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FACULDADE DE PARAÍSO DO NORTE - FAPAN


INSTITUTO BRASILEIRO DE FORMAÇAO - IBF

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

NOME COMPLETO: ROBERTO DENES QUARESMA REGO


TEMA: A PARTICIPAÇÃO E AS HABILIDADES DO PSICÓLOGO NA
EQUIPE INTERDISCIPLINAR DE TRATAMENTO BARIÁTRICO
NOME DO CURSO: TRANSTORNOS ALIMENTARES, OBESIDADE E
CIRURGIA BARIÁTRICA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

TERESINA- PIAUI
2019

FACULDADE DE PARAÍSO DO NORTE – FAPAN


INSTITUO BRASILEIRO DE FORMAÇÃO - IBF
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO: TRANSTORNOS ALIMENTARES, OBESIDADE E CIRURGIA BARIÁTRICA
MODALIDADE A DISTÂNCIA - EAD
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INFORMAÇÕES PESSOAIS

NOME DO ENDEREÇO CONTATO OBSERVAÇÃO


ALUNO
E-mail.
Roberto Denes Rua Irmã Mercedes bobdenezmidias@hotmail.com
Quaresma Rêgo Melo, 1307
Bairro Cristo Rei Fone: 86 988050814
CEP: 64014310
Teresina –Piauí

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TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO E APROVAÇÃO

AUTOR: ROBERTO DENES QUARESMA RÊGO

TÍTULO
A PARTICIPAÇÃO E AS HABILIDADES DO PSICÓLOGO NA EQUIPE
INTERDISCIPLINAR DE TRATAMENTO BARIÁTRICO

Autorizo que o presente artigo científico apresentado ao Curso de Pós-Graduação


Lato Sensu da FAPAN – Faculdade de Paraíso do Norte, como requisito parcial para
obtenção do certificado de Especialista em TRANSTORNOS ALIMENTARES,
OBESIDADE E CIRURGIA BARIÁTRICA, e aprovado pelos professores
responsáveis pela orientação e sua aprovação, seja utilizado para pesquisas
acadêmicas de outros participantes deste ou de outros cursos, afim de aprimorar o
ambiente acadêmico e a discussão entorno das temáticas aqui propostas.

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TÍTULO: A PARTICIPAÇÃO E AS HABILIDADES DO PSICÓLOGO NA EQUIPE


INTERDISCIPLINAR DE TRATAMENTO BARIÁTRICO
AUTOR: ROBERTO DENES QUARESMA RÊGO
ORIENTADOR: Prof. Especialista Adival José Reinert Junior

RESUMO

A obesidade se caracteriza por ser uma doença crônica advinda pelo acúmulo
excessivo de gordura corporal e suas co-morbidades. A OMS - Organização
Mundial da Saúde considera a obesidade como uma epidemia mundial sendo
consequência, principalmente, pelo perfil alimentar da população e pela falta de
atividade física. Ela integra a lista dos dez maiores fatores de risco para a saúde
global. Por ser a obesidade uma condição médica crônica de etiologia multifatorial, o
seu tratamento envolve várias abordagens. Portanto a equipe para seu tratamento é
multidisciplinar. Nesse contexto, é relevante abordar e as aplicações da psicologia e
as habilidades do psicólogo em conjunto com outras disciplinas de saúde como
aporte teórico-clínico junto ao tratamento, avaliação e realização de cirurgia
bariátrica.

PALAVRAS-CHAVE: Psicologia, avaliação, obesidade, bariátrica

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1 INTRODUÇAO

A obesidade se caracteriza por ser uma doença crônica advinda pelo


acúmulo excessivo de gordura corporal e suas co-morbidades. A OMS -
Organização Mundial da Saúde (2004) considera a obesidade como uma epidemia
mundial sendo consequência, principalmente, pelo perfil alimentar da população e
pela falta de atividade física. Estar geralmente associada diversas comorbidades,
além disso, indivíduos obesos apresentam, frequentemente, baixa autoestima, o que
afeta o desempenho e suas relações sociais incorrendo em consequências
psicológicas graves. A obesidade integra a lista dos dez maiores fatores de risco
para a saúde global e tem assumido proporções epidémicas, sobretudo nos países
mais desenvolvidos. Sua crescente prevalência é atribuída por vários processos
biopsicossociais, em que há influencia do “ambiente” (político, econômico, social e
cultural), e não apenas o indivíduo e suas escolhas.
Por ser a obesidade uma condição médica crônica de etiologia multifatorial,
o seu tratamento envolve várias abordagens (nutricional, psicológico, uso de
medicamentos e a prática de exercícios físicos). Entretanto, vários pacientes não
respondem a estas manobras terapêuticas, necessitando de uma intervenção mais
eficaz por isso a cirurgia bariátrica vem se mostrando uma técnica de grande auxílio
na condução clinica da doença.
Os profissionais ligados a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (SBCBM) seguem as diretrizes que foram estabelecidas em reunião
conjunta com Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina, que gerou a
Resolução CFM n° 1942, de 12 de fevereiro de 2010 atualizada posteriormente para
Resolução CFM Resolução N.2.131/2015. Nela estão definidas as indicações para a
cirurgia bariátrica e como deve ser montada a equipe multidisciplinar que fará o
acompanhamento de cada paciente, e os tipos de cirurgias autorizadas no Brasil,
além de outras diretrizes legais que debateremos mais a frente nesse trabalho.
Sendo assim, o processo do sujeito que leva a se submeter ao processo de
gastroplastia deve ser compreendido em sua subjetividade, pois resulta da história
de vida do sujeito – incluindo suas relações sociais, seus afetos, seus valores, suas
conquistas, suas perdas e suas metas de vida. Nesse contexto, é relevante abordar
as aplicações da psicologia e as habilidades do psicólogo em conjunto com as
outras disciplinas como aporte teórico-clínico junto a cirurgia bariátrica, como
estratégia de intervenção com clientes obesos. O objetivo não é apenas o
acompanhamento e avaliação do paciente na presença de transtornos psicológicos,
mas também a prevenção destes.
Logo, a metodologia utilizada foi realizada ampla pesquisa no banco de
publicações do Pubmed e Scielo. Os descritores utilizados de forma cruzada foram:
“psychological assessment”, “obesity”, “surgery” e “avaliação psicológica”,
“obesidade”, “cirurgia”. Selecionaram-se, principalmente, artigos com o texto
completo disponível para a leitura, artigos reconhecidos como “clássicos” da área e
publicações diretamente relacionadas ao estudo da avaliação psicológica para
cirurgia bariátrica. Os artigos e livros foram coletados nas bases de dados no
período de junho de 2018 a julho de 2019, a fim de obter maior fidedignidade.

2 A OBESIDADE - UMA BREVE HISTORIA

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"Obesidade" tem origem no latim obesitas, que significa gordo ou corpulento.


Segundo o Fitness Performance Journal (2006) desde os tempos da pré-história que
a obesidade assumiu um grande papel na vida dos seres humanos, sendo referência
de beleza e fertilidade. Já no Período Neolítico (cerca de 10.000 anos a.C.), estudos
referem que “as deusas” eram admiradas e cultuadas pelo volume dos seus quadris,
coxas e seios volumosos, porém Hipócrates já chamava à atenção para os perigos
da obesidade, sendo que existia um índice de mortalidade elevado em indivíduos
gordos do que magros.
Galeno também se dedicou a estudar a obesidade dividindo-a em natural e a
obesidade mórbida, enfatizando que a falta de disciplina do indivíduo tinha como
principal consequência a doença, preconizando um tratamento (comida, massagens,
banho, descanso ou algum lazer e refeições com muita comida, mas com alimentos
de baixo valor calórico). No Império Romano os padrões de beleza alteraram-se e as
mulheres foram incentivadas a fazer jejuns, pois os corpos esbeltos eram os mais
apreciados. Entretanto a classe social alta continuou a manter os seus hábitos
alimentares mais excêntricos.
A obesidade foi muito comum entre a elite europeia durante os períodos da
Idade Média e da Renascença como também nas civilizações do oriente. Na
revolução industrial certificou-se que o poder económico e militar dos países está
intimamente relacionado com a força de trabalho e consequentemente com o
tamanho do corpo dos seus trabalhadores e soldados.
Ao longo de todo o século XIX, a altura e o peso entre a população do
mundo ocidental aumentaram significativamente. No século XX, à medida que a
população ia atingindo o seu potencial genético em termos de altura, o peso
começou a aumentar de forma superior à altura, tendo como consequência o
aumento da prevalência de obesidade. No pós-guerra, o aumento de prosperidade
nos países desenvolvidos fez com que índice de massa corporal aumentasse. As
doenças renais e cardiovasculares foram-se tornando cada vez mais comuns,
consequência de um grande surto de obesidade.
Na atualidade o excesso de peso é muitas vezes visto como desagradável
sendo associado a diversos estereótipos negativos. Em qualquer idade, as pessoas
obesas enfrentam estigma social e podem ser alvo de bullying, preconceito e
discriminação. Ou seja, além das consequências físicas advindas com a obesidade
e suas co-morbidades e o sujeito também sofre com a decorrência de dessabores
psicossociais.

Nas últimas décadas, a população está aumentando o consumo de


alimentos com alta densidade calórica, alta palatabilidade, baixo poder
saciotógeno e de fácil absorção e digestão. Estas características favorecem
o aumento da ingestão alimentar e, portanto, contribuem para o
desequilíbrio energético (ABESO,2016).

3 A CIRURGIA BARIÁTRICA

A história da cirurgia bariátrica partiu da observação que pacientes


gastrectomizados (exemplo: cirurgia de úlcera gástrica com retirada de parte do
estômago) evoluíam com restrição gástrica e consequente perda de peso, assim
como aqueles que perdiam parte do segmento intestinal evoluíam com não absorção
de nutrientes e por consequência a perda de peso. Gastroplastia, também chamada
de cirurgia bariátrica, cirurgia da obesidade ou ainda de cirurgia de redução do
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estômago, é, literalmente, a plástica do estômago (gastro = estômago, plastia =


plástica) que tem como o objetivo reduzir o peso de pessoas com o IMC – Índice de
Massa Corporal elevadíssimo.
A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 1.942/2015 foi
aprovada em fevereiro 2015 estabelecendo normas seguras para o tratamento
cirúrgico da obesidade, definindo indicações, os procedimentos e a equipe técnica.
Vejamos elas:
As condições estruturais e de pessoal para a realização da cirurgia são de
extrema importância. A equipe deve ser composta por um cirurgião com formação
específica (gastroenterologista), um anestesiologista, um clínico geral ou profissional
de especialidades relacionadas (endocrinologista, pneumologista), uma equipe de
enfermagem especializada, um fisioterapeuta, nutrólogo e/ou nutricionista, um
psiquiatra e/ ou psicólogo. A incorporação a equipe de um cirurgião plástico vem
sendo frequente, quando se faz necessário em consequência a perda de peso.

3.1 Diretrizes e pré-requisitos para realização de cirurgia bariátrica

3.1.1 Diretrizes

As diretrizes da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e


Síndrome Metabólica (ABESO), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (SBCBM) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceram os
seguintes critérios para o tratamento cirúrgico da obesidade:

 Obesidade grau III (IMC maior ou igual a 40 Kg/m2);


 Obesidade grau II (IMC entre 35 e 39,9 Kg/ m2) quando associada a co-
morbidades graves (orgânicas ou psicossociais) desencadeadas ou
agravadas pela obesidade e que ameacem a vida;
 Tratamento clínico prévio ineficaz com acompanhamento regular e duração
mínima de dois anos;
 Obesidade estável há pelo menos cinco anos (o paciente deve permanecer
na mesma faixa/grau de obesidade, para impedir que pacientes negligenciem
o tratamento a fim de preencher critérios de indicação cirúrgica).

3.1.2. Os pré-requisitos estabelecidos são:

 Idade entre 18 e 65 anos;


 Compreensão por parte do paciente e da família de todos os riscos e
consequências do tratamento cirúrgico e pós-cirúrgico;
 Suporte familiar constante;

Em relação à idade, recentemente o Ministério da Saúde reduziu a idade


para as pessoas que precisam de uma cirurgia bariátrica de 18 para 16 anos para
realizar o procedimento, em casos em que há risco de vida do paciente.

Contraindicações

O tratamento cirúrgico está contraindicado nos seguintes casos:

 Pacientes com obesidade decorrente de doenças endócrinas;


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 Jovens cujas epífises dos ossos longos ainda não estão consolidadas, isto é,
ainda em fase de crescimento longitudinal;
 Indivíduos com distúrbios psicóticos ou demências graves ou moderadas;
 Indivíduos com história recente de tentativa de suicídio;
 Dependentes químicos (álcool e outras drogas).

3 A PARTICIPAÇÃO E AS HABILIDADES DO PSICÓLOGO NA EQUIPE


INTERDISCIPLINAR DE TRATAMENTO BARIÁTRICO.

Quem se submete a cirurgia bariátrica passa por uma série de mudanças


biopsicossociais e é importante que esteja preparado para elas. Possivelmente esta
pessoa, até a gastroplastia, já tentou diversas formas de reduzir seu peso. Diante
das várias tentativas de dietas das mais diversas, o emagrecimento, para algumas
pessoas, pode ser algo muito estressante. O momento da tomada de decisão para a
cirurgia está repleto de expectativas, muitas fundamentadas, outras disfuncionais.
A avaliação psicológica para cirurgia bariátrica estabelece o quanto a pessoa
candidata a cirurgia está preparada tanto para o procedimento, como também para
todo o processo necessário para o transcirurgico e o pós cirúrgico. Enfatizando que
a obesidade é uma doença que interfere na qualidade de vida nos aspectos físicos,
psíquico quanto social.
[...] o processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação
de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes
da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de
estratégias psicológicas – métodos, técnicas e instrumentos. Os resultados
das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e
sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como
instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação
desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a
conclusão do processo de avaliação psicológica (CFP, 2003).

Questões emocionais estarão envolvidas nas causas como também nas


consequências da obesidade. A compulsão alimentar pode estar associada a
vivencias com grande carga emocional afetando tanto o obeso como as pessoas
que com ele convivem. O fato de não comer o que gosta, ou a quantidade que
deseja acaba por interferir nos relacionamentos. Fazendo o indivíduo declinar
principalmente quando a atividade social inclui almoços ou jantares. O que podemos
chamar de “fome social”
Entende-se então, que nenhum paciente está efetivamente preparado para
realizar uma cirurgia, sendo necessário a atuação psicológica neste
momento. O psicólogo deve atuar com o objetivo de minimizar a angustia e
a ansiedade do paciente, favorecendo a expressão dos sentimentos e
auxiliando na compreensão da situação vivenciada, proporcionando também
um clima de confiança entre o paciente e equipe de saúde, e facilitando a
verbalização das fantasias advindas do processo cirúrgico. (SEBASTIANI;
MAIA, 2005).

A dificuldade em sentar, passar por catracas entre outras situações


limitantes também afetam emocionalmente. Ser obrigado a emagrecer se faz
presente como sofrimento, sobrepondo-se à necessidade de melhorar a saúde.
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Portanto se faz necessário a avaliação e o acompanhamento psicológico antes da


cirurgia bariátrica.

A primeira atitude do psicólogo no atendimento ao obeso, clinico ou


cirúrgico, é explicar qual é seu papel nesse cenário. O profissional o ajudará
a entender como é sua relação com a comida e quais os prejuízos (físicos e
emocionais) que estar obeso causa; A avaliação começa com uma
investigação dos processos intrapsíquico do paciente, principalmente de sua
estrutura e sua dinâmica de personalidade. É preciso conhecer sua história
de vida e entender como se deu o ganho de peso. Qual é o seu padrão
alimentar? Qual o significado da alimentação e da obesidade na vida dele e
da família? Também é preciso investigar e há doenças preexistentes e os
tratamentos utilizados anteriormente para a perda de peso, com dietas com
medicamentos. (KALIL, 2017, p73).

Quando o médico encaminha o paciente que pretende realizar a cirurgia


bariátrica para a avaliação psicológica é possível algumas reações deste paciente:

 Medo de que o psicólogo tente convencê-lo a não realizar a cirurgia bariátrica.


 Pressa em realizar a avaliação o mais rápido possível para que possa levar o
“papel que o médico está pedindo”.
 “Preguiça” em passar por esta etapa por considerar que não precisa, pois “já
sabe o que quer e sente-se muito bem”.

Estas reações serão superadas se o indivíduo compreender a utilidade da


avaliação e do acompanhamento. O profissional de psicologia, especialista em
transtornos alimentares, deve preparar a pessoa candidata a cirurgia bariátrica para
mais uma etapa importante em sua vida. O paciente devera aprender uma nova
rotina em sua vida, que um psicólogo com experiência em transtornos alimentares,
saberá orientar esta pessoa. Por isso se faz tão importante quanto a avaliação
psicológica para a cirurgia bariátrica é o acompanhamento psicológico durante todo
processo.
Conforme a Portaria 360 editada pelo Ministério da Saúde em 31/07/2007, e
a Resolução CFM 1942/2015, faz-se necessário Avaliação Psicológica dos pacientes
que se submeterão a gastroplastia.

É prática exclusiva do psicólogo, o que, em alguma medida, lhe concede


uma reserva nesse segmento. Para o presente século, espera-se que seja
imputada ao profissional a competência necessária para realização de
ações com excelência, de modo que o garantido por lei seja acrescido de
competência e segurança nas suas práticas avaliativas. Sustenta-se, com
isso, que a avaliação seja realizada apenas por profissionais que tenham
competência para tal, e não por qualquer psicólogo, já que a eles é dado o
direito de avaliar (NORONHA; REPPOLD, 2010).

Sendo a obesidade uma doença multifatorial que envolve componentes


genéticos, metabólicos e endócrinos, comportamentais, sociais e psicológicos, é
função do psicólogo investigar, orientar e preparar o paciente para:

 Compreender intelectualmente e psicologicamente todos os aspectos


envolvidos no pré, trans e pós-operatório, bem como viabilizar suporte familiar
constante;

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 Comprometer-se a seguir todas as orientações clínicas e psicológicas, as


quais devem ser mantidas indefinidamente;

 Verificar a ausência de distúrbios psicológicos graves, história recente de


tentativa de suicídio, alcoolismo, dependência química.
 As cirurgias bariátricas são procedimentos caros de alta complexidade,

3.1 Requisitos necessários para o psicólogo que fará a Avalição e acompanhamento


psicológico para cirurgia Bariátrica

• Entendimento da obesidade como uma doença epidêmica, crônica,


dispendiosa, multifatorial e com morbidades e mortalidade elevadas, conforme a
OMS;
• Percepção da intervenção cirúrgica como uma das etapas do tratamento da
obesidade;
• Conhecimento sobre os critérios de indicação para a cirurgia: índice de
massa corpórea, co-morbidades, insucesso do paciente em tratamentos anteriores,
apoio familiar e avaliação pré-operatória rigorosa;
• Fazer parte de uma equipe interdisciplinar conhecedora das especificidades
próprias da obesidade.
• Saber fazer o levantamento da história clínica do paciente: estilo de vida,
hábitos, costumes, atividades, relacionamentos, pensamentos, sentimentos e
comportamentos;
• Investigação sobre o início da obesidade, padrões familiares, maneiras de
lidar com a doença, quantas e quais tentativas buscou para emagrecer, prejuízos
causados pela obesidade em sua vida, casos de obesidade na família, autoestima e
imagem corporal, estado de humor, qualidade do sono, vida social e profissional,
expectativas quanto ao procedimento cirúrgico;
• Verificação quanto à presença de compulsões, crises de ansiedade e
fantasias acerca do emagrecimento, relação com o alimento e possibilidade de
algum transtorno alimentar (compulsão alimentar periódica, anorexia, bulimia), níveis
de stress, ansiedade e depressão do paciente;
• Observação da capacidade de manutenção do controle frente às situações
de stress/tensão e de aspectos psicossociais que possam comprometer os
resultados;
• Conhecimento de aspectos que podem inviabilizar o procedimento,
cirúrgico: transtornos psicológicos mais graves como Transtorno Bipolar ou
Esquizofrenia, Depressão (sem que esteja em tratamento), demais transtornos
mentais e dependência química;
• Considerações sobre a percepção social diferenciada referente aos obesos
de sexo masculino e feminino (discriminação e exigência social);
• Relação entre o comer e os fatores emocionais;
• Manutenção de conduta cautelosa e de encaminhamento para tratamento
anterior à cirurgia quando necessário;
• Identificação de preditores de sucesso pós-operatório;
• Previsão e disponibilidade para realização de monitoramento da adaptação
pós-operatória;

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• Possibilidades de implementação de mudanças nos hábitos de vida


permanentes: ajustes nos padrões alimentares, prática de exercícios físicos e
demais necessários a cada caso;

• Importância de se considerar a possibilidade de acompanhamento


psicológico pré, trans e/ou pós-operatório;
• Métodos e técnicas psicológicos mais utilizados: Entrevista Psicológica
ampla e detalhada, Testes psicológicos como os de personalidade e, eventualmente,
de inteligência (em caso de dúvidas sobre habilidade intelectual do paciente.) etc.

3.1.1 Conduta pré-operatória para cirurgia bariátrica

O bom preparo pré-operatório dos pacientes candidatos à cirurgia bariátrica


é fundamental para o sucesso do procedimento. A avaliação deve ser multidisciplinar
e minuciosa, identificando adequadamente qualquer fator que possa interferir no
resultado da cirurgia. Não está bem estabelecido o tempo de preparo ideal de um
paciente para ser operado, pois as necessidades são muito individuais e variadas.
Há pacientes com menor ou maior conhecimento sobre os riscos e
benefícios da cirurgia, aqueles com estados psicológicos, estilo de vida e apoio
familiar menos ou mais adequados para o procedimento a curto prazo. A
participação em grupos educativos e de discussão é positiva para melhorar a
compreensão do procedimento, seus riscos e benefícios, modificações dietéticas e
acompanhamento médico e nutricional necessários, além de aumentar a segurança
do paciente na sua decisão. Muitos desses grupos contam com a participação de
pacientes operados juntamente com os candidatos à cirurgia, o que permite uma
troca de informações e experiências.
A análise criteriosa do perfil psicológico do paciente, comportamento e
hábitos alimentares é capaz de identificar pacientes que possam evoluir com
desajustes psicossociais pós-operatórios e distúrbios alimentares. Essa avaliação
deve abordar vários aspectos da saúde mental dos candidatos à cirurgia bariátrica
para maximizar os ganhos na qualidade de vida.

Igualmente ocorre para quadros de depressão aguda, abuso de álcool e


drogas e bulimia nervosa. Em todos esses casos, o tratamento psiquiátrico
prévio faz-se necessário para que se estabilize a doença, e o paciente vá
para a cirurgia com segurança. (LEVY, 2018; p.40).

3.1.2 Cuidados Transoperatórios

A atuação do psicólogo durante o transoperatório tem como objetivo


minimizar a angústia e ansiedade do paciente e seus familiares buscando favorecer
a expressão dos sentimentos, auxiliando na compreensão da situação e
proporcionando um clima de confiança entre o paciente e a equipe de saúde.

3.1.3. Cuidados pós-operatórios

A melhor recuperação e cicatrização pós-operatória dependem de cuidados


multidisciplinares: cirúrgicos, clínicos, nutricionais, de enfermagem, fisioterápicos e
psicológico. A prevenção de sangramentos digestivos (antiácidos) e
tromboembolismo pulmonar (botas pneumáticas, mobilização precoce, heparina de
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baixo peso molecular) deve ser realizada rotineiramente. A orientação da dieta por
nutricionista experiente no manejo desses pacientes é importante para assegurar
uma boa hidratação e aporte dos nutrientes fundamentais. O planejamento da
introdução alimentar deve seguir protocolos padrão com variações individuais de
acordo com a tolerabilidade (pequenas quantidades com intervalos curtos,
deglutição lenta, progressão de líquidos para pastosos, semissólidos e
posteriormente sólidos).
Quanto ao acompanhamento psicológico, é muito importante que com cerca
de 30 dias após a cirurgia, o paciente volte ao consultório para que o psicólogo
possa verificar como está a fase de adaptação às mudanças, assim como, averiguar
as principais dificuldades, fraquezas e “dores” que o paciente tende a desenvolver
no período pós-cirúrgico.

Faz-se necessário também, o psicólogo o psicólogo atuar no sentido de


reorganizar o esquema da consciência do paciente no mundo, ou seja, seu
novo esquema corporal que foi modificado pela intervenção cirúrgica, pois,
cada indivíduo, vivencia de com sua estrutura de personalidade, graus
diferenciados de adaptação a nova imagem é necessária para o êxito da
reestruturação do autoconceito, já que a imagem corporal e o autoconceito
representam a consciência da própria individualidade. (SEBASTIANI; MAIA,
2005).

O acompanhamento também tem como objetivo orientar o paciente quanto


aos aspectos psicológicos que serão observados e que surgirão com a evolução da
dieta, principalmente a velocidade alimentar, que está ligada à ansiedade e às
possíveis lembranças da alimentação que tinha anteriormente.
Os pacientes poderão apresentar tristeza, medos, desejo de reverter a
cirurgia, arrependimento, saudade da comida e uma forte relação de amor e ódio
com o alimento, é necessário que o psicólogo faça orientação para que o tratamento
psicoterápico seja semanal.
É de conhecimento geral que o paciente portador de obesidade mórbida
apresenta muitos problemas relacionados ao controle do impulso alimentar,
principalmente como tentativa de resolver angústias. Após a cirurgia bariátrica, esta
via é obstruída pela diminuição da capacidade do volume do estômago, a saciedade
alimentar é experimentada de forma rápida, mas não o desejo pelo comer. Se este
aspecto não for adequadamente trabalhado do ponto de vista psicológico, o paciente
pode desenvolver outras estratégias para preencher este vazio ou insatisfação,
criando mecanismos compensatórios e de prazer que podem resultar em desvios da
compulsão alimentar para outros meios, como o alcoolismo, o consumismo, o
colecionismo etc. Outro modo seria a busca de alimentos altamente calóricos, de
fácil passagem pelo estômago, ingeridos em pequenas quantidades e
continuamente durante o dia o que resultara em novo aumento de peso.
É normal ficarmos emocionalmente confusos com as desconhecidas
sensações iniciais. Toda essa bagunça mental acontece porque as
percepções que temos após a cirurgia são completamente diferentes que
qualquer restrição gástrica que já tivemos na vida e são também muito
diversas do que imaginávamos quando fomos orientados nas consultas pré-
operatórias. Imagine sentir-se absolutamente empanturrado com meio copo
de suco ou quatro colheres de sopa. Durante o primeiro mês isso acontece.
(LEVY, 2018; p.54)

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Outro papel do psicólogo nos pós cirúrgicos será ajudar ao paciente a


passar pelas mudanças emocionais mais profundas que ao emagrecer perduram. E
ao perdurarem podem trazer ao paciente outros transtornos ou até mesmo
novamente a obesidade.

4 A NECESSIDADE DE UM PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA


CIRURGIA BARIÁTRICA.

Carolina Aita Flores (2014) menciona um tópico que é recorrente na maioria


das publicações consultadas sobre cirurgia bariátrica. Ela refere-se ao fato de que
não existem protocolos norteadores da avaliação psicológica para a cirurgia. A falta
de um protocolo-padrão dificulta a identificação, por parte dos profissionais, de quais
domínios merecem atenção e quais procedimentos avaliativos devem ser utilizados.
Além disso, sem uniformização das práticas, o valor e o propósito da avaliação
psicológica variam de acordo com cada profissional ou equipe bariátrica. Como
consequência, produz-se grande variabilidade nas abordagens utilizadas durante a
avaliação psicológica e pouco consenso sobre como deve ser efetuada a triagem e
quais critérios devem ser observados durante a seleção de pacientes.
Nas publicações brasileiras, foram encontradas duas referências a
protocolos para a cirurgia bariátrica. A primeira delas trata da criação de um software
chamado “Protocolo Eletrônico Multiprofissional”, desenvolvido na Universidade
Federal do Paraná. Através do programa, é possível registrar informações coletadas
sobre os candidatos bariátricos, durante as avaliações realizadas pelas áreas da
Medicina, Nutrição, Psicologia e Fisioterapia.
A segunda menção a um protocolo para cirurgia bariátrica refere-se a uma
pesquisa realizada na Paraíba que consiste de planejamento de assistência em
enfermagem ao paciente bariátrico, dividido em 11 requisitos, e tem como objetivo
orientar os profissionais de enfermagem na realização de suas funções.
No entanto, apesar da identificação de dois protocolos associados à cirurgia
bariátrica, nenhum deles está diretamente vinculado à condução da avaliação
psicológica, visto que foram criados para o registro de informações da equipe
multiprofissional e para orientar a atuação de profissionais de enfermagem, no
atendimento ao paciente bariátrico, respectivamente.
É fundamental que haja continuidade das pesquisas sobre essa temática
para que se possa construir um modelo de avaliação psicológica que englobe o
universo rico e peculiar da cirurgia bariátrica.
Entretanto nesse cenário crescente da obesidade e cirurgias bariátricas, um
grupo de psicólogas vinculadas a COESAS – Comissão das Especialidades
Associadas, da SBCBM – Sociedades Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
(2019), elaborou um protocolo clínico em psicologia, para orientar os profissionais da
área que atuam no segmento de cirurgia bariátrica. Entre as recomendações a o
destaque para o número mínimo de três consultas com o psicólogo no pré-
operatório; inscrição de pelo menos dois anos no Conselho Regional de Psicologia e
título de especialista em Psicologia Clínica e/ou Psicologia Hospitalar e
embasamento técnico-científico consistente e atualizado em Psicologia, obesidade,
transtornos alimentares e Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
O protocolo foi estruturado em três fases: pré-operatória, transoperatória e
internação e pós-operatória e follow-up. Nas etapas as profissionais determinaram
os principais objetivos a serem alcançados com o objetivo que o paciente adira
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totalmente ao tratamento e as quais as metodologias e intervenções que devem


serão aplicadas para que tanto o paciente quanto sua família respondam de forma
positiva a cada fase, trazendo o êxito da cirurgia.

 Estrutura do Protocolo do COESAS

Fases:
 Avaliação pré-operatória e preparo psicoeducacional.
Principais objetivos:
Fornecer acolhimento e escuta. Identificar a história do paciente, da
obesidade e antecedentes familiares. Levantar fatores psicossociais. Promover
autoconhecimento. Investigar a rede de apoio social. Oferecer informações e
orientações (paciente e familiares).
Metodologias e Intervenções:
Avaliação psicológica individual. Psicoeducação. Atuação em equipe
multiprofissional; entrevista com familiares; elaboração de relatório; entrevista
devolutiva e entrega de relatório.
 Transoperatória (fase facultativa ou opcional).
Principais objetivos:
Favorecer a expressão de emoções e sentimentos. Minimizar a ansiedade e o
estresse desencadeados; Auxiliar na compreensão do ato cirúrgico, proporcionar um
clima de segurança; facilitar a comunicação entre paciente, familiares e equipe de
saúde.
Metodologias e Intervenções:
Acompanhamento hospitalar (Centro cirúrgico e Internação). Orientação
familiar e orientação a equipe de saúde.
 Pós-operatória e follow-up
Principais objetivos:
Facilitar a compreensão e adaptação de paciente e familiares ante as
mudanças provocadas e exigidas pela cirurgia (hábitos, imagem corporal). Estimular
autocuidado, motivação e adesão ao tratamento e as orientações da equipe; avaliar
a evolução da adaptação ao novo estilo de vida (promoção de saúde e prevenção de
agravos); auxiliar o paciente na retomada ou desenvolvimento de projetos de vida;
facilitar no manejo de estressores cotidianos e na busca de qualidade de vida.
Metodologias e Intervenções:
Acompanhamento psicológico individual ou em grupo; Psicoeducação: orientações e
informações gerais sobre o pós-operatório; orientação familiar e psicoterapia.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A obesidade grau III é uma condição clínica grave associada a uma alta
morbidade e mortalidade, consequência das várias complicações clínicas fisiológicas
associadas. Seguindo-se critérios de avaliação adequados, a cirurgia bariátrica
passa a ser a única intervenção eficaz, a longo prazo, no tratamento da obesidade
mórbida. O tratamento prévio do transtorno psiquiátrico associado à obesidade pode
ser fundamental para o sucesso do procedimento cirúrgico.
Pacientes com obesidade grave também podem apresentar um aumento de
psicopatologia associada. Sendo assim, é de extrema importância uma avaliação
clínica e psiquiátrica criteriosa, visando a uma redução de possíveis complicações
pós-operatórias.
O paciente deve estar habilitado a participar de um tratamento de longo
prazo. O bom senso clínico nos conduz a uma conduta cautelosa em relação a esta
situação. Por isso é que uma avaliação psiquiátrica ou psicológica pré e pós-
operatória é tão importante que deve ser realizada por um profissional experiente,
capacitado e integrado a uma equipe cirúrgica multidisciplinar.
É imprescindível que todos os candidatos à cirurgia passem por avaliação
clínica criteriosa e uma avaliação psicológica bastante profunda, com o intuito de
reduzir complicações que podem aparecer após o procedimento, diminuindo o risco
assumido pelos pacientes e pela equipe.
É papel do psicólogo que realiza avaliação e acompanha a cirurgia bariátrica
investigar os mais diversos aspectos da vida do paciente, não apenas para
determinar sua adesão a operação, mas também para educá-lo quanto às
mudanças implicadas através dela.
Os recursos utilizados para avaliação encontram-se na literatura. Contudo o
fato de que não existem protocolos norteadores da avaliação psicológica para a
cirurgia. A falta de um protocolo-padrão dificulta a identificação de quais domínios e
habilidades merecem atenção e quais os procedimentos avaliativos devem ser
utilizados pelos psicólogos.
O tratamento prévio do transtorno psiquiátrico associado à obesidade pode
ser fundamental para o sucesso do procedimento cirúrgico.

7 REFERENCIAS
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elaboração de documentos escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de
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