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Diferentes formas de

conhecimento

Introdução
O ser humano, em busca de conhecer o que o cerca, desenvolve novos conhecimentos, assim, o progresso da
ciência é produto da atividade humana que transforma o mundo, transforma a natureza e produz cultura. Desta
forma, o ser humano produz conhecimento que se reúne em senso comum, teológico, científico e filosófico.
Vamos compreender como isto funciona? Acompanhe!
Ao final desta aula, você será capaz de:
• entender quais os tipos de conhecimento.

Diferentes formas do conhecimento


Acompanhando a história da humanidade, observamos que o ser humano reuniu por séculos, diversas formas de
conhecer, sempre em busca de explicar o mundo, o ambiente que o cerca.
Na antiguidade, o indivíduo encontrava no mito, no sobrenatural, a explicação da sequência dos eventos
terrestres, desde a origem da terra até o surgimento da raça humana. Com a descoberta da escrita, o ser humano
iniciou também um processo de descoberta do poder da cura, para os males da vida. Povos antigos, como os do
vale do Tigre e do Eufrates, às margens do Nilo, por meio da observação e experimentação, descobriram a
matemática, na forma de medir e demarcar áreas. Assim, estabeleceram o calendário e registraram, por exemplo,
o aparecimento de eclipses (FACHIN, 2006).
Com o passar do tempo, o conhecimento dos povos antigos foi sendo aprimorado, e suas contribuições
permitiram o avanço da ciência. Conhecimentos matemáticos e filosóficos, como os de Aristóteles, Francis Bacon,
Descartes até August Comte, mostram um retrato do desenvolvimento do saber, em busca de métodos que
explicassem a aquisição de conhecimento, bem como indicassem as formas de se conhecer o mundo (FACHIN,
2006).
O desenvolvimento da erudição permite a aquisição de novas formas de saber, assim como a reunião e a
integração dessas formas, representam o avanço rápido e intenso do saber humano, que se modifica, altera-se, a
cada nova descoberta, adapta-se e se reconstrói sempre em busca de outros conhecimentos (FACHIN, 2006).
O ser humano é capaz de reunir diversas formas de conhecer para interpretar o mundo, sendo elas, por exemplo:
o senso comum, a religião, a ciência e a filosofia.

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SAIBA MAIS
As diferentes formas do saber evidenciam a especificidade do saber humano, ao mesmo tempo
em que mostram a gama de conhecimentos adquirida pelo ser humano ao longo de sua
existência. Para cada tipo de saber, obtemos uma forma de conhecer o mundo e ampliamos o
nosso conhecimento. Veja a obra de Maria Lúcia de Arruda Aranha “Filosofia da educação”,
(2006), em que a autora aborda as diversas formas de observar a realidade, a partir de cada
ramo do saber.

Senso comum
O conhecimento do senso comum é adquirido independentemente de provas concretas e dos estudos
aprofundados. É transmitido de geração em geração, através das vivências dos indivíduos, fazendo parte da
cultura de um povo.

FIQUE ATENTO
O saber empírico, ou o conhecimento do senso comum, abre as portas para a investigação
científica, pois ele é uma forma de saber que estabelece o primeiro contato com o mundo.

O contato direto com a natureza, com o mundo, relaciona-se ao conhecimento empírico, sendo este o primeiro
contato entre o sujeito e o objeto, entre o intelecto e o mundo sensível. Observe que o senso comum se contenta
com simples imagens superficiais das coisas, constituindo uma visão ingênua e muitas vezes sem crítica do
mundo. Essa forma de saber não estabelece relações significativas de suas interpretações, não possui
fundamentos científicos ou métodos de análise, e caracteriza-se como uma imagem fragmentária da realidade
(FACHIN, 2006).
Se por um lado, o senso comum caracteriza um saber não fundamentado um conhecimento da vida cotidiana, por
outro, mostra, em sua simplicidade, o primeiro contato do ser humano com a realidade.

Reparem que o conhecimento empírico é a estrutura para se chegar ao conhecimento científico;


embora de nível inferior, não deve ser menosprezado. Ele é a base fundamental do conhecer, e já
existia muito antes de o ser humano imaginar a possibilidade da existência da ciência (FACHIN,
2006, p. 15).

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EXEMPLO
Observar que uma vidraça se quebra quando se arremessa uma pedra, é um saber do senso
comum, mas saber o porquê o vidro quebra, ultrapassa essa forma de saber, cabendo a um
saber mais elaborado, como a ciência, a descoberta desta causa a partir do seu efeito.

Portanto, mesmo o senso comum não sendo um saber comprovado, ele representa um saber empírico, que por
sua vez, é a base para a experimentação do conhecimento científico.

Conhecimento religioso
O conhecimento religioso ou teológico está ligado ao sobrenatural, como um produto do intelecto do ser humano
ligado à fé, com interpretações do mundo por intermédio de mensagens ou manifestações divinas (FACHIN,
2006). Representado na figura de um ser superior, um Deus, que se faz presente por diversos nomes, o ser
humano se relaciona com ele pela sua fé, transmutando esse ser superior à imagem do ser humano muitas vezes.
Na busca por aquilo que transcende o conhecimento humano, procuramos por explicações que não cabem ao
saber científico ou filosófico, que não conseguem explicar determinados fenômenos, recorrendo à crença em
uma entidade divina que possa responder a questões inexplicáveis. A teologia procura integrar os
conhecimentos da razão com os dados da fé.
O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Não é preciso ver para crer, e a crença ocorre mesmo que as
evidências apontem no sentido contrário. As verdades religiosas são registradas em livros sagrados ou são
reveladas por seres espirituais, por meio de alguns iluminados, santos ou profetas (FACHIN, 2006).

FIQUE ATENTO
Enquanto a mitologia apresenta deuses para explicar o mundo, a religião monoteísta obtém em
um único Deus a sua crença, assim, o ser humano crê pela fé e pela aceitação do saber divino.

Desta maneira, a religião se faz presente na vida do ser humano, manifestando-se de diferentes formas. A força
da fé e a crença em dogmas é o que fundamenta a vida religiosa, e seus seguidores, no caso das religiões
monoteístas, acreditam em um Deus soberano como força espiritual que permite a continuação da vida após a
morte.

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EXEMPLO
Com o mito, a causa de um trovão poderia ser a manifestação da ira dos deuses. Para a religião,
uma criação divina. Já para a ciência, o trovão evidencia o efeito causado pelo raio em
decorrência de tempestade, possuindo uma explicação científica sobre energia, força e
elementos da natureza que provocam esse acontecimento.

Vale lembrar que a religião é uma forma de observar e interpretar a realidade, acreditando em dogmas e crenças,
apoiados na fé pela existência de um ser superior. O que não significa dizer que as religiões não se fundamentam
na racionalidade (BERGER, 2004).

Ciência e a filosofia
Historicamente, a ciência e a filosofia caminharam juntas, mas, com a revolução científica ocorrida no século
XVII, elas se separam em dois saberes. A ciência vai se fragmentando em conhecimentos especializados, como a
física, a astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia, entre outros, delimitando o seu campo de saber
(ARANHA, 2006).
A filosofia, por sua vez, continuou a tratar sobre os mesmos assuntos da ciência, mas, ao contrário dessa, que se
ocupa de recortes da realidade, pela especificação de seus saberes, a filosofia se ocupa com o todo, com uma
visão de conjunto, buscando a causa última de todas as coisas.

SAIBA MAIS
Para aprofundar nessa relação entre filosofia e ciência, leia o artigo “Entre a Filosofia e a
Ciência: Merleau-Ponty e a Psicologia”, que apresenta não só uma relação entre esses dois
saberes, como apresenta a visão de um filósofo e uma forma especializada de ciência, a
psicologia. Disponível no link: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>.

O conhecimento da ciência se ocupa da abordagem sistemática dos objetos da natureza (os fenômenos), tendo
em vista as relações de causa e efeito, possui métodos que instrumentaliza o pesquisador, evidenciando etapas
para o processo do conhecer.

O conhecimento científico pressupõe aprendizagem superior. Caracteriza-se pela presença do


acolhimento metódico e sistemático dos fatos da realidade sensível. Por meio da classificação, da
comparação, da aplicação dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social,
ou do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal
(FACHIN, 2006, p. 15).

A ciência procura atingir a verdade dos fatos pela observação da natureza por aplicação de pesquisas metódicas

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A ciência procura atingir a verdade dos fatos pela observação da natureza por aplicação de pesquisas metódicas
e sistemáticas. Por meio de instrumentos de coleta e análise de dados da realidade, o conhecimento científico
pode ser adquirido por experimentação, demonstração e pesquisa, um saber que se estabelece na prática, com
teorias e hipóteses, com o fim último de desvendar os segredos da realidade.
O conhecimento filosófico conduz a reflexão crítica, que busca o conhecimento último de todas as coisas,
transcendendo o saber do ser humano, utilizando a razão como a faculdade mais elevada do espírito, a qual
ordena nossos pensamentos e constitui conceitos e princípios sobre os objetos do mundo. Tanto a filosofia
quanto a ciência possuem um saber rigoroso, mas, enquanto a ciência se ocupa com um saber especializado, a
filosofia trata com um saber de conjunto. E, enquanto a ciência evidencia um conhecimento por causa e efeito, a
filosofia busca a causa última que fundamenta todo o saber.

FIQUE ATENTO
Por mais que a ciência e a filosofia investiguem o mesmo objeto, cada qual constitui uma forma
específica de conhecimento.

A filosofia e a ciência podem explicar e fundamentar o conhecimento da realidade e a partir daí originar novos
saberes, como a fenomenologia (no caso da filosofia) e a física quântica (no caso da ciência).

Fechamento
Compreendemos que há várias formas de se observar a realidade, atrelada aos diversos saberes, cada qual
expondo uma maneira de adquirir conhecimento.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
• compreender a diversidade de formas de conhecer;
• entender como se dá o conhecimento do senso comum e o saber da religião;
• identifica o saber da ciência e o saber filosófico.

Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teologia sociológica da religião. 5. ed. São Paulo: Paulus
Editora, 2004.
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
VERISSIMO, Danilo Saretta; FURLAN, Reinaldo. Entre a Filosofia e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psicologia.
Paideia, Ribeirão Preto, São Paulo, v. 17, n. 38, p. 331-342, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>. Acesso em: 28 abr. 2017.

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