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MOVIMENTOS SOCIAIS E JUVENTUDE

Pibidianos ou Residentes (Eduardo Silva e Paulo Gabriel)


Eduardo Silva Pereira Duarte, CFCH
Paulo Gabriel Henrique da Silva Santos, CFCH
Supervisor/Preceptor
Erinaldo Ferreira Carmo, Colégio de Aplicação- UFPE
Maria Aparecida Malta de Souza, EREM Olinto Victor
Coordenador de área/Docente orientador
Rosane Maria Alencar e Sérgio Neves Dantas, CFCH

INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende analisar as diferentes formas que as discussões e construções


identitárias relacionadas aos movimentos sociais têm se explicitado a partir dos
comportamentos, reivindicações e não reivindicações dos jovens que fazem parte do
ensino médio do Colégio de Aplicação- CAP e do EREM Estadual Olinto Victor. É
notório que, embora inseridos em contextos educacionais diferentes no que se refere, por
exemplo, ao capital cultural desses alunos, estes circunscrevem-se em estruturas que
perpassam relações de classe, raça, gênero, lutas políticas, processos econômicos,
desigualdades, etc. Sendo assim, mostrar a influência que os movimentos sociais exercem
no cotidiano desses respectivos alunos torna-se objeto de análise tanto quanto o
protagonismo juvenil e identitarismo, que vem ganhando espaço desde o final da década
de 90 (MAGALHÃES,2006). Logo, pensar o papel do protagonismo juvenil e seu
impacto envolvendo os movimentos sociais e sua disseminação através desses discursos
presentes dentro de sala de aula é o nosso objetivo de análise.

METODOLOGIA
A análise consiste na observação dentro das respectivas escolas-campo, da socialização
dos diários de campo dos Pibidianos e entrevistas feitas. Logo, toda nossa metodologia
foi um aglomerado de várias observações através de diversos meios.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Colégio de Aplicação - UFPE :


No que concerne às observações elaboradas na escola escola-campo presente, é notório
que, tanto pela faixa etária desses indivíduos quanto pelo local em que a escola se insere,
os discursos que corporificam os movimentos sociais e as construções identitárias se
fazem presentes no cotidiano desses alunos. No entanto, observa-se também que, em
consonância com a introdução dessas pautas no cotidiano desses indivíduos, há também
uma falta de mobilização no que diz respeito à constituição de grupos verdadeiramente
embasados e comprometidos com causas ou pautas sociais, sendo em grande parte
reivindicações esporádicas por parte destes. Tal problemática serve para a reflexão da
individualização na modernidade, o papel dos jovens na constituição de uma sociedade
democrática e novas construções de identidades no ambiente escolar.
O que se torna interessante pensar a questão dos movimentos sociais no colégio de
aplicação, e posteriormente, em comparação aos alunos do Olinto Victor, é justamente o
contexto em que esse indivíduos estão inseridos, compreendendo, assim, a dialética entre
estrutura e indivíduo. O Colégio de Aplicação comporta uma cultura onde os indivíduos
são constantemente instigados a discussões e análises aguçadas sobre os problemas que
os cercam, assim, a estrutura escolar possibilita aos alunos o debate aberto sobre muitas
problemáticas, ao passo que esses indivíduos também contribuem para a manutenção ou
mudança dessa cultura escolar.
É perceptível a partir dos posicionamentos desses indivíduos o quão influente são os
discursos dos movimentos sociais, problemas como comunidade indígena e suas relações
com a política brasileira, feminismo, socialismo, capitalismo, movimento negro, cultura
e contracultura, pautas LGBTQ+, democracia, etc, são constantemente levantados em sala
de aula. É importante ressaltar que, questões como essas não foram criadas e nem se
limitam aos movimentos sociais em si, evitando assim um possível reducionismo.
Vandenberghe observa que as “Populações juvenis estão, em linhas gerais, mais críticas
e mais politizadas em relação aos seus pais. Deixam-se observar sensíveis aos debates
morais e, nesta direção, recusam-se a aceitar o inaceitável...”(VANDENBERGHE, 2014,
pg 308). Outros fatores são inteiramente importantes nas análises do colégio de aplicação
como a política de cotas que comportam 50% das vagas para alunos de escolas públicas
e interesses no que diz respeito às políticas educacionais do atual governo e seus impactos
ideológicos e práticos na vida desses indivíduos.

Erem Olinto Victor:


As observações feitas referente ao Olinto Victor carregam várias nuances a serem
abordadas em relação à pautas sociais e questão identitária, inclusive interligando à
BNCC no tocante que: “a educação deve afirmar valores e estimular ações que
contribuam para a transformação da sociedade” (BRASIL,2017). Por serem jovens e
morarem no mesmo bairro da instituição, muitos deles, trazem questões da sua
comunidade à sala de aula, levantando questões sobre como e por que a realidade social
vivida carece de um cuidado público. Os relatos sobre violência policial, agressão contra
mulher, roubo, homicídio, entre outros assuntos sociais são presentes em suas falas
notando um certo “blasé” (SIMMEL,1979) em suas respectivas colocações sobre seus
cotidianos. Viver à margem da sociedade e da falta de estrutura do Estado, para eles, virou
uma coisa rotineira. Sendo assim seus discursos dentro de sala de aula, elencado com suas
realidades, são falas de questionamentos sobre a realidade social. Saindo do campo
individual e subjetivo da história dos alunos e passando mais para o coletivo, houve
grandes mudanças no EREM Olinto Victor graças às mobilizações dos alunos referentes
a melhorias na instituição. Depois da queda do teto da instituição em 2017, as
mobilizações para melhorias no prédio em infraestrutura garantiram a eles salas melhores
e climatizadas, e uma promessa de uma reforma na quadra da instituição. Para além de
conseguir melhorias na infraestrutura, movimentos de revolta contra a falta de merenda
na instituição, reclamações sobre a qualidade da merenda fornecida são notórios. Eles
conseguiram implementar salas temáticas: cada sala da instituição é referente a uma
matéria, sendo assim, os alunos que se deslocam às salas da aula seguinte.
Logo, visualizar pequenas organizações de reivindicações e o protagonismo nesses
jovens, por mais que suas realidades sejam díspares entre si, cria um tipo de solidariedade
entre eles. O fragmento de análise a seguir foi retirado do diário de campo para mostrar o
quanto eles deixam expresso um interesse a pautas ligadas aos movimentos sociais,
principalmente o feminista e o LGBTQ+ e, indiretamente, a um movimento estudantil:
“os meninos são bastante interessados em assuntos ligados à movimentos sociais, causas
sociais, com grande ênfase no movimento feminista e, pelo que pude observar, no
movimento LGBTQ+ [...]”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões sobre como esses indivíduos se posicionam e se comportam frente a tais
pautas torna-se um importante material sobre ressignificações - por parte desses
indivíduos- dos discursos teóricos e das práticas presentes nos movimentos. É importante
ressaltar que o contexto em que esses indivíduos estão inseridos além de sua importância,
compreende processos do aumento da tecnologia, processos políticos e a modernização
em diversos fatores. Sendo assim, os novos movimentos sociais e a construção de novas
identidades são importantes na medida em que toca a articulação entre teoria e prática na
qual a sociologia procura interpretar, ou seja, as concepções que engajam esses agentes e
suas práticas na realidade social.

REFERÊNCIAS:
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília,
MEC/CONSED/UNDIME, 2017.
SIMMEL, G. A Metrópole e a Vida Mental. In: O fenômeno urbano. VELHO, O. G.
(Org.). 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
SOUZA, Regina Magalhães de. Protagonismo Juvenil. São Paulo, 2006
VANDENBERGHE, Frédéric. -Globalização e individualização na modernidade tardia
uma introdução teórica à sociologia da juventude-. Mediações, Londrina, v.19, n.1, p.265-
316, jan/jun, 2014

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