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O ministro de finanças do Japão, Taro Aso, disse na segunda-feira (dia 21) que os velhos
deveriam “apressar-se a morrer”, para aliviar a pressão que suas despesas médicas
exercem sobre o Estado. “Deus nos livre de uma situação em que você é forçado a viver
quando você quer morrer. Eu acordaria me sentindo cada vez pior se soubesse que o
tratamento é todo pago pelo governo”, disse ele durante uma reunião do conselho
nacional a respeito das reformas na seguridade social. “O problema não será re solvido,
a menos que você permita que eles se apressem a morrer”.
Os comentários de Aso são suscetíveis de causar ofensa no Japão, onde quase um
quarto da população de 128 milhões tem mais de 60 anos. A proporção deve atingir 40%
nos próximos 50 anos.
Aso, de 72 anos de idade, que tem funções de vice primeiro- ministro, disse que iria
recusar os cuidados de fim de vida. “Eu não preciso desse tipo de atendimento”, declarou
ele em comentários citados pela imprensa local, acrescentando que havia redigido uma
nota instruindo sua família a negar-lhe tratamento médico para prolongar a vida.
Para maior agravo, ele chamou de “pessoas-tubo” os pacientes idosos que já não
conseguem se alimentar sozinhos. O ministério da saúde e do bem-estar, acrescentou,
está “bem consciente de que custa várias dezenas de milhões de ienes” por mês o
tratamento de um único doente em fase final de vida. Mais tarde, Aso tentou explicar seus
comentários. Ele reconheceu que sua linguagem fora “inapropriada” em um fórum público
e insistiu que expressara apenas sua preferência pessoal. “Eu disse o que eu,
pessoalmente, penso, não o que o sistema de assistência médica a idosos deve ser”,
declarou ele a jornalistas.
Não foi a primeira vez que Aso, um dos mais ricos políticos do Japão, questionou o dever
do Estado para com sua grande população idosa. Anteriormente, em um encontro de
economistas, ele já dissera: “Por que eu deveria pagar por pessoas que apenas comem e
bebem e não fazem nenhum esforço? Eu faço caminhadas todos os dias, além de muitas
outras coisas, e estou pagando mais impostos”.
Considere as opiniões atribuídas ao referido político japonês, tendo em conta que elas
possuem implicações éticas, culturais, sociais e econômicas capazes de suscitar
questões de várias ordens: essas opiniões são tão raras ou isoladas quanto podem
parecer? O que as motiva? O que elas dizem sobre as sociedades contemporâneas?
Opiniões desse teor seriam possíveis no contexto brasileiro? Como as jovens gerações
encaram os idosos? Escolhendo, entre os diversos aspectos do tema, os que você
considerar mais relevantes, redija um texto em prosa, no qual você avalie as posições do
citado ministro, supondo que esse texto se destine à publicação – seja em um jornal, uma
revista ou em um site da internet.
Instruções:
– A redação deve ser uma dissertação, escrita de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa.
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível. Não ultrapasse o espaço de 34 linhas
da folha de redação.
– Dê um título a sua redação.
1
FUVEST 2013
Esta é a reprodução (aqui, sem as marcas normais dos anunciantes, que foram
substituídas por X) de um anúncio publicitário real, colhido em uma revista, publicada no
ano de 2012. Como toda mensagem, esse anúncio, formado pela relação entre imagem e
texto, carrega pressupostos e implicações: se o observarmos bem, veremos que ele
expressa uma determinada mentalidade, projeta uma dada visão de mundo, manifesta
uma certa escolha de valores e assim por diante.
Redija uma dissertação em prosa, na qual você interprete e discuta a mensagem
contida nesse anúncio, considerando os aspectos mencionados no parágrafo anterior e,
se quiser, também outros aspectos que julgue relevantes. Procure argumentar de modo a
deixar claro seu ponto de vista sobre o assunto.
Instruções:
• A redação deve obedecer à norma-padrão da língua portuguesa.
• Escreva, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas, com letra legível.
• Dê um título a sua redação.
FUVEST 2012
Texto 1
A ciência mais imperativa e predominante sobre tudo é a ciência política, pois esta
determina quais são as demais ciências que devem ser estudadas na pólis. Nessa
medida, a ciência política inclui a finalidade das demais, e, então, essa finalidade deve
ser o bem do homem.
Aristóteles. Adaptado.
2
conceito original de idiota, pois a palavra FILHOS DA ÉPOCA
idiótes, em grego, significa aquele que só Somos filhos da época
vive a vida privada, que recusa a política, e a época é política.
que diz não à política. Todas as tuas, nossas, vossas coisas
Talvez devêssemos retomar esse diurnas e noturnas,
conceito de idiota como aquele que vive são coisas políticas.
fechado dentro de si e só se interessa Querendo ou não querendo,
pela vida no âmbito pessoal. Sua teus genes têm um passado político,
expressão generalizada é: “Não me meto tua pele, um matiz político,
em política”. teus olhos, um aspecto político.
M. S. Cortella e R. J. Ribeiro, O que você diz tem ressonância,
Política – para não ser idiota. o que silencia tem um eco
Adaptado. de um jeito ou de outro, político.
(...)
Wislawa Szymborska, Poemas.
Texto 3
Texto 4
As instituições políticas vigentes (por exemplo, partidos políticos, parlamentos,
governos) vivem hoje um processo de abandono ou diminuição do seu papel de criadoras
de agenda de questões e opções relevantes e, também, do seu papel de propositoras de
doutrinas. O que não significa que se amplia a liberdade de opção individual. Significa
apenas que essas funções estão sendo decididamente transferidas das instituições
políticas (isto é, eleitas e, em princípio, controladas) para forças essencialmente não
políticas _ primordialmente as do mercado financeiro e do consumo. A agenda de opções
mais importantes dificilmente pode ser construída politicamente nas atuais condições.
Assim esvaziada, a política perde interesse.
Zygmunt Bauman. Em busca da política. Adaptado.
Texto 5
Os textos aqui reproduzidos falam de política, seja para enfatizar sua necessidade,
seja para indicar suas limitações e impasses no mundo atual. Reflita sobre esses textos e
redija uma dissertação em prosa, na qual você discuta as ideias neles apresentadas,
argumentando de modo a deixar claro o seu ponto de vista sobre o tema Participação
política: indispensável ou superada?
Instruções:
3
A redação deve obedecer à norma padrão da língua portuguesa.
Escreva, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas, com letra legível.
Dê um título a sua redação.
FUVEST 2011
Texto 2
Quando Roberto Burle Marx plantou a
palma talipot, um visitante teria
comentado: “Como elas levam tanto
tempo para florir, o senhor não estará
mais aqui para ver”. O paisagista, então
com mais de 50 anos, teria dito: “Assim
como alguém plantou para que eu
pudesse ver, estou plantando para que
Texto 1 outros também possam contemplar”.
Um grandioso e raro espetáculo da http://www.abap.org.br. Paisagem
natureza está em cena no Rio de Janeiro. Escrita. no 131, 10/11/2009. Adaptado.
Trata-se da floração de palmeiras
Texto 3
Onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de destino
compartilhado, um sentimento de irmandade, um impulso de cerrar fileiras, ficar ombro a
ombro ou marchar no mesmo passo. A solidariedade tem pouca chance de brotar e fincar
raízes. Os relacionamentos destacam-se sobretudo pela
fragilidade e pela superficialidade.
Z. Bauman. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Adaptado.
Texto 4
A cultura do sacrifício está morta. Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver em
nome de qualquer coisa que não nós mesmos.
G. Lipovetsky, cit. por Z. Bauman, em A arte da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
4
Como mostram os textos 1 e 2, a imagem de abnegação fornecida pela palma
talipot, que, de certo modo, “sacrifica” a própria vida para criar novas vidas, é reforçada
pelo altruísmo* de Roberto Burle Marx, que a plantou, não para seu próprio proveito, mas
para o dos outros. Em contraposição, o mundo atual teria escolhido o caminho oposto.
Com base nas ideias e sugestões presentes na imagem e nos textos aqui
reunidos, redija uma dissertação argumentativa, em prosa, sobre o seguinte tema:
* Altruísmo = s.m. Tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano
à preocupação com o outro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2009.
Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão
da língua portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
FUVEST 2010
Fonte: http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/83/4582janela.jpg.
Acessado em 15/10/2009. Adaptado.
5
Ao invés de nos relacionarmos
A imaginação simbólica é sempre diretamente com a realidade,
um fator de equilíbrio. O símbolo é dependemos cada vez mais de uma
concebido como uma síntese vasta gama de informações, que nos
equilibradora, por meio da qual a alma alcançam com mais poder, facilidade e
dos indivíduos oferece soluções rapidez. É como se ficássemos
apaziguadoras aos problemas. suspensos entre a realidade da vida
Gilbert Durand. diária e sua representação.
Tânia Pellegrini. Adaptado.
Instruções:
— Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade
escrita culta da língua portuguesa.
— Dê um título para sua redação, a qual deverá ter entre 20 e 30 linhas.
— NÃO será aceita redação em forma de verso.
FUVEST 2009
6
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Baarle-Nassau_fronti%C3%A8re_caf
%C3%A9.jpg, 30/06/2008.
Fronteira
substantivo feminino
1 parte extrema de uma área, região etc., a parte limítrofe de um espaço em relação a
outro. Ex.: Havia patrulhas em toda a f.
2 o marco, a raia, a linha divisória entre duas áreas, regiões, estados, países etc.
Ex.: O rio servia de f. entre as duas fazendas.
3 Derivação: por extensão de sentido. o fim, o termo, o limite, especialmente do espaço.
Ex.: Para a ciência,
o céu não tem f.
4 Derivação: sentido figurado. o limite, o fim de algo de cunho abstrato.
Ex.: Havia chegado à f. da decência.
Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Adaptado.
Com base nas idéias sugeridas acima, escolha uma ou até duas delas, como tema,
e redija uma dissertação em prosa, utilizando informações e argumentos que dêem
consistência a seu ponto de vista.
7
Procure seguir estas instruções:
— Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade
escrita culta da língua portuguesa.
— Dê um título para sua redação, que deverá ter entre 20 e 30 linhas.
FUVEST 2008
Vigilância epistêmica* é a preocupação que todos nós deveríamos ter com relação
a tudo o que lemos, ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos
enganados, para não acreditarmos em tudo o que é escrito e dito por aí. É preciso vigiar o
futuro para sabermos separar o joio do trigo**.
Hoje boa parte dos sites de busca indexam tudo o que encontram pela frente à
internet, mesmo que se trate de uma grande bobagem ou de evidente inverdade.
Qualquer opinião emitida, vista como um direito de todos, é divulgada aos quatro cantos
do mundo. De fato, alguns desses sites de busca deveriam colocar, nos primeiros lugares,
páginas de renomadas Universidades, preocupadas com a verdade.
Todos precisamos estar muito atentos a dois aspectos com relação a tudo o que
ouvimos e lemos:
• se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, se é um especialista
comprovado, se sabe do que está falando;
• se quem nos fala ou escreve, na verdade, é um idiota que ouviu falar algo e
simplesmente repassa, aos outros, o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente
nada de útil.
Aumentar nossa vigilância e preocupação com a verdade é necessidade cada vez
mais premente num tempo que todos os gurus chamam de Era da Informação.
Discordo, profundamente, desses gurus. Estamos, na realidade, na Era da
Desinformação, de tanto lixo e ruído sem significado que, na maior parte das vezes, nos
são transmitidos, todos os dias, eletronicamente, sem que exista o menor cuidado com a
precisão e seriedade do que se emite, por parte das fontes que colocam matérias na rede.
É mais uma conseqüência dessa idéia que a maioria das pessoas tem sobre a liberdade
de expressar o que bem quiser, de expressar qualquer opinião que seja, como se opiniões
não precisassem se basear no rigor científico, antes de serem emitidas.
Stephen Kanitz, Revista Veja, 03/10/2007. Adaptado.
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Tesouros informativos de vários humano mais zelosamente defendido. E
países estarão disponíveis gratuitamente aquilo sobre o que a informação mais
para qualquer internauta, a partir deste informa é a fluidez do mundo habitado e a
mês, com a formação da Biblioteca Digital flexibilidade dos habitantes.
Mundial, uma iniciativa da ONU. O portal O noticiário — essa parte da
terá, na primeira fase, mapas, fotografias e informação eletrônica que tem maior
manuscritos, com textos explicativos em chance de ser confundida com a
sete línguas, inclusive português. Na verdadeirarepresentação do mundo lá fora
segunda fase, será possível consultar é dos mais perecíveis bens da eletrônica.
livros. Mas a perecibilidade dos noticiários, como
A Biblioteca Nacional brasileira é informação sobre o mundo real, é em si
uma das participantes. mesma uma importante informação: a
O Estado de S. Paulo, 02/10/2007. transmissão das notícias é a celebração
Adaptado. constante e diariamente repetida da
enorme velocidade da mudança, do
acelerado envelhecimento e da
perpetuidade dos novos começos.
Zygmunt Bauman. Modernidade Líquida.
Adaptado.
O acesso à Informação (em sua
maioria, eletrônica) se tornou o direito