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“ÓPTICA GEOMÉTRICA”
Diadema - SP
Novembro 2018
RESUMO
Imagem 01 - O prisma e o arco íris são prova de que o índice de refração depende do
comprimento de onda e que a luz branca é composta por mais de uma cor.................8
No segundo item, o objetivo era reconhecer que a luz sofre reflexão total, ao
penetrar perpendicularmente a superfície de um prisma. Além disso, adquirir o
conhecimento de que o índice de refração de um dado material depende da frequência
de luz incidida.
No quarto item, o objetivo era determinar a distancia focal entre as lentes delgadas
de acordo com os métodos de Bessel e Autocolimação. Também foi proposto deduzir
a fórmula do primeiro método e determinar o valor do foco de cada lente nos dois
tópicos.
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA
No modelo corpuscular da luz, proposto em 1672 pelo físico inglês Isaac Newton,
acreditava-se que a luz era um feixe de partículas emitidas por uma fonte de luz que
atingia o olho, estimulando a visão. Séculos depois determinaram que a luz era uma
onda eletromagnética. Com está teoria explicavam-se muito bem alguns fenômenos
de propagação de luz como a reflexão e refração1.
Quando a luz incide sobre uma superfície, sua onda eletromagnética é refletida e a
outra parte é refratada para outro material2.
No caso da reflexão temos dois casos distintos, a regular, em que um feixe de luz
se propaga no meio incidindo sobre uma superfície plana, como por exemplo, o
espelho, e retorna os raios paralelos, existindo um único ângulo de reflexão. Já na
reflexão difusa a luz se propaga, incidindo sobre uma superfície irregular e ao retornar
ao meio seus raios estão por todas as direções2.
Esses estudos levaram a suas leis, que dizem que o raio incidente e o raio refletido
estão situados em um mesmo plano e o ângulo de incidência é igual ao ângulo de
reflexão, sendo este ângulo medido em relação à reta normal e à superfície, no ponto
em que o raio a atinge2.
A passagem da luz por uma superfície, separada por dois meios distintos é definida
como refração. Caso o raio incidente seja perpendicular à interface, a refração muda a
direção de propagação. A lei de refração nos diz que o raio refratado está no plano de
incidência e tem um ângulo de refração θ2 que está relacionado ao ângulo de
incidência θ1, através da equação 1 abaixo2:
𝛩′1 = 𝜃1 (2)
Uma superfície refletora plana como um espelho plano é uma superfície que reflete
um raio luminoso em uma direção definida. Através da rotação do espelho plano, um
raio de luz incidente, ao encontrar um espelho plano em uma posição 1, tem uma
reflexão segundo um raio Ri. Quando ele sofre um giro por um ângulo qualquer α, em
torno da normal ao plano de incidência ele passa para uma outra posição 2 e o raio
incidente que reflete e o segundo raio Rr2 ; conforme ilustrado na figura 2 abaixo2:
𝑛=𝑛λ (3)
A reflexão de luz entre dois espelhos planos gera múltiplas imagens quando um
objeto é alocado na bissetriz, formando um ângulo diedro entre eles5. A equação 4
fornece o número de imagens (𝑁) matematicamente estipulado:
360°
𝑁=( )−1 (4)
𝛼
Onde, 𝛼 representa o ângulo entre dois espelhos. A equação também é valida para
situações nas quais o objeto não esta posicionado na bissetriz do ângulo formado. Os
valores ímpares de imagens são discretos, validos para qualquer ângulo obtido pela
expressão, geralmente os ângulos conhecidos; já os pares ocorrem no intervalo entre
os valores ímpares adjacentes. Experimentalmente, quando o ângulo entre os
espelhos for 90° observam-se três imagens e para o ângulo de 60° cinco imagens,
porem, se o ângulo diedro for compreendido entre 60° e 75° observam-se cinco
imagens, isso é possível caso o objeto pontual esteja próximo a um dos espelhos e o
observador mire as imagens colocando-se junto a um dos espelhos4.
Além do mais, as lentes divergentes sempre fornecerão uma imagem virtual, direita
e menor, elas são comumente utilizadas no tratamento de miopia e em olhos mágicos
instalados em portas2.
Assim que o feixe de luz incide em uma lente divergente, paralelo ao seu eixo,
incide os raios luminosos. Após atravessar, os raios luminosos divergem de tal modo
que suas extensões se encontram sobre um ponto ‘F’, sendo este o seu primeiro foco,
a distancia de ‘F'’ a lente é denominada de distancia focal f' 2. Assim como ilustrado
pela figura 06, a seguir:
1 1 1
= + (5)
𝑓′ 𝑝 𝑝′
Experimento 01:
Barramento com escalas milimetradas e sapatas niveladoras;
Fonte de luz policromática;
Suportes magnéticos;
Painel ótico;
Espelho;
Lentes de 8di e 4di;
Diafragma deslizante;
Experimento 02:
Barramento com escalas milimetradas e sapatas niveladoras;
Painel ótico
Prisma de 90° e 60°
Fonte de luz policromática
Experimento 03:
Dois espelhos planos;
Dois suportes para espelho plano;
Uma escala em graus (base giratória do transferidor);
Um objeto pequeno (bolinha de papel).
Experimento 04:
Banco Óptico;
Fonte de luz policromática;
Suportes magnéticos ajustáveis;
Fenda em formato de F;
Anteparo;
Régua;
Lente de 8 di e 4 di.
3.2. PROCEDIMENTOS
Experimento 01:
Primeiramente foi necessário montar a aparelhagem experimental, como
demonstrado pela figura 07 abaixo:
Figura 07 – Disposição dos aparelhos que foram utilizados no experimento para
determinação do ângulo e giro do espelho.
- Posicionou-se o painel (P) com uma leva inclinação para interceptação dos feixes
luminosos.
- Girou-se o disco de modo que o raio incidente formasse um ângulo θ com a reta
normal N ao espelho no ponto de incidência. Variou-se o ângulo de incidência θ de 0°
a 40°.
Experimento 02:
- Colocou-se o prisma de 90° sobre o disco então foi ligada a fonte luminosa. Também
se aferiu o feixe luminoso e projetou a luz sobre o prisma. Em seguida foi posicionado
o prisma de modo que o raio incidente ficasse perpendicular à hipotenusa.
Figura 08 – Esquema do
procedimento 03
- Variou-se a abertura do espelho fixo A entre 0° e 180°. Toda vez que se trocava o
ângulo ajustava-se também o objeto na bissetriz.
Experimento 04:
Método de Bessel
- Primeiramente montou-se o modelo experimental exposto na figura 09 para iniciar o
experimento 4.1.
- Verificou-se a distancia focal nas lentes fornecidas para determinação de f' e o erro.
- Mediu-se e notou-se o valor de d (distancia entre anteparo F e anteparo branco
observando a posição onde a imagem do F se mantivesse focada, de acordo com a
posição de cada lente e anteparo).
- Calculou-se o f'.
Método da Autocolimação
- Posicionou-se uma lente X, cuja distância focal se deseja determinar aproveitando a
montagem anterior e um espelho plano P de primeira superfície substituindo o
anteparo.
Um espelho plano reflete especularmente a luz, sua imagem sempre será virtual,
direita, de mesmo tamanho e revertida (da direita para a esquerda)2, conforma o a
figura 11 abaixo:
Ângulo de incidência (i) Ângulo de reflexão (r) teórico Ângulo de reflexão (r) experimental
0° 0° 0
10° 10° 6
20° 20° 25
30° 30° 32
40° 40° 43
Pode-se verificar pelos dados experimentais dos ângulos obtidos foram próximos
ao teórico, sendo o erro experimental devido a calibração incorreta do equipamento.
As lentes que foram utilizadas para focalizar o feixe de luz eram convergentes, ou
seja, lentes que a luz incide paralelamente entre si é refratada, tomando direções que
convergem a um único ponto.
𝑓1 = 𝑚⁄8𝑑𝑖 (6)
𝑝 = 160 𝑚𝑚 − 18 𝑚𝑚 = 132 𝑚𝑚
𝑝′ = 2,36 𝑚
Ou seja, caso não existisse a segunda lente, os raios se cruzariam a 2,36m depois
da lente 1. Em relação a lente 2, se os raios incidentes forem paralelos, os raios
refratados, iram se cruzar no foco da lente.
Ângulo de giro do espelho Ângulo entre os raios incidente e refletido [(i) + (r)]
0° 0°
10° 30°
20° 50°
30° 80°
40° 105°
𝜃 =𝑖+𝑟 (9)
𝜃 =𝑖+𝑖 ⇒ 𝜃 = 2𝑖 (10)
120
100
y = 2x
R² = 1
80
Ângulo de desvio
60
40
20
0
0 10 20 30 40 50
Ângulo de incidência
120
100
y = 2,6x + 1
80 R² = 0,9971
Ângulo de desvio
60
40
20
0
0 10 20 30 40 50
Ângulo de incidência
A partir dos valores obtidos, pode-se calcular o erro experimental, de acordo com a
equação 11 abaixo, sendo está em módulo.
valor teórico−valor experimental
𝐸% = 𝑥 100 (11)
valor teórico
2−2,6
𝐸% = 2
𝑥 100 ⇒ 𝐸% = 30%
O prisma óptico é um meio transparente e limitado por duas faces planas não
paralelas, que separam em cores (o espectro) um feixe luminoso quando esse é nele
incidido. Cada uma dessas cores sofre um desvio diferente, assumindo direções
diversas, como no arco-íris8.
Uma placa de vidro, cujas faces são planas e paralelas, não pode separar
fisicamente as cores de um feixe luminoso, pois os raios, emergindo da placa, sofrem
apenas deslocamentos laterais paralelos, o que não produz alterações no feixe
original. Por meio do prisma óptico identificamos os seguintes elementos: aresta
principal que é a interseção entre duas faces planas não paralelas; ângulo de abertura
(Â) que é formado pelas faces planas não paralelas; Secção principal que é qualquer
secção do plano perpendicular à aresta8.
Foi observado que em prismas com arestas diferentes de 90º, o raio emergente se
desvia para a base do prisma e, que o mesmo decompõe um feixe de luz incidente,
policromático, permitindo a decomposição da luz incidida em suas componentes.
Logo, pode-se dizer que uma luz incidente qualquer ou a própria luz branca é
composta pelas suas componentes espectrais, sendo assim o disco de Newton, por
exemplo contém as cores decompostas: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e
violeta e ao girá-lo rapidamente, a retina tem a sensação de que o espectro de sete
cores se transforma em um espectro branco, provando desta maneira a teoria de
decomposição espectral8.
Uma vez que o vidro possuí diferentes índices de refração para diferentes cores e,
a refração é responsável pela decomposição da luz, sabe-se que o índice de refração
indica quantas vezes a velocidade da luz em certo meio, é menor que a velocidade da
luz no vácuo. Considerando a segunda lei da refração: “Os senos dos ângulos de
incidência e refração são diretamente proporcionais às velocidades de onda nos
respectivos meios”, se concluí e constata experimentalmente que a luz vermelha
(índice de refração no vidro é de 1,513) é a menos refratada e a violeta (índice de
refração no vidro é de 1,532) é a mais refratada quando refratam em um prisma8.
Notou-se que a equação 04 é valida somente para ângulos pontuais: 90° e 180°,
pois não há formação de imagens ciclópicas, além disso, o ângulo de incidência é
perpendicular à normal e paralelo à superfície do espelho, respectivamente. O ângulo
de 0° possui infinitas imagens formadas devido ao fato dos espelhos estarem de frente
um ao outro, possibilitando um espectro de combinações e reflexões entre os raios.
Obteve-se uma imagem a mais do que o valor calculado para os ângulos menores
(30°, 45° e 60°) porque as observadoras identificaram as imagens ciclopes, no
laboratório nos debruçamos sobre a bancada de tal forma a observar o fenômeno, que
será explicitado na figura 15.
Figura 15 – Esquema de
formação da imagem ciclópica
A imagem do objeto está em 𝐼1 no espelho 1 e em 𝐼2 no espelho 2. Além disso, uma
terceira imagem é formada em 𝐼3 , esta terceira imagem é a imagem 𝐼1 no espelho 2 ou
a imagem de 𝐼2 no espelho 1. Isto é, a imagem em 𝐼1 (ou 𝐼2 ) serve como o objeto para
𝐼3 , os raios refletem duas vezes após deixar o objeto em O, a chamada “imagem
ciclópica”. Logo, o observador visualizará três imagens: 𝐼1 , 𝐼2 e a imagem ciclópica6.
(𝑑 + 𝑠).(𝑑− 𝑠)
𝑓′ = (11)
4𝑑
D S Lx Ly f'
4 di 560 50 380 330 138,9
8 di 620 265 455 190 126,7
𝑆
𝑆𝑥 = (12)
√𝑛
𝑆𝑥 = 8,62⁄√2 = 6,1
Com este experimento pode-se notar que, com a variação entre as duas posições,
a lente pode se situar projetando a imagem F em A; as distancias entre lentes, e entre
o anteparo F e A são muito distantes uma da outra. Porém, apesar disso, a distancia
focal calculada não apresenta muita variação3.
f'
8 di 130
4 di 270
Encontrou-se estes dados de distancia focal, pois, para a primeira lente (8di), que
estava na posição X descrita na figura 10 do procedimento, a distancia entre X e F era
de 130 mm. Já para a segunda lente, utilizada (4di) utilizando o mesmo conceito citado
para a situação da lente 1, a distancia focal foi de 270 mm. Sendo assim, notou-se
através desta observação que, com a diminuição de di de lente, aumentou-se
proporcionalmente a f', podendo-se comparar com a equação utilizada no primeiro
método.
Nomeando S como a distância entre duas posições da lente9, pode-se provar que:
(𝑑 2 − 𝑆 2 )
𝑓= (13)
4𝑑
1 1 1
+ = (14)
𝑥+1 (𝐴−𝑥) 𝑓
𝑥 2 − 𝐴𝑥 + 𝐴𝑓 = 0 (15)
𝑆 = √𝐴 (𝐴 − 4𝑓) (18)
A reflexão especular sofrida por um raio de luz possuiu um ângulo de desvio duas
vezes maior que o ângulo de incidência, como observado no primeiro experimento;
entretanto, obteve-se um erro de 30% pelos coeficientes angulares. Em sequencia,
percebeu-se que não ocorre nada com o raio refletido quando o raio incidente é
normal à superfície refletora.
Notou-se que um prisma com ângulos diferentes de 90º desvia o raio emergente
para a sua base; visto que um feixe de luz policromático incidente é fragmentado em
suas componentes básicas. Já o prisma triangular gera um espectro colorido quando
submetido a um feixe de luz, no qual a cor vermelha possuiu menor refração e a
violeta maior refração.
[3] PHYSICS FORUMS. Bessel function and Bessel D.E. Disponível em:
<https://www.physicsforums.com/threads/bessel-function-and-bessel-d-
e.69444/>.Acesso em: 02 Nov. 2018.
[6] SERWAY, Raymond A.; Jewett, Jr. John W. Princípios de física - Óptica e física
moderna. São Paulo, Editora Cengage, v.4., 5º ed. 2014.
[8] TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros - Vol. 2, 5a
ed. Rio de Janeiro, LTC, v.2., 5ª ed. 2006
[9] WOLFRAM MATHE WORLD. Bessel Function of the First Kind. Disponível
em: < http://mathworld.wolfram.com/BesselFunctionoftheFirstKind.html>.
Acesso em: 02 Nov. 2018