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B) DESENHO ARTÍSTICO 2

AUTORA
RAIMUNDA DO NASCIMENTO
Desenho Artístico 2
Introdução Introdução

Para aprender a desenhar, o primeiro passo é aprender a


observar, a examinar formas, cores, tamanho dos objetos, contraste
entre luz e sombra, entre outros aspectos. O passo seguinte é conhecer,
estudar e testar técnicas para desenhar e utilizar materiais variados para
obter efeitos satisfatórios.
Este material tem como propósito ajudar nesse aprendizado
referente à disciplina Desenho Artístico II, que se constitui da
explicitação de conteúdos teóricos e práticos do desenho artístico.
O objetivo principal da nossa abordagem será promover o
aprendizado de técnicas de desenho, tendo como ponto de partida o
desenho de observação, através do registro de composições simples tais
quais elementos geométricos e orgânicos, bem como de composições
complexas, a partir da observação da natureza-morta, paisagens e
figuras humanas.
Os conteúdos estão distribuídos em quatro unidades e
respectivas subunidades, em cujo interior apresentamos os temas
necessários ao aprimoramento das técnicas de desenho mais utilizadas
nas artes gráficas, que são desenho a lápis grafite, a carvão e a nanquim.
Ao final do estudo desta disciplina, o aluno deverá ser capaz
de elaborar composições artísticas com a aplicação de técnicas variadas.

Palavras da professora-autora
Prezado estudante,
É com imensa satisfação que apresentamos a você este
caderno de estudo da disciplina Desenho Artístico II, colocando-o a sua
disposição, a fim de contribuir para o seu aprendizado.
Os conteúdos aqui abordados o guiarão no aperfeiçoamento de
seus conhecimentos sobre o desenho artístico. Espero que sejam muito
úteis no decorrer do curso e que o estimulem a uma busca constante de
enriquecimento do saber, bem como da autoconfiança necessária para
seguir seus estudos na modalidade EaD.

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Desenho Artístico 2

Orientações para
Dirija-se sempre à equipe constituída por professor e tutores,
estudo
a fim de esclarecer dúvidas, participando assídua e pontualmente das
atividades propostas, seja no ambiente virtual - fóruns e chats - seja no
próprio caderno – atividades complementares.
Para que você obtenha o sucesso merecido e esperado na
aprendizagem, será necessário o seu empenho. Portanto, siga nossas
recomendações e treine bastante as técnicas, explorando as várias
possibilidades do traço, a fim de intensificar a busca pelo aprimoramento
das técnicas de desenho e na obtenção da agilidade de execução de
qualquer desenho, utilizando técnicas variadas.
Lembre-se que aprender a desenhar, antes de tudo, é
aprender a observar. Aprimore, portanto, sua capacidade de observação
e, acima de tudo, seja persistente na construção de sua trajetória rumo
ao sucesso.
Raimunda do Nascimento

Orientações para estudo


Prezado estudante,
Para melhor aproveitar o conteúdo deste caderno, leia as
unidades com bastante atenção, de preferência na seqüência proposta, e
conclua o estudo de cada unidade antes de realizar os exercícios.
Ao se deparar com uma palavra cujo sentido lhe seja
desconhecido, procure-a no glossário ao final do caderno; caso a palavra
não conste no glossário, pesquise-a em um dicionário, o que o ajudará a
entender melhor o assunto apresentado.
Ao ler o texto, observe as recomendações contidas na coluna
lateral, pois, ali você encontrará sugestões de atividades ou
recomendações de leituras complementares.
Além da leitura deste material, recomendo a leitura dos livros
cujas referências podem ser encontradas ao final do caderno.
Boa leitura e bom estudo!

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Desenho Artístico 2
Ementa Unidade 1
Percepção das
Percepção das formas. Aprimoramento das técnicas específicas de formas

desenho para o desenvolvimento da linguagem visual. Desenho de


observação da natureza morta, da paisagem e da forma humana.
Desenho de criação, partindo do real ao imaginário. Elaboração de
propostas contemporâneas.

Objetivos de ensino-aprendizagem
1. Promover o domínio de técnicas de desenho de observação
através do registro de composições simples e complexas, compostas com
elementos geométricos e orgânicos.
2. Promover a experimentação com diversos materiais
expressivos o domínio da técnica do carvão e outros materiais artísticos
que favoreçam a exploração de diferentes texturas, brilho e
transparência.

Unidade 1 Percepção das formas

Síntese: nesta unidade, você conhecerá a definição de formas, bem


como as possibilidades de serem desenhadas (formatos geométricos ou
orgânicos) e classificadas (figurativa ou não-figurativa); também verá
como relacionar os conteúdos sobre percepção ao desenho artístico, com
o conhecimento dos mecanismos envolvidos no processo de percepção
das formas.

1.1 O que é forma?


Você já deve saber que a percepção das formas é um fator
muito importante para quem estuda desenho artístico, pois é através
dela que se consegue perceber a configuração formal de objetos e
transformá-los em composições artísticas harmônicas e cheias de
significados.

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Desenho Artístico 2

Unidade 1
O artista, ao contemplar um objeto, deve ser um bom
Percepção das
formas observador, para poder examiná-lo atentamente e captar todos os
elementos da composição de sua forma final; provavelmente, você já
deve ter aprendido que é necessário, para analisar e identificar a forma
geral de um objeto, descrever seus contornos, tamanho e características
de sua superfície (texturas).
Você já parou para observar que tudo ao nosso redor tem uma
forma específica? Mas, você sabe o que é forma? Para ajudá-lo a
construir seu quadro de referências, leia a definição a seguir.
Assista ao filme Segundo Gomes Filho (2000), forma pode ser definida como a
Arte e
matemática: figura ou a imagem visível do conteúdo, ou seja, é a configuração dos
forma dentro da
forma, de corpos e dos objetos.
autoria de Luis
Barco. Depois, A forma pode ser obtida através do contorno do objeto que se
em um fórum,
discuta o que pretende representar, usando-se um recurso visual, como o desenho, por
você entendeu
sobre forma. exemplo.
Pode-se dizer que as formas nos revelam as forças eternas da
natureza e seus princípios estruturais.
As formas podem ser desenhadas como formatos geométricos
Dê uma olhada
no ambiente (FIG. 1) ou orgânicos (FIG. 2). Em geral, as formas naturais são mais
virtual da
disciplina para facilmente adaptadas a formatos orgânicos, enquanto as formas
conhecer outras
definições de abstratas e aquelas elaboradas pelo homem são mais facilmente
forma.
expressas como formatos geométricos.

Monte um álbum
com figuras ou
fotos que
representem
formas
geométricas e
formas orgânicas
e comente o que
acha de cada
uma delas. Poste
sua atividade no
ambiente
Figura 1 – Exemplo de formato geométrico Figura 2 – Exemplo de formato orgânico
virtual. Fonte: Wong ,1998, p. 150 Fonte: Wong , 1998, p. 150

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Desenho Artístico 2
Um formato geométrico depende de meios mecânicos de Unidade 1
Percepção das
construção. Linhas retas, por exemplo, têm de ser desenhadas com o formas

auxílio de réguas; círculos e arcos, com compassos. A nitidez e a precisão


devem prevalecer.
Observe, na figura 2, que um formato orgânico mostra
convexidade e concavidade, por meio de curvas que fluem suavemente.
De um modo geral, a noção fundamental é que forma sempre
significa ordenação e estrutura, podendo estar apenas implícita, mas
quando percebemos os limites de uma forma, na realidade, já estamos
percebendo sua estrutura.
A forma nos revela a natureza da aparência externa do objeto,
uma vez que tudo possui forma. Segundo Wong (1998), as formas podem
ser classificadas, de modo amplo, de acordo com seus conteúdos
específicos, podendo ser forma figurativa ou não-figurativa.
Uma forma figurativa contém um tema reconhecível e se
comunica com os observadores em termos mais do que puramente
visuais. Enquanto uma forma não-figurativa é aquela que não contém um
tema reconhecível, ou seja, é abstrata.
As formas figurativas podem ser classificadas de acordo com o
assunto, podendo ser formas naturais ou formas criadas pelo homem.
São consideradas formas naturais, aquelas que se encontram
na natureza, incluindo organismos vivos e objetos inanimados existentes
na superfície terrestre, nos rios ou no céu.
As formas criadas pelas mãos humanas são formas figurativas
derivadas de objetos e ambientes criados pelo homem, por exemplo:
edifícios, máquinas, mobiliários, ferramentas, entre outras.

1.2 O processo de percepção das formas


A percepção da forma é o resultado de uma interação entre o
objeto físico e o meio de luz, que age como transmissor de informações,
condições e imagens, prevalecendo no sistema nervoso do observador,
em parte, determinadas pela própria experiência visual.
Para se perceber uma forma, é necessário que existam
variações, ou seja, diferenças no campo visual. As diferenças acontecem
por variações de estímulos visuais, em função dos contrastes, que podem

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Desenho Artístico 2
ser de diferentes tipos, e dos elementos que configuram um determinado
Unidade 1
Percepção das
formas objeto ou coisa.
Segundo Ostrower (1998), o que caracteriza os processos de
percepção é a sucessão de sínteses, que se transformam em novas
sínteses, cada vez integrando componentes diferentes ou recombinando-
os de modos diferentes e, com isso, configurando novas totalidades.
De um modo prático, o processo de percepção das formas está
totalmente relacionado à experiência do sujeito que as percebe, caso
tenha uma forte capacidade de percepção para detalhes; perceberá os
Pesquise em
revistas, sites ou no objetos e as cenas muito mais ricos e elaborados, ao passo que sujeitos
meio onde você
vive, exemplos de atentos mais à forma geral dos objetos irão representá-los de modo mais
formas naturais e
formas elaboradas vago.
pelo homem.
Escreva um As percepções espaciais estão sempre cheias de associações.
comentário sobre as
diferenças entre as A parte inferior de um plano pictórico (folha de papel onde está sendo
formas pesquisadas
e poste-o no elaborado um desenho), por exemplo, representa uma base, como se
ambiente virtual.
fosse o chão que pisamos. Num plano pictórico, a linha de base (margem
horizontal inferior) e toda a área que a acompanha tornam-se
visualmente mais pesadas. Em conseqüência direta disso, qualquer
Dê uma olhada no desenho que entre na área inferior de um plano ficará imediatamente
ambiente virtual,
onde há um carregada de peso e densidade.
exemplo bem
interessante sobre Ao contrário do que ocorre com a área inferior de um plano
centro perceptivo e
centro geométrico. pictórico, que é percebida como base carregada de peso visual e de
densidade, a parte superior nos dá idéia de abertura, transparência e
distâncias. O que for desenhado nessa área se torna mais leve e menos
denso, como se estivesse flutuando no espaço.
Procure
composições Além dessas duas áreas já citadas, existem também, dois
artísticas em livros,
sites e revistas, centros, dois núcleos perceptivos (OSTROWER, 1983), num plano
observado a posição
dos elementos no pictórico: o centro geométrico produzido pelo cruzamento dos eixos
plano pictórico, se
estão na área centrais e o centro visual perceptivo da área.
superior ou inferior,
e comente sobre o O centro perceptivo estará sempre colocado um pouco acima
que você percebe
quanto a esta do centro geométrico, a fim de compensar o peso visual da base,
disposição. Poste
sua atividade no através de um intervalo espacial maior (FIG. 3).
ambiente virtual.

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Desenho Artístico 2

Unidade 1
Percepção das
formas

Plano Pictórico

Centro Perceptivo
Centro Geométrico

Figura 3 – Representação da posição do centro perceptivo e centro


geométrico no plano pictórico
Fonte: Adaptado de Ostrower,1983.

Lembre-se que os elementos visuais que entram na


composição, formando o desenho, receberão qualificações de acordo
com sua posição no plano pictórico. Se uma forma visual estiver
desenhada na parte superior do plano, as várias qualidades formais
que possuem como diagonalidade, seqüências rítmicas e cores claras
serão reforçadas no sentido de maior leveza e movimentação. Ao
contrário, na área inferior do plano, haverá um reforço no sentido de
maior densidade, maior peso e menos movimento.

Tente perceber essas variações, na composição mostrada na


figura 4.

Responda o
questionário
disponível no
ambiente virtual
referente à
Unidade 1.

Figura 4 – Exemplo de disposição dos elementos visuais na composição (área


superior e área inferior)
Fonte: Ostrower ,1983, p. 52.

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Desenho Artístico 2

Unidade 2 Unidade 2 Noções básicas para o desenho de observação


Noções básicas para
o desenho de
observação

Síntese: nesta unidade mostraremos o que seja desenho de observação,


os elementos necessários a considerar quando realizar este tipo de
desenho e os procedimentos adotados para a sua elaboração com as
devidas proporções e com a representação das composições em
perspectiva.
Com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre este
assunto, dividimos esta unidade em sete subunidades: o que é o desenho
de observação; procedimentos básicos para executar o desenho de
observação; recomendações ao fazer o desenho de observação; tipos de
cavaletes; recomendações para o posicionamento do cavalete; noções de
horizontalidade, verticalidade, diagonalidade e perspectiva; e método de
transposição da medição.

2.1 O que é o desenho de observação


Trata-se do desenho que tem como base as observações de
situações reais representadas pelo artista, a partir do estudo das proporções
entre as partes e o todo. O desenho de observação é muito usado para
representar paisagens (FIG. 5A) natureza morta (FIG. 5B), figuras humanas
(FIG. 5C) e composições em perspectivas (FIG. 5D).

Visite o site a seguir


e leia a matéria
sobre o desenho e
suas funções. É
bem interessante!
www.http://odesenh
o.no.sapo.pt/ls_des
enho1.html

Figura 5A - Paisagem Figura 5B – Natureza morta

Figura 5C – Figura humana Figura 5D – Composição em perspectiva

Figuras 5A, 5B, 5C e 5D – Exemplos de desenhos de observação.


Fonte: (A e D) Chaves e Jubram, 2002, p. 83- 87; (B) Escola de arte, 2006, p. 51; (C) Curso de desenho e
pintura ,1985, p.45.

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Desenho Artístico 2
2.2 Procedimentos básicos para executar o desenho de observação Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
O primeiro passo para produzir o desenho de observação é observação

providenciar os instrumentos necessários para o desenho: cavalete ou


prancheta de desenho; lápis de grafite; lápis de carvão; pastel; borracha
macia e flexível; papéis com texturas; gramaturas e formatos,
convenientes ao resultado pretendido, podendo ser nos formatos A3, A4
e A1.
Ao escolher o papel, tenha em mente o resultado pretendido,
o tipo de material a ser utilizado (lápis de grafite, lápis de carvão ou
pastel) e a técnica adotada, lembrando-se que papéis, de qualquer tipo
ou cor, servem para desenho. O único requisito na escolha é que se possa
trabalhar de forma satisfatória com o lápis.
Os papéis podem ter superfície rugosa - canson e vergê - ou
lisa - cartolina e sulfite; podem ser duros ou macios, grossos ou finos,
brancos ou coloridos. O lápis desliza suave e uniformemente sobre o
papel macio, tornando-se mais fácil traçar linhas nítidas e ininterruptas.
Já no papel rugoso, produzem-se linhas descontínuas e heterogêneas.
Papéis muito brilhantes, em geral, não são adequados.
O segundo passo é escolher a cena a ser reproduzida -
paisagem, natureza morta, figuras humanas ou de outros tipos – a partir
da qual o artista escolherá um ponto de observação no qual irá se
posicionar, a fim de observar a cena da melhor forma possível. Portanto,
alguns princípios devem ser levados em consideração, tais como o melhor
ângulo de visão, de modo a evitar distorções nas proporções do desenho,
a iluminação do ambiente, a distância do observador em relação à cena,
o tempo a ser dedicado na execução do desenho e a posição a ser
desenhada (sentado ou em pé).
O terceiro passo é escolher a técnica de desenho a ser
utilizada: lápis grafite, carvão ou nanquim. Podem-se mesclar duas ou
mais técnicas, para produzir uma composição criativa e harmônica.

2.3 Recomendações ao fazer o desenho de observação


Os seguintes itens devem ser seguidos para a realização de um
desenho de observação (PUCPR):

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Desenho Artístico 2
Unidade 2
Noções básicas para a) Enquadramento no papel
o desenho de
observação
Consiste em escolher um tamanho de papel apropriado ao
desenho a ser realizado, ou seja, que tenha um tamanho capaz de
comportar o desenho a ser executado. Também está relacionado à
escolha do formato que melhor se ajuste ao modelo a ser desenhado,
podendo ser usado no sentido vertical ou horizontal. Por último, deve-se
procurar centralizar o modelo ou objeto desenhado na folha de papel
para criar uma composição harmônica.
b) Linha do horizonte
Ao executar um desenho, deve-se ter em mente uma linha do
horizonte, que definirá o ponto de vista do observador, ou seja, o
ângulo pelo qual o modelo ou objeto está sendo observado e pelo qual
será transmitido para a folha de papel. Esse item é fundamental quando
se executa desenho em perspectiva.
c) Pontos de fuga
O ponto de fuga é um elemento essencial do desenho em
perspectiva, a partir do qual é definido o ponto de origem dos objetos
desenhados. Nos desenhos em perspectiva podem existir múltiplos pontos
de fuga, de acordo com a complexidade e os elementos que compõem o
desenho.
d) Luz e sombra
A luz e sombra são fundamentais para a beleza e volumetria
desejada no desenho. Ao desenhar, deve-se ter o cuidado de observar a
direção e a incidência da luz sobre o objeto desenhado, a fim de
representar os efeitos de claro e escuro, de forma coerente com a
realidade.
e) Textura
São as representações da superfície dos objetos. É
fundamental a representação da textura o mais próximo possível da
realidade, isso é conseguido com a sobreposição de traços e esfumaçados
utilizando diferentes tipos de materiais como lápis, carvão ou pastel
durante a realização do desenho.

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Desenho Artístico 2
f) Verticalidade Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
Ao realizar desenhos que apresentem a composição no sentido observação

vertical pode-se ter como base as margens da folha de papel utilizada no


desenho.
g) Proporção
Saber observar as proporções daquilo que se desenha é
fundamental para se conseguir uma composição harmônica. Para tanto, é
necessário, ao desenhar, seguir técnicas de transposição das medidas
reais para o papel.
h) Traço
Ao se realizar um desenho de observação, este deve ser
sempre feito à mão livre, com traços suaves e rápidos. Esses traços
melhoram conforme se for adquirindo prática no desenho.
i) Profundidade
A profundidade é fundamental para se criar composições
realistas e em perspectivas. Para se conseguir o efeito de profundidade
no desenho de observação devem ser utilizados pontos de fuga, texturas
e sombreados. Também deve se levar em consideração ao criar
composições com profundidade, que objetos mais próximos ao
observador devem ser desenhados maiores do que aqueles que se
encontram afastados.

2.4 Tipos de cavaletes


Cavalete é uma armação móvel, no qual se põe a tela para
pintura ou a folha para desenho; ele servirá de suporte à elaboração de
seus desenhos, principalmente daqueles que necessitem de observação
de paisagens ou formas humanas. Aqui você conhecerá os principais tipos
de cavaletes usados para desenho.
Há três tipos de cavaletes: cavalete de mesa; cavalete de
estúdio e cavalete de desenho.
a) Cavalete de mesa
O modelo mais comum é o cavalete-tripé de alumínio leve,
compacto e barato. No entanto, tem a desvantagem de ser pouco
estável. É indicado apenas para pequenos trabalhos. O outro é o de

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Desenho Artístico 2
Unidade 2 madeira (FIG. 6), mais firme e versátil, podendo ser disposto em
Noções básicas para
o desenho de
observação diferentes ângulos.

Figura 6 – Cavalete de mesa em madeira


Fonte: Curso de desenho e pintura,1985.

b) Cavalete de estúdio
Os cavaletes de estúdio são maiores e mais pesados que o
cavalete de mesa; feitos de madeira, geralmente, são os mais firmes.
Podem ser adaptados às telas de maior porte (FIG. 7).

Figura 7 – Cavalete de estúdio


Fonte: Autora

c) Cavalete de desenho
Existem dois tipos de cavalete de desenho: em tripé e em
caixa de madeira. O de tripé é leve e portátil. Portanto, uma boa opção
se quiser trabalhar em ambientes fechados ou ao ar livre. Pode ser
fabricado em madeira ou alumínio. O ângulo da tela e a altura são
variáveis. Alguns modelos têm pernas que terminam em ponta, podendo

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Desenho Artístico 2
ser cravadas no solo, a fim de proporcionar firmeza e estabilidade, Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
quando o artista estiver trabalhando ao ar livre. observação

O cavalete em caixa de madeira (FIG. 8) é um modelo


engenhoso e firme, que combina a caixa de pintura e o cavalete numa
mesma unidade. Dos cavaletes de desenho, é o mais sofisticado e caro. É
também o mais pesado, portanto de difícil transporte. Este modelo,
normalmente, comporta telas de até 80 cm de comprimento; ajusta-se
em qualquer ângulo - de vertical a horizontal - e permite que se desenhe
em posição sentada ou em pé.

Figura 8 – Cavalete de desenho em caixa de madeira


Fonte: Curso de desenho e pintura,1985.

A grande vantagem do uso de cavaletes é a possibilidade de se


trabalhar em pé ou sentado, pois permitem variação na angulação da
prancheta e, quando se necessita desenhar trabalhos em grandes
dimensões, permitem uma visão geral da área de desenho.

2.5 Recomendações para o posicionamento do cavalete


O cavalete deve ser posicionado de modo que a fonte luminosa
fique ligeiramente atrás do artista, a fim de que a luz passe sobre seu
ombro esquerdo, se destro, ou sobre o ombro direito, no caso seja
canhoto. Deste modo, sua mão não projetará sombra sobre a superfície
de desenho, enquanto estiver trabalhando.
Para desenhar cenas ao vivo - formas humanas, por exemplo -,
coloque o cavalete a diferentes distâncias do modelo ao longo da
atividade. À medida que se afastar, os tons e as proporções gerais da

83
Desenho Artístico 2
Unidade 2 cena ficarão mais claros, porém, cores e os detalhes perderão nitidez. O
Noções básicas para
o desenho de
observação inverso ocorrerá quando você se aproximar.
Por essa razão, fique mais longe do motivo ou cena, ao iniciar
o desenho, a fim de obter uma visão geral, aproximando-se no momento
de fazer os detalhes.
Quanto à posição para desenhar, sentado ou em pé, ambas as
posições oferecem vantagens, dependendo da etapa de trabalho em que
você se encontre, das dimensões do papel (plano pictórico), do número
de detalhes que planeje incluir e da duração que pretende estabelecer
às sessões de desenho. Como regra geral, nas etapas iniciais do desenho,
sobretudo quando se trata de um desenho de grandes dimensões, é
melhor trabalhar em pé, para ter uma visão global da obra à medida que
a desenvolve.
A posição em pé lhe permite ainda colocar uma mesa estreita
entre você e o cavalete, para apoiar os instrumentos de desenho.
Para fazer desenhos muito detalhados ou sessões longas,
convém desenhar sentado. Neste caso, escolha um assento que permita a
você ficar numa altura confortável, de modo a alcançar toda a área de
desenho (plano pictórico). Como assento, sugerimos a banqueta que é a
melhor opção - principalmente se pretende levantar-se algumas vezes
para examinar a obra a distância.
Caso não queira utilizar o cavalete, substitua-o por uma
prancheta de desenho reclinável, que permita variação na angulação do
tampo, para facilitar a visualização do desenho.

2.6 Noções de horizontalidade, verticalidade, diagonalidade e


perspectiva.
As noções de horizontalidade, verticalidade, diagonalidade e
perspectiva são de fundamental importância para a realização de
desenhos, principalmente, os desenhos de observação, pois permitem a
criação de composições expressivas e dinâmicas.
A linha horizontal é a linha paralela ao horizonte, ou seja, que
limita o campo de nossa observação visual entre o céu e a terra; de
modo bem simplificado: é a linha deitada; a linha vertical é aquela

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Desenho Artístico 2
perpendicular ao horizonte, em pé; e a linha diagonal é aquela que se Unidade 2
Noções básicas para
apresenta atravessada (FIG. 9). o desenho de
observação

Com o auxilio de
uma máquina
Figura 9 – Posições das linhas
Fonte: Autora
fotográfica digital,
registre objetos ou
paisagens,
representando
cada uma dessas
três disposições:
A horizontalidade é percebida como posição deitada, imóvel, horizontalidade,
verticalidade e
ligada ao sono e à morte, sempre indicando uma ausência ou redução de diagonalidade.
Depois faça um
movimentos. Tem conotação expressiva de calma, serenidade e paz. comentário sobre
o que você
observou e poste-o
no ambiente
virtual.

Figura 10 – representação horizontalidade


Fonte: Autora

A verticalidade é associada à postura ereta do ser humano,


conotando altura, elevação e transcendência. Ambas, horizontal e
vertical, são consideradas estáticas, em termos espaciais pela redução
de movimentos visuais. No entanto, a linha vertical é menos estável que
a horizontal, por passar uma breve sensação de movimento no sentido de
subir e descer.
A verticalidade é de tal forma prioritária em nossa percepção,
que as relações simétricas serão prioritariamente percebidas em torno
de um eixo vertical.

85
Desenho Artístico 2
Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
observação

Figura 11 – representação da verticalidade


Fonte: Autora

As diagonais contrastam com estas qualificações estáticas;


colocadas em qualquer grau de inclinação, as diagonais são sempre
consideradas dinâmicas, indicando movimentos físicos ou psíquicos.
Portanto as conotações expressivas são de mobilidade, transformação,
agitação, conflito.

Figura 12 - Representação da diagonalidade


Fonte: Autora

Arnheim (2002, p.177) diz que a obliqüidade é sempre


percebida como um desvio, o que torna seu caráter fortemente
dinâmico. No meio visual, ela significa, a diferença vital entre
configurações estáticas e dinâmicas.
Segundo Edwards (2002), o termo perspectiva vem do latim
prospectu, que tem a ver com “olhar adiante”.
A perspectiva é um método de representação dos objetos,
num plano bidimensional, num sistema parecido com aquele que pode
ser visualizado pelo ser humano, a partir de um determinado ponto de
vista, conferindo a ilusão de proximidade e distância desses objetos em
relação ao observador.

86
Desenho Artístico 2
Ela se fundamenta em três princípios básicos: Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
a) As retas paralelas indicam a profundidade e são vistas pelo observação

olho humano como convergentes para um ponto no horizonte, chamado


ponto de fuga;
b) A visão das coisas varia em relação à altura e ao ponto de
vista do observador;
c) Os objetos mais próximos ao observador parecem maiores
que os distantes.
Segundo Ostrower (1983), o que caracteriza a perspectiva é a
configuração do espaço em termos de profundidade tridimensional. O
que se busca, com a perspectiva, é reproduzir a imagem de um objeto
semelhante àquela que é percebida pelos nossos olhos, vendo o próprio
objeto.
Observe, na figura 13, a diferença entre uma representação
bidimensional e uma tridimensional (em perspectiva), na qual se
exploram as três dimensões (altura, largura e profundidade); note que o
desenho bidimensional é chapado, sem profundidade; já o desenho em
perspectiva apresenta a composição de forma mais real..

Desenho bidimensional Desenho em perspectiva


Figura 13 – Comparação de desenho bidimensional (sem perspectiva) e tridimensional (em perspectiva).
Fonte: Chaves e Jubram , 2002, p.87, 83.

As linhas verticais, horizontais e diagonais são fundamentais


para o desenho em perspectiva, pois são elas que configuram o espaço
em termos de profundidade tridimensional.
A perspectiva representa um método sistematizado, uma
técnica para se projetar a figura de objetos sólidos tridimensionais
(altura, largura e profundidade), sobre um plano bidimensional (altura e
largura). Os métodos perspectivos são utilizados como uma maneira
básica de descrição da forma.

87
Desenho Artístico 2
Unidade 2 Perspectiva
Noções básicas para
o desenho de
observação De acordo com Edwards (2002), existem dois sistemas de
perspectivas: a perspectiva formal e a perspectiva informal.
A perspectiva formal (FIG. 14A e 14B) é aquela que se constrói
com a linha do horizonte e pontos de fuga, resultando nas linhas de
perspectiva, que formarão o desenho, indicada para composições
perspectivas que contenham figuras geométricas, objetos em geral e
Participe do fórum, projetos de arquitetura. Já a perspectiva informal - a mais indicada para
dando sua opinião
sobre a diferença desenho de composições artísticas - é aquela que usa a aferição visual,
entre perspectiva
formal e perspectiva
informal que é uma comparação das medidas do objeto real com a medida a ser
(Pesquise mais sobre
esse assunto em usada no desenho, seguindo as devidas proporções.
Edwards, 2002).

Figura 14A – Desenho em perspectiva formal de um paralelepípedo.


Fonte: Escola de Arte..., 2006, p. 69.

Figura 14B – Desenho arquitetônico em perspectiva formal


Fonte: Escola de arte..., 2006, p. 70.

Na perspectiva informal (FIG. 15), as medidas seguem uma


unidade básica de proporção, que é uma medida tomada da cena a ser
desenhada, usando-se um lápis, geralmente, para obter essa medida a

88
Desenho Artístico 2
ser adotada como referência para as medidas. Imagine, por exemplo, Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
que você tenha de reproduzir a cena de uma paisagem composta por uma observação

árvore, frutos e uma casa. Você poderia escolher como unidade básica à
altura da porta da casa e reproduzir toda a cena, tendo como referência
essa medida, ou seja, a árvore poderia ser três vezes maior que a altura
da porta, a fruta poderia ser um terço da altura da porta, e assim por
diante até concluir todo o desenho. Mas deve-se ter o cuidado de
respeitar as proporções sem alterá-las.

Figura 15 - Desenho em perspectiva informal – por visualização.


Fonte: Escola de arte..., 2006, p. 25.

Para estudar a lógica da perspectiva formal, basta lembrar que


qualquer linha diagonal que ocorra em nosso campo visual sugere
instantaneamente movimento e mobilidade.
Dito de modo simples, para se realizar um desenho em
perspectiva, levando em conta os princípios do sistema formal, é
necessário conhecer os seguintes elementos de composição: linha do
horizonte (L.H.), ponto de fuga (P.F.), raios visuais e quadro perspectivo.

Linha do horizonte
Corresponde à altura da qual é observada a figura que
colocaremos em perspectiva. Sobre a linha do horizonte são reproduzidos
os pontos de fuga.
Em outras palavras, é uma linha horizontal e imaginária que
fica à altura dos olhos do observador, ao visualizar algo distante.
Para determinar a perspectiva de um desenho, é muito
importante determinar onde a linha está situada.

89
Desenho Artístico 2
Unidade 2 Em termos gerais, quando a linha do horizonte está perto do
Noções básicas para
o desenho de
observação centro do desenho representa nosso olhar como se estivéssemos em pé,
observando um objeto ou paisagem (FIG. 16A).
Quando a linha do horizonte está acima do meio do desenho é
como se estivéssemos olhando de cima para baixo (FIG. 16B).
Quando a linha do horizonte está abaixo do meio do desenho é
como se estivéssemos olhando de baixo para cima (FIG. 16C).

Figura 16 – A

Figura 16 - B

Figura 16 - C

Figuras 16A, 16B e 16C – Posições da Linha do horizonte em relação ao


observador.
Fonte: Porte, 2002, p. 10 – 11.

Ponto de fuga
Indica o ponto para onde convergem as linhas do desenho em
perspectiva (FIG. 17A). Pode haver um ponto de fuga (perspectiva mais
simples) ou dois ou mais pontos de fuga (perspectiva mais complexa e

90
Desenho Artístico 2
dinâmica) figura 17B. Em termos gerais, normalmente, usam-se dois Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
pontos de fuga, para dar mais dinamismo à perspectiva. Os pontos de observação

fuga devem estar situados sempre em algum lugar em cima da linha do


horizonte, a partir dos quais serão desenhadas as linhas de perspectiva.
As linhas de perspectivas são aquelas que partem do ponto de
fuga e vão até a extremidade dos objetos a desenhar.

Figura 17A – Desenho em perspectiva com um ponto de fuga na lateral.


Fonte: Ostrower,1998, p.38.

Figura 17B – Desenho em perspectiva com dois pontos de fuga.


Fonte: Chaves e Jubran, 2002, p.79.

Raios visuais
Correspondem às linhas imaginárias que, a partir dos nossos
olhos, chegam ao contorno do objeto observado.

91
Desenho Artístico 2
Unidade 2 Quadro perspectivo
Noções básicas para
o desenho de
observação É um hipotético quadro transparente, através do qual podemos
olhar a realidade espacial que queremos descrever e sobre a qual
podemos traçar a imagem (visão) externa tal e qual ela nos aparece.
Assumirá a forma da folha de papel onde é feito o desenho.
O quadro perspectivo pode ser colocado em frente ao objeto
observado ou em posição de ângulo (acidental) onde teremos,
respectivamente, uma perspectiva central ou uma perspectiva acidental
ou angular.

Perspectiva central
É o tipo de composição perspectiva que apresenta apenas um
ponto de fuga ao centro do quadro, para onde as linhas convergem,
dando a ilusão de que a composição tem profundidade.
Para conseguir esse efeito, é preciso desenhar o objeto de
frente.
Todos os desenhos mostrados na figura 16 são de perspectiva
central.

Perspectiva acidental ou angular


É a que utiliza dois pontos de fuga, partindo da lateral do
objeto e não da parte frontal (FIG. 17B).
Na perspectiva acidental ou angular, o ponto de fuga é
deslocado para o lado, predominando a diagonalidade, e são criados mais
pontos de fuga no quadro, com uma tensão maior, assim como
expressividade e instabilidade, criando ainda uma composição mais
elaborada com dois pontos de interesse. Com um ponto de fuga,
deslocado para o lado da composição, cria-se um efeito dramático; na
periferia, as distâncias são grandes e a diminuição de tamanho e
movimento visual ocorrem lentamente, mas à medida que as muitas
figuras da cena convergem para o ponto de fuga, estas ficam mais
próximas e sobrepostas às outras, comprimindo-se, criando um grande
impacto dramático.

92
Desenho Artístico 2
Unidade 2
2.7 Método de transposição de medidas Noções básicas para
o desenho de
Todo desenho envolve proporção, seja o desenho de uma observação

natureza morta seja de paisagens, figuras humanas ou objetos.


De acordo com Ostrower (1983), mais do que apenas fator
estético, a proporção deve ser entendida como fator estrutural na
disposição das partes, muito importante para a ordenação interna da
forma e de seu sentido expressivo.
A proporção pode ser definida como a relação dimensional
entre as partes de uma composição e destas com o todo.
Para aprender a desenhar objetos, figuras humanas e
paisagens em perspectiva é preciso que você as veja, conforme estão no
mundo exterior, e transporte-as para o papel nas proporções adequadas.
O primeiro passo para aprender a desenhar, de modo
coerente, é aprender a visualizar as proporções, utilizando-se
geralmente o lápis como instrumento de aferição. Outro recurso, um
tanto mais elaborado, é a utilização da técnica criada por Albrecht
Dürer, artista da renascença alemã, que consiste na utilização de uma
tela aramada, de tamanho adequado, colocada a certa distância,
permitindo a visualização da área a ser desenhada. Esta tela deve ser
posta na frente da cena a ser desenhada, para que o desenhista visualize
a cena, através da tela aramada e a transfira para a folha de papel - a
folha de papel deve ser de preferência do tamanho do aramado e ter
sobre ela a reprodução do quadriculado, imitando a tela aramada. O
desenhista deverá reproduzir, em cada quadrado do aramado, o que vê
sobre o respectivo quadriculado na folha de papel (FIG. 18).
Pesquise sobre a
Esta técnica também é usada para ampliação e redução de técnica de Albrecht
Dürer para ampliar
figuras. e reduzir figuras.
Elabore um texto
sobre a técnica e
poste sua atividade
no ambiente
virtual. (Sugestão
de leitura: Porte,
2002).

Figura 18 - Representação da técnica de Albrecht Dürer


Fonte: Atalaya, 2007, p.146.

93
Desenho Artístico 2
Unidade 2 O método de transposição de medidas com o uso do lápis se
Noções básicas para
o desenho de
observação
processa, escolhendo-se, em primeiro lugar, a cena a ser reproduzida e o
melhor ângulo para a sua visualização; depois é necessário o
distanciamento em relação à cena, dois metros aproximadamente ou
escolha a distância que melhor lhe convier, contanto que a distância
permita uma visualização geral da cena a ser desenhada; em seguida,
usa-se um lápis para servir como instrumento de aferição, escolhendo-se
um elemento da cena, para servir como unidade básica, por exemplo, se
o desenho for uma cena que tenha uma cadeira, pode-se escolher a
altura dessa cadeira como unidade básica.
Para colher a medida da unidade básica, basta pegar o lápis e
esticar o braço levando-o em direção a cadeira, com o cotovelo travado.
Treine a técnica de Feche um dos olhos e posicione o lápis sobre a altura da cadeira, como
transposição de
medidas através do mostrado na figura 19; em seguida, desloque o polegar ao longo do lápis
uso do lápis com
objetos que tenha até que a unha coincida com a base da altura da cadeira. Essa medida
em sua casa e
depois participe do colhida será a unidade básica e, a partir dela, serão feitas as relações de
fórum para contar
sua experiência. proporções entre os elementos da cena, bem como as medidas que serão
Você pode
pesquisar mais transferidas para o desenho.
sobre esse assunto
em Edwards, 2002.

Figura: 19 – Representação da transposição de medidas com uso de lápis.


Fonte: adaptado de Edwards, 2002.

Para visualizar e transpor os ângulos de uma cena para o papel,


deve-se seguir o mesmo princípio anterior, tendo como referência as
linhas horizontais e verticais. Siga o exemplo mostrado na figura 20.

94
Desenho Artístico 2
Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
observação

Figura: 20 – Representação da transposição de ângulos


Fonte: Edwards, 2002, p. 169.

Em desenhos de figura humana, usamos como referência uma


parte do corpo em comparação a outra. Normalmente, usa-se o
comprimento da cabeça como base de comparação, conforme a seguinte
citação:

O corpo de um adulto corresponde a mais ou menos 8 vezes o


tamanho da sua cabeça. Na criança, essa proporção é
diferente: o tamanho da cabeça deve ser multiplicado por 6
para se obter o corpo de uma criança de 5 a 7 anos de idade, e
por 7, para uma criança com mais de 10 anos. (PORTE, 2002,
p.35).

Alguns autores como Chaves e Jubran (2002) afirmam que o


corpo todo mede 7 cabeças e meia, portanto, a proporção pode variar de
7 e meia a 8 cabeças. Durante a execução dos seus desenhos, escolha a
que melhor lhe convier, pois ambas permitirão uma proporção adequada
da figura humana.

95
Desenho Artístico 2
Unidade 2
Noções básicas para
o desenho de
observação

Analise desenhos de
figuras humanas
(FIG. 20 A e 20B) e
observe se estão
dentro das devidas
proporções. Poste
sua atividade no
ambiente virtual.

Figura 21A – Desenho das proporções da figura humana medindo 8 vezes o tamanho da cabeça.
Fonte: Porte, 2002, p. 35.

Seguindo os
conteúdos
apresentados, nesta
unidade, elabore um
desenho, sobre uma
folha de papel A3,
em perspectiva, com
um tema de sua
escolha. Entregue a
atividade ao tutor
presencia

Figura 21B – Desenho das proporções da figura humana medindo 7 cabeças e meia.
Fonte: Chaves e Jubran , 2002, p. 18.

96
Desenho Artístico 2

Unidade 3 Unidade 3
Desenho de
Desenho de composições
omposições

Figura 22 - Desenho utilizando as proporções de 8 vezes o tamanho da cabeça.


Fonte: Autora

Unidade 3 Desenho de composições

Síntese: nesta unidade, dividida em três subunidades você aprenderá


que uma composição pode ser simples ou complexa, a fim de entender
melhor esse processo de composição.

3.1 O que é composição


A composição, na arte, é um processo de juntar vários
elementos (linhas, formas e tons) de modo a criar um todo harmônico.

Figura 23A – Composição com formas geométricas Figura 23B – composição de frutas
Figuras 23A e 23B – Exemplos de composições
Fonte: Autora

97
Desenho Artístico 2

Unidade 3
O processo de composição pode ser considerado o passo mais
Desenho de
composições difícil na solução dos problemas visuais. Os resultados das decisões
compositivas determinam o objetivo e o significado da manifestação
visual, ou seja, da composição artística.
O desenho é a composição completa, na qual a forma é a
parte mais evidente. Às vezes, todos os elementos visuais de um desenho
são entendidos em conjunto como forma, porém é mais comum que
formatos claramente definidos sejam tomados como formas constituintes
da composição.

3.2 Os planos da composição


O campo visual que se alcança com o olhar, ao se observar
alguma coisa, pode ser representado por planos, pois, ao observar um
tema, deve-se levar em conta que ele está inserido em um contexto
formado por outros temas colocados em planos diferentes. Os planos,
que são partes do espaço a representar, têm importância compositiva
porque, uma vez escolhido o enquadramento, estabelecem-se as relações
entre as distâncias dos temas que formam uma composição.
Em uma composição, os objetos que se encontram mais
próximos ao observador serão representados no primeiro plano e, por
esse motivo, aparecem sempre maiores do que os objetos que se
encontram mais afastados do observador, ou seja, em segundo plano.
Observe, no desenho mostrado na figura 24, que a maçã
encontra-se no primeiro plano e, por este motivo, aparece bem maior
que o vaso posicionado na janela, na realidade, bem maior, que a maçã.

Figura 24 – Exemplos dos planos de uma composição


Fonte: Escola de Arte, 2006, p. 8.

98
Desenho Artístico 2
3.3 Estudo de composições simples e complexas Unidade 3
Desenho de
Uma composição artística pode ser desenvolvida de diferentes composições

formas, usando-se elementos da paisagem, natureza morta, cenas com


figuras humanas, figuras geométricas ou abstratas.
Para definir se um ou mais elementos entrarão numa
composição, o artista precisa saber, primeiramente, o que pretende
transmitir com tal composição e, depois, estudar os elementos que a
comporão.
Se uma composição é constituída por apenas uma forma, esta
é denominada forma singular. Uma composição com uma forma singular
Unidade 3
esenho de não tem um aglomerado de formas menores claramente distintas.
omposições
No entanto, se uma forma for repetida em uma composição,
é denominada uma forma plural. Os componentes de uma forma plural
podem variar ligeiramente, porém, devem estar estreitamente
associados, superpostos, travados ou unidos para serem lidos como uma
única imagem na composição.
Um dos recursos que podem ser usados na composição é o
contraste, usado para sugerir distinções visuais.
O desenhista pode utilizar esse recurso para permitir
comparações e para estabelecer um centro de interesse. O contraste
pode se referir à aparência, localização ou quantidade de formas:
Contraste de aparência pode ser aplicado a um ou mais
aspectos da aparência de uma forma – seu formato, tamanho, cor ou
textura;
Contraste de localização se refere à posição, direção e
relação das formas, ou seja, a disposição das formas dentro do espaço
pictórico;
Contraste de quantidade se refere à densidade e dispersão de
elementos em uma composição que utiliza apenas um tipo de unidade
de formas.
De uma forma prática, para criar composições artísticas,
sejam elas simples ou complexas, o artista deve levar em conta as
formas, a estrutura do tema, a expressividade do traço, a luz, o
contraste de claro-escuro e as técnicas a serem empregadas.

99
Desenho Artístico 2

Unidade 3
Formas
Unidade
Desenho de
composições Referem-se às figuras geométricas que podem ser visualizadas Desenho d
composiçõ
nos objetos a ser desenhados, pois todo e qualquer objeto pode ser
convertido em uma figura geométrica como esferas, cubos,
paralelepípedos, cilindros, pirâmides, entre outros. Para tanto, é
preciso observar os elementos da composição com atenção, a fim de
poder identificar tais formas e, a partir delas, iniciar o contorno dos
desenhos.
No exemplo mostrado, na figura 25, podem-se observar as
figuras geométricas que formam os desenhos.

Escolha cinco
objetos de sua
residência e
identifique quais
formas geométricas
os compõem (siga o
exemplo da FIG.
25). Entregue sua
atividade ao tutor
presencial.

Figura 25 – Formas geométricas dos desenhos


Fonte: Escola de Arte..., 2006, p. 13.

Estrutura do tema
Refere-se às características físicas do objeto a ser desenhado,
ou seja, seu esqueleto.

100
Desenho Artístico 2
Para entender melhor o que seria a estrutura de um tema, Unidade 3
Unidade 3
Desenho de
esenho de observe os desenhos apresentados na figura 26. composições
omposições

Desenhe a
estrutura de um
objeto de sua
preferência,
seguindo o exemplo
da FIG. 26.
Entregue sua
atividade ao tutor
presencial.

Figura 26 – Exemplo de estrutura de folhas, árvores e concha.


Fonte: Escola de Arte..., 2006, p. 14.

Expressividade do traço
O tipo de traço do desenho (FIG.27) deve estar de acordo com
o efeito a ser transmitido e adequado ao material a ser utilizado; um
mesmo desenho pode ser representado de diferentes formas e em
diferentes materiais, bastando modificar o traço utilizado.
Os materiais mais utilizados para desenho são os lápis grafite,
carvão, e nanquim, que podem apresentar vários efeitos, de acordo com
a variação do traço empregado.

101
Desenho Artístico 2

Unidade 3
Além da escolha dos materiais citados, a escolha do papel é
Unidade 3
Desenho de
composições muito importante, podendo-se utilizar papéis lisos, com texturas e com Desenho d
composiçõe
gramaturas variadas.

Figura 27 – Representação de desenho com diferentes traços


Fonte: Curso de desenho e pintura, 1985, p.9.

Luz
A escolha das condições da luz, assim como dos materiais e
do traço, está diretamente ligada à interpretação que o desenhista quer
dar à composição.
De acordo com as condições da luz e dos materiais usados,
um mesmo tema pode evocar emoções e sensações diferentes.
A luz clareia os objetos atingidos, mas há variações, de
acordo com a procedência e do tipo de luz. É preciso considerar se a
fonte de luz é natural, artificial, direta ou indireta, bem como se a
intensidade é fraca ou forte e a direção da luz (direita, esquerda,
frontal e superior) em relação ao objeto a ser desenhado.
Os efeitos básicos, de acordo com o tipo de luz empregada,
podem ser:
• Luz natural – produz leves contrastes de tonalidade.
• Luz artificial – produz contrastes nítidos.
• Luz difusa – provoca contrastes inexpressivos e sombras
com tonalidade muito claras.

102
Desenho Artístico 2
• Contra-luz – fonte de luz frontal, só os contornos dos Unidade 3
Desenho de
objetos a serem desenhados são iluminados, enquanto o resto é coberto composições

por uma sombra muito escura.


• Observe o exemplo de cada efeito mostrado na figura 28:

Siga o exemplo da
figura 28 e crie
sua própria
composição, em
uma folha de
papel A3, com
diferentes tipos
de intensidade de
luz sobre um
objeto. Entregue
sua atividade ao
tutor presencial.

Figura 28 –Exemplo de efeito de luz.


Fonte: Escola de Arte..., 2006, p. 18.

Contraste de claro-escuro
O claro-escuro é um método de pintura que permite definir as
zonas de luz e sombra, modulando gradualmente a passagem da
tonalidade mais clara para a mais escura.
Esse método pode ser visto nos desenhos da figura 28.

Composição com paisagens


A composição com paisagem (FIG. 29) é a mais fácil de se
produzir, pelo fato de estar a sua volta, bastando que você abra a porta
de casa para observá-la.

103
Desenho Artístico 2

Unidade 3
Desenho de
composições

Figura 29 – Exemplo de composição com paisagem


Fonte: Curso de desenho e pintura ,1985, p. 74.

Ao fazer composições utilizando paisagens, é importante


distribuir os diferentes elementos do desenho, no espaço (plano
pictórico), preocupando-se basicamente com as proporções. Nesta
etapa, fazem-se apenas os esboços, para distribuir os elementos da
composição, buscando não pressionar muito o lápis sobre o papel, para
que se possam apagar algumas linhas, caso seja necessário.
Após essa distribuição, e quando julgar que o conjunto está
harmônico e bem-distribuído no papel, passe aos detalhes e ao
acabamento.
Nas figuras 30A, 30B e 30C é mostrado o passo a passo de uma
composição com paisagem.

Figura 30A - esboço da paisagem para distribuição dos elementos da composição

104
Desenho Artístico 2

Unidade 3
Desenho de
composições

Figura 30B – Detalhamento do desenho e demarcação de sombras

Elabore, em uma
folha de papel
A3, uma
composição,
utilizando uma
paisagem e
explique passo a
passo como você
fez o desenho.
Siga a sugestão
das figuas ao
lado. Entregue
sua atividade ao
tutor presencial.

Figura 30C – Acabamento do desenho

Figuras 30A, 30B e 30C – Passo a passo de uma composição com paisagem
Fonte: Chaves e Jubran , 2002, p.84-86.

Composição com naturezas-mortas


Por natureza-morta, entende-se um tema fechado,
geralmente composição de flores, frutas ou objetos inanimados. Este
tipo de composição é um ótimo exercício para o estudo das formas e

105
Desenho Artístico 2

Unidade 3
também a mais simples de se compor, pois pode-se escolher os
Desenho de
composições elementos que há em casa à disposição para compor uma natureza-
morta (FIG. 31).

Figura 31 – Exemplo de composição com natureza morta


Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.7.

Para esse tipo de composição, em primeiro lugar, construa


seu desenho a partir de linhas guias, com atenção no equilíbrio do
conjunto. Use as linhas guias criadas para determinar o centro do objeto
a ser desenhado. A noção de simetria desempenha aqui um papel muito
importante. Em seguida, defina os contornos dos objetos sem calcar
muito o lápis; desenhe com a mão leve, pois o traço ainda não é o
definitivo. Conforme for definindo as formas, pode passar a aplicar o
sombreado.
Na seqüência das figuras 32A, 32B e 32C é mostrado um
exemplo de execução de desenho com natureza-morta.

Figura 32A – esboço dos elementos que compõem o desenho.

106
Desenho Artístico 2

Unidade 3
Desenho de
composições

Figura 32B – Definição dos contrastes de luz e sombra.

Figura 32C – Acabamento do desenho


Figuras 32A, 32B e 32C – Passo a passo de uma composição com natureza-morta.
Fonte: Escola de Arte..., 2006, p. 51.

Composição com a figura humana


Uma composição sempre deve levar em consideração o
projeto, senão dificilmente será eficaz. Embora os artistas principiantes
se dediquem a projetar o desenho de uma paisagem ou de uma
natureza-morta, por exemplo, eles raramente se dão ao trabalho de
refletir antes de estudar a figura humana (FIG. 33).

Figura 33 – Exemplo de composição com figura humana


Fonte: Curso de desenho e pintura, 1985, p.45.

107
Desenho Artístico 2

Unidade 3
Desenho de
composições
O primeiro problema que se deve resolver, antes de começar a
desenhar uma pessoa ou grupo de pessoas, refere-se à posição do
desenho no espaço do papel. Em seguida, há outros aspectos relativos à
composição que podem vir a oferecer alguma dificuldade: a definição da
forma total da figura, a determinação do ponto focal, a maneira mais
eficaz de obter o equilíbrio dos elementos, o modo de conduzir o olhar
do observador, para que ele perceba o quadro como um todo e,
finalmente, os recursos potencializadores da vitalidade da composição.
A seguir, os principais aspectos que podem vir a oferecer
alguma dificuldade durante a composição com figuras humanas:
• Forma das figuras – comece pensando sobre a forma total
do motivo e pergunte a si mesmo se ele é bastante forte para prender a
atenção do observador e, se a pose escolhida lhe parecer razoável, mas
sem nenhum dinamismo, pense em outros truques que possam torná-la
Elabore, em uma mais viva, por exemplo, uma linha de contornos mais sensível, ao invés
folha de papel A3,
uma composição com de uma simples linha curva, ou então, a utilização de trajes e acessórios;
natureza-morta,
seguindo as • Pontos focais – toda boa composição tem um ponto focal
sugestões dadas.
Entregue sua poderoso, capaz de prender a atenção do observador. No desenho de
atividade ao tutor
presencial. uma figura humana, o rosto é naturalmente preferido, mas existem
alternativas que também funcionam. Através de dramáticos contrastes
de tom, de cor ou da linha, por exemplo, pode-se salientar qualquer
parte de uma figura ou fundo;
• Espaço negativo – numa boa composição, a forma do fundo
(o espaço negativo) deve receber a mesma atenção que a forma do
motivo. Se o contorno do motivo for sugestivo, a forma do espaço
negativo tem mais chance de ser interessante. Mas isso nem sempre
acontece, portanto, é aconselhável observar uma área de cada vez e
tratar o espaço negativo como uma forma em si. Nos desenhos mais
simples de pessoas, o modelo ora flutua no espaço negativo ora
descansa, apoiando-se em um dos lados do papel. Esse tipo de desenho,
não é, particularmente, interessante. É possível conseguir um resultado
bem mais satisfatório, dividindo o espaço negativo em várias formas,
através da aplicação de tons e texturas;

108
Desenho Artístico 2
• Equilíbrio entre a figura e o fundo – é fundamental manter Unidade 3
Desenho de
o equilíbrio certo. Uma composição desequilibrada desperta no composições

observador a mesma perturbação que um corpo fora de equilíbrio. Não se


trata apenas de garantir a estabilidade de seu modelo, ele pode estar
firme sobre as duas pernas, mas se ficar indevidamente espremido num
canto do papel transmitirá uma sensação visual perturbadora.
Os elementos mais importantes de uma composição são:
a) Movimento – refere-se à maneira como o olhar do
observador “passeia” pela obra. O desenho ou a pintura de uma figura
humana tem um ponto focal forte, por exemplo, os olhos, mas nenhum
outro elemento de interesse pode ser demasiado estático, caso
contrário, o observador não será orientado para as outras partes do
trabalho. A posição dos braços, mãos, pernas e cabeça ajuda,
geralmente, a dirigir o olhar.
Outra linha guia eficaz refere-se à direção para a qual o
modelo olha, contribuindo também para esse dinamismo geral das linhas
diagonais da figura;
b) Harmonia – existem duas maneiras de se obter harmonia
num desenho de figuras humanas: pode-se repetir um elemento simples
ou, então, complementá-lo. Experimente diversas maneiras de conseguir
esse efeito nas suas composições. Por exemplo, repita a forma curva das
costas numa perna ou faça a cabeça do modelo voltada numa direção
diferente à do corpo;
c) Tensão – procure introduzir um elemento de surpresa na
composição, sem perturbar o equilíbrio geral. Depois de alcançar a
harmonia da composição, introduza o inesperado: torça o tronco, mude a
direção do olhar do modelo ou dos braços – apenas um pequeno detalhe
que fará observador olhar com mais atenção.
Veja, a seguir, um exemplo de forma simplificada das etapas
básicas para o desenho de uma figura humana (FIG. 34A, 34B, 34C e
34D):
• O primeiro passo é observar atentamente a posição em que
a pessoa se encontra e procurar reproduzi-la em traços gerais; o esboço
pode ser feito a partir de figuras geométricas, tendo o cuidado de
equilibrar as proporções, conforme mostrado nas figuras 34A e 34B.

109
Desenho Artístico 2

Unidade 3
Desenho de
composições

Elabore uma
composição, em Figura 34A Figura 34B
uma folha de
papel A3, com
uma figura • O segundo passo é definir os detalhes como rosto, cabelos,
humana seguindo
as sugestões roupas, conforme mostrado na figura 34C.
apresentadas ou,
se preferir, faça
exatamente o
desenho que está
sendo
apresentado na
seqüência da
figura 34.
Entregue-a ao
tutor presencial.

Figura 34C

• A última etapa é o sombreamento, que


dará volume e precisão aos detalhes. Procure
observar atentamente a incidência da luz para
Faça uma auto-
avaliação das
verificar as sombras, conforme mostrado na figura
atividades
desenvolvidas nesta
34D.
unidade e destaque
as principais
dificuldades Figura 34D
encontradas, bem
como os meios
utilizados para
alcançar os
objetivos das
propostas de
atividade. Poste sua Figuras 34A, 34B, 34C e 34D – Exemplo das etapas de um desenho com a figura humana.
avaliação no Fonte: Porte, 2002, p.33-34.
ambiente virtual.

110
Desenho Artístico 2

Unidade 4 Unidade 4 Técnicas de desenho Unidade 4


Técnicas de Técnicas de
desenho desenho
Síntese: nesta unidade, são apresentadas as principais técnicas adotadas
em desenho artístico, distribuídas em três subunidades: a primeira trata
da técnica de desenho a lápis grafite; a segunda, da técnica de desenho
a carvão; e a terceira, da técnica de desenho a nanquim.

4.1 Desenho a lápis grafite


O desenho a lápis é a forma mais usual, prática e rápida das
técnicas de desenho, pois sempre se faz um esboço a lápis, ao iniciar um
desenho, para depois dar um acabamento com outro material.

Tipos de lápis
O instrumento tradicional de trabalho do desenhista é o lápis
de grafite, que existe numa série de gradações: do mais mole (6B) ao
mais duro (6H). O mais usado, o médio (HB), produz uma linha de tom
médio. Quanto mais duro o lápis, mais leve e clara será sua linha. Ao
contrário, quanto mais mole, mais carregado será seu traço.

Traços fundamentais
Os traços são capazes de conferir sentido cromático e
expressivo ao desenho, por esse motivo treinar os vários tipos de traços
de acordo com o resultado que se deseja alcançar é de extrema
necessidade ao bom resultado de um desenho.
A perfeição do traço só é conseguida com muito treino. Para
isso, é preciso treinar com diferentes tipos de lápis sobre papéis com
texturas e gramaturas variadas para se conferir o efeito.
Para tanto, serão recomendados os treinos de alguns traços
básicos para ajudá-lo a desenhar. À medida que você for treinando,
descobrirá outros traços por sua conta.
No exercício, devem-se usar três tipos diferentes de lápis: 2H,
HB e 2B. Lembre-se que o objetivo do exercício é treinar vários tipos de
traços e não conseguir um desenho acabado.

111
Desenho Artístico 2

Unidade 4 Siga as instruções, fazendo o que se pede:


Técnicas de
desenho a) Traços verticais curtos usando lápis 2H;
b) Traços angulares curtos usando lápis 2H;
c) Traços horizontais curtos usando lápis 2H;
d) Linhas verticais irregulares longas usando lápis 2H;
e) Linhas curtas curvas em diferentes direções lápis 2H;
f) Traços curvos curtos usando lápis HB e fundo 2H;
g) Traços curvos curtos usando lápis HB;
h) Traços verticais curtos com variação de pressão, usando
lápis 2B;
i) Traços verticais curtos em diferentes direções usando lápis
HB;
j) Traços curtos em ângulo com pressão e direção variáveis
usando lápis 2B;
k) Traços curtos em ângulo usando lápis 2H, HB e 2H;
l) Linhas onduladas com variação de pressão da esquerda para
a direita usando lápis 2B;
m) Traços verticais curtos com pressão e direção variada
usando lápis 2B;
n) Traços verticais com pressão variável e espaço em branco,
usando lápis HB;
o) Traços curtos em várias direções usando lápis 2B, HB e 2H.

Faça em uma folha


de papel A4 cada
exercício proposto
na subunidade 4.1.
Siga o exemplo da
figura 35. Não é
permitido usar
régua. Entregue
sua atividade ao
tutor presencial.

Figura 35 – Exemplo de traços com lápis grafite variados.


Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.6.

112
Desenho Artístico 2
Efeitos de linha e sombreado Unidade 4
Técnicas de
Desenhar bem é ser capaz de traduzir com fidelidade aquilo desenho

que se vê, ou seja, saber transformar tudo o que foi visualizado em


marcas, linhas e tons; para isso acontecer, é fundamental dominar a
técnica do sombreado.
Quando se aplica o sombreado a um desenho, ele muda
completamente, passando a ter volume. Há várias maneiras de se aplicar
sombreados a um desenho, mas nesta unidade, será dada ênfase para o
efeito, utilizando lápis de grafite macia como um 6B.
Para aplicar o sombreado em um desenho, é preciso que você
já tenha um bom conhecimento dos traços com os diferentes tipos de
lápis (se você realizou o exercício anterior já possui um pouco desse
conhecimento).
O ponto de partida para aplicar o sombreado é desenhar
motivos simples como círculos e treinar a pressão do lápis sobre o papel
(devem-se usar diferentes texturas de papel para testar os efeitos de
sombreado), até que se chegue a um resultado satisfatório.
Vamos exercitar o uso do sombreado em desenhos?
Antes de entrar em ação, verifique se você tem à mão todo o
material necessário (papéis com texturas variadas e lápis com diferentes
gradações). Escolha um local de trabalho com bastante luz, de tal modo
que essa iluminação cubra uniformemente todo o papel. É muito
importante que não haja sombras sobre o papel, pois isso pode dificultar
a elaboração do seu desenho.

Observe o seguinte procedimento quanto à disposição da luz


sobre o desenho: se você for destro, posicione-se de modo que sua
fonte de luz venha da esquerda, por cima do ombro. Se for canhoto,
vale o contrário. A direção da luz é importante para que seu desenho
fique livre de quaisquer sombras que possam perturbá-lo.

O primeiro desenho servirá para trabalhar com traços finos. O


objetivo é que se formem sombras com traços leves em várias direções.
Estas sombras consistem em linhas bem definidas e não esfumaçadas.
Para isso, use lápis HB e desenhe, primeiramente, os contornos,
completando-os com os grafismos das sombras. O desenho pode ser de

113
Desenho Artístico 2

Unidade 4
uma maçã ou qualquer outro objeto de sua preferência, contanto que
Técnicas de
desenho tenha contornos simples. Seu resultado deve seguir o exemplo
apresentado na figura 36.

Figura 36 – desenho com traços finos.


Fonte: Curso de desenho e pintura ,1985.

Todos os desenhos devem ser do mesmo objeto, para que se


possa avaliar a variação dos efeitos de acordo com a técnica
empregada.

O segundo desenho será para trabalhar


com traços grossos, usando um lápis mais macio,
como o 6B, com a ponta chanfrada. Varie a
espessura das linhas: com a ponta, faça as linhas
finas, e com a parte chanfrada, os traços mais
grossos das áreas sombreadas (FIG.37).

Figura
37 - Desenho com traços grossos.
Fonte: Curso de desenho e pintura ,1985.
Siga o exemplo dado
nas figuras 36 a 39,
para treinar o
sombreado em
O terceiro desenho servirá para
desenhos. Escolha
apenas um objeto e
trabalhar traços de diferentes tipos. Para esse
faça todos os
desenhos em uma
exercício, use dois tipos de lápis: HB e 2B.
única folha de papel
A3. Entregue sua
Primeiro, desenhe os contornos com o lápis HB; a
atividade ao tutor
presencial.
seguir, sombreie os tons claros. Passe para o lápis
2B formando os tons mais escuros (FIG. 38).

Figura 38 - Desenho com traços de diferentes tipos.


Fonte: Curso de desenho e pintura, 1985.

114
Desenho Artístico 2
O quarto desenho servirá para Unidade 4
Técnicas de
trabalhar traços paralelos. Forme sombras desenho

com hachurados de linhas paralelas feitas


com lápis HB. Faça com que cada área de
sombra siga o contorno das formas do objeto
desenhado, para dar mais profundidade às
figuras desenhadas (FIG. 39).
Figura 39 - Desenho com traços paralelos
Fonte: Curso de desenho e pintura, 1985.

Os exercícios podem ser repetidos em diferences tipos de papéis


(lisos, semi-rugosos e rugosos), para avaliar o efeito das técnicas sobre os
papéis.
Sugere-se que o lápis seja mudado, de acordo com o papel
utilizado, por exemplo, em papéis lisos, usar os tipos que vão do 6H ao
4B; em papéis rugosos, usar lápis do tipo 4B; e nos semi-rugosos, usar
lápis do tipo HB e 4B, sendo o HB; para contornos e o 4B para os
sombreados mais escuros.

4.2 Desenho a carvão


Existem vários materiais para executar desenhos artísticos,
dentre os quais, o carvão, um dos que apresenta variedade de
resultados, de acordo com a técnica.
Os lápis de carvão, excelente instrumento de desenho, são
fabricados, geralmente, em quatro gradações: HB; 2B; 4B e 6B. Mais
frágeis e de mais difícil manuseio do que os de grafite, eles produzem
muito pó, podendo vir a sujar o desenho. Sua maior aplicação é no
desenho tonal e para preencher com rapidez grandes áreas de papel.
Lembre-se sempre que o papel influi muito na linha do lápis.

Materiais utilizados para desenho a carvão


A utilização do carvão em desenho remonta aos primórdios da
própria arte. Mas, apesar de sua longa e importante história, ele é visto
ainda com reservas por muitos artistas – por se desprender do papel com
facilidade e ser impreciso. Seu uso acaba ficando restrito a esboços
preparatórios para a pintura a óleo. Na verdade, o carvão possibilita

115
Desenho Artístico 2

Unidade 4
resultados muito expressivos. Ele desliza sobre o papel com um toque
Técnicas de
desenho agradável e basta uma leve variação na pressão para obter grandes
variedades de efeitos, desde os delicados tons médios texturizados até os
escuros profundos. Pode-se também esfumá-lo com o dedo ou esfuminho
e produzir luzes, removendo-o com uma borracha.
O carvão é oferecido sob diversas formas. A mais comum é o
bastão (de carvão vegetal natural de videira ou de salgueiro). Há
também os bastões chatos de carvão, mais comprimidos, próprios para
cobrir grandes áreas, e os lápis de carvão (FIG. 40). Estes são os
melhores instrumentos para desenhos detalhados, pois você pode
apontá-los bem fino. Existem diferentes qualidades de lápis de carvão,
de duros a macios, e diversos tipos de bastão.

Figura 40 – Tipos de carvão


Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.60.

Antes de começar um desenho definitivo, treine um pouco,


fazendo alguns esboços, levando em consideração a natureza do carvão,
assim como os efeitos que ele pode produzir.
Há três tipos de carvão:
a) Carvão comprimido - em bastões, produz marcas negras
de grande densidade; é liso e farelento, principalmente na forma mais
macia.
Ideal para esboços, ele possui a profundidade de tom que
sombras realmente escuras requerem. Essa propriedade é muito útil
para reproduzir o efeito de luz forte – como a do sol, já que o carvão
comprimido, por ser tão escuro, faz com que as áreas claras fiquem
ainda mais intensas. É preciso ter cuidado apenas com uma coisa: sendo
muito denso, o carvão penetra nas fibras do papel, dificultando o
trabalho de apagar os pontos em que se quer mais luminosidade. Assim,
se você estiver desenhando uma cena noturna, por exemplo, aconselha-

116
Desenho Artístico 2
se primeiro indicar com precisão a fonte de luz e deixá-la em branco Unidade 4
Técnicas de
antes de escurecer o resto do trabalho; desenho

b) Carvão de salgueiro – obtido com galhos naturais de


salgueiro. De tom cinza, serve também para cobrir grandes áreas. O
melhor método é quebrá-lo ao meio e usá-lo de lado.
Ao contrário do carvão comprimido, é fácil de apagar e tende
a ficar na superfície, podendo ser removido com o auxílio de um pincel.
Você também pode criar efeitos atmosféricos interessantes misturando-
o ao carvão comprimido, com o auxilio de um esfuminho;
c) Lápis de carvão – são úteis para trabalhos delicados e
minuciosos. Mas, é no acréscimo de detalhes em áreas escuras que esse
lápis mostra sua maior utilidade; os mais macios produzem marcas tão
densas como as do carvão comprimido, permanecendo visíveis mesmo
sobre um fundo negro profundo.

Superfície de desenho
Um das características mais interessantes do carvão é que ele
tende a revelar a granulação e a textura do papel em que você desenha
- o que o torna particularmente expressivo em papéis bem texturizados.
O papel especial para desenho a carvão dá bons resultados, também,
com pastel seco e lápis. Sua superfície é canelada e bastante
resistente, para que possam ser rasuradas muitas vazes. Os papéis de
texturas ásperas têm granulação maior e superfície irregular, o que
torna as áreas fundidas mais vívidas e os traços largos mais arrojados.
A seguir, os principais papéis que podem ser utilizados em
desenho a carvão:
a) Papel próprio para carvão - o tipo de papel fabricado
especialmente para carvão é o Ingres, que pode ser usado, na verdade,
para lápis e vários outros materiais de desenho. Possui textura
delicadamente rugosa e uniforme, bem como a superfície dura, que
torna os traços um pouco grosseiros, mas permite esfumá-los em tons
suaves e aveludados. Geralmente é vendido em folhas avulsas, de 50 x
70 cm, mas pode ser encontrado também em blocos de tamanho
padrão.

117
Desenho Artístico 2
Unidade 4 b) Papel de aquarela – a superfície áspera de certos tipos de
Técnicas de
desenho
papel de aquarela dá uma textura dinâmica aos traços. A menos que
você aperte o carvão com muita força, até as linhas acentuadamente
pretas deixarão transparecer o branco do papel em alguns pontos.
O papel de aquarela pode ser encontrado em folhas avulsas
ou blocos. Uma dica é você experimentá-lo em alguns trabalhos, antes
de adquiri-lo em maior quantidade, pois talvez você não goste de seus
efeitos irregulares.
c) Outros tipos de papéis – além dos papéis para carvão e
aquarela, você pode usar outros tipos menos conhecidos, como o papel
de arroz japonês, o papel transparente (vegetal) e o papel-manteiga.

Exemplos de efeitos de desenhos, de acordo com o papel


empregado (figuras 41A e 41B):

Faça dois desenhos


com um dos tipos
de carvão
apresentados,
sobre folhas de
papéis diferentes e
anote o que você
observou em
relação à
diferença dos
desenhos, de
acordo com o tipo
de papel utilizado.
Entregue sua
atividade ao tutor
presencial.

Figura 41A – Desenho feito em papel com textura.

118
Desenho Artístico 2

Unidade 4
Técnicas de
desenho

Figura 41B – Desenho feito em papel liso


Figuras 41A e 41B – Exemplos de efeitos de desenho de acordo com o papel.
Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.66,70.

Técnicas utilizadas para desenho a carvão


Para treinar o desenho a
carvão, experimente iniciar com alguns
bastões de carvão natural. Segure-os
perto da ponta que se encosta ao papel,
para que não quebrem ou esfarelem.
Trace diversas linhas, variando
a pressão para produzir diferentes
espessuras. Em seguida, passe a
Figura 42 – Técnica de traços
trabalhar com tons, segurando os bastões Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.62.

deitados. Finalmente, tente fundir


alguns tons – com o dedo ou um
esfuminho de papel e crie alguns
reflexos, usando o limpa-tipos.
As técnicas para desenho a
carvão podem se basear em traço (FIG.
42), em fusão de tons (FIG.43) ou no
contorno gestual (FIG.44).
Figura 43 – Técnica fusão de tons
Fonte:Curso de desenho e pintura,1985, p.62.

119
Desenho Artístico 2

Unidade 4
Técnicas de
desenho

Figura 44 – Técnica de contorno gestual


Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.62

Os passos para a realização de desenhos a carvão são os


seguintes:
• Faça os esboços – esboce as principais formas com um lápis
de carvão duro bem apontado. Não aperte com muita força, apenas
deixe a ponta deslizar sobre o papel. Concentre sua atenção ao
contorno do objeto desenhado;
• Introduza massas tonais – após determinar todos os
contornos, comece a formar a estrutura tonal, que dá unidade ao
desenho. Nas áreas de tons uniformes, use lápis bem inclinado.
Trabalhe, primeiramente, as áreas mais escuras do desenho, usando um
lápis de carvão macio. Para os tons bem claros, use o lápis de carvão
médio. Trabalhe com o lápis deitado, sobrepondo traços horizontais
Elabore três claros e curtos, para formar um tom contínuo.
desenhos, sobre
folhas separadas de
papel A3, para os
quais você fará uso, Modelagem de tons com traços
primeiramente, a
técnica do traço; a Esfumar com carvão é um
seguir, a técnica de
fusão de tons; e, trabalho fácil e muito agradável.
finalmente, a
técnica de contorno Por essa razão, muitos artistas não
gestual. Entregue a
atividade ao tutor conseguem resistir à tentação de
presencial.
esfumar e se limitam a essa técnica

Figura 45 – Modelagem de tons com traços.


Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.85

120
Desenho Artístico 2
para obter os tons em seus desenhos. O problema é que isso faz com que Unidade 4
Unidade 4
Técnicas de
écnicas de seus desenhos pareçam sempre iguais. Vale a pena, portanto, resistir ao desenho
desenho
impulso de esfumar e tentar fazer desenhos tonais baseados em traços
(FIG. 45).

Técnicas para modelagem de tons com traços


Embora as linhas esfumadas do carvão sejam irregulares, ainda
assim é possível graduar as tonalidades como com qualquer outro
material de desenho. Pratique as técnicas de hachura, variando a
largura, a posição e a distância entre as linhas para conseguir variações
de tons.
Além disso, há a vantagem de poder escolher entre diversas
formas de carvão. O carvão de salgueiro, em forma de lápis,
especialmente é o mais indicado para o desenho a traço, uma vez que
ele produz linhas finas e permite chanfrar a ponta para as linhas mais
grossas. Suas qualidades tonais também se alteram significativamente,
conforme a pressão aplicada.
O carvão comprimido, embora ideal para áreas de negro
aveludado, é menos adequado para traços. Em geral, os bastões são
demasiado grossos para produzir linhas de larguras sutis e mesmo a
menor pressão, deixa uma marca densa.

Traços e esfumados
Depois de ter dominado os efeitos tonais, exclusivamente com
linhas, experimente combiná-las com pequenas áreas de tons esfumados,
para obter impressões variadas, como mostrado na figura 46.

Treine os vários
tipos de traços, com
o uso de lápis
carvão 4B, sobre
uma folha de papel
A3. Entregue a
atividade ao tutor
Figura 46 - Traços esfumados
Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.67. presencial.

121
Desenho Artístico 2

Unidade 4
Agora treine os vários tipos de traços com o uso de lápis
Técnicas de
desenho carvão 4B (macio). Siga o exemplo mostrado na figura 47.

A caneta a nanquim
é muito utilizada
para desenho
técnico e pode ser
encontrada
facilmente em
livrarias. Os Figura 47 - Tipos de Traços
tamanhos de suas Fonte: Curso de desenho e pintura,1985, p.86.
pontas variam de
0,1 a 1,2.
1. Primeiramente, crie um tom uniforme, usando traços
curtos, feitos com a mesma pressão. Note como o tom escurece com a
sobreposição das marcas do lápis, enquanto o branco do papel visível
adquire uma aparência granulada, texturizada.
2. Faça traços horizontais amplos ao descer com o lápis pela
Treine vários tipos de
traços, utilizando folha, mas diminua gradualmente a pressão. Sobre a metade do trabalho
caneta a nanquim,
pena e pincel. faça uma área de negro intenso, com linhas verticais.
Observe os resultados
obtidos com cada
instrumento e analise
qual deles você 4.3 Desenho a nanquim
domina melhor.
Entregue sua Para executar essa técnica, antes de tudo é necessário
atividade ao tutor
presencial. dominar o desenho a lápis, pois é preciso ter um desenho a lápis pronto
para poder efetuar o acabamento com a nanquim (arte-final).
Essa técnica é necessária principalmente quando o desenho
vai passar posteriormente por processo de impressão ou de colorização.
Pode-se usar o papel sulfite, de preferência, branco.
Para aplicar a tinta nanquim no papel, foram desenvolvidas
Faça um desenho,
sobre uma folha de diversas ferramentas. Cada uma delas terá um determinado efeito no
papel A3, e faça o
acabamento com resultado do traço. Essas ferramentas são: caneta nanquim, pena ou
tinta nanquim
(escolha a ferramenta pincel.
que você mais
domina). Entregue A caneta a nanquim deve ser usada para linhas ou detalhes
sua atividade ao tutor
presencial. que necessitem de traços bem finos; a pena, para traços de diferentes

122
Desenho Artístico 2
espessuras, de modo que a passagem da linha fina para a grossa seja Unidade 4
Técnicas de
bem suave; e o pincel para grandes áreas de preto, contornos e linhas desenho

grossas.
Como nas demais técnicas o treino é fundamental, quanto
mais treinar cada um dos materiais citados, mais rápido você dominará
a técnica e descobrir com qual material se identifica mais.

Para saber mais


sobre essa técnica
leia o livro Freixas,
2007.

Figura 48A – Desenho utilizando pena e caneta.

Faça uma
composição artística
utilizando um das
técnicas
apresentadas
durante o curso e
comente suas
dificuldades para
alcançar os
objetivos da
atividade.

Figura 48B - Desenho utilizando pincel

Figura 48A e 48B – Exemplos de desenho a tinta nanquim


Fonte: Freixas, 2007, p.103,116.

123
Desenho Artístico 2

Referências
Referências

ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão


criadora. São Paulo: Pioneira, 2002.

ARTE e matemática: forma dentro da forma - Forma que se transforma.


Caos - O belo. Direção de Luis Barco. Brasil: Cultura Marcas, 2005. 1
DVD(104m.), son., color.

ATALAYA, Bullent. A matemática e a Mona Lisa: confluência da arte com


a ciência. Tradução Mario Vilela. São Paulo: Mercuryo, 2007.

CHAVES, Dário; JUBRAN, Alexandre. Manual prático de desenho. São


Paulo: Tipo Editora, 2002.

______. Manual prático de desenho 2. São Paulo: Tipo Editora, 2002.

CURSO de desenho e pintura. Tradução Cássia Rocha e Regina Amarante.


São Paulo: Globo, 1985. Fascículos: Desenho a lápis e desenho a tinta e
carvão

DOCZI, György. O poder do limites: harmonias e proporções na natureza,


arte e arquitetura. São Paulo: Mercuryo, 1990.

DERDYK, Edith. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1990.

DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 2.ed. São Paulo: Martins


Fontes, 1997.

EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. Rio de


Janeiro: Ediouro, 2002.

ESCOLA de arte: aprenda a desenhar. Tradução Sheila Mazzolenis e Maria


Margherita de Luca. São Paulo: Globo, 2006.

FREIXAS, Carlos. Arte e técnica do desenho a bico-de-pena. São Paulo:


Hemus, 2007.

GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da


forma. São Paulo: Escrituras, 2000.

KANDINSKY, Wassily. Ponto e linha sobre o plano. São Paulo: Martins


Fontes, 2001

OSTROWER, Fayga. A sensibilidade do intelecto. 2. ed. Rio de Janeiro:


Campus, 1998.

______. Universos da arte. 13. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1983.

PORTE, Pierre. Abc do desenho. São Paulo: Larousse do Brasil, 2002.

124
Desenho Artístico 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. Pró-reitoria de Ensino de Glossário
Glossário
Graduação. Centro de Educação a Distância. Guia de referência para
produção de material didático em educação a distância. Organizado
por Zeina Rebouças Corrêa Thomé. Manaus: EDUA, 2007.

WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins


Fontes, 1998.

Glossário
Ângulo de visão - posição do observador em relação aos planos
horizontal e vertical onde o objeto a ser desenhado se encontra.
Bidimensional - o que possui apenas duas dimensões (altura e largura).
Canhoto - pessoa que é mais hábil com a mão esquerda que com a
direita.
Chanfrado - cortado em ângulo.
Comprimento - extensão longitudinal de um objeto.
Concavidade - característica da área menos elevada no meio que nas
bordas; escavado.
Convergem - tendem ou dirigem para o mesmo fim.
Convexidade - o que é arredondado externamente.
Destro - pessoa que dá preferência pelo uso da mão direita.
Denso - que tem muita massa e peso em relação ao volume; espesso.
Esfuminho - instrumento de desenho feito de papel enrolado e bem
apertado usado para esfumar o traço, dando-lhes mais suavidade. Pode
ser substituído por um lenço de papel ou pedaço de tecido enrolado no
dedo.
Formatos orgânicos - são formados por curvas que fluem suavemente
com transições imperceptíveis ou conexões salientes.
Gramaturas - referentes à espessura de um papel.
Hachurado - traçado de linhas paralelas entre si, de forma a preenche
toda a superfície do desenho.
Harmônicas - disposições bem ordenadas entre as partes de um todo.
Inanimados – sem ânimo, mortos, sem vida.

125
Desenho Artístico 2

Glossário
Linha do horizonte - é a linha imaginária à altura do nível dos olhos
quando observamos algo distante. É muito usada em desenho de
perspectiva.
Limpa-tipos - espécie de borracha mole para ser usado para apagar
carvão.
Método - caminho pelo qual se chega a um certo resultado.
Motivo - o que determina alguma coisa; algo que está sendo desenhado.
Natureza-morta - trata-se de um ou vários objetos representados em um
desenho. Por exemplo: vasos, frutas, potes, tecidos, móveis, etc.
Obliqüidade - relativo a oblíquo; o que está inclinado.
Percepção - ato ou efeito de perceber. Captação dos aspectos
estruturais mais evidentes.
Perspectiva - o termo perspectiva vem do latim prospectu, que tem a
ver com olhar a adiante. É um método usado para dar noção de
profundidade ou distanciamento.
Plano pictórico - superfície bidimensional onde é feito o desenho
podendo ser uma tela, papel ou parede.
Ponto de fuga - indica o lugar para onde convergem as linhas de
perspectiva.
Proporção - indica a relação e disposição das partes dentro de um todo;
a igualdade entre duas razões. Por exemplo, ao desenhar uma figura
humana, as partes do corpo devem ser proporcionais entre si, cabeça,
tronco, pernas, mãos devem compor um todo harmônico.
Superfície - extensão de uma área; face de um objeto ou desenho.
Textura - trama que aparece na superfície de um objeto ou desenho.
Transposição - ato ou efeito de transpor; pôr algo em lugar diverso
daquele onde deveria estar. Na linguagem do desenho trata-se de
converter a medida real para uma medida proporcional, ou seja,
transpor uma medida de um objeto real para um desenho de forma que
este fique proporcional ao objeto real e caiba numa folha de papel.
Tridimensional - o que possui três dimensões (altura, largura e
profundidade).

126
Desenho Artístico 2
Currículo da professora-autora Currículo da
professora-
Raimunda do Nascimento é graduada em Desenho Industrial com autora

habilitação em Projeto de Produto pela Universidade Federal do


Amazonas (1996), especialista em Marketing Empresarial pela
Universidade Federal do Amazonas (2001), mestranda pelo Programa de
Pós-graduação em Ciências Florestais e Ambientais - Linha de Pesquisa:
Tecnologia e utilização de Produtos Florestais - Universidade Federal do
Amazonas / Faculdade de Ciências Agrárias. Cursou Desenho Artístico
pelo Liceu de Artes Ester Mello (1991). Atualmente é professora
substituta do curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do
Amazonas e professora do curso de Design da Faculdade Martha Falcão.
Tem experiência na área de design de móveis, encadernação artesanal
com matéria-prima regional, análise ergonômica de posto de trabalho e
consultoria em design. Atua principalmente nos seguintes temas:
educação, consultoria e desenvolvimento de projetos de produtos.

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Desenho Artístico 2

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