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LETRAS – EAD

RAUL ELIAS ARRUDA

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Portfólio 2 Ciclo 3

CAMPINAS
2019
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RAUL ELIAS ARRUDA

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Portfólio 2 Ciclo 3

Trabalho apresentado no curso de


graduação em Letras – EAD pelo
Centro Universitário Claretiano.

Orientador(a): Profª Eliane


Aparecida Piza Candido.

CAMPINAS
2019
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1. INTRODUÇÃO

O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, elaborado por Vygotsky em Mind


in Society (1978), explora as relações entre educação e desenvolvimento. É frequentemente
associado à distância existente entre o nível de desenvolvimento real e o nível de
desenvolvimento potencial de aprendizagem. Para possibilitar o entendimento da educação
além da escolarização formal, é preciso considerar as múltiplas interações sociais possíveis no
mundo. Seja uma interação formal/informal, cognitivo/afetiva. E como a maneira de pensar
ou agir diante de diferentes situações pode mudar de acordo com a interação que precede,
desenvolvendo diferentes domínios (FRADE; MEIRA, 2012).
O presente trabalho, tem como objetivo apresentar o conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal de maneira sucinta, e também apresentar uma situação observada
em que se fez presente, concluindo de maneira crítica sobre a importância dos conceitos de
Vygotsky na educação e na formação do curso de Letras.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal:

Para a Psicologia da Educação, o Conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, é


uma das maiores contribuições do soviético Lev Semionovitch Vygotsky (1896-1924). Essa
consiste na maneira como se compreendeu a relação entre aprendizagem e desenvolvimento.
Neste sentido, Vygotsky considera que o desenvolvimento e a aprendizagem relacionam-se
desde o nascimento da criança, isto é, a constituição do sujeito é um movimento dialético
entre aprendizagem e desenvolvimento (ZANELLA, 1994).
Para Mondin (1998, p. 8), o homem não entra neste mundo como uma obra
inteiramente completa, totalmente definida, mas principalmente como um projeto aberto, a ser
definido, a ser realizado [...].
Assim como propôs Martins (2009, p. 14), o ser humano é um todo, um ser integral
cuja existência é constituída por todas as suas dimensões, na relação contínua consigo mesmo,
com o outro, com o mundo e com a transcendência. O que se relaciona diretamente à
importância do mediador e das experiências direcionadas e estimuladas. Pois além das
interações cotidianas e não programadas, pode-se esperar muito além quando uma atividade é
mediada para alcançar resultados além daquele momento.
Para a época, as proposições de Vygotsky destoavam das concepções vigentes:
ambientalistas, que por não conseguirem estudar objetivamente a consciência, atribuíam o
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desenvolvimento do indivíduo às determinações do meio; e inatistas, que consideravam que a


maturação seria o motor da evolução humana, considerando que o meio exercia um papel
secundário (ZANELLA, 1994).
A inter-relação do desenvolvimento/instrução e as conquistas ontogenéticas se
dividem em dois níveis de compreensão: o primeiro é o nível de desenvolvimento real
(atividades que a criança consegue resolver sozinha) e o nível de desenvolvimento potencial
(atividades que precisam de auxílio, sejam de um adulto ou de uma criança mais experiente).
Para compreender o espaço entre esses dois níveis, estabeleceu-se a Zona de
Desenvolvimento Proximal, sendo que essa define aquelas funções que ainda não
amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que
estão, presentemente, em estado embrionário (VYGOTSKY, 1984, p. 97).
Para que Vigotsky pudesse estabelecer essa equiparação do nível do quociente
intelectual, foram aplicados testes de inteligência em crianças, constatando-se que ambas
conseguiam resolver sozinhas os mesmos problemas. Em contrapartida, após a interação com
essas crianças e propor-lhes exercícios mais complexos, foi possível a realização dos mesmos
com a ajuda devida. Indicando um quociente mental superior de algumas crianças sob as de
outras que, sob as mesmas orientações não conseguiam solucionar os mesmos problemas.

2.2. Descrição da Atividade de Observação de Aprendizagem por Mediação

Para a realização da atividade, participaram 2 crianças e 1 mediador. As idades eram


de 3 anos e 7 meses e 4 anos e 10 meses. Ambos do sexo masculino e de convivência diária
apesar de não serem irmãos. O mediador do sexo masculino sugeriu que as duas crianças se
sentassem à mesa para desenhá-lo, o mediador fez uma pose para que pudesse ser retratado.
A criança com menos idade o desenhou com os olhos, barba, boca, e o cabelo sem
muitos detalhes. A criança com mais idade desenhou os olhos, barba, boca, os óculos e o
cabelo com mais detalhes. Esse é o conhecimento real de cada criança. Então o mediador
elogiou os desenhos e sugeriu que fizessem um segundo desenho, agora em outra pose.
O resultado foi que, a criança com menos idade adicionou mais detalhes ao cabelo e se
lembrou dos óculos e a mais velha teve a oportunidade de se atentar a detalhes que havia
esquecido anteriormente, como o bigode, sobrancelha e orelha. Caracterizando o
conhecimento potencial.
Apesar do mediador não sugerir a maneira de como o desenho seria feito, ele propôs
uma nova chance de desenhar e identificar mais detalhes para a criança maior, sendo essa
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também mediadora, pois por meio do seu exemplo a criança menor se atentou aos detalhes
que deixou passar.

3. CONCLUSÃO

Embora a literatura já ofereça muitas aplicações práticas das teses gerais de Vygotsky
sobre os processos de desenvolvimento humano, essas precisam ser sempre reavaliadas sobre
a necessidade de considerar as singularidades dos indivíduos, para que se possa entender a
Zona de Desenvolvimento Proximal a ser desenvolvida. Dizendo assim, que cada atividade
terá uma resposta, mas que principalmente as particularidades do grupo ou criança trabalhada
devem ser consideradas. Partindo então de que o trabalho na cognição não pode ser exato,
pois lida com situações que não são absolutas e imutáveis.
Para o educador, é imprescindível ser mediador e, além de identificar àquilo que é
natural (desenvolvimento real), é necessário aplicar situações e atividades que explorem a
evolução no conhecimento (desenvolvimento potencial). O árduo trabalho do educador em
não apenas evoluir o grupo mas também o indivíduo, fazendo o acompanhamento contínuo
das respostas das atividades aplicadas.
Assim como no exemplo observado, é preciso que os educadores compreendam a
importância dos conceitos de Vigotsky para a educação, aplicando seus conceitos de acordo
com a possível realidade.
Como aluno de Letras, posso afirmar que apesar de ser estimulado a ler, compreender
e interpretar o conteúdo, graças aos portfólios e questões, é possível pensar criticamente sobre
os conteúdos e não apenas tomar conhecimento. Indo além do esperado e utilizando como
ferramenta para a maneira de enxergar os conteúdos e também perpetuar conhecimento ao
lecionar.
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4. REFERÊNCIAS

FRADE, C; MEIRA, L. Interdisciplinaridade na Escola: Subsídios para uma Zona de


Desenvolvimento Proximal Como Espaço Simbólico. v.28, n.1, p.371-394. Educação em
Revista: Belo Horizonte, 2012.

MARTINS, A. A. É importante a espiritualidade no mundo da saúde?. Paulus: São Paulo,


2009.

MONDIN, B. Definição filosófica da pessoa humana. EDUSC: Bauru, 1998.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Martins Fontes: São Paulo, 1987.

ZANELLA, A. V. Zona de desenvolvimento proximal: análise teórica de um conceito em


algumas situações variadas. Temas psicol., v.2, n.2, p.97-110. Ribeirão Preto, 1994.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X1994000200011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 maio 2019.

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