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Jakobson aponta as propriedades gramaticais da língua, e ela mesma, como a base de toda a

literatura e ficção. Aponta a poesia como maior manifestação desses conceitos, que levam em conta,
ainda, um engenhoso componente sonoro. Tais aspectos, aliado a uma construção gramatical de
mesmo porte e a um hábil jogo de sentidos, seria a estrutura-base da poesia. Os aspectos
gramaticais e sonoros, estariam ainda, diretamente relacionados com os multi-sentidos encontrados
no texto, e fariam relações-chave para a interpretação profunda do texto. Chama atenção, ainda,
para como tais engenhos, se manifestam com naturalidade a partir do autor, que pode nem possuir
o aparato terminológico linguístico-gramatical que se encontra no texto, como isto o fosse
internalizado.

Ulysses

Fernando Pessoa

O mytho é o nada que é tudo.

O mesmo sol que abre os céus

É um mytho brilhante e mudo -

O corpo morto de Deus,

Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,

Foi por não ser existindo.

Sem existir nos bastou.

Por não ter vindo foi vindo

E nos creou.

Assim a lenda se escorre

A entrar na realidade,

E a fecundal-a decorre.

Em baixo, a vida, metade


De nada, morre.

. I II III

1. V V V

2. V C V

3. V V V

4. V C C

5. C V C

Jakobson afirma, ainda, que a analíse estruturalista da poesia, podia ainda, revelar aspectos comuns
da língua coloquial do futuro. Como se o poeta fosse uma espécie de vidente-linguísitico, tendo a
capacidade de prever o uso da língua, estando sempre à frente do seu tempo.

A análise de Jakobson, por mais que seja capaz de penetrar agudamente e extrair uma grande
quantidade de informação de diversos textos, encontra sua fraqueza em textos que fogem da
elaboração linguística como centro. Tal análise não encontra lugar a exemplo, em textos de Álvaro
de Campos, que com versos livres, dispõe a maior parte de seu esforço em assimilações profundas
de sentidos e definições do indefinível homem-moderno. Perantes as poesias de Álvaro, a aplicação
do método estruturalista proposto por Jakobson seria injusta e ineficaz. Não traria profundidade na
análise, e não seria capaz de abordar as interpretações encontradas no texto. Estando a análise
Jakobiana extremamente integrada ao princípio da crítica que aponta o texto como base da escolha
do método crítico. O texto escolhe o método, e não ao contrário.

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