formas de tornar mais conveniente ao empresário (e mais barata) a
adoção de mecanismos prévios que evitem a contaminação.

2.2 Fatores externos que induzem respostas das empresas

Há diversos fatores externos que provocam uma resposta das empresas no


sentido de diminuir a contaminação. Entre estes, estão: o Estado, a comunidade
local, o mercado e os fornecedores.

1. O papel do Estado (a regulação formal)

A legislação ambiental, juntamente com as instituições ambientais e as


atividades de controle de contaminação realizadas por estas em todos os níveis,
limitam a liberdade da empresa para contaminar. O Estado utiliza esses
instrumentos legais com o objetivo de proteger a saúde das pessoas e o bem
comum, representado pelo ambiente natural e os benefícios que causa à sociedade
mais geral.

A regulação formal pode ser classificada em dois grandes grupos: o tipo


comando e controle; e outro, que é a adoção de instrumentos econômicos. Pelo
primeiro método, mais tradicional, o Governo estabelece regulamentações para o
uso dos recursos ambientais e passa a fiscalizar o cumprimento da legislação,
punindo os eventuais infratores (multas e até o fechamento da empresa); baseia-se,

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portanto, na pressão normativa de padrões estabelecidos. Logo, a decisão da


empresa de reduzir ou não a contaminação dependerá da diferença entre os custos
que poderão ser abatidos e o valor das multas ou dos custos de um fechamento
temporário da empresa (DIAS, 2009).

Pelo outro método, com a utilização dos instrumentos econômicos, os


preços dos bens ambientais devem refletir, o mais corretamente possível, os valores
que lhes sejam imputados pela sociedade, de forma que se possa cobrar
adequadamente pelo uso desses bens, seja de forma direta, seja de forma indireta,
via taxas, subsídios, etc. A empresa decide, por exemplo, entre contaminar e pagar
a taxa, ou descontaminar e incorrer nos custos de redução da emissão de
contaminantes.

O fato é que nem sempre as medidas de controle da contaminação geram


custos. As intervenções do governo que estimulam investimentos de controle ou de
prevenção da contaminação, que geram custos iniciais, contribuem para melhorar as
condições de competitividade das empresas e das cidades em que se situam. Para
que isto ocorra, além dos benefícios ambientais, estes investimentos devem gerar
também benefícios privados. Entre os benefícios privados estão os relacionados
com o melhoramento das condições de competitividade das empresas. Eles, por sua
vez, gerariam benefícios públicos adicionais como o aumento do emprego e do bem-
estar social.

Mas o Estado e o seu poder regulador não é o único incentivo que têm as
empresas para melhorar seu desempenho ambiental. Além das pressões geradas
pela regulação formal, há uma resposta ambiental das empresas com a diminuição
da contaminação gerada e motivada por diferentes fatores, entre os quais: pressões
da comunidade, de diferentes grupos organizados, do mercado, dos consumidores,
dos fornecedores, etc.(DIAS, 2009).

Alguns exemplos da atuação do Estado no controle da poluição:

a) em novembro de 1995, a Fiat do Brasil foi multada em R$ 3,9 milhões


pelo IBAMA por não atender aos padrões legais de emissões veiculares, que eram
exigidos desde 1987 para os veículos novos que saíam das montadoras, que tinham

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de atender aos padrões do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos


Automotores (Proconve). Segundo o órgão do governo, o modelo Uno Mille
Electronic utilizava dispositivos que mascaravam os níveis de emissão de poluentes
e permitiam um maior rendimento do motor, o que provocou um aumento de
emissão acima do permitido em lei (GRAMACHO, 1995);

b) em setembro de 1995, a Rhodia Indústrias Químicas e Têxteis foi


condenada por depositar lixo químico a céu aberto na região continental de São
Vicente (SP). Segundo a sentença, a Rhodia teria que indenizar o Fundo de
Reparação do Meio Ambiente do Estado de São Paulo em mais de 8 milhões de
reais. Além disso, a empresa seria obrigada a remover os resíduos, isolar o solo
contaminado e repor terra boa na superfície. Deveria também, enquanto houvesse
possibilidade de contaminação, manter sob guarda as áreas afetadas para evitar
ocupação humana. Ficaria ainda responsável pelo abastecimento de água à
população, uma vez que os lençóis freáticos da região foram afetados (NUNES,
1995);

c) a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em Cubatão, no litoral


paulista, recebeu, em 1995, multas num valor aproximado de um milhão de reais,
por atrasos no cronograma de controle de suas fontes de poluição e irregularidades
devido à má operação e manutenção de equipamentos de controle da poluição e do
processo produtivo (SERRA, 1995);

d) uma emissão de gás sulfídrico, em janeiro de 1996, na unidade de


Suzano (SP) da fabricante de sais orgânicos Produquímica, provocou a morte de
três operários e atingiu outros cinco, sendo que a empresa foi multada pela Cetesb
em R$ 72 mil. Além da multa, foi determinada a paralisação do setor onde ocorreu o
acidente. A mesma empresa, em 1993, havia sido autuada por importar cerca de
200 toneladas de resíduos da Inglaterra. A empresa trouxe o material como
micronutrientes para fertilizante; no entanto, a Cetesb constatou a presença de
metais pesados, como chumbo, cádmio e cromo. A presença de metais havia sido
identificada, anteriormente, pela entidade ambientalista Greenpeace, que fez a
denúncia. O material foi devolvido à Inglaterra.

2. A comunidade local (regulação informal)

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As comunidades locais onde estão localizadas as unidades empresariais


cada vez mais se tornam importantes atores em relação aos problemas de
contaminação, pois são as primeiras que sofrem as consequências da poluição, e
em função disso apresentam uma capacidade de resposta mais rápida, afetando as
decisões das empresas no que tange a um maior controle ambiental.

Por outro lado, há um maior número de pessoas informadas sobre os


processos produtivos e de contaminação envolvidos: membros da comunidade
técnico-científica, intelectuais, educadores, jornalistas, membros de entidades
ecológicas, entre outros, que encontram mecanismos legais para exigir do governo
ou das empresas o cumprimento de suas responsabilidades ambientais.

3. O papel do mercado

As empresas, de modo geral, operam em vários mercados, que podem ser


tanto locais, regionais, nacionais ou em nível global. Há um crescente aumento da
consciência ambiental, que varia em função de cada mercado. Os países mais
desenvolvidos, as regiões mais desenvolvidas de um mesmo país, são os que mais
consomem produtos ecológicos; isso envolve a reputação da empresa como
benfeitora ou não do meio ambiente.

4. Os fornecedores

Há um número crescente de empresas que são fornecedoras de outras que


necessitam ter um bom desempenho ambiental em toda a sua cadeia produtiva, o
que as obriga a fazerem exigências aos seus próprios fornecedores para que sejam
portadores de certificações ambientais e se tornem unidades produtivas respeitosas
com o meio ambiente. Deste modo, mesmo que uma empresa não sofra pressões
diretas tanto do Estado, como da Comunidade, ela se vê obrigada a adotar ações
ambientais que evitem a contaminação por ter como clientes empresas para as
quais seu mercado consumidor exige integrarem uma cadeia produtiva
ambientalmente correta.

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UNIDADE 3 – AUDITORIA AMBIENTAL


3.1 Auditoria ambiental

A auditoria ambiental surgiu da necessidade de averiguar se as empresas


estavam cumprindo todos os preceitos exigidos pela legislação ambiental. Em
seguida, teve sua evolução voltada para se tornar uma ferramenta para o
desenvolvimento empresarial e a preservação ambiental (KINLAW, 1997).

Cavalcanti (2008 apud HATJE, 2009) define auditoria como sendo o


processo de confrontação entre uma situação encontrada com um determinado
critério, ou seja, a comparação entre o fato ocorrido com o que deveria ocorrer.

A Auditoria Ambiental especificamente pode ser definida como um


instrumento de gestão que permite fazer uma avaliação sistemática, documentada e
periódica das atividades de uma organização, para controlar e minimizar seus
impactos sobre o meio ambiente, visando uma melhoria contínua do seu
desempenho (VALLE 2004; MARTINI; GUSMÃO, 2003).

De acordo com a NBR ISO 14010, auditoria ambiental é o processo


sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma
objetiva, evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistema
de gestão e condições ambientais especificados ou as informações relacionadas a
estes estão em conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os
resultados deste processo ao cliente.

Segundo Sales (2001), a auditoria ambiental é o procedimento sistemático


através do qual uma organização avalia suas práticas e operações que oferecem
riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para averiguar sua
adequação a critérios preestabelecidos (usualmente requisitos legais, normas
técnicas e/ou políticas, práticas e procedimentos desenvolvidos ou adotados pela
própria empresa ou pela indústria na qual é aplicada).

Voltando a Kinlaw (1997), este diz que a Auditoria Ambiental funciona como
uma coleta sistemática de dados que podem ser usados para determinar o impacto

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total de um sistema na forma do input proveniente do meio ambiente ou do output


lançado para o meio ambiente.

Amaral (s.d apud Viegas, 1997) coloca o conceito da Auditoria Ambiental,


definida pela Confederação de Indústrias Britânicas, como um exame sistemático
das interações que surgem entre determinadas operações de negócios e seu
ambiente interno e externo, incluindo-se aí todos os danos ambientais causados
principalmente na atmosfera, terra e água.

Já na concepção de Valle (1995), a auditoria ambiental é definida como uma


ferramenta de gestão que permite fazer uma ponderação sistemática, periódica,
documentada e objetiva dos sistemas de gestão e do desempenho dos
equipamentos instalados em uma organização, para fiscalizar e limitar o impacto de
suas atividades sobre o meio ambiente.

A auditoria ambiental é a avaliação sistemática, periódica, documentada e


objetiva das operações e práticas realizadas em uma organização em relação às
exigências ambientais, resultando em uma opinião ou julgamento (BRAGA et al.,
1996).

Segundo Ribeiro (1998), a auditoria ambiental é um instrumento de gestão


direcionado ao atendimento dos métodos e procedimentos utilizados na
operacionalização do controle e conservação do meio ambiente, levando-se em
consideração os parâmetros estabelecidos no sistema de gestão ambiental da
organização, visando à continuidade da empresa sem agressão ao meio ambiente.

Para Woolston (1993 apud OLIVEIRA FILHO, 2002), auditoria ambiental é


uma ferramenta de gestão, compreendendo uma avaliação sistemática,
documentada, periódica e objetiva, visando a gestão empresarial e a proteção
ambiental, com o intuito de:

 facilitar o controle gerencial no que diz respeito às decisões que envolvam as


práticas ambientais:

 considerando as políticas adotadas pelas empresas, efetuar constantes


reuniões para discutir as necessidades da organização.

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A auditoria ambiental pode ser definida como o processo de avaliação das


empresas de acordo com as leis e regulamentos ambientais, bem como com os
procedimentos e políticas das organizações (PRICE WATERHOUSE, 1994 apud
OLIVEIRA FILHO, 2002).

Considerando-se a diversificação das opiniões na literatura, de forma


resumida, pode-se concluir que a auditoria ambiental é uma ferramenta de controle
destinada a fazer uma análise preliminar em toda a organização, a fim de destacar
as áreas que necessitarão de uma revisão mais detalhada, através de um programa
estruturado e sistemático, objetivando averiguar se o Sistema de Gestão Ambiental
(SGA) está condizente com a política ambiental da empresa e com a legislação em
vigor. Face ao exposto, pode-se afirmar que a auditoria ambiental é um instrumento
de previsão e prevenção de possíveis danos ambientais.

A auditoria, para atender à necessidade de informação sobre as empresas,


começou a desenvolver estudos, principalmente com base em fato ocorrido na Índia
com a empresa Union Carbide, cuja tragédia resultou em centenas de mortes devido
ao vazamento de gases. As ações da empresa despencaram nas Bolsas de Valores,
inclusive porque as famílias afetadas pela desgraça deveriam ser indenizadas, o que
levou à venda da empresa por um valor substancialmente menor do que ela valia
antes do acidente.

Mais recentemente, tragédia parecida aconteceu no Alaska (EUA), com o


vazamento de óleo no mar, provocado pela empresa Exxon. Também neste caso, o
impacto foi sentido no preço das ações. Nos dois casos, percebeu-se que ambas as
empresas não tinham em suas demonstrações contábeis, nem sequer sob a forma
de notas explicativas, nenhuma menção aos prováveis riscos em que elas estavam
incorrendo com a poluição do meio ambiente e quanto à consequente necessidade
de indenizar pessoas ou governos, ou ainda quanto a gastos de recuperação
ambiental pelos danos causados por atividades de sua responsabilidade
(FERREIRA, 2007).

Desses fatos resultaram preocupações, principalmente nas empresas de


auditoria, que deveriam atestar se as demonstrações contábeis estavam de acordo
com os princípios de contabilidade e com a legislação, mas que, até aquele

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momento, não consideravam em suas análises as contingências relativas ao meio


ambiente. A auditoria, entretanto, é uma análise a posteriori e, inclusive, passiva.

O fato ocorre, polui-se e depois atesta-se que o passivo ambiental foi


considerado nas demonstrações contábeis através de provisões ou reservas para
contingências, conforme o caso.

Essas informações, entretanto, são muito pobres em se tratando de gestão


ambiental voltada para o desenvolvimento sustentável. Além disso, a contabilidade
não pode esquecer-se de seus dois postulados, o da Entidade e o da Continuidade,
que justificam outra abordagem contábil para o problema do meio ambiente.

Nota-se, contudo, um esforço para que a auditoria possa ser mais um


instrumento de gestão ambiental. Para isso, foram desenvolvidos padrões de ações
e de processos relativos às operações de empresas que causam impacto no meio
ambiente. Esses padrões, decorrentes inicialmente das normas britânicas (BS
5750), resultaram na edição das normas ISO 14000, referentes a certificações sobre
os padrões de qualidade para o meio ambiente.

Os principais elementos da auditoria ambiental podem ser assim


sintetizados:

 identificar a mais importante das interações do meio ambiente da


organização;

 avaliar o grau dos impactos ambientais;

 aprender sobre como negociar, reduzir ou melhorar os impactos da


organização;

 identificar uma lista de prioridades das interações para serem tratadas (isso
se desenvolverá, em parte, dos dois primeiros elementos, e em parte, como
resposta para mudanças reais e potenciais nas leis e nas atitudes da
sociedade);

 estabelecer políticas e padrões;

 identificar responsabilidades;

 montar equipes de treinamento;

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 mudar práticas e colocar as políticas em ação;

 desenvolver um sistema de informações do meio ambiente;

 monitorar e estimar o desempenho;

 avaliar desempenho e os padrões;

 reavaliar esta lista, começando pelo início, numa base sistemática e contínua
(GRAY s.d apud FERREIRA, 2007).

3.2 Objetivos

O principal objetivo da auditoria ambiental é auxiliar no processo de melhoria


dos programas de controle ambiental, sendo importante o suporte e o
comprometimento gerencial. Na grande maioria das vezes, constitui-se num dos
mais importantes instrumentos de gerenciamento ambiental para prevenção do
dano.

Pode-se elencar, dentre tantos outros, alguns dos principais objetivos de


uma auditoria ambiental, que auxilie em uma melhor compreensão de sua real
aplicabilidade como instrumento de controle e prevenção ambiental. Quais sejam:

a) permitir a investigação sistemática dos programas de controle ambiental


de uma empresa;

b) auxiliar na identificação de problemas ambientais futuros;

c) verificar se a operação industrial está em conformidade com as normas e


padrões mais rigorosos definidos pela empresa (DALL’AGNOL, 2008).

Enfim, a auditoria ambiental tem como objetivo caracterizar a situação da


empresa para fornecer um diagnóstico atual no que diz respeito a poluição do ar,
águas e resíduos sólidos, favorecendo a definição das ações de controle e de
gerenciamento que deverão ser tomadas para proporcionar a sua melhoria
ambiental. Ela fornece recomendações de ações emergenciais, de curto, médio e
longo prazo que deverão ser tomadas para proporcionar a melhoria ambiental da

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empresa. De forma sucinta, pode-se dizer que a auditoria ambiental compara


resultados com expectativas ambientais.

3.3 Funções e tipos de auditoria ambiental

A ação ambiental impactante de uma entidade não se limita ao processo


produtivo. Portanto, mesmo que a política ambiental aborde somente o processo
produtivo em si, a auditoria ambiental, sempre que possível, deve incluir as suas
entradas (matéria, energia e fornecedores), o processo produtivo em si e as saídas
(produtos e embalagens, efluentes líquidos, emissões gasosas, rejeitos e resíduos,
ruídos e vibrações, odores, radiações, transporte de produtos, entre outros) (SILVA;
ASSIS, 2003).

Existem diferentes formas de auditorias ambientais, que são definidas em


função dos diversos objetivos a que elas se propõem. Uma divisão simples classifica
as auditorias em quatro classes:

1. auditoria dos impactos ambientais – através da qual é feita uma avaliação dos
impactos ambientais no ar, água, solo e comunidade de uma determinada
unidade industrial ou de um determinado processo com objetivo de fornecer
subsídios para ações de controle da poluição, visando a minimização destes
impactos;

2. auditoria dos riscos ambientais – através da qual é feita uma avaliação dos
riscos ambientais reais ou potenciais de uma fábrica ou de um processo
industrial especifico;

3. auditoria da legislação ambiental – através da qual é feita uma avaliação da


situação ambiental de uma determinada fábrica ou organização em relação
ao cumprimento da legislação vigente;

4. auditoria de sistemas de gestão ambiental – é uma avaliação sistemática para


determinar se o sistema da gestão ambiental e o desempenho ambiental de
uma empresa está de acordo com sua política ambiental, e se o sistema esta
efetivamente implantado e adequado para atender aos objetivos ambientais

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da organização. A auditoria de sistema de gestão é uma ferramenta de


gestão, compreendendo uma avaliação sistemática, documentada, periódica
e objetiva sobre como os equipamentos, gestão e organização ambiental
estão desempenhando o objetivo de ajudar a proteger o meio ambiente. A
maioria das auditorias ambientais é uma combinação de uma e outra forma
de auditoria. Contudo, o objetivo principal de qualquer auditoria ambiental é a
realização de um diagnóstico da situação atual para verificar o que está
faltando e promover ações futuras que tragam a melhora do desempenho
ambiental da empresa (ECP CONSULTORIA, 2009).

De acordo com Woolston (1993 apud OLIVEIRA FILHO, 2002), a auditoria


ambiental pode ser dividida em dois grandes grupos: auditoria de produto e auditoria
corporativa, sendo que a primeira visa basicamente:

 avaliar ou reavaliar os programas de garantia da qualidade na criação de um


novo produto, ou seja, quais os cuidados iniciais que devem ser tomados na
fabricação de um produto novo no mercado;

 averiguar a procedência dos insumos empregados na produção;

 verificar de que maneira as informações de caráter ambiental são avaliadas


antes de sua transmissão aos consumidores;

 avaliar a segurança das embalagens utilizadas pelos produtos;

 estimar os efeitos causados ao meio ambiente pelos produtos durante seu


ciclo de vida até sua disposição final.

A auditoria ambiental corporativa, por sua vez, poderá focalizar:

 um local individualmente;

 uma única empresa de um determinado grupo;

 uma divisão operacional (principalmente quando se tratar de companhias de


grande porte);

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 um Sistema de Gestão Ambiental (WOOLSTON, 1993 apud OLIVEIRA


FILHO, 2002).

No que diz respeito à divisão operacional, Woolston (1993 apud OLIVEIRA


FILHO, 2002) descreve que a auditoria ambiental corporativa será empregada com o
propósito de:

 analisar o setor de compras, com a finalidade de averiguar quais matérias-


primas devem ser adquiridas de forma a causarem o menor impacto possível
ao meio ambiente;

 examinar o sistema de transporte, a fim de mensurar os efeitos causados ao


meio ambiente.

Estas auditorias corporativas podem ser divididas em auditorias técnicas ou


de conformidade, de responsabilidade e auditorias de minimização de desperdício,
sintetizadas no organograma e quadro abaixo:

Tipos de Auditorias Ambientais

Fonte: WOOLSTON (1993 apud OLIVEIRA FILHO, 2002).

As auditorias de conformidades ou técnicas têm a finalidade de checar se a


companhia está em conformidade com as leis, regulamentações e política da
empresa, enquanto a auditoria de responsabilidade tem como objetivo verificar os
padrões ambientais das companhias, em função das exigências das instituições

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financeiras, das companhias de seguros e do mercado consumidor. Também é


utilizada como requisito para o processo de fusão, incorporação e aquisição de
companhias.

Em Silva e Assis (2003) encontramos também as seguintes finalidades para


as auditorias:

 auditoria de conformidade – consiste na verificação do cumprimento da


legislação aplicável existente. É uma auditoria de ambição muito limitada, pois
se restringe à legislação existente e de caráter “defensivo”;
 auditoria pós-acidente – centrada nos problemas de responsabilidade penal
ou civil, tem por objetivo determinar as causas de um acidente. Em geral,
realizada paralelamente a um procedimento jurídico, pode dar elementos à
procuradoria, mas também pode fornecer à empresa.
 auditoria de riscos – pode ser aplicada no caso de um contrato de seguro ou,
em um âmbito mais geral, no caso de uma análise de risco. Neste último
caso, ela é útil para a empresa conhecer com precisão a extensão do risco de
um acidente para o meio ambiente e, consequentemente, os riscos jurídicos,
econômico e financeiro. Com este tipo de auditoria, a empresa visa
simplesmente limitar seus riscos;
 auditoria de operação de fusão, absorção ou de aquisição – uma empresa
que deseja, por exemplo, adquirir uma outra empresa pode solicitar uma
auditoria ambiental para saber a natureza dos riscos ao qual ela estaria
sujeita. Outro caso, por exemplo, é o da venda de terrenos nos quais serão
colocados materiais descartados; a empresa vendedora pode realizar uma
auditoria ambiental para se desembaraçar de responsabilidades futuras no
caso de contaminação. Da mesma forma, uma empresa que vai comprar um
terreno pode solicitar uma auditoria para saber em que situação, com relação
à qualidade do solo e das águas, ele se encontra;
 auditoria de gerenciamento geral – essa auditoria tem um objetivo maior.
Trata-se de verificar todos os possíveis impactos da empresa sobre o meio
ambiente. Essa auditoria permite a definição de uma orientação e de uma

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política da empresa por meio da totalidade dos dados ambientais e considera


as evoluções futuras do contexto jurídico (SILVA; ASSIS. 2003).

Algumas empresas especializadas em auditoria e assuntos afins podem


estar aptas a realizar, por exemplo:

 auditoria de conformidade legal (DZ 56 – FEEMA-RJ e CONAMA 306/02);

 auditoria de avaliação do atendimento a requisitos legais aplicáveis visando


atender o requisito 4.5.2 da ISO 14001 e o requisito 4.5.1 da OHSAS 18001,
entre outros;

 auditoria de Sistemas de Gestão (ISO 14001, OHSAS 18001 e ISO 9001)


Terceirização das auditorias internas exigidas nas Normas de Gestão,
permitidas pelos Organismos de Certificação e conforme os requisitos da
NBR ISO 19011, proporcionando economia de recursos humanos e
econômicos para o cliente;

 auditoria de fornecedores e prestadores de serviço ambientais, avaliando os


principais aspectos e impactos ambientais, reais ou potenciais e os padrões
adequados a serem atendidos pelos prestadores de serviços ambientais de
forma a garantir a proteção ao meio ambiente através da melhoria do
desempenho ambiental destes contratados e, ao mesmo tempo, minimizando
o risco potencial de responsabilidade da empresa cliente por danos
ambientais;

 auditoria Due Diligence de compra e venda/Auditoria de Passivo Ambiental –


avalia os riscos ambientais e os passivos ambientais associados à compra,
venda ou encerramento, para que sejam identificados e levados em
consideração durante a transação imobiliária. (De Martini Junior
http://www.demartiniambiental.com.br/).

Outro exemplo seria a auditoria para um empreendimento habitacional que


pode contar com uma auditoria ambiental interna ou externa. A auditoria interna,

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executada pelos moradores, por meio de uma associação representativa e, se


necessário por auditores independentes contratados, tem seus resultados
(conclusão da auditoria) de uso interno ou condominial. A auditoria externa é
realizada, necessariamente, por auditores independentes externos à organização,
sendo seus resultados avaliados por terceiros, como organização de certificação, e
seu uso deve ser atinente ao Poder Público, por meio de órgãos responsáveis por
políticas habitacionais e/ou ambientais, e mesmo disponibilizados para consulta
pública, principalmente no caso de determinadas leis (RODRIGUES, 2007).

O quadro abaixo sintetiza o tipo e o que avalia uma auditoria:

TIPO O QUE AVALIA


Auditoria de Conformidade Legal Adequação à legislação

Auditoria de Desempenho Conformidade com a legislação, regulamentos e


Ambiental indicadores setoriais

Auditoria de Sistema de Gestão Cumprimento dos princípios Sistema Gestão Ambiental,


Ambiental adequação e eficácia do Sistema de Gestão Ambiental

Auditoria de Certificação Conformidade com os princípios da norma certificadora

Auditoria de Descomissionamento Danos ao entorno pela desativação da unidade produtiva

Auditoria de Sítios Estágio de contaminação de um local

Auditoria Pontual Otimização dos recursos no processo produtivo

Auditoria de Responsabilidade O passivo ambiental da empresa

Fonte: Silva; Assis (2003)

3.4 Vantagens e desvantagens

Assim como a auditoria contábil é ferramenta básica para a indicação da


saúde financeira de uma empresa, a auditoria ambiental tem se tornado ferramenta
básica na avaliação da saúde ambiental da empresa, diagnosticando eventuais
riscos que possam vir a transformar-se em sérios danos ambientais (DALL’AGNOL,
2008).

A primeira grande vantagem da auditoria acontece quando há


comprometimento da direção da empresa e disponibilidade de recursos para aplicar

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em auditoria visando corrigir as não conformidades detectadas. Alguns benefícios


que decorrem dessa ação seriam:

a) identificação e registro das conformidades e das não-conformidades com


a legislação, com regulamentações e normas e com a política ambiental da empresa
(caso exista);

b) prevenção de acidentes ambientais;

c) melhor imagem da empresa junto ao público, à comunidade e ao setor


público;

d) provisão de informação à alta administração da empresa, evitando-lhe


surpresas;

e) assessoramento aos gestores na implementação da qualidade ambiental


na empresa;

f) assessoramento à alocação de recursos (financeiro, tecnológico, humano)


destinados ao meio ambiente na empresa, segundo as necessidades de proteção do
meio ambiente e as disponibilidades da empresa, descartando pressões externas;

g) avaliação, controle e redução do impacto ambiental da atividade;

h) minimização dos resíduos gerados e dos recursos usados pela empresa;

i) promoção do processo de conscientização ambiental dos empregados;

Como vantagens da auditoria ambiental temos:

a) ajuda a proteger o meio ambiente interno e externo da empresa;

b) identifica e documenta o cumprimento de políticas, diretrizes e padrões


ambientais;

c) identifica e documenta o cumprimento da legislação ambiental;

d) ajuda a evitar ou minimizar o uso de recursos naturais;

e) conduz a melhorias no desempenho ambiental da unidade auditada;

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f) aumenta a conscientização e a responsabilidade ambiental de dirigentes e


empregados;

g) fornece garantias à administração superior quanto ao gerenciamento correto


das responsabilidades ambientais;

h) melhora a imagem institucional da empresa;

i) protege a empresa contra eventuais ações de responsabilidade civil;

j) melhora a higiene e a segurança dos empregados;

k) permite obter taxas de seguro mais vantajosas;

l) facilita a obtenção de cobertura de seguro por danos ambientais;

m) atribui crédito positivo à direção da unidade auditada quando há um bom


desempenho ambiental;

n) facilita o intercâmbio de dados e informações ambientais entre unidades


auditadas;

o) permite avaliar a evolução do tratamento das questões ambientais por


unidade auditada (OLIVEIRA FILHO, 2002).

Evidentemente que existem desvantagens, a saber:

a) não pode ser implantada e mantida sem um gasto considerável;

b) exige a alocação de empregados especializados ou a contratação de serviços


de terceiros;

c) pode levar a uma falsa imagem da empresa se não houver cautela na


interpretação e divulgação dos resultados;

d) poderá ocasionar uma falsa sensação de segurança ambiental, em especial


se a auditoria foi realizada de maneira incompleta ou por auditores
inexperientes (OLIVEIRA FILHO, 2002).

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3.5 Procedimentos e etapas

Segundo Braga et al. (1996), a auditoria ambiental está caracterizada de


acordo com três elementos fundamentais, que são:

1. a coleta de dados e informações existentes nas organizações;

2. a avaliação dos dados coletados, tendo como ponto de apoio a experiência,


as normas e os padrões técnicos inerentes à profissão;

3. o relatório, com base na análise dos dados colhidos, apontando as


conclusões e recomendações.

De uma forma geral, a utilização da ferramenta “auditoria ambiental” presta-


se, em um primeiro plano, ao acompanhamento da evolução e qualidade de um
Sistema de Gestão Ambiental; por outro lado, quando uma empresa não possui um
SGA, a auditoria ambiental poderá ser efetuada baseando-se na documentação que
originou o licenciamento ambiental.

De acordo com Juchem (1995), torna-se difícil a atuação da auditoria


ambiental dentro de uma organização que não disponha de um SGA. Mesmo assim,
as auditorias ambientais isoladas e desvinculadas de uma gestão ambiental podem
ser feitas para casos específicos como, por exemplo, para fins de incorporação ou
compra e venda de empresas; por exigências de companhias seguradoras ou
bancos financiadores; para atender dispositivos legais específicos.

Juchem (1995) enfatiza que o processo de auditoria ambiental em maior


escala, envolvido com a gestão ambiental da empresa, em muitos casos vai muito
além dos itens acima citados, e em geral deverá ser efetuado com uma certa
periodicidade.

Jones (s.d apud Ferreira, 1999) diz que a auditoria ambiental visa identificar
os problemas relacionados com a produção, com a operação de processos ou até
mesmo com a prestação de serviços, para que os possíveis problemas ambientais
sejam sanados antes que se tornem exigências dos organismos de fiscalização da
área ambiental, dos investidores, das instituições financeiras ou das companhias de

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seguro. A auditoria ambiental tem um caráter nitidamente preventivo e constitui um


instrumento fundamental para o aperfeiçoamento do SGA das organizações.

De acordo com Viterbo Júnior (1998), as empresas devem sempre manter


programas e procedimentos definidos para que, considerando-se a política
ambiental da organização, periodicamente, possam efetuar-se as auditorias
preventivas no sistema de gestão ambiental, de forma a:

 verificar a adequação da implantação do sistema de gestão ambiental e se há


manutenção constante do mesmo;

 determinar se o sistema de gestão ambiental está de acordo com as


disposições planejadas, inclusive com os requisitos das normas de proteção
ambiental;

 subsidiar a administração, para fins deliberativos, através dos resultados das


auditorias efetuadas.

O programa para efetivação dos trabalhos da auditoria ambiental, inclusive o


cronograma das atividades, deverá ter por base a relevância ambiental das
atividades da organização, envolvendo, também, os resultados anteriores
respaldados nos relatórios de auditoria (VITERBO JÚNIOR 1998).

Na concepção de Gilbert (1995), para que um programa de auditoria possa


testar a eficácia de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), ele deve abordar pelo
menos os seguintes fatores apresentados a seguir.

a) As atividades e áreas específicas a serem avaliadas, inclusive:

 a estrutura organizacional, funções e responsabilidades;

 os procedimentos de operação e administração das atividades;

 as atividades e processos na área de trabalho;

 os procedimentos operacionais e registros; e,

 o desempenho ambiental.

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b) O cronograma da atividade de auditoria ambiental. As auditorias são


estabelecidas com base na importância da atividade e no resultado de auditorias
ambientais anteriores.

c) Definições de quem é responsável pela atividade de auditoria em cada área.

d) Definições dos critérios para a equipe que realiza as auditorias ambientais.

Os auditores devem ser independentes das áreas que estão sendo


avaliadas; possuir alguma perícia na disciplina relevante e ser apoiados por
especialistas sempre que necessário.

e) O protocolo para realização da auditoria ambiental, ou seja, a ordem dos eventos,


coleta de indícios e registro de conclusões.

f) O procedimento para relatórios das conclusões da auditoria ambiental aos


responsáveis pela área ou atividade avaliada e a identificação dos responsáveis
pelas ações corretivas relacionadas às deficiências relatadas. O relatório deve
incluir: conformidade ou não conformidade do SGA com as exigências; eficácia do
SGA no cumprimento de objetivos e alvos; acompanhamento das conclusões de
auditorias anteriores e conclusões e recomendações.

A figura abaixo mostra o processo de atuação da auditoria ambiental,


considerando todo o ciclo produtivo, ou seja, a abrangência dos procedimentos de
auditoria ambiental.

Fonte: Oliveira Filho (2002, p. 46).

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Segundo vários autores que descrevem o processo completo das auditorias


ambientais, essa se compõe basicamente de três etapas que se assemelham às
auditorias financeiras: preparação ou pré-auditoria, instalação ou atividade de campo
(auditoria propriamente dita) e a atividade de pós-auditoria ou registro das
constatações/ relatório (SILVA; ASSIS, 2003).
Começa-se por estabelecer os objetivos determinados pelos auditados,
delimitam-se o campo de atuação e de realização, o objeto a ser auditado e o
período de sua realização (escopo). A partir dos objetivos e escopo, estabelecem-se
os critérios correspondentes às políticas, práticas, procedimentos ou regulamentos
(legais ou organizacionais) para a coleta de evidências da auditoria. Na pré-
auditoria, serão determinados os recursos humanos, físicos e financeiros a serem
utilizados. Para realização do planejamento, os auditores deverão considerar as
informações sobre controles internos e analisar o ambiente de trabalho.
A auditoria propriamente dita, compreende a coleta, análise e avaliação das
evidências, que serão antecedidas de reunião para apresentação da equipe e do
plano, estabelecido preliminarmente, aos auditados. Os procedimentos adotados,
durante esta fase, incluirão a análise de documentos; observação das atividades da
empresa e entrevista.
A última fase compreenderá a apresentação dos resultados de maneira
formal e escrita, datada e assinada pelo auditor líder. Medidas corretivas deverão
ser apresentadas com base nas conclusões da auditoria e com classificação de
acordo com sua relevância no caso de inserção da auditoria em programa ou
sistema de gestão ambiental empresarial.
Os instrumentos adotados na realização deste tipo de auditoria, semelhantes
às auditorias financeiras, incluem técnicas de entrevistas, técnicas de amostragem e
notas de trabalho, listas de verificação detalhadas, registros de controles usados
pelos auditados com padrões estabelecidos pela legislação ou organização.
Fundamentalmente, a grande diferença entre a prática atual de auditorias
ambientais e financeiras encontra-se no objeto de estudo a ser auditado, pois a
primeira propõe-se a examinar de forma sistemática os tratamentos dispensados
aos ecossistemas, e a segunda preocupa-se com os registros patrimoniais do
sistema produtivo.

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Observa-se que a prática das auditorias ambientais limita-se aos


ecossistemas e, apesar de serem realizadas por equipes multidisciplinares, dela são
excluídos os contadores e administrativos da entidade (SILVA; ASSIS, 2003).

Abaixo temos uma sugestão para as etapas do processo de auditoria:

Fonte: Oliveira Filho (2002).

3.6 Auditoria compulsória

Talvez a modalidade de auditoria ambiental que mais traz um resultado


importante e eficaz, na preservação do meio ambiente, seja a auditoria compulsória.

Compulsória significa obrigatória. Ao tornar exigível a auditoria ambiental


para determinados empreendimentos, estaremos estabelecendo um novo conceito
de preservação ambiental, já que a função primordial da auditoria ambiental
compulsória é avaliar as condições ambientais da empresa, fornecendo subsídios e
condições ao empreendedor de detectar os problemas antes que eles
eventualmente aconteçam, evitando que se transformem em enormes passivos

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ambientais, que poderão trazer altos custos, quer seja ao balanço da empresa ou ao
próprio meio ambiente (DALL'AGNOL, 2008).

A auditoria ambiental compulsória é aquela que é legalmente exigida por um


órgão governamental, mediante lei. Tem sido uma experiência positiva para alguns
Estados que a implantaram como é o caso de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, dentre outros.

A auditoria ambiental compulsória tem o reconhecimento dos mais variados


segmentos da sociedade pelo seu potencial preventivo, já que demandam técnicos
capacitados e especialistas na área ambiental, auditores treinados e qualificados,
que poderão contribuir para uma avaliação eficaz das condições da empresa
auditada. Revelam também a possibilidade de conter eventuais deficiências na
cadeia do sistema produtivo, auxiliando na prevenção de danos futuros.

O principal elemento motivador de uma auditoria ambiental compulsória é a


verificação do atendimento à legislação de referência e, ao mesmo tempo, a
identificação das oportunidades de melhoria no conjunto produtivo com a elaboração
de um plano de ação pró-ambiente. Nesse sentido, a auditoria ambiental
compulsória vem se consolidando para se tornar um instrumento legal de apoio à
fiscalização, ao licenciamento ambiental e, principalmente, à implantação das ações
propostas nos Termos de Ajustamento de Conduta, sejam eles impostos pelos
órgãos ambientais, seja pelo Ministério Público, que é o agente fiscalizador.

À primeira vista, pode parecer até arbitrária a imposição de uma auditoria


ambiental à organização, mas a curto ou médio prazo a relação custo/benefício
demonstrará que a relação de causa e efeito, a responsabilização administrativa e
civil, pelo dano ambiental que porventura vier a ser constatada, poderá ser
infinitamente mais onerosa, ainda que sem prejuízo da responsabilidade penal pelo
evento danoso.

A auditoria ambiental compulsória, pela elaboração do relatório de auditoria,


adquire, também, especial importância, a posteriori, para o acompanhamento da
evolução desses compromissos assumidos pela empresa, facilitando, assim, a
realização das vistorias de fiscalização.

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Importante retomar a questão da relevância da disponibilização para


consulta pública do Relatório de Auditoria Ambiental, adotado como padrão de
referência no ofício de controle da gestão ambiental, já que elaborado por
profissionais competentes e quase sempre por uma equipe independente de
auditores com autonomia, credibilidade e isenção.

A realidade é que ainda é tímida a postura por parte dos órgãos ambientais
na fiscalização de potenciais poluidores. De igual forma, não há auditores
profissionais capacitados sobrando no mercado, justamente porque não há
demanda, já que inexiste o hábito, por parte dos gestores empresariais, de buscar
auditorias voluntárias, o que acaba por se tornar prejudicial ao meio ambiente.

É passível de verificação que em empresas que investiram na divulgação de


seus resultados ambientais, passaram a adquirir maior credibilidade perante o
mercado, tornando-se referência para outras empresas, assim como fortaleceram
sua imagem perante os acionistas e representantes de instituições técnico-
científicas, propiciando uma melhor imagem e, consequentemente, uma maior
confiabilidade.

Há boas perspectivas com relação à ampliação da legislação envolvendo ou


determinando auditorias ambientais compulsórias em todo território nacional,
estando inclusive tramitando projeto de lei para sua instituição em empresas com
determinado risco ou produto. O estado, por sua vez, tem se socorrido de algumas
assessorias particulares, mas na grande maioria das vezes, buscam-se nas
universidades as auditorias ambientais independentes (DALL'AGNOL, 2008).

Indubitavelmente a auditoria ambiental compulsória é a ferramenta que


melhor representa a instrumentalização do princípio da prevenção. Contudo, a sua
aplicação nos termos da nossa legislação vigente, acaba por gerar uma
problemática significativa, de ordem Constitucional, pois cria um impasse de grandes
proporções quando passam a um conflito direto com as Garantias Fundamentais
Constitucionais, quais sejam, a proteção do meio ambiente e a garantia de que
nenhuma pessoa, física ou jurídica, é obrigada a fazer prova contra si.

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Por certo, a auditoria ambiental compulsória, devidamente regulamentada,


haverá de se transformar em um dos mais eficientes instrumentos da efetiva
aplicação prática do princípio da prevenção ambiental:

1. por ser uma ferramenta de uso prático e adequado a qualquer


empreendimento, podendo seus resultados ser vislumbrados de imediato;

2. porque passa a ser uma ferramenta de gestão ambiental de baixo custo e


com possibilidade de aplicação por qualquer companhia, numa relação direta
custo/benefício, o que se torna bem atrativo para o empreendimento,
considerado seu resultado preventivo;

3. pela importância da preservação ao meio ambiente natural, já que serão


aplicadas justamente nas indústrias, nas empresas citadas como os entes
com maior potencial poluidor ao meio ambiente.

É importante uma discussão que contemple uma mudança legislativa e que


considere a possibilidade de apresentação e divulgação dos resultados da auditoria,
por meio de seus relatórios, sem que estes sejam levados em consideração para
efeitos de incriminação das empresas que os produziram. A proposição seria de
criar uma espécie de anistia, pelo menos por um tempo, e para determinadas
empresas, dando condições de ajustar as não-conformidades ambientais detectadas
nos relatórios de auditoria, com vistas ao incentivo a uma nova cultura e
cumprimento da legislação de forma voluntária. Seria difícil empreender uma
fiscalização a todas as empresas. Contudo, ao fomentar a aplicação de auditorias
ambientais, estaríamos proporcionando um benefício imensurável ao meio ambiente,
que passaria a ser beneficiado ainda mais com esse importante instrumento,
oportunizando a prática do princípio da prevenção ambiental (DALL'AGNOL, 2008).

3.7 Diretrizes para auditoria ambiental


A NBR ISO 14010 é uma norma que estabelece os princípios gerais
aplicáveis a todos os tipos de auditoria ambiental. Está estruturada em três grandes
temas: definições, requisitos e princípios gerais.

A NBR ISO 14010 recomenda como requisitos para a realização de uma


auditoria ambiental:
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 que o objeto enfocado para ser auditado e os responsáveis por tal objeto
devem estar claramente definidos e documentados; e,

 que a auditoria só é realizada se o auditor-líder estiver convencido da


existência de informações suficientes e apropriadas, de recursos adequados
de apoio ao processo de auditoria e de cooperação ao auditado.

A NBR ISO 14011 estabelece procedimentos para condução,


especificamente, de auditorias de Sistema de Gestão Ambiental. Está estruturada
em quatro temas: definições; objetivos, funções e responsabilidades da auditoria do
sistema de gestão ambiental; etapas da auditoria de sistema de gestão ambiental; e,
encerramento da auditoria.

De acordo com a NBR ISO 14011, existem quatro etapas no processo de


auditoria do sistema de gestão ambiental, quais sejam: etapa 1 – início da auditoria;
etapa 2 – preparação da auditoria; etapa 3 – execução da auditoria; e, etapa 4 –
elaboração do relatório de auditoria. A norma descreve procedimentos para cada
uma dessas etapas.

A NBR ISO 14012 estabelece diretrizes quanto aos critérios que qualificam
um profissional a atuar como auditor e como auditor-líder ambientais, tanto externo
como interno. É salientado pela norma que os auditores internos devem possuir o
mesmo nível de competência dos auditores externos, mas podem não atender a
todos os critérios dessa norma, dependendo de fatores como: características da
organização (tamanho, natureza, complexidade e impactos ambientais) e
características necessárias para o auditor ambiental (conhecimento especializado e
experiência).

A norma apresenta definições para:


 auditor ambiental (pessoa qualificada para realizar auditorias ambientais);
 auditor-líder ambiental (pessoa qualificada para gerenciar e executar
auditorias ambientais);
 diploma (certificado reconhecido nacional ou internacionalmente, ou
qualificação equivalente, normalmente obtido após a educação secundária,

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através de um período de estudo formal, em tempo integral, com duração


mínima de três anos, ou outro período de estudo equivalente, em tempo
parcial); e,
 educação secundária (etapa do sistema educacional completada
imediatamente antes do ingresso em universidade ou instituição similar).
Após as definições, são apresentados pela NBR ISO 14012 os critérios de
qualificação de auditores, diretrizes para avaliação das qualificações de auditores
ambientais; e diretrizes para o desenvolvimento de um organismo que assegure um
enfoque coerente para a certificação de auditores ambientais.
A NBR ISO 14012 recomenda, em seu Anexo A, que o processo de
avaliação de auditores deve ser conduzido por pessoa dotada de conhecimentos
atualizados e experiência em processos de auditoria. Recomenda, ainda, que a
avaliação da educação (experiência profissional, treinamento e atributos pessoais
dos auditores) seja realizada utilizando-se os seguintes métodos: entrevistas; prova
escrita e/ou oral; análise de trabalhos escritos; referências de empregadores
anteriores e colegas; simulação de atuação; observações feitas por outros auditores
em auditorias já realizadas; análise das evidências apresentada pelo auditor;
apreciação das certificações e qualificações profissionais.
Ainda de acordo com a norma, caso seja apropriado, deve haver um
organismo que assegure que os auditores ambientais sejam certificados de forma
consistente, que deve ser independente e atender às seguintes diretrizes: certificar
diretamente; credenciar entidades que certificarão os auditores; estabelecer
processo de avaliação de auditores; e, manter cadastro atualizado de auditores
ambientais que atendam aos critérios especificados pela norma.

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UNIDADE 4 – CERTIFICAÇÃO

Os temas certificação e licenciamento ambiental vêm ocupando, atualmente,


posição de destaque no meio florestal e de outras atividades que, de alguma forma,
possam causar algum impacto ao meio ambiente. A certificação ambiental decorre
de uma exigência do mercado; o licenciamento, por outro lado, de intervenção do
Poder Público na atividade privada, com a finalidade de proteção ambiental. Em
ambos, no entanto, busca-se agir segundo uma filosofia do desenvolvimento
associado à conservação ambiental.

4.1 Conceitos e definições

A certificação ambiental revela-se como um instrumento de grande


importância para proteção do meio ambiente. Tal fato se soma às preocupações do
Poder Público, que, de alguma forma, deve valorizar iniciativas de tal natureza. É o
que ocorre, por exemplo, com o fomento de pesquisas e investimentos nas
chamadas tecnologias limpas (VIANA et al., 2003).

O papel do Poder Público origina-se da necessidade de uma


regulamentação que, atualmente, reveste-se das características de imposição de
normas e mecanismos, sobretudo de fiscalização, que interferem na atuação das
empresas e de particulares cujas atividades repercutem no meio ambiente,
principalmente gerando impactos negativos. Entre os vários instrumentos legais
instituídos com este intuito pode-se citar o licenciamento ambiental. Este é praticado
no Brasil em vários Estados, por exigência da Constituição Federal e da Lei nº
6.938/81, que o elege como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA).

Tanto a certificação como o licenciamento ambiental funcionam como meio


de proporcionar e garantir o comportamento ambientalmente correto de uma
determinada organização, embora possuam fins e princípios diversos.

É neste ponto que se situa a discussão em torno da qual os gestores da


iniciativa privada objetivam simplificar o processo de licenciamento ambiental diante

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dos sistemas de certificação, ou vice-versa, motivados pelo fato de que entre estes
existem vários pontos na interface.

A certificação ambiental surge no contexto em que a variável ambiental se


insere no campo organizacional da empresa, tanto por uma pressão de mercado
quanto pelo desenvolvimento crescente dos movimentos ambientalistas e da
pressão das instituições políticas. Assim, passa-se a exigir que as empresas tenham
um compromisso efetivo de proteção e conservação da natureza, o que servirá,
igualmente, para informar ao mercado sobre a origem do produto e as técnicas de
produção.

De fato, a certificação visa atestar o comportamento adequado, do ponto de


vista ambiental, de certos empresários e atividades, o que se faz sempre tendo em
vista determinadas normas e regras estabelecidas por entidades normatizadoras
privadas, ou por grupos ou conselhos formados por estas entidades.

Nardelli (2001) afirma, ao discorrer sobre a certificação no setor florestal,


que ao buscar uma certificação, as empresas estão lançando mão de um
instrumento institucionalizado de diferenciação, com o objetivo de informar e garantir
ao consumidor e às demais partes interessadas que determinados padrões de
desempenho de seu manejo florestal estão sendo atingidos e monitorados. Deve-se
salientar ainda que a certificação florestal, segundo Miranda (2002), além de
melhorar a imagem institucional das empresas, fornece a elas instrumentos de
desenvolvimento e mecanismos de prevenção a impactos ambientais.

Souza (2000) afirma ainda que as normas dos diversos sistemas de


certificação ambiental, tais como as normas da série ISO 14000, apresentam
oportunidades empresariais e de proteção ambiental. Para tanto, os sistemas de
certificação ambiental envolvem as chamadas “auditorias ambientais” e a concessão
de “selos ambientais”.

Tais sistemas surgiram a partir da década de 1990, para cumprir demandas


como a ética nos negócios, a responsabilidade social e, principalmente, o
desenvolvimento sustentável (NARDELLI, 2001). Este último é conceituado como o
processo de desenvolvimento que visa trazer ao âmbito econômico a visão de

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esquemas de desenvolvimento tendentes à satisfação das necessidades da geração


presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras, para satisfazer
suas próprias necessidades, e não o crescimento econômico indiscriminado
(Guzmán, 1998 apud Viana et al., 2003), ideia inicialmente apresentada no Relatório
Brundtland, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Nosso
Futuro Comum, de 1988.

Na verdade, os processos de certificação ambiental almejam conferir à


empresa uma imagem que lhe proporcione um diferencial no mercado, bem como
mecanismos para efetivar os processos de gerenciamento ambiental nas diversas
organizações, comprovando que estas possuem uma atuação que respeita o meio
ambiente. Tal conclusão decorre da análise do campo organizacional em que a
certificação está inserida, o qual é composto por comerciantes, industriais, ONGs e,
no caso das atividades florestais, pelo manejador florestal (NARDELLI, 2002).

A apresentação do tema desta forma pode levar à conclusão incorreta de


que as empresas preocupam-se somente com sua imagem perante o mercado,
atuando em prol do meio ambiente só para efeito da melhoria desta. Se para muitas
empresas, em princípio, a certificação possuía tão somente os aludidos objetivos,
atualmente, com a institucionalização das preocupações ecológicas e ambientais,
passa a existir o maior comprometimento das organizações diante das exigências
sociais contemporâneas.

Tal situação define, por sua vez, a importância do certificado ambiental


expedido por uma determinada instituição, o que está estritamente relacionado com
a sua credibilidade no mercado. Por outro lado, permite, ainda, não se atribuir à
certificação um caráter apenas mercadológico. Justificam-se, igualmente, em face
das crescentes preocupações sobre o estádio de degradação ambiental no Planeta,
as discussões em que as instituições normatizadoras estão inseridas. A importância
do tema foi destacada a partir de conferências como a ECO-92, no Rio de Janeiro,
que resultou na adoção de várias medidas tendentes à proteção do meio ambiente e
também influenciou a adoção do Protocolo de Quioto e a organização das várias
rodadas de discussões sobre o estágio atual do clima e dos rumos do
desenvolvimento mundial (ITTO, 1998 apud VIANA et al., 2003).

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Os sistemas de certificação florestais, por exemplo, são apresentados como


um processo que consiste na avaliação objetiva das operações envolvidas no
manejo das florestas, segundo normas ou padrões que obedecem a princípios e
critérios aceitos internacionalmente, porém adaptados às condições locais
(NARDELLI, 2002).

Como exemplos desses sistemas de certificação podem ser citados o FSC


(Forest Stewardship Council); as normas da série ISO 14000 da International
Organization for Standardization (ISO), conforme seu processo de gestão ambiental;
e o CERFLOR, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), através da
NBR 14.789 (CARVALHO, 2002). Estes últimos voltados para o setor florestal que
veremos mais adiante.

Para obter as certificações ambientais, o sistema se forma a partir do


estabelecimento de padrões nacionais ou internacionais, fixados por ONGs, na
maioria das vezes, e por instituições independentes, formadas por entidades de
vários países, no caso das entidades internacionais, chamadas entidades
normatizadoras. Estas diferentes entidades e as instituições privadas de cada país
são credenciadas para atestar o cumprimento das normas e dos critérios,
previamente estabelecidos.

Tais entidades certificadoras mantêm contato com aquelas empresas que


objetivam a certificação e realizam vistorias e auditorias ambientais, para atestar o
comportamento adequado ambientalmente, para implementação de um sistema de
gerenciamento, para adequação do processo produtivo ou para atestar que o
produto decorre de um processo que respeita a natureza. Só depois é que as
empresas estarão ou não aptas para obter o certificado ambiental.

Há vários sistemas de certificação ambiental, como rotulagem, selo e


auditorias ambientais. No Reino Unido, por exemplo, existe a norma BS 7750, nos
Estados Unidos, a SGA NSF 110 DA NSF Internacional (SOUZA, 2000). No Brasil
pode-se citar, além dos já apresentados, a certificação agrícola para o setor
canavieiro, do Instituto de Certificação e Manejo Florestal e Agrícola – Imaflora/
CAN, associado ao Instituto de Agricultura – CAN, cuja certificação possui grande
aceitação no mercado internacional, com o selo socioambiental ECO-OK®.

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Esses sistemas de certificação, portanto, objetivam atestar o comportamento


ambientalmente correto das empresas, conforme padrões preestabelecidos, seja na
produção de um item específico, seja no gerenciamento ambiental da organização.
Atualmente, conforme uma visão holística que se tem atribuído à questão ambiental,
analisam-se não só os aspectos inerentes à produção, mas também a pesquisa da
inter-relação empresa-comunidade, na busca do desenvolvimento sustentável, do
ponto de vista socioeconômico. É o que se tem como consequência da inauguração
de uma racionalidade ambiental, compromissada com um novo paradigma de
desenvolvimento (LEFF, 2001).

Deve-se ressaltar, portanto, que o principal motor dos processos de


certificação está ligado aos aspectos técnico-científicos – no estabelecimento dos
critérios de sustentabilidade – associados às expectativas do mercado.

Conforme salienta Nardelli (2001), a busca da certificação é um dos


caminhos pelos quais a empresa visa obter capacidade competitiva e sobreviver no
mercado. É, também, um meio de aproveitamento das oportunidades para aumentar
ou manter a eficiência. Portanto, tem, estritamente, a finalidade de atender a
objetivos privados, embora se reconheçam os benefícios sociais, diretos ou
indiretos, que proporciona.

A certificação ambiental como um mecanismo inerente às práticas


comerciais, ainda de maior importância no âmbito internacional, pode ser vista como
uma resposta do próprio mercado à incapacidade institucional do Estado em manter
mecanismos legais eficientes de proteção ambiental.

Esse fato não permite concluir que a admissão de tais normas implique o
desmantelamento da estrutura regulatória governamental, nem evidencia que a base
institucional para o tratamento da questão ambiental deva permanecer sob
responsabilidade única e exclusiva do mercado (NARDELLI, 2001). Embora as
entidades certificadoras assumam este papel, atuando com neutralidade – o que
lhes proporciona credibilidade –, cuidar das questões ambientais é dever do Poder
Público.

A certificação ambiental é caracterizada pelos seguintes pontos básicos:

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 é voluntária e independente, pois é aplicada por terceiros a quem se disponha


a integrar o sistema;

 é aplicada, conforme critérios bem definidos, a produtos, família de produtos e


processos;

 é positivo, ou seja, representa premiação, e, como tal, torna-se um


instrumento de marketing da empresa;

 é um mecanismo de informação ao consumidor (FERREIRA, 2011).

Existem vários tipos de programas de certificação ambiental, como exemplo,


podemos citar: selos de aprovação, certificado de atributo único, cartões
informativos, informações técnicas publicadas, alertas, manuais, entre outros.

Porém, os selos de aprovação são os programas de certificação ambiental


mais requeridos ultimamente, podem ser restritos a um produto, ou ampla,
englobando a matéria-prima, o processo e o produto. Os programas de selo de
aprovação outorgam o uso de um selo ou rótulo aos produtos ou serviços
comparáveis, com base em critérios previamente definidos.

O selo de aprovação é outorgado por um período definido, sujeito a


auditorias periódicas, programadas ou não. Os critérios de outorga do selo de
aprovação podem ser periodicamente revistos e modificados, tornando o sistema
mais severo e restrito (FERREIRA, 2011).

4.2 Tipos de certificação e selos ecológicos

Existem mais de 30 certificadoras “verdes” no país, mas, segundo Lisa


Gunn, coordenadora executiva do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), essa
diversidade de selos pode confundir. “O consumidor deve ficar atento para distinguir
entre uma certificação conferida por um organismo independente e os selos
autodeclaratórios, que são colocados nos produtos pelos próprios fabricantes”, diz.
Confira abaixo os principais selos ecológicos do mercado conferidos por
certificadoras terceirizadas.

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a) FSC (Forest Stewardship Council)

O que certifica: áreas e produtos florestais, como toras de


madeira, móveis, lenha, papel, nozes e sementes.

Como é: atesta que o produto vem de um processo


produtivo ecologicamente adequado, socialmente justo e economicamente viável.
Dez princípios devem ser atendidos, entre eles a obediência às leis ambientais, o
respeito aos direitos dos povos indígenas e a regularização fundiária.
(www.fsc.org.br). Outro selo dessa categoria: Ceflor.

b) ISO 14001

O que certifica: sistema de gestão ambiental de empresas e


empreendimentos de qualquer setor.

Como é: em sua operação, a empresa deve levar em conta o uso racional de


recursos naturais, a proteção de florestas e a preservação da biodiversidade, entre
outros quesitos. No Brasil, quem confere essa certificação é a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT). Ao contrário das demais certificações, não há um selo
visível em produtos. Para saber se uma empresa tem o ISO 14001, deve-se
consultar seu site ou centro de atendimento ao cliente. (www.abnt.org).

c) LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental)

O que certifica: prédios e outras edificações.

Como é: concedido a edificações que minimizam


impactos ambientais, tanto na fase de construção quanto na de uso. Materiais
renováveis, implantação de sistemas que economizem energia elétrica, água e gás e
controle da poluição durante a construção são alguns dos critérios.
(www.usgbc.org/leed).

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d) Rainforest Alliance Certified

O que certifica: produtos agrícolas, como frutas, café,


cacau e chás.

Como é: trata-se de uma certificação socioambiental.


Comprova que os produtores respeitam a biodiversidade e os trabalhadores rurais
envolvidos no processo. Com grande aceitação na Europa e nos EUA, é auditado no
Brasil pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
(www.imaflora.org).

Outros selos dessa categoria: UTZ Kapeh e Max Havelaar.

e) ECOCERT

O que certifica: alimentos orgânicos e cosméticos


naturais ou orgânicos.

Como: os alimentos processados devem conter um


mínimo de 95% de ingredientes orgânicos para serem certificados. Para ganhar um
selo de cosmético orgânico, um produto deve ter ao menos 95% de ingredientes
vegetais e 95% destes ingredientes devem ser orgânicos certificados – no caso de
cosméticos naturais, 50% dos insumos vegetais devem ser orgânicos. O selo
Ecocert é um só. Mas, por contrato com a certificadora, o fabricante é obrigado a
identificar no rótulo se o produto é orgânico ou natural. (www.ecocert.com.br).

f) IBD (Instituto Biodinâmico)

O que certifica: alimentos, cosméticos e algodão


orgânicos.

Como é: além de cumprir os requisitos básicos para a


produção orgânica (como fazer rotação de culturas e não usar agrotóxicos), garante
que a fabricação daquele produto obedece ao Código Florestal Brasileiro e às leis
trabalhistas. Os produtos industrializados devem ter ao menos 95% de ingredientes

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orgânicos certificados – a água e o sal são desconsiderados nesse cálculo tanto


para cosméticos quanto para alimentos. (www.ibd.com.br).

Outros selos dessa categoria: Ecocert, Demeter, CMO (Certificadora Mokiti


Okada) e IMO (Institute for Marketecology).

g) Procel

O que certifica: equipamentos eletrônicos e


eletrodomésticos.

Como é: o selo do Programa Nacional de Conservação de


Energia Elétrica indica os produtos que apresentam os melhores
níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Os
equipamentos passam por rigorosos testes feitos em laboratórios
credenciados no programa. (www.eletrobras.gov.br/procel) (VASCONCELOS et al.,
2008).

O conceito de certificação ambiental ultrapassa a definição de “marca de


conformidade”, concedida ao produto que, após testes em laboratório credenciado,
atinge o mínimo de qualidade exigido por uma norma vigente em questões relativas
ao seu uso.

Assim, o “selo verde” é o grau mais alto de conformidade. Além de atestar a


conformidade, atesta também que o produto não impacta ou impacta minimamente o
ambiente.

Atualmente o selo verde é atribuído tanto a produtos quanto a processos,


nos diversos e em vários níveis de adequação ambiental. Como exemplos podem
ser citados:

 nível 1 – produtos biodegradáveis;

 nível 2 – produtos biodegradáveis e recicláveis;

 nível 3 – produtos e embalagens biodegradáveis e recicláveis;

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 nível 4 – produtos e embalagens biodegradáveis e recicláveis, elaborados por


processos com pouco ou nenhum impacto ambiental;

 Nível 5: produtos e embalagens biodegradáveis e recicláveis, com


transformação de tecnologia hard em soft, com menor impacto, menor custo,
menos matéria-prima, maior produtividade, menos resíduos e rejeitos.

Assim, a crescente numeração dos níveis denota maior exigência em termos


de qualidade ambiental. Levando-se em conta essa maior abrangência, o conceito
de “certificação ambiental” passa a ser o de rotulagem ou etiquetagem baseada em
considerações ambientais, destinada ao público, certificando que o produto
originado de determinado processo apresenta menor impacto no ambiente em
relação a outros produtos comparáveis, disponíveis no mercado (FERREIRA, 2011).

4.3 Rotulagem

Os programas de rotulagem ambiental consistem de uma moderna


ferramenta de mercado utilizada para se alcançar diversos objetivos ambientais e
tecnológicos, tais como: proteção do meio ambiente, estímulo a inovação
ambientalmente saudável na indústria e desenvolvimento da consciência ambiental
dos consumidores (MMA/SPDS, 2002).

Por pretenderem influenciar as decisões dos consumidores, de modo a


encorajar a produção e o consumo de produtos que sejam menos agressivos ao
meio ambiente que outras alternativas, os programas de rotulagem ambiental têm
sido empregados como um instrumental de política, baseada no mercado, para
promover a melhoria ambiental.

Pode-se observar que as restrições ambientais representam novas


oportunidades para o desenvolvimento de produtos de melhor qualidade e mais
eficientes.

Nesse contexto, de acordo com Baena (2000), sistemas de rotulagem


ambiental são o resultado do processo pelo qual a proteção do meio ambiente

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converte-se em um valor social. A opção pela compra de produtos com rótulos


ambientais significa para os consumidores a manifestação da sua disposição de
arcar com os custos externos envolvidos no processo produtivo.

Dessa forma, o sucesso e a continuidade dos programas de rotulagem


ambiental dependem diretamente da preferência que os consumidores atribuírem
aos produtos ambientalmente diferenciados no momento da compra. Ao fazê-lo,
influenciarão outras empresas a adotarem padrões ambientais superiores no intuito
de não perderem competitividade e espaço de mercado. Além disso, a demanda do
consumidor, aliada à competição entre produtores e a posição de liderança da
organização responsável pela condução de programas de rotulagem ambiental são
forças que interferem na formulação dos programas de rotulagem ambiental, sendo
determinantes para o estabelecimento de suas características (BAENA, 2000).

Segundo Regazzi (2000), quando se pensa em utilizar a rotulagem


ambiental, alguns princípios devem ser observados de forma a garantir a sua
eficácia. A rotulagem deve ser voluntária, baseada em critérios científicos
estabelecidos por consenso, e tendo como foro de deliberação, entidade
reconhecida como representativa de todos os segmentos organizados da sociedade.

De acordo com Appleton (2002 apud GUERON, 2003), tradicionalmente, os


programas de rotulagem ambiental vinham sendo utilizados para alertar os
consumidores para considerações ligadas à saúde e segurança. Cada vez mais os
rótulos estão também sendo utilizados para fornecer informações que reflitam
preocupações sociais e políticas, como, por exemplo, com relação a atributos
ambientais ou de mão de obra, associados a determinados produtos.

Por se tratar de um meio idôneo e confiável para dar visibilidade no mercado


aos produtos ou serviços preferíveis do ponto de vista ambiental, os rótulos
ambientais são um dos instrumentos mais eficazes para desenvolver a consciência
ambiental e orientar a preferência dos consumidores para produtos ambientalmente
corretos. A rotulagem ambiental está sendo cada vez mais aceita como um dos
importantes instrumentos para orientar países da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns países em desenvolvimento.

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Os programas de rotulagem ambiental podem ser analisados sob dois


aspectos: seus efeitos sobre o meio ambiente e seus efeitos sobre a competitividade
internacional. Os dados são escassos para avaliar os efeitos ambientais desses
programas, são raras as estimativas disponíveis sobre a eficácia ambiental dos
programas de rotulagem ambiental, as quais procuram medir a redução da poluição
potencial e é difícil isolar e medir os benefícios ambientais dos rótulos,
comparativamente aos efeitos provocados pelas demais medidas ambientais.

A eficácia, portanto, pode ser avaliada, indiretamente, pela mudança no


comportamento do consumidor, demandando produtos ambientalmente corretos e
provocando respostas positivas dos produtores. O que deve ser ressaltado é que as
mudanças no comportamento de consumidores e produtores são, em geral, muito
heterogêneas, dependendo do produto e do país em questão (BRAGA; MIRANDA,
2002).

Embora algumas indústrias sejam mais afetadas que outras pelas forças
ambientalistas, de maneira geral, a tendência é um movimento de substituição de
determinados produtos por outros ambientalmente seguros e diferenciados através
de um rótulo ambiental. A sua obtenção representa para as empresas um meio de
elevar a credibilidade junto aos consumidores, possibilitando a incorporação dos
aspectos relativos ao meio ambiente no dia-a-dia dos cidadãos, evidenciando,
assim, a capacidade de interferência nas suas escolhas (MMA/SPDS, 2002).

A tendência atual dos programas de rotulagem ambiental é buscar a


harmonização entre os diversos programas existentes. Trata-se da necessidade de
evitar a falta de clareza sobre tais assuntos entre os consumidores e reduzir custos
dos fabricantes cujos produtos estão sujeitos a diferentes mercados onde os rótulos
estão sendo adotados.

Podem ser destacadas algumas organizações, nas quais são identificadas


iniciativas de promover harmonização entre os programas existentes, tais como a
Global Ecolabelling Network (GEN) e a International Organization for Standardization
(ISO).

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4.3.1 Classificação da rotulagem

Segundo Baena (2000), os programas de rotulagem ambiental diferenciam-


se conforme características relacionadas a aspectos de mercado, utilizados tanto na
avaliação dos atributos ambientais dos produtos como no processo de concessão
dos rótulos.

Segundo a Agência Norte-Americana de Proteção Ambiental (EPA, em


inglês) (1998), que tem como missão a proteção da saúde humana e do meio
ambiente – solo, água e ar –, e trabalha em conjunto com outras entidades, os
programas de rotulagem ambiental podem ser classificados segundo algumas
características.

A característica considerada a mais importante se refere à forma como é


feita a verificação, ou seja, o processo de avaliação que atesta se o produto atende
a certos critérios. Isto pode ser realizado quando o próprio fabricante declara que o
produto atende a determinados critérios ou possui determinadas qualidades
ambientais, ou por uma terceira parte, quando entidades independentes, baseadas
em critérios ambientais ou normas, concedem a utilização de rótulos aos produtos.

Conforme análise da EPA (1998), os programas podem também ser


caracterizados como positivos, negativos ou neutros. Os programas positivos estão
relacionados a produtos que possuem um ou mais atributos ambientais. Os
negativos alertam os consumidores sobre produtos que contenham substâncias
nocivas ou perigosas (exemplo: rótulo de pesticidas). Os neutros simplesmente
resumem informações ambientais sobre os produtos, que podem ser interpretadas
pelos consumidores, influenciando-os em suas decisões de compra.

A Agência divide, ainda, os programas de rotulagem ambiental de terceira


parte como sendo compulsórios ou voluntários. Os compulsórios, ou seja, exigidos
por legislação específica, incluem rótulos de advertência, que indiquem algum risco
ao consumidor ou rótulos de informações ambientais, como nos exemplos dos
rótulos norte-americanos para eletrodomésticos e veículos automotores (BAENA,
2000).

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Os rótulos voluntários são tipicamente positivos ou neutros e podem ser


classificados como report cards, selos de aprovação, ou certificados de atributo
único. Os programas de rotulagem ambiental voluntários são administrados por
órgãos governamentais ou entidades sem interesses comerciais, com a participação
e apoio do governo.

Os programas de rotulagem ambiental, voluntários ou compulsórios, são


classificados por Appleton (2002 apud GUERON, 2003), no livro Trade, Environment
and the Millennium, em três grupos:

1) rótulos de tema único – alertam os consumidores sobre uma causa


particular, por exemplo, se o produto é reciclável, biodegradável ou “salva golfinhos”.
Podem informar também sobre características relacionadas à performance, como
emissões, consumo de combustível automotivo e consumo de eletricidade;

2) rótulos negativos – alertam os consumidores sobre características


perigosas ou nocivas dos produtos, por exemplo, seus efeitos negativos sobre a
saúde dos consumidores;

3) eco-labels – são concedidos por uma organização privada ou


governamental para produtos baseados em análises de ciclo de vida (LCA, em
inglês), que representa um conceito de considerável importância, pois todo estágio
da vida de um produto pode ter consequências ambientais. A participação é
voluntária e está crescendo nos países em desenvolvimento.

A verdade é que esquemas domésticos tem o potencial de influenciar


práticas estrangeiras de produção, o que poderia ser considerado controverso.

De maneira esquemática, existem desde rótulos que se referem a


características específicas como “reciclável”, “baixo consumo de energia”, “produto
sem CFC”, ou “contém X% de material reciclado”, até rótulos que apresentam
informações quantitativas sobre os aspectos ambientais do produto (tais como
emissões, consumo de materiais e de recursos renováveis), ou mesmo aqueles que
pretendem indicar produtos com menores defeitos ambientais dentro de uma certa
categoria (GUÉRON, 2003).

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4.4 Produtos verdes – orgânicos

Os chamados “produtos verdes” são aqueles desenvolvidos de forma a


minimizar os impactos ambientais de sua fabricação. Isso indica que a fábrica que
produz um “produto verde” toma uma série de cuidados, como, por exemplo, se
preocupar com a origem do produto, com a emissão de gases poluentes durante sua
fabricação e, em muitos casos, até mesmo com a embalagem na qual ele é vendido.

Para essas empresas, o envolvimento com o mercado verde também é uma


estratégia de propaganda. Isso porque a crescente conscientização ecológica da
população faz com que os consumidores busquem e optem cada vez mais por
produtos ou empresas que demonstrem preocupações ecológicas (BRITES, 2007).

Um produto verde (ou ecológico) é, portanto, aquele que cumpre as mesmas


funções dos produtos equivalentes e causa um dano ao meio ambiente inferior,
durante todo o seu ciclo de vida. E, quanto ao produto em si, deve ser analisada sua
composição, se é reciclável, se agride ou não o meio ambiente, e quanto à
embalagem, se o material também pode ser reciclado (JOHR, 1994).

Deve-se destacar que o conceito de produto ecológico envolve todo o


processo de sua fabricação, e não somente o produto em si. Deste modo, os
atributos ecológicos do produto constituem a soma dos atributos específicos do
produto (duração, facilidade de reciclagem, etc.) com os atributos específicos do
processo de fabricação (consumo de energia, da água ou geração de resíduos, etc.).
(DIAS, 2009, p. 144).

As decisões a serem tomadas acerca do produto devem ser direcionadas a


projetar um bem ou serviço de forma tal que haja redução do consumo dos recursos
empregados e da geração de resíduos ao longo de todo o seu ciclo de vida, isto sem
comprometer aquelas características que satisfazem às necessidades atuais dos
clientes.

A gestão de produtos deve se preocupar não só com as características


gerais do produto que satisfazem ao consumidor, mas também com a incorporação
de variáveis ambientais que poderão alterar o produto em sua forma original.

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De modo geral, a ação poderá se dar nas seguintes direções:

 introdução de novos produtos que poderão ser direcionados a novos


mercados;

 melhoria dos produtos existentes – modificação dos produtos, tornando-os


menos prejudiciais ao meio ambiente; nesse caso, terá como vantagem o
oferecimento ao mercado de uma alternativa ecológica em relação aos
produtos semelhantes existentes;

 eliminação dos produtos existentes – pode ocorrer que uma análise detalhada
chegue à conclusão de que o produto não mais será rentável a curto prazo,
em função das exigências ecológicas por parte dos consumidores ou dos
órgãos governamentais, e decida-se pela sua eliminação do mercado.

Um produto, do ponto de vista ambiental, pode ser avaliado através de


várias ferramentas de análise, entre as quais:

 as normas ISO 14001, que constituem ações coordenadas dentro das


empresas e auditadas externamente, envolvendo uma análise da atuação do
conjunto da organização, e não só do produto;

 a análise do ciclo de vida do produto, que está centrada no impacto ambiental


do produto ao longo das diferentes etapas do seu ciclo de vida – produção,
venda, utilização e consumo, e eliminação.

Voltamos a frisar o aspecto a ser considerado do ponto de vista do


marketing, muito importante, que são as certificações e as rotulagens ambientais
(selos verdes), que constituem elementos tangíveis que acompanham o produto e
que constituem fonte de informação objetiva aos consumidores, pois são conferidos
por organizações independentes (externas à organização), assegurando a qualidade
ambiental do produto e dos processos produtivos a ele associados.

Embora existam vários tipos de selos ambientais adaptados a cada setor


produtivo, há alguns princípios que são comuns a todos. Assim, os selos verdes:

 devem ser verificáveis a qualquer momento, para se evitar a fraude;

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 devem ser concedidos por organizações independentes e de idoneidade


reconhecida;

 não devem criar barreiras comerciais;

 devem recorrer à ciência como método de verificação das condições


ecológicas;

 devem levar em consideração o ciclo de vida completo do produto ou serviço;

 devem estimular a melhoria do produto ou serviço.

A certificação de produtos orgânicos garante ao consumidor que o produto


que ele está levando para casa foi produzido sem a adição de produtos químicos,
como agrotóxicos e conservantes. Além disso, a certificação também garante que o
produto foi produzido segundo uma agricultura sustentável, ou seja, que respeita o
ambiente e os processos ecológicos envolvidos em sua produção.

Dois exemplos de organizações que realizam a certificação de produtos


orgânicos no Brasil são o Instituto Biodinâmico (IDB) e o Ecocert. O IDB certifica não
só produtos agrícolas, mas também processos de industrialização de alimentos,
pecuária, piscicultura, silvicultura, entre outras atividades.

O Ecocert, já citado anteriormente, além de certificar produtos agrícolas,


também atua na área da certificação de cosméticos orgânicos. Cosméticos
orgânicos utilizam ingredientes de origem natural e são obtidos através da
agricultura orgânica.

4.5 Certificação florestal

A certificação florestal assegura que a extração de produtos florestais, como


madeira, frutos e sementes, seja feita de forma correta, dentro das leis e de forma a
não esgotar os recursos naturais da floresta. Além disso, também garante que a
exploração dê lucro para as comunidades tradicionais que vivem na floresta e que a
comercialização dos produtos ocorra de forma justa, seguindo os direitos sociais e
trabalhistas.

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A principal organização que realiza a certificação florestal no Brasil é o


Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC-Brasil). O FSC realiza dois tipos de
certificação: da floresta e do produto.

A certificação da floresta garante que o produtor está utilizando a floresta de


maneira sustentável e responsável. A certificação de produto, também chamada de
“certificação de cadeia de custódia”, garante que o produto teve origem em uma
floresta certificada. Este tipo de certificação é necessário, pois, muitas vezes, o
produto passa por vários compradores ou é transformado em outro até chegar ao
consumidor final. Assim, pode-se garantir, por exemplo, que um móvel foi fabricado
com madeira proveniente de florestas certificadas.

Vale guardar...

No atual processo de globalização dos mercados, as exigências ou critérios


ambientais têm se convertido em fatores fundamentais na competitividade
empresarial, devido ao crescimento tanto da consciência ambiental dos
consumidores, como pela aplicação de medidas cada vez mais rigorosas que os
governos são obrigados a adotar devido aos acordos internacionais que buscam
diminuir o impacto da atividade humana que afeta negativamente a qualidade de
vida no planeta.

Por outro lado, a inserção da variável ambiental tem contribuído para a


geração de novos negócios, em que bens e serviços com a componente ecológica
apresentam taxas de crescimento mais altas do que dos produtos convencionais.

As certificações e as rotulagens ambientais estão se constituindo cada vez


mais em garantia de que os atributos ambientais declarados sejam reais; o que é
bom para o consumidor, que assim tem a certeza de estar adquirindo um produto ou
serviço saudável para si e/ou para o ambiente natural; também é bom para o
empresário, que obtém um elemento que diferencia o seu produto em relação a
outros com a mesma finalidade; e para a sociedade mais geral – ONGs,
administrações públicas, organismos internacionais, etc. –, que assim tem condições

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de identificar as organizações que contribuem ou não para atingir objetivos


ambientais predeterminados (DIAS, 2009).

A certificação ambiental é um instrumento de mercado, portanto, ligado à


economia ambiental e cujo foco está centrado em vínculos positivos com o mercado.
Dentro desta lógica, a certificação permite a diferenciação de produtos que
contenham “tecnologias limpas” dos demais, agregando valor aos mesmos ou
permitindo maior acesso a determinados mercados.

A certificação cumpre estes dois papéis e, sendo um procedimento de


adesão voluntária, é claramente diferenciada dos mecanismos de comando e
controle (mais típicos da corrente institucionalista e da economia ecológica) e das
avaliações de consumo energético (propostos pela economia ecológica). A
certificação ambiental (também chamada de rotulagem ecológica, ecolabelling, selos
verdes, etc.) passa a ser considerada um eficiente instrumento de mercado, que,
embora contestada por diversas organizações, encontra-se em ascensão (DIAS,
2009).

A certificação ambiental não questiona a existência da sociedade industrial


de mercado, apenas diferencia o tipo de processo utilizado na produção do bem
perante o consumidor. Por isso, é também considerada como instrumento de
fortalecimento da cidadania, pois permite ao cidadão indicar, através de suas
aquisições, a preferência pelo sistema de produção mais sustentável (BULHÕES,
2001, p. 48).

Há inúmeras certificações e rotulagens ambientais no mercado internacional


que se destinam, na sua maioria, a áreas específicas, como produtos orgânicos,
madeiras, de proteção aos golfinhos, ou são de cunho geral, como o Sistema de
Gestão Ambiental da ISO 14001. A norma técnica 14020 define os critérios a serem
adotados nos selos ambientais.

A certificação como estratégia de marketing é adotada pelas empresas com


uma oportunidade de mercado para diferenciar-se dos concorrentes mais
convencionais e posicionar-se como marca ambientalmente correta e socialmente

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responsável. Além disso, a certificação também contribui para a inserção da marca


em novos nichos de mercado e para atender às demandas (DIAS 2009).

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UNIDADE 5 – OS CRÉDITOS DE CARBONO

Mudanças climáticas que afetam a vida no Planeta Terra, sendo que grande
parte das alterações sofridas acontecem por interferência do ser humano, ou seja,
por atividades predatórias deste sobre o meio ambiente, deram o tom da ECO-92,
alertou a ONU e, em 1997, culminou com o conhecido protocolo de Kyoto –
compromisso formal de redução de gases prejudiciais à camada de ozônio – GEE.

Com o protocolo, as nações ficaram comprometidas em implementar e


aprimorar as políticas para o aumento da eficiência energética, a promoção de
formas de agricultura sustentáveis, bem como desenvolvimento e aumento do uso
de novas formas de energia renováveis. Também assumiram o encargo de tentar a
extinção de incentivos fiscais/ tributários para empresas que emitem gases do efeito
estufa em seu processo produtivo.

O Protocolo garante que os países, em cooperação, podem distribuir suas


eficiências ambientais para os demais com a finalidade de buscar o objetivo global
de redução de emissões.

Retomando a ideia de transferência das reduções de emissões, o artigo 6º


do Protocolo indica que a transferência pode ser feita mediante aprovação das
partes envolvidas, e que esta deve ser uma ação complementar às ações
domésticas utilizadas pela parte adquirente; os países em desenvolvimento podem
se beneficiar de recursos financeiros oriundos dos países desenvolvidos, os quais
devem ser utilizados para a criação de tecnologias para a redução de emissão dos
gases de efeito estufa, mais conhecidos como Mecanismos de Desenvolvimento
Limpo (MDL) (BARBIERI; RIBEIRO, 2007).

O Protocolo estabeleceu três mecanismos inovadores, conhecidos como


“Mecanismos de Flexibilização”, a saber:

1. Comércio de Emissões – CE (Emissions Trading – ET);

2. Implementação Conjunta – IC (Joint Implementation – JI); e,

3. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL (Clean Development


Mechanism – CDM).

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O Comércio de Emissões é um sistema global de compra e venda de


emissões de carbono.

Esse mecanismo, estabelecido pelo artigo 17º do Protocolo, baseia-se no


esquema de mercado Cap-and-Trade, já usado nos Estados Unidos para a redução
do dióxido de enxofre (SO2), responsável pela chuva ácida. Por esse modelo, são
distribuídas cotas (ou permissões) de emissão que podem ser comercializadas, ou
seja, aqueles países que conseguem emitir menos do que suas cotas de emissão
podem vender as cotas não utilizadas àqueles que não conseguem limitar suas
emissões ao número de suas cotas.

No caso do mercado de cotas de carbono do Protocolo de Kyoto, as


permissões são denominadas de Unidades Equivalentes Atribuídas, em inglês
Assigned Amount Units - AAUs e podem ser transacionadas sob regras específicas.
É destinado exclusivamente aos países do Anexo I, que podem comercializar
apenas parte das suas emissões relativas ao período 2008 a 2012.

Pelo Mecanismo de Implementação Conjunta, inicialmente proposto pelos


Estados Unidos, qualquer país do Anexo I da Convenção pode adquirir, de outro
país desse Anexo, Unidades de Redução de Emissões (ERUs), em inglês Emission
Reduction Units - ERUs, resultantes de projetos destinados a diminuir as emissões
ou RMUs, em inglês Removel Units, Unidades de Remoção para remoções, por
sumidouros, dos gases de efeito estufa, e computar as ERUs e RMUs em suas cotas
de redução de emissões.

Araújo (2007, p. 23 apud FARIA; COELHO, 2007) ressalta que o objetivo


desse mecanismo é facilitar e tornar mais barato para cada país chegar à sua meta
de redução de emissões de gases de efeito estufa, bem como gerar commodities a
serem utilizadas no mercado internacional de emissões de carbono. Também é de
exclusiva aplicação entre os países do Anexo I.

O MDL é um dos instrumentos de flexibilização estabelecidos pelo Protocolo


de Kyoto com o objetivo de facilitar a obtenção das metas de redução de emissão de
gases de efeito estufa definidas para os países que o ratificaram. Em síntese, a
proposta do MDL, descrita no Protocolo, consiste em que cada tonelada de CO2

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equivalente que deixar de ser emitida ou for retirada da atmosfera por um país em
desenvolvimento poderá ser negociada no mercado mundial, criando novo atrativo
para a redução das emissões globais.

O Protocolo determina que os países do Anexo I (países desenvolvidos com


metas estabelecidas para redução de emissões) devem fixar suas metas para
redução de gases de efeito estufa junto aos principais emissores dentro de seus
territórios, de acordo com a meta que lhes foi atribuída pelo Protocolo e,
posteriormente, distribuída pelo governo local por meio de seu plano nacional de
alocação de emissões.

Com a introdução do MDL, as empresas que não conseguirem (ou não


desejarem) diminuir suas emissões poderão comprar Reduções Certificadas de
Emissões (RCE) em países em desenvolvimento (que tenham gerado projetos
redutores de emissão de GEE) e usar esses certificados para cumprir suas
obrigações, ainda que o uso desse mecanismo esteja limitado a uma parcela de
seus compromissos de redução. Os países em desenvolvimento, por sua vez,
devem utilizar o MDL para promover seu desenvolvimento sustentável, além de se
beneficiarem com o ingresso de divisas por conta das vendas de RCEs para os
países desenvolvidos.

Os projetos que se habilitam à condição de projeto de MDL devem cumprir


uma série de procedimentos até receberem a chancela da ONU, por intermédio do
Conselho Executivo do MDL, instância máxima de avaliação de projetos de MDL
(FARIA; COELHO, 2007).

O Conselho Executivo (CE) do MDL, baseando-se no Protocolo de Kyoto,


numerou os seguintes setores nos quais projetos de MDL podem ser desenvolvidos:

 setor 1 – Geração de energia (renovável e não renovável);

 setor 2 – Distribuição de energia;

 setor 3 – Demanda de energia (projetos de eficiência e conservação


de energia);

 setor 4 – Indústrias de produção;

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 setor 5 – Indústrias químicas;

 setor 6 – Construção;

 setor 7 – Transporte;

 setor 8 – Mineração e produção de minerais;

 setor 9 – Produção de metais;

 setor 10 – Emissão de gases fugitivos de combustíveis;

 setor 11 – Emissões de gases fugitivos na produção de consumo de


halocarbonos e hexafluorido de enxofre;

 setor 12 – Uso de solventes;

 setor 13 – Gestão e Tratamento de resíduos;

 setor 14 – Reflorestamento e florestamento;

 setor 15 – Agricultura;

 setor 16 – Suinocultura;

 setor 17 – Agropecuária.

Ávila (2009) também confirma que os Certificados de Emissões Reduzidas


(CER’s) emitidos pelo Conselho Executivo de MDL podem ser negociados no
mercado global. Como os países industrializados (Partes do Anexo I) possuem cotas
de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, estes podem adquirir
as Reduções Certificadas de Emissões (RCE’s) de desenvolvedores de projetos em
países em desenvolvimento para auxiliar no cumprimento de suas metas.

Vale guardar...

O termo créditos de carbono surgiu com a criação do MDL.

Os créditos de carbono são certificações dadas a empresas e indústrias que


conseguem reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. É um tipo de
moeda trocada por diversos setores da economia através da adoção de medidas

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alternativas como reflorestamento, troca de energias fósseis por energias


renováveis, controle de poluição, projetos de produção sustentável, entre outros.

Cada tonelada de CO2 que é absorvida (sequestro de carbono) ou a


quantidade de gases poluentes que deixam de ser produzidos pela empresa
classificada como poluidora é convertida em uma unidade de crédito de carbono,
que é negociada em dólar no mercado mundial.

Empresas que conseguem diminuir a emissão de gases poluentes obtêm


estes créditos, podendo vendê-los nos mercados financeiros nacionais e
internacionais. Estes créditos de carbono são considerados commodities
(mercadorias negociadas com preços estabelecidos pelo mercado internacional).
Esses créditos geralmente são comprados por empresas que não conseguem
reduzir a emissão dos gases poluentes, permitindo-lhes manter ou aumentar a
emissão.

As empresas que conseguem reduzir a emissão dos gases poluentes lucram


com a venda destes créditos de carbono. Este sistema visa privilegiar as indústrias
que reduzem a emissão destes gases, pois seus lucros com a venda dos créditos
aumentam. Já os países mais desenvolvidos podem incentivar os países em
desenvolvimento a reduzirem a emissão de gases poluentes, comprando os créditos
no mercado de carbono (LOMBARDI, 2008).

5.1 Os projetos de crédito de carbono no Brasil

De acordo com CENOFISCO (2007), os projetos de MDL serão avaliados


pela autoridade Nacional designada, que no Brasil, é a Comissão Interministerial de
Mudança Global (CIMGC), presidida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Antes
da aprovação o projeto passa por uma série de etapas até ser aprovado, como
segue:

a) utilizar uma metodologia aprovada pelo Painel de Metodologia do MDL


(ONU);

b) a elaboração deve seguir o método pré-aprovado;

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c) sempre demonstrar com toda segurança a validade do projeto por uma


Certificadora Credenciada;

d) aprovação pela CIMGC;

e) aprovação do projeto segundo os princípios de Registros do MDL (ONU);

f) demonstração da empresa credenciada para certificar o Monitoramento do


Projeto;

g) emissão de relatório anual ao Setor de Certificação se houver diminuição


da produção dos gases do Projeto;

h) a certificação da ONU, após a aprovação do projeto, vem demonstrar o


direito de créditos gerado que será o documento que garante o volume da venda.

Após a aprovação da ONU e a certificação do volume de crédito de carbono,


o projeto poderá ser negociado, os países desenvolvidos serão grandes
compradores uma vez que necessitam dos créditos para mitigarem o excesso de
carbono que por ventura produzem, atendendo a previsão do tratado de Kyoto
(CENOFISCO, 2007).

Ainda de acordo com CENOFISCO (2007), para que um projeto resulte em


reduções certificadas de emissões – RCEs, as atividades de projeto do MDL devem,
necessariamente, passar pelas etapas do ciclo do projeto, que são sete:

1. elaboração de documento de concepção de projeto (DCP), usando


metodologia de linha de base e plano de monitoramento aprovados;

2. validação (verifica se o projeto está em conformidade com a


regulamentação do Protocolo de Kyoto);

3. aprovação pela Autoridade Nacional Designada – AND, que no caso do


Brasil é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima – CIMGC (verifica
a contribuição do projeto para o desenvolvimento sustentável);

4. submissão ao Conselho Executivo para registro;

5. monitoramento;

6. verificação/certificação;

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7. emissão de unidades segundo o acordo de projeto (ÁVILA, 2009).

De acordo com a BM&F:

O participante do projeto deve contratar uma empresa especializada


independente (Entidade Operacional Designada ou EOD), devidamente
reconhecida pelo Conselho Executivo, para revisar (validar) o documento e
analisar outras informações relevantes, como comentários das partes
interessadas e possíveis impactos socioambientais decorrentes da
implantação do projeto. A validação é o processo de avaliação
independente de um projeto de MDL, por parte de uma EOD, no tocante aos
requisitos próprios desse mecanismo, conforme estabelecido na Decisão
17/CP.711 e nas decisões pertinentes da COP, com base no Documento de
Concepção do Projeto (BM&F, 2008, p.02).

Após a aprovação, o projeto segue para registro, que é a aceitação formal,


pelo Conselho Executivo, de um projeto validado como projeto de MDL. O registro é
pré-requisito para verificação, certificação e emissão das RCEs relativas a essa
atividade de projeto.

5.2 Ecoeficiência

De acordo com o WBCSD – Conselho Empresarial Mundial para o


Desenvolvimento Sustentável (2007) –, a ecoeficiência é obtida pela entrega de
bens e serviços com preços competitivos que satisfazem as necessidades humanas
e trazem qualidade de vida, progressivamente reduzindo impactos ambientais dos
bens e serviços através de todo o ciclo de vida para um nível, no mínimo, em linha
com a capacidade estimada da Terra em suportar.

Esse conceito descreve uma visão para a produção de bens e serviços que
possuam valor econômico enquanto reduzem os impactos ecológicos da produção.
Em outras palavras, ecoeficiência é o uso mais eficiente de materiais e energia, a
fim de reduzir os custos econômicos e os impactos ambientais. Também se pode
dizer que ecoeficiência é saber combinar desempenho econômico e ambiental,
reduzindo impactos ambientais; usando mais racionalmente matérias-primas e
energia; reduzindo os riscos de acidentes e melhorando a relação da organização
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com as partes interessadas (stakeholders). Ou seja, ecoeficiência significa produzir


mais com menos (CÂMARA, 2009).

Conforme o WBCSD (2007), os sete elementos básicos nas práticas das


companhias que operam de forma ecoeficiente são:

1) redução da intensidade de material utilizado nos bens e serviços;

2) redução da intensidade de energia utilizada nos bens e serviços;

3) redução da dispersão de qualquer tipo de material tóxico;

4) apoio à reciclagem;

5) maximização do uso sustentável dos recursos naturais;

6) extensão da durabilidade dos produtos;

7) aumento do nível de bens e serviços.

A diminuição dos impactos ambientais, através da redução da entrada de


materiais (recursos naturais, água, ar e energia) por unidade de produção,
transforma-se em um aumento da produtividade. O uso mais produtivo dos recursos
faz as companhias mais competitivas, criando na prática uma ligação entre a
liderança ambiental e viabilidade econômica.

A ecoeficiência trata de um posicionamento estratégico que significa que as


companhias podem melhorar sua performance ambiental e economizar dinheiro
através da redução do uso de vários insumos no seu processo produtivo.

Algumas organizações já estão adotando princípios e práticas da


ecoeficiência, integrando a excelência ambiental em sua filosofia corporativa;
definindo metas para melhorar a performance, ao mesmo tempo em que introduzem
sistemas para auditá-las e medi-las; assumindo responsabilidade pelos seus
produtos no seu ciclo de vida completo; sendo inovadoras no desenvolvimento de
novos processos e produtos e colocando ênfase em prevenir a poluição, ao invés de
pagar para limpar.

Quatro são os fatores de sucesso para as companhias que buscam a


ecoeficiência:

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1) ênfase no serviço ao consumidor – focando que tipo de serviços oferecer, não


somente quais produtos oferecer. Assim, as companhias criam novas
oportunidades de entregar aplicações que agregam mais valor (Dow
Chemical, Interface);

2) ênfase na qualidade de vida – o sucesso das companhias no futuro estará


cada vez mais focado nos produtos e serviços que atendam a necessidades
reais, e não naqueles parâmetros criados pelos excessos praticados pela
sociedade anteriormente;

3) uma visão do ciclo de vida – as companhias agregam valor ao seu negócio


monitorando e avaliando o seu impacto a cada estágio do ciclo de vida. Uma
visão desse tipo pode levar a desenhar ou redesenhar produtos e processos
para minimizar o impacto ambiental enquanto se maximiza a eficiência;

4) ecocapacidade – em última instância, a ecoeficiência ajuda as companhias a


fazer negócios de forma a adicionar cada vez mais valor, levando em
consideração o que o planeta pode suportar, ou seja, a capacidade da Terra
em receber resíduos e detritos.

Assim, tem-se que a ecoeficiência na estratégia e a produção mais limpa na


prática são mecanismos satisfatórios com relação às questões ambientais, utilizados
pelas empresas quando se posicionam de forma proativa, e estão diretamente
ligados ao grau de conscientização e comprometimento ambiental das empresas,
essa relação esta bem visível na figura abaixo.

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Fonte: Xavier (2005 apud CÂMARA, 2009).

A ecoeficiência tem um sentido de melhoria econômica das empresas, pois


eliminando resíduos e usando recursos de forma mais coerente, empresas
ecoeficientes podem obter a redução dos custos e tornarem-se mais competitivas,
obtendo vantagens em novos mercados, principalmente em mercados nos quais as
exigências para produtos sustentáveis são rigorosas, como os da comunidade
europeia.

Fica a dica: o investimento em ecoeficiência é um investimento produtivo


para o empresário e para a empresa. De um modo geral, são muitos os ganhos
proporcionados aos empresários que optam pela implementação desses novos
conceitos.

Quando investem em ecoeficiência estão investindo, por exemplo, em


redução de matéria-prima. As vantagens vão além: a empresa terá menos volume
de rejeitos para tratar; ganhará institucionalmente, com a melhoria de sua imagem
junto aos órgãos oficiais, e eticamente, com a melhora da sua imagem junto ao
consumidor; e ganhará da concorrência porque ampliará sua margem de
competitividade (CÂMARA, 2009).

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REFERÊNCIAS

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