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DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA
RELATÓRIO
RECIFE
2017
ANDERSON LUIZ SILVA DE OLIVEIRA
RELATÓRIO
RECIFE
2017
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RESUMO
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5
A ESCAVAÇÃO ............................................................................................................. 8
METODOLOGIA .......................................................................................................... 11
CONCLUSÕES .............................................................................................................. 38
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 39
ANEXOS ........................................................................................................................ 41
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INTRODUÇÃO
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HISTÓRICO DO SÍTIO
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bacia hidrográfica do Rio Capibaribe. Possui relevo bastante degradado pela erosão, solo
pobre e pedregoso, temperaturas elevadas com médias superiores a 26 graus, clima
semiárido (seco), precipitações pluviométricas anuais de 242 mm e vegetação de caatinga
hipoxerófila. As terras do atual município de Santa Cruz do Capibaribe, ainda que
encravadas no vale do rio que lhe dá o nome, passaram por dois séculos de colonização
até serem desbravadas e ocupadas por colonizadores. A região agreste, afastada da região
litorânea teve que esperar a saturação da indústria açucareira, que privilegiava a
colonização do litoral e mata pernambucanos e a dizimação dos quilombos para que o
ritmo do crescimento e ocupação alcançassem suas terras. Os primeiros registros oficiais
sobre a história e povoamento de Santa Cruz são raros e esparsos, sendo grande parte do
que conhecemos sobre seu território, oriundos da tradição oral da região. Atualmente, o
território do Agreste é uma região que possui uma atividade comercial dinâmica, com
vários municípios importantes para a economia pernambucana e serve de elemento de
ligação entre o litoral e o sertão pernambucano, haja vista o destaque do município,
importante pólo têxtil e maior produtor de confecções do Brasil (ficando atrás apenas da
capital paulista), possuindo o maior parque de confecções da América Latina em sua
categoria, o Moda Center Santa Cruz. É também conhecida como a Capital da Sulanca,
Capital das Confecções ou Capital da Moda.
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A ESCAVAÇÃO
A escavação no sítio Fundos do Niate teve início as 10h30m da manhã do dia 20 de abril
de 2017, com os alunos do curso de Arqueologia, supervisionados pelo professor Sérgio
Monteiro, por sua monitora Kássia Maria e a aluna colaboradora Celine Davoglio.
Foto 01 - Material utilizado na escavação do sítio Fundos do Niate. Autora: Lunarah, 2017.
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I II
III
IV
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V
Nas fotos I a V, os passos de identificação da área, delimitação, abertura da quadrícula e
a quadrícula pronta para escavação são ilustrados. (Autora das fotos, Natália Júlia, 2017).
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METODOLOGIA
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Estatura
Foto 02 - Medição do fêmur para estimativa de altura do esqueleto encontrado. Autor: Carlos Dantas, 2017.
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Foto 03 - Medição da tíbia para estimativa de altura do esqueleto encontrado. Autor: Carlos Dantas, 2017.
Determinação da Idade
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Foto 04 editada – Fonte:
Carlos Dantas, 2017. 1
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Os ossos longos podem também fornecer dados sobre a idade do esqueleto:
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Figura XX - Tabela de
medição de fêmur.
Fonte: Schaffer &
Maresh, 2009.
Análise do Crânio
A análise do crânio de um esqueleto também pode nos informar dados sobre a idade do
indivíduo em questão, ajudando a estimá-la. A análise de MEINDL e LOVEJOY (1985)
é baseada na observação da sinostose, que é a união de dois ossos por ossificação da zona
fibrosa ou cartilaginosa que os separa (podendo ser patológica ou não) e a atribuição de
valores para os tipos de sutura, de acordo com a tabela a seguir:
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VALORES TIPO DE SUTURA
0 Aberta
1 Fusão Mínima
2 Fusão Acentuada
3 Fusão Completa
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Sexualidade
LEGENDA da FOTO 9:
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Foto 10: Ângulo interno em formato de “u” da mandíbula. Fonte: Carlos Dantas,
2017.
Figura xx: Tabela de mensuração de ossos longos. Criada por: Rafaella Queiroz.
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Em relação aos ossos do quadril, as características dimórficas visualizadas foram: a
dimensão do forame obturado, que se apresenta mais largo e em formato triangular na
mulher e ovalado no homem, e o ângulo do púbis, acentuadamente maior na mulher:
Formato do forame obturado (em vermelho) e ângulo do púbis (em preto). Fonte:
Anderson Oliveira, 2017
O sacro feminino possui uma largura maior, quando foi medido de uma asa a outra, e um
comprimento menor que o masculino, além de sua curvatura ser na metade inferior do
osso, enquanto que o masculino é curvo da base ao ápice:
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Ancestralidade
De acordo com estas três classificações, os doliocéfalos, com dolicocrânio (índice =< a
75), são os descendentes de caucasóides nórdicos, negróides africanos, berberes e
australóides; Mesocrânio - Mesaticéfalos: Índice entre 75 a 80: descendentes de
mongoloides e Braquicrânio - Braquicéfalos: Índice superior a 80: descendentes de
Caucasóides (Europeus Centrais).
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C) Índice Sagital (ou Vertical Lateral): Seguindo a variação da fórmula do índice: 100
x Altura Máxima (Básio-Bregma) / Comprimento Máximo (Glabela-Opistocrânio). Dele
pode se inferir as principais variações: Hipsicrânio (>75), encontrado entre mongolóides
e negróides; Mesocrânio (69<x<75), encontrados entre caucasóides e Hipsicrânio (>75)
encontrado entre crânios fósseis.
D) Índice Transversal: Cálculo inferido tirando-se as medidas dos seguintes pontos: 100
x Altura Máxima (Básio-Bregma) / Largura Máxima (Eurio-Eurio). Dele se inferem:
Tapeinocrânio: Negróides e Caucasóides (norte e sul europeu); Metriocrânio:
Mongolóides e Estenocrânio: Caucasóides (Europa central)
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E) Ângulo Facial: O ângulo facial é utilizado para distinguir tipos raciais de acordo com
o prognatismo craniométrico. Esse cálculo apresenta variações da localização das linhas
de acordo com três autores mais populares, Jacquart, Cloquet e Cuvier, das quais a
consideração dos ângulos de cada autor em conjunto pode se fazer pertinente (FRANÇA,
2011). Essas variantes e as suas medidas em cada tipo racial são demostradas na tabela
seguinte (FRANÇA, 2011) e na imagem a seguir:
Variantes Raça
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G) Forma do Palato: A morfologia do palato se distribui entre os tipos étnicos de acordo
com a tabela e a imagem a seguir:
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H) Morfologia Dentária: Os caucasianos tendem a apresentar dentes menores, apertados
entre si e delicados, geralmente com terceiros molares impactados e apresentando
desgaste. Negróides raramente apresentam os dentes apertados entre si e os superiores
geralmente se projetam para fora devido aos formatos angulados da maxila.
Tradicionalmente, a morfologia da cúspide do primeiro molar inferior tem sido utilizada
precisamente para a determinação dos tipos étnicos, com a exceção dos mulatos, em que
50% deles apresentaram configurações intermediárias. As configurações morfológicas da
cúspide do primeiro molar inferior se apresentam da seguinte forma: Mamelionada:
Entre caucasianos; Estrelada: Entre negróides e Intermediária: Entre mongolóides. A
morfologia dos incisivos entre negróides e caucasianos apresenta-se em formato de
"lâmina", seu perfil é reto; já entre os mongolóides e nativos americanos, a morfologia é
de "pá", recebendo esse nome pois a superfície interna é curvada.
Incisivos laterais superiores com coroas em forma de pá (A e B) e traços de pá (C). Fonte da imagem:
http://143.107.206.201/restauradora/Teses/Matzerm/mfig13.jpg
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Aspecto Branco Negro
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Outras Características Morfológicas do Crânio: Outras características morfológicas
mais gerais do crânio distribuem-se entre os grupos étnicos de acordo com a tabela a
seguir:
angular/redonda e
Órbita retangular redonda
retangular
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Traumas
1. Crânio e Mandíbula
2. Membros Superiores
3. Membros Inferiores
1.1) foi constatado no osso frontal um orifício compatível com ferimento de entrada
produzido por projétil de arma de fogo, medindo 04mm de diâmetro.
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1.2) na face orbital direita do osso frontal, foi identificado um orifício compatível com
ferimento de entrada produzido por projétil de arma de fogo, medindo 08mm de diâmetro.
1.3) verificou-se, no osso parietal esquerdo, orifício compatível com ferimento de saída
produzido por projétil de arma de fogo, medindo 08mm de diâmetro, bem como também
foi constatado na margem escamosa do osso parietal esquerdo, orifício compatível com
ferimento de saída produzido por projétil de arma de fogo, medindo 09mm de diâmetro.
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1.4) no osso parietal direito foi visualizada uma lesão provocada por instrumento
cortocontundente, medindo 3 cm de comprimento.
1.5) verificou-se, no meato acústico externo esquerdo, lesão provocada por instrumento
perfuro-contundente.
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1.6) foram visualizadas nos alvéolos dentares da maxila, fraturas nos quatro incisos e no
canino direito provocadas por ação de instrumento contundente.
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2.2) verificaram-se, na extremidade distal do rádio esquerdo, lesões provocadas por
instrumento cortante.
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2.3) verificaram-se, na extremidade distal da ulna direita, lesões provocadas por
instrumento cortante.
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3.1) verificaram-se, na extremidade distal da tíbia direita, lesões provocadas por
instrumento cortante, precisamente no maléolo medial.
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Junto ao esqueleto localizado, foram encontrados também alguns vestígios arqueológicos
que podem servir como prova material de que houve um crime de homicídio que vitimou
o indivíduo localizado, pois algumas das marcas tafonômicas caracterizadas no esqueleto
podem ser vinculadas a tais elementos, isso depois de um exame de laboratório mais
elaborado e técnico.
Foto 28 – Cápsulas
deflagradas de munição de
calibre 38, possivelmente
também utilizadas na
prática delituosa, de
acordo com marcas
identificadas em alguns
ossos. Autor: Carlos
Dantas, 2017.
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Foto 29 – Cerâmica construtiva,
fraturada, possivelmente também
utilizadas na prática delituosa, de
acordo com marcas identificadas em
alguns ossos. Autor: Carlos Dantas,
2017.
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CONCLUSÕES
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BIBLIOGRAFIA
BASS, M. W. 2005. Human Osteology: a laboratory and field manual. 5. ed. Missouri
Archaeological Society, Springfield.
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. / Genival Veloso de França - 9ª Ed. -
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.il.
LOVEJOY, Co, MEINDL, Rs, MENSFORTH Rp, and Barton, TJ (1985) Multifactorial
determination of skeletal age at death: A method with blind tests of its accuracy.
Am. J. Phys. Anthropol. 68:l-14.
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/288333/1/Rabbi,%20Romildo.pdf
39
https://jenjdanna.com/blog/2012/7/10/forensics-101-race-determination-based-on-the-
skull.html
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ANEXOS
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2) Ficha de Acompanhamento de Escavação (Modelo do Labifor – UFPE)
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3) Croqui de Escavação (Decalcado)
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4) Área total da Escavação
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5) Ficha para Retirada de Esqueleto (Modelo do Labifor – UFPE)
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