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INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
RESUMO
Durante muito tempo não existia preocupação com a preservação do meio ambiente pelas indústrias,
porém com o vigor da legislação ambiental e a conscientização da população, estas passaram a ter
um interesse maior pelas questões ambientais, pois verificou-se que além de atender à legislação, o
uso das ferramentas de controle da poluição ambiental pode oferecer vantagens de caráter econômico
e eficiências no processo de produção nas indústrias. Dessa forma, neste trabalho foi analisado o
efluente de uma indústria alimentícia, determinando a sua composição química, realizando também
testes químicos para uma proposta de tratamento. A principal metodologia utilizada foi o Teste de
Jarro, que apresenta uma simulação de tratamento físico-químico para efluentes, onde os mecanismos
observados são a coagulação, floculação e decantação de sólidos em suspensão. Os dados resultantes
dos testes foram satisfatórios e de acordo com o objetivo proposto. Sendo que a partir dos resultados
conclui-se que a melhor dosagem foi a de 70ppm para os agentes químicos utilizando permanganato
de potássio como oxidante e sulfato de alumínio como coagulante.
ABSTRACT
For a long time there was concern about the preservation of the environment by industries, but with
the force of environmental legislation and public awareness, they started to have an interest in
environmental issues because it was found that in addition to complying with the legislation, the use of
environmental pollution control tools can provide advantages of an economic and efficiencies in the
production process in industries. Thus, this paper analyzed the effluent from a food industry,
determining its chemical composition, also performing chemical tests for a proposed treatment. The
main methodology used was the jug test, which presents a physical and chemical treatment simulation
for effluents, in which the mechanisms observed are coagulation, flocculation and settling of
suspended solids. The data results from the tests were satisfactory and according to the objective.
From the results it is concluded that the best dosage was 70 ppm of the chemical agents using
potassium permanganate as an oxidizer and aluminum sulfate as the coagulant.
1
Bolsista de Iniciação Científica da Faculdade Área1 Wyden. Técnica Química pelo IFBA. E-mail:
amarallais12@hotmail.com
2
Mestre em Química Analítica pela UFBA. Orientadora e Professora da Faculdade Área1 Wyden, da disciplina
de Tratamento de Água e Efluente. E-mail: selma.alves@embasa.ba.gov.br
INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Na prática, o estudo teve três partes amostrais: uma para realizar as análises visando
caracterizar o efluente, a segunda para realizar os testes químicos buscando uma alternativa de
tratamento e a terceira foi realizada para adequar as dosagens dos testes químicos.
A primeira amostragem foi realizada pelo SENAI CETIND, em Lauro de Freitas – BA, na
indústria em estudo conforme figura 1 abaixo, analisada em duplicata e pelos métodos do
próprio laboratório. Para a amostragem foram utilizados como material uma corda, um balde
inox polido esterilizado e recipientes de plástico, vidro e vidro âmbar a depender do
parâmetro que será analisado. Além da refrigeração para conservação das amostras, foram
utilizados hidróxido de sódio (pH>12), Ácido Sulfúrico (pH<2), Ácido Nítrico (pH<2) e
Acetato de Zinco. No plano de amostragem foram estabelecidas as ordens para preenchimento
de cada tipo de recipiente pela criticidade de alguns parâmetros em relação aos outros. Na
segunda e terceira amostragem os materiais foram um balde, uma corda e os recipientes de
plástico. Os testes foram realizados na faculdade Área 1, em Salvador – BA, com a supervisão
da técnica responsável pelo laboratório e da professora.
O teste químico utilizado para propor um tratamento foi o Teste de Jarro, porém, devido um
problema técnico no equipamento, o teste realizado a partir da segunda amostragem teve que
ser adaptado. O procedimento consiste nas seguintes etapas:
• Calcular os volumes para preparo das soluções e dosagens para teste de tratamento.
• Preparar as soluções coagulante e oxidante.
• Medir e colocar em 3 béqueres 1L do efluente.
• Agitar a amostra com o agitador no máximo da sua capacidade e acrescentar o volume
calculado e medido do coagulante/ oxidante.
• Agitar por 1 minuto e depois reduzir a agitação para metade da capacidade do agitador
e aguardar 20 minutos.
• Após os 20 minutos, desligar a agitação e aguardar 10 minutos sem agitar.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com o recebimento do laudo emitido pelo SENAI, foram verificados os resultados obtidos e
comparado aos padrões estabelecidos pela resolução CONAMA nº 430/11. A primeira etapa
foi de extrema importância para caracterizar o efluente e conhecer quais são os parâmetros
mais críticos a serem analisados para propor um tratamento correto.
Observou-se que os parâmetros mais críticos do efluente foram Óleos e graxas, sólidos em
suspensão, DBO e DQO em relação a resolução CONAMA 430/11, porém não foi permitido
a divulgação dos resultados, somente o de alguns parâmetros, como pode ser observado na
figura 2 abaixo. Vale ressaltar que a resolução se refere ao lançamento de efluente e um corpo
hídrico, que não é o caso da empresa, onde seu efluente é lançado na rede pública e é pago um
valor para esse direcionamento.
Segundo Giordano:
A desestabilização de coloides pode ser conseguida por diversos meios: o calor; a
agitação; agentes coagulantes químicos; processos biológicos; passagem de corrente
elétrica (eletrocoagulação), ou ainda a eletrocoagulação com a adição de coagulantes
químicos (GIORDANO, 2014, p. 81).
A adição de agentes coagulantes (sais de ferro ou alumínio) é muito utilizada, sendo também
eficaz para a remoção de fósforo, tendo como desvantagens o custo dos produtos químicos e o
maior volume de lodo formado. As grandes vantagens são a praticidade e a boa qualidade dos
efluentes obtidos.
O teste foi realizado com intuito de verificar qual é o melhor agente químico a ser utilizado e
a melhor dosagem, primeiro verificou-se qual foi o melhor agente químico utilizando uma
dosagem de 20 ppm. Os agentes químicos utilizados foram o permanganato de potássio, como
oxidante, o sulfato de ferro e o sulfato de alumínio como coagulante.
Após os testes, para verificar qual o agente que melhor atende ao tratamento do efluente
industrial em estudo, é realizado a análise química de alguns parâmetros escolhidos que são
ligados aos parâmetros críticos obtidos a partir do laudo do SENAI.
Os parâmetros escolhidos foram: pH, cor, turbidez e sólidos sedimentáveis. A cor dos
efluentes atrai a atenção de quem estiver observando um corpo hídrico. A cor no ambiente é a
cor aparente, composta de substâncias dissolvidas (corantes naturais ou artificiais) e coloidais
(turbidez).
Com a adição dos agentes coagulantes, os coloides são desestabilizados fazendo com que as
partículas em suspensão sejam aglomeradas, formando flocos, e, devido as suas dimensões e
densidades, irão se separar por sedimentação ou flotação.
Segundo Mendes (1989 apud REIS, 2009), no início da floculação logo após a coagulação, as
impurezas que estão presentes na água encontram-se separadas, sendo que, para que haja um
maior contato entre as partículas de impurezas, realiza-se uma agitação que promoverá tal
contato visando a agregação em flocos. Na sequência, diminui-se a velocidade de agitação de
modo que os flocos formados sejam preservados ao máximo possível. Após a coagulação e a
floculação, ou a sedimentação dos flocos formados, realiza-se a análise do sobrenadante
obtido conforme resultado apresentado anteriormente.
As dosagens escolhidas para esse teste foram: 60 ppm, 70 ppm e 80 ppm. As análises que
foram realizadas para determinar qual a dosagem mais eficiente sobre o pH e a turbidez. O
resultado das análises está representado na tabela 2 abaixo:
pH Turbidez
60 ppm 4,5 77
70 ppm 4,2 58
80 ppm 4,8 68
Efluente Bruto 4,9 95
A partir dos resultados, evidencia-se a melhor dosagem de 70 ppm, pois foi a que apresentou
a menor turbidez, ou seja, o processo de remoção da matéria orgânica e dos sólidos em
suspensão mais eficiente. Porém, para maior precisão do resultado, deveria ter sido analisado
no mínimo em triplicata, realizando os cálculos analíticos, como teste Q, média e desvio
padrão, pois os dados geraram suspeitas, os valores não apresentam coerência e, dessa forma,
é possível ter havido erro analítico.
CONCLUSÃO
É possível propor uma alternativa de tratamento de efluente para indústria, porém o trabalho
não foi totalmente concluído, pois não houve tempo hábil para determinar e estabelecer todas
as condicionantes, determinando de forma mais exata a dosagem. Para isso, novos testes serão
realizados, assim como uma investigação sobre o processo da empresa, pois as coletas
apresentaram resultados totalmente discrepantes. Deve-se também instalar medidores de
vazão para realização do balanço hídrico, elaborar um projeto para construção de uma Estação
de Tratamento de Efluente (ETE) e elaborar uma estratégia de monitoramento para realização
de análises periódicas.
REFERÊNCIAS