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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ENGENHARIA ELÉTRICA

SERGIO SACHT DE ALMEIDA

ESTUDO DA PROBLEMÁTICA DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS NA


REGIÃO LITORÂNEA DO NORTE FLUMINENSE

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


2018
SERGIO SACHT DE ALMEIDA

ESTUDO DA PROBLEMÁTICA DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DA


REGIÃO LITORÂNEA DO NORTE FLUMINENSE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Universidade Estácio de Sá
como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. MSc. Marcelo da Penha


Rodrigues

CAMPOS DOS GOYTACAZES


2018
3

Página reservada
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais e a toda a minha família que sempre estiveram
ao meu lado, me apoiando e incentivando e à minha linda esposa Aline, pelo exemplo
e companheirismo.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro a Deus que sempre esteve comigo.

Agradeço aos meus pais, Helena Sacht de Almeida e Jorge Alves de Almeida, pela
excelente educação que me deram e que permitiram com que eu chegasse até aqui.

Agradeço à minha esposa Aline por sua compreensão e paciência comigo, bem como
seu apoio.

Agradeço ao Murilo Maduro pelo grande incentivador que foi, bem como por toda
assistência que deu ao longo do curso.

Agradeço ao grande amigo Adailson Nolasco por suas valiosas contribuições de seu
conhecimento.

E, por fim, agradeço ao meu professor Orientador Marcelo, que por vezes me deu
todo apoio no desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso.
“Eu prefiro ser essa metamorfose
ambulante...
... do que ter aquela velha opinião formada
sobre tudo...”.
(Raul Seixas)
RESUMO

A operação e manutenção de qualquer instalação elétrica próxima às zonas litorâneas


requerem cuidados. A salinidade severa presente em todo litoral, bem como outros
contaminantes, ocasiona sempre problemas para a rede de distribuição de energia
elétrica. Desta maneira, a especificação e projeto dos equipamentos também devem
ser observados de forma diferenciada, uma vez que a agressividade salina, presente
em todo o litoral brasileiro, impõe condições aos equipamentos muito diferentes da
encontrada no interior do país. Nestas zonas as cadeias de isoladores convencionais
(de porcelana e de vidro) têm dificuldades em funcionar sem falha. Desta forma, este
trabalho apresenta os problemas encontrados na operação e manutenção de
componentes do sistema elétrico de potência, instaladas no litoral e soluções
encontradas para minimizar os problemas, visando à confiabilidade do sistema.

Palavras-Chaves: Isolador; Salinidade; Silicone; RTV.


ABSTRACT

Operation and maintenance of any electrical installation near the coastal areas
requires care. The severe salinity present on the whole coast, as well as other
contaminants, always causes problems for the electricity distribution network. In this
way, the specification and design of the equipment must also be observes in a
differentiated way, since the salty aggressiveness present in the entire Brazilian coast
imposes conditions on equipment very different from that found in interior of the
country. In these zones the chains of conventional insulators (porcelain and glass)
have difficulties in functioning without failures. This work presents the problems
encountered in the operation and maintenance of power system components installed
on the coast and solutions found to minimize problems, aiming for system reliability.

Keywords: Isolator; Salinity; Silicone; RTV.


LISTA DE FIGURAS
Figura 5: Mecanismo de flashover por poluição em isoladores cerâmicos/vidro 25

Figura 6: Mecanismo de descarga por banda seca em isoladores elétricos. 27


Figura 1: Isolador porcelana modelo concha-bola. 29
Figura 2: Isolador de vidro modelo concha-bola. 30
Figura 3: Falhas mais comuns em isoladores poliméricos. 32
Figura 4: Isoladores de porcelana comumente utilizados. 34
Figura 7: Limpeza de isoladores contaminados. 36
Figura 8: Linhas de fuga de isoladores. 37
Figura 9: Isolador pedestal sem revestimento e com revestimento 40
Figura 10: Demonstração do comportamento do RTV com poluentes e água. 41
Figura 11: Definição do ângulo de contato. 43
Figura 12: Demonstração do ângulo de contato. 43
Figura 13: Variação mensal da pressão atmosférica em Campos-RJ. 49
Figura 14: Variação mensal da temperatura do ar em Campos-RJ. 50
Figura 15: Variação mensal da umidade relativa em Campos-RJ. 52
Figura 16: Variação mensal da evaporação total em Campos-RJ. 53
Figura 17: Variação mensal da precipitação total em Campos-RJ. 54
Figura 18: Variação mensal do vento (direção e velocidade) na região da Praia do Açu – São João da
Barra – RJ 56
Figura 19: Distribuição da rosas-dos-ventos em % em Campos-RJ. 56
Figura 20: Coleta de água do mar para análise 58
Figura 21: Planta baixa da subestação 01. 59
Figura 22: Foto aérea da subestação 01. 60
Figura 23: Localização da SE-01 em relação ao Mar. 61
Figura 24: Esquemático da descarga disruptiva típica e consequências do arco elétrico em bucha de
500 kV. 63
Figura 25: Isoladores de vidro usados, com e sem a cobertura RTV. 64
Figura 26: Bucha de alta tensão – Transformador de Potência 37,5 MVA/145/15kV. 67
Figura 27: Seccionadora de abertura vertical com lamina de aterramento. 68
Figura 28: Isolador suporte núcleo sólido fabricante Santana. 69
Figura 29: Disjuntor SF6 Siemens. 70
Figura 30: Evidências de flashover na superfície isoladora 71
Figura 31: Destaque do disjuntor instalado em campo. 71
Figura 32: Pátio externo da subestação 01 com o autor na foto. 72
Figura 33: Isolador e cadeia de isoladores de suspensão. 74
Figura 34: Mapa das torres de transmissão com a distância do mar. 75
Figura 35: Isolador antipoluição. 77
Figura 36: Isoladores antipoluição antes e depois do revestimento 78
Figura 37: Cadeias de isoladores revestidas preparadas para montagem nas torres. 78
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Níveis de poluição definidos pela norma IEC 60071-2. ........................................................... 21


Tabela 2: Níveis de poluição definidos pela norma NBR IEC TS 60815-2. ............................................. 22
Tabela 3: Comparação entre tipos de isoladores ...................................... Error! Bookmark not defined.
Tabela 4: Critério para determinação da classificação hidrofóbica. ........................................................ 44
Tabela 5: Nível de poluição escolhido no projeto da SE-01 .................................................................... 65
Tabela 6: Dados do isolador convencional utilizado na LT. ..................................................................... 73
Tabela 7: Dados do isolador antipoluição adotado na LT. ....................................................................... 76
ABREVIATURAS E SIGLAS

ATH Alumina tri-hidratada


Cl Cloro
HC Classe hidrofóbica
l Comprimento sob deformação
l0 Comprimento final

K Potássio
LC Corrente de fuga
LMWS Low molecular weight silicones
LT Linha de transmissão
Mg Magnésio
Na Sódio
NBI Impulso atmosférico suportável
RTV vulcanização a temperatura ambiente
SE Subestação elétrica

SiO2 Sílica

SR Borracha de silicone
UV Radiação ultravioleta
Θ ângulo de contato
σ Tensão de escoamento
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 15

1.1 OBJETIVOS 15
1.1.1 OBJETIVO GERAL 15
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 16

2. PROBLEMA DA POLUIÇÃO NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM REGIÕES


COSTEIRAS 17

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA 17


2.2 POLUIÇÃO 18
2.3 CLASSIFICAÇÃO AMBIENTAL QUANTO AO NÍVEL DE POLUIÇÃO 19

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 24

3.1 DESCARGA CORONA 24


3.2 DESCARGA DISRRUPTIVA 24
3.3 FORMAÇÃO DO FLASHOVER 25
3.4 DISTÂNCIA DE ARCO (A SECO) 25
3.5 TENSÃO SUPORTÁVEL DE IMPULSO ATMOSFÉRICO, A SECO 26
3.6 ISOLADOR ESTABILIZADO 26
3.7 HIDROFOBICIDADE 26
3.8 HIDROFILICIDADE 26
3.9 DESCARGA DE BANDA SECA 27
3.10 ISOLADORES ELÉTRICOS 27
3.11 TIPOS DE ISOLADORES 28
3.11.1 ISOLADOR DE PORCELANA 28
3.11.2 ISOLADOR DE VIDRO 29
3.11.3 ISOLADOR POLIMERICO 30
3.12 VANTAGENS E DESVANTAGENS 33
3.13 ESCOLHA DO DESIGN E TIPO DE ISOLADOR PARA ÁREA POLUÍDA 33
3.14 ESCOLHA DO ISOLADOR 34
3.15 DISTÂNCIA DE ESCOAMENTO 34
3.16 FALHAS EM ISOLADORES ELÉTRICOS 35
3.17 TIPOS DE MANUTENÇÃO 35
3.18 PRÁTICAS ADOTADAS EM MANUTENÇÃO EM ISOLADORES 35
3.19 LIMPEZA 35
3.20 AUMENTO DO ISOLADOR 36
3.21 USO DE GRAXA DE SILICONE 38
3.22 REVESTIMENTO DO ISOLADOR 39
3.23 UTILIZAÇÃO DE REVESTIMENTO DE BORRACHA DE SILICONE VULCANIZADA À FRIO 40
3.24 CARACTERISTICAS IMPORTANTES PARA BOM DESEMPENHO 41
3.25 IMPORTÂNCIA DA HIDROFOBICIDADE DO MATERIAL 42
3.26 VANTAGENS NO USO DO RTV 45
3.27 USO DE CARGAS NA BORRACHA DE SILICONE PARA MELHOR DESEMPENHO 45

4. CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS E AMBIENTAIS DO NORTE FLUMINENSE 47

4.1 PRESSÃO ATMOSFÉRICA 48


4.2 TEMPERATURA DO AR 49
4.3 UMIDADE RELATIVA DO AR 51
4.4 EVAPORAÇÃO 52
4.5 PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA 53
4.6 DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO 54
4.7 CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS MARINHAS NA REGIÃO 57

5. EFEITO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO NORTE FLUMINENSE NO


DESEMPENHO DOS ISOLADORES DE ALTA TENSÃO 58

5.1 CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA ANALISADA 59


5.2 DISTÚRBIOS NO SISTEMA ELÉTRICO – ANÁLISE DE CASO SUBESTAÇÃO 01 60
5.3 AVALIAÇÃO DO PROJETO ORIGINAL 64

6. CONCLUSÃO 80

6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 80

REFERÊNCIAS 81
15

1. INTRODUÇÃO

Uma das principais preocupações no setor de energia é o vazamento de


corrente relacionado à poluição. Esta perturbação pode levar à ineficiência da
transmissão e a falhas com paradas não programadas. Isso custa muito às
concessionárias de todo mundo, tanto em termos financeiros quanto em termos de
credibilidade.
Regiões industriais e litorâneas sempre trouxeram dificuldades adicionais ao
sistema elétrico. Poluentes industriais ou naturais podem reduzir o desempenho
elétrico dos isolantes, provocando efeito indesejável como o corona e descargas
parciais, que poderão evoluir para disrupções elétricas, gerando desligamentos
indesejáveis da linha. Para eliminar ou reduzir estas ocorrências, são adotadas ações
como substituição periódica dos isoladores, lavagem, aplicação de graxas e líquidos a
base de silicone, utilização de isoladores poliméricos e aplicações de coberturas tipo
RTV (Room Temperature Vulcanizing).
Na elaboração do presente trabalho de conclusão de curso, foram utilizadas
pesquisas bibliográficas e de campo, além do estudo de um caso. As pesquisas
bibliográficas foram de publicações técnicas e científicas das áreas pertinentes, a fim
de estudar de modo investigativo, o tema proposto. No estudo de caso foi utilizado o
método qualitativo para apuração dos dados técnicos da instalação elétrica de uma
empresa portuária no litoral norte fluminense que passou por problemas durante seu
comissionamento e operação.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem por objetivo identificar, os fenômenos gerados pela


contaminação em isoladores e outros componentes elétricos na linha de transmissão
e subestação receptora de energia elétrica de uma empresa instalada na Região do
16

Litoral Norte Fluminense, e avaliar o projeto elétrico, apresentando a solução


mitigadora.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Realizar uma revisão bibliográfica sobre o assunto e seus fenômenos;


 Estudar medidas para resistência à degradação destes componentes e
soluções de supressão destes fenômenos;
 Realizar uma revisão bibliográfica sobre as práticas de manutenção
utilizada para supressão do problema;
 Realizar estudo de campo de planta localizada no litoral norte
fluminense.
17

2. PROBLEMA DA POLUIÇÃO NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


EM REGIÕES COSTEIRAS

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Poluição de isoladores de alta tensão é um problema vivenciado por muitas


concessionárias em todo o mundo. Regiões costeiras por natureza são capazes de
deteriorar o desempenho de isolamento exterior, sob a tensão nominal.
Neste capítulo do trabalho serão abordados assuntos referentes ao
comportamento do isolador sob poluição.
Áreas industriais e litorâneas sempre trouxeram dificuldades adicionais ao
sistema elétrico. Poluentes industriais ou naturais podem reduzir o desempenho
elétrico dos isolantes, provocando efeito corona e descargas parciais, que poderão
evoluir para disrupções elétricas, gerando desligamentos temporários e permanentes.
Para eliminar ou reduzir estas ocorrências, são adotadas ações como a substituição
periódica dos isoladores, lavagem, aplicação de graxas e líquidos a base de silicone,
utilização de isoladores poliméricos e aplicações de coberturas em silicone com
vulcanização à temperatura ambiente (RTV) (SENDI, 2008). O crescimento da
indústria e das atividades portuárias no norte fluminense, aliada à expressiva umidade
natural desta região, podem ser prejudiciais no desempenho de determinadas
instalações, se essas variáveis ambientais não forem consideradas no projeto de
isolamento e na operação dos ativos.
No projeto de uma linha de transmissão e instalações como subestações
receptoras e de distribuição torna-se necessário o conhecimento dos níveis de
poluição das regiões por onde ela passará, com o objetivo de dimensionar os
isoladores de tal forma a se obter confiabilidade no sistema.
Outro aspecto é o desempenho dos isoladores submetidos a severas
poluições. Seu desenho deve ser tal que minimize a acumulação de filmes de
umidade na superfície, o que não permitirá a corrente de fuga na superfície do
isolador e seu desempenho eletromecânico deve se manter estável em quaisquer
condições de umidade, temperatura, chuva, poeira, gases, etc.
18

2.2 POLUIÇÃO

O termo “poluição” e “contaminação” tem um significado especial quando


associado aos isoladores:

Um isolador fortemente poluído por depósito marinho pode ter flashover


mesmo parecendo perfeitamente limpo. Em contrapartida, um isolador
coberto com fuligem industrial, ou que tenha parte de sua superfície
endurecida por cimento, poderá ter um desempenho elétrico similar de um
recém-instalado.
A razão para este aparente paradoxo é que os valores da
condutividade elétrica na superfície que são suficientes para causar flashover
são insignificantes em termos absolutos. Estes valores são facilmente
alcançados pela presença de eletrólitos solúveis, como sal comum ou ácidos
industriais com densidades de cerca 0,1 mg/cm2 desde que a água esteja
presente para dissolvê-los. (LOOMS, 2006).

Os depósitos de maior importância no desempenho dos isoladores são,


portanto, eletrólitos altamente solúveis provenientes do mar, poeira de estrada
salinada, das próprias salinas, de poeira do deserto, e de indústrias como
petroquímica, cimento, fertilizantes e outras geradoras de ácido; menos perigosas,
embora localmente, são os agregados anteiormente mencionados, cinzas de usina
geradora que queimam carvão pulverizando os vapores industriais. Depósitos
solúveis e camadas inertes exigem água antes de poderem agir: Nevoeiro, orvalho e
chuvisco são pontos altamente significativos.
Poluentes que permanecem eletricamente condutivos mesmo na ausência de
água incluem carbono, alguns óxidos metálicos e metais na forma de poeira ou pó,
sendo que flashovers causados diretamente por estes são raros.
Isoladores instalados ao tempo e submetidos à alta tensão estão expostos a
diferentes tipos de poluição. A natureza dos contaminantes pode ser classificada em
dois tipos: solúvel (condutor) e não solúvel (inerte). Os contaminantes solúveis são
expressos em termos de “Densidade de Depósito Sal Equivalente” (ESDD), que
corresponde a miligramas (mg) de cloreto de sódio (NaCl) por unidade de superfície
do isolador. Em termos similares, contaminantes não solúveis são quantificados em
termos de “Densidade de Depósito Não Solúvel” (NSDD), que se correlaciona com mg
de caulim por unidade de superfície do isolante (KARADY, 1979).
19

Os materiais contaminantes são transportados para a superfície do isolador


pelo movimento do ar, a maior acumulação é geralmente entre as saias. O processo
de deposição de contaminantes pode ser resumido conforme descrito em LOOMS,
(2006), como segue:

1. Partículas transportadas pelo ar são acionadas perto do isolador pelo vento;


2. As partículas se aproximam dos isolantes energizados, devido ao efeito da
força do vento, força gravitacional e força eletrostática;
3. Uma porção das partículas transportadas pelo ar atinge a superfície do isolador
e é absorvida.

A poluição típica é definida da seguinte forma:

 Ambiente marinho, onde a proximidade do mar introduz Na, Cl, Mg, K e


outros sais marinhos na atmosfera.
 Ambiente industrial inclui fontes de poluição solúvel de usinas
siderúrgicas, refinarias ou fontes de poeira inerte, como pedreiras e fábricas
de cimento.
 O ambiente agrícola inclui poluentes de fertilizantes altamente solúveis,
bem como poeira e farelo insolúveis.
 O ambiente do deserto introduz poluentes como areia inerte e sal em
algumas áreas.
 Misto: Se as áreas industriais estão situadas perto da costa ou do
deserto, então a poluição pode ser descrita como mista. Misturada: Se as
áreas industriais estão situadas perto da costa ou do deserto, então a
poluição pode ser descrita como mista.

Esses tipos de classificação só podem ser usados para descrever o ambiente


em termos gerais (CIGRE, 2000).

2.3 CLASSIFICAÇÃO AMBIENTAL QUANTO AO NÍVEL DE POLUIÇÃO

O CIGRE é uma comunidade global comprometida com o desenvolvimento colaborativo e


o compartilhamento de conhecimento sobre sistemas de energia.
O CIGRE opera o programa de conhecimento mais importante do mundo, abrangendo 16
domínios de trabalho, em todas as áreas centrais do sistema de energia. Nesses
domínios, mais de 250 grupos de trabalho utilizam e desenvolvem conhecimentos
práticos para resolver os desafios existentes e futuros enfrentados pelo sistema de
energia. Uma revisão abrangente que ocorreu em um grupo de trabalho do CIGRE
20

voltado para guia para seleção e dimensionamento de isoladores para condições


poluídas foi adotado pelo padrão internacional da IEC60815 recentemente revisado,
onde derrubou a abordagem tradicional, onde o caminho de menor distância ao longo
da superfície entre os terminais de isolamento, denominado distância de escoamento,
determina o processo de seleção para ambientes poluídos. Agora é aceito que outros
fatores influenciam fortemente o desempenho da poluição também (CIGRE, 2008).
A avaliação do grau de contaminação pode ser feita qualitativamente a partir de
informações do desempenho dos isoladores de linhas e subestações e in situ,
podendo-se utilizar as seguintes medidas: condutividade volumétrica do
contaminante; densidade equivalente de depósito de sal na superfície do isolador;
número total de surtos elétricos superficiais “flashover”; condutividade superficial e,
corrente de fuga (LOOMS, 2006).
A norma para ambientes típicos poluídos apresentados na IEC 60815-1-2 e
subdivide-se em cinco níveis de classificações segundo registros de densidade de
deposição de contaminantes ao longo de um período mínimo de um ano: muito leve;
b) leve; c) média; d) pesado; e) muito pesado (Tabela 2) (ABNT NBR 60815-1-2,
2014). Esta apoia ainda na escolha do tipo de tecnologia e design mais indicados
para diversos tipos de poluição. Por sua vez, e de uma forma mais compacta, a IEC
60071-2 classifica quatro cenários possíveis de classificação, com linhas de fuga
específicas mais reduzidas, visto ser apoiada ainda numa versão anterior da norma
NBR 60815. O dimensionamento máximo da IEC 60071 é de apenas 31 mm/kV,
enquanto a versão mais recente da IEC 60815 sugere um dimensionamento em
função das medições de poluição obtida, sendo valor central para o caso mais
elevado de 53,7 mm/kV.
21

Tabela 1: Níveis de poluição definidos pela norma IEC 60071-2.

Níveis de Distância de Tipo de Ambiente


Poluição Escoamento
Específica Nominal
mm/kV
I - Leve 16 - Zona com baixa densidade industrial ou
habitacional sujeitas a ventos e chuvas frequentes;
- Zonas agrícolas;
- Zonas montanhosas;
- Zonas a mais de 10 km do mar sem exposição
direta a ventos marítimos.
II - Médio 20 - Zonas com indústrias que não produzem fumos
particularmente poluentes ou com densidade
habitacional média;
- Zonas com grande densidade habitacional ou
industrial com ventos ou chuvas frequentes;
- Zonas expostas a ventos marítimos mais
afastados da costa.
III - Pesado 25 - Zonas com grande densidade industrial ou
subúrbios de grandes cidades;
- Zonas próximas da costa com exposição a fortes
ventos marítimos.
31 - Zonas de extensão considerável sujeitas a
IV - Muito Pesado fumos industriais que produzam depósitos de
partículas condutivas relativamente grandes e
fumaça industrial;
- Zonas de extensão considerável, muito próximas
da costa expostas diretamente a salitre ou fortes
ventos marítimos diretos;
- Zonas desérticas caracterizadas por ausência de
chuvas durante longos períodos de tempo e
ventos fortes que carregam sal e areia, e sujeitos a
condensação regular.

Fonte: Adaptado de IEC 60071-2, 1996.


22

Tabela 2: Níveis de poluição definidos pela norma NBR IEC TS 60815-2.

Níveis de Distância de Tipo de Ambiente


Poluição Escoamento
Específica Unificada
mm/kV
I – Muito Leve 22 - Zonas com baixa densidade industrial ou
habitacional, distanciadas de pelo menos 10 km de
qualquer tipo de poluição humana.
- Zonas a mais de 50 km do mar, deserto ou terra
seca.
- Estes valores podem ser reduzidos caso o vento
prevalecente não seja direto de fontes de poluição
e/ou a zona tenha chuvas mensais.
II - Leve 27.8 - Zonas com baixa densidade industrial ou
habitacional, distanciadas entre 5 a 10 km de
qualquer tipo de poluição humana.
- Zonas distanciadas entre 10-50 km de qualquer
mar, deserto ou terra seca.
- Estes valores também podem ser reduzidos tal
como no caso anterior.

III - Médio 34.7 - Zonas distanciadas de 3 a 10 km do mar,


deserto ou terra seca.
- Zona distanciada de 1 a 5 km de fontes de
poluição com origem humana.
- Ocorrências de nevoeiros, e/ou chuvas com
condutividade elevada, após longos períodos de
seca com acumulação de poluentes.
43.3 - Zonas até 3 km do mar, deserto ou terra seca,
IV - Pesado e/ou 1 km de fontes de poluição de atividade
humana.
- Ocorrência de nevoeiros, e/ou chuvas com
condutividade elevada, após longos períodos de
seca com acumulação de poluentes.

V – Muito Pesado 53.7 - Igualmente ao caso de poluição elevada, mas


sujeitos a influências como:
* Brisas marinhas ou nevoeiros salinos de forma
direta;
* Contaminantes de alta condutividade ou poeira
de cimento, frequentemente molhados pelo
nevoeiro;

Fonte: Adaptado de NBR 60815-2, 2014.


23

Com formação de uma camada constituída por substâncias vindas da


atmosfera poluída e, que, dissolvidas em líquidos, produzem combinações condutoras
sobre a superfície do isolador. Enquanto a camada mantém-se seca, não há alteração
no comportamento elétrico. No entanto, durante um processo de molhamento onde os
sais contidos na camada não são removidos, podem ocorrer arcos sobre a superfície
iniciando um processo que pode chegar a uma descarga disruptiva (flashovers)
(COSER, 2009).
Salinidade é a medida da quantidade de sais existentes em massas de água
naturais – um oceano, um lago, um estuário ou um aquífero. A água dos oceanos da
terra tem uma salinidade média aproximada de 35 (RIMA, 2001). A salinidade
expressa a quantidade de sais totais dissolvidos na água do mar, com contribuição
dos principais elementos maiores na forma de íons catiônicos (sódio, potássio,
magnésio, cálcio, etc.), e íons aniônicos (cloretos, brometos, iodetos, sulfatos,
bicarbonatos, etc.). Essa variável é adimensional porque sua unidade é medida, em
termos da condutividade da amostra, em relação à condutividade de um padrão (EIA,
2000).
24

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo uma revisão sobre alguns conceitos essenciais para


entendimento do trabalho.

3.1 DESCARGA CORONA

Estas descargas ocorrem em gases (ou líquidos), causada por um campo elétrico
local intenso, normalmente devido à presença de pontas nos eletrodos. Vale ressaltar
que em caso de descargas corona em termos do material isolante elas não são tão
prejudiciais como ocorre com uma descarga interna, mas a sua ocorrência com maior
frequência muitas vezes implica em energia dissipada, conhecida como perdas
corona. Esta energia dissipada pode gerar compostos ou produtos, como por
exemplo, o ozônio, que podem reagir com o isolante causando sua degradação. Em
suma, o efeito corona é muitas vezes inofensivo, mas os subprodutos como ácidos
nítricos e ozônio podem deteriorar quimicamente os materiais próximos (KREUGER,
1989).

3.2 DESCARGA DISRRUPTIVA

Descarga que pode ocorrer ao longo da superfície do isolador, bem como no ar,
envolto a ele, conectando as partes que normalmente possuem a tensão de operação
entre elas. Também chamada pelo termo flashover, em referência ao curto circuito
fase-terra que provoca um arco voltaico (flash) que contorna (over) a superfície do
isolador.
25

3.3 FORMAÇÃO DO FLASHOVER

Mecanismo de flashover de contaminação de superfície:

a) Deposição de contaminantes
b) Camada condutora de água
c) Correntes de fuga
d) Aquecimento local e evaporação
e) Formação de banda seca
f) Descargas em banda seca
g) Extensão de arco (e banda)
h) Flashover

Figura 1: Mecanismo de flashover por poluição em isoladores cerâmicos/vidro

Fonte: Adaptado de CIGRE, 2000.

3.4 DISTÂNCIA DE ARCO (A SECO)

Menor distância do ar (externamente ao isolador), entre as partes às quais se aplica


normalmente a tensão de operação do sistema.
26

3.5 TENSÃO SUPORTÁVEL DE IMPULSO ATMOSFÉRICO, A SECO

Tensão de impulso atmosférico que o isolador suporta, a seco, sob as condições de


ensaio prescritas.

3.6 ISOLADOR ESTABILIZADO

Isolador no qual toda a superfície de escoamento é revestida por uma cobertura de


alta resistividade.

3.7 HIDROFOBICIDADE

Estado de uma superfície com baixa tensão superficial e, portanto, repelente à água.

3.8 HIDROFILICIDADE

Estado de uma superfície com alta-tensão superficial e, portando, não repelente à


água (na forma de filme).
27

3.9 DESCARGA DE BANDA SECA

A descarga de banda seca é um fenômeno que ocorre na superfície do isolador


submetido a presença de correntes de fuga sobre sua superfície quando molhada ou
filme umidificado.
A corrente gerada no arco de banda seca provoca uma corrente de fuga superficial no
isolador, produzindo calor por efeito Joule, que de forma não uniforme pode fazer com
que a água evapore em certas áreas deste caminho aquoso, criando assim partes
secas. Estas partes secas são submetidas há um intenso potencial elétrico, ocorrendo
descargas de banda seca (STEFENON, 2015).

Figura 2: Mecanismo de descarga por banda seca em isoladores elétricos.

Fonte: STEFENON, 2015.

3.10 ISOLADORES ELÉTRICOS

Isoladores são componentes destinados aos sistemas elétricos com a função


de manter a distância de isolamento entre duas estruturas com potenciais elétricos
diferentes, impedindo a presença de corrente, além de prover a sustentação
mecânica dos cabos entre duas estruturas (SARAIVA, 1988). Os isoladores devem
suportar distúrbios meteorológicos (chuvas, vendavais, granizo), ataques por
contaminantes (sal, maresia, poluição), ataques de fungos nas regiões de alta
28

umidade como a floresta amazônica, e ainda suportarem a ação do vandalismo


(PORTELLA, 2008).
Os tipos de isoladores utilizados podem ser classificados por critérios, por
exemplo: material empregado na construção, composição química e adequação à
tensão. O tipo de isolador mais adequado para uma determinada rede elétrica é
definido a partir dos custos operacionais e desempenho eletromecânico
(FONTANELLA, 2008).

3.11 TIPOS DE ISOLADORES

3.11.1 ISOLADOR DE PORCELANA

A porcelana dominou como material isolante desde os primórdios dos sistemas


de energia elétrica. Este material inorgânico apresenta forte ligação eletrostática inter-
molecular entre seus componentes. Assim, o material pode exibir vida longa e suas
vantagens e limitações são bem compreendidas. Os isoladores de porcelana são uma
tecnologia estabelecida, com uma longa história de dados em serviço, indicando sua
resistência à degradação pela atividade de descarga superficial. Esta alta estabilidade
é devida a materiais cerâmicos com alto desempenho mecânico (BEZERRA, 2014).
Desse modo, são necessárias distâncias de fuga suficientes e geometrias de
isoladores complexos quando operando em condições molhadas e contaminadas. Do
contrário, as linhas de campo não controladas fluirão devido à superfície hidrofílica
inerente dos materiais inorgânicos (SCHMIDT, 2010). Esta linha de campo não
controlada pode levar a um flashovers (PISA, 2012). A Figura 1 mostra uma forma
típica de isoladores de porcelana com engate tipo concha e pino, com os
componentes essenciais: um revestimento de porcelana vitrificada para formar uma
superfície lisa e engate e pino de aço galvanizado, todos unidos com cimento. Esses
isoladores são acoplados em série para obter uma cadeia de distância de fuga
necessária para uma determinada tensão do sistema (NEKEB, 2014).
29

Figura 3: Isolador porcelana modelo concha-bola.

Fonte: Adaptado de NEKEB, 2014.

3.11.2 ISOLADOR DE VIDRO

Os isoladores de vidro têm uma superfície que tem propriedades mecânicas


melhoradas em comparação com os isoladores de porcelana com tampa e pino. Os
materiais vítreos com óxidos semicondutores adicionados fornecem uma resistividade
de superfície bem definida da ordem de vários megaohms, o que garante o
aquecimento da superfície e, assim, evita o acúmulo de umidade e a condensação.
No entanto, o vidro tem um ponto de fusão mais baixo do que a porcelana, tornando-o
mais vulnerável à erosão de sua superfície devido ao calor produzido pelas descargas
(MEYER, 2003).
O fato deste tipo de isolador ter como um de seus constituintes o vidro
temperado implica em algumas vantagens. O vidro é resistente a danos por radiação
ultravioleta, possui alta rigidez dielétrica, alta resistência à compressão e estilhaça
quando danificado. As desvantagens desse tipo de isolador são o peso elevado e sua
alta atratividade ao vandalismo (DIAS, 2017).
30

Figura 4: Isolador de vidro modelo concha-bola.

Fonte: PAVLIK, 1989.

Os problemas ocorrem em ambientes poluídos onde a canalização da


superfície do vidro, especialmente na parte inferior, prejudica a resistência mecânica
da unidade. Assim, a lavagem periódica dos isoladores pode manter os depósitos de
superfície pequenos o suficiente para evitar que tais problemas ocorram, mas pode
ser dispendioso e demorado (NEKEB, 2014).

3.11.3 ISOLADOR POLIMERICO

Com relação à geometria do isolador, uma grande quantidade de dados de


testes foi coletada visando aperfeiçoar o perfil da forma do isolador. Mostrou-se que
nenhuma melhoria significativa pode ser feita simplesmente modificando isoladores
convencionais. Algumas propriedades mecânicas dos isoladores foram melhoradas
pelo uso de materiais sintéticos. Esses chamados isoladores compostos ou
poliméricos são finos, leves e combinam uma alta resistência à tração com um longo
caminho de fuga.
Isoladores poliméricos foram introduzidos pela primeira vez para aplicação em
interiores nos anos 1940 (RODGERS, 2004). A partir da década de 1970, isoladores
poliméricos foram utilizados comercialmente em redes de transmissão, e suas
31

formulações foram continuadamente melhoradas. Nos estágios iniciais de sua


introdução ao mercado, o desempenho prático desses isoladores não era satisfatório,
com vários problemas e falhas reportadas. Com o desenvolvimento contínuo na
formulação de materiais e na tecnologia de fabricação, a confiabilidade dos isoladores
poliméricos melhorou consideravelmente.
Apesar da experiência com este tipo de equipamento passar das quatro
décadas, a sua confiabilidade após vários anos em serviço e o seu ciclo médio de
vida não são totalmente conhecidas, gerando muitas vezes controvérsias. Como
qualquer outro tipo de isolador, o seu desempenho estará diretamente dependente do
seu dimensionamento, das exigências mecânicas e elétricas, bem como do tipo de
poluição a que está exposto. É de aceitação global que este tipo de isoladores,
quando sujeito a combinações de solicitações elétricas fortes e níveis elevados de
poluição, sofre alterações físicas visíveis e moleculares que levam à diminuição do
seu comportamento dielétrico, conhecido como envelhecimento do isolador
(QUEIRÓS, 2013).
32

Figura 1: Falhas mais comuns em isoladores poliméricos.

Fonte: Adaptado de NEKEB, 2014.


33

3.12 VANTAGENS E DESVANTAGENS


Tabela 3: Comparação entre tipos de isoladores

Isoladores Vantagens Desvantagens


Peso
Longo histórico de uso Defeitos ocultos
Porcelana Desempenho conhecido Susceptível ao vandalismo
Técnicas de detecção de
Fácil intercambialidade falhas nas linhas ainda não
são 100% confiáveis
Vida útil acima de 30 anos Percepção negativa quanto à
Desempenho conhecido fragilidade
Vidro Facilidade de manutenção Peso
Defeitos facilmente visualizáveis Atrativo para o vandalismo

Bom desempenho sob Risco de fratura frágil no


contaminação núcleo
Polimérico Efeito do tempo no processo
Leveza de envelhecimento
Facilidade de instalação Defeitos ocultos
Menor intercambialidade

Fonte: Própria, 2018.

3.13 ESCOLHA DO DESIGN E TIPO DE ISOLADOR PARA ÁREA POLUÍDA

No projeto de uma linha de transmissão torna-se necessário o conhecimento


dos níveis de poluição das regiões por onde ela passará, com o objetivo de
dimensionar os isoladores de tal forma a se obter alta confiabilidade no sistema. O
desempenho de isoladores usados em linhas de transmissão e distribuição aéreas e
em subestações externas é um fator chave para performance dos sistemas de
energia elétrica. Os isoladores não só devem suportar tensão de operação, mas
também deve suportar sobretensões que podem causar distúrbios, descargas e
interrupções de linha. A redução no desempenho de isoladores externos ocorre
principalmente pela poluição das superfícies isolantes que podem formar uma camada
superficial condutora ou parcialmente condutora quando molhada.

Este capítulo abordará uma revisão do conhecimento atual com a intenção de


fornecer informações suficientes para seleção dos isoladores para área com poluição.
34

3.14 ESCOLHA DO ISOLADOR

A caracterização das zonas de instalação segundo o nível de poluição


ambiental é fundamental no projeto das linhas de alta tensão. Este parâmetro auxilia
no processo de dimensionamento correto da distância mínima de fugas do isolador
em função da tensão aplicada, e assim garantir maior resistência a descargas
disruptivas.

Figura 2: Isoladores de porcelana comumente utilizados.

Fonte: GARDIN, 2017.

3.15 DISTÂNCIA DE ESCOAMENTO

A distância de escoamento é definida como a menor distância, ou soma das


menores distâncias ao longo do contorno da superfície externa do corpo isolante do
isolador, entre as partes que normalmente são submetidas à tensão de operação do
sistema (NBR 5472, 2012).
35

3.16 FALHAS EM ISOLADORES ELÉTRICOS

As falhas em isolamentos elétricos estão entre as principais causas de


interrupções no fornecimento de energia do sistema de potência. No caso de linhas
de transmissão, seu desempenho está diretamente relacionado ao desempenho dos
isoladores (NIGRI, 1999).
Os defeitos em isoladores podem ser motivados por vários fatores como, por
exemplo: vandalismo, envelhecimento, radiação UV, vento e degradação biológica por
microrganismos, queimadas e aplicação de fertilizantes em terras agrícolas. Porém
uma das principais causas de falhas em isoladores está diretamente ligada a
poluentes (sal, poeira) que se depositam sobre eles durante períodos secos do ano.
Com o aumento da umidade, seja pelo orvalho, chuva fina ou nevoeiro, esses
poluentes podem se tornar condutivos e promover a produção de descargas na
superfície do isolador, iniciando um processo que poderá levar a uma falha total do
isolador (MELLO), 1999).

3.17 TIPOS DE MANUTENÇÃO


Neste capítulo serão analisados e comparados às práticas adotas comumente
por concessionárias e empresas que operam linhas de transmissão e subestações.

3.18 PRÁTICAS ADOTADAS EM MANUTENÇÃO EM ISOLADORES

Uma vez detectado um acúmulo excessivo de poluentes alguma ação deve ser
tomada para minimizar ou eliminar o problema, caso contrário a formação de
descargas parciais poderá evoluir até provocar flashover em alguma cadeia de
isoladores da linha de transmissão ou nos isoladores do pátio externo de uma SE. As
ações de manutenção podem adaptar o projeto da linha, visando aumentar a
capacidade de isolação das cadeias, ou remover a camada de poluentes da superfície
dos isoladores (SIDERAKIS, et al.).

3.19 LIMPEZA
36

A lavagem dos isoladores que podem remover os contaminantes é


dispendiosa, e isso precisa ser feito com frequência. As empresas trabalham com
planejamento de paradas programadas, a fim de minimizar ao máximo os impactos
aos seus clientes, porém o momento exato da limpeza é incerto, e muitas vezes ainda
ocorrem interrupções quando névoas ou chuvas ocorrem inesperadamente. Além
disso, em áreas sujeitas à poluição “instantânea” por nevoeiros condutores marinhos
ou industriais, a lavagem é totalmente ineficaz (VOSLOO; MACEY, 2012).

Figura 3: Limpeza de isoladores contaminados.

Fonte: ARORA, 2016.

3.20 AUMENTO DO ISOLADOR

Para aumentar a capacidade de isolação de uma cadeia de isoladores pode-se


incrementar o número de isoladores, porém fatores como esforços mecânicos e as
proximidades do cabo ao solo e à estrutura da torre devem ser considerados. Quando
o comprimento máximo permitido para a cadeia impede a inserção de novos
isoladores, pode-se optar por aumentar a distância de escoamento dos isoladores.
Isso pode ser feito com o uso dos chamados isoladores antipoluição, os quais
possuem uma distância de escoamento superior aos isoladores de vidro e de
porcelana convencionais devido ao design de suas saias de grande profundidade, e
37

além desta vantagem, possui perfil aerodinâmico com ação auto-limpante. Para isto
deve-se realizar um estudo de reisolamento do projeto.

Figura 4: Linhas de fuga de isoladores.

Fonte: SOUSA, 2006.

Substituir os isoladores de vidro ou porcelana por poliméricos podem ser uma


forma de aumentar a capacidade de isolamento devido propriedades hidrofóbicas
superiores tendo assim melhor desempenho em condições de poluição. Porém
existem diversas pesquisas que há longo prazo o desempenho é reduzido, tornando
uma solução inviável devido falta de previsibilidade de vida útil.
Para o caso de subestações, no entanto, com variedade de tipos de tamanho
de isoladores, buchas presentes, a substituição do isolamento não é viável, mas há
necessidade de um sistema permanente e livre de manutenção permanece.
Uma terceira alternativa para reduzir o efeito nocivo da poluição é a utilização
produtos à base de silicone que tenham propriedades hidrofóbicas impedindo a
38

formação de camadas condutivas contínuas nas superfícies do isolador, e que vem


ganhando popularidade e seu uso é agora utilizado mundialmente.

3.21 USO DE GRAXA DE SILICONE

A aplicação de graxa de silicone, com suas propriedades repelentes à água e


capacidade de encapsular contaminantes, pode permitir um intervalo de manutenção
mais longo que a lavagem. A tarefa altamente trabalhosa e dispendiosa de substituir a
graxa regularmente, no entanto, torna essa opção de longe a mais cara. Adicione a
isto, as longas indisponibilidades associadas a estas manutenções; possíveis flashes
de isoladores ou danos se a camada não for renovada a tempo; riscos potenciais à
saúde e problemas de descarte ambiental. A lubrificação não é de todo atrativa
(VOSLOO; MACEY, 2012).
39

3.22 REVESTIMENTO DO ISOLADOR

Revestimento à base de borracha de silicone vem sendo utilizado na cobertura


de isoladores expostos ao ar livre há mais de 30 anos. Esta cobertura aplicada
através de jatos de spray de tinta cobre estes com uma película polimérica que seca
rapidamente. Este recurso é indicado para uso em ambientes agressivos ou com alto
nível de poluição.
Esta cobertura de característica altamente hidrofóbica, associada à resistência
do silicone à degradação por radiação ultravioleta, ozônio e a maioria dos produtos
químicos, combinada com o uso de cargas especializadas de Alumina-trihidratada e
Sílica para combater os danos térmicos causados, e permite que o material proteja os
isoladores contra a poluição durante um período de muitos anos (ABDELAZIZ, 2004).
Estas cargas possuem uma concentração de silicone de baixo peso molecular
(LMWS), que migra naturalmente do interior do revestimento para sua superfície.
A figura 9 mostra um isolador pedestal usado em subestação sem o
revestimento e com o revestimento após serem borrifados por água, mostrando com
clareza a filme úmido sobre o isolador sem revestimento, enquanto que no outro,
somente gotículas.
40

Figura 5: Isolador pedestal sem revestimento e com revestimento

Fonte: Própria, 2018.

3.23 UTILIZAÇÃO DE REVESTIMENTO DE BORRACHA DE SILICONE


VULCANIZADA À FRIO

Dos principais problemas do isolamento elétrico aplicados em área externa é o


acúmulo de uma camada de contaminantes em sua superfície. Esta ocorrência faz
com que a resistência da superfície diminua, aumentando a presença de correntes de
fuga pela superfície. O revestimento do isolador convencional (porcelana ou vidro)
com uma borracha de silicone vulcanizada à temperatura ambiente (RTV) está entre
as técnicas desenvolvidas para diminuir esse tipo de efeito.
A utilização de isoladores elétricos em linhas aéreas localizadas em regiões
sujeitas à névoa salina e poluição atmosférica, envolve certo risco, uma vez que a
ocorrência de flashovers ou descarga disruptiva é mais provável. Com base nestes
aspectos, há duas maneiras de se atuar sobre o problema: evitar a contaminação do
isolador ou evitar a presença de umidade (CIGRE, 2011).
Devido à combinação de cargas de baixo peso molecular no silicone (LMWS)
com as partículas de contaminação, cria-se uma microtextura hidrofóbica sobre a
superfície do revestimento e a água fica fisicamente e eletricamente isolada das
partículas contaminantes.
41

Figura 6: Demonstração do comportamento do RTV com poluentes e água.

Fonte: Autor.

3.24 CARACTERISTICAS IMPORTANTES PARA BOM DESEMPENHO

Estudo para avaliação do desempenho das coberturas de silicone em áreas


com severos níveis de poluição tem sido explorado mundialmente, pois as
concessionárias precisam conhecer os níveis de poluição locais por elas atendidas de
modo a permitir a correta seleção dos equipamentos a serem utilizados e reduzir o
índice de falhas, custos de manutenção e satisfação de seus clientes.
As características de interesse para materiais poliméricos para uso externo são
resumidas em IEC / TR 62039. Para revestimentos, as seguintes propriedades são
relevantes:

• Hidrofobicidade: retenção, perda, recuperação e transferência;


• Resistência ao trilhamento e erosão;
• Resistência ao intemperismo e UV;
• Resistência à degradação química e física pela água;
• Resistividade volumétrica;
• Resistência à corona e ozônio.

Outras propriedades relevantes para revestimentos de isoladores são as


seguintes:
42

• Estimativa de envelhecimento e vida;


• Capacidade de aderência;
• Capacidade de suprimir as correntes de fuga;
• Resistência às descargas de anda seca;
• Menor perda de corrente de fuga.

As propriedades elétricas e físicas dos revestimentos RTV variam


consideravelmente dependendo de sua formulação. Três importantes propriedades
necessárias para o bom desempenho dos revestimentos RTV são a adesão da
cobertura aos isoladores, a repulsão de água e a resistência às descargas de banda
seca. Entre as características que são importantes em um revestimento RTV está a
capacidade de suprimir as correntes de fuga. A supressão de correntes de fuga é
totalmente regida pela natureza hidrofóbica das borrachas de silicone (GORUR,
1999).
Muitas aplicações de cobertura de RTV têm sido reportadas em todo mundo e
até mesmo existe uma guia de aplicação e manutenção de coberturas (IEC 62217,
2005). Entretanto, com esta vivência mundial têm-se feito diversas pesquisas com
relação à composição do material, tempo de vida e procedimento de teste do
revestimento. É de suma importância o acompanhamento de especialistas após a
aplicação, que através de análises, poderão ver a eficiência da aplicação, bem como
poder passar uma expectativa de vida útil e assim poder ter uma previsibilidade
orçamentária, elaborar plano de preventiva que poderá contar com inspeção, limpeza
e reaplicação se for o caso.

3.25 IMPORTÂNCIA DA HIDROFOBICIDADE DO MATERIAL

As propriedades de molhabilidade de uma superfície pela água são comumente


descritas pelos termos - hidrofóbico ou hidrofobicidade e hidrofílico ou hidrófilo. Uma
superfície hidrofóbica é repelente à água enquanto que uma superfície que é
facilmente umidificada pela água é hidrofílica (ABNT 62073, 2018).
Hidrofobicidade é a principal propriedade de um produto para fins de
revestimento de isoladores. Seu desempenho está diretamente ligado a sua
43

capacidade de impedir a formação de películas ou zonas contínuas de condução.


Essa propriedade sofre alterações com a exposição às intempéries e stress elétrico
provocado pelas descargas que dissipam energia na forma de calor.
A perda da hidrofobicidade do revestimento pode afetar o desempenho elétrico
dos isoladores. O método mais comum para avaliar quantitativamente a
hidrofobicidade é medindo o ângulo no qual uma pequena gota de líquido se encontra
na superfície horizontal, conhecido como ângulo de contato.

Figura 7: Definição do ângulo de contato.

Fonte: Própria, 2018.

Figura 8: Demonstração do ângulo de contato.

Fonte: Própria, 2018.

As figuras 11 e 12 mostram o ângulo de uma gota ou um líquido repousado


na superfície de um sólido.
Este ângulo pode ser encontrado conforme expressão abaixo:
44

yGL.cosϴs = yGS – ySL


yGS = ySL + yGL.cosϴ

onde,
ϴs é o ângulo de contato estático da ponta da gota com superfície sólida;
yGL é a tensão superficial da interface gás – líquido;
yGS é a tensão superficial da interface gás – sólido;
ySL é a tensão superficial de interface sólido – líquido.
3.25.1 CLASSE HIDROFÓBICA

A classe hidrofóbica (HC) especifica o nível da escala utilizada no método de


ensaio do borrifador. Neste método, a superfície do isolador é pulverizada com água
usando um frasco de spray de mão, semelhante aos utilizados para produtos de
limpeza doméstica. A hidrofobicidade da superfície é avaliada comparando a
superfície com fotografias padrão e definições escritas para fornecer uma HC entre
HC1 (hidrofóbico) e HC7 (hidrofílico) (STRA, 1992).

Tabela 4: Critério para determinação da classificação hidrofóbica.

HC DESCRIÇÃO FOTO
1 Apenas gotículas discretas são formadas. Sua forma é praticamente
circular, quando vista perpendicularmente à superfície. Isso
corresponde a um φr >60°.

2 A maior parte da superfície é coberta por gotículas com uma forma


ainda regular, mas que se desvia da forma circular. Isso
corresponde a 40° <φr <60° para a maioria das gotículas.

3 Apenas gotículas discretas são formadas. A maior parte da


superfície é coberta por gotículas de formato irregular. Isso
corresponde a 10° <φr <40° para a maioria das gotículas.

4 Tanto gotículas discretas quanto traços de molhabilidade dos fios


de água ou filme de água são observados. Menos de 10% da área
observada é coberta por canais de água ou filme.
Φr = 0° até 10°
45

5 Tanto gotículas discretas quanto traços molhados do filme de água


da água são observados. Mais de 10%, mas menos de 90% da área
observada é coberta por canais de água ou filme.
Φr = 0° até 10°

6 Mais de 90%, mas menos de 100% da área observada é coberta por


fios de água ou filmes (isto é, pequenas áreas / marcas / traços não
molhados ainda são observados).
Φr = 0° até 5°

7 Filme de água contínua é formado sobre toda a área observada.


Φr = 0°

Fonte: ABNT IEC/TS 62073, adaptada pelo autor, 2018.


3.26 VANTAGENS NO USO DO RTV

 Excelentes características de autolimpeza e resistência a intempéries e


ambientes difíceis;
 Hidrofobicidade em longo prazo;
 Supressão de corrente de fuga, descargas e descargas de poluição;
 A estabilidade térmica em longo prazo;
 Redução do gasto com manutenção, como na lavagem, em comparação com
as superfícies isolantes convencionais;
 Limpeza facilitada em caso de deposição extrema de poluição (por exemplo,
cimento); até os poluentes mais difíceis podem ser limpos com um pano;
 Superfícies revestidas com RTV suportam lavagem com jato de alta pressão
até 90 bar (aplicação normal, distância de 25cm);
 Excelente combinação, resistência mecânica de porcelana e desempenho de
poluição de borracha de silicone;
 Material não tóxico e ambientalmente amigável.

3.27 USO DE CARGAS NA BORRACHA DE SILICONE PARA MELHOR


DESEMPENHO

Para se obter propriedades vantajosas dos revestimentos o uso de cargas é


necessário nas formulações da borracha de silicone. Elas são utilizadas para
46

proporcionar maior dureza, tenacidade, rigidez, resistência à abrasão que são


fundamentais para longevidade do produto. Outra razão para o uso de cargas nas
composições de borracha de silicone é a redução do custo final do material, já que as
cargas apresentam menor custo que o polímero base. Na borracha de silicone as
cargas mais utilizadas são a sílica e a alumina trihidratada (MEYER; OMRANIPOUR;
JAYARAM; CHERNEY, 2002).
A ATH e a sílica são utilizadas como carga, de modo, a proteger os
revestimentos do calor gerado por arcos que possam surgir nas bandas secas,
durante o período de perda da hidrofobicidade do revestimento (GONZALEZ; COSTA;
VISCONTE; NUNES, 2001).
A ATH que também é conhecida como alumina hidratada ou trihidróxido de
alumínio (FARHANG; EHSANI; JAZAYERI, 2009).
O objetivo do uso da ATH é reduzir a possibilidade de combustão e a
velocidade de propagação da chama quando incorporada a uma matriz polimérica
(SCHMIDT; KORNMANN; KRIVDA, 2010).
A utilização da sílica melhora a resistência, dureza, tenacidade e outras
propriedades físicas das composições de borracha de silicone. Assim, a sílica
transmite uma maior resistência ao trilhamento e à erosão.
47

4. CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS E AMBIENTAIS DO NORTE


FLUMINENSE

A região em estudo situa-se no trecho norte do litoral do Estado do Rio de


Janeiro, entre a Barra do Rio Paraíba do Sul e o Cabo de São Tomé, cuja costa tem
direção predominante Norte – Sul, apresentando topografia de baixo relevo, contínua,
sem acidentes geográficos notáveis, bastante arenosos e de vegetação rala com
várias lagoas e braços de rio atrás da faixa de praia.
O clima é predominante tropical por estar acima do Trópico de Capricórnio,
influenciado pela brisa marítima. O regime de chuvas é moderado e as maiores
precipitações ocorrem no início e meio do ano; a umidade do ar é elevada, com média
anual acima de 75%, podendo eventualmente ocorrer nevoeiros, principalmente
durante o outono/inverno.
A temperatura local apresenta média anual de 25º C e varia entre 16º C
(mínima no inverno) e 32º C (máxima no verão).
Na área oceânica a circulação predominante é a dos ventos úmidos vindos dos
quadrantes Norte à Leste que são bastante constantes, com intensidade de fracos a
moderados, podendo chegar a frescos; ventos de SE a SW ocorrem por curtos
períodos durante o outono e inverno, acompanhando as frentes frias, com intensidade
de moderados a frescos (RIMA, 2006).
48

O Norte Fluminense é constituído de baixadas litorâneas e a associação


relevo-altitude-maritimidade é responsável pelo aumento da turbulência do ar,
podendo induzir a formações convectivas, ou seja, a massa de ar quente,
carregada de vapor d’agua, sobe para camadas mais elevadas e frias. Assim,
a água, no estado gasoso, sofre uma condensação, precipitando-se na forma
líquida com consequentes curvas orográficas nas cotas mais elevadas da
Serra do Mar e da Mantiqueira (RIMA, 2006, p. 4-15).

A caracterização do clima da região foi realizada a partir das normas


climatológicas do período 1961-90 para a estação de Campos, pertencente ao
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET,1992). Os parâmetros considerados foram
os seguintes: pressão atmosférica, temperatura do ar, umidade relativa do ar,
evaporação, nebulosidade, precipitação pluviométrica e vento (direção e velocidade),
visualizados em termos de médias ou totais mensais (RIMA, 2001).

4.1 PRESSÃO ATMOSFÉRICA

O parâmetro “pressão atmosférica” reflete a presença dos sistemas de pressão


resultantes da circulação geral atmosférica, ou por vezes, de mesoescalar, que atuam
de uma forma abrangente sobre a região de interesse (RIMA, 2006).
A pressão atmosférica apresenta uma variação diária – denominada "maré
barométrica”, onde surgem dois máximos e dois mínimos relativos.
Sazonalmente, os valores de pressão atmosférica são maiores no inverno que
no verão, graças à interação de diversos fatores, como os astronômicos, as maiores
intensidades das massas polares migratórias, entre outros. No verão, o mais intenso
aquecimento solar à superfície cria forças de flutuação que induzem a movimentos
verticais ascendentes, com ou sem a formação de nuvens, reduzindo, portanto, os
valores da pressão atmosférica à superfície.
A variação mensal média da pressão atmosférica é apresentada na Figura 13,
onde se percebe um máximo de 1019 hPa em julho e um mínimo de 1010,6 hPa em
janeiro. Dessa forma, configura-se uma amplitude anual média de 8,4 hPa. A pressão
atmosférica média anual é de 1014,2 hPa.
O domínio de massas de ar polar migratórias de inverno na área do
empreendimento pode levar a elevados valores de pressões atmosféricas, próximas
49

de 1030 hPa, o que significa a presença de ar muito frio na região. Por outro lado, no
verão, a formação das áreas de convergência atmosférica sobre o oceano, nas
proximidades do litoral norte-fluminense, podem reduzir as pressões atmosféricas a
valores próximos de 1000 hPa (INMET, 1992).

Figura 9: Variação mensal da pressão atmosférica em Campos-RJ.

Fonte: INMET, 2018.

Vale destacar que a área do Empreendimento se encontra na trajetória de


deslocamentos de frentes frias em todas as épocas do ano, o que pode resultar em
significativas variações de pressão atmosférica em curto intervalo de tempo,
sobretudo em rápidas passagens frontais (RIMA, 2006).

4.2 TEMPERATURA DO AR

A temperatura do ar constitui-se num parâmetro de interesse para os estudos


ambientais. Basicamente, a temperatura do ar ambiente reflete os resultados das
trocas energéticas entre a superfície do solo e a atmosfera, bem como dos
mecanismos naturais de deslocamento horizontal de ar frio ou quente, impostos por
diversos tipos de circulações. Temperaturas mais elevadas, como as que ocorrem no
verão, conduzem à formação de movimentos verticais ascendentes, concorrendo,
portanto, para um mais eficiente arrastamento de poluentes presentes nos níveis mais
baixos para níveis mais elevados (MAIA, 1990).
50

Para se avaliar o comportamento do parâmetro temperatura do ar ao longo do


ano foi elaborada a Figura 14, para a localidade de Campos, contendo os valores das
temperaturas: Máximas, médias e mínimas registradas no período 1961-90.

Figura 10: Variação mensal da temperatura do ar em Campos-RJ.

Fonte: INMET, 2018.

De modo geral, observa-se que as temperaturas de verão (janeiro/fevereiro)


são superiores à de outono (abril), que são maiores do que as temperaturas da
primavera (outubro), e estas as do inverno (julho).
Podem ser destacadas as seguintes amplitudes anuais, por parâmetro de
temperatura:
a) Temperatura Máxima Média:
Campos: mínima de 27,0°C em junho e máxima de 32,6°C em fevereiro;
b) Temperatura Média:
Campos: mínima de 21,0°C em julho e máxima de 27,0°C em fevereiro;
c) Temperatura Mínima Média:
Campos: mínima de 17,0°C em julho e máxima de 23,0°C em fevereiro;
51

Buscando uma referência para a área de referência deste trabalho, foram


consideradas as informações de temperatura de Campos devidas disponibilidade de
dados representativos.

4.3 UMIDADE RELATIVA DO AR

O comportamento da umidade relativa do ar ao longo de um dia pode


apresentar variações significativas em função de diversos fatores, como por exemplo:
a) insolação; b) nebulosidade; c) direção e velocidade dos ventos e d) precipitação
pluviométrica (MAIA, 1990).
De maneira geral, a umidade relativa do ar tende a aumentar à noite e
madrugada, passando a diminuir gradualmente, à medida que o dia transcorre, após o
nascer do sol. Ventos oriundos do setor norte-noroeste transportam calor e, portanto,
concorrem para a redução da umidade do ar, apesar de também uma pequena
contribuição das áreas vegetadas. Por seu lado, os ventos procedentes do setor sul
são mais frios, elevando dessa maneira a umidade relativa do ar, principalmente nas
áreas mais próximas ao litoral, como no caso da área do empreendimento, em que os
ventos procedentes do oceano são persistentes. Com a ocorrência de chuva e até
mesmo após seu término, a umidade relativa do ar tente a aumentar localmente.
Assim, uma série de combinações meteorológicas pode ocorrer e, de cada uma delas,
resultar em diferenciados graus de umidade relativa, dependendo, também, das
características da superfície e do solo da área sob interesse (RIMA, 2006).
Os valores de umidade relativa são inversamente proporcionais à temperatura
do ar e dependentes, ainda, dos processos de aquecimento ou resfriamento do ar,
transporte horizontal de vapor d’água e precipitações. Em situações transitórias, os
valores de umidade relativa do ar na região podem sofrer significativas variações
temporais.
Para tentar caracterizar o comportamento da umidade relativa do ar na área do
empreendimento foram coletados os dados climatológicas da estação de Campos
(Figura 15).
Em Campos, surgem dois máximos (inverno e verão) intercalados por dois
mínimos (outono e primavera).
52

Tomando como base os mesmos critérios para a temperatura do ar, poder-se-


ia considerar que as características de umidade relativa na área do empreendimento
teriam padrões acima daqueles evidenciados em Campos.
Assim assumindo, pode-se caracterizar a umidade relativa do ar em Praia do
Açu como variando de 82% em setembro e outubro a um mínimo de 80% de maio a
agosto, o que leva a afirmação que a variabilidade anual é de apenas 2%. A média
anual de umidade relativa do ar em Campos é de 79%. Explicada pela maior distância
do litoral e maior grau de urbanização do que a Praia do Açu (RIMA, 2006).
Figura 11: Variação mensal da umidade relativa em Campos-RJ.

Fonte: INMET, 2018.

4.4 EVAPORAÇÃO

A importância do parâmetro evaporação diz respeito ao suprimento de vapor


d'água para a atmosfera e o consequente aumento da umidade relativa do ar e,
potencialmente, a formação de nuvens. Interfere também nas condições de conforto
térmico e formação de névoas úmidas e nevoeiros.
A demanda evaporativa para a atmosfera depende da combinação de
primordiais fatores:
Características do uso e ocupação do solo, disponibilidade hídrica, saturação do ar,
aquecimento e ventilação. Áreas mais aquecidas, em regiões topograficamente
acidentadas e com elevado grau de cobertura vegetal, apresentam-se com grande
potencial evaporativo da água presente no solo e na vegetação. Por outro lado, áreas
como a do empreendimento, ao nível do mar, muito próxima do oceano e com baixo
nível de urbanização, sofrem um aporte quase permanente de umidade do oceano e
53

de precipitações associadas aos sistemas frontais e áreas de instabilidade, levando,


por conseguinte, a um maior grau de evaporação nos meses de verão. Tais cenários
permitem identificar uma marcante diferença nos valores médios mensais de
evaporação na estação de Campos (Figura 16), considerada de maior
representatividade para a área do empreendimento.

Figura 12: Variação mensal da evaporação total em Campos-RJ.

Fonte: INMET, 2018.

4.5 PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

As precipitações nas regiões sul e sudeste apresentam grandes variações


espaciais e temporais, havendo marcantes diferenças sazonais, além de desvios
pluviométricos ao longo de anos consecutivos. No verão, as fortes convecções
orográficas locais e as passagens das frentes frias podem provocar chuvas
regionalmente mais intensas e em maiores volumes diário e mensal. No inverno, com
as temperaturas médias mais baixas e a menor evaporação, as chuvas ocorrem em
menores intensidades e volumes mensais, sendo devidas, em quase 100% dos
casos, às passagens de sistemas frontais.
As influências do relevo e da maritimidade na pluviometria das regiões também
são marcantes. No litoral, por influência da umidade do oceano e do relevo
escarpado, podem ser observados setores com maiores totais pluviométricos
ultrapassando os 2.000 mm anuais. No interior, por sua vez, principalmente no setor
norte, as precipitações são mais escassas, atingindo os 1.000 mm anuais. Para a
54

área de estudo, as precipitações pluviométricas estão associadas principalmente às


perturbações de frentes frias e linhas de instabilidade, que ainda promovem a
intensificação temporária dos ventos regionais e locais, gerando turbulência e mistura
na camada de ar mais próximo à superfície.
Os totais pluviométricos (Figura 17) indicam dois períodos distintos: o
“chuvoso”, de novembro a janeiro, e o “seco”, de junho a agosto. Nesses períodos, os
valores de precipitação são relativamente mais próximos entre si para ambas
localidades, o que vem de encontro às características atmosféricas dominantes
nessas épocas do ano.
Levando em conta os efeitos de altitude e maritimidade a que Praia do Açu
está sujeita, além dos mesmos regimes de circulação e atuação de sistemas frontais,
pode-se considerar as características pluviométricas do primeiro como sendo
representativas para a área do empreendimento. Assim sendo, pode-se estabelecer
para a área do empreendimento um máximo de precipitação de 181,6 mm em
dezembro, contra um mínimo de precipitação de 38,2 mm em agosto. O total
pluviométrico anual atinge 1.177,6 mm.

Figura 13: Variação mensal da precipitação total em Campos-RJ.

Fonte: INMET, 2018.

4.6 DIREÇÃO E VELOCIDADE DO VENTO


55

Obtendo dados a partir da reanálise da National Centers for Environmental


Prediction (NCEP), puderam ser elaborados os perfis das variações mensais de
direção e velocidade do vento, conforme pode ser visto na Figura 18. A circulação
regional predominante no litoral norte do estado do Rio de Janeiro está associada à
borda oeste-sudoeste do anticiclone subtropical do atlântico sul, com ventos variando
de NE (para SW) a E (para W) em praticamente todos os meses do ano. Entretanto,
circulações de mesoescala surgem em decorrência de aquecimentos diferenciais
continente-oceano e montanha-vale, alterando local e temporariamente os regimes de
ventos. A entrada de frentes frias e linhas-de-instabilidade alteram significativamente
estes regimes (AMARANTE, 2002).
Numa análise mais detalhada para as direções dos ventos predominantes,
pode-se verificar a ocorrência de direções muito próximas a nordeste (NE), ou seja,
de nordeste para sudoeste, nos meses de janeiro a março. De abril a julho os ventos
apresentam uma tendência de giro gradual para sul, passando a soprar
predominantemente de este (E). De agosto a outubro os ventos passam a assumir
uma componente preferencial de ENE (este-nordeste) para WNW (Oeste-Noroeste).
A partir daí tendem a soprar novamente de NE (para SE) (RIMA, 2006).
As características da velocidade do vento revelam uma significativa variação
sazonal, com um máximo de 4,3 m/s em janeiro e um mínimo de 1,2 m/s em maio. A
velocidade média anual dos ventos é de 2,7 m/s.
56

Figura 14: Variação mensal do vento (direção e velocidade) na região da Praia do Açu – São João da
Barra – RJ

Fonte: NCEP, 2018.

Figura 15: Distribuição da rosas-dos-ventos em % em Campos-RJ.

Fonte: WINDFINDER, 2018.


57

4.7 CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS MARINHAS NA REGIÃO

4.7.1 TEMPERATURA

A temperatura varia de 15,5ºC a 28,5º, apresentando pouca variação entre


verão e inverno.

4.7.2 TRANSPARÊNCIA

A coluna de água apresentou profundidade de penetração de luz variando em


torno de 1,8 a 0,2m.

4.7.3 REGIME DE MARÉS

A maré no litoral Norte Fluminense é semidiurna, isto é, ocorrem duas


preamares e duas baixa-mares ao longo do dia.

4.7.4 REGIME DE ONDAS

Devido à variação do alinhamento da costa da região como um todo pode


receber ondas oriundas de sudeste até nordeste. A maioria das ondas possui altura
entre 1,0 e 2,0m (PINHO, 2003).

4.7.5 SALINIDADE

A área apresenta uma variação de salinidade numa faixa de (35,05 a 37,47) e


sem variações sazonais expressivas. Os valores de salinidade registrados nesta área
indicam que há uma influência de descarga do rio Paraíba do Sul. (ECOLOGUS,
2002).
58

Figura 16: Coleta de água do mar para análise

Fonte: Própria, 2018.

5. EFEITO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO NORTE


FLUMINENSE NO DESEMPENHO DOS ISOLADORES DE ALTA
TENSÃO

O objetivo da análise de desligamentos forçados é obter informações precisas


e de qualidade quanto às causas motivadoras que implicam com o desempenho do
sistema.
Desta forma, é possível estabelecer estratégias e antever riscos ao
desempenho do sistema, identificar possíveis soluções de planejamento ou melhorias
específicas.
59

5.1 CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA ANALISADA

A subestação receptora de entrada - SE01 recebe da concessionária em seu


pórtico, uma alimentação através de uma linha aérea de transmissão em 138 kV em
um único circuito simples. Esta recebe o nome de LT Campos (Furnas)/Receptora
Porto do Açu-138 kV.
Na subestação se transforma a tensão para 13,8 kV através de seus
transformadores abaixadores.
Esta subestação foi construída por uma seção ao tempo de 138 kV (área 1,2,3
da área 4 em 13,8 kV da figura 21) e uma seção abrigada, constituída basicamente
por painéis em 13,8 kV para distribuição, painéis de controle, proteção, medição e de
iluminação.
Um projeto de instalação como este, deve-se analisar características
construtivas como tipo de estrutura, isolação, utilização de cabo guarda, bitola e
comprimento de cabos condutores, local de instalação com estudos de vento, solo,
vegetação, descargas atmosféricas, meios operativos e relés de proteção nas
subestações lado fonte e lado carga.

Figura 17: Planta baixa da subestação 01.

Fonte: Própria.
60

Figura 18: Foto aérea da subestação 01.

Fonte: Própria.

A Linha de Transmissão de 138KV, que conecta a Subestação de Campos a


uma subestação no terminal de minério de ferro do Porto do Açu, foi concluída e
energizada em junho de 2014. Com 123 torres e aproximadamente 51 km de
extensão, a LT atende ao terminal de minério de ferro e as operações de uma planta
de filtragem.
5.2 DISTÚRBIOS NO SISTEMA ELÉTRICO – ANÁLISE DE CASO SUBESTAÇÃO
01

Uma falta no Sistema Elétrico é uma falha total ou parcial na continuidade do


fornecimento de energia elétrica. A ocorrência de uma falta pode ser um fenômeno
interno ou externo ao sistema.
Conforme relatório de análise: Desligamentos forçados do sistema de
transmissão, edição 2017 da ANEEL o desligamento tem as seguintes classificações:

 A origem da causa do desligamento é classificada como Interna


quando a causa se relaciona com as partes principais do componente em
análise, em geral energizadas, incluindo seus equipamentos terminais (Ex.:
61

isoladores, o lado primário de transformadores de instrumentos, estator,


mancal, eixo de um gerador, disjuntores, seccionadoras, etc.).
 A origem da causa do desligamento é classificada como Secundária
quando a causa se relaciona com os equipamentos secundários,
complementares ou auxiliares do componente em análise (Ex.: fiação,
proteção, controle, comando, serviços auxiliares, sistema de ventilação e
resfriamento, etc.) (ANEEL, 2017).

Enquadra-se também nesse tipo de classificação o desligamento do


componente em análise por atuação incorreta de seu sistema de proteção na ocasião
de falhas externas, dado que a anormalidade, neste caso, encontra-se na parte
secundária do componente em análise.
A subestação e a última torre - T123, estão localizadas a menos de 2 km do
mar, separadas apenas por uma restinga que é predominante na região (figura 23).

Figura 19: Localização da SE-01 em relação ao Mar.

Fonte: Google Earth adaptado pelo autor, 2018.

Os problemas de desarmes por poluição foram registrados nos primeiros dias


após a energização da linha. As ocorrências foram atribuídas à poluição na superfície
dos isoladores da LT quanto aos localizados no pátio da subestação.
62

Foi realizado várias intervenções para limpeza nos isoladores mais sem obter
sucesso, e este problema persistiu ao decorrer de 2014.
Diante da gravidade do problema e após análise e pesquisa de engenheiros
responsáveis pelas instalações do porto e também da equipe da concessionária,
buscando alternativas que não fossem limpezas frequentes (rotineiras), resultaram na
introdução da cobertura com RTV para todos isoladores da subestação. Também foi
decidido a substituição de isoladores convencionais por antipoluição em uma
extensão que iria ser analisada, e além disto revesti-los com a cobertura de silicone.
Estes fatos ocorreram em meados de 2015 e foi até o final do ano.
A avaliação da aplicação do RTV e seu desempenho vêm sendo explorada em
projetos de cooperação com laboratórios de instituições acadêmicas e por várias
empresas e concessionárias em todo mundo, e em diferentes níveis de voltagem e
submetidas a vários tipos de poluentes. Estas avaliações indicam que, mesmo
quando os isoladores estão expostos a brisas marinhas, contaminação industrial e
agrícola, flashovers podem ser eliminados, garantindo segurança no sistema a um
custo razoável.
Existe relato de problemas de poluição em isoladores do sistema elétrico de
Creta na Grécia, onde a primeira aplicação do revestimento RTV foi em 1998 na
subestação Linoperamata de 150 kV, localizada em distância inferior a 500m do mar
que foi totalmente revestida e posteriormente em um período de 11 anos outras
subestações também tiveram a mesma cobertura, e segundo esta publicação desde a
aplicação, as atividades nas superfícies dos isoladores foram suprimidas e não
houveram mais flashovers, e isto sem rotina de limpeza, considerando esta adoção
como bem sucedida (SIDERAKIS; et al., 2009).
Houve grupo de trabalho que abordaram um estudo sobre o desempenho do
RTV em um alimentador de 230 kV localizada em uma usina siderúrgica no sul do Irã
com condições climáticas semi-desérticas como estratégia de manutenção em área
poluída. Neste caso após 3 anos de exposição aos poluentes e sem nenhum
programa de limpeza, nenhuma falha foi relatada, concluindo que os estudos de
campo mostram um aumento significativo da confiabilidade da rede de energia
(CIGRE, 2008).
63

Foi apresentada uma experiência realizada em Itaipu no seminário do setor


elétrico paraguaio, da qual relatam o uso do RTV para evitar descargas disruptivas
externas nas buchas dos transformadores de 500 kV poluídas por contaminantes de
obras que estavam sendo realizadas no local, e esta aplicação ocorreu em 1988.
Neste seminário relata que no ano de 2005 após 17 anos em operação com RTV, a
área de manutenção de Itaipu realizou uma avaliação na camada da superfície das
buchas com o revestimento e foi constatada significativa redução da hidrofobicidade,
e também uma leve deterioração superficial da camada e em função disto optaram
pela renovação do revestimento de silicone (RTV) com aplicação de uma nova
camada sobre a camada existente (PISA, 2012).

Figura 20: Esquemático da descarga disruptiva típica e consequências do arco elétrico em bucha de
500 kV.

Fonte: PISA, 2012.

A equipe de Engenharia de manutenção da Cemig distribuição descreveu o


processo de adoção da cobertura de silicone (RTV) em etapas que incluem testes
preliminares em cadeias de isoladores com três anos de exposição a intempéries
naturais e poluentes oriundos de fábrica de fertilizantes, e foram submetidas a
ensaios para verificação da suportabilidade elétrica sob névoa limpa e salina e
64

tiveram ótimos comportamentos. A Cemig informou que pelos resultados obtidos,


considerou a cobertura satisfatória (SENDI, 2008).

Figura 21: Isoladores de vidro usados, com e sem a cobertura RTV.

.
Fonte: SENDI, 2008.

Para esta pesquisa foi definida como ponto de partida o estudo inicial dos
diversos tipos de perfis de instalações em regiões com elevado índice de poluição, e
suas medidas mitigadoras de falhas por consulta bibliográfica. Nesta etapa, foram
analisados diversos casos em todo mundo, e adquirido observações importantes que
levam a realizar uma análise mais profunda do projeto em questão.

5.3 AVALIAÇÃO DO PROJETO ORIGINAL

A premissa principal tomada por esta pesquisa é de analisar primeiramente os


dados de projeto e ver qual foi à classificação adotada do ambiente, conferir os
parâmetros de isolamento que normalmente se faz a partir da distância de
escoamento dos isoladores para garantir que isto foi respeitado conforme norma
IEC60815.
O primeiro passo então é conferir a classificação quanto ao nível de poluição
adotado nos cálculos dos componentes da subestação e da linha de transmissão.
65

A escolha correta da distância de escoamento é fundamental para o


desempenho dielétrico do isolador. Escolha inadequada pode gerar custos enormes
com manutenção e lavagens constantes.

Foi identificado a partir do documento “ESTUDO ELÉTRICO COORDENAÇÃO


DE ISOLAMENTO – SE-01” em considerações gerais que o nível de poluição natural
escolhido foi:

Tabela 5: Nível de poluição escolhido no projeto da SE-01

Níveis de Poluição Distância de Tipo de Ambiente


Escoamento Específica
Nominal mm/kV

III - Pesado 25 - Zonas com grande densidade industrial


ou subúrbios de grandes cidades;
- Zonas próximas da costa com exposição
a fortes ventos marítimos.

Fonte: IEC60815 adaptada pelo autor, 2018.

Iniciando a análise pelas buchas dos transformadores de entrada da


subestação SE-01, considerando os dados do fabricante conforme características
técnicas do componente isolante de entrada.
O comprimento do isolador é determinado considerando-se as solicitações
relacionadas a impulsos atmosféricos e de manobra. O projeto da bucha deve ser tal
que o campo axial ao longo da superfície do isolador seja o mais uniforme possível. O
comprimento é também afetado pelo ambiente no qual a bucha é exposta. Em
ambientes poluídos, a ocorrência de descargas superficiais em condições de alta
umidade e tensão normal de operação é dependente da distância da superfície
isoladora, como por exemplo, o comprimento da superfície isoladora entre a alta
tensão e a terra.
66

As informações sobre a severidade da poluição no ambiente onde a bucha vai


ser utilizada definem uma distância de escoamento mínima especifica (I), como
indicado na tabela 1. A distância de escoamento total (L) para a bucha, relativa à
tensão, é determinada por (NBR 5472, 2012):

L= Kd * Ur * I

Onde:

Kd = Fator de correção do diâmetro para aumento da distância de escoamento, com o


diâmetro médio do isolador Dm

Dm < 300 mm ............................... kd = 1


300 < Dm < 500mm ...................... Kd = 1,1
Dm > 500 mm ............................... Kd = 1,2
Ur = Tensão nominal da bucha (kV)

Como o projeto é de 2010 é o mesmo considerou a versão então vigente da


IEC60815, será adotado a tabela 1 para verificação dos cálculos de distância de
escoamento.

L= Kd * Ur * I , considerando poluição pesada = 25mm/kV,

L = 1* 145 * 25(kV*mm/kV) = 3625 mm

Entretanto, a distância de escoamento aplicada foi de 4496 mm, que nos dá


uma distância de escoamento especifica para um ambiente muito pesado dentro da
classificação de poluição.
67

I = 4496/145*1 (mm/kV) = 31 mm/kV

Figura 22: Bucha de alta tensão – Transformador de Potência 37,5 MVA/145/15kV.

Fonte: Própria, 2018.

Características técnicas do transformador da SE-01:


Tipo: .......................................................................... 145kV/800 A
Tensão Nominal: ........................................................145 kV
Max. Tensão Fase-Terra: ......................................... .84 kV
Corrente Nominal: ..................................................... 800 A
Tensão suportável (1 min) sob chuva: ...................... 275 kV
Tensão de impulso Atmosférico (NBI): .......................650 kV
Distância de Escoamento: .......................................4496+/-60 mm
Nº de Saias: ...............................................................18 Longas,18 Curtas
Carga máx. Permissível a 90º do terminal: ................1600 N
68

Norma: ....................................................................... IEC/ABNT


Fabricante: ..................................................................C.GREAVES
Massa: .........................................................................135kg

Dando continuidade na análise dos isoladores do pátio externo na SE-01, foi


avaliado os isoladores contidos nas chaves seccionadoras de manobra e na
seccionadora de aterramento.
O secionador é um dispositivo mecânico de manobra capaz de abrir e fechar
um circuito elétrico, quando uma corrente de intensidade desprezível é interrompida
ou estabelecida e quando não ocorre variação de tensão significativa através dos
terminais de cada polo do secionador. Sendo capazes em casos particulares de
interromper pequenas correntes de carga.
Cada polo apresenta três colunas de isoladores, sendo duas fixas (central e
dianteira) e uma rotativa (traseira) onde aciona o mecanismo responsável pela
abertura / fechamento da lâmina principal de modo a permitir interrupção da parte
condutora entre as colunas isolantes fixas, com operação bastante suave. Pode ser
utilizado em montagens horizontal ou vertical. Para poder aterrar ou curto circuitar
partes desconectadas da instalação, cada polo do secionador pode ser equipado com
uma chave de aterramento.

Figura 23: Seccionadora de abertura vertical com lamina de aterramento.

Fonte: Própria, 2018.


69

Características técnicas dos isoladores - Chaves seccionadoras SE-01:

Figura 24: Isolador suporte núcleo sólido fabricante Santana.

Características

Distância de Escoamento: 4500 mm


Distância de Arco à Seco: 1360 mm
Nº de Saias: 30
Tensão Nominal: 145 kV
Dist. Escoamento Especifica: 31 mm/kV
Massa Liquida Aprox. 78 kg
NBI 650 kV

Fonte: Própria, 2018.

A distância de escoamento especifica dos isoladores das chaves


seccionadoras é dada nos dados técnicos do manual do fornecedor, cabendo aqui
somente demostrar:

I = 4500/145*1 (mm/kV) = 31 mm/kV

Os disjuntores de SF06 possuem isoladores que também devem ser


cuidadosamente projetados de acordo com o ambiente da qual será instalado. Este
disjuntor é um modelo tripolar, do tipo auto-compressão, desenvolvido para uso
70

externo, utilizando o gás SF6 (Hexafluoreto de enxofre) como meio extintor e isolante.
A unidade interruptora está montada sobre o isolador suporte, que mantém a isolação
para terra.

Características técnicas de isolamento do disjuntor:

Tipo: .......................................................................... 145kV/3150 A


Tensão Nominal: ....................................................... 145 kV
Corrente Nominal: ..................................................... 3150 A
Tensão alternada de curta duração: ......................... 275 kV
Tensão de impulso Atmosférico (NBI): ..................... 650 kV
Distância de Escoamento: ........................................ 3625 mm
Distância disruptiva Fase-terra: ................................ 1250 mm
Distância disruptiva Fase-fase: ................................. 1360 mm
Norma: ...................................................................... IEC/ABNT
Fabricante: ................................................................ Siemens

Figura 25: Disjuntor SF6 Siemens.

Fonte: Manual Siemens, 2010.


71

Figura 26: Evidências de flashover na superfície isoladora

Fonte: ARORA, 2016.

Figura 27: Destaque do disjuntor instalado em campo.

Fonte: Própria, 2018.

A distância de escoamento especifica para isoladores dos disjuntores SF6 é de


25 mm/kV, isto lhe confere o nível de poluição 3 da tabela 1.

I = 3625/145*1 (mm/kV) = 25 mm/kV


72

Os transformadores de corrente e potencial utilizados para medição e proteção


estão localizados no pátio da SE-01 e possuem bucha isoladora de porcelana em seu
corpo e conforme dados de placa e proposto no projeto possuem linha de fuga de
25mm/kV. Da mesma forma foram avaliados os pára-raios de óxido de zinco e todos
outros isoladores pedestais, que também possuem esta configuração de escoamento.

Figura 28: Pátio externo da subestação 01 com o autor na foto.

Fonte: Própria, 2018.

Verificado os isoladores da subestação quanto à distância de escoamento


chegou a vez de verificar os critérios de projeto da linha de transmissão que interliga
esta subestação e que apresentou flashover em diversas cadeias das torres ao longo
da linha.
As torres de transmissão possuem cadeias de isoladores que são formadas por
uma série de isoladores de campânula de vidro.
Cadeias de isoladores são usadas universalmente em linhas de transmissão
aéreas de alta tensão pelo fato de possuírem flexibilidade, amortecendo certos
73

esforços mecânicos e também de no caso de ruptura de um isolador, tem-se o


trabalho de somente trocar este ao invés da cadeia toda.
O número de isoladores é determinado pela a tensão máxima operativa da LT,
considerando a distância especifica de escoamento e as características do isolador de
disco de vidro.
No projeto foi identificado que o isolador utilizado na linha foi o modelo
convencional, conforme dados a seguir:

Características técnicas do isolador:

Tensão máxima de operação (VMOp) .................................. 145 kV

Distância específica de escoamento (k) ............................. 16 mm/kVϕϕ

Diâmetro do isolador ........................................................... 254 mm

Passo do isolador ................................................................ 146 mm

Distância de escoamento do isolador (dE) ........................... 310 mm

Tabela 6: Dados do isolador convencional utilizado na LT.

Tensões mínimas (kV)


A 60 Hz Distância
Suportável Ruptura
de
sob impulso Disruptiva eletromecânica
De escoamento
atmosférico Suportável (da.N)
A Sob sob chuva perfuração (mm)
(1,2 x 50 μs) em óleo
seco chuva

90 80 50 40 130 310 12000

Fonte: Própria, 2018.


74

Figura 29: Isolador e cadeia de isoladores de suspensão.

Fonte: Própria, 2018.

O número de isoladores por cadeia foi determinado da seguinte forma:

n ISOL = V Mop * k = 145 * 16 = 7,5


dE 310

Como padrão da concessionária local, foi adotado neste projeto, 9 isoladores


na cadeia de suspensão e 10 na cadeia de ancoragem. Sendo os isoladores de vidro
temperado, tipo convencional.
No documento referente ao projeto básico/executivo da LT que trata dos
critérios de projeto como características dos cabos e cadeias de isoladores; as
condições de governo e o comportamento mecânico dos cabos; as distâncias de
segurança constam a adoção para um ambiente com nível de poluição leve.
As normas 60815 bem como as publicações nos anuais da Cigré, ditam as
recomendações para instalações elétricas em áreas costeiras. No entanto as
75

instalações da SE-01 bem como grande parte das torres da LT-138 kV, estão
localizadas bem próximas a orla costeira conforme figura (34).

Figura 30: Mapa das torres de transmissão com a distância do mar.

Fonte: REDEMET adaptado pelo autor, 2018.

Alguma recomendação vem direto da tabela 1 e 2 da das normas IEC60815, e


podem ser resumidas como: Áreas expostas diretamente à ação corrosiva, sem
nenhum anteparo natural ou artificial, sob ventos fortes e constantes vindos do mar,
ficando no máximo até 5 km da praia, de portuários salinos, lagoas salinas e
embocaduras de rios. Área que apresenta tipo de poluição pesada ou muito mesada
que se verifica, comprometendo severamente o desempenho dos equipamentos e
materiais.
Nenhuma medição de ESDD ou NSDD para avaliação do local foi realizada
neste site. Umas inspeções visuais dos isoladores instalados revelaram que as
condições úmidas em combinação com os ventos fortes do mar criam condições
ideais para um rápido acúmulo de poluição nos isoladores. Isso ocorre porque a
combinação de sal e poeira levada pelo vento absorve a umidade relativa do ar, e se
ela estiver acima de 75%, grudará na superfície do isolador.
76

A falta de medições de severidade é uma séria desvantagem, mas a


experiência de serviço pode ser usada em combinação com resultados de flashover
publicados de outras áreas costeiras para estimar um nível de severidade
aproximado.
Somente aumentar o número de isoladores na cadeia não parece ser uma
solução confiável, além de ter que reavaliar os esforços mecânicos e flecha entre o
vão das torres.
Um aumento de pelo menos 40% no número de isoladores seria necessário:

n ISOL = V Mop * k = 145 * 31 = 14,5


dE 310

Os isoladores antipoluição têm perfil da superfície externa projetado para


utilização em áreas poluídas.

Características técnicas do isolador antipoluição adotado:

Tensão máxima de operação (VMOp) ................................. 145 kV


Distância específica de escoamento (k) ............................ 31 mm/kVϕϕ
Diâmetro do isolador .......................................................... 280 mm
Passo do isolador ...............................................................146 mm
Distância de escoamento do isolador (dE) ......................... 445 mm

Tabela 7: Dados do isolador antipoluição adotado na LT.

Tensões mínimas (kV)


Suportável A 60 Hz Distância
sob Ruptura
de
impulso Disruptiva eletromecânica
De escoamento
atmosférico Suportável (da.N)
A Sob sob chuva perfuração (mm)
(1,2 x 50 em óleo
seco chuva
μs)
125 85 50 50 130 445 12000

Fonte: Própria, 2018.


77

Figura 31: Isolador antipoluição.

Fonte – Própria, 2018.

Refazendo o cálculo já com os dados do novo isolador antipoluição, temos:

n ISOL = V Mop * k = 145 * 31 = 10,1


dE 445

A LT que possui cerca de 51 km de extensão experimentou nos primeiros


meses de sua energização uma média de 8 flashovers por mês devido à
contaminação de seus isoladores.
Com base nos dados apresentados de ocorrências de flashovers de poluição,
foi decidido especificar isoladores antipoluição, pois estes oferecem uma distância de
fuga superior ao convencional e, também os revestir com um produto a base de
silicone que proporcionasse uma superfície hidrofóbica superior e, esta última medida
ser aplicada em todos isoladores externos da subestação.
Outro papel foi definir qual seria a abrangência das torres que teriam suas
cadeias substituídas pelos isoladores antipoluição revestidos pelo produto, de forma
garantir confiabilidade na linha. Após inspeções de campo da qual pode verificar
indícios de flashover em muitos pontos e contaminação, foi um parâmetro decisório
78

para esta definição. A definição foi que a partir da torre T123 que fica mais próxima da
subestação 01 até a T93 seriam revestidas, garantindo assim uma cobertura de pelo
menos 12 km em relação a linha litorânea de isoladores.

Figura 32: Isoladores antipoluição antes e depois do revestimento

Fonte: Própria, 2015.

Figura 33: Cadeias de isoladores revestidas preparadas para montagem nas torres.

Fonte: Própria, 2015.


79

Após pouco mais de 3 anos de aplicação do RTV na LT e na subestação 01,


não foi verificado acúmulo significativo de poluentes ou comprometimento da camada
do produto. Uma limpeza tradicional, prevista inicialmente para 2017, foi postergada,
com a utilização da cobertura RTV. Os benefícios são ainda maiores, quando se
considera a eliminação/redução da corrente de fuga, riscos de disrupção elétrica e a
dilatação dos períodos entre as manutenções em isoladores localizados nesta região
de severa poluição salina. A linha tem operado livre de falhas oriundas de poluição,
mesmo assim por estratégia e garantia oferecida pelo fabricante, uma reaplicação do
produto será realizada somente na subestação no final de 2018.
80

6. CONCLUSÃO

Neste trabalho foram apresentados conceitos que mostram fenômenos


elétricos que acontecem na superfície de isoladores poluídos e suas consequências.
Constam também técnicas mitigadoras adotadas para estes fenômenos.
Foi demostrado a importância dos passos para definição completa do nível de
contaminação ambiental sob as quais os equipamentos deverão operar e a natureza
desta contaminação e suas possíveis variações e efeitos no isolamento.
No estudo de caso, foi fornecido dados suficientes para seleção da ação
corretiva ideal empregada, e permitiu uma adequação do projeto com objetivo de
fornecer uma instalação segura e livre de manutenções frequentes e inesperadas.
O revestimento de silicone através do RTV e substituição de isoladores foram
apresentados como estratégias de manutenção de subestações e linhas de
transmissão em áreas poluídas.
Conclui-se que os isoladores revestidos por RTV podem fornecer uma
alternativa confiável para as instalações elétricas da região do norte fluminense,
desde que tenham também dimensionamento correto.

6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

 Monitorar o ciclo hidrofóbico do RTV aplicado nos equipamentos deste estudo;


81

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