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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER | PGE PERNAMBUCO


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DIREITO ADMINISTRATIVO
Por Mateus Lima
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

- Conceitos básicos em direito administrativo:


a) Administração Pública em sentido Formal/Subjetivo/Orgânico: refere-se a quem é a Administração
Pública, ou seja, o conjunto de órgãos, entidades e agentes.
b) Administração Pública em sentido Material/Objetivo/Funcional: refere-se a o que é a
Administração (ato de administrar), ou seja, as atividades que são desempenhadas no intuito de
gerir a coisa pública ou os interesses públicos.
c) Administração Extroversa: Relacionamento entre a Administração Pública (sentido subjetivo) e os
administrados.
d) Administração Pública Introversa: Relacionamento da Administração Pública (sentido subjetivo)
para com ela mesma (ex: um consórcio entre dois Municípios).

-Fontes: atenção para os costumes, que, a despeito do princípio da legalidade administrativa, também se
constitui em fonte do direito administrativo (exceto o contra legem).

ASPECTOS PRINCIPIOLÓGICOS

Anote aí os princípios mais relevantes da Administração Pública:


 (I) Legalidade: a atuação da Administração Pública deve ser norteada por lei.
#ATENÇÃO: Hoje em dia, a doutrina mais moderna entende que o princípio da legalidade foi substituído
pelo PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, segundo o qual a Administração se vincula a todo o ordenamento
jurídico.
 (II) Impessoalidade: pode ser analisado sob duas perspectivas:
- (a) Isonomia: a Administração deve tratar todos os administrados da mesma forma.
- (b) Atendimento do interesse público (não do interesse pessoal do administrador, que não pode se
valer das realizações públicas para se promover, nem praticar desvios de finalidade nos atos).
 (III) Moralidade: o administrador deve se pautar de acordo com padrões éticos.
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

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A vedação ao nepotismo não alcança: (1) os servidores efetivos admitidos mediante prévia aprovação em
concurso público, (2) Cargos Políticos (como secretário de estado), (3) quando o parente não detém poder
de influência na nomeação, apesar de trabalhar no mesmo órgão.

 (IV) Publicidade: os atos da Administração devem ser públicos, o que permite maior controle pelo
povo.
Lembrar que o STF considerou legitima a divulgação dos nomes e remunerações dos servidores públicos.
 (V) Eficiência: introduzido pela EC 19/00, esse princípio impõe a busca por melhores resultados, com o
menor custo possível.
#ATENÇÃO: É muito comum a afirmação de que o princípio da eficiência busca promover a substituição
da Administração BUROCRÁTICA pela Administração GERENCIAL (ou de RESULTADOS).

 (VI) Razoabilidade/Proporcionalidade: é a mesma ideia que aprendemos em direito constitucional, no


sentido de que a atuação administrativa deve respeitar os subprincípios da (i) adequação; (ii) necessidade e
(iii) proporcionalidade em sentido estrito. Muito atrelado ao controle de atos discricionários (as escolhas,
ainda que “dentro” da margem de liberdade da lei, devem ser razoáveis e proporcionais).
 (VII) Autotutela: a Administração possui o poder-dever de anular seus atos ilegais e revogar os
inconvenientes.
É possível aplicar, por analogia, o art. 54 da Lei nº 9.784/99 para o processo administrativo nos Estados e
Municípios, pois a completa ausência de prazo para a autotutela viola o princípio da razoabilidade (STJ); e

O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta
diretamente a Constituição Federal (STF).

 (VIII) Consensualidade: hoje em dia, verificamos o aumento de instrumentos que permitem a


participação direta do cidadão na formação da vontade do Estado (ex.: audiências e consultas públicas). É o
fortalecimento da democracia DELIBERATIVA/PARTICIPATIVA.
 Base ou “Pedras de Toque” do Regime Jurídico Administrativo (Celso Antônio Bandeira de Mello):
o Indisponibilidade do interesse público: à medida que o administrador exerce função pública
(múnus público – atividade em nome do interesse do povo), ele não pode abrir mão desse
interesse (direito), justamente porque tal direito não o pertence. Presente em qualquer ato.
o Supremacia do interesse público sobre o privado: quando em confronto, o interesse público se
sobrepõe ao interesse particular. É esse o princípio que justifica, por exemplo, a intervenção do
Estado na propriedade privada.

PODERES ADMINISTRATIVOS

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Poder normativo /
Poder de polícia Poder hierárquico Poder disciplinar
regulamentar

Prerrogativa reconhecida
É a prerrogativa Compreende a Existência de à Adm. P. para investigar
reconhecida à Adm. P. prerrogativa reconhecida subordinação dentro e punir, após o
para editar atos à Adm. P. para restringir e de uma mesma PJ - contraditório e ampla
administrativos gerais condicionar, com resultado da defesa, os agentes
para fiel execução das fundamento na lei, o desconcentração públicos e particulares.
leis. exercício de direitos, com
o objetivo de atender ao
interesse público.
Prerrogativas:
Decreto Regulamentar
ordens; Exercido por meio
(não confundir com o
4 fases ("CICLO DE POLÍCIA"): controle ou fiscalização; do PAD
Decreto Autônomo,
1. ordem (legislar); alteração de
que é ato normativo
2. consentimento (delegável); competências
primário)
a. licença (delegação ou
b. autorização avocação); revisional;
3. fiscalização (delegável); resolução de conflitos;
4. sanção disciplinar.

Atributos:
Discricionariedade;
Coercibilidade;
Autoexecutoriedade;

-Sanções: podem decorrer da mera condição de sujeição do administrado à normas gerais editadas pela
administração (sanção de polícia) ou de um vínculo específico, como o funcional ou o contrato
administrativo (sanção do poder disciplinar).
-Regulamentos autorizados: normas que “inovam” no ordenamento, mas apenas sob aspecto técnico e nos
estritos limites autorizados pela lei (são atos normativos secundários, portanto)

ATOS ADMINISTRATIVOS

-Noção conceitual: manifestação unilateral e expressa de vontade da Administração Pública, sob o regime
de direito público, orientada à produção de efeitos jurídicos.
-“Atos da Administração”: atos praticados pela Administração Pública do qual os “atos administrativos” são
uma espécie.
-SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
-Não é um ato administrativo, pois não há manifestação expressa de vontade por parte da
Administração Pública.
-Alguns autores trata o silêncio como um fato administrativo, quando a omissão produz efeitos
jurídicos.
-Por exemplo, o silêncio no lançamento tributário por homologação é um fato
administrativo cujo efeito é a homologação do pagamento, apesar de não ter sido emitida
nenhuma vontade, de fato.
ATRIBUTOS
-O ato presume-se válido (presunção de legitimidade stricto sensu) e verdadeiro
Presunção de (presunção de veracidade).
Legitimidade -Ônus de prova do administrado.
-Todos os Atos o possuem
-Os atos devem corresponder a “tipos” legais (expressos ou implícitos), tal qual
ocorre no direito penal.
Tipicidade
-Fundamento: princípio da legalidade: Administração Pública não pode praticar atos
não determinados ou autorizados em lei.

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-Possibilidade de imposição/obrigação em face do administrado.


Coercibilidade ou
-Através de meios de coerção indiretos (ex: multas)
exigibilidade
-Presente apenas nos atos imperativos
-Possibilidade de execução (e não apenas imposição) do ato em face dos particulares
Autoexecutoriedade sem a necessidade de prévia determinação judicial.
ou Executoriedade -Meios de coerção diretos
-Presentes apenas nas hipóteses urgentes ou expressamente autorizadas em lei.

ELEMENTOS ESSENCIAIS
-É o poder ou atribuição para a prática do -Vícios relacionados:
ato. -Usurpação de Função Pública: ato de
-É irrenunciável e intransferível, mas pode pessoa não investida na função pública
ser delegada (a diferença é que na (ato é inexistente)
delegação, há a reserva da competência do -Função de Fato: ato de pessoa
Competência irregularmente investida (mas investida!)
delegante para, no mínimo, retomar a
competência delegada, enquanto que nas na função pública. Ato é inválido.
outras duas, a competência não pode mais -Excesso de Poder: Agente (regularmente
ser reavida). investido) pratica ato fora da sua
-Elemento vinculado competência

-O ato tem uma finalidade geral/mediata -Vícios relacionados:


(atender o interesse público) e uma -Desvio de poder ou desvio de finalidade:
Finalidade
específica/imediata (própria de cada ato) a pratica ato com finalidade diversa (seja a
atender. geral, seja a específica) da visada tipo
-elemento vinculado legal. Ex: remoção para punir servidor.
-É o pressuposto fático e jurídico que -Vícios relacionados:
justifica a prática do ato (igual a causa de -Motivo ou fato inexistente: o
pedir do processo civil). pressuposto fático do ato não existe (ex:
-Vs. Motivação: motivo é o pressuposto; a não houve a infração administrativa que
motivação é a exteriorização desse ensejou o ato de sanção);
pressuposto (desse motivo). -Motivo ilegítimo: o tipo legal não serve
-Vs. Móvel: motivo são os elementos para justificar juridicamente o ato
externos (o que ocorreu e o que está na praticado (ex: concedeu aposentadoria
Motivo norma) e o móvel são os elementos internos com base em norma que determina a
ao agente (o que o agente, de fato, pensou concessão de licença saúde);
ou desejou quando praticou o ato). -Atenção: ausência de motivação é vício de
-Elemento que pode ser discricionário (nos forma!
atos discricionários) -T. dos motivos determinantes: o ato se
vincula aos seus motivos, de modo que se
um deles “cai” (a norma é declarada
inconstitucional ou o fato é inexistente), o
ato também “cai”.
-É o conteúdo do ato -Vícios relacionados:
-Elemento que pode ser discricionário (nos -Objeto não previsto em lei (ex:
atos discricionários). suspensão de 100 dias, quando a norma
determinada que seja de até 90);
Objeto -Objeto diverso do previsto em lei para
aquela hipótese (Ex: suspensão quando a
lei manda demitir)
-Alexandrino afirma que este vício
acaba se confundindo, na prática,

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com o motivo ilegítimo, sendo a


diferenciação puramente teórica.
-E o modo pelo qual o ato é exteriorizado. -Vício: utilização de forma diversa da
-Aplica-se a instrumentalidade das formas (o prevista no tipo legal, em tese ensejaria a
ato é válido ainda que praticado de forma invalidade do ato.
Forma diversa da prevista no tipo legal).
-O elemento “forma” é
tradicionalmente classificado como
vinculado.

CONVALIDAÇÃO

-Sana o ato viciado desde o seu nascedouro, como se nunca tivesse sido viciado (ex tunc)
Noções Gerais
-É ato discricionário

-Apenas os Atos “anuláveis”.


Hipóteses de -Vícios que admitem convalidação:
Cabimento -Vícios quanto à competência (salvo a exclusiva ou quanto à matéria);
-Vícios quanto à forma (salvo a essencial à validade do ato).

-Não causar prejuízos a terceiros;


Requisitos
-Não causa prejuízos ao interesse público;

Conversão Convalidação
É a transformação de um ato em outro, para Correção feita no ato, que continua a ser o
aproveitar o que for válido. mesmo.
Ex tunc (retroativo). Ex tunc (retroativo).

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Descentralização Desconcentração
Distribuição interna (dento de mesma pessoa jurídica) de
Transferência da atividade administrativa
atividade dentro de uma mesma PJ, resultando na criação
para outra pessoa, física ou jurídica,
de órgãos públicos de (centros de competências dentro
integrante ou não do aparelho estatal.
de uma mesma estrutura hierárquica).
Não há hierarquia, apenas controle e
Há hierarquia
fiscalização
Relação de vinculação/“tutela”/“supervisão” Relação de subordinação

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Outorga Apenas para Administração


Por meio de LEI
(Por serviço) Indireta
DESCENTRALIZAÇÃO

Desconcentração Delegação Por meio de ato Delegação (Autorização,


(Por colaboração) ou contrato Concessão ou Permissão)
e
Descentralização

DESCONCENTRAÇÃO Criação de órgãos

OBS.: Na Descentralização por outorga/serviço, transfere-se a execução e a titularidade, enquanto que na


Descentralização por delegação/colaboração, transfere-se apenas a execução.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO


Prerrogativas Não possuem as prerrogativas processuais de Fazenda Pública (art. 183, CPC).
processuais Não integra a Administração Pública (nem Indireta, nem direta).
Bens Não são bens públicos (art. 98, CC).
Imunidade Tem imunidade recíproca.
Contratos São contratos administrativos e necessitam de licitação.

OAB
“É um Serviço público Independente” (STF ADIn 3026).
Geral Não é autarquia, mas tem personalidade jurídica de direito público.
Não integra a Administração Pública (nem Indireta, nem direta).
Pessoal Celetista. Não realiza concurso público.
Controle Não presta contas ao TCU
Contratação Sem licitação
Não tem execução Fiscal
Financiamento
Anuidades não tem caráter tributário

ESTATAIS
Empresa pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União, Estados, Distrito Federal ou Municípios.
Conceito
Sociedade de economia mista: entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertençam em sua maioria à União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios ou a entidade da administração indireta.
- A Lei tem caráter NACIONAL.
- Toda e qualquer Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista que explore
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
Abrangência
serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da
(art. 1º.)
União, ou seja, de prestação de serviços públicos.
- Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista que participe de consórcio (§5º)
- Sociedade, inclusive Sociedade de Propósito Específico, que seja controlada por

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Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista (§6º).

- Lei das S/A e normas CVM sobre demonstrações financeiras se aplicam a todas as
Regime
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista de capital fechado (art. 7º).
Societário
- Competência fiscalizatória inclusive sobre estatais domiciliadas no exterior e empresas
transnacionais.
Controle interno - Acesso irrestrito a documentos e informações, inclusive sigilosos.
e externo - As ações e deliberações do órgão de controle não podem implicar interferência na
gestão das estatais nem ingerência no exercício de suas competências ou na definição de
políticas públicas.
A Lei das Estatais passou a disciplinar a realização de licitações e contratos no âmbito das
empresas públicas e sociedades de economia mista, independentemente da natureza da
atividade desempenhada (prestadora de serviço ou exploradora de atividade
econômica).
Consequentemente, a Lei 8.666/93 deixou de ser aplicada a essas entidades, salvo nos
Licitações e casos expressamente descritos na própria Lei 13303 (normas penais e parte dos critérios
contratos de desempate).
Por outro lado, o pregão, conforme disciplinado na Lei 10.520/2002, será adotado
preferencialmente, nas empresas públicas e sociedades de economia mista, para
aquisição de bens e serviços comuns.
- Regras de licitações e contratos aplicam-se inclusive à empresa pública dependente que
explore atividade econômica.
Bens Não são bens públicos
Celetistas. Tem concurso público.
Pessoal Demissão dos empregados das prestadoras de serviços públicos deve ser motivada (não
há PAD, pois não há estabilidade, mas apenas motivação) (STF).
REGRA: Duração máxima de até cinco anos
EXCEÇÕES:
Duração dos
- projetos contemplados no plano de negócios e investimentos;
contratos
- prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo inviabilize ou onere
excessivamente o negócio.
É constitucional lei estadual que condiciona a nomeação dos dirigentes de AUTARQUIAS
e FUNDAÇÕES à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Por outro lado, é
inconstitucional exigir essa prévia aprovação da ALE se os dirigentes forem de EMPRESAS
Dirigentes PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. É inconstitucional a exigência de que os
dirigentes de entidades da administração indireta forneçam à ALE a declaração
atualizada de seus bens e de suas ocupações para serem fiscalizados pelo Parlamento.
Tal situação viola a separação de poderes. (Info 755).
Em regra, as estatais não pagam por precatórios, pois estão submetidas ao regime das
pessoas jurídicas de direito privado (execução comum).
No entanto, é possível sim aplicar o regime de precatórios para empresas públicas e
sociedades de economia mista que prestem serviços públicos e que não concorram com
a iniciativa privada.
PRECATÓRIOS Assim, é aplicável o regime dos precatórios às empresas públicas e sociedades de
economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não
concorrencial. (STF).
#CUIDADO: Em recente decisão (Inf. 888, 12/12/2017), frisou o STF: “As empresas
públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução via
precatório”. Contudo, o caso concreto era para empresa exploradora de atividade

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econômica.

Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs: CREA,
CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios. STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017 (repercussão geral) (Info 861).

- Noções de Prestação de Serviços Públicos vs. Consórcios e convênios


-A gestão associada de serviços públicos (o que não engloba necessariamente a prestação dos
serviços) deve se dar mediante consórcios ou convênios (241, CF).
-A prestação cooperada de serviços públicos (haja ou não consórcio/convênio) deve ser firmada
por Contrato de Programa (art. 4, XI, d, Lei 11.107/05).
-Contrato de Rateio: contrato necessário para a entrega de recursos públicos ao consórcio.

SERVIDORES PÚBLICOS

#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 377-STJ: o portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas
reservadas aos deficientes.
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim
de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a
cargo público.
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integra a carreira na qual anteriormente investido.
Súmula vinculante 4-STF: Salvo os casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.
Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores
estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.
Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição
Federal, até a edição de lei complementar específica.
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
#DESPENCA #INFORMATIVOS #COLANARETINA
- Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, o teto é
considerado especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite previsto no
art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais. (Info 862).
- Não é possível a acumulação de dois cargos públicos quando a soma da carga horária referente aos dois
cargos ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. Assim, é vedada a acumulação de um cargo de

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professor com outro técnico ou científico quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o limite
máximo de 60 horas semanais. (Info 576).
- São inconstitucionais a autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão de
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF. Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
- O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos
os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação
do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos
termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. (Info 860).
- A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual
atribuída eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se
houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação. STF. Plenário. RE 629392 RG/MT, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 8/6/2017 (repercussão geral) (Info 868).
- Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da
aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo
de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em
comissão. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o
servidor efetivo, aposentado compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já desempenhava
ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de
continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração. (Info 851).
- Remoção a pedido não é “remoção no interesse da Administração Pública”. Não há direito automático de
remoção ao cônjuge (Inf. 617, STF).
- Quarentena para recontratação dos servidores temporários. Constitucional (Inf. 869, STF)

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

A REGRA da responsabilidade civil pode ser extraída do art. 37, §6º, da CF/88: “Art. 37. (...) § 6º As
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

Teoria do RISCO ADMINISTRATIVO Teoria do RISCO INTEGRAL


A responsabilidade do Estado é objetiva A responsabilidade do Estado é objetiva
A vítima lesada não precisa provar culpa. A vítima lesada não precisa provar culpa.
O Estado poderá eximir-se do dever de Não admite excludentes de responsabilidade.
indenizar caso prove alguma causa Mesmo que o Estado prove que houve caso
excludente de responsabilidade: fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima
a) caso fortuito ou força maior; ou culpa exclusiva de terceiro, ainda assim
b) culpa exclusiva da vítima; será condenado a indenizar.
c) culpa exclusiva de terceiro.
É adotada como regra no Direito brasileiro. É adotada no Direito brasileiro, de forma
excepcional, em alguns casos. A doutrina
diverge sobre quais seriam estas hipóteses.
Para fins de concurso, existe um caso no qual
o STJ já afirmou expressamente que se acolhe
o risco integral: dano ambiental (REsp
1.374.284).

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Responsabilidade por omissão (divergência)


Doutrina tradicional e STJ Jurisprudência do STF
Na doutrina, ainda hoje, a posição majoritária é a Na jurisprudência do STF, contudo, tem ganhado
de que a responsabilidade civil do Estado em caso força nos últimos anos o entendimento de que a
de atos omissivos é SUBJETIVA, baseada na teoria responsabilidade civil nestes casos também é
da culpa administrativa (culpa anônima). OBJETIVA. Isso porque o art. 37, § 6º da CF/88
determina a responsabilidade objetiva do Estado
Assim, em caso de danos causados por omissão, o sem fazer distinção se a conduta é comissiva
particular, para ser indenizado, deveria provar: (ação) ou omissiva.
a) a omissão estatal; Não cabe ao intérprete estabelecer distinções
b) o dano; onde o texto constitucional não o fez.
c) o nexo causal; Se a CF/88 previu a responsabilidade objetiva do
d) a culpa administrativa (o serviço público não Estado, não pode o intérprete dizer que essa regra
funcionou, funcionou de forma tardia ou ineficiente). não vale para os casos de omissão.
Dessa forma, a responsabilidade objetiva do Estado
Esta é a posição que você encontra na maioria dos engloba tanto os atos comissivos como os omissivos,
Manuais de Direito Administrativo. desde que demonstrado o nexo causal entre o dano
e a omissão específica do Poder Público.
O STJ ainda possui entendimento majoritário no
sentido de que a responsabilidade seria subjetiva. (...) A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido
Vide: STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1345620/RS, de que as pessoas jurídicas de direito público
Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em respondem objetivamente pelos danos que
24/11/2015. causarem a terceiros, com fundamento no art. 37, §
6º, da Constituição Federal, tanto por atos
comissivos quanto por atos omissivos, desde que
demonstrado o nexo causal entre o dano e a
omissão do Poder Público. (...)
STF. 2ª Turma. ARE 897890 AgR, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 22/09/2015.

No mesmo sentido: STF. 2ª Turma. RE 677283 AgR,


Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/04/2012.

Responsabilidade por Suicídio de Preso

Em julgado do ano de 2016, o STF esposou o seguinte entendimento:

Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o
Estado é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819).

No entanto, aqui também, como se adota a teoria do risco administrativo, o Estado poderá provar
alguma causa excludente de responsabilidade. Assim, nem sempre que houver um suicídio, haverá
responsabilidade civil do Poder Público (tese a ser adotada em prova de Procuradorias! #IMPORTANTE).
O Min. Luiz Fux exemplifica seu raciocínio com duas situações:
1. Se o detento que praticou o suicídio já vinha apresentando indícios de que poderia agir assim,
então, neste caso, o Estado deverá ser condenado a indenizar seus familiares. Isso porque o evento
era previsível e o Poder Público deveria ter adotado medidas para evitar que acontecesse.

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2. Por outro lado, se o preso nunca havia demonstrado anteriormente que poderia praticar esta
conduta, de forma que o suicídio foi um ato completamente repentino e imprevisível, neste caso o
Estado não será responsabilizado porque não houve qualquer omissão atribuível ao Poder Público.

Responsabilidade Civil por Morte de Detento

A CF/88 determina que o Estado se responsabiliza pela integridade física do preso sob sua custódia:

Art. 5º (...) XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

Logo, o Poder Público poderá ser condenado a indenizar pelos danos que o preso venha a sofrer.
Esta responsabilidade é objetiva.
Assim, a morte de detento gera responsabilidade civil objetiva para o Estado em decorrência da sua
omissão específica em cumprir o dever especial de proteção que lhe é imposto pelo art. 5º, XLIX, da CF/88.
No entanto, o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ficar demonstrado que ele não tinha a
efetiva possibilidade de evitar a ocorrência do dano. Nas exatas palavras do Min. Luiz Fux: "(...) sendo
inviável a atuação estatal para evitar a morte do preso, é imperioso reconhecer que se rompe o nexo de
causalidade entre essa omissão e o dano. Entendimento em sentido contrário implicaria a adoção da teoria
do risco integral, não acolhida pelo texto constitucional (...)". O mesmo julgado trazido no tópico anterior
exemplifica tal posicionamento.

Responsabilidade Civil por Detento em situação degradante

Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios
os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais,
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento.
STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).

Responsabilidade Civil do Tabelião ou Registrador

A Lei nº 13.286/2016 alterou a redação do art. 22 da Lei nº 8.935/94, modificando o regime de


responsabilidade do tabelião ou registrador. A redação da lei passa a ser a seguinte:
“Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que
causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes
que autorizarem, assegurado o direito de regresso.
Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de
lavratura do ato registral ou notarial”.

#AJUDAMARCINHO: Resumo das alterações promovidas pela Lei nº 13.286/2016:

Antes da Lei 13.286/2016 Depois da Lei 13.286/2016


A responsabilidade civil dos notários e A responsabilidade civil dos notários e
registradores era OBJETIVA (vítima não registradores passou a ser SUBJETIVA
precisava provar dolo ou culpa). (vítima terá que provar dolo ou culpa).

12
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O prazo prescricional para a vítima O prazo prescricional foi reduzido para 3


ingressar com a ação judicial contra o anos.
notário/registrador era de 5 anos.

Responsabilidade por Danos Causados Fora da Função Pública

Os agentes públicos também têm relações privadas e não estão 24h/dia no exercício da função
pública. Nas hipóteses em que o agente não atua no desempenho da sua função e nem a pretexto de
desempenhá-la, não deve o Estado responder.
O próprio art. 37, § 6º da CF delimita a responsabilidade estatal às condutas desempenhadas por
agentes públicos enquanto estiverem desempenhando suas funções, ao estabelecer sobre os danos que os
agentes públicos “nessa qualidade causarem a terceiros”.

Teoria da Dupla Garantia

O STF adotou a teoria da dupla garantia em matéria de responsabilidade civil do Estado. De acordo
com o STF, o art. 37, §6º da CF/88 proporciona duas garantias distintas: uma em favor da vítima, e outra
em favor do agente público causador do dano, impedindo que ele se torne réu em ação ajuizada pela
vítima.

#AJUDAMARCINHO
A vítima poderá propor a ação diretamente contra o servidor causador do dano?
STF: NÃO. A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder Público). Se este for condenado,
poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa. O ofendido não poderá propor a
demanda diretamente contra o agente público. Essa posição foi denominada de tese da dupla garantia.
STF. 1ª Turma. RE 327904, Rel. Min. Carlos Britto, julgado em 15/08/2006. STF. RE 344133, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 06/06/2008. STF. RE 720275/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/12/2012.
STJ: “Responsabilidade civil do Estado: possibilidade de ajuizamento da ação diretamente contra o
servidor público causador do dano. Na hipótese de dano causado a particular por agente público no
exercício de sua função, a vítima tem a possibilidade de ajuizar a ação de indenização diretamente contra o
agente, contra o Estado ou contra ambos. (STJ. 4ª Turma. REsp 1.325.862-PR, Rei. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 5/6/2013. Info 532)

Assim, podemos concluir que o STF adota a teoria da dupla garantia, ao passo em que o STJ não a
adota.

Responsabilidade do Estado por Atos de Multidões

De acordo com Rafael Carvalho (2015), “em regra, os danos causados por atos de multidões não
geram responsabilidade civil do Estado, tendo em vista a inexistência do nexo de causalidade, pois tais
eventos são praticados por terceiros (fato de terceiro) e de maneira imprevisível ou inevitável (caso
fortuito/força maior). Não há ação ou omissão estatal causadora do dano. Excepcionalmente, o Estado será
responsável quando comprovadas a ciência prévia da manifestação coletiva (previsibilidade) e a
possibilidade de evitar a ocorrência de danos (evitabilidade). Assim, por exemplo, se o Estado é notificado
sobre encontro violento de torcidas organizadas de times rivais e não adota as providências necessárias
para evitar o confronto, restarão caracterizadas a sua omissão específica e, por consequência, a sua
responsabilidade”.

Responsabilidade Civil por Ato Lícito: Intervenção Econômica e Contrato

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STF reconheceu que a União deve indenizar companhia aérea, que explorava os serviços de aviação, sob
o regime de concessão, pelos prejuízos causados decorrentes de plano econômico que determinou o
congelamento das tarifas de aviação. (STF. Plenário. RE 571969/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
12/3/2014).
“Para a Min. Carmen Lúcia, relatora do recurso, realmente toda a sociedade brasileira se viu
submetida às determinações do plano econômico. No entanto, a situação da Varig era peculiar porque se
tratava de uma concessionária de serviço público. Assim, essa empresa não tinha liberdade para atuar
segundo a sua própria conveniência, já que estava vinculada aos termos do contrato de concessão que
foram pré-determinadas pela União, que também foi a autora das medidas econômicas de congelamento”.

Fundamentos constitucionais:
1. Necessidade de garantir o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão (principio
constitucional da estabilidade econômico-financeira): art. 37, XXI.
2. Responsabilidade civil do Estado também pode ser por atos lícitos que causem prejuízos: art. 37,
§6º.

Responsabilidade Civil por Atos do Poder Legislativo

Ainda que a lei seja constitucional, o Estado pode ser obrigado a


Responsabilidade responder civilmente, bastando que a lei tenha condições de afetar
por lei de efeitos mais intensamente um grupo de pessoas. Como exemplo, basta
concretos vislumbrar o tópico acima, em que a lei de efeitos concretos afetou
mais intensamente a Varig.
A edição de uma lei inconstitucional representa um ato ilícito editado
Responsabilidade pelo Estado. A mera declaração de inconstitucionalidade de uma lei
por leis não tem o condão de, por si só, obrigar o Estado a responder
inconstitucionais civilmente. Para configurar a responsabilidade do Estado, faz-se
necessário comprovar algum tipo de dano.
Significa uma inconstitucionalidade que pode ser corrigida por meio
Responsabilidade
de Mandado de Injunção ou ADI por omissão. Em tais situações, o
por omissões
Estado poderá ser responsabilizado se a omissão acarretar algum tipo
inconstitucionais
de dano.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Segundo Rafael Oliveira, consiste no “Ato ilícito, praticado por agente público ou
terceiro, geralmente de forma dolosa, contra as entidades públicas e privadas, gestoras
CONCEITO
de recursos públicos, capaz de acarretar enriquecimento ilícito, lesão ao erário ou
violação aos princípios que regem a Administração Pública”.
O art. 37, §4º, não delimitou de quem seria a competência para legislar sobre a
probidade administrativa, nem tampouco os artigos tradicionais de competência
COMPETÊNCIA trazem a resposta. Em regra, a LIA trata de matéria cível e política, o que atrai a
LEGISLATIVA competência privativa da União. Além disso, a LIA traz normas sobre processo civil, o
que novamente atrai a competência privativa da União. No entanto, as normas
meramente administrativas devem ser consideradas apenas federais.
-Toda a Administração Pública (direta e indireta), de todos os poderes, de todas as
SUJEITO
esferas;
PASSIVO
-Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
(art.1º)
de cinquenta por cento

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-Punição Proporcional (“limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão


do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos”)
-Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
de órgão público;
-Entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
SUJEITO
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
ATIVO
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Espécies de atos de improbidade

VIOLAÇÃO AOS
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DANO AO ERÁRIO PRINCÍPIOS DA
(ART. 9º) (ART. 10)1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(ART. 11)

1
#NOVIDADES!
LC 157/2016 - Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de
Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116,
de 31 de julho de 2003 (refere-se à lei do ISS). (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
- Sanções: perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3
(três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
LEI 13.425/2017: Pratica ato de improbidade administrativa (art. 11 da Lei nº 8.429/92) o Prefeito que, no prazo
máximo de 2 anos a contar da vigência da Lei nº 13.425/2017, deixar de editar normas especiais de prevenção e
combate a incêndio e a desastres para locais de grande concentração e circulação de pessoas.

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Art. 9°: “auferir qualquer tipo de Art. 10. “causa lesão ao erário Art. 11. “qualquer ação ou
vantagem patrimonial indevida em qualquer ação ou omissão, dolosa omissão que viole os
razão do exercício de cargo, ou culposa, que enseje perda deveres de honestidade,
mandato, função, emprego ou patrimonial, desvio, apropriação, imparcialidade, legalidade,
atividade nas entidades malbaratamento ou dilapidação dos e lealdade às instituições, e
mencionadas no art. 1° desta lei, e bens ou haveres das entidades notadamente”.
notadamente” (é exemplificativo). referidas no art. 1º desta lei, e
notadamente”. ELEMENTOS ESSENCIAIS:
ELEMENTOS ESSENCIAIS: (i) Conduta funcional,
(i) Percepção de vantagem ELEMENTOS ESSENCIAIS: comissiva ou omissiva,
patrimonial pelo agente, mesmo (i) Conduta, comissiva ou omissiva, dolosa do agente público.
que não haja dano ao erário. dolosa ou CULPOSA. (ii) Ofensa aos princípios da
(ii) Essa vantagem deve ser (ii) Perda patrimonial administração pública
indevida. (iii) Nexo causal entre o exercício (iii) Nexo causal entre o
(iii) Conduta dolosa do agente. funcional e a perda patrimonial exercício funcional e a
(iv) Nexo causal entre o exercício (iv) Ilegalidade da conduta. violação dos princípios
funcional e a vantagem indevida.

SANÇÕES (art. 23)


-Mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança: até cinco anos após o
término do exercício;
-Cargo efetivo ou emprego: dentro do prazo prescricional previsto em lei específica
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público;
-Entidades subvencionadas ou cujo custeio ou criação tenha participação do erário
PRESCRIÇÃO em menos de 50%: até cinco anos da data da apresentação à administração pública
da prestação de contas final;

REPARAÇÃO AO ERÁRIO = IMPRESCRITÍVEL (ATENÇÃO!!!)


CF. Art. 35. § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.
Ação Principal
-Legitimidade Ativa: Ministério Público ou a Pessoa Jurídica Interessada
-Prazos:
-Prescricional;
-30 da efetivação da cautelar;

-Rito
-Ajuizamento
-Notificação do demandado
PROCEDIMENTO -Manifestação por escrito em 15 dias
JUDICIAL -Rejeição ou recebimento da demanda (cabe agravo de instrumento)
-Citação
-Contestação

Outras Observações
-Vedada transação, acordo ou conciliação.
-A representação judicial da pessoa jurídica interessada (quando não for a
demandante), pode atuar ao lado do autor.
-MP: fiscal da lei obrigatoriamente (se não for o autor).

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Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo
inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do
indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá
sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito (mais a multa civil – STJ).
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts.
MEDIDAS 822 e 825 do Código de Processo Civil.
CAUTELARES § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de
bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior,
nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à
instrução processual.
SANÇÕES
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DANO AO ERÁRIO
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(ART. 9º) (ART. 10)
(ART. 11)
(a) Perda de bens e valores
acrescidos ilicitamente ao (a) Ressarcimento integral do dano (a) Ressarcimento integral do
patrimônio. (b) Perda dos bens e valores dano, se houver.
(b) Ressarcimento integral do acrescidos ilicitamente ao (b) Perda da função pública
dano, quando houver. patrimônio, se concorrer essa (c) Suspensão dos direitos
(c) Perda da função pública. circunstância. políticos de 3 a 5 anos.
(d) Suspensão dos direitos (c) Perda da função pública. (d) Pagamento de multa civil
políticos de 8 a 10 anos. (d) Suspensão dos direitos políticos de até 100 X a remuneração
(e) Pagamento de multa civil de de 5 a 8 anos. recebida pelo agente.
até 3X o valor acrescido (e) Pagamento de multa civil de até (e) Proibição de contratar com
ilicitamente 2X o valor do dano. o Poder Público ou receber
(f) Proibição de contratar com o (f) Proibição de contratar com o benefícios fiscais ou
Poder Público ou receber Poder Público ou receber benefícios creditícios, direta ou
benefícios fiscais ou creditícios, fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
direta ou indiretamente, ainda indiretamente, ainda que por intermédio de PJ da qual seja
que por intermédio de PJ da intermédio de PJ da qual seja sócio sócio majoritário, pelo prazo
qual seja sócio majoritário, pelo majoritário, pelo prazo de 05 ANOS. de 03 ANOS.
prazo de 10 ANOS.

- A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. (Info 577).

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- Não comete ato de improbidade administrativa o médico que cobra honorários por procedimento
realizado em hospital privado que também seja conveniado à rede pública de saúde, desde que o
atendimento não seja custeado pelo próprio sistema público de saúde. Em outras palavras, médico de
hospital conveniado com o SUS que cobra do paciente por uma cirurgia que já foi paga pelo plano de saúde
não pratica improbidade administrativa. (Info 537).
- É possível imaginar que exista ato de improbidade com a atuação apenas do “terceiro” (sem a
participação de um agente público)? É possível que, em uma ação de improbidade administrativa, o
terceiro figure sozinho como réu? NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº
8.429/92 é indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de
improbidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. (Info 535).

Informativos em Teses – STJ – Improbidade Administrativa (Edições I e II)


1) É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992, exigindo-se a presença de
dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o enriquecimento ilícito e o atentado aos princípios
administrativos, respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do art. 10, que censura os atos de
improbidade por dano ao Erário.
2) O Ministério Público tem legitimidade ad causam para a propositura de Ação Civil Pública objetivando o
ressarcimento de danos ao erário, decorrentes de atos de improbidade.
3) O Ministério Público estadual possui legitimidade recursal para atuar como parte no Superior Tribunal
de Justiça nas ações de improbidade administrativa, reservando-se ao Ministério Público Federal a atuação
como fiscal da lei.
4) A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, § 7º, da Lei de Improbidade
Administrativa, só acarreta nulidade processual se houver comprovado prejuízo (pas de nullité sans grief).
5) A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento fundamentado da
petição inicial nos termos do art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, devendo prevalecer, no juízo
preliminar, o princípio do in dubio pro societate.
6) O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a particulares que se
beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente público que praticou a ilicitude.
7) A eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa não obsta o
prosseguimento da demanda quanto ao pleito de ressarcimento dos danos causados ao erário, que é
imprescritível (art. 37, § 5º da CF).
8) É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamente contra o particular,
sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda.
9) Nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio passivo necessário entre o agente
público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo.
10) A revisão da dosimetria das sanções aplicadas em ação de improbidade administrativa implica
reexame do conjunto fático-probatório dos autos, encontrando óbice na súmula 7/STJ, salvo se da leitura
do acórdão recorrido verificar-se a desproporcionalidade entre os atos praticados e as sanções impostas.
11) É possível o deferimento da medida acautelatória de indisponibilidade de bens em ação de
improbidade administrativa nos autos da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto, antes
da notificação a que se refere o art. 17, § 7º, da Lei n. 8.429/92.
12) É possível a decretação da indisponibilidade de bens do promovido em ação civil Pública por ato de
improbidade administrativa, quando ausente (ou não demonstrada) a prática de atos (ou a sua tentativa)
que induzam a conclusão de risco de alienação, oneração ou dilapidação patrimonial de bens do acionado,
dificultando ou impossibilitando o eventual ressarcimento futuro.

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13) Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode recair sobre aqueles
adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar em consideração, o valor de possível multa civil
como sanção autônoma.
14) No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescricional nas ações de improbidade
administrativa deve ser contado a partir do término do último mandato.
15) Os Agentes Políticos sujeitos a crime de responsabilidade, ressalvados os atos ímprobos cometidos
pelo Presidente da República (art. 86 da CF) e pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não são
imunes às sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4º da CF.
16) Os agentes políticos municipais se submetem aos ditames da Lei de Improbidade Administrativa, sem
prejuízo da responsabilização política e criminal estabelecida no Decreto-Lei 201/1967.
17) A ação de improbidade administrativa proposta contra agente político que tenha foro por prerrogativa
de função é processada e julgada pelo juiz de primeiro grau, limitada à imposição de penalidades
patrimoniais e vedada a aplicação das sanções de suspensão dos direitos políticos e de perda do cargo do
réu.
18) A aplicação da pena de demissão por improbidade administrativa não é exclusividade do Judiciário,
sendo passível a sua incidência no âmbito do processo administrativo disciplinar.
19) Havendo indícios de improbidade administrativa, as instâncias ordinárias poderão decretar a quebra
do sigilo bancário.
20) O afastamento cautelar do agente público de seu cargo, previsto no parágrafo único, do art. 20, da Lei
n. 8.429/92, é medida excepcional que pode perdurar por até 180 dias.
21) O especialíssimo procedimento estabelecido na Lei 8.429/92, que prevê um juízo de delibação para
recebimento da petição inicial (art. 17, §§ 8º e 9º), precedido de notificação do demandado (art. 17, § 7º),
somente é aplicável para ações de improbidade administrativa típicas. (Tese julgada sob o rito do artigo
543-C do CPC - TEMA 344).
22) A indisponibilidade de bens prevista na LIA pode alcançar tantos bens quantos necessários a garantir
as consequências financeiras da prática de improbidade, excluídos os bens impenhoráveis assim definidos
por lei.
23) Os bens de família podem ser objeto de medida de indisponibilidade prevista na Lei de Improbidade
Administrativa, uma vez que há apenas a limitação de eventual alienação do bem.
24) Aplica-se a medida cautelar de indisponibilidade dos bens do art. 7º aos atos de improbidade
administrativa que impliquem violação dos princípios da administração pública - no art. 11 da LIA.
25) O ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei 8.429/92 não requer a demonstração
de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, mas exige a demonstração de dolo, o qual, contudo, não
necessita ser específico, sendo suficiente o dolo genérico.
26) Nas ações de improbidade administrativa é admissível a utilização da prova emprestada, colhida na
persecução penal, desde que assegurado o contraditório e a ampla defesa.
27) O magistrado não está obrigado a aplicar cumulativamente todas as penas previstas no art. 12 da Lei
8.429/92, podendo, mediante adequada fundamentação, fixá-las e dosá-las segundo a natureza, a
gravidade e as consequências da infração.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
DI PIETRO: medidas de caráter geral, previstas em lei, com fundamento no PODER DE
Conceito POLÍCIA do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas e negativas, com o
fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social. Pode ser

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exigência de obrigação positiva, negativa ou permissiva.


Objeto Atinge bens móveis, imóveis e serviços.
Por ser unilateral, DEVE DECORRER DE LEI (Ex.: PDU – plano diretor urbano). José dos
Instituição
Santos Carvalho Filho fala também em atos administrativos normativos.
Em regra, não há. Mas o STJ já considerou devida a indenização no caso em que a
Indenização limitação administrativa suprime substancialmente o direito de propriedade (o caso
concreto era de uma limitação administrativa ambiental) (Info 508).

OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
Caracteriza-se pela utilização TRANSITÓRIA, gratuita ou remunerada, de IMÓVEL de
propriedade particular, para fins de interesse público. Ex.: uso de escola para eleição; uso
Conceito de imóveis para o Poder Público colocar máquinas e operários. O Pressuposto é a
necessidade de realização de OBRAS ou SERVIÇOS públicos normais (ao contrário da
requisição, em que há situação de perigo).
Recai sobre o bem imóvel, embora haja discussão sobre a possibilidade de atingir bens
Objeto
móveis e serviços.

SERVIDÃO ADMINISTRATIVA REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA


Direito real público que permite a utilização da É a intervenção autoexecutória na qual
propriedade alheia pelo Estado ou por seus o Estado utiliza-se de bens imóveis,
Conceito
delegatários com o objetivo de atender o móveis e de serviços particulares no
interesse público. caso de iminente perigo público.
Incidem apenas sobre bens imóveis, os quais
devem ser vizinhos, mas não precisam ser
contíguos (prédio dominante e prédio Incidem sobre bens imóveis, móveis e
Objeto
serviente). Imagine uma rua (imóvel público) e serviços particulares.
uma casa de um particular). NÃO há servidão
sobre bens móveis ou direitos.
Podem ser instituídas por meio das seguintes
formas:
-Acordo ou Sentença judicial (mesmo
rito da desapropriação - art. 40, A emergência da situação justifica a
Instituição
Decreto 3.565/41); autoexecutoriedade da medida.
-Usucapião.
Obs.: há discussão sobre a possibilidade de
instituição por lei.
Em regra, é perpétua (direito real)
Porém, é possível apontar algumas hipóteses
de extinção:
Enquanto perdurar o perigo iminente, a
- Desaparecimento do bem gravado;
requisição permanecerá válida.
Extinção - Incorporação do bem serviente ao Considera-se, portanto, extinta a
patrimônio público; requisição quando desaparecer a
- Desafetação do bem dominante (ex.: situação de perigo.
desafetação do imóvel que era utilizado como
hospital público).
É assegurada ao proprietário do bem
Será devida se houver dano. Deve ser prévia
Indenização requisitado indenização ulterior, se
(mesmo rito da desapropriação).
houver dano.

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TOMBAMENTO
É um procedimento ou ato administrativo pelo qual o Poder Público sujeita a restrições
parciais os bens de qualquer natureza cuja conservação seja de interesse público, por
CONCEITO sua vinculação a fatos memoráveis da história ou por seu excepcional valor
arqueológico ou etnológico, bibliográfico ou artístico. É SEMPRE UMA RESTRIÇÃO
PARCIAL.
DE OFÍCIO Recai sobre bem público. Processa-se mediante simples notificação à
entidade a quem pertencer ou sob cuja guarda estiver a coisa
tombada.
Quanto à VOLUNTÁRIO Não há resistência por parte do proprietário. Há anuência ou pedido
constituição do proprietário.
ou
procedimento COMPULSÓRIO Há resistência por parte do proprietário, que se opõe à pretensão de
tombar do poder público. A oposição ocorrerá no prazo de 15 dias da
notificação de interesse de tombamento do bem. A notificação gera
efeitos de um tombamento provisório.
Quanto aos GERAL Que atinge todos os bens situados em um bairro ou em uma cidade.
destinatários INDIVIDUAL Que atinge um bem determinado.

DESAPROPRIAÇÃO
É a intervenção através da qual Estado se apropria da propriedade alheia, após o
devido processo legal, transferindo-a compulsoriamente e de maneira originária
CONCEITO
para o seu patrimônio, com fundamento no interesse público e, normalmente,
mediante indenização.
Aquisição originária (livre, portanto, de todos os ônus) (STF: mas paga laudêmio à
União, se tratar-se de desapropriação de domínio útil de terreno de marinha).
CARACTERÍSTICAS Todo e qualquer bem ou direito que possua valor econômico pode ser
desapropriado.
Competência LEGISLATIVA é PRIVATIVA da União.
A competência DECLARATÓRIA (1ª fase do procedimento) é apenas dos entes
políticos (mas o DNIT e à ANEEL tem).
-Para fins de reforma agrária, a competência é EXCLUSIVA DA UNIÃO.
COMPETÊNCIA
A competência EXECUTIVA (para ajuizar a ação de desapropriação, pagar o preço,
etc.) pode ser repassada, por meio de lei ou contrato, à administração indireta e
aos concessionários/permissionários.
(a) Comum/ordinária/regular: justificada por utilidade/necessidade pública ou por
interesse social.
ESPÉCIES
(b) Florística: proteção ambiental.
(c) Sancionatória: pode ser: urbanística, rural para reforma agrária e confiscatória:
1ª FASE (DECLARATÓRIA) = Publicação de ato de declaração da expropriação
(decreto ou lei de efeito concreto), declarando o bem de utilidade pública ou de
interesse social. Manifesta a vontade de possuir o bem.
EFEITOS IMEDIATOS DO ATO DECLARATÓRIO:
PROCEDIMENTO
(a) Fixa o estado do bem: só serão indenizadas benfeitorias posteriores se
DA
necessárias ou úteis, caso autorizadas essas últimas;
DESAPROPRIAÇÃO
(b) Submete o bem ao poder expropriatório estatal: o Estado ainda não é
COMUM
proprietário, mas pode exercer alguns poderes sobre o bem. Ex.: entrar
para realizar medições.
(c) Confere ao Poder Público o poder de penetrar no bem, desde que não
haja excesso; e

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(d) Inicia o prazo de CADUCIDADE (deve a Administração tentar efetivar


administrativamente a desapropriação ou, ao menos, ajuizar a ação de
desapropriação). Veja os prazos: UTILIDADE ou NECESSIDADE PÚBLICA -
prazo de 05 anos (renova +5); INTERESSE SOCIAL - prazo de 02 anos.

2ª FASE (EXECUTIVA): Adoção dos atos materiais (concretos) pelo Poder Público ou
seus delegatários, devidamente autorizados por lei ou contrato, com o intuito de
consumar a retirada da propriedade do proprietário originário.
Pode ser:
(a) ADMINISTRATIVA: depois da declaração, a Administração propõe valor,
que é ACEITO (nesse caso, há verdadeiro contrato de compra e venda) ou
(b) JUDICIAL: o valor NÃO É ACEITO (ou não se conhece o PROPRIETÁRIO
DO BEM). Nesse caso, deve ser ajuizada AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO.
(i) POLO ATIVO: Poder Público (Adm. direta ou indireta) ou delegatários.
Obs.: a) Desapropriação Sancionatória Urbanística: legitimidade ativa EXCLUSIVA
DO MUNICÍPIO; b) Desapropriação para fins de reforma agrária: legitimidade ativa
EXCLUSIVA DA UNIÃO.
(ii) POLO PASSIVO: proprietário do imóvel.
(iii) Requisitos da PETIÇÃO INICIAL: (a) Oferta do preço; (b) Cópia do contrato ou
do diário oficial em que houver sido publicado o decreto expropriatório; (c) Planta
ou descrição do bem a ser desapropriado e suas confrontações.
(iv) CONTESTAÇÃO: Só pode versar sobre: vício no processo (preliminares) ou
preço, não podendo versar sobre vícios da desapropriação.
Exceção: direito de extensão (pode alegar na contestação)
(v) IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE:
Expropriante tem que alegar urgência e depositar quantia arbitrada de
conformidade com o CPC.
Independente da citação do réu, mediante o depósito:
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor
locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao imposto predial;
AÇÃO DE b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o
DESAPROPRIAÇÃO imóvel sujeito ao imposto predial e sendo menor o preço oferecido.
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto
territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no
ano fiscal imediatamente anterior;
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará
independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a
época em que houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a
valorização ou desvalorização posterior do imóvel.
A alegação de urgência não poderá ser renovada
-O expropriante deve requerer a imissão provisória dentro do prazo
improrrogável de 120 (cento e vinte) dias (decadencial).
(vi) PROVA PERICIAL: É obrigatória na ação de desapropriação (salvo se houver
aceitação expressa do preço). Mas o juiz pode decidir de maneira contrária ao
laudo, se houver outras provas nos autos (livre convencimento motivado – STF)
(vii) SENTENÇA E TRANSFERÊNCIA DO BEM: (a) Fixa o valor da indenização (após o
pagamento, consuma-se a desapropriação); (b) Autoriza a imissão definitiva na
posse; (c) Constitui título hábil para registro.
-O preço é pago via precatório (exceto o adiantado para a imissão

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provisória)
-É apenas com o pagamento total (ou a consignação em juízo) que ocorre a
transferência da propriedade.
-Pode haver desistência enquanto não pago integralmente o preço.
É fato administrativo pelo qual o Estado se apropria de bem particular, sem
observância dos requisitos da declaração e da indenização prévia.
-Só se materializa com a devida afetação do bem a utilidade ou interesse
público.
DESAPROPRIAÇÃO De acordo com o artigo 35 do Decreto 3365/41, uma vez incorporado ao
INDIRETA patrimônio público, não será possível a sua reivindicação pelo particular. Diante
disso, o particular deve ajuizar uma ação de desapropriação indireta, que, a rigor, é
uma ação de indenização.
Hoje, prevalece o entendimento de que o prazo prescricional para que o particular
prejudicado ajuíze a ação de desapropriação indireta é de 10 anos.
É aquele pelo qual o expropriado requer que a desapropriação e a respectiva
DIREITO DE indenização incidam sobre a totalidade do bem, pois a parte então não abarcada
EXTENSÃO ficou inservível ou esvaziada de interesse patrimonial. São para os casos de
desapropriação parcial.
É a mudança da destinação do bem expropriado – Poder Público diz que faria uma
coisa no decreto, mas depois faz outra. Será ilícita quando houver DESVIO DE
FINALIDADE (o bem não foi usado para atender o interesse público), caso em que o
TREDESTINAÇÃO particular deve ser reintegrado (retrocessão). Será lícita quando, embora
divergente do planejamento inicial, permanece atendendo o INTERESSE PÚBLICO.
Ex.: iria construir escola, mas constrói hospital. Nesse caso, o particular não poderá
reaver o bem.
O direito de o expropriado exigir a devolução do bem desapropriado que não foi
RETROCESSÃO utilizado pelo Poder Público para atender o interesse público. Há controvérsia
sobre qual seria o prazo para o particular ajuizar a ação.

Desapropriação
por utilidade,
Indenização PRÉVIA, JUSTA e Todos os entes
necessidade Desapropriação ordinária.
em dinheiro. federados.
pública ou
interesse social
Refere-se ao imóvel
Indenização em títulos da
localizado na área urbana
Desapropriação dívida pública, resgatáveis
que não atende a Municípios e DF.
urbanística em até 10 anos –
respectiva função social.
autorização do Senado.
Possui caráter subsidiário.
Indenização em títulos da União (objetivo único
Desapropriação Imóvel rural que não
dívida agrária, resgatáveis de implementar a
rural atende a função social.
em até 20 anos. reforma agrária).
As propriedades rurais e
urbanas de qualquer região
do País onde forem
localizadas culturas ilegais
Expropriação NÃO há indenização. União
de plantas psicotrópicas ou
confiscatória
a exploração de trabalho
(art. 243, CF)
escravo na forma da lei
serão expropriadas e

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destinadas à reforma
agrária e a programas de
habitação popular, sem
qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo
de outras sanções previstas
em lei, observado, no que
couber, o disposto no art.
5º da CF.

JURISPRUDÊNCIA
- É possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado, desde
que: a) ainda não tenha havido o pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá se consolidado a
transferência da propriedade do expropriado para o expropriante); e b) o imóvel possa ser devolvido sem
que ele tenha sido alterado de forma substancial (que impeça sua utilização como antes era possível). É
ônus do expropriado provar a existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação
(Info 596).
- A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário
comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. (Info 851). Trata-se, portanto,
responsabilidade subjetiva, mas cuja culpa é presumida (presunção relativa).
- A transferência, para fins de desapropriação, do domínio útil de imóvel aforado da União constitui
operação apta a gerar o recolhimento de laudêmio (Info 528).
- O prazo prescricional no caso de ação de desapropriação indireta é de 10 anos. (STJ. 2ª Turma. AgRg no
REsp 1536890/SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/11/2015).
-Leis ambientais que restringem o uso da propriedade é a limitação administrativa. eventual prejuízo
causado pelo esvaziamento econômico de propriedade deve ser indenizados por meio de ação de direito
pessoal, e não de direito real (pois não é uma desapropriação indireta). Prazo prescricional é de 5 anos, nos
termos do art. 10, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 3.365/41. STJ. 2ª Turma. EDcl no REsp 1454919/MG,
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 07/04/2015.

SERVIÇOS PÚBLICOS

Há várias concepções sobre serviço público:


- 1. Amplíssima: toda e qualquer atividade exercida pelo Estado.
- 2. Ampla: toda atividade prestacional voltada ao cidadão, não importando se é de titularidade
exclusiva do Estado e qual a forma de remuneração.
- 3. Restrita: atividade prestada pelo Estado, de forma individualizada e com fruição qualificada.
- 4. Restritíssima: atividade de titularidade do Estado remunerada por taxa ou tarifa.
 Prevalece a concepção ampla, de modo que é o conceito de serviço público: “atividade prestacional,
titularizada, com ou sem exclusividade, pelo Estado, criada por lei, com o objetivo de atender as
necessidades coletivas, submetida ao regime predominantemente público”.
- (a) Elemento subjetivo: prestado pelo Estado ou por delegatários.
- (b) Elemento material: atividade que satisfaz os interesses da coletividade (prestacional, portanto).
- (c) Elemento formal: submetida ao regime de direito público.

Princípios dos serviços públicos

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Impõe a prestação ininterrupta do serviço público, tendo em vista o dever


Continuidade
do Estado de satisfazer e promover direitos fundamentais.
Igualdade / uniformidade Dever de prestar o serviço de maneira igualitária a todos os particulares.
Mutabilidade /atualidade Os serviços públicos devem se adaptar a evolução social e tecnológica.
Generalidade / Exige que a prestação do serviço público beneficie o maior número
universalidade possível de beneficiários.
O valor cobrado do usuário deve ser proporcional ao custo do respectivo
Modicidade
serviço.

Administração direta -
DESCONCENTRAÇÃO
Diretamente
Administração indireta -
DESCENTRALIZAÇÃO

Prestação de
serviços públicos Concessão comum
Concessões Administrativa
Concessão especial -
PPP
Indiretamente - Patrocinada
DELEGAÇÃO Permissões

Autorização

CONCESSÃO PERMISSÃO AUTORIZAÇÃO


Delegação (transferência apenas Delegação (transferência apenas da
Delegação
da execução) execução)
Apenas pessoa jurídica ou Pessoa Física ou Pessoa
Pessoa Física ou Pessoa Jurídica
consórcio de empresas Jurídica
Ato unilateral, discricionário,
Formalizada por contrato Formalizada por contrato
precário (sem necessidade de
administrativo administrativo
indenização).
Mediante licitação na
Qualquer modalidade licitatória Não precisa licitar
modalidade CONCORRÊNCIA

Art. 35. Extingue-se a concessão por:


I - advento do termo contratual;
II - encampação;
EXTINÇÃO DA III - caducidade;
CONCESSÃO IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do
titular, no caso de empresa individual.

#NÃOCONFUNDA:
Encampação Caducidade Rescisão Anulação
Fundamento Inadimplemento da Inadimplemento Vício originário
Interesse público
concessionária do concedente
Formalização Lei autorizativa e Processo administrativo Decisão Judicial Autotutela ou
decreto e decreto decisão judicial

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Indenização Indenização prévia Indenização eventual e Posterior Depende de quem


do concessionário posterior é o culpado

Concessão comum (Lei 8.987/95) Concessão especial – PPP (Lei 11.079/04)


Contraprestação do
Facultativa Obrigatória
parceiro público
Risco ordinário do
Risco do concessionário Repartição objetiva dos riscos
negócio
Valor mínimo Inexistente R$ 10.000.000,00 (novidade legislativa)
Determinado, contudo, não há Mínimo: 5 anos
Prazo
prazo mínimo ou máximo. Máximo: 35 anos
Objeto Serviços públicos Serviços públicos e/ou administrativos
 PPP patrocinada = Tarifa + orçamento
Tarifas (possíveis receitas  PPP administrativa = orçamento ou
Remuneração
alternativas) outras modalidades de contraprestação
estatal
Licitação Concorrência Concorrência
 PPPs que envolvem serviços públicos =
OBJETIVA
Objetiva
Responsabilidade civil  PPPs de serviços administrativos =
Estado responde subsidiariamente
SUBJETIVA
 Estado responde SOLIDARIAMENTE

PPP patrocinada PPP administrativa


Remuneração Tarifa + orçamento Remunerada integralmente pelo Estado (orçamento)
Apenas serviços públicos Serviços públicos ou administrativos (prestados ao
Objeto
Estado)

BENS PÚBLICOS

BENS PÚBLICOS
Uso
Bens destinados ao uso da coletividade em
comum do Não podem ser alienados.
geral (rios, praças...)
povo
Bens especialmente afetados aos serviços
CRITÉRIO DA De uso
administrativos e aos serviços públicos Não podem ser alienados.
AFETAÇÃO especial
(aeroportos, escolas e hospitais públicos...)
PÚBLICA
Bens públicos desafetados, ou seja, que Podem ser alienados na
NÃO são utilizados pela coletividade ou forma da lei (são os bens
Dominicais
para prestação de serviços administrativos públicos disponíveis ou de
e públicos. domínio privado do Estado)
Inalienabilidade relativa;
REGIME Impenhorabilidade;
JURÍDICO Imprescritibilidade;
Não onerabilidade.
AFETAÇÃO E Pode decorrer de: (i) lei; (ii) ato administrativo; (iii) fato administrativo
DESAFETAÇÃO

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AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO


É ato administrativo, É ato administrativo, É contrato administrativo
discricionário, precário, discricionário, precário, através do qual a
editado pelo Poder editado pelo Poder Público Administração Pública
USO Público para consentir para consentir que confere a pessoa
PRIVATIVO DE que determinada pessoa determinada pessoa utilize determinada o uso
BEM PÚBLICO utilize privativamente um privativamente um bem privativo de determinado
bem público. Há público. Há preponderância do bem público. Por ser
preponderância do interesse PÚBLICO e, por se contrato, PRECISA DE
interesse particular e, por tratar de ATO, NÃO precisa de LICITAÇÃO.
se tratar de ATO, NÃO licitação.
precisa de licitação.

A POSSE (e os seus vícios) tem caráter relativo (pode existir em face de um, e não existir em face de outro;
ser de boa fé em face de um e não o ser em face de outro; etc).
-Ocupação irregular de bem público (Info 551, STJ):
-Não há posse a ser oposta em face do estado, tratando-se de mera detenção.
-Sem direito há direito a indenização pelas acessões nem retenção pelas benfeitorias
realizadas, mesmo que estivesse de boa-fé (pois a “detenção de boa-fé” não produz esses
efeitos, mas apenas a posse).

-Ocupação (regular ou não) de bem público (Info 594 STJ):


-Um particular pode opor a posse em face de outro particular, manejando os interditos
possessórios;
-Isso não repercute na posição jurídica estatal analisada no item anterior, continua
podendo reaver o bem dos particulares.

-Ocupação irregular de bem de uso comum do povo: qualquer do povo tem legitimidade ativa para
ajuizar demanda visando resguardar o uso comum do bem, caso tal uso esteja sendo
violado/impedido (590, STJ).

LICITAÇÕES

De acordo com Justen Filho, “a licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e
por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção de proposta da contratação
mais vantajosa, com observância do princípio da Isonomia, conduzido por um órgão dotado de
competência específica”.

Obs.: Não confundir tipos de licitação com modalidades de licitação.

Proposta mais barata ou com melhores condições de


Menor Preço
pagamento;
Apresentação de índice técnico comparativamente mais
Melhor Técnica
elevado do que os demais;
Tipos de Licitação Proposta que resulta da média ponderada das notas
Técnica e Preço atribuídas aos fatores técnica e preço, valorados na
conformidade dos critérios editalícios;
Proposta ofertada em alienação de bens ou concessão de
Maior lance ou oferta
direito real de uso, sendo vencedora a mais volumosa.

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Concorrência
Tomada de Preços
Modalidades de Convite
Licitação Concurso
Leilão
Pregão

Tomada de
Convite Concorrência
Preços
150 mil reais até
Obras e serviços de Até 150 mil Acima de 1 milhão e
1 milhão e 500
engenharia reais 500 mil reais
mil reais

Outros bens e 80 mil reais até Acima de 650 mil


Até 80 mil reais
serviços 650 mil reais reais

10% do convite (15 mil reais e 08 mil reais) (art. 24, I e II).
Dispensável (art. Limite dobrado se o consórcio público tiver três entes.
24, I e II)
Limite triplicado se o consórcio público tiver mais de três
entes.
-20% do convite (30 mil reais e 16 mil reais)
Dispensável (art.
-Ter a literalidade do dispositivo como correta. Lembre-se
24, §1º - empresas
que as EP’s e as SEM’s agora são reguladas por norma
públicas,
própria e específica (Lei 13.303)
sociedades de
economia mista,
agências executivas
e consórcios
públicos)

Apontamentos importantes:

Ocorre quando a competição é viável, mas o legislador entendeu por


dispensá-la em algumas hipóteses. O rol é taxativo, diante da
liberalidade da lei. A lei prevê a possibilidade de licitação dispensada e
dispensável.
Dispensa
Dispensada: o administrador não tem liberdade para licitar, caso
queira. Rol específico do art. 17 da Lei nº 8.666.
Dispensável: o administrador pode licitar, caso queira. Rol do art. 24
da Lei nº 8.666.
A inexigibilidade trata da inviabilidade da competição, trazendo a lei
um rol exemplificativo em seu art. 25.
Para que a competição seja viável, necessita-se de três requisitos:
Inexigibilidade
• Pressuposto lógico: pluralidade de bens e de fornecedores do bem
ou do serviço.
• Pressuposto jurídico: a licitação deve proteger o interesse público;

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não é um fim em si mesmo.


• Pressuposto fático: deve existir interesse de mercado, isto é, da
desnecessidade de contratação específica.
A ausência de um desses pressupostos tornaria a competição inviável
e, por conseguinte, ensejando a inexigibilidade da licitação.
OBS: é vedada a inexigibilidade para serviços de divulgação e
publicidade.

 Principais destaques acerca da dispensa de licitação


Art. 24 (...)
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento
da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

#ATUALIDADES - Emergência fabricada: a situação de urgência pode ocorrer tanto em virtude de fatores
imprevisíveis quanto da desídia do administrador público em tomar as medidas necessárias. Nesse sentido,
havia uma discussão a respeito da possibilidade da “emergência fabricada” ensejar a dispensa da licitação.
De acordo com entendimento atual do TCU e STJ, NÃO se afigura necessária a demonstração de que a
emergência não decorreu de fatores de ordem subjetiva, relacionados à falta de planejamento
adequado, de desídia, de incúria ou de má gestão por parte do gestor público. Em ambos os casos –
emergência real ou “fabricada” -, contudo, é de rigor que a contratação direta cumpra os seguintes
requisitos, enumerados pelo TCU:
a) Existência de fundado risco de dano iminente, efetivo e gravoso;
b) Demonstração de que a contratação é o meio adequado para afastar este perigo concreto;
c) Insuficiência de tempo para observar o procedimento normal e rotineiro de solução da crise (por
exemplo, abertura de licitação) e consequente necessidade de atuação imediata e urgente da
Administração;
d) Limitação do objeto do contrato às obras, aos bens e aos serviços estritamente necessários à
eliminação do perigo concreto; e
e) Limitação da duração do contrato ao período suficiente para a observância do procedimento
normal e rotineiro de solução da crise (por exemplo, até o encerramento da licitação), não podendo
ultrapassar cento e oitenta dias a contar do surgimento da situação emergencial.
Obs.: nesses casos, é também importante buscar responsabilizar o agente público que deu causa à
emergência fabricada.

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida
sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
 Trata-se de licitação deserta.
 Não confundir com licitação fracassada, pois esta ocorre sempre que os licitantes comparecem à
realização do procedimento licitatório, todavia, todos os participantes são inabilitados (48, §3º), por
não se adequarem às normas legais, ou são todos desclassificados, em suas propostas. Normalmente,
a licitação fracassada enseja a necessidade de uma nova licitação.
(...)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994).

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• Essa hipótese de dispensa somente pode ser utilizada para contratações de entes da Administração
Indireta criados especialmente com a finalidade de contratar com o Poder Público. Ademais, prevalece o
entendimento segundo o qual a entidade administrativa deve pertencer à Administração Pública do ente
contratante.
• A pessoa jurídica de público interno, contudo, NÃO pode valer-se da autorização legal do inciso VIII
do art. 24 para contratar empresas públicas ou sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica. É que esses entes da Administração indireta estão insertos no meio concorrencial privado, não
podendo ser a eles disponibilizados benefícios não extensíveis às demais empresas integrantes do
mercado.
(...)
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o
preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão


contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas
condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
• Refere-se à situação em que já tenha ocorrido o início da execução do objeto. Na hipótese em que
houve vencedor no procedimento licitatório, porém este não assinou o contrato, não aceitou ou retirou o
termo equivalente, NÃO é possível a adjudicação direta, sob o fundamento da contratação de
remanescente. Nesse caso, a Administração poderá convocar os licitantes remanescentes, na forma do art.
64, §2º, para fazê-lo no lugar do vencedor.

#JURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO
O edital da licitação poderá exigir que a empresa a ser contratada tenha, em seu acervo técnico, um
profissional que já tenha conduzido serviço de engenharia similar àquele previsto para a licitação.
Além disso, o edital também poderá exigir que a própria empresa já tenha atuado em serviço similar.
STJ. 2ª Turma. RMS 39.883-MT, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 17/12/2013 (Info 533).

A Lei de Licitações não exige, para a realização da licitação, que haja disponibilidade financeira (dinheiro
em caixa), mas apenas a previsão (na lei orçamentária) dos recursos (Inf. 502, STJ)

A União detém competência para legislar sobre as normas gerais de licitação, podendo os Estados e
Municípios legislar sobre o tema para complementar as normas gerais e adaptá-las às suas realidades.
Assim, lei municipal pode proibir que os agentes políticos do município (e seus parentes) mantenham
contrato com o Poder Público municipal.
STF. 2ª Turma. RE 423560/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 29/5/2012 (Info 668).

Anulação e Revogação de Licitação

-A Licitação deverá ser anulada na hipótese de vício jurídico:


-Deve-se respeitar o contraditório e ampla defesa (“CAD”) do interessado.
-CAD é dispensado quando a licitação ainda não foi finalizada, pois não há
direito a ser prejudicado, mas mera expectativa (STJ).
-Antes da assinatura/início do contrato:
Anulação -Não há dever de indenizar.
-Após a assinatura ou início da execução do contrato:
-Nulidade do contrato também.
-Deve Indenizar apenas os danos emergentes do contratado (mas não os
lucros cessantes).
-Se o contratado foi o culpado da ilegalidade, não indeniza nada e ainda

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responsabiliza pelos prejuízos sofridos.


-A Licitação poderá ser revogada por:
-Interesse Público decorrente de fato superveniente
-O Adjudicatário não comparecer ou recusar-se a assinar o contrato
-Depois de assinado o contrato: não pode mais revogar a licitação, mas apenas
rescindir o contrato.
-Também deve respeitar o CAD do intentado, salvo se ainda não finalizada a licitação,
pois não há direito a ser resguardado, mas mera expectativa (STJ)
-Indenização
Revogação
-Tradicionalmente, não há o dever de indenizar (a lei 8.666/93 não menciona
isso no art. 49, §único), posto que a participação em licitação confere apenas
expectativa de direito.
-Haveria dever de indenizar se a revogação for ilícita (não atender os
pressupostos de cabimento) – art. 37, §6º, CF.
-A adjudicação
-Não confere direito subjetivo do adjudicatário à assinatura do contrato, mas
apenas garante que, se o contrato for assinado, será com ele.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

- Conceito de Contrato Administrativo: A Lei n.º 8.666/93 os definiu como sendo todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades
para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
 Além da presença da Administração Pública como uma das partes, os contratos administrativos
apresentam como característica marcante a presença das chamadas cláusulas exorbitantes, que
conferem prerrogativas ao Poder Público, colocando-o em posição de supremacia perante o
contratado.
 Não confundir contrato administrativo com contrato da Administração. Esse último representa
também os ajustes firmados pelo Poder Público em que ele se coloca em pé de igualdade com o
particular.
 Principais características: consensuais, formais (excepcionalmente, admite-se contrato verbal na
forma do art. 60, parágrafo único da Lei nº. 8.666), onerosos, comutativos, de adesão,
personalíssimos e com a presença de cláusulas exorbitantes.

Cláusulas Exorbitantes
Somente no que tange às cláusulas regulamentares ou de serviço. Cláusulas
econômico-financeiras não podem ser alteradas unilateralmente
Qualitativa: permite-se a modificação do projeto ou de suas especificações para
melhor adequação técnica.
Alteração unilateral
do contrato Quantitativa: o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou
compras, até 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% para os seus
acréscimos.
Inadimplemento com culpa
Rescisão Unilateral Inadimplemento sem culpa
do Contrato Razões de interesse público (equivaleria a “revogação” de um ato/procedimento)
-Art. 79, §2º: indeniza pelo prejuízo que houver sofrido (danos emergentes

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apenas, portanto).
-Também a doutrina, por conta do dispositivo, costuma limitar a
indenização aos danos emergentes.
-Mas atenção ao julgado: a rescisão do contrato administrativo por ato
unilateral da Administração Pública, sob justificativa de interesse público,
impõe ao contratante a obrigação de indenizar o contratado pelos
prejuízos daí decorrentes, como tais considerados, não apenas os danos
emergentes, mas também os lucros cessantes. 2. Recurso especial não
provido. - REsp 1232571/MA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/03/2011, DJe 31/03/2011)
Caso fortuito ou força maior
-OBS: neste caso a Administração Pública também indeniza o particular
pelos prejuízos e pelo que já houver executado.
-Há muitas críticas doutrinárias, pois a Administração Pública assumiu
sozinha o risco.
Obs.: A rescisão unilateral é cláusula exorbitante e só se aplica à Administração
Pública. Se o ente estatal for inadimplente, por mais de 90 dias, o particular pode
SUSPENDER A EXECUÇÃO do contrato (exceção de contrato não cumprido),
conforme disposição do art. 78, XV da Lei 8666/93. Para haver rescisão do
contrato, por iniciativa do particular, em virtude do inadimplemento do estado,
necessária decisão judicial.
A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a
Poder de fiscalização
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a
essa atribuição (art. 67).
Advertência
Multa
Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos.
Obs.: existe divergência acerca da abrangência dessa penalidade, se no âmbito
interno apenas ou de todos os entes federativos. Parte da doutrina entende que se
aplica apenas no âmbito interno, mas há entendimento do STJ que se aplica de
Aplicação de forma geral à Administração Pública direta e indireta da União, Estados e
Penalidades Municípios.
Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade,
que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no
inciso anterior. Aplica-se de forma ampla à União, Estados e Municípios, na
esfera direta e indireta.
Outros temas afetos a Alteração ou Extinção do contrato
A anulação de contrato administrativo opera efeitos retroativos, impedindo as
consequências jurídicas que, ordinariamente, deveriam ser produzidas, além de
desconstituir os atos já produzidos (art. 59 da Lei n.º 8.666/93).
Anulação
Se a ilegalidade for imputável à administração, há dever de indenizar o contratado
pelos prejuízos sofridos e pela parte já executada (danos emergentes apenas), sob
pena de enriquecimento ilícito.
Relacionada a contrato de delegação de serviço público.
Retomada do objeto Busca assegurar a continuidade da execução do contrato, sempre que sua
paralisação puder ocasionar prejuízo ao interesse público ou prejudicar serviço

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público essencial (Princípio da Continuidade do Serviço Público).


Relacionada a contrato de delegação de serviço público.
Geralmente ocorre durante o curso do procedimento administrativo que averigua
o descumprimento contratual, que, por sua vez, poderá culminar na rescisão do
Ocupação temporária
ajuste. Se ocorrer a rescisão do contrato, poderá se operar a reversão dos bens
indispensáveis ao serviço. A fiscalização ou acompanhamento não exclui a
responsabilidade do contratado pelos danos ocorridos na execução do contrato.
Álea ordinária: é o risco comum a todo tipo de negócio, previsíveis, pelos quais o
particular responde.
Poder de alteração unilateral: a Administração deve restabelecer
o equilíbrio voluntariamente.
Fato do príncipe: representa um ato da Administração que,
embora não diretamente relacionado com contrato, repercute
indiretamente sobre ele. A Administração responde pelo
desequilíbrio ocorrido. Quaisquer tributos ou encargos legais
criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de
disposições legais, quando ocorridas APÓS a data da
Álea apresentação da proposta, se comprovada repercussão nos
administrativa preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou
para menos, conforme o caso.
Mutabilidade Fato da administração: é a conduta ou comportamento da
Administração que, incidindo diretamente sobre o contrato,
torne impossível, para o contratante particular, a execução do
contrato. Nesse caso, a Administração responde pelo
desequilíbrio ocorrido. De acordo com o art. 78, incisos XIII e XI,
pode ser requerida a rescisão amigável ou judicial pelo
contratante particular.
Álea econômica: são circunstâncias externas ao contrato, estranhas à vontade das
partes, imprevisíveis, excepcionais e inevitáveis que causam grande desequilíbrio
no contrato, de modo a ensejar a aplicação da teoria da imprevisão.
Enseja:
-Alteração: revisão das cláusulas econômico-financeiras, a fim de
reestabelecer o reequilíbrio.
-Rescisão: a administração pode optar por rescindir o contrato.

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