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Técnica dé Guia dé
Turismo
MÓDULOS
GUIA?
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ORIGEM E EVOLUÇÃO DO TURISMO
Nas origens da humanidade, a viagem estava unida ao comércio, à procura de bens para a
subsistência, à necessidade de melhorar as condições de vida, aos desejos políticos de expansão
territorial e aos desejos de descanso e saúde que moviam as classes privilegiadas aos centros
termais (MONTEJANO, 2001).
Segundo o escritor grego Heródoto, que pode ser considerado um dos primeiros viajantes da
história, para acomodar os viajantes que se deslocavam tanto por negócios como por prazer são
criados e desenvolvidos centros de acolhimento e de atenção nos principais caminhos e cidades. O
autor também afirma que as cruzadas geraram grande movimento de viajantes pela Europa
medieval (soldados, peregrinos e mercadores (MONTEJANO, 2001).
A idade clássica do turismo, que se prolonga até ao século XVIII, caracteriza-se pelo fato das viagens
serem individuais e se realizarem, predominantemente, por necessidades fundamentais como o
comércio, as peregrinações religiosas, a saúde ou por razões políticas e de estudo. As mais célebres
viagens por motivo religioso eram as que se dirigiam a Santiago de Compostela, na Espanha;
Canterbury, na Inglaterra; à Terra Santa, na Palestina e à Meca, na Arábia.
Na idade moderna, os diplomatas, estudantes e membros de famílias ricas Inglesas faziam a Grand
Tour (viagem de três anos, pela Europa, com paragens obrigatórias em Paris, Florença, Roma ou
Veneza). Muitos dos grandes escritores da época dedicam alguns dos seus livros às viagens
(Montesquieu “Lettres Persanes, Goethe “Viagem à Itália”, Stendhal “Mémoires d’un Touriste”,
Victor Hugo “Le Rhin”).
Thomas Cook inventou o turismo organizado. A primeira viagem organizada foi num comboio
alugado por Thomas Cook, entre Leicester e Loughborough, destinada aos participantes de um
congresso de médicos. As viagens organizadas de Thomas Cook marcaram uma das mais
importantes etapas na história do turismo e estão na origem do turismo dos nossos dias.
A atividade turística pode ser compreendida como uma atividade complexa que se originou pela
necessidade de deslocamento das populações dentro do espaço físico mundial por diversos
motivos. O turismo se tornou um verdadeiro fenômeno de massa a partir dos anos 50 do século XX,
acessível às classes médias dos países desenvolvidos e, algum tempo depois, também às classes
mais favorecidas dos países em desenvolvimento. Hoje o turismo é bastante acessível a várias
camadas da população através de pacotes, financiamentos e empresas que operam com baixo custo
(MOTA, 2007).
A expansão do fenômeno do Turismo está diretamente ligada ao progresso econômico, à
concentração urbana, às facilidades de comunicação e ao desenvolvimento dos transportes, dando
um posicionamento de destaque à atividade, que passou a ser objeto de atenção pública e privada
devido a sua importância ecológica, cultural, política e socioeconômica. Passou-se a tratar o turismo
de forma mais profissional e científica. Várias ciências fizeram da atividade turística um objeto de
estudo e agora o próprio turismo vem se desenvolvendo no meio acadêmico, com cursos, estudos e
pesquisas científicas, o que contribui para o seu desenvolvimento de forma mais planejada e
sustentável (MOTA, 2007).
É importante unir um bom grupo de especialistas para dar inicio ao trabalho de planejamento,
onde, irão estudar e diagnosticar toda a região, descobrindo o que há de errado e de correto. Assim
pode-se trabalhar, realizando melhorias no que está ruim e melhorar ainda mais o que está certo.
Também é muito importante a participação de todas as classes existentes na localidade, tais como:
trade turístico, empresários, classe organizada seja governamental ou não, pessoas comuns, quer
dizer, toda a população precisa participar do processo de planejamento turístico, assim o
desenvolvimento tende a ser mais equilibrado.
De um ponto de vista conceitual, podemos pensar em turismo como”as atividades das pessoas que
viajam ou permanecem em lugares que não o seu ambiente normal por não mais do que um ano
consecutivo, por lazer, trabalho ou outras razões”(WTO, 1994).
Não sendo uma definição técnica rigorosa, transmite a natureza essencial do turismo, ou seja:
–1. O turismo surge de um movimento de pessoas para lugares e destinações diversas, bem como
de sua estada neles.
–2. Há dois elementos no turismo – a viagem até à destinação e a estada nessa destinação (incluindo
atividades)
–3. A viagem e a estada acontecem fora do ambiente ou local normal de residência e trabalho, de
forma que o turismo faz surgir atividades diferentes daquelas das populações residentes e que
trabalham nos locais nos quais os turistas viajam e permanecem
–4. O movimento para a destinação é temporário e tem caráter de curto prazo – a intenção éde
retornar dentro de alguns dias, semanas ou meses.
–1. Período de estada mínimo – uma noite (visitantes que não permanecem uma noite são
chamados de visitantes de um dia ou excursionistas).
–4. Uma avaliação de distância éincluída ás vezes, para delinear o termo “ambiente normal”– a
recomendação da Organização Mundial de Turismo é de 160 Km.
Do ponto de vista técnico, émais difícil conceituar oferta, uma vez que no espectro das empresas
turísticas, existem aquelas totalmente dedicadas a servir aos turistas, e as que servem também aos
residentes locais e a outros mercados.
–1. Empresas que não sobrevivem sem o turismo (Companhias aéreas, hotéis, parques
nacionais…)
–2. Empresas que sobreviveriam sem o turismo, mas de uma forma condicionada. (táxis,
restaurantes, atrações locais)
Variável Socioeconómica:
• 1. Idade-Coleta de dados por ano. Pode ser conveniente resumir por grupos de idade
• 6. Renda Anual: Este é um tema especialmente delicado. Devem utilizar-se categorias de renda,
para evitar constrangimentos e receios de se informar o verdadeiro nível de renda. A renda familiar
é, muitas vezes, a forma mais relevante de medida de renda.
• 7. Composição familiar: Esta pode ser uma variável de importância fulcral, se os propósitos do
estudo incluírem alguma análise do efeito da composição do grupo viajante no comportamento em
viagens.
–Pai solteiro
–Mãe solteira
7. Composição do grupo: Esta variável estáintimamente relacionada àanterior, para muitos grupos
em viagem. Os níveis incluem:
–Grupo organizado
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–Um casal
–Outros
• Variável de Viagem:
• 2. Duração da Viagem: Dias e noites são utilizados como unidades de medida. O número de noites
é geralmente um a menos do que o número de dias, um fim de semana de 3 dias, dura 2 noites.
Mede-se o número real de dias e de noites, até uma semana. Períodos maiores que uma semana são,
muitas vezes medidos na forma de intervalos, por exemplo 8 na 15 dias (7 a 14 noites).
• 3. Distância da viagem: Deve ser baseada em parte na distância porta a porta. Uma classificação
possível seria:
4. Motivo da viagem: São usadas classificações muito simples, tais como trabalho e lazer. Esta
dicotomia éno entanto simplista demais. Classificações mais precisas incluem:
–C. recreação/férias
–D. turismo/passeios
–H. compras
Como muitas viagens envolvem mais de um motivo, pode ser útil especificar o motivo básico
• 5. Meio de transporte:
–D. trem
–H. barco/navio
Algumas viagens envolvem meios múltiplos, como por exemplo a combinação de um vôo
comercial com um carro de aluguel. Essas combinações devem ser especificadas.
• 6. Despesas:
–A. Transporte
–B. hospedagens
–C. resorts
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–D. campings
–E. albergues
–I. pousadas
–L. outras
Diversos são os fatores que podem comprometer o produto final, os quais são: a inadequação de
infra-estruturas, desqualificação da mão-de-obra, indisponibilidade e má qualidade dos atrativos,
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falta de equipamentos de apoio, dificuldade de transportes e telecomunicações e outros. Portanto,
cada elo da cadeia produtiva do turismo deve prezar pela qualidade de seus produtos e serviços,
devendo-se ainda está em consonância e harmonia com os outros elos, visto que qualquer alteração
em um dos elos repercutirá em toda a cadeia, comprometendo assim a qualidade e a
competitividade do produto final que é o turismo.
Por atrativos entendem-se todos os produtos capazes de atrair os turistas, os quais são divididos
em atrativos naturais, histórico-culturais, todas as manifestações e usos tradicionais e populares,
acontecimentos programados (eventos).
No elo dos transportes encontram-se todas as formas de transportes para que se tenha
acessibilidade aos atrativos, onde se consideram os transportes aquáticos, terrestres e aéreos.
Nos elos de hospedagem e alimentação são considerados os hotéis, pousadas, albergues, motéis,
restaurantes, bares, lanchonetes, e outros.
Os serviços de base para o turismo são todos os serviços a disposição para atender o turista:
telecomunicações, segurança, saúde, entre outros. Por fim, a ligação da comercialização é
considerado aquele que irá colocar o produto turístico à venda no mercado, os quais estão inseridos
as agências de viagens, as operadoras, vendedores, etc.
ATENDENDO AO TELEFONE:
Responder sempre antes da terceira chamada;
Atenda identificando o nome da empresa com uma cordial saudação. NÃO DIGA “ALÔ”;
Use o telefone para conversas curtas e relacionadas aos serviços;
Sorria, mesmo quando ao telefone, as pessoas realmente percebem isso do outro lado da
linha;
O AMBIENTE PROFISSIONAL
“Para ser uma experiência, a viagem precisa superar a banalidade, os aspectos triviais,
estereotipados e convencionais e estruturar-se como uma experiência que nasça da riqueza
pessoal do viajante em busca de momentos e lugares que enriqueçam sua história.”
“A humanidade chegou a um estágio em que poucas coisas simples lhe interessam. O que a
grande maioria das pessoas busca é algo marcante, diferente, que fuja do senso comum e da
vidinha simples ‟que se desenha na correria do dia a dia”.
“Fotografar parece algo quase imperativo para quem viaja. Contudo, mais que uma obrigação, o
fotógrafo-turista tem outra característica peculiar: gosta de ver, fotografar e ser visto
fotografando como um flaneur”.
“O turista não quer mais ser um expectador passivo em sua viagem; ele quer vivenciar
sensações. Basta de fotos ou filmes de recordações de paisagens, monumentos ou pontos turísticos
apenas com registo de presença.
O turista de hoje quer ter a sensação de que viveu um momento único, marcante, inesquecível!
“Para que haja produtos e serviços com experiências inesquecíveis, é necessária apresença de
quatro fatores: educação, permitindo aprender algo; entretenimento, oferecendo diversão; estética,
obtendo acuidade visual; e evasão, conduzindo à perda de noção de tempo”.
“Para além dos aspectos técnicos [cultivo e preparo] e biológicos [degustação e digestão], a
gastronomia é entendida como o estudo das relações entre cultura e alimentação, incluindo
osconhecimentos das técnicas culinárias, dopreparo, da combinação e da degustação de alimentos e
bebidas, e ainda dos aspectos simbólicos e subjetivos que influenciam a alimentação humana”.
“O mundo do turismo e das viagens é um universo mágico, cheio de surpresas, carregado de sonhos,
fantasias e sensações indescritíveis, impossíveis de serem reproduzidas materialmente e que,
muitas vezes, só podem ser descritas em histórias. Algumas com final feliz e outras nem tanto”.
“Infere-se uma reorientação da experiência turística, trocando a massificação por uma vivência
autêntica, mais próxima da realidade local (tanto da comunidade, quanto dos espaços, significados
por seus usos tradicionais). Reside aí a essência o turismo comunitário, prática da visitação 14
intencional à ‘alma’ do lugar e das pessoas que o habitam”.
CAPITULO 2.
O GUIA?
• O Guia além de informar o turista sobre os atrativos, e mediador o contato deste com os mesmo,
detém ainda outras funções voltadas para sustentabilidade local, sendo agente responsável pela
valorização da cultura, respeitador da identidade e preservador do meio ambiente.
O guia também é visto, em linhas gerais como a pessoa ou profissional que acompanha turistas,
viajantes, etc., chamandolhes a atenção para o caminho por onde seguem e dando informações
sobre ele e sobre as obras-de-arte, edificações, ou coisas importantes com que vão deparando
(FERREIRA, 1988, p.333).
Sobre a função e importância dos Guias de Turismo, destaca-se tal profissional como mediador,
entre os locais e visitantes, daí a sua importância. Através das suas visitas guiadas constroem o
olhar do turista e “localizam” o destino de modo a construir o exótico, um verdadeiro folclore em
relação ao atrativo.
• Eles apresentam a janela do destino turístico, passam bastante tempo com os turistas e são os
representantes da cultura local. Eles vendem imagens, conhecimentos, contatos, souvenirs, acesso,
autenticidade, ideologia. (PEREZ 2009, p. 42)
RECEBIMENTO DE GRUPOS:
Picazo citado por Chimenti e Tavares (2007, p. 19) bem aponta sobre a conceituação de Guia de
Turismo:
Etapas operacionais:
2. Processo de preparação
7. Processo de venda
1. Concepção Inicial
Fatores determinantes da
viabilidade do produto: oferta
Atratividade
da(s
) localidade(s);
Disponibilidade de
dados sobre a oferta turística;
Oferta de alojamento
durante todos os meses;
adequado (acesso);
Sistema de transporte
Flexibilidade de fornecedores (prazos);
2. Processo de Preparação
escolher os atrativos que vão compor o roteiro ou serão ofertados como opcionais;
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definir os dias e horários mais convenientes a serem cumpridos;
Serviços de alimentação (só alojamento, café da manhã, meia pensão, pensão completa);
Bloqueios e cancelamentos;
Período de temporada;
Reclamações.
Avaliar criteriosamente
Capacidade;
Tipo de equipamento;
Manutenção e conservação;
Segurança;
Serviço de bordo;
Referências comerciais;
Rota.
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3. Contatos comerciais e contratações - serviços receptivos
serviços de guias;
traslados;
alimentos e bebidas;
acordos e parcerias;
reservas em entretenimentos.
Gastos de Produção
Gastos diretos: diretamente relacionados ao pacote turístico: desembolsos feitos para pagar
os componentes do pacote.
Gastos indiretos estrutura geral da operadora turística: salários, aluguéis, energia elétrica,
manutenção, marketing, entre outros.
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Gastos do pacote turístico Diretos Indiretos
Cálculo do Lucro
o lucro desejado;
Gastos
Nível de
Produção Gastos Gastos Gastos
No. de Indiretos Vendas/Receita Prejuízo/Lucr
Lugares Diret Diret Diret s o
% os Fixos os Variáveis os Total
Fixos
Proporciona
0 0 14 8 0 8 0 (22)
25 10 14 8 4 12 15 (11)
50 20 14 8 8 16 30 0
75 30 14 8 12 20 45 11
100 40 14 8 16 24 60 22
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1.TERMINOLOGIA DO TURISMO ASAP – as soon as possible (tão logo
possível)
Alguns termos e expressões
frequentemente utilizadas no exterior ATT, ATTN – Attention (em atenção de)
luxo
CIP – Comercial Important Person
DEPARTURE – partida, decolagem
CITY TOUR - excursão de visita aos
DINNER – jantar
atrativos de uma cidade;
DOUBLE ROOM – apartamento duplo
CLD – cancelado, fechado CNL, CXL;
DRAFT – calado do navio (submerso);
DOUBLE-BED - cama de casal;
DRIVER – motorista;
EXCURSÃO – “TOUR” com duração inferior
a 24 horas; DROP OFF – parada para deixar alguém
em algum lugar;
COMPLIMENTARY – cortesia;
FIRST CLASS – primeira classe (F) INF – infant (criança até dois anos)
FLY & DRIVE – trecho aéreo + locação de INTERLINE – comunicação entre comp.
automóvel Aéreas
FROM – de
A ALFA N NOVEMBER
B BRAVO O OSCAR
8
C CHARLES P PAPA
D DELTA O QUEBEC
E ECHO R ROMEO
F FOX S SIERRA
G GOLF T TANGO
H HOTEL U UNIFORM
I INDIA V VICTOR
J JULLIET W WHISKY
K KILO X X-RAY
L LIMA Y YANKEE
M MIKE Z ZULU
Fonte da maior parte dos dados: DOMINGUES, Celestino Dicionário Técnico de Turismo Lisboa
Publicações Dom Quixote 1990.
Chimenti, Adriana Menezes Tavares.São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.
http://www.sindgturdf.com.br/profissao.php acesso
em 05 set 2013.
CARBONE, Pedro Paulo; BRANDÃO, Hugo Pena; LEITE, João Batista Diniz; VILHENA,
Suzana
Marina Valle Lima (org.) Mudança Organizacional. Teoria e gestão. Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, 2003.
teórica. In: PANOSSO NETTO, Alexandre, TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Reflexões sobre
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um novo turismo: política, ciência e sociedade. São Paulo: ALEPH, 2003, p. 57-86.
TANGUY, Lucie e ROPÉ, Françoise. Saberes e Competências. O uso de tais noções na escola e na
empresa. Campinas, SP: Papirus, 2003.
TOMELIN, Carlos Alberto. Mercado de agências de viagens e turismo. São Paulo: Aleph,
2001.