EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO.

Processo: 0000279-25.2018.5.17.0141

IRACEMA MARIA GAROZZE AZEVEDO, devidamente qualificado

nos autos do processo em epígrafe, por seus advogados, vem
por meio da presente interpor

RECURSO DE REVISTA

para requerer a reforma do r. acordão (id. 184b5f3),

proferido nestes autos, pelas razões que seguem anexas.

Nesses termos, oferecidas as razões em anexo, requer

seja recebido o recurso e, uma vez processado na forma da
lei, com a devida intimação da parte contrária para
contrarrazões, determine Vossa Excelência a remessa dos
autos à Colenda Instância Superior, para os fins de
direito.

Nestes termos.
Pede deferimento.

Vitória (ES), 18 de Dezembro de 2018.

Odílio Gonçalves Dias Neto

OAB/ES 19.519
Poliana Firme de Oliveira
OAB/ES 16.886

Caio Darós Gomes

Acadêmico de Direito
 RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA

RECORRENTE: IRACEMA MARIA GAROZZE AZEVEDO

RECORRIDO: GLOBO PRETAÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA - LTDA

Origem: VARA DO TRABALHO DE COLATINA - ES

Colendo Tribunal,
Excelentíssimos Ministros julgadores,

1. Excelentíssimos Senhores Doutores Ministros do

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, o respeitável
Acórdão proferido pelo Egrégio TRT da 17ª Região merece
reforma quanto aos apelos abaixo descrito, conforme
fundamentação que passa a expor:

I- PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

2. Em conformidade com a Instrução Normativa nº 23 do

TST, o Recorrente informa que foram atendidos todos os
pressupostos extrínsecos do presente recurso.

I.1- REGULAR REPRESENTAÇÃO

3. A recorrente encontra-se assistida por seus

advogados, constituídos nos termos do instrumento
particular de outorga, que a este subscrevem, o que
comprova a regularidade da representação.
I.2- CUSTAS PROCESSUAIS

4. Tendo em vista que a recorrente é beneficiária da

gratuidade de justiça, o preparo recursal está satisfeito,
tendo em vista a desnecessidade do depósito recursal e a
isenção de custas.

I.3- TEMPESTIVIDADE

5. Também é tempestivo, pois a publicação do acordão ora

recorrido se deu no dia 06/12/2018 (quinta-feira),
exaurindo-se o prazo para interposição do presente Recurso
de Revista em 18/12/2018 (terça-feira).

II- PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

II.1- PREQUESTIONAMENTO

6. A Recorrente informa que foram prequestionadas as

matérias, uma vez que foram objeto de discussão judicial,
contudo, o v. Acórdão regional lhe negou provimento.

7. Vejamos o que assevera a Súmula 297, C. TST, in

verbis:

Nº 297. Prequestionamento. Oportunidade.

Configuração.

I. Diz-se prequestionada a matéria ou

questão quando na decisão impugnada haja
sido adotada, explicitamente, tese a
respeito.
 II. Incumbe à parte interessada, desde que
a matéria haja sido invocada no recurso
principal, opor embargos declaratórios
objetivando o pronunciamento sobre o tema,
sob pena de preclusão.

III. Considera-se prequestionada a questão

jurídica invocada no recurso principal
sobre a qual se omite o Tribunal de
pronunciar tese, não obstante opostos
embargos de declaração. (Redação
determinada na Resolução TST/TP nº 121, DJU
21.11.2003).

8. Logo, tem-se como prequestionada a matéria de acordo

com a Súmula 297, I, TST.

II.2- TRANSCENDÊNCIA DA MATÉRIA - ART. 896-A, §1º DA CLT

9. Atendendo ao disposto no § 1º do artigo 896-A da CLT

indica o recorrente que a transcendência no presente caso
deriva da aplicação do inciso I, pois a matéria tratada nos
presentes autos reveste-se de característica importante do
ponto de vista jurídico e social, dado a fundada
divergência quanto ao entendimento da matéria tratada,
sendo:
“Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho,
no recurso de revista, examinará previamente
se a causa oferece transcendência com relação
aos reflexos gerais de natureza econômica,
política, social ou jurídica.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.226, de
4.9.2001)

§ 1o São indicadores de transcendência, entre

outros:(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - econômica, o elevado valor da causa;
II - política, o desrespeito da instância
recorrida à jurisprudência sumulada do
Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo
Tribunal Federal;
 III - social, a postulação, por reclamante-
recorrente, de direito social
constitucionalmente assegurado;
IV - jurídica, a existência de questão nova
em torno da interpretação da legislação
trabalhista.”

10. A CLT, com a redação dada pela lei 13.467/2017,

explicitou os elementos que caracterizam a transcendência
no supramencionado artigo. Trata-se de rol exemplificativo,
como podemos extrair da literalidade do § 1º demonstrando
que “são indicadores de transcendência, entre outros”, os
elencados nos incisos seguintes.

11. Assim, evidente a intenção do legislador que outros

fundamentos de relevância, ainda que não descritos no rol
do artigo, preenche o requisito da transcendência. No caso
em tela, o não reconhecimento da responsabilidade
subsidiaria, diante de evidente culpa do contratante para
com o inadimplemento das verbas trabalhistas, é de suma
relevância para que se faça valer os entendimentos deste
Egrégio Tribunal nos ditames da justiça.

12. Assim, presentes indicadores da transcendência da

matéria, impõe-se o seguimento do presente recurso de
revista.

III- MÉRITO

13. Foi pleiteado na exordial, o pagamento do adicional

de insalubridade, assistência judiciaria gratuita e
honorários advocatícios.
14. O juízo de piso extinguiu o processo com resolução do
mérito em sentença de (id. d0647bd), argumentando que houve
prescrição quanto ao pedido autoral, vejamos:

15. Além disso, concedeu o beneficio da assistência

judiciaria gratuita a autora, sendo, ainda assim, condenada
ao pagamento de honorários sucumbenciais:
16. Em recurso ordinário, a Reclamante reiterou os
argumentos expostos na exordial, além de refutar o
reconhecimento absurdo de prescrição feito pela reclamada.
Sem razão.

17. O juízo de piso não observou a existência de ação

anterior idêntica ajuizada pela reclamante (Processo n.º
0001821-49.2016.5.17.0141).

18. Assim, interrompendo o prazo prescricional, uma vez

que a reclamante foi demitida no dia 15/10/2015 e ingressou
com esta ação no dia 25/08/2016, ou seja, dentro do prazo
legal.
19. Ocorre que, o R. Acórdão, manteve a Sentença de piso,
nos seguintes termos:

20. Além disso, manteve a condenação da autora em

honorários sucumbenciais:
21. Diante de evidente incongruência do julgado com a
norma jurídica justa, expõe a reclamante suas razões.

IV- INOBSERVANCIA DE NORMA CONSTITUCIONAL

22. O Tribunal julgou em desconformidade com a norma

constitucional quando reconheceu a prescrição dos direitos
do autor ao não observar a existência de ação idêntica
anteriormente arquivada.

23. O arquivamento da ação de nº 0001821-49.2016.5.17.0141

motivou a autora à propositura de nova ação (juízo
prevento), pleiteando os mesmos direitos, no ano de 2018,
tendo o prazo prescricional se interrompido no ano de 2016
(propositura da primeira ação):

24. Assim, não observou o disposto no artigo 114 da

Constituição Federal:

Art. 114 da Constituição Federal:

Compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004).

I - as ações oriundas da relação de

trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
 (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004).

II - as ações que envolvam exercício do

direito de greve; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004).

III - as ações sobre representação

sindical, entre sindicatos, entre
sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

25. Além disso, não observou o prazo prescricional que se

refere o artigo 7º da Constituição Federal, em seu inciso
XXIX:

Art. 7º da CF - São direitos dos

trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição
social:

XXIX - ação, quanto aos créditos

resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000).

26. Quanto à condenação da autora ao pagamento de

honorários sucumbenciais, o R. Acórdão, manteve o conteúdo
decisório sem analisar o conteúdo do artigo 5º, inciso
LXXIV da Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
 segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

LXXIV - o Estado prestará assistência

jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;

27. Incorre o Acórdão, em evidente inconstitucionalidade,

uma vez que negou a beneficiaria da assistência gratuita
seu direito à isonomia, em que deve-se tratar os desiguais
nas medidas de suas desigualdade:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do

Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

28. A exigência de compensação, desconto ou dedução do

crédito trabalhista para custear os honorários
sucumbenciais caracteriza manifesta violação ao princípio
da isonomia (CF, art. 5º, caput).

Conforme 19º CONAMAT – Congresso Nacional

dos Magistrados da Justiça do Trabalho:

"(...) O CPC, no art. 98, § 3º, ao dispor

sobre honorários sucumbenciais devidos pelo
beneficiário da justiça gratuita, adota
tratamento bem distinto do conferido pela
Lei nº 13.467/2017, não cogitando das
hipóteses de compensação, desconto ou
dedução. O processo comum prevê apenas que
“vencido o beneficiário, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob
 condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos 5
(cinco) anos subsequentes ao trânsito em
julgado da decisão que as certificou, o
credor demonstrar que deixou de existir a
situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais
obrigações do beneficiário”. O paradigma do
processo comum implica maior tutela
jurídica ao beneficiário da justiça
gratuita do que a solução prevista no § 3º
do art. 791-A da CLT, configurando uma
situação paradoxal. O CPC proporciona
solução mais adequada à garantia da
assistência judiciária do que a CLT, que
pressupõe a superação, por meio da criação
de desigualdades jurídicas, da assimetria
econômica existente entre os sujeitos da
relação de emprego. A literalidade da regra
celetista desconsidera a diversidade
econômica dos sujeitos do processo, uma
característica específica da relação
jurídica trabalhista, instrumentalizada
pelo processo do trabalho, incorrendo em
violação ao princípio da isonomia (CF, art.
5º, caput). Defende-se a tese de que, por
violação às garantias da assistência
judiciária integral e gratuita (CF, art.
5º, LXXIV), do acesso à justiça (CF, art.
5º, XXXV) e da igualdade (CF, art. 5º,
caput), é inconstitucional o § 4º do art.
791-A da CLT, na parte em que prevê a
possibilidade de compensação, desconto ou
dedução dos honorários advocatícios
sucumbenciais do crédito obtido pelo
trabalhador em juízo."

29. Logo, o desconto de qualquer valor de crédito

alimentar, conforme deferido nos autos, é inconstitucional:
 EMENTA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
SUCUMBENCIAIS. TRABALHADOR BENEFICIÁRIO DA
JUSTIÇA GRATUITA. COMPENSAÇÃO, DESCONTO OU
DEDUÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE. Por
violação às garantias da assistência
judiciária integral e gratuita (CF, art.
5º, LXXIV), do acesso à justiça (CF, art.
5º, XXXV) e da isonomia (CF, art. 5º,
caput), é inconstitucional o § 4º do art.
791-A da CLT, na parte em que prevê a
possibilidade de compensação, desconto ou
dedução dos honorários advocatícios
sucumbenciais do crédito obtido pelo
trabalhador em juízo. (ANAMATRA –
Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho. 19º CONAMAT –
Congresso Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho).

V- INOBSERVÂNCIA DAS SÚMULAS DO C.TST

30. Foi inobservado em julgamento de segunda instancia, o

disposto na sumula 268 do C.TST:

Súmula 268/TST - 01/03/1988. Prescrição.

Interrupção. Demanda trabalhista arquivada.
Ação arquivada. CCB/1916, art.
172. CPC/1973, art. 219, § 1º. CLT, art.
11 e CLT, art. 841. CF/88, art. 7º, XXIX.

A ação trabalhista, ainda que arquivada,

interrompe a prescrição somente em relação
aos pedidos idênticos.

31. O Egrégio Tribunal da 17ª Regiao, assim julgou:

32. Ocorre que, como deveria ter sido observado desde o
inicio, a reclamante ajuizou ação no dia 25/08/2016,
interrompendo assim, a prescrição, em razão do seu
arquivamento (Processo n.º 0001821-49.2016.5.17.0141).

33. O texto é bem claro ao reafirmar a interrupção do

prazo prescricional diante o arquivamento da ação:

SUMULA 268 DO E.TST –

A ação trabalhista, ainda que arquivada,

interrompe a prescrição somente em relação
aos pedidos idênticos.

34. Ocorre que julgou-se de modo distinto ao consolidado

pela Súmula:
35. Entende-se do conteúdo sumulado, correlacionando-o com
a realidade social, entendimento jurisprudencial e por toda
argumentação fático-jurídica supra que a prescrição se
interrompe a partir do momento que existe, anteriormente à
esta, propositura de ação idêntica, vide julgado pelo
próprio TRT/17:

RECURSO DA RECLAMANTE. PRESCRIÇÃO TOTAL.

INTERRUPÇÃO DO PRAZO PELO AJUIZAMENTO DE
AÇÃO ANTERIOR. Nos termos da Súmula n° 268
do TST, a ação trabalhista, ainda que
arquivada, interrompe a prescrição somente
em relação aos pedidos idênticos. Não
havendo identidade de pedidos entre a
presente ação e a ação ajuizada
anteriormente, deve ser mantida a r.
sentença que pronunciou a prescrição total
da pretensão autoral. (TRT 17ª R.,
RO 0000290-77.2018.5.17.0004, Divisão da 3ª
Turma, Rel. Desembargadora Daniele Corrêa
Santa Catarina, DEJT 18/12/2018).

36. No que se refere à condenação da reclamante ao

pagamento de honorários sucumbenciais, o juízo recursal
deixou de julgar conforme disposto nas Sumulas 219 e 319 do
C.TST:

Súmula 219/TST - 19/09/1985. Honorários

advocatícios. Hipótese de cabimento na
Justiça do Trabalho. Ação rescisória.
Cabimento. Lei 1.060/1950, art. 11. Lei
5.584/1970, art. 14 e Lei 5.584/1970, art.
16. CPC/1973, art. 20 e CPC/1973, art.
485. Lei 8.906/1994, art. 23 (EAOAB). CLT,
art. 836 (alterada a redação do item I e
acrescidos os itens IV a VI na sessão do
Tribunal Pleno realizada em 15/03/2016).

I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao

pagamento de honorários advocatícios não
decorre pura e simplesmente da sucumbência,
devendo a parte, concomitantemente: a)
estar assistida por sindicato da categoria
profissional; b) comprovar a percepção de
salário inferior ao dobro do salário mínimo
ou encontrar-se em situação econômica que
não lhe permita demandar sem prejuízo do
próprio sustento ou da respectiva família
(Lei 5.584/1970, art. 14, § 1º). (ex-OJ 305
da SBDI-I).

37. Assim julgou o E. TRT:

38. Diante de tamanha inobservância à norma jurídica

justa, evidente esta a necessidade de reexame do julgado e,

consequentemente, reforma do mesmo, uma vez que não

observou em seu julgamento o disposto nas Sumulas 219, 268

e 329 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

VI- DIVERGÊNCIA DE INTERPRETAÇÃO JURISPRUDÊNCIAL DE OUTROS

TRIBUNAIS REGIONAIS

39. Destaca o Recorrente que NÃO É O OBJETIVO DESTE

RECURSO DE REVISTA VERSAR SOBRE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA,
O QUE ENCONTRARIA ÓBICE NA SÚMULA 126, COLENDO TRIBUNAL
SUPERIOR DO TRABALHO. Com efeito, assim vem decidindo os
nossos Tribunais:

RECURSO DA RECLAMANTE. PRESCRIÇÃO TOTAL.

INTERRUPÇÃO DO PRAZO PELO AJUIZAMENTO DE
AÇÃO ANTERIOR. Nos termos da Súmula n° 268
do TST, a ação trabalhista, ainda que
arquivada, interrompe a prescrição somente
em relação aos pedidos idênticos. Não
havendo identidade de pedidos entre a
presente ação e a ação ajuizada
anteriormente, deve ser mantida a r.
sentença que pronunciou a prescrição total
da pretensão autoral. (TRT 17ª R.,
RO 0000290-77.2018.5.17.0004, Divisão da 3ª
Turma, Rel. Desembargadora Daniele Corrêa
Santa Catarina, DEJT 18/12/2018 ).

EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA.

PRESCRIÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. TEORIA DA
ACTIO NATA. Se a fase de liquidação e
execução da sentença coletiva inicialmente
 se instaura nos mesmos autos por iniciativa
da entidade de classe, a pretensão
executória do substituído somente nasce com
a rejeição da execução coletiva e
determinação de que a execução se proceda
por meio de ações individuais pelos
substituídos e publicação do respectivo
edital, momento em que o prazo
prescricional tem início. (Agravo provido).
(TRT 17ª R., AP 0001379-
42.2017.5.17.0014, Divisão da 3ª
Turma, Rel. Desembargadora Sônia das Dores
Dionísio Mendes, DEJT 17/12/2018 ).

40. O Acórdão julgou diferentemente do que restou

consolidado o entendimento de que a prescrição se
interrompe com o arquivamento de ação anteriormente
proposta:

41. O R. Acórdão optou, equivocadamente, observar o

disposto na sumula 268 do TST:
42. Ocorre que este não reflete o entendimento
majoritário de outros Tribunais:

RECURSO DE REVISTA. PROCEDIMENTO

SUMARÍSSIMO. AÇÃO ANTERIORMENTE AJUIZADA.
INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. REINÍCIO DA
CONTAGEM DO BIÊNIO PRESCRICIONAL. A Súmula
268/TST, ao dispor que ação anteriormente
ajuizada interrompe a prescrição em
relação a pedidos idênticos, adotou o
entendimento positivado pelo artigos 173
do Código Civil de 1916 e 202, parágrafo
único, do Código atual, segundo os quais-a
prescrição interrompida recomeça a correr
da data do último ato do processo para a
interromper-. Com efeito, entendimento
contrário levaria a parte a ser penalizada
pela demora do Poder Judiciário em
solucionar a lide primeiro ajuizada,
demora essa, por sua vez, que pode ser
provocada até mesmo por atos
procrastinatórios da parteex adversa.
Logo, ajuizada a presente reclamação menos
de dois anos depois de encerrado o
processo que interrompera a prescrição,
não merece prosperar o v. acórdão do e.
TRT da 15ª Região que extinguira o feito
com resolução de mérito, nos termos do
artigo 269, IV, do CPC. Finalmente,
tratando-se o mérito da ação dequestão
eminentemente jurídica, faz-se mister, em
nome dos princípios da economia e da
celeridade processuais, julgá-lo de
imediato, deferindo ao autor as diferenças
postuladas, uma vez que relativas à
 correção da multa de 40% sobre os
depósitos do FGTS com os índices dos
chamados expurgos inflacionários. Recurso
de revista conhecido e provido.

(TST - RR: 1035003120055150013 103500-

31.2005.5.15.0013, Relator: Horácio
Raymundo de Senna Pires, Data de
Julgamento: 16/04/2008, 6ª Turma,, Data de
Publicação: DJ 18/04/2008.).

EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA.

PRESCRIÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. TEORIA DA
ACTIO NATA. Se a fase de liquidação e
execução da sentença coletiva inicialmente
se instaura nos mesmos autos por iniciativa
da entidade de classe, a pretensão
executória do substituído somente nasce com
a rejeição da execução coletiva e
determinação de que a execução se proceda
por meio de ações individuais pelos
substituídos e publicação do respectivo
edital, momento em que o prazo
prescricional tem início. (Agravo provido).
(TRT 17ª R., AP 0001379-
42.2017.5.17.0014, Divisão da 3ª
Turma, Rel. Desembargadora Sônia das Dores
Dionísio Mendes, DEJT 17/12/2018 ).

43. O acórdão julgou, em desconformidade com o

entendimento majoritário de nossos Tribunais Superiores:

44. Julgou ainda, os honorários sucumbenciais à

beneficiaria da assistência judiciaria gratuita:
45. Assim, observam-se os julgados:

EMENTA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.

TRABALHADOR BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA.
COMPENSAÇÃO, DESCONTO OU DEDUÇÃO.
INCONSTITUCIONALIDADE. Por violação às
garantias da assistência judiciária integral e
gratuita (CF, art. 5º, LXXIV), do acesso à
justiça (CF, art. 5º, XXXV) e da isonomia (CF,
art. 5º, caput), é inconstitucional o § 4º do
art. 791-A da CLT, na parte em que prevê a
possibilidade de compensação, desconto ou
dedução dos honorários advocatícios
sucumbenciais do crédito obtido pelo
trabalhador em juízo. (ANAMATRA – Associação
Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho. 19º CONAMAT – Congresso Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho).

46. Logo, optou o R. Acórdão, por julgar a matéria em

questão de modo totalmente diverso com o já consolidado por
outros regionais, além do C. TST.

47. Imperiosa a necessidade da revista do acordão

recorrido, porquanto não se tratar de reexame do contexto
probatório e sim de correta aplicação do texto contido nas
Súmulas nº 219, 268 e 329, além da aplicação correta do
texto constitucional e julgamento convergente.

VII- REQUERIMENTOS

48. Diante de todo o exposto, requer o Recorrente o

conhecimento do Recurso de Revista, porquanto presentes
todos os pressupostos de admissibilidade e seu provimento a
reforma do julgado em relação à prescrição e honorários
sucumbenciais indevidos, diante da divergência de
interpretação dada pelo tribunal com a interpretação de
outros regionais e a inobservância das Súmulas e leis
federais expostas.

49. Requer ainda a notificação do recorrido para,

querendo, apresentar suas contrarrazões e posterior remessa
dos autos ao C. TST.

Nestes Termos.
Pede Deferimento.

Vitória, 18 de Dezembro de 2018.

Odílio Gonçalves Dias Neto

OAB/ES 19.519

Poliana Firme de Oliveira

OAB/ES 16.886

Caio Darós Gomes

Acadêmico de Direito