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INTRODUÇÃO
As doenças e transtornos mentais afetam mais de 400 milhões de
pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS). De acordo com o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU),
entre 75% e 85% das pessoas que sofrem desses males não têm acesso a
tratamento adequado. No Brasil, a estimativa é de que 23 milhões de pessoas
passem por tais problemas, sendo ao menos 5 milhões em níveis de
moderado a grave. A atenção básica (PSF) nos dias de hoje, é a mais
importante porta de entrada do sistema de saúde, o elo que une as unidades
assistenciais, família e a comunidade. (BREDA; AUGUSTO, 2001). O projeto
proposto visa promover aos portadores de transtornos mentais, atendimentos
psicológicos específicos, por meio da Terapia Cognitivo-comportamental em
grupos (TCCG). O presente tema apresenta relevante importância porque visa
atender aos portadores de transtornos mentais, por psicólogo, com intervenções
específicas da Terapia Cognitivo-comportamental em grupos (TCCG), que
constitui uma forma primordial no atendimento do público-alvo, de forma a
complementar o tratamento farmacológico recebido e contribuir efetivamente
para minimizar os sintomas dos transtornos mentais, possibilitando
comportamento proativo em direção a uma melhor qualidade de vida,
favorecendo a promoção e prevenção integral da saúde. Segundo Neufeld,
Moreira e Xavier (2012), o tratamento a partir da TCCG não proporciona apenas
uma remissão temporária de sintomas, mas também a possibilidade de
manutenção em longo prazo da melhora alcançada. Isso é possível porque os
pacientes aprendem a modificar seus pensamentos disfuncionais, sentindo-se
melhores emocionalmente, comportando-se de forma mais produtiva em busca
de suas metas.
OBJETIVOS
Objetivo geral:
Promover aos portadores de transtornos mentais, atendimentos
psicológicos específicos, por meio da Terapia Cognitivo-comportamental em
grupos (TCCG);
Objetivos específicos:
Viabilizar participação dos pacientes portadores de transtornos mentais
nos atendimentos em grupos;
Aplicar técnicas específicas para atingir a remissão sintomatológica e a
manutenção de longo prazo da melhora alcançada;
Promover a autonomia do sujeito a partir de intervenções cognitivo-
comportamentais em grupo;
Produzir mudanças nos pensamentos, nos sistemas de significados, nas
reações emocionais e comportamentais de forma duradoura, proporcionando
autonomia ao paciente.
PERCURSO METODOLÓGICO
Foi formado grupo terapêutico, composto por mulheres com faixa etária de 20
a 65 anos, com encontro semanal, toda segunda-feira, no horário de 8 às
9h30min. perfazendo uma carga horária de uma hora e meia contando com o
mínimo de seis participantes.
Foi desenvolvida a seguinte programação:
Primeiro encontro: apresentação do projeto e “Dinâmica de apresentação”
para interação e conhecimento entre as pessoas do grupo.
Segundo encontro: psicoeducação sobre o modelo cognitivo utilizado pela
Terapia Cognitiva Comportamental em Grupo.
Terceiro encontro: identificação dos pensamentos automáticos por meio do
Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD) e uma Técnica STOP com
objetivo de deter pensamentos.
Quarto encontro: identificar e modificar o sistema de crenças.
Quinto encontro: análise de evidências sobre as distorções cognitivas.
Sexto encontro: Regulação Emocional
Avaliação do projeto
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem cognitivo-comportamental tem sido adotada nas mais diversas
práticas e modalidades de intervenção, tanto no enfoque individual como no
coletivo. A eficácia das intervenções nesse âmbito tem sido averiguada há
décadas, desde os primórdios de sua proposição, com os estudos de Aaron Beck
e Albert Ellis (Knapp, 2004), e sua diversificação em termos práticos tem feito
com que seja recomendada como abordagem indicada em muitos casos de
tratamento na saúde pública (Silva, Pereira, & Aquino, 2011).
A partir da aplicação das técnicas cognitivo-comportamentais em grupo, foi
possível perceber sua eficácia no manejo dos principais transtornos mentais,
constituindo-se em um instrumento útil no tratamento de tais distúrbios dentro
da Unidade Básica de Saúde. Heldt (2008) destaca que a TCCG tem por
objetivo corrigir as interpretações errôneas catastróficas e os medos
condicionados das sensações corporais e evitações.
No contexto da Unidade Básica de Saúde, o trabalho em grupo desenvolvido
permitiu o tratamento de pacientes em uma escala maior do que a atividade
individual. Existem benefícios que são tipicamente provenientes da TCCG, como
a redução do custo do sistema de saúde e o atendimento maior à demanda que
em muito supera a quantidade disponibilizada por esse sistema (Neulfeld , 2011;
Silva et al., 2011).
O trabalho por meio da TCCG propiciou um ambiente terapêutico no qual as
pessoas lidaram constantemente com questões interpessoais. E, segundo Cade
(2001), além de cuidar do problema focal, permite explorar melhor as habilidades
de relacionamento, os estilos de vida e o ajustamento social. Baseado na
literatura, ele refere que essa intervenção possibilita vivências semelhantes às
situações do cotidiano por se constituir em um microcosmo social que favorece
a aprendizagem a partir da experiência do outro, possibilitando encontrar
soluções para os problemas apresentados. Ademais, a intervenção psicológica
em grupo permite democratizar o serviço psicológico que ainda representa um
alto custo para a população brasileira (Chacon et al., 2003).
É importante ressaltar ainda que, por meio da TCCG os sintomas e os
comportamentos disfuncionais foram cognitivamente mediados e, logo, a
melhora pôde ser produzida pela modificação do pensamento e das crenças
disfuncionais apresentadas pelos participantes.
Contudo, no contexto grupal, as técnicas cognitivas e comportamentais devem
ser inseridas mediante uma compreensão abrangente dos fatores do processo
grupal. Estes, interagindo entre si constantemente, modificam a experiência do
grupo para seus membros. Portanto, o resultado terapêutico em Terapia
Cognitivo Comportamental em Grupo (TCCG) é determinado tanto pelas
estratégias formais da TCC quanto pelo processo grupal (Bieling, McCabe e
Antony, 2008).
Até o momento foi possível perceber que, por meio das diversas intervenções
utilizadas os participantes foram impulsionados a modificar o seu modo de
interpretar os fatos e, com isto, obter uma melhora no seu estado global.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BIELING, P.J., McCabe, R.E., Antony M.M. & cols. (2008). Terapia Cognitivo-
Comportamental em Grupos. Porto Alegre: Artmed Cognitivo-Comportamental
em Grupos. Porto Alegre: Artmed Cognitivo-Comportamental em Grupos. Porto
Alegre: Artmed
CADE, N. V. (2001). Terapia de grupo para pacientes com hipertensão
arterial. Revista de Psiquiatria Clínica, 28(6), 300-304. Recuperado
de http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol28/n6/artigos/art300.htm