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UNIVERSIDADE FUMEC

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA – FEA

Danilo Manata Eloi


Luciana Horta Cardoso

ESTUDO PARA A SISTEMATIZAÇÃO INTEGRADA DIGITAL DOS REGISTROS


DE QUALIDADE DO PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE DO HABITAT (PBQP-H)

Profª orientadora: Me Enid Drumond

Belo Horizonte,
Dezembro/2016
Danilo Manata Eloi
Luciana Horta Cardoso

ESTUDO PARA A SISTEMATIZAÇÃO INTEGRADA DIGITAL DOS REGISTROS


DE QUALIDADE DO PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE DO HABITAT (PBQP-H)

Trabalho Final de Curso apresentado à


Faculdade de Engenharia e Arquitetura da
Universidade Fumec, como requisito parcial
para a conclusão do curso de engenharia civil.

Profª orientadora: Me Enid Drumond

Belo Horizonte,
Dezembro/2016
___________________________________________________________________
Danilo Manata Eloi
___________________________________________________________________
Luciana Horta Cardoso

ESTUDO PARA A SISTEMATIZAÇÃO INTEGRADA DIGITAL DOS REGISTROS


DE QUALIDADE DO PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE DO HABITAT (PBQP-H)

___________________________________________________________________
Profa orientadora Me Enid Drumond
___________________________________________________________________
Prof. Jorge Luiz
___________________________________________________________________
Prof. Anderson Clayton

Belo Horizonte,
Dezembro/2016
AGRADECIMENTOS

A Deus, por nos dar a oportunidade de vir a esse mundo e contribuir de alguma forma
para as pessoas que passam em nossas vidas.
As nossas famílias pelo amor incondicional e amigos pelo apoio de sempre.
A nossa orientadora Enid Drumond pela paciência e dedicação, sempre disposta a
nos ajudar na execução deste trabalho, sendo uma verdadeira Mestre.
Aos colegas da Fumec que vivenciaram esses anos compartilhando inúmeros
momentos de alegria, companheirismo e muito esforço ao nosso lado, aos
profissionais da Faculdade de Engenharia e Arquitetura e a todas as pessoas que de
alguma forma possibilitaram que este trabalho fosse realizado.
Para ter um negócio de sucesso, alguém, algum dia, teve que
tomar uma atitude de coragem.
(Peter Drucker)
RESUMO

Este estudo busca, avaliar as conformidades quanto à gestão da qualidade segundo


as normas ISO 9000 e PBQP-H em obras de construção civil e as melhorias que uma
possível sistematização integrada digital das gestões de qualidade poderiam oferecer.
Foram feitas pesquisas quanto às não conformidades que a gestão da qualidade
apresenta em diversos canteiros de obras, um estudo dos requisitos da ISO 9001, as
ações que o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H
visa implantar e os princípios do sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços
e Obras – SiAC. Foram levantadas pesquisas de campo sobre a integração dos
sistemas e funcionalidade do método utilizado frequentemente de atualizações e
preenchimentos de registros, bem como as possíveis melhorias a serem alcançadas
com a sistematização integrada dos processos de gestão da qualidade. Os resultados
obtidos foram estudados e poderão ser discutidos com profissionais da área de TI
para o desenvolvimento do sistema de gestão integrada. Não obstante, houveram
boas perspectivas sobre a aplicabilidade de um possível software para essa
sistematização.

Palavras-chave: PBQP-H, Sistematização Integrada digital, SiAC.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 - Modelo de um Macroprocesso com as suas


Interações............................................................................16

Figura 02 - Ciclo PDCA – Plan, Do, Check e Act....................................19

Fluxograma 01 - Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado


em processo.........................................................................25

Fluxograma 02 - Modelo ampliado baseado em um processo de sistema de


gestão da qualidade.............................................................28

Gráfico 01 – Situação dos certificados para empresas nacionais e


estrangeiras nos últimos cinco anos....................................30

Foto 01 - Apostila Curso Formação de auditor interno da qualidade


ISO 9001:2015 e PBQP-H:2012 SINDUSCON-MG..............34

Quadro 01 - Comparativo requisitos nível B e A do PBQP-H...................38

Quadro 02 - Relação de funções em uma obra........................................44

Quadro 03 - Descrição de competências..................................................45

Quadro 04 - Modelo de verificação de equipamentos...............................49


LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Relação de materiais para solicitações e


conferências.............................................................50

LISTA DE SIGLAS

ABTN – Associação Brasileiras de Normas Técnicas


Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
ISO – International Organization for Standardization
Sinduscon-MG – Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais
CPF – Cadastro de Pessoa Física

ERP – Enterprise Resource Planning

NBR – Norma Brasileira

NF – Nota Fiscal

OCOs – Organismos de Certificação de Obras

PDCA – Ciclo Plan-Do-Check-Action

PGRCC – Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil


12

PQO – Plano de Qualidade da Obra

RD – Responsável pela Direção

RH – Recursos Humanos

FVS – Ficha de Verificação de Serviços

SiAC – Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

TI – Tecnologia da Informação
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17
2.1 Sistema de Gestão da Qualidade.................................................................. 18
2.2 ISO ................................................................................................................... 18
2.3 PBQP-H ........................................................................................................... 19
2.4 Auditorias ..................................................................................................... 20
2.5 Plano de Qualidade da Obra ......................................................................... 21
2.6 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil ............ 21
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 22
3.1 Materiais ......................................................................................................... 22
3.1.1 Normas ABNT........................................................................................... 22
3.1.1.1 ABNT NBR ISO 9000 – Sistemas de gestão da qualidade –
Fundamentos e vocabulário ......................................................................... 23
3.1.1.2 ABNT NBR ISO 9001 – Sistemas de gestão da qualidade –
Requisitos ...................................................................................................... 24
3.1.1.2.1 Requisitos da ABNT NBR ISO 9001 ........................................... 25
3.1.1.2.1.1 Requisitos gerais .................................................................. 26
3.1.1.2.1.2 Requisitos de documentação .............................................. 26
3.1.1.3 ABNT NBR ISO 9004 – Gestão para o sucesso sustentado de uma
organização – Uma abordagem da gestão da qualidade ........................... 27
3.1.1.4 ABNT NBR ISO 14001 – Sistema de gestão ambiental – Requisitos
com orientações para uso ............................................................................ 28
3.1.2 Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-
H ......................................................................................................................... 31
3.1.2.1 Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras –
SiAC ................................................................................................................ 31
3.1.3 Desenvolvedora de Sistemas de Gestão Integrada .............................. 33
3.1.4 Apostila SINDUSCON-MG – Formação de auditor interno da qualidade
ISO 9001:2015 e PBQP-H:2012 ........................................................................ 33
3.2 Métodos .......................................................................................................... 34
4 ESTUDO PARA A SISTEMATIZAÇÃO INTEGRADA DIGITAL DOS REGISTROS
DE QUALIDADE DO PBQP-H .................................................................................. 35
4.1 O que é sistematização ................................................................................. 35
4.2 Mapeamento dos registros de qualidade do PBQP-H ................................ 35
14

4.2.1 Nível de Adesão ....................................................................................... 36


4.2.2 Nível B ....................................................................................................... 37
4.2.3 Nível A....................................................................................................... 37
4.2.4 Comparativo requisitos Nível A e Nível B .............................................. 38
4.3 Sistematização integrada digital................................................................... 41
4.4 Sistematização integrada digital para atendimento aos requisitos do
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat ....................... 42
4.5 Proposta para o desenvolvimento de um Software .................................... 43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 55
GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 58
APÊNDICES ............................................................................................................. 59
APÊNDICE A – ...................................................................................................... 59
APÊNDICE B – ...................................................................................................... 60
APÊNDICE C – ...................................................................................................... 61
APÊNDICE D – ...................................................................................................... 62
APÊNDICE E – ...................................................................................................... 63
APÊNDICE F – ...................................................................................................... 64
APÊNDICE G – ...................................................................................................... 65
ANEXOS ................................................................................................................... 66
ANEXO A – ............................................................................................................ 66
ANEXO B – ............................................................................................................ 67
15

1 INTRODUÇÃO

A grande competitividade existente no mercado prevê que quanto mais


diferenciais positivos uma empresa possua, maiores as suas chances de destaque
comercial. A Gestão da Qualidade nos diversos setores da economia já consiste em
uma prática comum, pois quando as empresas conquistam uma certificação, elas
podem atestar para os clientes um padrão mínimo de qualidade na entrega dos
serviços. Porém, não basta conquistar a certificação sem prosseguir com os controles
necessários e manutenções constantes para o funcionamento eficaz do produto final.

Após adquirirem as certificações, as empresas precisam investir e capacitar os


funcionários, buscando envolvimento de toda a equipe na aplicação de procedimentos
e principalmente integração de processos para aumentar as probabilidades de
alcançar resultados satisfatórios. A qualidade nesse meio abrange os setores como
um todo, logo, não basta alinhar determinado setor isoladamente. O grande ideal
consiste em eficácia organizacional.

A gestão da qualidade em obras pode ser subdividida em um macroprocesso


como demostrado na Figura 01, e é primordial para verificação do desenvolvimento
de projetos de forma fidedigna, exigência das normas acerca de itens que estão
diretamente ligados a qualidade dos serviços e entregas, redução na quantidade de
manutenções e reparos (pós obra), satisfação e preferência de clientes que
empenham sonhos e valores para a realização da compra de um bem imóvel. Prever
uma política e um controle eficaz do cumprimento das normas, possibilita um melhor
funcionamento de todos os processos da construção civil com maior responsabilidade.
Os registros facilitam procedimentos futuros, intervenções necessárias,
rastreabilidades, entre outros controles.
16

Figura 01 – Modelo de um Macroprocesso com as suas Interações

Fonte: Academia Platônica (2011).

Analisando o ramo da construção civil, umas das atividades encontrada nos


canteiros de obras são os preenchimentos regulares de relatórios, fichas e
formulários. O grande impasse se deve ao cenário de urgência comumente
encontrado em diversas obras: prazos curtos e orçamentos apertados. Preencher
esses registros em “tempo real” pode se tornar impraticável.

Levando em conta a dificuldade supracitada, um sistema digital que permitisse


maior integração de procedimentos, facilitasse os preenchimentos, verificações e
compatibilizações das diferentes áreas de uma obra seria uma possível solução para
viabilizar as aplicações da gestão de qualidade em determinadas obras e melhorar o
funcionamento daquelas que já possuem. Além disso, a ação de sistematizar
influenciaria diretamente em um dos pilares do século XXI; a sustentabilidade. Haveria
uma redução nos resíduos gerados pela documentação física.
17

Ressaltamos o desafio da implantação de uma sistematização integrada dos


registros de qualidade o que não invalida esta prática, uma vez que as melhorias
pretendidas valem esforços, organização, atenção e responsabilidade de toda a
equipe.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A importância de um sistema de gestão da qualidade bem implantado e


consistente em diversos ramos do mercado, baseia-se principalmente no sentido e
exercício literal dos conceitos que a ISO 9001 e o Programa Brasileiro da Qualidade
e Produtividade do Habitat (PBQP-H) possuem. Segundo o Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), a ABNT NBR ISO 9001 é a versão
brasileira da norma internacional ISO 9001 que estabelece requisitos para o Sistema
de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização, não significando,
necessariamente, conformidade de produto às suas respectivas especificações. O
objetivo da ABNT NBR ISO 9001 é lhe prover confiança de que o seu fornecedor
poderá fornecer, de forma consistente e repetitiva, bens e serviços de acordo com o
que foi especificado. Dessa forma, é notável o destaque e atenção voltados para o
cliente. O consumidor busca sempre ter suas necessidades atendidas. As exigências
normativas presentes em ambos os certificados, atestam um padrão para os clientes
e por isso, torna essa preocupação a chave de qualquer política de qualidade.
Levando para o cenário da construção civil e diante da necessidade de organizar este
setor, o PBQP-H é uma ferramenta importante que permite inferir diretamente na
melhoria da qualidade do habitat e como sustentação para a modernização da
produção como um todo. Espera-se com ele o aumento da competitividade no setor
imobiliário, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução dos custos e o
correto uso dos recursos públicos. A longo prazo, o objetivo é criar um ambiente de
isonomia competitiva, que proporcione soluções mais baratas e de melhor qualidade
para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em especial, a produção
habitacional de baixa renda.
18

2.1 Sistema de Gestão da Qualidade

O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é primordial para verificar todos os


processos e gerenciar a qualidade como um todo. É o principal meio necessário para
atestar o atendimento à política da qualidade e objetivos da empresa frente aos
clientes.

O SGQ promove o controle dos processos e da eficácia das ações tomadas,


com foco na satisfação do cliente e melhoria contínua dos serviços.

Esse sistema deve desenvolver um método eficiente de analisar o desempenho


da empresa, tornando os indicadores da qualidade mensurados com frequência, a fim
de ajudar a validar tomadas de decisões.

A padronização organizacional e consequente crescimento que um sistema de


gestão resulta em uma empresa, demonstra a inevitabilidade de mantê-lo continuo e
bem trabalhado.

2.2 ISO

De acordo com o site da ISO:

A entidade foi criada em Genebra, em 1947, a ISO (International


Organization for Standardization) é uma organização não governamental
internacional de normalização que tem como objetivo promover boas práticas
de gestão e avanço tecnológico, o desenvolvimento da padronização de
atividades correlacionadas, possibilitando o intercâmbio econômico, científico
e tecnológico, além de trazer confiança ao cliente de que os produtos e
serviços da empresa serão criados de modo repetitivo e consistente,
alcançando a qualidade, definida pela empresa. (ISO, ?).

Cada país signatário a ISO possui um representante de normas e certificação.


No Brasil a representante da ISO é a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

As normas mais populares são ISO 9000 e ISSO 9001 para gestão da
qualidade, e a ISO 14000, para gestão do meio ambiente.
19

Qualquer empresa pública ou privada pode obter essa certificação com base
na ISO 9001, independente do seu setor, produto/serviço oferecido. Esse documento
é um recurso valioso para a gestão da empresa, pois agrupa um conjunto de práticas
de gestão de empresas do mundo todo. Quando a empresa se certifica nesta norma,
mostra competência para utilizar o Ciclo Plan-Do-Check-Action (PDCA) que significa
planejar, fazer, checar e agir. O PDCA pode ser esclarecido conforme Figura 02.

Figura 02 – Ciclo PDCA – Plan, Do, Check e Act

Fonte: CARVALHO (?).

2.3 PBQP-H

O Programa de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) é um


mecanismo do Governo Federal, criado em 1991 com o intuito de difundir conceitos
de gestão e organização na construção civil, devido a alta competitividade presente
no mercado e indispensável à modernização e competitividade das organizações
brasileiras. Em 1996, ocorreu a sua reformulação, visando maior abrangência setorial.
20

Existem diversas ações que envolvem este programa: avaliação da conformidade de


empresas de serviços e obras, formação e requalificação de mão de obra, melhoria
das características dos materiais, informações ao consumidor, promoção da
comunicação entre setores, normalização técnica, avaliação de tecnologias
inovadoras, entre outros.

Como consequência da adesão, espera-se um aumento da competitividade no


setor, melhoria na qualidade dos serviços e produtos, a redução dos custos e a
otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo em longo prazo, é desenvolver
um ambiente de isonomia competitiva, que possa proporcionar soluções mais baratas
e com melhor qualidade.

A adesão é voluntária, e implica na capacitação de gestores em cada empresa


que solicite participação.

O PBQP-H exige que as empresas construtoras atendam a um conjunto de


requisitos, baseados na norma ISO 9001:2008, específicos da construção civil. O
Programa possui um processo de certificação evolutivo em dois níveis: B e A, sendo
que o segundo, contempla todos os requisitos normativos enquanto o primeiro atende
parcialmente.

2.4 Auditorias

As auditorias são processos sistemáticos, que devem ser devidamente


documentados e visam verificar o cumprimento das normas legais, necessidades de
melhorias, aplicação e funcionamento de controles internos, suficiência e eficácia de
procedimentos e avaliação.

Todos os processos definidos pelo Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)


requerem o mínimo de uma auditoria anual.

Os critérios da auditoria baseiam-se nos conjuntos de políticas, requisitos ou


procedimentos que referenciam as análises. Geralmente, são representados pela ISO,
Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras (SiAC) e todos os
requisitos legais.
21

As evidencias das auditorias podem ser qualitativas ou quantitativas, são


registros ou fatos apresentados verificáveis. Os registros exigidos por normas, são
analisados e utilizados como comprovação de conformidades e verificações idôneas,
além da efetivação dos procedimentos definidos pelo Sistema de Gestão da
Qualidade.

Devem ser pré-estabelecidos programas de auditorias que planejam


determinados períodos de tempo necessários para o proposito especifico da empresa.

2.5 Plano de Qualidade da Obra

O Plano de Qualidade da Obra (PQO) é um subitem de Planejamento da Obra,


que por sua vez é conectado ao item Execução da Obra.

Para cada uma das obras da construtora certificada, deverá haver um exemplar
específico deste documento. O mesmo deverá ser bem definido e consistente com os
outros requisitos do SGQ, visto que é a principal fonte de consulta utilizado nas
auditorias.

2.6 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil

A resolução nº 307 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente define


as diretrizes para uma efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos
resíduos oriundos da construção civil.

Uma das obrigatoriedades da Lei Municipal 10.522/12 é a elaboração e


implementação do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC) que visa estabelecer procedimentos necessários para o correto manejo e
destinação ambientalmente adequada dos resíduos da construção civil, priorizando a
minimização de resíduos sólidos gerados em canteiros de obra.

A separação correta e a disposição final dos diferentes tipos de resíduos das


obras de construção civil permitem sua valorização, através da reutilização,
reciclagem e a redução dos custos. O gerenciamento dos resíduos pelo construtor,
22

além de expressar sua responsabilidade ambiental e atuação correta como gerador,


é economicamente vantajoso e possibilita um claro avanço dos construtores em seu
esforço para imprimir qualidade aos seus processos e produtos.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais

Esse estudo baseou-se nas normas ABNT:

 NBR ISO 9000;


 NBR ISO 9001;
 NBR ISO 9004;
 NBR ISO 14001;
 PBQP-H;

Foram também considerados estudos sobre softwares que atuam com sistemas
de gestão integrada e a apostila de formação de auditor interno da qualidade ISO
9001:2015 e PBQP-H:2012 do Sinduscon-MG, buscando os parâmetros para uma
sistematização.

3.1.1 Normas ABNT

De acordo com o site da ABNT:

A normalização é o processo de formulação e aplicação de regras


para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os
interessados, e, em particular, para a promoção da economia global. No
estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento
para estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem
que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam
às finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de
segurança.
23

Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um


organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características
mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um
grau ótimo de ordenação em um dado contexto. É, por princípio, de uso
voluntário, mas quase sempre é usada por representar o consenso sobre o
estado da arte de determinado assunto, obtido entre especialistas das partes
interessadas. (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ?).

As normas buscam assegurar as características desejáveis de produtos e


serviços, como qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambiabilidade,
bem como respeito ambiental.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma instituição sem fins


lucrativos que visa padronizar, estabelecer, manter e criar as normatizações para
diversas áreas e seus produtos.

3.1.1.1 ABNT NBR ISO 9000 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos


e vocabulário

Esta norma descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e


estabelece as terminologias para esses tipos de sistemas.

De acordo com a própria norma, ela é aplicável em:

a) Organizações que buscam vantagens através da implementação de um


sistema de gestão da qualidade;
b) organizações que buscam a confiança nos seus fornecedores de que os
requisitos de seus produtos serão atendidos;
c) usuários dos produtos;
d) aqueles que tem interesse no entendimento mútuo da terminologia
utilizada na gestão da qualidade;
e) aqueles, internos ou externos à organização, que avaliam o sistema de
gestão da qualidade ou o auditam, para verificar a conformidade com os
requisitos da ABNT NBR ISO 9001;
f) aqueles, internos ou externos à organização, que prestam assessoria ou
treinamento sobre o sistema de gestão da qualidade adequado à
organização;
g) grupos de pessoas que elaboram normas correlatas. (Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ?).
24

3.1.1.2 ABNT NBR ISO 9001 – Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos

Esta norma promove a adoção de uma interpelação de processos para o


desenvolvimento, implementação e melhora da eficácia de um sistema de gestão da
qualidade visando o aumento da satisfação dos clientes pelo atendimento aos seus
requisitos.

Uma vantagem na abordagem de processos é o controle contínuo que ela


permite sobre as ligações entre os processos individuais dentro do sistema de
processos, bem como sua combinação e interação.

Quando usada para um sistema de gestão da qualidade, esta abordagem


enfatiza a importância:

a) Do entendimento e atendimento dos requisitos;


b) da necessidade de considerar os processos em termos de valor
agregado;
c) da obtenção de resultados de desempenho e eficácia de processo;
d) da melhoria contínua de processos baseada em medições objetivas.
(Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ?).

O Fluxograma 01 é uma exemplificação de como a norma ISSO 9001 atua no mercado


com os requisitos de qualidade.
25

Fluxograma 01 – Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo

Fonte: ABNT NBR ISO 9001 (2008).

3.1.1.2.1 Requisitos da ABNT NBR ISO 9001

Os requisitos da ABNT NBR ISO 9001 podem ser subdivididos em requisitos


gerais e requisitos de documentação, cada um com suas definições e exigências.
26

3.1.1.2.1.1 Requisitos gerais

A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter um


sistema de gestão da qualidade, buscando melhorar continuamente a sua eficácia de
acordo com os requisitos dessa norma.

A organização deve:

a) Determinar processos necessários para seu sistema de gestão da


qualidade e a aplicação desse sistema por toda a organização;
b) determinar a série e interação desse processo;
c) determinar métodos e critérios necessários para garantir que a operação
e o controle desses processos seja feito de forma eficaz;
d) assegurar a disponibilidade dos recursos e informações necessários para
apoiar a operação e o monitoramento desses processos;
e) monitorar e medir onde for aplicável e analisar os dados desses
processos;
f) implementar as ações necessárias para chegar aos resultados
planejados e a melhoria continua desses processos. (Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ?).

3.1.1.2.1.2 Requisitos de documentação

A documentação para o sistema de gestão da qualidade deve incluir:

a) Declarações documentadas da política de qualidade a seguir e dos


objetivos da qualidade;
b) um guia da qualidade;
c) procedimentos documentados e registros requeridos por essa norma;
d) documentos, incluindo registros, determinados pela organização como
necessários para assegurar o planejamento, a operação e o controle
eficazes de seus processos. (Associação Brasileira de Normas Técnicas
– ABNT, ?).
27

3.1.1.3 ABNT NBR ISO 9004 – Gestão para o sucesso sustentado de uma
organização – Uma abordagem da gestão da qualidade

Esta norma fornece orientação para apoiar qualquer organização que esteja
operando dentro de um ambiente complexo e exigente, e sempre em mudança, a
alcançar o sucesso sustentado, através de uma abordagem da gestão da qualidade.

Esta norma promove a auto avaliação como uma ferramenta importante para a
análise crítica do nível de maturidade da organização, abrangendo sua liderança,
estratégia, sistema de gestão, recursos e processos, para identificar pontos fortes e
fracos bem como oportunidades tanto de melhoria quanto inovação, ou ambas.

Esta norma fornece uma visão mais ampla da gestão da qualidade do que a
ABNT NBR ISO 9001 e sua amplitude pode ser explicada através do Fluxograma 02.
28

Fluxograma 02 – Modelo ampliado baseado em um processo de sistema de gestão


da qualidade

Fonte: ABNT NBR ISO 9004 (2010).

3.1.1.4 ABNT NBR ISO 14001 – Sistema de gestão ambiental – Requisitos com
orientações para uso

Esta norma especifica os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental,


permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos que
levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos e
informações referentes aos aspectos ambientais significativos.
29

Esta norma leva em consideração as disposições da ABNT NBR ISO 9001 e


vice-versa.

Todos os requisitos desta norma se destinam a ser incorporados em qualquer


sistema de gestão ambiental.

O gráfico 01 demonstra a falta de importância que as empresas nacionais dão


à norma ISO 14001. Nele verificamos a discrepância nos últimos anos entre o número
de empresas que foram certificadas na norma ISO 9001 e na norma ISO 14001.
30

Gráfico 01 – Situação dos certificados para empresas nacionais e estrangeiras nos


últimos cinco anos

Fonte: INMETRO (2016)


31

3.1.2 Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H

D e acordo com o Ministério das cidades:

O PBQP-H, é um Programa desenvolvido pelo Governo Federal que


objetiva elevar o nível da qualidade da Construção Civil, utilizando da criação
e implementação de mecanismos de modernização tecnológica e gerencial,
utilizando também conceitos e metas de sustentabilidade, contribuindo para
melhorar o acesso à moradia digna para a população de baixa renda. A busca
por esses patamares envolve um conjunto de ações, dentre as quais
destacam:

a) Avaliações de conformidade das empresas de serviços e obras,


b) melhorias na qualidade de materiais,
c) formação e qualificação de mão-de-obra,
d) normatização técnica,
e) aprimoramento de laboratórios,
f) métodos avaliativos de tecnologias inovadoras,
g) informação aos consumidores e incentivo à comunicação entre diversos
setores envolvidos. (Ministério das Cidades, ?).

Com isso, espera-se um aumento na competitividade do setor imobiliário, uma


melhoria na qualidade de produtos e serviços, redução de preços e a melhor utilização
dos recursos públicos.

O objetivo, para o futuro, é criar um ambiente de isonomia competitiva, que


permita a criação de soluções sustentáveis, mais baratas e melhores para a redução
do déficit habitacional no país, atendendo, principalmente, a produção habitacional
para pessoas de baixa renda.

3.1.2.1 Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras – SiAC

O SiAC objetiva avaliar a conformidade do sistema de gestão da qualidade de


empresas que atuam com serviços e obras, levando em conta as características
específicas de atuação dessas empresas no setor específico da construção civil, e
baseando-se na série de normas ISO 9000.
32

Esse Sistema tem por finalidade contribuir para a evolução dos parâmetros de
qualidade do setor de construção civil, envolvendo técnicas específicas de execução
de obras, serviços especializados e gerenciamento de obras, de empreendimentos e
elaboração de projetos.

Os conceitos do SiAC são:

a) Abrangência Nacional: o Sistema é único, resalvado por um Regimento


Global, Regimentos Específicos e Referenciais Normativos, todos
adaptados às diferentes técnicas especializadas e setores da construção
civil envolvidos em uma produção de habitat.
b) Caráter Evolutivo: A norma estabelece diferentes graus para as
avaliações das conformidades progressivas, segundo as quais, os
sistemas de gestão da qualidade em empresas são avaliados e
classificados. Ao mesmo tempo, conduz a implantação gradual do
sistema da qualidade, fornecendo às empresas o tempo necessário para
realizar a tarefa.
c) Caráter Proativo: almeja-se criar um ambiente de suporte, que guie as
empresas na obtenção do nível de avaliação objetivado da conformidade.
d) Flexibilidade: pode-se adequar às características de regionaldiade, às
diferentes tecnologias e as diversas formas de gestão próprias das
especialidades técnicas e seus setores.
e) Sigilo: as informações de cada empresa são de caráter sigiloso
f) Transparência: todos os critérios e decisões tomados devem, ser
pautados pela clareza e impessoalidade.
g) Independência: os agentes envolvidos nas decisões têm autonomia e
independência.
h) Publicidade: o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de
Serviços e Obras não possui fins lucrativos, e a relação das empresas
avaliadas em conformidade é pública e assim divulgada para todos os
possíveis interessados.
i) Harmonia com o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia): o Inmetro disponibiliza um Programa de Credenciamento
específico, de forma que os Certificados de Conformidades para os
diversos níveis só terão sua validade se forem emitidos por Organismos
de Certificação de Obras (OCOs), credenciados pelo próprio Inmetro e
autorizados pela Comissão Nacional do SiAC. (Ministério das Cidades,
?).
33

3.1.3 Desenvolvedora de Sistemas de Gestão Integrada

Há empresas no mercado que atuam com softwares de gestão, plataformas de


produtividade e colaboração, hardware e consultoria, que são aplicados na
agroindústria, logística, educação, serviços financeiros, jurídico, manufatura, saúde
varejo, serviços e alguns setores da construção civil, no último caso, propõe controle
de despesas e rentabilidade da obra, controle de empreiteiros, controle físico-
financeiro e mobilidade, integração e interligação das obras. Ou seja, soluções que
possibilitam melhor gestão. Porém, não foi encontrado nenhum sistema para controle
da qualidade nas obras de edificações.

3.1.4 Apostila SINDUSCON-MG – Formação de auditor interno da qualidade ISO


9001:2015 e PBQP-H:2012

A apostila é material didático para o curso de formação de auditor interno da


qualidade ISO 9001:2015 e PBQP-H: 2012 ministrado pelo SINDUSCON-MG que tem
como objetivo, proporcionar aos participantes diretrizes para auditoria de sistemas de
gestão, visando o desenvolvimento de competências para o exercício da função de
auditor.
34

Foto 01 – Apostila Curso Formação de auditor interno da qualidade ISO 9001:2015 e


PBQP-H:2012 SINDUSCON-MG

Fonte: SINDUSCON-MG (2015)

3.2 Métodos

Mapeamento teórico das possíveis deficiências quanto à gestão da qualidade


em obras que envolvam o PBQP-H hoje e posteriormente um estudo de quais as
melhorias que uma sistematização poderia levar para os canteiros de obra.

Com o levantamento teórico, serão verificadas quais deficiências encontradas


estão de fato em um empreendimento em curso e quais poderiam ser sanadas com
um processo sistematizado.
35

4 ESTUDO PARA A SISTEMATIZAÇÃO INTEGRADA DIGITAL DOS REGISTROS


DE QUALIDADE DO PBQP-H

4.1 O que é sistematização

A sistematização é definida como a ordenação ou classificação de diferentes


elementos sobre determinadas regras ou parâmetros que os assemelham. Sendo
assim, a sistematização é o estabelecimento de um sistema que objetiva atingir os
melhores resultados possíveis de acordo com o que se almeja atingir.

4.2 Mapeamento dos registros de qualidade do PBQP-H

O PBQP-H em sua norma SiAC, engloba os seguintes requisitos que requerem


registros da ISO 9001:

 Análise Crítica pela Direção das empresas;


 Escolaridade, qualificação profissional, treinamento, experiência e
habilidade;
 Evidências do atendimento dos requisitos do produto;
 Análise Crítica dos requisitos relativos ao produto;
 Entradas do processo de projeto e desenvolvimento;
 Análises críticas de projeto;
 Verificação de projeto;
 Resultados da validação e as ações de acompanhamento de projetos;
 Controle de alterações de projeto;
 Avaliação de fornecedores;
 Validação de processos;
 Identificação e rastreabilidade;
 Propriedade do cliente;
 Controle de equipamentos de monitoramento e medição, resultados de
calibração e verificação;
 Auditorias Internas;
 Evidências de atendimento às necessidades do cliente com os critérios
de aceitação;
36

 Natureza das não conformidades e qualquer ação subsequente de


tomada
 Ação corretiva;
 Ação preventiva. (Ministério das Cidades, ?).

E acrescenta outros, específicos da construção civil:

 Planejamento da execução da obra;


 Plano de Qualidade da Obra;
 Objetivos da qualidade voltados à sustentabilidade do canteiro de obras;
 Processo de qualificação de fornecedores;
 Processo de avaliação de fornecedores;
 Serviços de projeto e serviços especializados de engenharia;
 Analise crítica de projeto fornecido pelo cliente;
 Materiais controlados;
 Serviços controlados;
 Controle dos serviços de execução controlados;
 Identificação;
 Rastreabilidade;
 Serviços laboratoriais. (Ministério das Cidades, ?).

Para a obtenção do PBQP-H, as empresas devem implementar os requisitos


da norma SiAC.

Como são diversos os requisitos, a norma SiAC se subdivide em três níveis


diferentes:

 Nível de adesão;
 Nível B;
 Nível A.

4.2.1 Nível de Adesão

É o nível mais simples do PBQP-H, e garante apenas a adesão da empresa ao


programa.
37

Para aderir, a empresa deve enviar à secretaria executiva do SiAC apenas a


Declaração de Adesão assinada com firma reconhecida em cartório. A Secretaria irá
analisar a documentação enviada em até 45 dias a contar da chegada do documento.
A empresa, sendo aprovada, passará a constar na lista de empresas qualificadas no
site do PBQP-H.

No Nível de Adesão não existe a emissão de um certificado, pois não é


realizada nenhuma auditoria nas empresas solicitantes.

O nível de adesão tem validade de doze meses.

4.2.2 Nível B

O Nível B é conseguido quando a empresa atinge o correspondente a 77% dos


requisitos implementados da norma SiAC. Após a implementação dos requisitos, a
empresa deverá contratar um organismo certificador, que realizará a auditoria de
certificação a fim de verificar a conformidade da empresa em relação aos requisitos
normativos.

O nível B tem a validade de 3 anos. Porém, anualmente devem ser feitas


auditorias para a manutenção da certificação e após os 3 anos, a empresa deve
evoluir para o nível A da norma SiAC.

4.2.3 Nível A

O Nível A corresponde ao nível de excelência, uma vez que requer


implementação total dos requisitos da norma SiAC. Sua implementação exige
auditoria de certificação para validar as conformidades, assim como o nível B.

Por se tratar do nível mais avançado da norma, a validade de três anos


permanece, porém, após finalizados deverá ser realizada uma auditoria de
recertificação. Mantém-se a necessidade de realizações de auditorias de manutenção
anuais.
38

4.2.4 Comparativo requisitos Nível A e Nível B

Como descrito acima, as empresas que buscam a validação no SiAC podem


cumprir os requisitos para atingir dois níveis diferentes.

O quadro abaixo, demonstra quais são os requisitos mínimos a serem atingidos


pelas empresas de construção civil para a obtenção de um dos dois níveis, A ou B, do
SiAC.

Quadro 01 – Comparativo requisitos nível B e A do PBQP-H (continua)

Quadro - Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade - siAC - Execução de Obras


Nível Nível
SEÇÃO REQUISITO
B A
X X
1.1. Introdução
1.2. Abordagem de processo. X X
Os outros sistemas de gestão
1. Objetivo X X
1.3. Generalidades
1.4. Requisitos aplicáveis ao X X
Sistemas de Gestão
X X
1.5. Escopo de aplicação

X X
2. Referência Normativa

X X
3. Termos e definições
39

Quadro 01 – Comparativo requisitos nível B e A do PBQP-H (continua)

Quadro - Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade - siAC - Execução de Obras


Nível Nível
SEÇÃO REQUISITO
B A
X X
4.1. Requisitos Gerais

4.2. Requisitos de X X
4. Sistema de Gestão da Documentação 4.2.1. Generalidades
Qualidade X X
4.2.2. Manual da Qualidade

4.2.3. Controle de X X
Documentos

4.2.4. Controle de Registros X X

5.1. Comprometimento da X X
Direção da Empresa

X X
5.2. Foco no Cliente

5.3. Política da Qualidade X X

5.4. Planejamento 5.4.1. Objetivos da Qualidade X X


5.4.2. Planejamento do
Sistema de Gestão da X X
Qualidade
5. Responsabilidade da 5.5. Responsabilidade, 5.5.1. Responsabilidade e X X
Direção da Empresa Autoridade e Comunicação autoridade

5.5.2. Representante da X X
Direção da Empresa

X
5.5.3. Comunicação Interna

5.6. Análise Crítica pela X X


Direção 5.6.1. Generalidades

5.6.2. Entradas para Análise X X


Crítica
5.6.3. Saídas da Análise
X X
Crítica
X X
6.1. Provisão de Recursos

X X
6.2. Recursos Humanos 6.2.1. Designação pessoal
6.2.2. Competência,
6. Gestão de Recursos conscientização e X X
Treinamento

X X
6.3. Infra-estrutura
X
6.4. Ambiente de Trabalho
40

Quadro 01 – Comparativo requisitos nível B e A do PBQP-H (continua)


Quadro - Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade - siAC - Execução de Obras
Nível Nível
SEÇÃO REQUISITO
B A
7.1.1. Plano da Qualidade da X X
7.1. Planejamento de Obra Obra (PQO)
7.1.2. Planejamento da X X
Execução da Obra
7.2.1. Determinação dos
7.2. Processos relacionados requisitos relacionadas à X X
ao Cliente Obra
7.2.2. Análise Crítica dos
requisitos relacionados à X X
Obra
7.2.3. Comunicação com o X
Cliente
7.3.1. Planejamento da X
7.3. Projeto Elaboração do Projeto
X
7.3.2. Entradas de projeto
X
7.3.3. Saídas de projeto

7.3.4. Análise crítica de X


projeto

X
7.3.5. Verificação de projeto
7. Execução de Obra
X
7.3.6. Validação de projeto
7.3.7. Controle de alterações X
de projeto

7.3.8. Análise Crítica de


X X
Projetos Fornecidos pelo
Cliente
X X
7.4. Aquisição 7.4.1. Processo de Aquisição
7.4.2. Informações de X X
Aquisição
7.4.3. Verificação do Produto X X
Adquirido

7.5. Operações de Produção e X X


fornecimento de Serviço 7.5.1. Controle de Operações

7.5.2. Validação dos X


processos
7.5.3. Identificação e X X
Rastreabilidade
X
7.5.4. Propriedade do Cliente
41

Quadro 01 – Comparativo requisitos nível B e A do PBQP-H (final)


Quadro - Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade - siAC - Execução de Obras
Nível Nível
SEÇÃO REQUISITO
B A
7.5.5. Preservação de
X
Produto
7.6. Controle de
Equipamentos de X X
Monitoramento e Medição
8.1. Generalidades X X

X X
8.2. Medição e Monitoramento 8.2.1. Satisfação do Cliente

X X
8.2.2. Auditoria Interna
8.2.3. Medição e X
Monitoramento de Processos
8.2.4. Inspeção e
monitoramento de materiais
X X
8. Medição, Análise e e serviços de execução
Melhoria controlados e da obra
8.3. Controle de materiais e
de serviços de execução
X X
controlados e da obra não-
conformes

8.4. Análise de Dados X X

X X
8.5. Melhorias 8.5.1. Melhoria Contínua
X X
8.5.2. Ação corretiva

8.5.3. Ação Preventiva X


Fonte: Sinduscon-MG (2015)

4.3 Sistematização integrada digital

Sistemas de Gestão Integrada, ou sistemas Enterprise Resource Planning


(ERP) são softwares que têm como objetivo reunir diversas informações e
disponibiliza-las para toda uma instituição ou empresa, integrando o gerenciamento
de processos administrativos, contábeis, executivos, etc.

Entre os benefícios de uma sistematização integrada digital, estão:

 Redução de custos com treinamento;


 redução de inconsistências;
 eliminação de manutenção de múltiplos sistemas;
42

 redução da mão-de-obra relacionada aos diversos processos de integração de


dados;
 padronização de procedimentos;
 maior controle sobre as operações;
 melhoria na qualidade da informação;
 eliminação de interfaces entre sistemas isolados;
 otimização global da empresa;
 minoração de discrepâncias entre informações de diferentes departamentos;
 padronização de informações;
 melhoria na qualidade da informação;
 acesso integrado as informações para toda a empresa.

4.4 Sistematização integrada digital para atendimento aos requisitos do


Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat

Uma das maiores deficiências do sistema de gestão da qualidade em obras se


deve ao grande volume de formulários e registros exigidos por norma em meio a um
cenário de curtos prazos e orçamentos enxutos.

Uma sistematização integrada digital facilitaria em diversos aspectos como:

 Reduziria o tempo dos registros;


 reduziria o resíduo físico gerado uma vez que seria todo em formato digital;
 permitiria integração setorial em tempo real;
 medidas corretivas imediatas;
 conferências idôneas e em tempo real;
 geração de relatórios instantaneamente;
 estudo de melhorias imediatas;
 reduziria custos de material de escritório e armazenamento;
 reduziria tempo evitando auditorias internas excessivas;
 armazenagem de materiais do modo correto;
 facilidade na conferência de materiais;
 facilidade em criar alertas de vencimentos e revisões;
43

 facilidade em auditorias;
 compatibilizações;
 evitaria verificações sugestionadas.

4.5 Proposta para o desenvolvimento de um Software

Todos os itens do software a desenvolver devem seguir os requisitos do SiAC.

Os itens das normas que pedem registros devem ser acompanhados


sistematicamente. São evidências das conformidades com os requisitos e demais
operações que tornam o Sistema de Gestão da Qualidade eficaz.

O software contemplaria os registros que são obrigatórios como os do Quadro


01, dessa forma, durante uma auditoria, os relatórios gerados pelo próprio sistema
podem ser a base auditada.

As abas do programa seriam relativas aos registros obrigatórios e outros que


se fazem necessários. Cada aba seria exclusiva de um registro, a menos que sejam
registros de mesma natureza (subitem de um item comum ou reação em cadeia –
itens interligados).

Os Registros de análises críticas pela direção da empresa devem ser


contemplados nos próprios documentos de Gestão da Qualidade – no pé de página,
devem existir espaços apropriados para evidenciar este processo. O responsável pela
direção (RD), deve analisar cada documento e verifica-los, comprovando a realização
da análise crítica propriamente dita.

Quanto aos registros de escolaridade, qualificação profissional, treinamento,


experiência e habilidade, poderia haver uma planilha específica de controle de RH
linkada com a planilha da engenharia (para contemplar treinamentos específicos).
Quando o funcionário entrar na empresa, os dados do mesmo de acordo com a
função, determinariam quais alertas e informações devem ser liberados através do
sistema para o mesmo, o que auxiliará inclusive na preservação de determinados
dados que não podem ser compartilhados. Os funcionários seriam distribuídos em
abas de cada profissional de uma obra como o apresentado no Quadro 02. Já a
44

documentação de cada funcionário seria como apresentada no Quadro 03. A


documentação entregue deve estar em formato digital e arquivada em uma pasta
controlada de cada funcionário, que cuidará inclusive dos vencimentos de documentos
e treinamentos. Quando contratado, é necessário que o funcionário disponibilize toda
a documentação exigida, a mesma deve ser incorporada ao sistema, além do
treinamento especifico que é de responsabilidade da empresa. Os lançamentos e
prazos de validade definidos pela empresa no sistema, deve iniciar com as contagens
e envios de alertas quando necessários.

Quadro 02 – Relação de funções em uma obra (continua)


ÍNDICE

NÚMERO FUNÇÃO/CARGO

01 Auxiliar de Engenharia

02 Assistente de Engenharia

03 Almoxarife

04 Analista Financeiro

05 Apontador

06 Armador

07 Assistente de RH

08 Assistente Financeiro

09 Auxiliar Administrativo

10 Auxiliar de Almoxarife

11 Auxiliar de compras

12 Auxiliar Financeiro

13 Bombeiro Hidráulico

14 Carpinteiro

15 Comprador
45

Quadro 02 – Relação de funções em uma obra (final)


16 Encarregado de obra

17 Engenheiro de obra

18 Estagiário de obra

19 Meio oficial

20 Mestre de obra

21 Operador de betoneira

Fonte: Adaptado de Evaristo (2015)

Quadro 03 – Descrição de competências

DESCRIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

FUNÇÃO/CARGO Auxiliar de Engenharia

ESCOLARIDADE Superior em andamento

EXPERIÊNCIA 3 meses na função; Entrevista prática; Informática básica

Relacionamento
Disciplina;
com Chefias;
Pro atividade;
Produtividade e
Competência; Comunicação;
HABILIDADE Qualidade;
Técnica; Atendimento ao Cliente.
Administração de
Relacionamento com
Conflitos;
Colegas.
Disponibilidade.

QUALIFICAÇÃO
Não se aplica
PROFISSIONAL

Sobre o SGQ; Política da Qualidade; Segurança e Saúde Ocupacional;


TREINAMENTO
Gestão de Resíduos; Procedimentos da Função
Fonte: Adaptado de Evaristo (2015)
46

As especificidades da execução da obra e suas respectivas formas de controle


encontram-se definidas no plano de qualidade da obra, que deve estar disponível na
versão digital atendendo a todos os requisitos deste item, assim como os processos
considerados críticos para a qualidade da obra e atendimento das exigências dos
clientes. No programa existiria uma forma de controle de revisões do Plano de
Qualidade da Obra, evidenciando as causas de cada alteração.

Um banco de dados especifico das empresas para orçamentos de obras, que


contemple o andamento das obras, deve ser alimentado através de atualizações dos
diários de obras, cronogramas, compra de materiais/custos, fazendo uma associação
direta com a planilha de custos.

Todos os dados anteriores e decisivos sobre a implantação do projeto, devem


ser mantidos em uma aba específica, salvaguardando desde os estudos de
viabilidades até os benefícios da implantação para os clientes.

Outro item específico se refere aos projetos, devem ser mantidos registros
desde a fase de elaboração e aprovação até a distribuição no canteiro.

Quanto a elaboração, requerem maior atenção os seguintes itens devido a sua


maior relevância nos quesitos de qualidade e controle de obras:

 Registros de dados enviados para projetistas;


 controle de ocorrências – reuniões, discussões, modificações;
 atas de reuniões com clientes em caso de alterações;
 validações de projetos modificados;
 alterações nos projetos;
 diário de projetos;
 avaliar a capacidade do projeto em atender aos requisitos de entrada;
 compatibilizar o projeto;
 identificar problemas e propor ações para cessá-lo;
 check list: número de vagas, dimensão dos poços de elevadores, localização e
execução de cotas de nível;
 devem ser mantidos registros dos resultados das análises críticas – ata de
reunião, comprovação de validações, etc.
47

Essa validação poderá ser feita com o uso de medidas como:

 realização de simulações através de computadores;


 confecção de maquetes sejam elas físicas ou eletrônicas;
 avaliações de desempenho;
 ensaios em partes dos produtos;
 reuniões com possíveis futuros usuários;
 construção de unidades modelo.

Exemplo: apartamento modelo/decorado – registrar opinião dos clientes,


sugestões e possíveis não conformidades detectadas. Controle da satisfação dos
clientes.

Quanto ao projeto para execução, manter o controle sistematicamente


atualizado, após o projeto entrar na linha de frente com as devidas revisões. Com o
cadastro do funcionário e lançamento de projetos que deverão ser entregues de
acordo com a fase/andamento da obra, serão enviados pop-ups para o android
registrado no sistema com as atualizações e chamado de comparecimento ao
departamento da qualidade para a substituição de obsoletos.

O item referente aos fornecedores deve qualifica-los e avalia-los de acordo com


o atendimento à obra, é importante haver um cadastro de fornecedores, análises e
resultados de amostras e visitas técnicas.

Quanto as avaliações dos fornecedores, na própria nota fiscal eletrônica que


utilizada pelo departamento financeiro, pode ser acrescida uma etiqueta com os
campos determinados pela empresa como importantes para julgamento dos mesmos.

Itens que serão contemplados:

 Cadastro e critérios;
 ART de todos os serviços prestados;
 avaliações de fornecedores e prestadores de serviços.

Quanto à validação dos processos que diz respeito aos processos de produção
e fornecimento de serviço onde a saída resultante não poderia ser verificada por
monitoramentos ou medições subsequente - as deficiências só seriam verificadas
48

após a entrega final dos serviços ou uso dos produtos, a validação desses deve
montrar qual a capacidade desses processos alcançarem os resultados planejados.

Requisitos para registros:

 Laudos: controle tecnológico em todos os processos que envolvam estrutura: -


solos, concreto, vigotas, blocos estruturais, argamassa usinada;
 calibração de equipamentos, etc).

A rastreabilidade, identificação única dos locais de utilização de cada lote, para


os materiais controlados, deve ser identificada nos projetos, em uma aba exclusiva
para este fim. Para devidas associações de número de nota fiscal (NF), detalhes do
frete, fck e local de uso do material, recomenda-se a realização em tempo real dos
lançamentos iniciados com a chegada do material na obra e o acompanhamento
subsequente deve ser registrados durante as execuções, evitando trocas ou erros na
rastreabilidade.

A identificação e verificação da propriedade dos clientes fornecidas tem de ser


arquivadas junto as demais pastas que envolvam os mesmos. O ideal seria criar um
padrão de etiquetas impressas condizentes com o registro realizado. A forma de
proteção e armazenamento, segue as normas pré-estabelecidas. (Exemplo de
propriedade dos clientes: louças entregues para modificação do apartamento pelo
consumidor final).

Observação: Propriedade do cliente pode incluir propriedade intelectual (dados:


CPF, nome, endereço, ...)

Outro item que pede registro é o controle de equipamentos de Monitoramento


e Medição, que também precisa ser contemplado nos envios de pop-ups, pois a
necessitada de uma avaliação acerca da entrega de determinados equipamentos
deve ser feita de acordo com o andamento da obra e função exercida. O responsável
pelo equipamento deve seguir orientações de uso e prazos estabelecidos para novas
aferições. O Quadro 04 exemplifica como pode ser feito o controle de equipamentos.

Os laudos de calibração enviados pelos laboratórios especializados, constarão


no sistema juntamente com a identificação e dados de entrega de cada equipamento.
49

Quando constatar que o equipamento não está conforme com os requisitos.


Serão tomadas ações nos mesmos e em qualquer produto que possa ter sido afetado
perante a falha detectada.

Quadro 04 – Modelo de verificação de equipamentos


INTERVALO ÚLTIMA PRÓXIMA
STATU
EQUIPAMENT CÓDIG MARCA/MODEL CALIBRAÇÃ CALIBRAGE CALIBRAGE
S
O O O O M M
REG - a
17/12/2015 17/12/2017
RÉGUA NÍVEL 16 Inovar 24 meses vencer
REG - a
31/03/2016 31/03/2017
RÉGUA NÍVEL 17 Inovar 12 meses vencer
TRE - a
17/12/2015 17/12/2017
TRENA (8M) 97 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
17/12/2015 17/12/2017
TRENA (8M) 98 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 99 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 100 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 101 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 102 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 103 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 104 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 105 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
12/02/2016 12/02/2018
TRENA (8M) 106 Starrett 24 meses vencer
TRE - a
31/03/2016 31/03/2017
TRENA (30M) 107 Lufkin 12 meses vencer
Fonte: Construtora Satélite (2016)
50

Deve ser criado um Programa de Auditorias Internas, estabelecendo intervalos


programados, para verificar conformidades dos requisitos e eficácia da
implementação do SGQ. Os alertas de proximidade de auditoria também devem ser
estabelecidos, para que os setores possam se preparar para o processo.

Todos os processos definidos pelo SGQ devem passar por auditorias no


mínimo uma vez ao ano.

Para a Inspeção e monitoramento dos materiais e serviços de execução


controlados e da obra em si, é preciso que o programa apresente um banco de dados
que seja criteriosamente atualizado quanto às revisões normativas, disponibilizando
uma lista de materiais e serviços que deverão ser selecionados pelo usuário de acordo
com a necessidade da obra, atendendo os requisitos do Plano de Qualidade da Obra
(PQO). Após a seleção a empresa estabeleceria critérios de aceitação resultantes de
verificações, para que os campos de liberação possam ser devidamente preenchidos,
a fim de inspecionar materiais e serviços.

O controle de serviços e materiais de uma obra podem ser subdivididos


conforme a Tabela 01 abaixo.

Tabela 01 – Relação de materiais para solicitações e conferências (continua)


ITEM MATERIAL NBR UNIDADE SIMAC

1 ABRIGO PARA NBR12693: 2013 UN. NÃO


EXTINTOR

2 ABRIGO PARA NBR 13714: 2000 UN. NÃO


HIDRANTE

3 ACIONADOR MANUAL NBR 17240:2010 UN. NÃO


(BOTOEIRA)
ENDEREÇÁVEL DE
ALARME DE INCÊNDIO

4 AÇO INOX POLIDO NBR 9050:2004 PÇ NÃO


TUBULAR Versão
Corrigida:2005
51

Tabela 01 – Relação de materiais para solicitações e conferências (final)


5 AZULEJO- Classificação NBR 13817:1997 CX NÃO

6 BANCADA EM PEDRA NBR 15844:2010 PÇ NÃO


(GRANITO) - Requisitos
para granitos

7 BANCADA EM PEDRA NBR 15012:2013 PÇ NÃO


(GRANITO) -
Terminologia

8 EMULSÃO ASFÁLTICA NBR 9685/2005 LATA NÃO

9 ESQUADRIA DE NBR 10821-2:2011 UN. SIM


ALUMÍNIO E AÇO

10 FIO DE COBRE NBR5111: 1997 m NÃO

11 GESSO NBR 13207:1994 SACO NÃO

12 GRANITO NBR 15844:2010 PÇ NÃO

13 JANELA DE ALUMÍNIO NBR 10821-2:2011 UN. NÃO

14 METAIS SANITÁRIOS - NBR: NBR UN. NÃO


Torneira de boia 14534/2015

15 PASTILHAS NBR 13755:1996 CX NÃO

Fonte: Adaptado de Evaristo (2015)

Quanto aos materiais, devem existir padrões definidos de inspeção seguindo


as normas reguladoras e atendendo os requisitos determinados por elas, incluindo
processo de estocagem. Neste item, pode haver um controle mais abrangente,
permitindo que outras pessoas que estejam envolvidas no processo de qualidade,
52

além do responsável direto, auxiliem no andamento correto de armazenamento e


organização da obra: caso um funcionário que esteja passando por um local de
armazenamento verifique uma falha em estocagem de placas de gesso – altura limite
da pilha excedida - o mesmo poderia enviar um alerta pela aba materiais de
estocagem incorreta, esse alerta chegaria ao destino correto: almoxarifado. (Esta
associação deve ocorrer na distribuição de pop-ups, que o próprio sistema
determinará a partir das funções e competências estabelecidas). Da mesma forma,
pode ocorrer o controle para gerenciamento de resíduos da construção civil,
verificando as corretas destinações e armazenamentos, bem como os
reaproveitamentos em obras.

Em relação aos serviços, quando determinados os procedimentos de


execução, definem-se parâmetros para verificação dos mesmos que devem ser
devidamente preenchidos e as não conformidades identificadas. O sistema jogaria
diretamente com a elaboração dos gráficos e aberturas de registros de não
conformidades, tanto para tratamento das deficiências, quanto para elaboração de
indicadores da qualidade, que demonstram os principais problemas, como por
exemplo um Diagrama de Pareto (Anexos 01 e 02).

Este diagrama buscaria as informações de todas as não conformidades


detectadas no Sistema, logo faria uma releitura de todos os déficits, apontando os
pontos que precisam ser melhorados e requerem prioridade quanto as ações
corretivas e preventivas.

No ato da identificação das não conformidades, é necessário estudar o tempo


utilizado para tratar o problema, o mesmo pode ser identificado a partir da criação de
uma planilha que registre a entrada e a saída da equipe ou funcionário no local. A
mesma alimentaria um outro indicador importante, que registra o retrabalho.

É necessário estabelecer também, procedimentos documentados para


inspeções das características finais da obra antes da entrega (check list final) a fim de
verificar o atendimento às necessidades do cliente. Este check list deve apontar falhas
que podem ocorrer após o preenchimento da FVS, podem ocorrer por exemplo
problemas relativos a instalações e ou serviços realizados após a finalização de
outros. Um exemplo facilmente percebido ocorreu em análise de revestimentos, como
porcelanatos e cerâmicas que sofreram alguma degradação durante entrada de
53

funcionários para realização de outros procedimentos necessários, ou mesmo uma


falha decorrente de instalação elétrica na alvenaria já acabada (apêndice A e apêndice
C, respectivamente). Outro exemplo que se destaca são as melhorias que aparecem
na fase final, calafeto não previstos (apêndice B e G), tonalidades de peças que após
a instalação apresentaram diferenças de tonalidades (apêndice E e F) e correções /
reparos que eventualmente surjam (apêndice D). Dessa forma, o procedimento deve
ser realizado dentro de um subitem relativo as verificações de serviços, porém,
diferenciadas por se tratarem do produto final.

Após a identificação de materiais e de serviços de execução controlado e obra


não conformes, devem ser devidamente identificados e tratados os problemas
encontrados. Devem ser mantidos registros sobre a natureza das não conformidades
e qualquer ação subsequente de tomada, incluindo concessões obtidas.

O sistema geraria a partir de cada não conformidade uma folha de ocorrência


com espaços reservados para preenchimento das ações tomadas.

Devem ser dispostas duas ações para este fim:

 Ação corretiva (deverão ser tomadas com o intuito de eliminas as causas de


não conformidades, de forma a evitar novas ocorrências);
 Ação preventiva (devem ser definidas para eliminar a causa de não
conformidades potenciais, evitando a ocorrência das mesmas).

Ambas podem vir na própria folha de ocorrência ou registro de não


conformidades.

O sistema integraria as informações, gerando quadros e tabelas mensais,


vistos como indicadores da qualidade.
54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo aprofundado a respeito dos registros e exigências dos Sistemas de


Gestão da Qualidade para atendimento ao Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade do Habitat, permitiram avaliar a necessidades de técnicas mais práticas
e modernas para evidenciar as conformidades com os requisitos e operação eficaz do
SGQ. Um sistema integrado digital auxiliaria diretamente na agilidade da constatação
de não conformidades bem como para a correção das mesmas, prontamente
identificáveis, recuperáveis e legíveis, conforme exigido pela norma. Outra vantagem
seria uma padronização dos registros a respeito das conformidades.

Associar o sucesso de uma empresa à uma Gestão de Qualidade bem dirigida,


é uma realidade cada vez mais presente. Sendo assim, a dificuldade que ainda é
encontrada devido as características marcantes das obras não devem influenciar no
sucesso das certificações e controles de qualidade.

O desenvolvimento de um software que englobasse as ideias desenvolvidas


neste estudo, bem como outras práticas identificadas como falhas específicas de um
empreendimento da construção civil voltado ao PBQP-H, será um passo desejável
para estudos futuros.

A implantação de um sistema integrado digital, poderá alcançar patamares


ainda desconhecidos e principalmente, possibilitar grande progresso em um dos
setores mais discutidos na atualidade; a qualidade.

Este trabalho visou dimensionar e demonstrar a importância dos sistemas de


gestão de qualidade em obras bem como o aperfeiçoamento desses sistemas com
um programa digital.
55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sistema de gestão da qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro, 2008.

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vocabulário. Rio de Janeiro, 2005.

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orientações para uso. Rio de Janeiro, 2004.

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Out., 2016.

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Disponível em: < http://abnt.org.br/paginampe/noticias/217-abnt-nbr-iso-9001-2015-
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Disponível em: < http://academiaplatonica.com.br/2011/gestao/iso-90012008-0-2-
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56

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http://certifiq.inmetro.gov.br/Grafico/HistoricoCertificadosConcedidos>. Acesso em
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do habitat – PBQP-H. Disponível em: <http://pbqp-h.cidades.gov.br/>. Acesso em
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do habitat – PBQP-H – Sistema de avaliação da conformidade de serviços e
obras - SiAC. Disponível em: < http://pbqp-h.cidades.gov.br/projetos_siac.php>.
Acesso em 07, Out., 2016.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Programa brasileiro da qualidade e produtividade


do habitat – PBQP-H – Perguntas frequentes. Disponível em: < http://pbqp-
h.cidades.gov.br/faq.php>. Acesso em 07, Out., 2016.

QUALIDADE ONLINE`S BLOG. Ações corretivas e preventivas mais eficazes.


Disponível em: < https://qualidadeonline.wordpress.com/2010/08/02/acoes-
corretivas-e-preventivas-mais-eficazes/> . Acesso em 08, Out, 2016.

TEMPLUM CONSULTORIA ONLINE. PBQP-H Qualidade habitacional. Disponível


em: <http://www.templum.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Cartilha_PBQP-
H2.pdf>. Acesso em 08, Out., 2016.

SINDUSCON-MG – SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE


MINAS GERAIS. Apostila curso formação de auditor interno da qualidade ISO
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PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2010


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FRAGA, S. V. A QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA BREVE REVISÃO


BIBLIOGRÁFICA DO TEMA E A IMPLEMENTAÇÃO DA ISO 9001 EM
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MELICHAR, Lucas. O CONTROLE DA QUALIDADE COMO FERRAMENTA DE


GESTÃO PARA A MELHORIA DA PERFORMANCE NAS DIVERSAS ETAPAS
CONSTRUTIVAS. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013, Rio de Janeiro.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Tc042 – Construção Civil IV – Aula 7.


Disponível em: < http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/c/c0/Aula_7_-
_Curva_ABC.pdf>. Acesso em 14, Out., 2016.
58

GLOSSÁRIO

Fck – Resistência característica à compressão do concreto

POP-UP – Janela que apresenta informações de destaque


59

APÊNDICES

APÊNDICE A –
Foto 02 – Não conformidade check-list final – Porcelanato trincado

Fonte: Autores (2016)


60

APÊNDICE B –
Foto 03 – Não conformidade check-list final – Acabamento mal executado no
metalon

Fonte: Autores (2016)


61

APÊNDICE C –
Foto 04 – Não conformidade check-list final – Acabamento elétrico danificado

Fonte: Autores (2016)


62

APÊNDICE D –
Foto 05 – Não conformidade check-list final – Coluna de tanque danificada

Fonte: Autores (2016)


63

APÊNDICE E –
Foto 06 – Não conformidade check-list final – Esquadrias com tonalidades diferentes

Fonte: Autores (2016)


64

APÊNDICE F –
Foto 07 – Não conformidade check-list final – Diferença de tonalidade da porta em
relação ao alizar e rodapé

Fonte: Autores (2016)


65

APÊNDICE G –
Foto 08 – Não conformidade check-list final – Encontro de alizares não calafetado

Fonte: Autores (2016)


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ANEXOS

ANEXO A –
Tabela 02 – Tabela para execução do diagrama de Pareto com classificação em três
níveis

Fonte: Universidade Federal do Paraná – Departamento de construção civil


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ANEXO B –
Diagrama 01 – Diagrama de Pareto da tabela do anexo 01

Fonte: Universidade Federal do Paraná – Departamento de construção civil

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