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FAEL
Carta ao aluno | 5
Gabarito | 163
Referências | 173
Carta ao aluno
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1
Introdução e
desenvolvimento
da auditoria
Rodrigo Otávio das Chagas Lima
Isso significa dizer que se deve planejar: “voltar os olhos para o futuro, ou
seja, trata-se de definir hoje que resultados devem ser alcançados no futuro e
de que forma. A essência desse ato é a tomada de decisões” (BIO, 1988, p. 39).
Este processo, de se preparar hoje para o futuro, sofre interferências de
diversas forças do mercado, criando novas orientações que forçam a empresa a
realizar permanentemente adaptações e ajustes, a fim de concretizar sua mis-
são e atingir seus objetivos. Dessa forma, as empresas devem elaborar e rever
constantemente seu planejamento, seja estratégico ou operacional.
O planejamento estratégico “É o planejamento mais básico e de maior
alcance que os gerentes fazem para uma empresa. Os resultados do planejamento
estratégico incluem objetivos organizacionais” (HAMPTON, 1983, p. 164).
Para que a empresa atinja seus objetivos organizacionais, ela deve ser
eficaz em sua gestão, sendo que para atingir tal estágio se faz necessário o
desenvolvimento de ações eficientes e eficazes.
A eficiência operacional, que é produzir maximizando a utilização dos
recursos internos pro-porcionando maior produtividade, não é o único requi-
sito necessário para que a empresa seja competitiva. A eficácia operacional é
um pressuposto, visto que, se a empresa não possuir um mínimo de eficá-
cia operacional, que é ter seus produtos e serviços valorizados pelos clientes,
não será competitiva e estará sucumbindo diante da concorrência (CHAGAS
LIMA, 2000, p. 8).
Dessa forma, pode-se afirmar que para a empresa ser competitiva deverá
ter efetividade, ou seja, tanto ser eficiente como eficaz. É por meio da estra-
tégia empresarial adequada que se dará a criação da vantagem competitiva
permitindo à empresa sobreviver à concorrência.
Tanto a eficácia operacional como a estratégia são essenciais para o
desempenho superior que, afinal, é o objetivo primordial de todas
as empresas. Uma empresa só é capaz de superar em desempenho
os concorrentes se conseguir estabelecer uma diferenciação preservá-
vel. Ela precisa proporcionar maior valor aos clientes ou gerar valores
comparáveis a um custo mais baixo, ou ambos. Daí decorre a aritmé-
tica da rentabilidade superior, em que o fornecimento de maior valor
permite à empresa cobrar preços unitários médios mais elevados; a
maior eficiência resulta em custos unitários mais baixos. (PORTER,
1996, p. 47)
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Introdução e desenvolvimento da auditoria
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e desenvolvimento da auditoria
1.2.2 Classificação
A classificação mais utilizada para diferenciar os tipos de auditoria é
dividi-la em interna e externa.
1.3 Histórico
O surgimento da auditoria está vinculado à necessidade da verificação,
por parte dos proprietários e investidores, quanto à capacidade econômi-
co-financeira das empresas para as quais foram direcionados seus capitais.
Ela verifica se as informações apresentadas, que permitem a verificação dessa
capacidade por parte dos usuários, estão corretas. Após a harmonização das
normas contábeis às internacionais, o auditor tem de avaliar se existem indí-
cios de não continuidade das operações, com o intuito de avaliar se a empresa
precisa adequar a mensuração de itens do seu patrimônio (a informação de
operações em descontinuidade é apresentada e mensurada de forma distinta).
A origem do termo auditor em português, muito embora per-
feitamente representado pela origem latina (aquele que ouve, o
ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (exami-
nar, ajustar, corrigir, certificar). Segundo se tem notícias, a ativi-
dade de auditoria é originária da Inglaterra que, como domina-
dora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado
a disseminação de investimentos em diversos locais e países e,
por consequência, o exame dos investimentos mantidos naqueles
locais. (ATTIE, 1998, p. 27)
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Introdução e desenvolvimento da auditoria
de auditoria;
1314 Criação do cargo de auditor no
Tesouro da Inglaterra;
1559 Sistematização e estabelecimento
da auditoria dos pagamentos a
servidores públicos pela Rainha
Elizabeth I;
1880 Criação da Associação dos
Contadores Públicos Certificados
(Inglaterra);
1886 Criação da Associação dos
Contadores Públicos Certificados
(AICPA), nos EUA;
1894 Criação do Instituto Holandês de
Contadores Públicos;
1934 Criação do Security and
Exchange Comission (SEC), nos
EUA, a partir daí a profissão
assume um novo estímulo.
No Brasil
Está diretamente relacionada com:
22 criação de filiais de multinacionais;
22 financiamentos de instituições estrangeiras;
22 evolução do mercado de capitais;
22 1965 – Lei 4.728: texto pioneiro a mencionar a auditoria e o audi-
tor independente;
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e desenvolvimento da auditoria
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e desenvolvimento da auditoria
nível de gerência) responsáveis pelo trabalho a cada cinco anos, conforme estava
previsto no artigo 31 da Instrução 308/99 editada pela CMN.
A medida é um abrandamento em relação à regra vigente no país atual-
mente, mas o CMN argumenta que ela é mais rígida que a prática internacio-
nal. Segundo o órgão, a Federação Internacional de Auditores (IFAC, na sigla
em inglês) obriga apenas a troca do sócio – e não da equipe – a cada sete anos.
Todas essas alterações são inerentes à mudança do sistema contá-
bil, tendo em vista o processo em curso de convergência contábil para o
padrão internacional, conhecido como International Financial Reporting
Standards (IFRS).
Em resumo, as demonstrações obrigatórias introduzidas pela Lei 11.638,
de 2007, são: I) Balanço Patrimonial; II) Demonstração de Resultados; III)
Demonstração de Resultados Abrangentes; IV) Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido; V) Demonstração dos Fluxos de Caixa; VI)
Demonstração do Valor Adicionado (obrigatório somente para Companhia
Aberta); e VII) Notas explicativas.
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e desenvolvimento da auditoria
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Auditoria e Perícia Contábil
Atividades
1. Conceitue auditoria.
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2
Processos, normas e
práticas usuais
de auditoria
Rodrigo Otávio das Chagas Lima
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
Análise
da Avaliação
afirmação da
afirmação
Formação
Afirmação
de
opinião
Obtenção dos
elementos
comprobatórios
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Auditoria e Perícia Contábil
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
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Auditoria e Perícia Contábil
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
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Auditoria e Perícia Contábil
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
A relevância em auditoria diz respeito aos fatos que precisam ser veri-
ficados pelo auditor durante o processo de auditoria por causarem algum
impacto na elaboração e divulgação de seu parecer. Entre os pontos relevantes
a serem considerados na auditoria pode-se citar a determinação da natureza
das atividades da empresa, bem como quais os procedimentos de auditoria
mais adequados a serem aplicados, além de determinar a amplitude das pes-
quisas e os testes mais oportunos.
Outro aspecto relevante, devido à falta de padronização que ocorre na
aplicação da técnica contábil, é avaliar os efeitos das distorções dos saldos nos
diversos períodos a serem analisados, bem como os termos, denominações e
classificações utilizadas nos demonstrativos financeiros.
Diante desse contexto, também é de extrema relevância determinar o
momento mais adequado para apresentar e divulgar as informações obtidas a
fim de minimizar os efeitos que essa divulgação pode provocar, entre os quais
podemos citar a dificuldade de obtenção de novos dados relevantes ao desen-
volvimento do processo de auditoria.
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
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Auditoria e Perícia Contábil
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
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Auditoria e Perícia Contábil
1. Objetivo da auditoria
É muito importante que o objetivo do trabalho fique clara-
mente identificado não perante a equipe de trabalho, mas
também junto à alta gestão do processo auditado. Devem ser
evitados termos técnicos e jargões de auditoria, uma vez que
estes podem não ser entendidos pela área. É imprescindível
que este objetivo seja acordado com a alta gestão do pro-
cesso auditado.
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
3. Escopo do trabalho
O escopo do trabalho abrange todos os aspectos que deve-
rão ser considerados para o atingimento do seu objetivo ou
alvo principal.
Nesses aspectos podemos exemplificar o ambiente onde o
trabalho será realizado, os períodos que serão realizados os
testes e a data-base considerada para auditoria.
Ao mesmo tempo é importante ser considerado o que o tra-
balho busca, ou seja quais as melhorias ou ganhos previstos,
se possível mensuráveis pelo auditor em conjunto com a alta
gestão do processo.
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Auditoria e Perícia Contábil
4. Metodologia de trabalho
Trata-se de um resumo da forma empregada para a auditoria,
relacionando os tipos de levantamentos e testes que [serão
realizados], qual a forma de amostragem de sua verificação e
de abordagem para levantamento e conhecimentos dos dados
e informações envolvidas no processo.
Essa informação é muito importante, principalmente para o
entendimento, pelas áreas auditadas, do trabalho que será
realizado pela auditoria.
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Processos, normas e práticas usuais de auditoria
7. Equipe de auditoria
Aproveitando a apresentação do planejamento do trabalho à
área auditada é importante também se apresentar a equipe que
atuará no trabalho, assim como a responsabilidade e envol-
vimento de cada membro, para o devido esclarecimento e
entendimento que toda a equipe é importante para o sucesso
do trabalho. Essa documentação também é fator essencial para
que o auditado entenda que existe um grupo que, de forma
integrada e eficiente, atuará para o sucesso do trabalho.
Atividades
1. Descreva brevemente as quatro etapas do processo de auditoria.
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Etapas da auditoria e
exame dos registros
Rodrigo Otávio das Chagas Lima
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Etapas da auditoria e exame dos registros
22 continuada;
22 periódica;
22 auditoria eventual ou especial que poderá ser geral, ou parcial;
22 auditoria de balanços com fim específico.
22 Conforme a profundidade dos exames:
22 auditoria integral (revisão analítica de todos os registros contábeis);
22 auditoria por teste (amostragem).
22 Conforme a extensão do trabalho:
22 auditoria geral (de todas as demonstrações contábeis,
em conjunto);
22 auditoria parcial ou específica (de uma ou algumas demons-
trações ou itens);
22 revisão limitada (exames parciais, sem aplicação de todas
as normas).
22 Conforme os fins a que se destina:
22 acautelar interesses de acionistas e investidores;
22 permitir melhor controle administrativo;
22 apurar erros e fraudes;
22 julgar concessão de crédito;
22 apurar o valor real do patrimônio líquido;
22 dar cumprimento a obrigações fiscais;
22 atender a exigências legais;
22 confirmar a exatidão das demonstrações contábeis.
22 Conforme a relação do auditor com a empresa:
22 auditoria externa;
22 auditoria interna.
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Auditoria e Perícia Contábil
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Etapas da auditoria e exame dos registros
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Auditoria e Perícia Contábil
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Etapas da auditoria e exame dos registros
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Auditoria e Perícia Contábil
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Etapas da auditoria e exame dos registros
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Auditoria e Perícia Contábil
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Etapas da auditoria e exame dos registros
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Auditoria e Perícia Contábil
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Etapas da auditoria e exame dos registros
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Auditoria e Perícia Contábil
Atividades
1. A atividade de auditoria desenvolve-se em etapas. Descreva quais são
essas etapas, seu desenvolvimento e objetivos.
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Etapas da auditoria e exame dos registros
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Provas em auditoria e
parecer dos auditores
4.1.1 Oportunidade
A fixação da época mais apropriada para aplicação e realização dos pro-
cedimentos de auditoria fará com que esses procedimentos tragam maior ou
menor benefício em decorrência de serem aplicados no momento mais opor-
tuno. Diante disso, um procedimento não deve ser tardiamente ou antecipa-
damente realizado sob pena de não gerar valor para a auditoria.
Um exemplo de aplicação tardia de auditoria é aquele que ocorre após
um fato já ter sido corrigido quando da aplicação do procedimento e assim
perde-se a oportunidade de utilizá-lo como prova.
A aplicação oportuna do procedimento está associada à sensibilidade e
perspicácia do auditor.
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
Deve-se enfatizar que o grau de extensão dos testes pode ser maior para
alguns itens e menor para outros conforme a importância destes.
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Auditoria e Perícia Contábil
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
4.4 Inquérito
Um dos grandes procedimentos de auditoria é a formulação de pergun-
tas e obtenção de respostas satisfatórias que constituem o inquérito. Este pode
ser utilizado em declarações formais, conversações normais ou sem compro-
misso, embora o auditor deva checar a veracidade das respostas obtidas.
A função e o principal objetivo do inquérito é obter informações necessá-
rias para a auditoria, contribuindo para formar o juízo do auditor. O inquérito
poderá versar sobre diversos assuntos, tais como aumento das vendas, posição
dos investimentos, sobre processos operacionais, devedores etc.
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
4.5.1 Incerteza
A incerteza ocorre quando se tem dúvidas em relação a algum fato rele-
vante que poderá afetar significativamente a posição patrimonial da empresa.
O auditor deve adicionar um parágrafo de ênfase em seu parecer, após o
parágrafo de opinião, fazendo referência à nota explicativa da administração,
que deve descrever, de forma mais extensa, a natureza e, quando possível, o
efeito da incerteza.
Na hipótese do emprego de parágrafo de ênfase, o parecer permanece
na condição de parecer sem ressalva. Se o auditor concluir que a matéria
envolvendo incerteza relevante não está adequadamente divulgada nas
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
2 Parecer parcial: situação em que o auditor profere um parecer somente sobre os pontos em
que não há dúvidas.
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Auditoria e Perícia Contábil
Conclusão
Observa-se que no Brasil e em outras nações, a obrigatoriedade da
auditoria independente é uma prática constante e salutar. Esse processo per-
mite transparência e responsabilidade na gestão empresarial, solidificando
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
Atividades
1. O que se entende por oportunidade em auditoria e como se pode
exemplificar a aplicação inadequada desse procedimento?
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Auditoria e Perícia Contábil
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5
Princípios da ética
profissional e a
responsabilidade do auditor
Rodrigo Otávio das Chagas Lima
Introdução
Muito se tem discutido a respeito de ética na atividade profis-
sional, porém esse tema fica, muitas vezes, apenas na retórica, sendo
utilizado como foco de discursos e teses, passando longe de ser efeti-
vamente objeto de preocupação de alguns profissionais na condução
de suas atividades técnicas. No entanto, fica cada vez mais latente a
necessidade de se observar esse atributo com o propósito de evitar
prejuízos sociais e econômicos.
A origem da palavra ética provém da palavra grega ethos, que
significa “caráter”. Dessa forma, a ética está relacionada a questões
que tratam da interação entre pessoas, nas atividades profissionais
ou extra-profissionais.
Auditoria e Perícia Contábil
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
Ainda a respeito dos códigos de conduta que o auditor deve seguir, des-
tacamos o artigo 35, da Instrução CVM 308 de 14 de maio de 1999, que
versa sobre condutas vedadas ao auditor que atua no âmbito do mercado de
valores mobiliários:
Art. 35. O Auditor Independente – Pessoa Física, o Auditor
Independente – Pessoa Jurídica e os seus responsáveis técnicos pode-
rão ser advertidos, multados, ou ter o seu registro na Comissão de
Valores Mobiliários suspenso ou cancelado, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis, quando:
I. atuarem em desacordo com as normas legais e regulamentares
que disciplinam o mercado de valores mobiliários, inclusive o
descumprimento das disposições desta Instrução;
II. realizarem auditoria inepta ou fraudulenta, falsearem dados ou
números, ou sonegarem informações que sejam de seu dever
revelar; ou
III. utilizarem, em benefício próprio ou de terceiros, ou permiti-
rem que terceiros se utilizem de informações a que tenham tido
acesso em decorrência do exercício da atividade de auditoria.
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
22 Aqueles que não estão preparados e, portanto, não têm como segui-las;
22 Aqueles que estão parcialmente preparados e, portanto, correm o
grande risco de não segui-las;
22 Aqueles que estão preparados, e, portanto, não a seguem se
não quiserem.
Segue trecho de artigo de Cristo e Silva sobre a ética e a responsabilidade
social do auditor, que versa especificamente sobre o código de conduta desse
profissional (CRISTO, SILVA, 2009):
Resumidamente o código de conduta do profissional auditor, trata
dos seguintes tópicos, destacando-se:
22 Comprometimento técnico-profissional, somente aceitando
trabalhos que julgue estar capacitado totalmente de recursos
para desenvolvê-los, recusando os serviços que não tiver capa-
cidade de execução;
22 Independência total no desenvolvimento dos trabalhos em
todas as fases, não se deixando influenciar por fatores estranhos
que caracterizem a perda de imparcialidade;
22 Cobrança de honorários compatíveis com os trabalhos desen-
volvidos, avaliando principalmente a relevância e o vulto do
serviço a ser executado;
22 Sigilo total das informações coletadas nos trabalhos de campo,
somente divulgando-as a terceiros mediante autorização
expressa da entidade, ou salvo quando houver obrigação legal.
Resumidamente o código de conduta do profissional auditor,
trata dos seguintes tópicos, destacando-se:
22 Comprometimento técnico-profissional, somente acei-
tando trabalhos que julgue estar capacitado totalmente de
recursos para desenvolvê-los, recusando os serviços que não
tiver capacidade de execução;
22 Independência total no desenvolvimento dos trabalhos em
todas as fases, não se deixando influenciar por fatores estra-
nhos que caracterizem a perda de imparcialidade;
22 Cobrança de honorários compatíveis com os trabalhos
desenvolvidos, avaliando principalmente a relevância e o
vulto do serviço a ser executado;
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
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Auditoria e Perícia Contábil
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
Conclusão
Ao término deste capítulo, podemos concluir que a ética é parte inte-
grante de todas as profissões, porém no caso específico da atividade de audi-
toria, sua importância é significativamente maior, pois o trabalho de auditoria
será utilizado por vários segmentos da indústria empresarial, tais como: clientes,
investidores, fornecedores, governo (aspecto fiscal) bancos, analistas, sem deixar
de mencionar outros grupos, tais como sindicatos e trabalhadores que podem
se utilizar do parecer de auditoria, seja na área de gestão ou das demonstrações
financeiras auditadas, como um instrumento técnico de negociação.
Se o parecer emitido pelo auditor estiver viciado ou errado, os investidores
e financiadores de uma empresa podem ser levados a tomarem decisões erradas.
Essas decisões irão afetar seriamente o patrimônio dos que disponibilizaram seu
capital à empresa auditada, acreditando que a situação era uma em virtude do
parecer elaborado pelo auditor e na realidade pode-se constatar, após verifica-
ção, que a situação é outra, comprometendo os recursos aplicados.
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Auditoria e Perícia Contábil
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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
Atividades
1. As palavras moral e ética são sinônimos? Caso não sejam apresente
seus conceitos e diferenças.
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Auditoria e Perícia Contábil
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6
Introdução e conceitos
básicos de perícia
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Auditoria e Perícia Contábil
6.4.1 Pessoais
A honestidade, ética e o caráter irretocável deverão acompanhar a traje-
tória do perito em todas as fases de sua vida, pois a ele será confiada a possibi-
lidade de iluminar os juízes na melhor decisão de uma sentença.
Certamente, honestidade, ética e caráter deveriam ser virtudes presentes
em qualquer pessoa, ou profissão, todavia nos dias em que vivemos, em que
cada vez mais as pessoas estão perdendo esses atributos.
Se o indivíduo desejar assumir a nobre missão da perícia, deverá estar
convicto de que as virtudes descritas são essenciais para que seja exercido um
trabalho com o máximo zelo e dedicação.
A prática demonstra que muitas pessoas se aventuram a iniciar na perícia
como uma atividade informal, por estarem temporariamente sem emprego.
Todavia, devem ter em mente o quão gratificante será executar um trabalho
reto, ilibado, sem vícios, de modo a fazer a justiça prosperar, auxiliando a
trazer a verdade aos autos.
A experiência de vida é de extrema importância na busca pela verdade,
em comparação ao que é falso, conforme nos ensina Zanna (2005, p. 46):
A correta distinção entre o que é verdadeiro e o que é falso, em uma
dada circunstância e momento, é fundamental para a credibilidade
e prosseguimento do trabalho, e isto vai depender do conhecimento
que o indivíduo tem ou adquire sobre o fato ou objeto em questão.
Este conhecimento é a bagagem cultural que o indivíduo agrega com
o tempo. Assim, a verdade a respeito de determinado assunto depen-
derá de seu aprendizado e experiência pessoal, sua cultura geral e do
ambiente em que vive.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
6.4.2 Profissionais
Particularmente para a consecução da perícia contábil, o indivíduo
deverá ter a formação em curso superior de Ciências Contábeis, com
registro ativo junto ao órgão regulador da profissão, no caso, o Conselho
Regional de Contabilidade.
O registro no CRC é condição básica para o exercício da perícia con-
tábil, todavia, não obstante essa obrigação da categoria, o indivíduo deverá
estar ciente de que a agregação do conhecimento, através do estudo, é funda-
mental para quem desejar militar nessa área.
Naturalmente, por ter o foco voltado à contabilidade, deverá ser um
profundo conhecedor dessa ciência, e de como ela poderá provar fatos ocor-
ridos, pois sabemos que é na escrituração contábil que existe o maior banco
de informações.
Através da contabilidade, que é a base da perícia contábil, será possível
buscar fontes de provas por meio dos lançamentos, dos livros da escrituração
fiscal e contábil e da documentação que deu origem à formação dos saldos.
No que se refere aos itens anteriores, destacamos o seguinte comentário:
os cursos de Ciências Contábeis formam profissionais que, na sua maioria,
conseguem entender os lançamentos contábeis, compreendem as exigências
para que uma escrituração seja revestida das formalidades exigidas pelas leis
e regulamentos; todavia, não ensinam técnicas para a detecção mínima de
autenticidade de documentos.
Sendo a documentação a base fundamental para a escrituração contábil,
entendemos que os profissionais que desejam trabalhar na área de perícia con-
tábil devem buscar esse conhecimento junto a entidades que possam suprir
essa deficiência dos bancos escolares.
O perito deverá ter o gosto pela leitura técnica, absorvendo novos concei-
tos, metodologias e fundamentações que poderão respaldar as suas conclusões
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e conceitos básicos de perícia
2 Conforme o artigo 212 da Lei 10.406/2002 – Código Civil: “Salvo o negócio a que se impõe
forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: I - confissão; II - documento; III -
testemunha; IV - presunção; V - perícia.”
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Estudos realizados por Hoog (2008) nos alertam de que o fato de uma
perícia estar abrangida pela justiça gratuita, por si só, não pode ser um motivo
de escusa do trabalho por parte do perito. Nesse caso, estaria o perito sujeito
a sanção moral, que é a mais severa que poderia existir, não sendo mais indi-
cado/nomeado para atuar em outros processos.
Do ponto de vista ético e filosófico, destacamos ainda que se a ele foi
dada a possibilidade de estudar Ciências Contábeis, acumulando conheci-
mentos úteis para a sociedade, não seria de todo justo se eximir de praticar
a justiça gratuita, pelo fato de especialmente em determinado trabalho não
receber honorários.
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Auditoria e Perícia Contábil
reunir-se-á com ele para traçar um plano de ação pericial que conve-
nha aos interesses do cliente e convirja ao mesmo ponto defendido
pelo advogado;
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Auditoria e Perícia Contábil
Está no rol dos auxiliares da justiça, assim Não encontra guarida na rela-
como o escrivão, o oficial de justiça, o ção dos auxiliares da justiça.
depositário, o administrador e o intérprete.
Poderá solicitar a escusa dos tra- Poderá solicitar a recusa dos tra-
balhos caso julgue impossibili- balhos caso julgue impossibili-
dade de execução da tarefa. dade de execução da tarefa.
Pessoa de confiança da
Pessoa de confiança do juiz. parte que o contratou.
Pode assessorar o advogado da parte
Não tem vinculação direta com os que o contratou traçando estratégias
advogados das partes, devendo prestar para a condução do trabalho, den-
informações ao juiz que o nomeou. tro dos limites éticos e da ciência.
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Auditoria e Perícia Contábil
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Atividades
1. Disserte sobre os elementos essenciais para a formação do perfil
do perito.
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7
Normas Brasileiras
de Contabilidade
relacionadas à perícia
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
nesse universo de normativas, duas dessas são relacionadas a essa área, sendo
uma profissional e uma técnica, que são:
22 NBC PP 01 – Perito Contábil;
22 NBC TP 01 – Perícia Contábil.
Essas duas normativas é que devem ser seguidas na íntegra por aqueles
profissionais que atuam ou pretendem atuar na área de perícia contábil no
Brasil, pois caso não sejam respeitadas poderá o profissional responder por
transgressão a padrões estabelecidos pelo órgão regulador da profissão contá-
bil, nesse caso, o Conselho Federal de Contabilidade.
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Auditoria e Perícia Contábil
7.2.1.1 Objetivo
O objetivo primordial descrito nessa norma é de proporcionar proce-
dimentos voltados para a área de perícia, quando o contador exerce a fun-
ção de perito contábil. É extremamente importante a definição clara da fun-
ção do perito, regulamentada através de normativa do Conselho Federal de
Contabilidade, proporcionando padronização nos trabalhos.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
7.2.1.2 Conceito
A normativa deixa muito claro que para o exercício da perícia contábil é
condição essencial estar legalmente registrado junto ao CFC, com profundos
conhecimentos da matéria que será periciada.
Faz importante segregação entre os diversos profissionais de perícia de
acordo com a natureza do trabalho, citando que o perito-contador nomeado é
o designado pelo juiz em perícia contábil judicial; o contratado é o que atua
em perícia contábil extrajudicial; e o escolhido é o que exerce sua função em
perícia contábil arbitral. Pode existir ainda o perito-contador assistente, que
é o contratado e indicado pela parte para atuar em perícias contábeis, em pro-
cessos judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral.
– 109 –
Auditoria e Perícia Contábil
7.2.1.6 Independência
Em relação à independência, a norma disciplina que o perito deve evitar
qualquer interferência que possa constrangê-lo no decorrer do seu trabalho,
de modo a comprometer sua imparcialidade.
Caso existam situações ou efeitos que possam comprometer a sua inde-
pendência, o perito deve denunciar tal evento, para a pessoa, ou órgão com-
petente. A condição de independência é essencial para que o profissional exe-
cute a sua atividade livre de pressões de qualquer natureza.
– 110 –
Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
7.2.1.8 Sigilo
No que diz respeito ao sigilo, o perito-contador deve respeitar e assegu-
rar a confidencialidade da informação, podendo divulgá-la somente quando
requerido por imposição legal.
Como o perito contador trabalha com dados extremamente sigilosos, as
informações capturadas ao longo da perícia dizem respeito somente às partes
envolvidas e ao julgador da causa.
7.2.1.9 Responsabilidade
A norma reafirma a enorme responsabilidade que envolve o trabalho do
perito, destacando que esse profissional deve estar ciente dos reflexos sociais,
éticos, profissionais e legais que demandam no exercício da profissão.
São destacadas as responsabilidades civis com sanções para o profissional
que exerce a função de perito-contador, as quais consistem em multa, indeni-
zação e inabilitação, bem como penais, nas quais a legislação estabelece penas
de multa, detenção e reclusão para os profissionais que exercem a atividade
pericial que vierem a descumprir as normas legais.
– 111 –
Auditoria e Perícia Contábil
7.2.1.11 Esclarecimentos
Em relação aos esclarecimentos que se fizerem necessários, a norma estabe-
lece que em defesa de sua conduta profissional o perito deve prestar todas as infor-
mações que compõem o laudo pericial contábil, ou o parecer pericial contábil.
Esses esclarecimentos devem ser precedidos de determinação do juiz,
árbitro, ou a pedido das partes.
7.2.1.13 Honorários
Nessa etapa da norma são estabelecidos os critérios adequados para a
formulação dos honorários periciais, os quais devem ser dimensionados
– 112 –
Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
baseando-se, entre outros fatores, pela relevância, pelo vulto, pelo risco, pela
complexidade, pela quantidade de horas, pelo pessoal técnico, pelo prazo
estabelecido, pela forma de recebimento e pelos laudos interprofissionais.
A norma estabelece ainda que os honorários devem estar acompanha-
dos de proposta oficial, detalhando todas as etapas necessárias para o início,
desenvolvimento e a conclusão dos trabalhos.
Há ainda a indicação de como deve ser realizado o recebimento dos
honorários e, caso necessário, como proceder ao levantamento dos valores,
caso estejam depositados em conta judicial.
7.2.1.14 Modelos
No final da norma, são apresentados 10 (dez) modelos de documentos
que podem nortear a confecção de escusa dos trabalhos, das petições diversas,
contratos de trabalhos, entre outros.
Esses modelos são importantes para padronizar o formato e a linguagem
que devem ser utilizados na confecção desses documentos.
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Auditoria e Perícia Contábil
7.2.2.1 Objetivo
A referida norma tem como objetivo principal estabelecer regras e pro-
cedimentos que devem ser aplicados quando são realizadas perícias contá-
beis, em todos os âmbitos, para o adequado esclarecimento dos fatos ligados
a litígios.
A norma é particularmente importante para que o perito-contador possa
ter parâmetros muito seguros para a consecução do seu trabalho, seguindo
um rigor metodológico.
7.2.2.2 Conceito
Essa norma conceitua a perícia contábil como sendo um conjunto de
procedimentos técnicos e científicos que tem como objetivo subsidiar os
magistrados para a justa solução de conflitos, ou constatação de um fato,
mediante laudo ou parecer contábil.
Da mesma forma que ocorre na norma profissional, também aqui é
reforçado que a prerrogativa da função de perito contábil é privativa de con-
tador devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade.
7.2.2.3 Execução
Em relação à execução dos trabalhos, a norma faz o delineamento de
como deve ser a relação profissional entre o perito-contador assistente e o
perito-contador, para que haja a cooperação de ambos no desenvolvimento
da tarefa.
É recomendado que tão logo o perito-contador assistente tenha conhe-
cimento da perícia, faça contato com o perito-contador, colocando-se à dis-
posição para a execução conjunta da perícia.
Cita, ainda, que na recusa do trabalho conjunto por parte do perito-
-contador, possa este deixar à disposição do perito contador assistente toda a
documentação obtida e gerada no decorrer da perícia, indicando local e hora
para essa verificação.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Visando ao registro dos fatos, a norma estabelece que o perito deve man-
ter registros dos locais e das datas das diligências, nomes das pessoas que os
atenderem, livros e documentos ou coisas examinadas ou arrecadadas, dados
e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação exami-
nada, quando julgarem necessário e possível, juntando o elemento de prova
original, cópia ou certidão.
7.2.2.4 Procedimentos
No que concerne aos procedimentos, a norma estabelece que estes são
voltados a fundamentar as conclusões a que o perito chegou, com vistas a
elaborar o laudo pericial contábil, ou o parecer contábil.
De acordo com a norma, os procedimentos de perícia contábil são clas-
sificados em 8 (oito) categorias, as quais citamos a seguir:
22 O exame é a análise de livros, registros das transações e
dos documentos.
22 A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de
situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.
22 A indagação é a busca de informações mediante entrevista com
conhecedores do objeto, ou de fato relacionado à perícia.
22 A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial
contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quais-
quer circunstâncias.
22 O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de contro-
vérsia por critério técnico-científico.
22 A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas,
bens, direitos e obrigações.
22 A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos,
obrigações, despesas e receitas.
22 A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo peri-
cial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de auten-
ticidade pela fé pública atribuída a esse profissional.
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Auditoria e Perícia Contábil
7.2.2.5 Planejamento
Na normativa, o planejamento tem destaque especial, pois é através dele
que o perito poderá estabelecer os procedimentos gerais dos exames a serem
executados no âmbito judicial, extrajudicial para o qual foi nomeado, indi-
cado ou contratado, elaborando-o a partir do exame do objeto da perícia.
O planejamento deve anteceder a fase de execução da perícia, em que
o profissional deverá estar atento em elencar todas as etapas dos trabalhos,
tendo por objetivos, destacados no item 33 da norma:
a) conhecer o objeto da perícia, a fim de permitir a adoção de proce-
dimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará o
juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito da lide;
b) definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a serem
realizados, em consonância com o objeto da perícia, os termos cons-
tantes da nomeação, dos quesitos ou da proposta de honorários ofe-
recida pelo perito;
c) estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no
prazo estabelecido;
d) identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer
no andamento da perícia;
e) identificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da
demanda de forma que não passem despercebidos ou não recebam a
atenção necessária;
f ) identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
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Auditoria e Perícia Contábil
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
7.2.2.8 Modelos
Como último item da norma, são demonstrados 4 (quatro) modelos4
de documentos que podem auxiliar os peritos na formatação de termos de
diligências e planejamento dos trabalhos periciais.
Os modelos são importantes para que haja consistência e padronização
nos documentos elaborados pelo perito, garantindo melhor qualidade tra-
zendo, por conseguinte, maior segurança aos trabalhos.
4 Esses modelos podem ser visualizados diretamente na Resolução 1.243, através do link:
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Per%C3%ADcia_Cont%-
C3%A1bil.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017.
– 119 –
Auditoria e Perícia Contábil
[...]
O perito contábil é uma profissão autônoma que está cada
vez mais em ascensão. Existe uma vasta área de atuação, já
que o perito contábil pode realizar diversos trabalhos, como
exemplo, na verificação de uma empresa para que o juiz
possa homologar a concordata que ela pediu, na verificação
contábil para apurar corrupção, processos de fusão de socie-
dades, etc.
De acordo com Cavalli e Ritterbuch (2010, p. 80) “o perfil
do contabilista e da própria contabilidade como ciência social
vem se modificando para adequar-se ao ambiente em que está
inserida, possuindo como prerrogativa básica a satisfação da
célula social”.
Para se tornar um perito de fato precisa-se além do registro
de classe CRC, ser nomeado por um juiz, portanto este pro-
fissional tem que ser bem relacionado, tecer uma boa rede
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
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Auditoria e Perícia Contábil
Atividades
1. Comente sobre como foi a evolução das Normas Brasileiras de Con-
tabilidade voltadas para a área de perícia contábil.
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8
Planejamento e execução
dos trabalhos em
perícia contábil
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
do perito poderá ocorrer de diversas maneiras, como, por exemplo: por tele-
fone, e-mail, carta com AR ou intimação, através de oficial da justiça.
Tão logo o perito tenha sido nomeado, ou indicado, deverá se dirigir
junto ao cartório da vara em que o processo está arquivado para fazer carga
dos autos, em livro próprio, e levá-lo para o seu escritório, dando início à
preparação do seu planejamento.
De posse dos autos, deverá ler atentamente o seu conteúdo identificando
elementos essenciais para o desenvolvimento dos trabalhos como: motivo da
demanda, documentos anexados/apensados, local onde irá ser instaurada a
perícia, necessidade de outros profissionais e prazo para a execução da tarefa.
Nessa fase, será possível planejar também quando ocorrerão as diligên-
cias2, que consistem na etapa em que o perito se deslocará até o local onde
será realizada a perícia, ou solicitará que toda a documentação esteja posta
para ele no dia, local e horário desejados.
Aceito o trabalho e o desenvolvendo sem impedimentos, ao final deverá
retornar ao cartório para a devolução dos autos, tomando o cuidado de verificar
a baixa no livro em que ele havia assinado, no momento da carga do processo.
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Auditoria e Perícia Contábil
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
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Auditoria e Perícia Contábil
– 128 –
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Com isso, percebemos que de fato o prazo é uma das variáveis impor-
tantes quando o perito contábil realiza o seu planejamento, com a premissa
de que quanto menos prazo houver maior será o risco ao qual o trabalho
estará exposto.
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
– 131 –
Auditoria e Perícia Contábil
8.3.1 Exame
É a análise dos elementos constitutivos da matéria, de modo a constatar
os fatos que fazem parte da perícia.
Pode ser em relação a diversos elementos que participam do objeto peri-
ciado, como, por exemplo: uma pessoa, um documento, um móvel, um regis-
tro, entre tantas outras situações.
O exame pode ser decomposto em várias partes, de tal maneira a for-
mar a convicção do perito de determinado fato ou circunstância que está
sendo verificado.
Especificamente em matéria contábil, o exame se dá na análise de livros,
registros das transações e documentos pertinentes ao que foi contabilizado.
– 132 –
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
8.3.2 Vistoria
É o ato de verificação do estado circunstancial do objeto pericial con-
creto: pessoa, máquinas, documento, condições ambientais.
A vistoria é feita para que o perito busque a clareza de que determinado
item periciado de fato existe, e está revestido das características necessárias
para validação como algo real e verificável.
Assim, se o perito estiver realizando a verificação sobre um conjunto de
bens, como máquinas, por exemplo, além da certificação visual da existência
do item, deve ter condições de avaliar a sua funcionalidade.
No caso de exames sobre documentos, faz-se a vistoria com o intuito de
verificar se determinado documento é servível para o fim a que se pretendia,
revestido de todas as características para ser aceito como verdadeiro.
8.3.3 Indagação
É o ato pericial de obtenção do testemunho pessoal daqueles que têm
ou deveriam ter conhecimento dos fatos ou atos concernentes à matéria
periciada.
Na indagação, busca-se conhecer as informações, mediante entrevista
com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia, de modo a
possibilitar ao perito formar a sua convicção sobre os acontecimentos que
cercam o trabalho.
A indagação é necessária para que o perito obtenha o testemunho
das pessoas, e que este seja revestido das formalidades requeridas pelo
Poder Judiciário, para que posteriormente possa ser utilizado como prova
no processo.
8.3.4 Investigação
É a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer peri-
cial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.
– 133 –
Auditoria e Perícia Contábil
8.3.5 Arbitramento
É a técnica que permite determinar valores por procedimentos estatísti-
cos, como média, mediana, desvio padrão, quando não há condições de obter
informações adequadamente registradas na contabilidade.
Em trabalhos periciais, os critérios técnicos de arbitramento devem ser
fundamentados e demonstráveis, de modo a não gerar polêmicas, principal-
mente se participarem da mesma tarefa outros peritos, pois, nesse caso, cada
um terá valores diferentes.
Em uma situação como esta, naturalmente trará maior segurança para
quem decidir sobre o resultado do trabalho aqueles cálculos que, embora fei-
tos de forma arbitrada, guardam demonstrações devidamente fundamentadas
por critérios técnico-científicos.
8.3.6 Avaliação
É o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, des-
pesas e receitas, por critério puramente objetivo, calculável ou demonstrável.
Em perícia contábil, muitas vezes o valor que consta na contabilidade
não é o adequado para mensurar a correta avaliação de um determinado item.
Assim, por exemplo, itens que constam no imobilizado, que na con-
tabilidade estariam registrados ao valor de custos, no momento da perícia
deveriam estar avaliados a valor de mercado.
A avaliação normalmente é compartilhada com outros profissionais que
não da área contábil, como, por exemplo, engenheiros civis e industriais.
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
8.3.7 Certificação
É o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo
perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atri-
buída a esse profissional.
Os documentos assinados pelo perito-contador estão revestidos de toda
segurança, pois são profissionais que gozam de reputação ilibada, não sendo
necessárias autenticidades de assinaturas.
Assim, o perito somente deve assinar um documento quando estiver
convicto e com plena certeza de que as informações ali contidas são verdadei-
ras, livres de qualquer fraude, pois a certificação trazida por ele será confiada
pelas pessoas que utilizarão esse documento.
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Auditoria e Perícia Contábil
Reclamante/Autor
Reclamada/Ré
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Documentos Faltantes
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Auditoria e Perícia Contábil
Observações e Orientações
Levantamentos de Dados
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Observações Gerais
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Auditoria e Perícia Contábil
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
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Auditoria e Perícia Contábil
Termo de diligência
Autos:
Ação:
Autor/Requerente:
Réu/Requerido:
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
3. Cópia autenticada.
CRC PR – 12345/O
Perito-Contador
Recebido por:
Data:
Assinatura:
Fonte: Elaborada pelo autor.
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Auditoria e Perícia Contábil
[...]
O planejamento e a organização são técnicas consideradas de
grande importância para o desenvolvimento de um trabalho
pericial de qualidade. Com isso faz-se necessário à apresen-
tação da resolução de nº 858/99, do Conselho Federal de
Contabilidade, relacionado ao planejamento e organização.
(NBC T-13 – da Perícia Contábil)
A etapa do planejamento está descrita na NBC T-13 do item
13.2. Essa seção relata que o planejamento pressupõe ade-
quado nível de conhecimento específico do objeto da perícia
contábil deferida ou contratada, que a perícia deve ser plane-
jada cuidadosamente, com vista ao cumprimento do prazo.
O planejamento deve considerar, os seguintes fatores relevan-
tes na execução dos trabalhos:
a) o conhecimento detalhado dos fatos concernentes
à demanda;
b) as diligências a serem realizadas;
c) os livros e documentos a serem compulsados;
d) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedi-
mentos de perícia a serem aplicados;
e) a equipe técnica necessária para a execução do trabalho;
f) os serviços especializados, necessários para a execução
do trabalho;
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
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Auditoria e Perícia Contábil
Atividades
1. Em quais locais pode ser desenvolvido o trabalho do perito contábil?
Comente em quais situações ocorreriam trabalhos nesses locais.
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9
Laudos e pareceres periciais
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro
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Laudos e pareceres periciais
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Auditoria e Perícia Contábil
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Laudos e pareceres periciais
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Auditoria e Perícia Contábil
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Laudos e pareceres periciais
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Auditoria e Perícia Contábil
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Laudos e pareceres periciais
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Auditoria e Perícia Contábil
9.5.1 Abertura
22 Indicar a quem a perícia é dirigida.
22 Identificação do processo ou origem da sua realização.
22 Nome do perito, sua qualificação profissional, número de registro
na corporação profissional, declaração de observância da legislação
processual aplicável e das Normas Brasileiras de Perícia e a declara-
ção da espécie de laudo que se está apresentando.
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Laudos e pareceres periciais
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Auditoria e Perícia Contábil
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Laudos e pareceres periciais
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Auditoria e Perícia Contábil
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Laudos e pareceres periciais
Atividades
1. Explique qual é a importância, para o perito e para os julgadores,
da elaboração dos documentos denominados laudo pericial e pare-
cer pericial.
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Auditoria e Perícia Contábil
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Gabarito
Gabarito
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Auditoria e Perícia Contábil
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Gabarito
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Auditoria e Perícia Contábil
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Gabarito
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Auditoria e Perícia Contábil
22 subordinação hierárquica;
22 modo de trabalho (o auditor pede e não exige);
22 independência de qualquer política interna encontrada;
22 discrição;
22 observância dos regulamentos internos, normas, instruções e leis;
22 comportamento pessoal.
– 168 –
Gabarito
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Auditoria e Perícia Contábil
8. Planejamento e execução
dos trabalhos em perícia contábil
1. O trabalho do perito contábil pode ser desenvolvido:
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Gabarito
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Auditoria e Perícia Contábil
Todavia, não podemos nos esquecer que tanto o laudo como o pare-
cer pericial são destinados a pessoas leigas em contabilidade, portan-
to, o desafio do perito consiste em redigir uma peça com conteúdo
técnico, entretanto que seja plenamente compreendido por aqueles
que se utilizarão deste documento.
– 172 –
Referências
Referências
– 173 –
Auditoria e Perícia Contábil
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2000.
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 5. ed. São
Paulo, 1996.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos. Introdução à Auditoria: breves aponta-
mentos de aula. [s. l.] EGBA, 1998.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1998.
______. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2000.
BIO, Sérgio Rodrigues. Sistema de Informação: um enfoque gerencial. São
Paulo: Atlas, 1988.
BOYNTON, W. C. et al. Auditoria. Curitiba: Atlas, 2002.
BRASIL. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dis-
positivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de
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no D.O.U. em: 28.12.2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
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______. Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o mercado
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em: 7 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L6385.htm>. Acesso em: 21 out. 2017.
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1.243, de 10 de dezem-
bro de 2009, que aprovou a NBC TP 01 – Perícia Contábil. Disponível em:
<http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1243_2009.htm>.
Acesso em: 26 out., 2017.
______. Resolução 1.243, de 10 de dezembro de 2009. Aprovou a NBC
TP 01 – Perícia Contábil. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.
br/legislacao/resolucaocfc1243_2009.htm>. Acesso em: 26 out., 2017.
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Referências
– 175 –
Auditoria e Perícia Contábil
– 176 –
Referências
– 177 –
Auditoria e Perícia Contábil
– 178 –
Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro
Rodrigo Otávio das Chagas Lima
O intuito deste livro é apresentar de forma clara e objetiva as atividades de
auditoria e de perícia e as principais técnicas necessárias para formação
AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL
profissional do auditor e do perito, além de despertar no leitor o interesse por Rodrigo Otávio das Chagas Lima
Gestão