Vous êtes sur la page 1sur 41

FUNDAÇÕES

1 – DEFINIÇÃO
2 – EXAME DO TERRENO
3 – EQUIPAMENTOS DE SONDAGEM
4 – PRINCÍPIOS GERAIS DA APTIDÃO DE SUPORTE DE UM SOLO
RESISTENTE

5 – ESPECIFICAÇÃO DE UMA ESTRUTURA DE FUNDAÇÃO

6 – CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIMENSIONAMENTO DE


FUNDAÇÕES

7 – CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES

8 – ALICERCES E SAPATAS
9 – ESTACAS
10 – ESTACAS DE SUSTENTAÇÃO

11 – ESTACAS DE CONTENÇAÕ

12 - TUBULÕES
GLOSSÁRIO
NORMAS TÉCNICAS
BIBLIOGRAFIA

1 – DEFINIÇÃO

Chama-se fundação a parte de uma estrutura que transmite ao terreno subjacente a


carga da obra. Na figura a seguir, pode-se visualizar e revisar os elementos que
constituem uma edificação.

ra
e rt u
c ob
a
od
m e nt Estrutura d a
a
Te lh
sup ra estrutura

c o b e rtura

Pa red e
Pé -d ire ito d e ved a ç ã o
Pa red e
d ivisó ria

So c o ou p ed esta l
Alic erc e o u b a ld ra me
Infra estrutura

Fund a ç ões

So lo re siste nte

Esquema dos elementos de uma edificação


2/41

2 – EXAME DO TERRENO
Muitas vezes o aspecto de um solo leva o técnico a considera-lo firme. No entanto,
um exame mais cuidadoso pode mostrar tratar-se de solo altamente compressível,
exigindo consolidação prévia. Este exame denomina-se sondagem e tem por
finalidade verificar a natureza do solo, a espessura das diversas camadas, a
profundidade e a extensão da camada mais resistente que deverá receber as cargas
da construção, e determinar o tipo da estrutura de fundação a ser especificada.
Para efeito prático na construção, a Mecânica dos Solos divide os materiais que
ocorrem na superfície da crosta terrestre em:
a) Rochas - solos rochosos (rochas em decomposição ou sã);
b) Solos Arenosos/Siltuosos - com propriedade de compacidade (grau de
compacidade);
c) Solos Argilosos - com propriedade de consistência (limite de consistência).
Antes de se decidir pelo tipo de fundação em um terreno, é essencial que o
profissional adote os seguintes procedimentos:
a) visitar o local da obra, detectando a eventual existência de alagados,
afloramento de rochas etc.;
b) visitar obras em andamento nas proximidades, verificando as soluções
adotadas;
c) fazer sondagem a trado (broca) com diâmetro de 2” ou 4”, recolhendo
amostras das camadas do solo até atingir a camada resistente;
d) mandar fazer sondagem geotécnica.

3 – EQUIPAMENTOS DE SONDAGEM
Dependendo do tipo solo, a sondagem deverá utilizar o melhor processo que forneça
indicações precisas, sem deixar margem de dúvida para interpretação e que
permitam resultados conclusivos, indicando claramente a solução a adotar.
A sondagem mais executada em solos penetráveis é a sondagem geotécnica a
percussão, de simples reconhecimento, executada com a cravação de um barrilete
amostrador, peça tubular metálica robusta, oca, de ponta bizelada, que penetrando
no solo, retira amostras seqüentes, que são analisadas visualmente e em laboratório
para a classificação do solo e determina o SPT (Standart Penetration Test), que é o
registro da somatória do número de golpes para vencer os dois últimos terços de
cada metro, para a penetração de 15 cm. Nas próximas figuras são mostrados um
esquema do equipamento de sondagem geotécnica de percussão, a planta de
locação dos furos e um laudo de sondagem.

_____________________________________________________________________________________________________
3/41

1-c onjunto m otor-b om b a


2-re se rva tório d e á g ua
3-trip é tubos m e tá lic os
4-rold a na
4
5-tub o-g uia 50 m m
3 6-e nga te
7-g uinc ho
8-p e so p a d rã o 60 kg
8 9-c a be ç a d e c ra va ç ã o
9
7

1 2
5

Equipamento de sondagem a percussão


770

SP 03
1200
Ca sa
de
800 forç a

SP 02 Rua Y
4500

Ce ntra l 1000
te lefô nic a

SP 01
1950

N
1480

2600 3500

Rua X

Planta de locação dos furos de sondagem

_____________________________________________________________________________________________________
4/41

PERFIL DE SONDAGEM GEOLÓGICA - Ensa io d e p enetra ç ã o p a d rã o SPT

Profund id a d e
em m etros
Cota Dia g ra ma
(RN) das

Amostra
Penetra ç ã o p enetra ç õ es Cla ssific a ç ã o d o m a teria l
Nível Go lp es/ 30 c m
da 10 20 30 40
á g ua
0,10 Solo sup e rfic ia l
4 5 1,00 Arg ila siltosa , va rie ga da
2,3 14 20 1,80 ide m , m ole
Arg ila siltosa pouc o
9 13 3,00 a re nosa , ma rron, dura

11 15 5,00 ide m , rija

22 35 ide m , d ura

27 37

28 38 Ob s: nã o se verific ou
p ressã o d ’ á g ua
29 39
18,00 Arg ila siltosa , dura
30 43

31 47 20,45 limite de sonda g e m


CLIENTE: 1:1000
Lo c a l: Rua X 07/ 04/ 99 LO G O
Resp o nsá vel Téc nic o: SP 01

Perfil de sondagem geológica (parte do laudo técnico)


Para a sondagem em solos impenetráveis são utilizados equipamentos de
perfuração rotativa, que permitem a obtenção de amostras (ou testemunhos) para os
conseqüentes ensaios de laboratório, fornecendo indicações valiosas sobre a
natureza e a estrutura do maciço rochoso, utilizando amostradores de aço, com
parte cortante de diamante, carbureto de tungstênio ou aço especial, que retiram
amostras com diâmetro designados por EX (7/8”), AX (11/8”), BX (1 5/8”) e NX (2
1/8”).

4- PRINCÍPIOS GERAIS DA APTIDÃO DE SUPORTE DE UM SOLO RESISTENTE


A resistência (sustentação) de um solo destinado a suportar uma construção é
definida pela carga unitária (expressa em kgf/ cm 2 ou Mpa), sob a qual,
praticamente, o assente deixa de aumentar. Os solos apresentam resistências por
limite de carga que podem suportar, sem comprometer a estabilidade de construção.
O grau de resistência indica qual tipo de fundação é mais adequada, como o
exemplo mostrado no esquema na próxima figura.
Na figura seguinte é mostrado o detalhe de um ensaio prático de campo para
determinação da tensão admissível do solo.

_____________________________________________________________________________________________________
5/41

A N.A.

Camadas resistentes e tipos de fundação indicadas


a) Se os solos A=B=C têm características iguais de resistência, é possível
implantar a fundação em A;
b) Se só A é resistente, deve-se apoiar fundações de estruturas leves, cuja
carga limite deve ser determinada por análise de recalque;
c) Se A é solo fraco e B é resistente, a fundação é do tipo profunda,
atendendo-se para a carga limite em função da resistência de C;
d) Se A=B são solos fracos e C é resistente, o apoio da fundação deverá ser
em C.

Ensaio prático para a determinação de tensão admissível do solo pelo método


simples.
σ = P/c . S [(n.h /e)+(n+1 /2)]
σ = tensão admissível do solo;
P P = peso do pilão (Kg);
S = superfície da face inferior do pilão (cm²);
c = coeficiente de segurança (10);
n = número de golpes (quedas) do pilão;
h = altura de queda (m);
e = penetração no solo do pilão (m).

Ensaio prático pelo método simples


Exemplo: Um pilão de 20 Kg que tem diâmetro de 15 cm, cai 10 vezes de uma altura
de 0,50 m e penetra no solo 5 cm. Qual é a resistência do terreno?
S= π R² = 3,14x 7,5² =176,70 cm²
σ = 20/10 x 176,7 [(10x 0,5 / 0,05) + (10+1/2)] = 1,192 ou σ = 1,2 kg/cm²
Obs: O solo classifica-se como arenoso.

_____________________________________________________________________________________________________
6/41

5- ESPECIFICAÇÃO DE UMA ESTRUTURA DE FUNDAÇÃO


O processo de especificação de um tipo de fundação, na generalidade dos casos,
determina freqüentemente dois tipos de fundações, chamadas genericamente de
fundações do tipo rasa ou direta e do tipo profunda.

5.1 – Especificação para fundações rasas ou diretas


A fundações do tipo rasa ou direta é executada quando a resistência de
embasamento pode ser obtida no solo superficial numa profundidade que pode
variar de 1,0 a 3,0 metros. Nesse caso, pode-se executar alicerces ou sistemas de
sapatas interligadas por vigamentos, levando em conta os seguintes cuidados na
execução:
a) executar o escoramento adequado na escavação das valas com
profundidades maiores que 1,5 m, quando o solo for instável;
b) consolidar o fundo da vala, com a regularização e compactação do
material;
c) executar o lastro de concreto magro, para melhor distribuir as cargas
quando se tratar de alicerces de alvenaria de tijolos ou pedras, ou proteger
o concreto estrutural, quando se tratar de sapatas;
d) determinar um sistema de drenagem para viabilizar a execução, quando
houver necessidade;
e) utilizar sistema de ponteiras drenantes (Well Points), de acordo com a
próxima figura, dispostas na periferia da escavação com espaçamento de
1,0 a 3,0 m, interligadas por meio de tubo coletor a um conjunto de
bombas centrífugas, que realizam o rebaixamento do lençol freático em
solos saturados e arenosos;
f) determinar um processo de impermeabilização da alvenaria acima do
soco, para não permitir a permeabilidade da umidade por capilaridade.
Va i p / c onjunto
m otor-b om a

Ponte ira s
d re na nte s
m
3
a
1
tro
do p/
la s

Níve l d’á g ua
ã o ta
uç p ro n

a nte s
e x le ta
ec
Va

Le nç ol re b a ixa d o

Sistema de rebaixamento de lençol freático

_____________________________________________________________________________________________________
7/41

5.2 – Especificações para fundações profundas


Quando o solo resistente se encontra em profundidades superiores a 3,0 metros,
podendo chegar a 20,0 m ou mais é recomendado executar fundações do tipo
profunda, cujo dimensionamento e especificação são determinadas pelas
características das cargas e do solo analisado, constituída de peça estrutural do tipo
haste (ou fuste) que resistem predominantemente esforços axiais de compressão.

6- CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES


No processo de dimensionamento de fundações o estudo compreende
preliminarmente duas partes essencialmente distintas:
a) estudo do solo, por meio da sondagem, com a aplicação do estudo da
Mecânica dos Solos e Rochas;
b) cálculo das cargas atuantes sobre a fundação, com a aplicação do estudo
da análise das estruturas.
Com esses dados, passa-se à escolha do tipo de fundação, tendo-se ainda presente
que:
a) as cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de solo
capazes de suporta-las sem ruptura;
b) as deformações das camadas de solo subjacentes às fundações devem
ser compatíveis com as da estrutura;
c) a execução das fundações não deve causar danos as estruturas vizinhas;
d) ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve atender ao
aspecto econômico.
e) finalmente, segue-se o dimensionamento e detalhamento, estudando-se a
fundação como elemento estrutural.

7- CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES


As fundações são elementos estruturais destinados a repartir sobre o solo o peso da
obra. No Quadro mostrado na próxima página são apresentadas as tipologias mais
comuns das estruturas de embasamento levando em consideração a forma de
execução, implantação, equipamento necessário e as vantagens e desvantagens de
sua utilização.

7.1 - Fundações diretas


São aquelas estruturas executadas em valas rasas, com profundidade máxima de
3,0 metros, ou as que repousam diretamente sobre solo firme e aflorado, como por
exemplo: rochas, moledos (rochas em decomposição), arenitos, piçaras compactas
etc., caracterizadas por alicerces e sapatas.
Os alicerces são estruturas executadas pelo assentamento de pedras ou tijolos
maciços recozidos, em valas de pouca profundidade (entre 0,50 a 1,20 m), e largura
variando conforme a carga das paredes.

_____________________________________________________________________________________________________
8/41

a lvena ria

c onc reto
im pe rme a biliza ç ã o ferra g em

tijolos ma c iç os
la stro

Solo re siste nte

Alic e rc e d e tijolos m a c iç os Sa p a ta c orrid a

_____________________________________________________________________________________________________
Quadro demonstrativo dos tipos de sistemas de infraestrutura de edificações e obras de engenharia
Sistema Tipo Forma de Forma de implantação Equipamento Vantagens Desvantagens
execução

Rasas ou diretas Alicerce ou sapata Moldada in-loco Alvenaria de tijolos Não necessita de Simplicidade Exige cuidados especiais com
corrida maciços ou concreto equipamento especial solo abaixo do lencol freático

Sapata isolada Moldada in-loco Concreto armado Não necessita de Flexibilidade de formas Exige cuidados especiais com a
equipamento especial escavação
Placas ou Radiers Moldada in-loco Concreto armado Equipamentos usuais Baixo custo em terrenos Exige cuidados especiais no
Concreto protendido das obras em homogêneos dimensionamento
concreto
Profundas ou especiais Estaca de madeira Pré-fabricada Cravação Bata-estacas de Baixo-custo Pouca durabilidade em locais
gravidade Facilidade de corte e emenda com variação de umidade
Resistente ao esforços de Baixa resistencia a umidade e
transporte e manuseio ataques de organismos
Durabilidade ilimitada se usada
em locais submersos (água
doce)
Estaca metálica Pré-fabricada Cravação Bate-estacas de Facilidade de cravação Alto custo
gravidade ou a motor Maior garantia de integridade
Muito Resistente aos esforços
de manuseio
Estaca de concreto Pré-fabricada Cravação Bate-estacas Grande durabilidade Baixa resistência aos esforços de
Indicada para vários tipos de manuseio e transporte
solicitações Dificuldade de execução de
cortes e emendas
Grande possibilidade de falhas
de integridade
Strauss Moldada in-loco Cravação Bate-estacas simples Baixo custo Grande possibilidade de falhas
Equipamento com boa Não pode ultrapassar o lençol
mobilidade no canteiro freático
Siimplex Moldada in-loco Cravação Bate-estacas Pode ultrapassar o lençol Difícil de encontrar
freático comercialmente
Franki Moldada in-loco Cravação Bate-estacas Admite altas cargas Grande possibilidade de falhas
Indicada para grandes de integridade
profundidades Vibração excessiva no entorno
Recuperação de Estaca Mega ou Pré-fabricada Cravação por reação Macaco hidráulico Indicada para recuperar Alto custo
patologias prensada estruturas sem demolição Demorada
Estaca injetada Moldada in-loco Perfuração Perfuratriz e Indicada para recuperar Alto custo
equipamento de estruturas onde não é possível Equipamentos especiais
injeção utilizar vibração (bate-estacas)
Obras simples Estaca broca Moldada in-loco Escavação Trado manual Rapidez Poucas profundidades
Baixo custo
As sapatas são estruturas de concreto armado, de pequena altura em relação às
dimensões da base. São estruturas “semiflexíveis”; ao contrário dos alicerces que
trabalham a compressão simples, as sapatas trabalham a flexão.

h<2b
h - a ltura ou profund id a d e
b - la rg ura (ba se m e nor)
Torre a ltop orta nte
(te le fonia c e lula r)
Func iona c omo um
b one c o te im oso

sa p a ta h
Solo re siste nte
b
Exe m p lo d e e strutura a poia d a sob re sa p a ta isold a
Quanto à forma, elas são usualmente de base quadrada, retangular, circular ou
poligonal.

Q ua d ra d a Re ta ng ula r

C irc ula r Poligona l Sa p a ta isola d a d e


c onc re to a rma d o
3/41

Forma da seção das sapatas isoladas

7.2 - Fundações indiretas ou profundas


São aquelas em que o peso da construção é transmitido ao solo firme por meio de
um fuste. Estas estruturas de transmissão podem ser estacas ou tubulões. Na figura
a seguir pode-se ver os elementos componentes de um sistema de estaqueamento.
e sp e ra s
c a beç a

fuste

bulb o
b a se
p onta

Esta c a m old a d a in-loc o Esta c a p ré -m old a d a

8 - ALICERCES E SAPATAS
São fundações diretas que podem ser executados em estruturas dos tipos: isolada,
contínua ou radier (placas). A fundação do tipo isolada é a que suporta apenas a
carga de um pilar, podendo ser um bloco (em concreto simples ou ciclópico, com
grande altura em relação à base) ou uma sapata (em concreto armado, de pequena
altura em relação a base).
Os alicerces na generalidade dos casos são executados de forma contínua, sob a
linha de paredes de uma edificação, utilizando-se:
a) Sistema de alvenaria de tijolos maciços, em bloco simples ou escalonado;
b) Sistema de pedras argamassadas sobre lastro de concreto simples;
c) Sistema de alvenaria sobre lajes de concreto armado ( sistema misto);
d) Sistema em concreto ciclópico.

_____________________________________________________________________________________________________
4/41

imp e rme a b iliza ç ã o


p ed ra s d e mã o
Alve na ria
e spe ra s
de pe dra s

la stro

Solo re siste nte

Alic e rc e e m a lve na ria de p e dra s Bloc o de c onc re to c ic lópic o

im p e rm e a b iliza ç ã o

Alic e rc e e m a lve na ria e sc a lona d a Alic e rc e e m la je d e C A

As sapatas são estruturas que podem ser executadas de forma isoladas, associadas
ou combinadas, contínuas sob pilares ou muros.

Tronc o p ira m ida l Re ta ng ula r

Ne rvura d a Sa pa ta Ba umg a rt

_____________________________________________________________________________________________________
5/41

vig a d e e q uilíb rio

d ivisa
Sa p a ta c om um

Sa p a ta d e divisa

O radier é um sistema de fundação que reúne num só elemento de transmissão de


carga, um conjunto de pilares. Consiste em uma placa contínua em toda a área da
construção com o objetivo de distribuir a carga em toda superfície. Seu uso é
indicado para solos fracos e cuja espessura da camada é profunda. Podem ser
executados dois sistemas de radier: sistema constituído por laje de concreto
(sistema flexível) e sistema de laje e vigas de concreto (sistema rígido).

Ra d ie r fle xíve l Ra die r rígido

9- ESTACAS
As estacas são peças estruturais alongadas, de formato cilíndrico ou prismático, que
são cravadas (pré-fabricadas) ou confeccionadas no canteiro (in loco), com as
seguintes finalidades:
a) transmissão de cargas a camadas profundas do terreno;
b) contenção dos empuxos de terras ou de água (estaca prancha);
c) compactação de terrenos.
As estacas recebem, da obra que suportam, esforços axiais de compressão. A estes
esforços elas resistem, seja pelo atrito das paredes laterais da estaca contra o solo,
seja pelas reações exercidas pelo solo resistente sobre a ponta da peça. Conforme
a estaca resista apenas pelo atrito lateral ou pela ponta, ela se denomina,
respectivamente, estaca flutuante ou estaca carregada de ponta.
A figura a seguir ilustra as definições dadas; em (a) a capacidade resistente da
estaca se compõe de duas parcelas: atrito lateral e de ponta; em (b) a estaca é
carregada na ponta, trabalhando pois como pilar; em (c) ela resiste pelo atrito lateral:
é a estaca flutuante. Na situação (d) a estaca atravessa um terreno que se adensa
sob seu peso próprio, ou sob a ação de uma camada de aterro sobrejacente,
produzindo o fenômeno do atrito negativo, isto é, o solo em vez de se opor ao

_____________________________________________________________________________________________________
6/41

afundamento da estaca, contrariamente, vai pesar sobre ela favorecendo assim a


sua penetração no solo.
P P P P

Terre no e m
c urso d e
c onsolid a ç ã o

a) b) c) d)
Te rreno resistente

Tipos de estacas quanto a resistência do terreno


Quanto à posição, as estacas podem ser verticais e inclinadas e quanto aos
esforços a que ficam sujeitas, classificam-se em estacas de compressão, tração e
flexão, conforme exemplo da figura a seguir.
C ortina de e sta c a s-pra nc ha s NT
tra ba lha nd o a fle xã o
a terro
NA
tira nte

Te rre no
na tura l

Esta c a de Esta c a de
c omp re ssã o tra ç ã o

Solo re siste nte


Estacas resistindo a diversos esforços

10- ESTACAS DE SUSTENTAÇÃO

São as que se caracterizam pela função de transmitir as cargas a camadas


profundas do solo. Podem ser classificadas em:
a) estacas de madeiras;
b) estacas de concreto;
c) estacas metálicas.

_____________________________________________________________________________________________________
7/41

10.1 - Estacas de madeira


As estacas de madeiras devem ser de madeira dura, resistente, em peças retas,
roliças e descascadas. O diâmetro da seção pode variar de 18 a 35 cm e o
comprimento de 5 a 8 metros, geralmente limitado a 12 metros com emendas. No
caso da necessidade de comprimentos maiores as emendas deverão ser
providenciadas com talas de chapas metálicas e parafusos, devidamente
dimensionados.
A vida útil de uma estaca de madeira é praticamente ilimitada, quando mantida
permanentemente sob lençol freático (água). Caso esteja sujeita a variação de
umidade apodrecerá rapidamente. De qualquer maneira a estaca deve receber
tratamento de preservação para evitar o apodrecimento precoce e contra ataques de
insetos xilófagos. As madeiras mais utilizadas são: eucaliptos, peroba do campo,
maçaranduba, arueira etc.
Empiricamente, pode-se calcular o diâmetro mínimo de uma estaca de madeira em
função do seu comprimento, usando a seguinte fórmula:
Ane l

D = 0,15 + 0,02 L

Ex: p a ra uma e sta c a d e 10 m d e c om p rim ento

D = 0,15 + 0,02 x 10
D = 0,15 + 0,2
L = 10 m
D D = 0,17 m

Po nteira me tá lic a

A carga admissível depende das dimensões da estaca e da natureza das camadas


atravessadas no terreno, como ordem de grandeza, exemplifica-se:

_____________________________________________________________________________________________________
8/41

Esta c a s d e ma d e ira Pré -m old a d a s d e c onc re to


C a rg a C a rg a
Diâ me tro a d missíve l
Dim e nsõe s a dm issíve l
(c m ) (tone la d a s) (c m ) (tone la d a s)

30 33 30x30 40

35 38 35x35 48

40 45 40x40 55

Comparação da carga admissível entre estacas de madeira e pré-moldadas


Durante a cravação, as cabeças das estacas devem ser protegidas por um anel
cilíndrico de aço, destinado a evitar seu rompimento sob os golpes do pilão, assim
como é recomendável o emprego de uma ponteira metálica, a fim de facilitar a
penetração e proteger a madeira.

10.2 - Estacas de concreto


As fundações de estacas em concreto podem ser moldadas no local (in loco ou in
situ) ou pré-moldadas cravadas com a utilização de equipamento mecânico.

10.2.1 - Estacas moldadas no local

10.2.1.1 – Estacas Brocas


Estas estacas são executadas por uma ferramenta simples denominada broca (trado
de concha ou helicoidal – um tipo de saca rolha), que pode atingir até 6 metros de
profundidade, com diâmetro variando entre 15 a 25 cm, sendo aceitáveis para
pequenas cargas, ou seja, de 50 kN a 100 kN (kilo Newton). Recomenda-se que
sejam executadas estacas somente acima do nível do lençol freático, para evitar o
risco de estrangulamento do fuste. Devido ao esforço de escavação exigido são
necessárias duas pessoas para o trabalho.
O espaçamento entre as estacas brocas numa edificação não pode ultrapassar 4
metros e devem ser colocadas nas interseções das paredes e de forma eqüidistante
ao longo das paredes desde que menor ou igual ao espaçamento máximo permitido.
Nas figuras a seguir pode-se ver um exemplo da distribuição das estacas brocas
numa edificação de pequeno porte e um roteiro básico para a execução de estacas
brocas.

_____________________________________________________________________________________________________
9/41

Vig a s b a ld ra m es

Esta c a s b roc a s

m á x. 4 m s/ esc .

Distribuição das estacas em obra de pequeno porte

Tra d o
m a nua l p ilã o

NA

1ª fa se 2ª fa se 3ª fa se 4ª fa se
e sc a va ç ã o a p iloa me nto c onc re ta ge m c oloc a ç ã o
d o fund o e a d e nsa m e nto d a s e sp e ra s

Execução de estacas brocas


Roteiro para execução de estacas brocas
a) escavação ou perfuração: utilizando trado manual (tipo concha ou
helicoidal), usando de água para facilitar a perfuração;
b) preparação: depois de atingir a profundidade máxima, promover o
apiloamento do fundo, executando um pequeno bulbo com pedra britada 2
ou 3, com um pilão metálico;
c) concretagem: Preencher todo o furo com concreto (traço 1x3x4),
promovendo o adequado adensamento, tomando cuidados especiais para
não contaminar o concreto (utilizar uma chapa de compensado com furo
para o lançamento do concreto para proteger a boca do furo);
d) colocação das esperas: fazer o acabamento na cota de arrasamento
desejada, fixando os arranques para os baldrames.
As estacas brocas podem ser agrupadas duas a duas, dependendo da carga a ser
distribuída, e executando-se pequenos blocos de concreto armado, como mostra a
figura a seguir. De qualquer forma, as estacas brocas deverão ser solidarizadas por

_____________________________________________________________________________________________________
10/41

meio das vigas baldrames, evitando deixar estacas isoladas sem amarração com as
vigas. Nas figuras mostradas abaixo, são apresentadas algumas sugestões de
seções para as vigas baldrames mais utilizadas na prática de pequenas
construções.
B

A A

B
Bloc o de d ua s e sta c a s s/ esc .

Vig a b a ld ra me
C orte BB

Alvena ria d e
e m b a sa m ento

Exec uta r b loc os c o m d ua s


esta c a s sob p ila re s q ue
suste nta rã o la je d e c a ixa
d ’ á g ua .
C orte AA

im p e rm e a b iliza ç ã o
Alve na ria

Vig a
b a ldra m e
La stro
e sp e ra s
Arm a dura da viga
Esta c a b roc a

Vig a p / Vig a s p /
p a re d e s p a re d e s
20 c m

inte rna s e xte rna s

15 c m 20 a 22 c m

Vig a e xe c uta d a c om Vig a e xe c uta da c om Viga e xe c uta d a c om


form a s de m a de ira c a ne le ta d e tijolos c a ne le ta de bloc os

Com uso crescente na construção civil em função de sua rapidez, o estacão (uma
derivação das estacas brocas) tem o processo de perfuração executado por meio de
escavadeiras hidráulicas equipadas com trados de diâmetro de 25 cm. Todos os
cuidados relativos às estacas brocas devem ser observados na execução do
estacão, principalmente no que diz respeito a integridade da estaca na fase de
concretagem.

_____________________________________________________________________________________________________
11/41

10.2.1.2 – Estacas Strauss


Estas estacas abrangem a faixa de carga compreendida entre 200 e 800 kN, com
diâmetro variando entre 25 e 40 cm. Uma estaca do tipo strauss com diâmetro de 25
cm pode suportar até 20 toneladas, de 32 cm até 30 t e de 38 cm chega a suportar
40 t.
A execução requer um equipamento constituído de um tripé de madeira ou de aço,
um guincho acoplado a um motor (combustão ou elétrico), uma sonda de percussão
munida de válvula em sua extremidade inferior, para a retirada de terra, um soquete
com aproximadamente 300 kg, tubulação de aço com elementos de 2 a 3 metros de
comprimento, rosqueáveis entre si, um guincho manual para retirada da tubulação,
além de roldanas, cabos de aço e ferramentas.
A estaca strauss apresenta vantagem de leveza e simplicidade do equipamento que
emprega, o que possibilita a sua utilização em locais confinados, em terrenos
acidentados ou ainda no interior de construções existentes, com o pé direito
reduzido. Outra vantagem operacional é de o processo não causa vibrações que
poderiam provocar danos nas edificações vizinhas ou instalações que se encontrem
em situação relativamente precária.
Como característica principal, o sistema de execução usa revestimento metálico
recuperável, de ponta aberta, para permitir a escavação do solo, podendo ser em
solo seco ou abaixo do nível d’água, executando-se estacas em concreto simples ou
armado.

Processo executivo das estacas strauss


a) centraliza-se o soquete com o piquete de locação, perfura-se com o
soquete a profundidade de 1,0 m, furo este que servirá para a introdução
do primeiro tubo, que é dentado na extremidade inferior (chamado de
coroa), cravando-o no solo;
b) a seguir é substituída pela sonda de percussão, que por meio de golpes,
captura e retira o solo;
c) quando a coroa estiver toda cravada é rosqueado o tubo seguinte e assim
sucessivamente até atingir a camada de solo resistente, providenciando
sempre a limpeza da lama e da água acumulada dentro do tubo;
d) substituindo-se a sonda pelo soquete, é lançado no tubo, em quantidade
suficiente para ter-se uma coluna de 1,0 m, o concreto meio seco;
e) sem tirar a tubulação, apiloa-se o concreto formando um bulbo e na
seqüência executa-se o fuste lançando-se o concreto sucessivamente em
camadas apiloadas, retirando-se a tubulação na seqüência da operação;
f) a concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da
estaca, deixando-se um excesso para o corte da cabeça da estaca.

_____________________________________________________________________________________________________
12/41

NA

1ª fa se 2ª fa se 3ª fa se 4ª fa se
e sc a va ç ã o c onfe c ç ã o c onc re ta g e m , c oloc a ç ã o
e c ra va ç ã o d o bulbo a de nsa m e nto da s e sp e ra s
e re tira d a do tub o

Execução de estacas strauss

10.2.1.2 – Estacas Simplex


Neste tipo de estaca a descida do tubo é feita por cravação e não por perfuração
como é feita na estaca strauss. Este tubo é espesso e provido de uma ponteira
metálica (recuperável) ou elemento pré-moldado de concreto (perdido na
concretagem), para impedir a entrada de solo no interior do tubo.
Durante a descida do tubo, utilizamos um pequeno peso, servindo de sonda, que
fica suspenso dentro do molde por uma roldana presa ao topo do mesmo. Desta
maneira, temos um modo de verificar, se a ponteira de concreto permanece intacta,
durante a cravação.
Alcançada a profundidade desejada, enche-se o tubo até o topo com concreto
plástico e, por um movimento lento, mas contínuo, arranca-se de uma só vez o tubo
inteiro e a ponteira metálica.

NA

1ª fa se 2ª fa se 3ª fa se 4ª fa se
p re pa ra ç ã o c ra va ç ã o d e sp re nd e r a rm a d ura
a p onte ira c onc re ta g e m
e re tira d a d o tub o

_____________________________________________________________________________________________________
13/41

Execução de estaca simplex

10.2.1.3 – Estacas Franki


Estas estacas abrangem a faixa de carga de 500 a 1700 kN e seu progresso
executivo que consiste na cravação de um tubo com ponta fechada e execução de
base alargada, causando muita vibração, podendo provocar danos nas construções
vizinhas.
Na execução, crava-se o tubo no solo, logo a seguir se derrama uma quantidade de
concreto quase seco, apiloado por meio de um pesado maço, de modo a formar um
tampão, para impedir a entrada d’água e solo no interior do tubo, que é arrastado e
obrigado a penetrar no terreno.
Alcançado a profundidade desejada, imobiliza-se o tubo e com percussões
energéticas destaca-se o tampão, o qual junto com uma carga de concreto é
apiloado no terreno para a formação do bulbo.
Logo após lançam-se novas quantidades de concreto que se apiloam ao mesmo
tempo em que se efetua a retirada parcial do tubo, elevando de 20 a 30 cm de cada
vez.
Ao contrário das estacas pré-moldadas, estas estacas são recomendadas para o
caso em que a camada resistente encontra-se em profundidades variáveis. Também
no caso de terrenos com pedregulhos ou pequenos matacões relativamente
dispersos, pode-se utilizar esse tipo de estacas. A forma rugosa do fuste garante
boa aderência ao solo (resistência por atrito). Havendo a ocorrência de camada de
argila rija poderá haver deslocamento da estaca já concretada por compressão
lateral. Nesse caso a solução é atravessar a camada de argila usando trado para
evitar impactos.

NA

1ª fa se 2ª fa se 3ª fa se 4ª fa se 5ª fa se
p re p a ra ç ã o c ra va ç ã o c onfe c ç ã o a rm a d ura c onc re ta g e m
da p onte ira d o b ulbo e re tira d a
(b uc ha se c a ) d o tub o

Execução de estaca tipo franki

_____________________________________________________________________________________________________
14/41

10.2.1.3 – Estacas Tipo Raiz


São estacas moldadas in loco perfuradas com circulação de água ou método rotativo
ou rotativo-percursivo em diâmetros variando de 130 a 450 mm e executadas com
injeção de argamassa ou calda de cimento sob baixa pressão.
No caso de estacas raiz perfuradas exclusivamente em solos, a perfuração é
revestida com tubo metálico recuperável para garantir a integridade do fuste. Se
ocorrer perfuração em trecho de rocha (passagem de matacões ou engastamento
em rochas sãs), isso se dará pelo processo rotativo-percursivo sem a necessidade
de revestimento metálico.
A estaca raiz é indicada para reforços de fundação, complementação de obras
(ampliações), locais de difícil acesso e em obras onde é necessário ultrapassar
camadas rochosas, fundações de obras com vizinhança sensível a vibrações ou
poluição sonora, ou ainda, para obras de contenções de taludes.
Dependendo do equipamento utilizado as estacas podem ser executadas em
ângulos diferentes da vertical (0° a 90°). O equipamento perfuratriz é equipado com
sistema de rotação e avanço do revestimento metálico provisório ou por máquinas a
roto-percussão com martelo acionados a ar comprimido. São equipamentos
relativamente pequenos e robustos que possibilitam a operação em locais com
espaços restritos, no interior de construções existentes e locais subterrâneos.
Existem ainda equipamentos autônomos sobre trator de esteiras, acionados por
motor diesel para sua locomoção e para funcionamento do sistema hidráulico.
Completada a perfuração com revestimento total do furo, é colocada a armadura
necessária, procedendo-se a seguir a concretagem do fuste com a correspondente
retirada do tubo de revestimento. A armadura pode ter a seção de aço modificada ao
longo do fuste, em função do diagrama de atrito lateral.
A concretagem é executada de baixo para cima, aplicando-se regularmente uma
pressão rigorosamente controlada e variável, em função da natureza do terreno.
Normalmente, esta pressão varia de 0 a 0,4 Mpa (4,0 kgf/cm 2). A argamassa de
cimento e areia (podendo utilizar cimento de alta resistência inicial quando houver a
possibilidade de fuga da nata de cimento) com resistência mínima de 18 Mpa.

solo

solo com matacões

rocha

Equipamento de perfuração de estacas raiz

_____________________________________________________________________________________________________
15/41

Perfuração com Colocação da Preenchimento do Retirada do tubo e


revestimento e armadura dentro do tubo de preenchimento do
retirada da água e tubo de revestimento com fuste alargado com
do material revestimento argamassa sob argamassa sob
pressão pressão

Execução de estaca tipo raiz

Processo executivo das estacas tipo raiz:


a) perfuração com utilização de circulação d’água e revestida do furo;
b) perfuração executada até a profundidade necessária, cota de ponta da
estaca;
c) colocação da armação após limpeza final do interior do tubo;
d) introdução de argamassa de cimento e areia, sob pressão baixa;
e) retirada do tubo de revestimento e aplicações parciais de ar comprimido.
10.2.2 – Estacas pré-moldadas
10.2.2.1 – Estacas pré-moldadas de concreto armado
As estacas de concreto são indicadas para transpor camadas extensas de solo mole
e em terrenos onde o plano de fundação se encontra a uma profundidade
homogênea, sem restrição ao seu uso abaixo do lençol freático. As estacas podem
ser de concreto centrifugado ou receber pró-tensão e exigem controle tecnológico na
sua fabricação. A principal desvantagem é a relacionada ao transporte, que exige
cuidado redobrado no manuseio e verificação de sua integridade momentos antes
da sua cravação.

_____________________________________________________________________________________________________
16/41

20 x 20
25 x 25
30 x 30 Estribo
35 x 35 he lic oida l

Ponta é op c iona l

Se ç ã o q ua d ra d a O c tog ona l

Estacas pré-moldadas de concreto armado

10.2.2.2 – Estacas metálicas


As estacas metálicas são particularmente indicadas pela sua grande capacidade de
suporte de cargas e em terrenos onde a profundidade do plano de fundação é muito
variável, sem problemas quanto ao transporte e manuseio, permitindo
aproveitamento de peças cortadas e a combinação de perfis, desde que
devidamente soldados. A principal vantagem é a rapidez na cravação, podendo ser
utilizadas em solos duros e a desvantagem particular é a dificuldade em avaliar a
nega.

Pe rfis c om e rc ia is Trilhos usa dos sold a dos

Estacas metálicas

10.2.2.3 – Estacas Mega ou prensada


Este tipo de estacas é indicado para recuperação de estruturas que sofreram algum
tipo de recalque ou dano ou para reforço de embasamento nos casos em que se
deseje aumentar a carga sobre a fundação existente. Na sua execução são
empregados pessoal e equipamentos especializados e utilizam módulos de estacas
pré-moldados sendo sua cravação conseguida por reação da estrutura existente.

_____________________________________________________________________________________________________
17/41

Os elementos constituem de uma ponta que pode ser em aço ou, mais freqüente, de
concreto pré-moldado e por módulos extensores em formato de tubo, ou seja oco
por dentro, com encaixes, de modo que fiquem bem travados. A solidarização é
conseguida, após atingir a nega (por reação), colocando-se a armadura e
concretando-se na parte oca da estaca, deixando esperas. Por fim é conveniente
executar um bloco de coroamento logo acima de um travesseiro, para solidarizar a
estrutura a ser reforçada com a estaca prensada colocada.

NT

re c a lq ue
Fund a ç ã o
Ma c a c o
e xiste nte
p istã o hid rá ulic o

Mó d ulos
p ré -m old a d os
NA

p onta

Execução de estacas prensada

Bloc o d e
solid a riza ç ã o

Tra ve sse iro

Ele m e nto
p ré -m old a d o

Esp e ra s e c onc re ta g e m
d e solid a riza ç ã o d os
e le m e ntos p ré -mold a d os

Elementos de solidarização da estaca Mega

_____________________________________________________________________________________________________
18/41

10.3 – Bate-estacas
A escolha do equipamento depende do tipo de estaca que vai ser utilizada e de um
estudo prévio das condições do terreno, da área de manobras, das construções
próximas, dos acessos etc.

10.3.1 – Bate-estacas por gravidade


São os mais utilizados e de funcionamento mais simples, constituído de uma massa
metálica (pilão ou martelo) que içado por meio de guinchos, cabos e uma torre ou
tripé, é deixado cair de uma altura determinada, cravando a estaca com golpes
sucessivos. Embora de custo relativamente acessível, tem como principal
desvantagem sua lentidão, pois não consegue ser manobrado facilmente.

Torre
10 a 25 m

C a b os
G uinc ho
Ma rte lo d e movim e nta ç ã o
1 a 4 ton e c a rre g a m e nto
G uinc ho
d e c ra va ç ã o
C a p a c e te
O p e ra d or

Motor
Esta c a
d ie ze l

Estra d o d e
p ra nc hõe s

Pla ta form a
3a 6m

Bate-estaca de gravidade

10.3.2 – Bate-estacas de simples ou duplo efeito


Em geral, funcionam a vapor ou a ar comprimido, proporcionando uma cravação
mais rápida pois além da gravidade recebem um adicional de pressão no martelo.
Embora muito eficientes estão caindo em desuso. A estrutura da torre, a
movimentação e a operação são muito semelhantes ao bate-estaca comum de
gravidade. Os de simples efeito, apenas recebem pressão no martelo de baixo para
cima para elevar o martelo e a cravação se dá por gravidade. Os de duplo efeito,
além da pressão de levantamento ocorre uma pressão adicional no momento da
queda do martelo, somando-se o efeito da gravidade e da pressão adicional na
cravação.

10.3.3 – Bate-estacas de vibração


São equipamentos que dispensam o uso de torres, tripés e guias, necessitando
apenas de um guindaste para fazer o acoplamento nas estacas. As vantagens são a
extrema rapidez e a versatilidade de operação e movimentação em canteiros com
pouco espaço. A cravação se dá por oscilação de massas excêntricas acionadas por
eletricidade, motor diesel ou ar comprimido.
10.4 – Capacidade de carga das estacas

_____________________________________________________________________________________________________
19/41

A determinação da resistência de estacas cravadas pode ser feita por meio da


aplicação de fórmulas empíricas que relacionam a resistência da estaca com a
penetração média ocorrida na última série de batidas do bate-estaca. Já para
estacas moldadas in loco o ideal é realizar provas de carga de conformidade com a
norma técnica. A prova de carga também é necessária nas obras de maior vulto,
pois poderão indicar a possibilidade da redução dos coeficientes de segurança
adotados e com isso auferir menos custo de execução dentro de uma garantia
máxima de qualidade.

h . P2 . p
R=
3 ( P + p )2 . n

R - Re sistê nc ia d a e sta c a (c a p c id a d e d e c a rg a e m kg )
h - a ltura d e q ue d a do m a rte lo (c m )
P - pe so d o m a rte lo (kg )
p - p e so d a e sta c a (kg )
n - ne g a d a e sta c a (pe ne tra ç ã o m é d ia d a e sta c a e m c m
na últim a sé rie d e g olp e s)
3 - c oe fic ie nte d e se gura nç a (3 a 5)

Fórmula de Brix para o cálculo da resistência de estacas cravadas

11 – ESTACAS DE CONTENÇÃO

São estruturas de embasamento executadas em caráter preventivo contra


desmoronamentos provocados, principalmente pela ação da água, por sobrecarga
e/ou vibração de equipamentos próximos a trabalhos de abertura de valas, poços,
escavação etc. Essas estruturas podem ser provisórias, ou seja, que são retiradas
depois de cumprirem com o objetivo estabelecido ou definitivas, que são
incorporadas à obra fazendo parte da estrutura de sustentação ou como elemento
de contenção definitivo.
Outro aspecto importante a considerar é a proteção aos edifícios vizinhos e aos
logradouros públicos (calçadas e ruas) próximos a local onde será necessário
escavar. Além das obras de contenção, eventualmente, é prudente contratar
seguros para as instalações ameaçadas. O mais importante é nunca iniciar uma
obra sem Ter absoluto controle sobre as conseqüências das escavações.

_____________________________________________________________________________________________________
20/41

sob rec a rg a

vib ra ç ã o

Ág ua sup erfic ia l
Possível linha
d e fra tura
Consistênc ia
d o solo
Ta lud e a
Ág ua se r e sc ora d o
sub terrâ nea
H

Moto-b omb a

Fatores a considerar nas obras de contenção

11.1 – Tipos de escoramentos


A escolha do tipo mais adequado (método de execução e material) a ser usado vai
depender dos fatores envolvidos, tais como: a altura do talude (escavação), a
consistência do terreno, a ocorrência de chuvas, a proximidade das edificações no
entorno da obra, o espaço disponível para operar equipamentos, dos prazos e
custos etc. No quadro a seguir estão colocados os diversos tipos de escoramentos
encontrados na área da construção civil urbana.
Vig a s, C a ib ros
Esc ora s ou
Poste s
e stronc a s
Pra nc hõe s
Pa ine l ou Tá b ua s
peç a s Pra nc ha s
Ma d e ira Tra ve ssõe s
Vig a s
Ca ibros (p onta le te s)
Vig a s
G uia s
Ca ibros
Esta c a s p ra nc ha s
Esc ora m e ntos
p rovisórios Trilhos usa d os
Me tá lic o Pe rfis H I (10” ou 12”)
Esta c a s p ra nc ha s

Esc ora s m e tá lic a s Ponta le te e xte nsíve l


Misto Pra nc ha s
Esta c a s p ra nc ha s

_____________________________________________________________________________________________________
21/41

Trilhos usa d os
Me tá lic o Pe rfis H I (10” ou 12”)
Esta c a s p ra nc ha s

Esc ora me ntos


de finitivos
Esta c a s molda da s in-loc o
Esta c a s p ré -m olda da s
C onc re to
C ortina s

Pa re de s d ia fra gm a

Provisórios
Esc ora m e nto
Tira nte s
a tira nta d o De finitivos (m a nute nç ã o c ontra c orrosã o)

Outro tipo de proteção de taludes escavados quando não é viável a utilização de


escoramento é a execução de patamares horizontais intercalados nos taludes
inclinados chamados de bermas. Esse recurso é muito utilizado em obras
rodoviárias, mas pode ser empregado em obras urbanas. O cuidado a ser adotado
na execução das bermas e taludes livres é a com o adequado destino das águas
superficiais ou que afloram nos taludes por meio de canaletas e coletores
(drenagem) e a proteção por meio de plantio de grama ou vegetação apropriada.
Ág ua
sup erfic ia l Ca na le ta s

Gra ma em leiva s

Be rm a s
Ág ua
sub terrâ nea

Proteção de talude em bermas (sem uso de escoramento)

_____________________________________________________________________________________________________
22/41

Pa ine l de tá bua s
ou pra nc hõe s

Tra ve ssã o

Solo a se r
e sc ora do
Esc ora s ou
e stronc a s

G uia s

Esta c a d e
m a d e ira

Detalhe de escoramento de madeira


Pra nc ha s
de m a d e ira

Pe rfis me tá lic os
c ra va d os

Perfil I
12” x51/ 4” ou
10” x45/ 8”

c unha

De ta he d o
e nc unha m e nto

Escoramento metálico (misto)

_____________________________________________________________________________________________________
23/41

mín. 1,0 m
á g ua

má x. 1,5 m má x. 1,0 m

Po ç o
d e c a p ta ç ã o

Te rre nos c onsiste nte s e úm idos Te rre nos pouc o


c onsiste nte s e se c os

Te rre nos pouc o


De p ósito inte rm e diá rio
c onsiste nte s e úm idos

Tipos de escoramento em função da consistência e umidade

3” x4”
3” x4”

Ma c ho-fê m e a e m c unha Ma c ho-fê me a

2” x12” 3” x4”

p ra nc ha pra nc hã o

Ma ta -junta Justa posta s d e top o

Tipos de justaposição de estacas-prancha de madeira

Pra nc ha s m e tá lic a s Pra nc ha s d e c onc re to


Opções de estacas pranchas

_____________________________________________________________________________________________________
24/41

11.2 – Paredes diafragma


São paredes de contenção verticais executadas em argamassa ou concreto simples
ou armado podendo ainda servir de suporte de cargas e como camada de
impermeabilização. As paredes executadas com mistura de argila e cimento são
diafragmas flexíveis e as executadas em concreto são diafragmas rígidos. Embora
tecnicamente simples, o processo utiliza pessoal, equipamentos e materiais
especializados. A escavação é feita por uma escavadeira de esteira equipada com
Clamshell ou um trado batilon. Para impedir o desabamento das paredes da
escavação é utilizado uma suspensão estabilizadora aquosa de argila bentonita,
conhecida por lama bentonita, que ficará protegendo contra desabamentos até a
concretagem. Abaixo, o esquema mostra o processo construtivo da parede
diafragma, sendo que na 1ª etapa é feita a escavação, conforme mostra a figura a
seguir, e na 2ª etapa são colocados os tubos para as juntas das extremidades.

La ma b entonita

C la m she ll

Equipamento para execução de paredes diafragmas

3ª eta p a : c oloc a ç ã o 4ª eta p a : iníc io d a


d a a rm a d ura c onc re ta g em

5ª e ta p a : c onc re ta g em e 5ª e ta p a : retira d a d os tub os


retira d a d a la m a

Processo executivo da parede diafragma

_____________________________________________________________________________________________________
25/41

11.3 – Tirantes ancorados


Com a finalidade de contenção de taludes, o uso de estacas combinado com tirantes
protendidos é uma ótima solução para executar cortes e aterros em zonas de difícil
estabilidade. Em geral os tirantes são constituídos de fios, barras ou cordoalhas de
aço firmemente ancorados num maciço profundo. Posteriormente, caso o
atirantamento seja definitivo é feita a pró-tensão e a injeção com tratamento contra
corrosão. A perfuração é feita com equipamento pneumático e o processo executivo
depende da proteção que se deseja garantir.

Tre c
C onjunto h o liv
re
ca beça
e c unha
Tre c
h o an
Esp a ç a d ore s c o ra
d o

se p a ra d or

Pla c a
d e a p oio
Ba inha

Ba rra ou c ordoa lha

Bulb o d e a nc ora g e m

Elementos de um tirante

Rote iro p a ra a e xe c uç ã o d e tira nte s

1º - Prep a ra ç ã o d o tira nte em b a nc a d a e p erfura ç ã o c om


b roc a s e eq uip a m ento p ne um á tic o (a irtra c k);

2º - c o loc a ç ã o d o tira nte no furo c om se p a ra d ores e


esp a ç a d ores p a ra iso la r trec hos livre e a nc ora d o;

3º - injeç ã o so b p ressã o no trec ho a nc ora d o p a ra forma ç ã o


d o b ulb o d e a nc ora g em e c ura ;

4º - p rotensã o c o m m a c a c os hid rá ulic o s (c o ntrole d e tensã o


e d e sc a rtes);

5º - inje ç ã o d e a rg a m a ssa d e p ro teç ã o d o tira nte;

6º - a nc o ra g em d o tira nte (b lind a g e m d e p ro teç ã o d a


c a b e ç a );

7º - ma nute nç ã o

_____________________________________________________________________________________________________
26/41

NT NT

Nível d e terreno
p rojeta d o

Esc a va ç ã o e a tira nta m ento Esc a va ç ã o e a tira nta m ento


d e 1º nível d e 2º nível

pe rfis

p ra nc ha s

Esc ora m e nto misto c om tira nte p rovisório

e sta c a s

Vig a d e
solid a riza ç ã o

C ortina d e e sta c a s c om tira nte d e finitivo

11.4 – Estabilização de taludes com estacas


Outra finalidade que pode ser atribuída às estacas é a possibilidade de se promover
a estabilização de taludes com inclinação positiva. As estacas são cravadas,
preferencialmente, ou moldadas in loco nas encostas na zona de ruptura do terreno,
podendo ainda constituir cortinas ou receber tirantes.

_____________________________________________________________________________________________________
27/41

Zona d e
rup tura

Contenção de taludes com estacas


11.5 – Compactação do solo
As estacas podem servir também com vantagens sobre outros métodos para a
compactação do terreno. Ao ser cravada, a superfície da estaca comprime o terreno
e pode fazer com um terreno antes pouco resistente venha a adquirir grau de
compacidade adequado para receber cargas. A seguir, as figuras mostram uma
comparação entre três métodos de compactação.

Ate rro
a p iloa d o

10 a 15% d e m e lhoria

100 kg

La stro d e Esta c a s
c onc re to d e m a d e ira
ma g ro 4”x4”
1,5 a
2,0 m
Pe d ra
de mã o
a p iloa da
25% d e m e lhoria 40% d e m e lhoria

Melhoria no grau de compactação

_____________________________________________________________________________________________________
28/41

11.6 - Escolha da fundação


Nos quadros a seguir, são apresentadas as informações que poderão ser úteis na
escolha mais adequada da solução em termos de fundação para as obras de
engenharia. De qualquer modo, é sempre importante lembrar que a escolha
definitiva deve levar em conta o levantamento geológico realizado por técnicos
especializados.
Quadro da capacidade máxima das estacas
Tipo de estaca Dimensões (cm) Carga útil Distância entre Distância das
(ton) eixos (cm) divisas (cm)
Madeira Eucalipto 30 33 80 45
Ipê 35 38 90 50
I 25x11,5 (10”x45/8”) 40 70 30
Perfis metálicos II 25x11,5 (10”x45/8”) 80 80 35
I 30x13,5 (12”x51/4”) 60 70 30
II 30x13,5 (12”x51/4”) 120 80 35
Modadas in loco Diâmetro Diâmetro Carga útil Distância entre Distância das
Interno do aproximado da (ton) eixos (cm) divisas (cm)
tubo (cm) estaca (cm)
42 47 75 130 75
Franki 47 53 100 140 80
(bucha seca) 52 58 130 150 85
60 670 170 180 85
Strauss 22 25 20 80 40
(tubo recuperável) 26 32 30 90 45
30 38 40 100 50
Pré-moldadas Seção Dimensões (cm) Carga útil Distância entre Distância das
Concreto (ton) eixos (cm) divisas (cm)
quadrada 20x20 20 60 30
Concreto armado 25x25 30 70 30
30x30 40 80 35
35x35 50 90 40
octogonal 25 30 70 40
Protendido 35 60 90 55
40 80 110 65
45 100 130 70

Quadro resumo para escolha da fundação em função do subsolo


Condição Opções para estrutura de fundação
do subsolo Estruturas leves, flexíveis Estruturas pesadas, rígidas
Camada resistente a pouca Blocos Blocos
profundidade Sapatas Sapatas
Radier raso
Camada compressível com Sapata após compactação Radier profundo
grande espessura Radier raso Estacas de ponta
Estacas flutuantes Estacas flutuantes
Camadas fracas sobre camada Estacas de ponta Estacas de ponta
resistente Bloco após compactação Tubulões
Sapata após compactação Radier profundo
Radier raso
Camada resistente sobre Blocos Radier profundo
camada fraca Sapatas Estacas de ponta
Radier raso tubulões
Camadas fracas e resistentes Blocos Radier profundo
alternadas Sapatas Estacas de ponta
Radier raso tubulões
Fonte: adaptado de Goodman e Karol (19??)

_____________________________________________________________________________________________________
29/41

12 – TUBULÕES

Tubulões são indicados onde são necessárias fundações com alta capacidade de
cargas (superiores a 500 kN) podendo ser executados acima do nível do lençol
freático (escavação a céu aberto) ou até abaixo do nível de água (ambientes
submersos), nos casos em que é possível bombear a água ou utilizar ar comprimido.

12.1 – Tubulão encamisado escavado a céu aberto


Este tipo de tubulão é o de execução mais simples e consiste na escavação manual
de um poço com diâmetro variando de 0,70 a 1,20 metro, cujo emprego fica restrito
a solos coesivos e acima de nível d’água. Na medida em que vai sendo escavado o
tubo de concreto pré-moldado ou metálico vai descendo até a cota necessária, tem
sua base alargada em forma de tronco de cone circular ou elíptico, sendo então
totalmente preenchido de concreto simples ou armado.
No sistema chamado Chicago, a escavação é feita em etapas, manualmente, com
pá, cortadeira e picareta, em profundidades que podem variar de 0,50 m para argilas
moles até 2,00 m para argilas duras. As paredes são escoradas com pranchas
verticais, ajustadas por meio de anéis de aço, escavando-se novas camadas,
sucessivamente até atingir o solo resistente (cota de assentamento) onde é
executado o alargamento da base (cebola) e após a liberação, preenche-se
totalmente o poço com concreto.
Num outro sistema, chamado Gow, indicados para solos não coesivos, são usados
cilindros telescópicos de aço, cravados por percussão, que revestem o poço
escavado a pá e picareta. Atingida a cota desejada, faz-se o alargamento da base e,
juntamente com a concretagem procede-se a retirada dos tubos.
12.2 – Tubulão encamisado a ar comprimido
Quando a especificação para a execução do tubulão exige cotas de assentamento
abaixo do lençol freático ou submersos a indicação é para a utilização de tubulões
executados sob pressão hiperbárica a fim de expulsar a água e permitir a escavação
manual ou com o uso de marteletes e até explosivos, se for o caso. Durante a fase
de concretagem, também há necessidade de se manter a pressurização que é feita
com os seguintes equipamentos: compressor de ar para fornecimento do ar
comprimido, campânula (eclusa) ou câmara de equilíbrio de pressão, conjuntos de
anéis de chapas de aço, anéis de concreto (tubos de concreto apropriados para
tubulões), escada tipo marinheiro, guincho e baldes, marteletes a ar comprimido e
ferramentas diversas.
Por se trará de trabalho especial sob pressão hiperbárica em ambiente considerado
insalubre com alto risco de vida para os trabalhadores, só pode ser realizada por
empresa registrada com pessoal especializado, usando técnicas e equipamentos
especiais. O Ministério do Trabalho regulamenta as atividades sob condições
hiperbáricas por meio do Anexo 6 da Norma Regulamentadora NR-15

_____________________________________________________________________________________________________
30/41

NT

0,7 a 1,2 m

NT
2,0 m NA

Preparação do terreno e colocação Escavação a céu aberto até o nível


do anel de concreto do lençol freático e colocação do
segundo anel de concreto

campânula

guincho
cachimbo
de entrada
do
concreto
cachimbo
de saída do
material

NT

NA

escoras
perdidas

Colocação da campânula para


trabalho de escavação sob
Concretagem sob pressão
pressão hiperbárica com pessoal
hiperbárica
especializado

_____________________________________________________________________________________________________
31/41

GLOSSÁRIO NA ÁREA DE PROJETOS E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES


Bate-estaca – é o equipamento utilizado na cravação de estacas e pode ser em torre
ou tripé, mecânico de vibração ou de gravidade.
Bloco de coroamento – é o bloco de concreto armado executado para solidarizar um
grupo de estacas.
Bulbo de pressão – é o bulbo imaginário de distribuição da pressão exercida pela
sapata no terreno.
Capacete – peça que protege a cabeça da estaca do martelo de cravação, é
constituído de um cilindróide de aço com coxim interno de madeira.
Chapa de fretagem – peça de aço soldada sobre a estaca metálica na cota de
arrasamento a fim de permitir a soldagem das esperas e promover a consolidação
com o bloco de coroamento.
Cota de arrasamento (CA) – é a cota superior da estaca definida pelo projeto,
devendo as estacas ser cortadas nessa cota no caso de excesso.
Estaca de teste – estaca a ser executada no início dos trabalhos para confirmar os
dados do laudo de sondagem.
NA – Nível de água do lençol freático
Nega da estaca – é a dimensão admissível em milímetros para um número
sucessivos de golpes padronizados (massa e altura), usada para indicar a
possibilidade de encerrar a cravação de uma estaca.
NT – cota do terreno natural
Paliteiro – termo utilizado em obras para se referir as estacas colocadas muito
próximas umas das outras, geralmente de concreto pré-moldado ou madeira.
Prova de carga – é um teste padronizado para verificar a capacidade de carga de
uma estaca.
Recalque – é o deslocamento não desejado ocorrido no elemento de fundação
(estaca ou sapata) que irá contribuir para o aparecimento de patologias na
edificação.
Roletes espaçadores – roletes metálicos colocados nas armaduras das estacas com
a finalidade de garantir o recobrimento mínimo.
Suplemento – peça metálica que permite estender a cravação de estacas abaixo da
cota do terreno.
Tubo tremonha – tipo de tubulação com funil para permitir concretagens profundas e
evitar a segregação do concreto e o seccionamento das estacas.
Tubulão – tipo de fundação com fuste de grande diâmetro e base alargada em
talude negativo, geralmente executada com equipamentos especiais de ar
comprimido.

_____________________________________________________________________________________________________
32/41

NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES


Título da norma Código Última atualização
Cordoalhas de fios de aço zincados para estais, EB 795 1985
tirantes, cabos mensageiros e usos similares NBR 5909
Estaca e tubulão – prova de carga NB 20 1985
NBR 6121
Estacas - Ensaio de carregamento dinâmico NBR 13208 1994

Estacas - Prova de carga estática MB 3472 1991


NBR 12131
Execução de tirantes ancorados no terreno NB 565 1996
NBR 5629

Identificação e descrição de amostras de solos NB 617 1980


obtidas em sondagens de simples reconhecimento NBR 7250
dos solos
Programação de sondagens de simples NB 12 1979
reconhecimento dos solos para fundações de
NBR 8036
edifícios
Projeto e execução de fundações NB 51 1996
NBR 6122
Projeto e execução de obras de concreto armado NB 1 1979
NBR 6118

Prova de carga direta sobre terreno de fundação NB 27 1968


NBR 6489

NORMAS DO MINISTÉRIO DE TRABALHO


NR – 15 Atividades e operações insalubres (Anexo 6 - Trabalho sob condições
hiperbáricas)
LINKS NA INTERNET
Veja na aula virtual da página da disciplina Construção Civil da UEPG

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ABMS/ABEF. Fundações: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Pini, 1999. 757p.
ABEF. Manual de especificações de produtos e procedimentos ABEF. 2ª ed.
São Paulo: ABEF, 1999. 282p.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard
Blücher, 1987. 1178p.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher,
1977. 182p.
CATÁLOGO BENAPAR. Fundações, Geotecnia e Estruturas.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina
de Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa:
DENGE, 2000.

_____________________________________________________________________________________________________
33/41

DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFPR. Notas de aulas da


disciplina de Construção Civil (segundo volume). Diversos autores. Revisor:
Lázaro A. R. Parellada. Apostíla. Curitiba: DAEP, 1997.
DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFPR. Notas de aulas da
disciplina de Construção Civil (primeiro volume). Diversos autores. Apostíla.
Curitiba: DAEP, 1997.
GUEDES, Milber Fernandes. Caderno de encargos. 3ª ed. atual. São Paulo: Pini,
1994. 662p.
HELENE, Paulo R.L. Manual prático para reparo e reforço de estruturas de
concreto. São Paulo: Pini, 1988. 119p.
KLOSS, Cesar Luiz. Materiais para construção civil. 2ª ed. Curitiba: Centro
Federal de Educação Tecnológica, 1996. 228p.
RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção. 3ª ed.rev. São Paulo: Pini,
1996. 168p.
RIPPER, Ernesto. Manual prático de materiais de construção. São Paulo: Pini,
1995. 253p.
SOUZA, Roberto...[et al.]. Qualidade na aquisição de materiais e execução de
obras. São Paulo: Pini, 1996. 275p.

_____________________________________________________________________________________________________

Vous aimerez peut-être aussi