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Técnicas Refrativas II

TÉCNICAS REFRATIVAS II

Professor: Antônio Cláudio da Silva Maciel


Técnico em Óptica: Senac-CE
Contatólogo: Senac-CE
Técnico em Óptica Optometria e Contatologia: Colégio Nacional
Bacharel em Optometria: Ratio eFundacion Universitária Del Área Andina
Pós-Graduando em Ortoptica e Reabilitação Visual:Fasup

OPTOMETRIA, UMA CIÊNCIA ALÉM DA REFRAÇÃO

João Pessoa
2018

RESUMO

O presente trabalho aborda todas as técnicas refrativas e todos os passos


de uma avaliação visual completa com ênfase na ficha clínica optométrica e sua
importância frente ao trabalho desenvolvido por Optometristas, com intuito de
através de uma avaliação completa e que permita um diagnóstico mais preciso,
a ficha clínica possa ser uma ferramenta que contribua de forma efetiva com a
identificação de patologias e consequentemente com a diminuição da cegueira
evitável. Este estudo busca capacitar e forneceruma visão ao profissional
Optometrista de uma OPTOMETRIA diferente aos padrões Brasileiro,
colaborando assim para o reconhecimento de uma profissão extremamente
necessária para a saúde visual e com caráter social e de cunho científico. Este
trabalho abordará todos os 21 passos de uma avaliação visual segundo a escola
americana e europeia respaldada pela OMS (Organização mundial de Saúde).

Palavras chaves: Ficha clínica, Saúde visual, Optometria e OMS.

SUMÁRIO

Antônio Cláudio da Silva Maciel Página 1


Técnicas Refrativas II

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................5
2.PROVA AMBULATÓRIAL........................................................................7
2.1. CAIXA DE PROVA.................................................................................8
2.2. ARMAÇÃO DE PROVA..........................................................................9
2.3. EFEITO TUBULAR.................................................................................9
2.4. ÂNGULO PANTOSCOPICO...................................................................10
2.5. DISTANCIA VÉRTICE............................................................................11
3. VALORAÇÃO ACOMODATIVA................................................................12
3.1. DESENVOLVIMENTO DAS FALHAS DE ACOMODAÇÃO..................13
3.2. COMPONENTES DA ACOMODAÇÃO..................................................14
3.3. DISFUNÇÕES ACOMODATIVAS..........................................................14
3.4. FLEXIBILIDADE ACOMODATIVA.........................................................16
3.5. AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO.........................................................16
3.6. MÉTODOS PARA AVALIAR A ACOMODAÇÃO..................................17
3.6.1 AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO MÉTODO DE SHEARD................17
4. RESERVAS FUSIONAL............................................................................18
4.1. FUSÃO....................................................................................................18
4.2. FUSÃO MOTORA...................................................................................18
4.3. FUSÃO SENSORIAL..............................................................................19
4.4. DEFINIÇÃO.............................................................................................19
4.5. OBJETIVO...............................................................................................19
4.6. REQUESITOS..........................................................................................19
4.7. PROCEDIMENTOS..................................................................................20
5. VISÃO CROMÁTICA...................................................................................20
5.1. MECANISMO DA VISÃO.........................................................................20
5.2. COR E TIPOS DE LUZ.............................................................................21
5.2.1. TIPOS DE LUZ.......................................................................................22
5.2.2. CARACTERÍSTICAS DA COR..............................................................22
5.3. DALTONISMO...........................................................................................23
5.3.1 TIPOS DE DALTONISMO.......................................................................24
5.4. TESTES USADOS PARA VISÃO CROMÁTICA......................................27
5.4.1. ANOMALOSCÓPIO DE NAGEL...........................................................28
5.4.2. LÃS DE HOLMGRNIN...........................................................................28
5.4.3. TESTE DE ISHIHARAS.........................................................................28
5.4.4. TABELAS DE PSEUDOISOCROMÁTICAS..........................................29
5.4.5. TESTE DE FARNSWORTH-MUNSELL.................................................30
5.5. TRATAMENTO..........................................................................................32
6. CAMPO VISUAL...........................................................................................33
6.1 CAMPO VISUAL PERIFÉRICO..................................................................34
6.2 CAMPO VISUAL CENTRAL.......................................................................35
7. AVALIAÇÃO DA LAGRIMA.........................................................................36
7.1. TESTE DE JONES.....................................................................................37
7.2. TESTE DE BUT..........................................................................................38
7.3. TESTE DE SHIMMER................................................................................38
8. TONOMETRIA...............................................................................................39
8.1. TIPOS DE APARELHO PARA MEDIR P.I.O.............................................40
8.2. COMO É REALIZADO A TONOMETRIA...................................................40

9. FÓRMULA FINAL.........................................................................................41

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9.1. USO DOS ÓCULOS...................................................................................42
9.2. TIPO DE LENTE.........................................................................................42
9.3. TIPO DE BIFOCAL.....................................................................................42
9.4. FILTRO E COR...........................................................................................42
9.5. MATERIAL.................................................................................................42
10. DIAGNÓSTICO............................................................................................43
11. DISPOSIÇÃO OU CONDUTA.....................................................................44
11.1. COMPENSAÇÃO ÓPTICA SEGUNDO A AMETROPIA.........................45
11.2. COMPENSAÇÃO ÓPTICA COM LENTES DE CONTATO.....................48
11.3. CRITERIOS DE COMPENSAÇÃO ÓPTICA............................................49
12. CONTROLE.................................................................................................51
13. SAÚDE VISUAL NO BRASIL.....................................................................51
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................53
15.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...............................................................54

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: CAIXA DE PROVA............................................................................09


Figura 2: ARMAÇÃO DE PROVA....................................................................10
Figura 3: FORÓPTERO....................................................................................11
Figura 4: DITANCIA VÉRTICE.........................................................................12
Figura 5: CURVA DA ACOMODAÇÃO /IDADE...............................................14
FIGURA 06: AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO...............................................18
FIGURA 07: CORES PRIMÁRIAS....................................................................25
FIGURA 08: PONTO DE FOCO DAS CORES.................................................25
FIGURA 09: CORES.........................................................................................27
FIGURA 10: GENÉTICA...................................................................................28
FIGURA 11: TESTE DE ISHIHARAS...............................................................29
FIGURA 12: TELA DE AMSLER......................................................................36
FIGURA 13: TELA DE AMSLER......................................................................37
FIGURA 14: APARELHO LAGRIMAL.............................................................38
FIGURA 15: TESTE DE SHIMMER..................................................................40
FIGURA 16: TESTE DE SHIMMER..................................................................40
FIGURA 17: TONOMETRIA.............................................................................41
FIGURA 18: OLHO HIPERMETROPICO.........................................................47
FIGURA 19: OLHO MIOPE..............................................................................48

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Técnicas Refrativas II

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo maior refletir e demonstrar
praticamente os procedimentos da avaliação visual completa, no intuito de
amparar e orientar o aprendiz e o profissional da área. De natureza instrucional,
a apostila tem como desafio guiar o estudante na prática consciente da
Optometria, fornecendo-lhe as bases teóricas e práticas necessárias à boa
formação técnica acadêmica e posterior exercício da profissão. Amparado em
literatura especializada na definição de conceitos, procedimentos, técnicas e
reflexões epistemológicas; a apostila contempla uma dimensão visual e estética
mediante o uso de imagens para facilitar a exemplificação e a apreensão do
objeto em estudo, no caso, a avaliação visual completa.
A Avaliação Visual Completa são técnicas ou exames que auxiliam o
profissional optometrista no dia a dia, como ferramentas importantes na
avaliação visual que visa ajudar o profissional a medir, quantificar alterações
visuais e descobrir possíveis patologias. Tem como objetivo avaliar o
comportamento da frente de onda emitida pelos exames e equipamentos
refletida pelas estruturas do olho humano. Os resultados do exame vão detectar
a existência da necessidade de compensação visual (erros refrativos): miopia,
hipermetropia e astigmatismo, presbiopia, forias, tropias, reservas fusionais,
flexibilidades, amplitudes, percepção de cores, insuficiências, excessos,
estereopsia, reflexos pupilares, motilidade ocular e patologias.
Para a prática da optometria assim como a oftalmologia estes
procedimentos são de grande valia, pois somente através das técnicas refrativas
seremos capazes de realizar uma avaliação visual completa com todos os
passos da ficha clínica.
Os profissionais de saúde habilitados para realizar este exame são os
optometristas, assim como o oftalmologista, entre outros exames optométricos e
oftalmológicos. O optometrista deve ser capacitado para manipular todos os
equipamentos existentes na área com restrição apenas àqueles equipamentos
que tenha um caráter invasivo ou que seja necessário o uso de alguma droga
(medicamentos).
O optometrista é um especialista da optometria capacitado para avaliação
da capacidade visual por processos ópticos não médicos, possibilitando uma
compreensão dos conhecimentos anatômicos, fisiologia e refrativos, medidas da
córnea, avaliações da lágrima, avaliações do aparelho lagrimal, estruturas do
segmento anterior e posterior, reflexos e todos os testes que devem ser
realizados em todos os pacientes. Isso tudo entendendo que o processo visual
humano não nasce pronto e que se desenvolve a partir do nascimento e que
neste período todo cuidado é necessário para evitar problemas que possa gerar
danos à visão e até mesmo pôr em risco a vida da criança.
A Refração por sua vez é a mudança de direção que a luz sofre ao passar
de um meio para outro com índices diferentes. Exemplo clássico de refração é a
imagem de um lápis dentro de um copo com água. Temos a impressão que o
lápis está torto ou quebrado, isto acontece por que o lápis atravessa um meio de
um certo índice de refração(ar) e passa para outro meio com outro índice de
refração (água) e as imagens se tornam diferentes. E na optometria existem
vários exames e equipamentos para avaliar esta mudança de direção que a luz
sofre ao sair da atmosfera (ar) até chegar à retina do olho humano, passando
por várias estruturas transparentes do olho.

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A visão tem relações com grande parte dos outros sentidos, compreender
conceitos e procedimentos em pediatria, desenvolver formas de raciocínio
rápido, estabelecer relações entre a optometria e pediatria e sua própria
realidade.
Busca a área consolidar laços entre ciência da visão e outras áreas do
conhecimento, comunicar-se usando linguagem técnica, bem como familiarizá-
lo com os conceitos básicos dos métodos quantitativos de pesquisa e
proporcionar condições para a aplicação dos conhecimentos obtidos à prática da
optometria, e dotá-lo do instrumental necessário e técnicas apropriadas para a
idade de seus pacientes pediátricos com a devida cautela e psicologia adequada
para a organização e compreensão de dados quantitativos que o leve a elaborar.
Por fim destina-se a interpretar e extrair conclusões a partir das análises e
estudos de dados avaliados, utilizando equipamentos optométricos, conceitos,
tabelas, gráficos, medida e fórmulas, estabelecendo assim a área de atuação do
especialista em optometria pediátrica e demais setores.
Desejamos a todos uma boa leitura e um aproveitamento satisfatório dos
conteúdos aqui expostos, comprometidos com a prática consciente,
responsável, qualitativa e ética da optometria em todo território nacional.

2. PROVA AMBULATÓRIO
Depois de realizada a refração, a dioptria encontrada é montada na
armação de prova e conforme os resultados das técnicas de refração, com a
melhor acuidade visual e o paciente caminha pelo gabinete para avaliar se ele
reporta algum sintoma ao usar a dioptria encontrada ou se o paciente sente-se
confortável.

É uma prova que consiste em montar a refração final na armação de


provas e fazer com que o paciente caminhe pela sala de exame uns 5 minutos,
para que este sinta como será sua nova correção. Prova subjetiva binocular
realizada para determinar o grau de aceitação da correção tentativa,com base
no conforto visual, provando a tolerância por parte do paciente.A técnica utilizada
é.

Ajustar a armação de prova tendo em conta:

- Distância pupilar.

- Distância ao vértice.

- Ângulo pantoscópico.

- Altura da ponte.

- Comprimento das hastes.

Coloque a correção tentativa na armação de provas, peça ao paciente que


observe ao seu redor olhando em todas as direções, peça que ele observe o
ângulo dos objetos quadrado, porta, mesas etc. Se o paciente reportar conforto

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e tolerância, pode-se prescrever a correção total tentativa segundo o caso e
critério do optometrista. Se o paciente reportar desconforto, distorção espacial
pisos e paredes ou tem dificuldade de locomoção parcial, ver critérios de
parcialização e repita a prova ambulatorial .Devemos ficar atentos com pacientes
com defeitos refrativos altos corrigidos pela primeira vez, astigmatismo contra a
regra corrigidos pela primeira vez, astigmatismo heterônomo eixos opostos,
astigmatismo misto corrigido pela primeira vez, astigmatismo alto, astigmatismo
obliquo e anisometropias (defeito refrativos desiguais dos olhos com diferença
de 1,50D).
Todo esse trabalho retrata a importância da caixa de prova no exame de
vista optométrico e afirma que no teste ambulatória como nos outros teste que
mostrei a vocês anteriormente a minha afirmação.

2.1 CAIXA DE PROVA


Um equipamento composto por 80 pares de lentes esféricas, divididas em
40 pares de lentes positivas e 40 pares de lentes negativas, com dioptrías que
varia de 0,25D a 20,00D, se posicionando as vinte pares de lentes negativas ao
lado esquerda e vinte pares de lentes positivas a direita, como mostra a figura
abaixo. Ao centro na parte de cima encontramos as 40 pares de lentes
cilíndricas, divididas em 20 pares de lentes cilíndricas negativas a esquerda e 20
pares de lentes cilíndricas positivas a direita e mais abaixo no centro, 14 prismas
de 0,50 a 10,00, um par de cilindros cruzados e 10 lentes diversas.
FIGURA 01

Fonte: imagem do www.google.com.br

2.2 ARMAÇÃO DE PROVA


Armação de prova é um equipamento de grande importancia na conclusão
do exame. O mesmo é composto de calibragen de eixo para lentes cilindricas,
ajuste para as artes, distância pupilar e naso pupilar, ângulo pantoscópico, altura
e distância ao vértice.
Figura 02.

Fonte: imagem do www.google.com.br

2.3 EFEITO TUBULAR.

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O efeito da visão tubular é bastante comum com os exames feitos com o
refrator, onde apenas a visão central é percebida, porque a percepções ao seu
redor é ausente, descartando ao Optometrista o teste da visão periférica no ato
do exame influenciando diretamente em suas ações do dia a dia. Nela, a retina
central está funcionando e a acuidade visual pode estar norma, inclusive e,
durante o dia não impossibilitar a leitura ou atividades normais do cotidiano do
paciente. Mas, durante a noite, o problema se agrava com a falta de luz e a
pessoa costuma não se sentir a vontade para realizar ações simples como andar,
dançar, ler, entre outros. Isso quer dizer que o paciente tem a sensação de que
um tubo está a sua frente, assim como olhar através de uma janela a certa
distancia, você só consegue visualizar o que está a frente da mesma e, não
consegue enxergar as laterais do espaço exterior, fato esse que podemos nesse
ato, suspeitar de um possível glaucoma.
Todavia com a caixa de prova e a armação podemos fazer com mais
eficácia o exame desse paciente e o teste da visão periférica sem o efeito tubular
ocasionado pelo refrator, podendo suspeitar do glaucoma.

Figura 03.

Fonte: imagem do www.google.com.br

2.4 ÂNGULO PANTOSCÓPICO


O ângulo pantoscópico da armação são ângulos nos quais a fronte da armação
forma ângulos com o rosto, quando os óculos são usados.
Quando vistos de lado, é normal que as bordas inferiores da armação estejam
mais perto das faces do que as superiores. O ângulo pantoscópico pode variar
de 4 a 18 graus. Porém o ideal é que esteja entre 12 a 15º . Com frequência,
pessoas com pálpebras extremamente proeminentes podem exceder tal
alcance.
O ângulo pantoscópico permite que o olho focalize para baixo da imagem, do
olhar distante para o próximo. Por exemplo, permite ao indivíduo que usa
multifocal, ler impressos diretamente através do centro da adição de leitura.

2.5 DISTÂNCIA VÉRTICE


Distância ao vértice é a distância da córnea do paciente até posterior das
lentes dos óculos. A distância que as lentes receitadas ficam dos olhos deve

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ser comparada com aquela dos óculos anteriores. Se a distância ao vértice não
é a mesma, ou não foi corrigida para graus maiores que 4.00 D, então o grau
pode estar errado e o indivíduo se sentirá desconfortável com os óculos novos.

Figura 04.

Fonte: imagem do www.centro.otico.com.br

Mesmo com o advento da tecnologia em lentes, o optometrista ainda se


depara com queixas de seus pacientes que são usuários de lentes multifocais,
sendo a pior dor de cabeça tanto para o leigo como para o profissional.
O estudo de lentes multifocais deve ser cada vez mais aprofundado por
nós e, principalmente neste caso, e "o conhecimento é uma estrada sem fim"
estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano optométrico.
Quando o paciente retorna se queixando de desconforto visual com seus
óculos com lentes multifocais, devemos prestar muita atenção aos sintomas que
ele nos reporta, somente com paciência para ouvi-lo é que vamos conseguir
resolver o problema.
Lembre-se: somente após as etapas da conferência da prescrição pela
lensômetria, verificação de altura e distância naso-pupilar, e ajuste do ângulo
pantoscópico e da armação feitas pelo optometrista é que vamos utilizar as dicas
acima. Estas etapas são cruciais para a adaptação de lentes multifocais e devem
ser cumpridas pelo profissional optométrico, justificando mais uma vez o meu
trabalho sobre a importância da caixa de prova.

3. VALORAÇÃO ACOMODATIVA
Definições sobre Acomodação
Werner et al (2000) defendem que ao se estudar o mecanismo básico da
acomodação torna-se essencial entender a fisiologia do olho. Assim, os autores
explicam que o olho normal jovem pode facilmente focalizar de perto e de longe
os objetos, isto é, ele pode alterar o foco ou acomodar. De acordo com estes
autores, a palavra "acomodação" tem origem relativamente recente e foi
definitivamente introduzida por Burow em 1841.
Sobre a Acomodação, Dome (2008, p. 174) define-a ao exemplificar que
um objeto no infinito, fixado por um olho emétrope, tem sua imagem focalizada
sobre a retina. “Quando esse objeto se desloca do infinito em direção ao olho e
a imagem retiniana sofre um deslocamento para trás, tornando o indivíduo
hiperópico, há a necessidade de um mecanismo de ajuste.” E é a esse
mecanismo que denominamos acomodação.
O mesmo autor refere que a ligeira turvação da imagem determina,
imediatamente, um estímulo de acomodação, para ajuste da nitidez da imagem

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retiniana. A acomodação também se faz presente quando o olho é solicitado a
convergir.
O mecanismo de acomodação para longe depende da
atividade do músculo de Brucke, que são fibras meridionais
e radiais do músculo ciliar, inervadas pelo simpático. A
acomodação para perto depende do músculo de Rouget
Müller, constituído por fibras circulares do músculo ciliar,
inervadas pelo parassimpático (DOME, 2008, p. 174).
Sá e Plutt (2011) definem a acomodação como o processo responsável
pela mudança do poder refrativo do olho, garantindo que a imagem seja
focalizada no plano retiniano. Estes autores referem que o mecanismo da
acomodação resulta da mudança na forma do cristalino, através de alteração na
sua curvatura e espessura central, modificando o poder dióptrico do olho.
3.1 Desenvolvimento das Falhas no Mecanismo de Acomodação
Várias têm sido as tentativas para explicar o processo da acomodação.
Werner et al (2000) referem que ao fazer uma revisão de literatura sobre
acomodação e presbiopia pode-se perceber que muito do que se assume ser
conhecido é ainda controverso. Estes autores referem que vários estudos
realizados por cientistas indicam que a amplitude de acomodação diminui de
maneira linear com a idade e este declínio ocorre de maneira universal e
previsível, como exemplifica o gráfico.

Figura 05 – Curva da Acomodação em Relação à Idade


Fonte: WERNER et al (2000,p. 488)
Werner (2000 p.487) et al explicam o gráfico da seguinte forma:
Se o paciente está propriamente corrigido para distância, sua
idade pode ser calculada com uma variação de um ano e meio,
medindo-se sua amplitude de acomodação. Sendo assim, uma
teoria adequada do mecanismo de acomodação e presbiopia
deve levar em consideração as alterações observáveis no olho
durante o esforço de acomodação, além de prover uma
explicação razoável para o seu declínio em função da idade. Em
vista do grande número de teorias propostas desde longa data,
nós encontramos que o mecanismo e as inter-relações destas
teorias não estão complemente esclarecidos e alguns estudos
têm sido conduzidos no sentido de prover um entendimento mais
acurado da acomodação e presbiopia.

3.2 Componentes da Acomodação

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Jorge (2006) apresenta a classificação, proposta por Heath, cuja a data
remonta a 1956. A referida classificação divide a acomodação em quatro
componentes: acomodação reflexa, acomodação proximal, acomodação devido
à convergência e acomodação tônica.
A acomodação reflexa, de acordo com Jorge (2006), é a resposta
acomodativa automática que surge com o objetivo de obter e manter uma
imagem retiniana nítida em resposta à formação de uma imagemretiniana
desfocada. Os valores da acomodação reflexa surgem para pequenos valores
de desfocagem, até 2,00 D, sendo requerido um esforço de acomodação
voluntária para valores de desfocagem maiores. Jorge (2006).
A acomodação proximal é o tipo de acomodação que surge porque o
sujeito se apercebe de que um objeto está próximo. Este tipo de acomodação é
estimulado para objetos que se encontrem a uma distância máxima de 3 metros
(m) Jorge (2006).
A acomodação devido à convergência é o tipo de acomodação que é
induzida pela ligação neurológica entre as vergências e a acomodação, ou seja
é a acomodação que é estimulada quando se estimula a convergência para
manter a visão única e nítida dos objetos que se aproximam.
A acomodação tônica aparece mesmo na ausência de desfocagem ou da
proximidade de objetos; caracteriza-se, portanto, por existir na ausência de
estímulos acomodativos. Uma forma de medir este tipo de acomodação é colocar
um indivíduo numa câmara escura a uma distância mínima de 3 m das paredes.
Para indivíduos jovens encontraram-se valores de acomodação tónica de 1,00
D. Jorge (2006).
3.3 – Disfunções Acomodativas
Na mudança de visão de longe para uma visão próxima, a resposta
acomodativa não é igual para todos os indivíduos. De acordo com Peixoto (2011)
essa resposta diferencia-se por dois tipos: o atraso acomodativo ou o adianto
acomodativo. A autora refere que o atraso acomodativo, em jovens e adultos
saudáveis até aos 45 anos de idade,
é considerado normal para valores entre as 0,00 D e as +0,50 D, valores
maiores ou valores negativos (adiantos acomodativos), em idade adulta, podem
indicar a presença de disfunções acomodativas.
Peixoto (2011) defende que os problemas de acomodação não podem ser
vistos como um problema único, usualmente, os problemas de acomodação
estão associados a problemas de Visão Binocular e vice-versa, normalmente,
ocorrem após a utilização prolongada da visão próxima.
A classificação dos problemas acomodativos, de acordo com Jorge (2006)
foi realizada por Duke Elder em 1949. Nessa classificação os problemas
acomodativos eram divididos em acomodação aumentada e acomodação
diminuída.
A acomodação aumentada, que se refere aos problemas de acomodação
aumentada, são: excesso de acomodação e espasmo acomodativo. O espasmo
acomodativo caracteriza-se pela existência de uma resposta acomodativa
mesmo na ausência de um estimulo. O excesso acomodativo ou hiper
acomodação são os nomes pelos quais se conhece uma anomalia de

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acomodação que se caracteriza pela existência de uma resposta acomodativa
superior ao que seria normal para um determinado estímulo.
As disfunções acomodativas diferenciam-se em quatro aspetos:
Excesso ou espasmo acomodativo é quando a acomodação é usada em excesso
quer na presença ou na ausência de um estímulo, respetivamente;
Fadiga acomodativa é quando existe um défice de acomodação, devido à não
sustentação do valor acomodativo durante uma tarefa prolongada em visão
próxima;
Inflexibilidade acomodativa é quando existe uma dificuldade em manter os
objetos focados quando a visão alterna entre o longe e o perto (PEIXOTO, 2011)
Insuficiência acomodativa é devido ao próprio valor de amplitude de
acomodação ser inferior ao esperado para a idade;
3.4 Flexibilidade Acomodativa
De acordo com Peixoto (2011, p. 69) existem 3 grandes grupos de exames
para avaliar a função acomodativa: “a medida da amplitude de acomodação, da
facilidade acomodativa e da resposta acomodativa.” A autora refere que devido
ao facto de existir uma interação entre a acomodação e as vergências em
condições de binocularidade, é necessário isolar o sistema acomodativo para
que, dessa forma, os resultados não sejam influenciados pelo sistema de
vergências.
A flexibilidade acomodativa ou também chamada facilidade acomodativa
é a capacidade que o sistema acomodativo tem para mudar de um nível de
acomodação para outro. Mede-se normalmente através dos ciclos que consegue
fazer com lentes positivas (relaxar) e negativas (estimular).
Quando um objeto se encontra colocado a uma distância inferior ao infinito
óptico (6 m) surge uma resposta acomodativa que tipicamente é inferior ao
estímulo. A diferença entre o estímulo e a resposta acomodativa é chamado
atraso acomodativo ou “LAG” acomodativo. A retinoscopia dinâmica,
independentemente do método usado, permite determinar com rigor o valor do
atraso acomodativo assim como o exame subjetivo em visão de perto.
3.5 Amplitude de Acomodação
É a capacidade máxima de aumento do poder dióptrico do olho e pode-se
medir através da retinoscopia dinâmica, da técnica de aproximação (método de
Donders) ou através do método das lentes negativas (método de Sheard).

Figura 06 – Amplitude de Acomodação


Fonte: www.imagenoptica.com.mx/pdf/revista46
3.6 – Métodos para Avaliar a Acomodação

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Para fazer uma avaliação adequada do desempenho do sistema de
acomodação, é necessário avaliar a amplitude de acomodação, a capacidade
acomodativa (facilidade de acomodação), a acomodação relativa e o atraso
acomodativo.
De acordo com Valério (2011), Apesar da existência de eficazes métodos
objetivos para medir o bom funcionamento da acomodação, na prática clínica
são muitas vezes utilizados mais frequentemente métodos subjetivos.
3.6.1 - Amplitude de Acomodação – Método de Sheard
De acordo com Jorge (2006), a amplitude de acomodação é a capacidade
máxima de aumento do poder dióptrico do olho e pode-se medir através da
retinoscopia dinâmica, da técnica de aproximação (método de Donders) ou
através do método das lentes negativas (método de Sheard).
O critério de Sheard consiste numa regra proposta por Sheard para prever
se a pessoa examinada terá incômodo com a visão binocular. Essa regra indica
que para não existirem moléstias a heteroforia tem que ser menor que a metade
da convergência fusional de reserva do sinal oposto.
Sobre o método de lentes negativas, Sá e Plutt (2001) explicam que,
coloca-se à frente de um dos olhos uma tabela de leitura a uma distância fixa. A
acomodação é induzida através de lentes negativas sucessivas, até que a
imagem fique borrada; a acomodação é então relaxada com o uso de lentes
positivas sucessivas, até que novamente a imagem comece a ficar borrada. A
soma das duas medidas (convertidas em dioptrias) é o valor da amplitude de
acomodação. Os autores defendem assim o referido método, proposto por
Sheard:
A crítica na medida da amplitude de acomodação com o
ponto próximo de acomodação e com a régua de Prince, é
que ao se aproximar o estímulo acomodativo existe o efeito
de magnificação da imagem, diminuindo então,
relativamente o estímulo e o efeito de acomodação. Com o
método das lentes esféricas não existe este efeito de
magnificação. Por outro lado, enquanto uma lente negativa
de -1,00 D estimulará uma acomodação de
aproximadamente 1 D, uma lente de maior poder, como de
-3,00 D estimulará uma acomodação menor que 3 D,
dependendo da distância vértice, da resposta individual e
do uso associado de lentes corretivas. A medida da
amplitude de acomodação também pode variar de acordo
com a posição da cabeça, sendo maior quando a face está
paralela ao solo, já que devido ao efeito gravitacional, o
cristalino é deslocado anteriormente (SÁ e PLUTT 2001,
p.482) .
Assim, com o método das lentes negativas, ou método de Sheard a
resposta é conseguida pela sobreposição de lentes negativas paulatinamente,
até que o paciente esteja incapaz de compensá-las. A estimulação, neste caso,
é inconsistente, pois o tamanho do estímulo é menor que medida que exige a
demanda acomodativa, tendendo a subestimar os resultados do teste. O
resultado final é a soma da quantidade de lentes negativas mais 3.00D

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 12


Técnicas Refrativas II
empregues devido à distância a que ensaio é realizado (33cm.) e o efeito de a
profundidade do foco típico de sistema.

4. RESERVAS FUSIONAL
4.1. FUSÃO
"Tem como finalidade eliminar a disparidade da imagem retiniana.”
"A fusão é um fenómeno binocular em que imagens separadas são percebidas
como única devido ao estimulo de áreas retinianas correspondentes nos 2
olhos."
"Isto está associado com a localização bi-dimensional dos objectos no espaço."
"Existem 2 tipos de componentes, a motora e a sensorial."

4.2. FUSÃO MOTORA


• Movimento de vergência que permite aos objectos estimular áreas retinianas
correspondentes (reduz a disparidade horizontal, vertical ou torsional da
imagemretiniana)
• Força da fusão motora = amplitude fusional (∆)
Longe: Convergência 15; Divergência 6; Vertical 2.5
Perto: Convergência 25; Divergência 15; Vertical 2.5
• Estudos mostraram que a precisão vergencial não é necessária à fusão nem
à estereopsis.

4.3. FUSÃO SENSORIAL


• Apreciação de 2 imagens separadas localizadas na retina como uma
percepção única.
• Força da fusão sensorial = disparidade de fixação.
• A fusão sensorial tem a plasticidade necessária à compensação de erros
vergências inerentes à fusão motora até 2º. Este feito impressionante do
processamento cortical (compensar erros até 2º) está bastante acima da
habilidade das crianças que são demasiado jovens para possuir uma
plasticidade neuronal que lhes permita apresentar grande variações de
disparidade de fixação e consequentemente compensar do estrabismo. Assim,
inicialmente o sistema visual desenvolve CRA como forma de adaptação. Isto
evita a forma mais drástica de supressão de todo o campo do olho estrábico.
Pode ocorrer, em particular nos estrabismos divergentes (Ansonsand Spencer,
2001).

4.4 DEFINIÇÃO:
As reservas fusionais representa uma importancia capital, já que condiciona a
existencia de umavisão binocular normal. Estas reservas fusionaissão
particularmente frequentes e necesarias quando a ortoforianão é
perfeitaouquandoocorreheteroforia, assim se evita a diplopia.
4.5 OBJETIVOS:
 Medir a amplitude de fusão tanto em convergencia como em
divergencia no paciente.
 Definir os valores normais por meio das amplitudes de fusão do
paciente.
 Detectar atraves do estudo das fusõesquandoum paciente
requerounão ampliar suas reservas.

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 13


Técnicas Refrativas II
4.6 REQUISITOS:

4.6.1 DO PACIENTE:
 Visão binocular (pontos retinianos correspondentes).
 Colaboração e entendimento.
 Maiores de 5 anos.
 Instruir se necesitamos ajuda (prismas soltos).
4.6.2 DO EXAMINADOR:
 Explicar bem o que é diplopia e ponto de recuperação.
 Evitar a fadiga do paciente.
4.6.3 DO EQUIPAMENTO:
 Calibrar se trabalhocomamblioscopio.
 Prismas Risleyou barra de prismas preferivelmente.
 Controle de iluminação.

4.7 PROCEDIMENTO:
 Amblioscopio.
 Barra de prismas.
 Prismas soltos.
 Controle de iluminação.
 5 metros com ponto de fixação para produzirdiplopia.
 Adicionar prisma até gerardiplopia: limite de movimento de fusãoem
máximo.
 Reservas de convergencia: base EXT.
 Reservas de divergencia: base INT.
 Diminuir até ter novamentevisãosensivel: ponto de recuperação.
 Divergencia longe: 10 a 8 Dpt.
 Divergencia perto: 15 a 12 Dpt.
 Convergencia longe: 25 a 20 Dpt.
 Convergencia perto: 40 a 35 Dpt.

5. VISÃO CROMÁTICA
Determina o estado da visão cromática (visão de cores) do paciente nos
seus aspectos fisiológicos e patológicos. Determina a quantidade de visão
cromática para a atividade laboral que realize o paciente e seu desempenho
cotidiano. Com resultados de tertanomalia, deutanomalia (verde), protanomalia
(vermelho) e tritanomalia (azul).
5.1 MECANISMO DA VISÃO
A luz é a porção do espectro de radiação eletromagnética que conseguimos
perceber através do sentido da visão. A amplitude de onda visível -que se mede
em nanômetros (nm)- varia, dependendo das condições de observação e do
próprio observador, entre 380-400 nm e 700-780 nm.
Visão acromática é o nome dado a um distúrbio/doença que corresponde ao
grau máximo do daltonismo. Um portador de visão acromática não possui
os cones que fazem a recepção das cores vermelha, verde e azul, vendo então
tudo a preto e branco.

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 14


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O ser humano capta a luz através do olho, um órgão esférico extremamente
complexo que em pessoas adultas atinge cerca de 24mm. O olho é composto
por três camadas, ou túnicas: a esclerótica, que o reveste e protege
externamente, a coróide, constituída por vasos sangüíneos que alimentam o
olho, e a retina, um tecido resistente, transparente e fotossensível.
Na retina há dois tipos de células que são responsáveis pelo sentido da
visão:
os cones, entre 6 e 7 milhões, constituem a fóvea retiniana. Os cones contém
fotopigmentos, que são os responsáveis pela sensibilidade do olho à cor. Há três
tipos de fotopigmentos, sensíveis a diferentes comprimentos de onda: os
fotopigmentos azuis, verdes e vermelhos. os bastonetes, cujo número varia entre
75 e 100 milhões, estão distribuídos na superfície da retina, e são sensíveis a
baixos níveis de iluminação.Cada bastonete é composto por milhões de
moléculas de um pigmento foto sensível, a rodopsina. Os bastonetes, que são
insensíveis à cor, são os responsáveis pela visão acromática (em preto e
branco), e ativam-se na presença de luz fraca (visão noturna, por exemplo).
A percepção ocorre quando as células da retina são excitadas por fótons,
convertendo a energia luminosa [que é medida em lúmen (lm)] em impulsos
elétricos, que são enviados ao cérebro através do nervo ótico. É no cérebro que
ocorre a decodificação dos impulsos recebidos, transformando-os em
representações compreensíveis de objetos, eventos, pessoas ou situações.

5.2 COR E TIPOS DE LUZ


Como é possível que com cones sensíveis a tão somente três cores possamos
enxergar mais de 100.000 combinações? Cada cone é sensível a uma faixa de
comprimentos de onda; sua sensibilidade pode ser expressada em uma curva
cujo pico atinge níveis específicos. Segundo a CIE (Commission Internationale
de l'Eclairage, ou Comissão Internacional de Iluminação) esses picos
correspondem às cores chamadas primárias: 700 nm para vermelho, 546 nm
para verde e 436 nm para o azul (CIE Collection in Colour and Vision -
Publication CIE 118-1994 - ISBN 3 900 734 71 2).
Entretanto, uma determinada onda de radiação eletromagnética pode
sensibilizar mais de um cone, dependendo do comprimento da onda.
Suponhamos, por exemplo, que a retina é estimulada por uma luz amarela. O
cérebro receberá informação, através do nervo ótico, dos cones "vermelhos" e
"verdes", cada um indicando a intensidade do estímulo dentro de sua faixa de
sensibilidade. É no cérebro que se produz o processamento desta informação,
que resultará em uma percepção específica de uma cor.
Os monitores (tanto da televisão como os de computador) utilizam um
mecanismo semelhante para representar o espectro cromático. Variando a
intensidade de luz nos comprimentos de onda Red (Vermelho), Green (Verde) e
Blue (Azul) um monitor colorido consegue estimular os cones nas suas
respectivas faixas de sensibilidade, fazendo que o usuário perceba uma cor
determinada.

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 15


Técnicas Refrativas II
5.2.1 TIPOS DE LUZ
A luz pode ser dividida em dois grupos: acromática e cromática.
A luz acromática, captada pelos bastonetes, tem somente uma característica:
intensidade. É a variação de intensidade que nos possibilita enxergar diversos
níveis de cinza.
A luz cromática possui três características: potência, luminância e brilho.
A potência é a energia que emana de uma fonte de luz, e é usualmente medida
em Watts (W).
A luminância representa a energia percebida por um observador de uma fonte
de luz. Perceba a diferença: uma onda de radiação eletromagnética na
freqüência do ultravioleta pode ser extremamente potente, mas sua luminância
é desprezível (o olho humano não consegue percebe-la).
O brilho é um descritor subjetivo, que incorpora a noção acromática de
intensidade.
5.2.2 CARACTERÍSTICAS DA COR
A cor tem duas características fundamentais: matiz e saturação.
A matiz representa a cor dominante. É um atributo associado ao comprimento
de onda dominante em uma mistura de ondas de luz.
A saturação representa a quantidade de luz branca misturada com uma matiz. É
inversamente proporcional à quantidade de luz branca adicionada. Quanto mais
claro for, mais saturada é a cor.
Deficiências na percepção da cor
Qualquer anomalia na codificação dos genes responsáveis pelos fotopigmentos
nos cones (localizados no cromossomo X) produzirá sensibilidades a diferentes
comprimentos de onda de luz, resultando em uma percepção alterada da cor (ou
até, em casos extremos, na inabilidade de perceber a cor). Os cones funcionam,
mas respondem inadequadamente.
Estima-se que entre oito e vinte por cento da população (as estatísticas variam)
sofra de algum tipo de deficiência na percepção da cor. A forma mais comum de
deficiência é a "verde-vermelho", assim chamada não necessariamente pelas
falhas na percepção destas cores mas pela sua causa, defeitos na pigmentação
dos cones responsáveis pela percepção desses comprimentos de onda.
Esta deficiência atinge, principalmente, a população masculina, por possuir
somente um cromossomo X. Já nas mulheres é necessário que ambos
cromossomos X estejam defeituosos para serem afetadas, o que reduz a
incidência neste grupo.
OBS: Deficiências nos cones com pigmentação azul são pouco freqüentes,
e estão geralmente associadas a distúrbios mais sérios na visão.

5.3 DALTONISMO

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 16


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O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma
perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar
todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em
distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente
origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis
pela visão, ou de lesão de origem neurológica.
O distúrbio, que era conhecido desde o século XVIII, recebeu esse nome em
homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a
anomalia de que ele mesmo era portador. Uma vez que esse problema está
geneticamente ligado ao cromossomo X, ocorre com maior frequência entre os
homens, que possuem apenas um cromossomo X, enquanto mulheres possuem
dois.
Os portadores do gene anômalo apresentam dificuldade na percepção de
determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que se repercute
na percepção das restantes cores do espectro. Esta perturbação é causada por
ausência ou menor número de alguns tipos de cones ou por uma perda de
função parcial ou total destes, normalmente associada à diminuição de pigmento
nos fotorreceptores que deixam de ser capazes de processar diferencialmente a
informação luminosa de cor.

Mecanismo

FIGURA 07 Cores primárias no sistema RGB.


As três cores primárias são captadas pelos cones e combinam-se formando uma
imagem colorida.
A retina humana possui três tipos de células sensíveis à cor, chamadas cones.
Cada um deles é sensível a uma determinada faixa de comprimentos de
onda do espectro luminoso, mais precisamente ao picos situados a
419 nm (azul-violeta), 531 nm (verde) e 559 nm (verde-amarelo).
A classificação dos cones em "vermelho", "verde" e "azul" (RGB) é uma
simplificação usada por comodidade para tipificar as três frequências alvos,
embora não corresponda à sensibilidade real dos fotorreceptores dos cones.
Todos os tons existentes derivam da combinação dessas três cores primárias.
As tonalidades visíveis dependem do modo como cada tipo de cone é
estimulado. A luz azul, por exemplo, é captada pelos cones de "alta frequência".
No caso dos daltônicos, algumas dessas células não estão presentes em número
suficiente ou registam uma anomalia no pigmento característico dos
fotorreceptores no interior dos cones.

PONTO DE FOCO DAS CORES

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 17


Técnicas Refrativas II

FIGURA 08

5.3.1 TIPOS DE DALTONISMO


Não existem níveis de daltonismo, apenas tipos. Podemos considerar
que existem três grupos de discromatopsias:
 Monocromacias;
 Dicromacias;
 Tricromacias anómalas.
Monocromacia ocorre quando há apenas percepção de luminosidade na
visão dos animais. São as células bastonetes as responsáveis por esta
percepção, que permite variações diferentes da cor cinza. Normalmente, os
monocromatas apresentam a chamada "visão em preto e branco".

 O monocromata típico é caracterizado pelo monocromatismo de


bastonetes, que corresponde a uma discriminação de cores nulas pela falta
de cones. Ocorre na população humana com uma incidência de 0,003% nos
homens e de 0,002% nas mulheres. Essa característica é encontrada em
muitos animais, como aqueles de hábitos noturnos, peixes abissais,
cachorros e pinguins.

 O monocromata atípico possui um monocromatismo de cones, assim a não


discriminação de cores é devido a falta de sinais oponentes por ter apenas
um tipo de cone. É muito raro na população humana. É encontrado em alguns
animais, como em alguns ratos e no quivi, ave neozelandesa, que enxergam
tons no espectro da luz verde.
A dicromacia, que resulta da ausência de um tipo específico de cones,
pode apresentar-se sob a forma de:

 protanopia, em que há ausência na retina de cones "vermelhos" ou de


"comprimento de onda longo", resultando na impossibilidade de discriminar
cores no segmento verde-amarelo-vermelho do espectro. O seu ponto neutro
encontra-se nos 492 nm. Há igualmente menor sensibilidade à luz na parte
do espectro acima do laranja.

 deuteranopia, em que há ausência de cones "verdes" ou de comprimento


de onda intermédio, resultando, igualmente, na impossibilidade de
Antônio Cláudio da silva Maciel Página 18
Técnicas Refrativas II
discriminar cores no segmento verde-amarelo-vermelho do espectro.Trata-
se uma das formas de daltonismo mais raras(cerca de 1% da população
masculina), e corresponde àquela que afectou John Dalton (o diagnóstico foi
confirmado em 1995, através do exame do Ácido desoxirribonucleico do seu
globo ocular). O seu ponto neutro encontra-se nos 492 nm.

 tritanopia, em que há ausência de cones "azuis" ou de comprimento de onda


curta, resultando na impossibilidade de ver cores na faixa azul-amarelo.
A tricromacia anómala resulta de uma mutação no pigmento dos
fotorreceptores dos cones retinianos, e manifesta-se em três anomalias distintas:

 protanomalia, presença de uma mutação do pigmento sensível às


frequências mais baixas ("cones vermelhos"). Resulta numa menor
sensibilidade ao vermelho e num escurecimento das cores perto das
frequências mais longas (que pode levar à confusão entre vermelho e preto).
Atinge cerca de 1% da população masculina.

 deuteranomalia, presença de uma mutação do pigmento sensível às


frequências intermédias ("cones verdes"). Resulta numa maior dificuldade
em discriminar o verde. É responsável por cerca de metade dos casos de
daltonismo.
 tritanomalia, presença de uma mutação do pigmento sensível às
frequências maiores ("cones azuis"). Forma mais rara, que impossibilita a
discriminação de cores na faixa do azul-amarelo. O gene afectado situa-se
no cromossoma 7 ao contrário das outras tricromacias anómalas, em que a
mutação genética atinge o cromossoma X.
Um tipo raro de daltonismo é aquele em que há uma "cegueira" completa para
as cores: o mundo é visto a preto e branco e em tons de cinza. Nesse caso,
estamos perante aquilo a que se dá o nome de visão acromática.
Teste de Visão Cromática Tipos de Daltonismo
Tertanomalia(amarelo)
Deutanomalia(verde)
Protanomalia(vermelho)
Tritanomalia(azul)

Genética FIGURA 09
A mutação genética que provoca o daltonismo sobreviveu pela vantagem dada
aos daltônicos ao longo da história evolutiva.Essa vantagem advém, sobretudo,
do fato de os portadores desses genes possuírem uma melhor capacidade de
visão noturna, bem como maior capacidade de reconhecerem elementos
semiocultos, como animais ou pessoas disfarçadas pela sua camuflagem.
Antônio Cláudio da silva Maciel Página 19
Técnicas Refrativas II
Como o daltonismo é provocado por genes recessivos localizados
no cromossomo X (sem alelos no Y), o problema ocorre muito mais
frequentemente nos homens que nas mulheres. Estima-se que 8% da população
masculina seja portadora do distúrbio, embora apenas 1 % das mulheres sejam
atingidas.
FIGURA 10
Genótipo Fenótipo Detalhes
Mulher com visão Homozigótica não portadora do gene
normal anômalo (DD, normal)
Mulher com visão Heterozigótica portadora do gene anômalo
normal (Dd, normal)
Mulher daltónica Homozigótica recessiva (dd, daltónica)
Homem com visão
Homozigótico dominante (D, normal)
normal
Homem daltónico Homozigótico recessivo (d, daltónico)

No caso de um indivíduo do sexo masculino, como não aparece o alelo D,


bastará um simples gene recessivo para que ele manifeste daltonismo, o que
não acontece com o sexo feminino pois, para manifestar a doença, uma mulher
necessita dos dois genes recessivos dd.

 Se a mãe não for daltónica nem portadora (DD) e o pai possuir visão normal
(D), nenhum dos descendentes será daltónico nem portador.
 Se a mãe possuir visão normal (DD) e o pai for daltónico (d), nenhum dos
descendentes será daltônico, porém as filhas serão portadoras do gene (Dd).
 Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai possuir visão normal (D), há a
probabilidade de 50% dos filhos serem daltónicos e 50% das filhas serem
portadoras do gene.
 Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai for daltónico (d), 50% dos filhos
e das filhas serão daltónicos.
 Se a mãe for daltónica (dd) e o pai possuir visão normal (D), todos os filhos
serão daltónicos (d) e todas as filhas serão portadoras (Dd).
 Se a mãe for daltônica (dd) e o pai também (d) 100% dos filhos e filhas
também serão daltônicos.

5.4 TESTES USADOS PARA VISÃO CROMÁTICA


Existem basicamente cinco métodos para se diagnosticar a presença do
daltonismo e determinar em que grau ele está afetando a percepção das cores
de uma pessoa:
 Anomaloscópio de Nagel
 Lâns de Holmgreen

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 20


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 Teste de Ishiharas
 Tabelas Pseudoisocromáticas
 Teste de Farnsworth

5.4.1 ANOMALOSCÓPIO DE NAGEL


O anomaloscópio de Nagel consiste em um aparelho utilizado para
diagnóstico de problemas de percepção cromática, principalmente o daltonismo.
O exame consiste em dividir o campo de visão do paciente em duas partes. Uma
delas é iluminada por uma luz monocromática amarela padrão, enquanto a outra
é iluminada por uma diversas luzes monocromáticas verdes e vermelhas (RGB).
O examinado deve mexer em botões de ajuste para tentar igualar as tonalidades
dos dois campos visuais, alterando a razão entre a intensidade das luzes
vermelha e verde, e modificando a intensidade da luz amarela. Através da
comparação entre a tonalidade real e a visualizada pelo paciente é possível
determinar qual o tipo e o grau do daltonismo.

5.4.2 LÃS DE HOLMGREN


 Lãs de Holmgren (ou Holmgreen) são pequenos feixes de lãs coloridas
que são utilizados para diagnóstico do daltonismo.
 A execução desse teste consiste em pedir que o paciente separe uma
porção de lãs especialmente pintadas em cores ligeiramente diferentes.
Esses feixes de lãs devem ser agrupados de forma que fiquem em uma
sequencia de cor pré-determinada em um gabarito. Conforme a distorção
na ordem das cores pode-se determinar o tipo e o grau do daltonismo.

5.4.3 TESTE DE ISHIHARA

O teste de cores de Ishihara é um teste para detecção do daltonismo.


Recebeu esse nome devido ao Dr. Shinobu Ishihara (1879-1963),
um professor da Universidade de Tóquio, que foi o criador desses testes
em 1917.
O exame consiste na exibição de uma série de cartões coloridos, cada um
contendo vários círculos feitos de cores ligeiramente diferentes das cores
daqueles situados nas proximidades. Seguindo o mesmo padrão, alguns círculos

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 21


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estão agrupados no meio do cartão de forma a exibir um número que somente
será visível pelas pessoas que possuirem visão normal.
Ao todo são exibidas 32 placas para identificação dos algarismos ocultos
entre os círculos. O número de acertos pode variar conforme o grau e o tipo de
daltonismo.

5.4.4 TABELAS PSEUDOISOCROMÁTICAS


Esse teste, atualmente publicado pela Richmond Products, tem como
objetivo detectar deficiências congênitas do tipo protan, deutan, tritan e tetartan
e estimar a severidade do defeito. O termo tetartan vem da suposta consideração
de que possa haver um quarto tipo de defeito congênito, envolvendo um possível
fotopigmento com absorção na região amarela do espectro. As pranchas para
detectar alterações do tipo tetartan são supérfluas. Esse teste já passou por
quatro edições (1955, 1957, 1996 e 2002). A mais recente, revisada por Bailey
e Neitz, está melhor ajustada às linhas de confusão e possui as pranchas de
detecção de defeitos protan e deutan severos com menos saturação que a
versão original. Essa foi uma estratégia usada para corrigir o fenômeno que
ocorria com a versão original, onde pacientes dicromatas com deficiências
severas dificilmente cometiam erros nas pranchas designadas para detectá-los.
A principal crítica ao teste AO-HRR é a sua falha em diagnosticar deficiências
vermelho-verde com acurácia, pois pessoas com sensibilidade cromática normal
podem ser classificadas como deficientes, fornecendo resultados falso-positivos.
O contrário também pode ocorrer, embora, com menor freqüência.

Porém, suas vantagens fazem com que esse teste seja largamente usado, junto
com outros testes destinados a triagens, como o Ishihara. Entre elas, podemos
citar: a presença de pranchas destinadas à detecção de defeitos azul-amarelo,
as quais raramente são encontradas nas outras PIC; os símbolos utilizados são
fáceis de ensinar a crianças, analfabetos, ou a pessoas que tenham
alfabetização com notações de estilos diferentes (chineses, árabes, etc.); é o
teste do tipo PIC mais sensível para diferenciar e classificar os defeitos deutan
e protan.

Pranchas Pseudo isocromáticas Standard (SPP)

Esse teste é publicado em dois volumes. O volume 1 é destinado a examinar


pacientes com alterações congênitas da sensibilidade cromática. Contém
pranchas de demonstração, combinação, de mascaramento e diagnósticas.
Assim como o Ishihara, é adequado para deficiências do tipo vermelho-verde e
não fornece avaliação quantitativa do defeito.

O volume 2 foi desenvolvido para a detecção de defeitos adquiridos da


sensibilidade cromática, com pranchas que testam defeitos vermelho-verde,
azul-amarelo e escotópicos. Esse teste alcançou um grau de aceitação
importante, sendo um dos mais usados nos estudos dos defeitos adquiridos da
sensibilidade cromática.

Outros testes de pranchas Pseudo isocromáticas (PIC)


Dispomos de uma variedade de outros testes do tipo PIC, porém, eles não
forneceram vantagens suficientes sobre os outros testes já mencionados,

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 22


Técnicas Refrativas II
largamente utilizados. Nenhum deles superou o teste de Ishihara para
"screening", o teste AO-HRR na escolha para diagnóstico quantitativo e o teste
SPP Parte 2 para triar defeitos adquiridos(35).

Podemos citar o teste CVTME (Colour Vision TestingMadeEasy),


desenvolvido especialmente para uso em crianças, devido à facilidade de
identificação de seus símbolos(35,47).

Como outras opções, temos: teste de Dvorine, produzido nos Estados Unidos
em 1944 e atualizado em 1953, para defeitos vermelho-verde; teste TMC- Tokyo
Medical College, produzido em 1954, com pranchas para detectar defeitos
vermelho-verde e azul-amarelo; teste de Farnsworth "F2", de 1955, que possui
pranchas para detecção de tritanopia, mas foi muito usado para triagem dos
defeitos vermelho-verde, tanto congênitos como adquiridos(8).

5.4.5 TESTE DE FARNSWORTH-MUNSELL 100 HUE (FM100)

Farnsworth desenvolveu seus testes de cores com papéis coloridos extraídos do


livro de cores de Munsell, os quais diferem somente no tom ou matiz, tendo
saturação e brilho constantes quando analisadas por indivíduos normais.

A grande vantagem do uso desse teste é que ele pode ser aplicado em
indivíduos com deficiências congênitas ou adquiridas. Porém, seu uso no estudo
das deficiências congênitas é limitado, pois nem sempre consegue classificar o
defeito em protan ou deutan. O seu valor no estudo das deficiências adquiridas
é notável, principalmente para efeito de seguimento. Outra aplicação importante
do teste FM 100 Hue é promover a classificação de indivíduos com visão
cromática normal em grupos que possuem discriminação cromática alta, média
e baixa, fator extremamente importante para o desempenho profissional em
alguns setores específicos, como nas indústrias têxteis e de tintas.

O teste FM 100 Hue possui 85 peças, divididas em 4 caixas de madeira. Cada


caixa contém duas cores fixas de referência, no início e no fim da seqüência. As
peças móveis (numeradas) são as que ficam entre as peças de referência e
devem ser recolocadas na ordem correta, uma vez extraídas da caixa e
misturadas entre si, ao iniciar-se o teste.

A divisão de cores das caixas é a seguinte:

Caixa 1: peças 85 a 21 (rosa, passa por alaranjado, até amarelo);


Caixa 2: peças 22 a 42 (amarelo a azul-esverdeado);
Caixa 3: peças 43 a 63 (azul-esverdeado a azul-púpura);
Caixa 4: peças 64 a 84 (azul a púrpura-avermelhado, até rosa).

Farnsworth elaborou um método de avaliar o escore de erros, atribuindo um


escore a cada cor, que é a soma da diferença absoluta entre o número de uma

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 23


Técnicas Refrativas II
cor e os das cores colocadas ao lado dela. As cores colocadas na seqüência
correta recebem o escore 2. Tomemos como exemplo uma seqüência de peças
supostamente arranjadas por um paciente: 1, 2, 3, 5, 4, 8, 7, 6, 9. Para sabermos
os escores de uma peça (escore parcial), devemos proceder da seguinte forma:
para a peça 2 o escore é (2-1) + (3-2) = 2 (normal), ou seja, está colocada no
lugar correto, entre as peças 1 e 3. Para a peça 8, o escore é (8-4) + (8-7) = 5,
sendo o escore parcial de 3, pois subtraímos 2 que é o escore mínimo possível.

Os escores individuais das peças numeradas são, então, transferidos para um


diagrama polar, onde a circunferência representa cada uma das 85 cores e o
raio representa o total do número de erros para cada peça móvel. De acordo com
padrões característicos do gráfico formado, pode ser possível classificar o
indivíduo como portador de defeito do tipo tritan, deutan ou protan, ou como
portador de baixa discriminação cromática sem padrão definido. Atualmente,
dispomos de programas que permitem o lançamento da seqüência elaborada
pelo paciente diretamente no computador, que fornecerá, entre outros dados, o
gráfico polar, utilizando o método de análise desenvolvido por Vingrys.

O desempenho na realização desse teste é altamente dependente da idade, com


melhor desempenho por volta da 2ª e 3ª décadas de vida. A partir daí, o
desempenho cai progressivamente. Nos dois extremos de idade, o escore de
erros tende a ser maior, às vezes, mostrando um defeito do tipo tritan. Nos
indivíduos idosos, isso pode estar relacionado à perda de transparência do
cristalino, que se torna amarelado. Nos mais jovens, esse fato pode ser atribuído,
entre outras coisas, à falta de atenção durante o exame.

É um teste valioso na prática clínica, porém, seu uso é limitado devido ao fato de
ser um teste longo e que depende inteiramente da colaboração e do
entendimento do paciente.

Algumas tentativas de melhorar sua aplicação foram descritas. O trabalho de


Nichols mostrou que o uso isolado da caixa 2 para acompanhamento de
pacientes com neuropatias ópticas adquiridas tem sensibilidade e especificidade
semelhantes ao teste inteiro.

Testes de Farnsworth-Munsell D-15 ou Panel D-15 e de LanthonyDesatured


D-15

Desenvolvido por Farnsworth, esse teste também utiliza cores do círculo de


cores de Munsell, porém usando menos tons. Consiste numa caixa contendo
uma peça colorida fixa, no início da seqüência a ser reproduzida, e 15 peças
coloridas móveis. O indivíduo testado é solicitado a arranjá-las na ordem correta.
A interpretação é dada pela inspeção visual da seqüência montada.

O seu objetivo é diferenciar defeitos severos da visão cromática dos defeitos


médios e dos indivíduos normais.

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 24


Técnicas Refrativas II
Juntamente com o teste de Ishihara, é um dos testes mais aplicados nas baterias
de testes clínicos, sendo também largamente usado na avaliação de defeitos
adquiridos da sensibilidade cromática(53-54).

O teste de Lanthony D-15 Desatured tem como objetivo avaliar os indivíduos que
conseguiram realizar o teste de Farnsworth-Munsell D-15 sem dificuldades. É
esperado que esses indivíduos cometam erros nessa segunda avaliação, pois
as peças desse teste possuem diferenças de cores menores que o primeiro.
Também vem sendo muito usado no estudo das deficiências adquiridas da visão
de cores.

5.5 TRATAMENTO
Atualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para esse
distúrbio. Há, porém, uma empresa americana fabricando lentes que permitiriam
a distinção de cores pelos daltônicos. Elas seriam seletivas quanto à passagem
de luz, bloqueando o necessário para corrigir defeitos da visão. Os tais óculos
devem custar cerca de US$ 700. Mas alguns estudiosos ainda encaram a
iniciativa com reservas alegando que não há estudos científicos que
reconhecidamente indiquem o método.
Porém, um daltônico pode viver de modo perfeitamente normal, desde que
tenha conhecimento das limitações de sua visão. O portador do problema pode,
por exemplo, observar a posição das cores de um semáforo, de modo a saber
qual a cor indicada pela lâmpada.
Como na idade escolar surgem as primeiras dificuldades com cores,
sobretudo em desenhos e mapas, os pais e professores devem estar atentos ao
problema, evitando constranger e traumatizar a criança. Pode ser frustrante para
uma criança ter a certeza de que está vendo algo em determinada cor, enquanto
todos os colegas e a professora afirmam que ela está errada.
Em 2009 pesquisadores da Universidade de Washington e da Universidade
da Flórida conseguiram restabelecer o processo de visão de macacos da
espécie Saimirisciureus através de tratamento genético.

Adaptações
Para um daltônico, navegar em websites coloridos da Internet pode ser uma
experiência não muito agradável. Alguns textos podem estar ilegíveis, ou mesmo
a leitura dos gráficos pode ser impossibilitada devido o esquema de cores
utilizado. Para possibilitar a leitura destes textos e gráficos foi desenvolvido por
Daniel Ruoso, um desenvolvedor daltônico, o libcolorblind [1] que é
um software que faz transformações nas cores no sentido de permitir que cores
dúbias sejam colocadas em posições diferentes do espectro de cor, de forma a
tornarem-se diferenciáveis por um daltônico. O programa de acessibilidade
do Gnome, gnome-mag, tem suporte a esse software e fornece uma maneira
intuitiva de ativar e desativar os filtros.
Antônio Cláudio da silva Maciel Página 25
Técnicas Refrativas II
Algumas cidades já possuem semáforos adaptados para os portadores de
daltonismo (quer condutores/quer pedestres), que apresentam uma faixa branca
ao lado da luz amarela, possibilitando ao daltônico distinguir qual a cor do sinal
aceso pela posição da luz (acima ou abaixo da faixa).
Lápis de cores podem ter o nome de cada cor gravada em seu corpo de modo a
facilitar sua identificação.

Direito dos portadores de daltonismo


A justiça brasileira reconheceu que os portadores de daltonismo são sujeitos
dos direitos que a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra Pessoas Portadoras de Deficiência estabelece
e que cursos de educação complementar públicos ou privados devem promover
adaptações em materiais didáticos para possibilitar o acesso dos daltónicos a
informação.

6. CAMPO VISUAL
Teste para avaliar de maneira rápida e precisa a densidade, o diâmetro e a
localização de escotomas (que por sua vez comprometem a integridade da
retina).

CAMPO VISUAL CENTRAL E PERIFERICO


A expressão "Campo Visual" refere-se a toda a área que é visível com os olhos
fixados em determinado ponto, isto é, o campo visual de um dos olhos de um
indivíduo é a área passível de ser vista para a frente, para as laterais direita e
esquerda, para cima e para baixo, quando este mantem o olho que está sendo
examinado, imóvel em um ponto fixo, em uma linha reta horizontal paralela ao
solo. Nos aparelhos de exame de Campo Visual, a distância utilizada é similar,
com pequenas variações entre os fabricantes, oscilando entre 30 a 40 cm, entre
o olho e o ponto de fixação do olhar, no centro da face interna da calota
perimétrica, e é interessante que seja usada a correção visual adequada à essa
distância.
O maior causador da perda ou diminuição do campo visual é o glaucoma. Nós
vimos que existem vários tipos de glaucoma e o fator principal da doença é o
aumento da pressão intraocular. O glaucoma irá ocasionar lesão ao olho se não for
tratado, pois a pressão intraocular aumentada comprometerá os vasos sanguíneos
que nutrem as sensíveis estruturas visuais do fundo do olho e devido à falta de
irrigação sanguínea adequada, as células da retina vão morrendo, provocando uma
perda progressiva da visão e estreitamento do campo visual.

6.1 CAMPO VISUAL PERIFÉRICO

O exame para medir o campo visual chama-se campimetria. Esse exame


indica os campos cegos que existem no olho, sendo que a perda da visão
periférica é irreversível e progressiva. A perda da visão que é causada pelo
glaucoma se caracteriza pela perda da visão periférica até chegar à visão central.
Consiste na quantificação da área espacial percebida pelo olho. Detecta
alterações do campo de visão que, na maioria das vezes, são imperceptíveis
para o paciente.
Auxilia o médico a diagnosticar doenças de acordo com as respostas aos
estímulos – de acordo com o defeito de campo visual apresentado no exame,

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 26


Técnicas Refrativas II
além de auxiliar no diagnóstico e acompanhamento da progressão do glaucoma,
doenças que afetam o nervo óptico, retinopatias e doenças neurológicas.
O campo visual é realizado em uma sala com diminuição de luminosidade. O
paciente fica corretamente posicionado em frente a um aparelho que mostrará
pontos de luz com várias intensidades em diversos lugares da cúpula. O paciente
deverá acionar uma campainha em sua mão em resposta ao estímulo percebido.
É muito importante que não haja movimentação ocular durante o exame, para
isso, o paciente verá uma luz de fixação dentro do aparelho.
O exame depende exclusivamente das respostas dadas pelo paciente, por isso,
é necessário atenção durante o procedimento para que o exame fique o mais
confiável possível.

Indicações:

- Diagnóstico de glaucoma;
- Acompanhamento (evolução) do glaucoma;
- Doenças da coróide (coroidite, tumores);
- Doenças da retina (oclusões vasculares, degeneração macular senil, retinose
pigmentar);
- Doenças do nervo óptico (papiledema, papilite, intoxicação por metanol);
- Alterações neurológicas (AVEs, tumores, TCEs);
- Dor ocular (CID H 57.1);
- Intoxicação medicamentosa;
- Afecções exo-oftálmicas;
- Doenças endócrinas e metabólicas;
- Alterações do campo visual; escotoma e degeneração macular
- Enxaqueca oftálmica.

6.2 CAMPO VISUAL CENTRAL


A tela de Amsler, usada desde 1945, é uma grade de linhas horizontais e
verticais usada para monitorar o campo de visão central de uma pessoa. A grade
foi desenvolvida porMarc Amsler, um oftalmologista suíço. É uma ferramenta de
diagnóstico que auxilia na detecção de distúrbios visuais causados por
alterações na retina, especialmente a mácula(por exemplo, degeneração
macular, membrana epiretinal), bem como do nervo óptico e do trato visual até
o cérebro.

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 27


Técnicas Refrativas II

FIGURA 12
Uma tela de Amsler, vista por uma pessoa com visão normal.

FIGURA 13
Uma tela de Amsler, vista por uma pessoa com degeneração macular
relacionada à idade.
No teste, a pessoa fecha um dos olhos e fixa o pequeno ponto no centro da
grade com o olho aberto. Depois repete o mesmo procedimento com o outro
olho. Pacientes com doença macular podem ver linhas onduladas ou algumas
linhas podem estar faltando.
A tela de Amsler pode ser fornecida por um oftalmologista ou um optometrista e
pode ser usada para testar a visão em casa.
A tela de Amsler original era em preto e branco. Uma versão nas cores azul e
amarelo é mais sensível e pode ser usada para testar uma ampla variedade de
anomalias do sistema visual, incluindo aquelas associadas com a retina, o nervo
óptico e a glândula pituitária.

Prova de Amsler
 Consiste em uma cartilha quadriculada e um ponto central
 Cada quadrado mede um grau na retina o que corresponde a uma
área de 0,23mm2
 Determinar de maneira rápida e econômica a densidade, o diâmetro
e a localização de escotomas (integridade retiniana)
 Detecta a presença de escotomaretiniano num total de 20 graus de
área
 Confirma o diagnóstico presuntivo de DMRI e maculopatias

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Técnicas Refrativas II

7. AVALIAÇÃO DA LÁGRIMA
Testes para avaliar a qualidade e a quantidade da lágrima. São eles:
 BUT: avalia a qualidade da lágrima através do tempo de rompimento do
filme lagrimal;
 SHIMER: avalia a quantidade da lágrima, ou seja, a função lagrimal;
 JONES: avalia a existência de obstrução no canal lagrimal.
Avaliação do Filme Lacrimal
O filme lacrimal é a lágrima propriamente dita. Tem a função de
manter a superfície ocular úmida e regular o que é essencial para uma boa
acuidade visual. É formada por três camadas: oleosa, aquosa e mucóide ou de
mucina.
A camada oleosa é camada mais externa e inibe a evaporação da
lágrima. Enquanto a camada aquosa é produzida pela glândula lacrimal principal,
que é responsável por cerca de 95% da produção e o restante é produzido pelas
glândulas lacrimais acessórias de Krause e Wolfring. E por último temos a
camada mucoide ou de mucina que é produzida pelas células caliciformes da
conjuntiva, criptas de Helen e glândulas de Manz. A mucina tem a propriedade
de transformar a superfície da córnea em hidrofílica(aderente a água), permitindo
sua hidratação, referência CORAL-GHANEM, 1998.
A composição aquosa do filme lacrimal é constituída basicamente de
água, sal, glicose, uréia, globulinas, lisozimas e outros componentes.
A deficiência da produção das glândulas oculares, com consequente
diminuição das diversas camadas, causa a ceratoconjuntivitesicca, isto é, a
doença do olho seco, referência CORAL-GHANEM, 1998.

FIGURA 14 Aparelho Lagrimal

As principais funções do filme lacrimal são: refrativas que cria uma superfície
óptica uniforme, regularizando a superfície corneana; lubrificante que tem como
tarefa umidificar a córnea e conjuntiva, proporcionando conforto ao piscar;
antimicrobiana que remove germes através da constante irrigação e pela ação
das lisozimas, globulinas e lactoferrinas; nutritivas quetraz nutrientes e oxigênio
para as células da córnea e conjuntiva, removendo detritos e gás carbônico; e
defensiva que dificulta a aderência de corpos estranhos e microorganismos á
superfície ocular, trazendo leucócitos á córnea em casos de infecção.

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 29


Técnicas Refrativas II
7.1 TESTE DE JONES
Para a avaliação da excreção da lágrima serão realizados dois
procedimentos: o Teste de Jones e o Teste de Desaparecimento da Fluoresceína
– TDF. No Teste de Jones, frequentemente utilizado em crianças, uma gota de
colírio de fluoresceína à 2% é colocado no fundo do olho do saco conjuntival e
após 30 minutos é verificada a presença ou não do corante na cavidade nasal
através do uso de um cotonete úmido. A presença de corante significa que as
vias lacrimais estão funcionais. O TDF é de fácil realização e consiste na
avaliação da cor da mucosa conjuntival 5 minutos após instalar uma gota de
colírio de fluoresceína.
7.2 TESTE DE BUT
Para a avaliação do filme lacrimal serão realizados dois
procedimentos: BUT (break up time – tempo de ruptura do filme lacrimal) que
tem por objetivo avaliar a qualidade do filme lacrimal e Teste de Shirmer que tem
por objetivo avaliar a quantidade do filme lacrimal, referência CORAL-GHANEM,
1998.
O teste de BUT é realizado com uma Lâmpada de Burton e
fluoresceína, em um ambiente de pouca luz. Coloca-se uma gota de fluoresceína
no fórnice da pálpebra inferior de cada olho do candidato ao uso das LC, peça-
lhe para piscar a fim de distribuir bem a fluoresceína. Depois, peça-lhe que pare
de piscar. Marque o tempo e verifique em quantos segundos o filme lacrimal se
rompe, o que é contatado pela presença de áreas negras (onde o filme lacrimal
se rompe), referência CORAL-GHANEM, 1998.
Avaliação de ruptura deve seguir o seguinte critério: inferior a 10
segundos: instabilidade do filme lacrimal; acima de 10 segundos: normalidade
do filme lacrimal.
A instabilidade do filme lacrimal pode estar ligada a problemas na
camada mucina da lágrima, que tem como finalidade tornar a superfície do
epitélio corneano hidrófila. Havendo deficiência na camada, o epitélio corneano
fica hidrofóbico (repele a água), permitindo a quebra do filme lacrimal.

7.3 SHIMER
Já o Teste de Shirmer, procede-se da seguinte forma: coloca-se uma
tira especial de papel na pálpebra inferior (porção temporal). O candidato ao uso
das LC pode ficar olhando para frente ou pode manter os olhos fechados. Ao fim
de 5 minutos, retira-se a tira e observa-se qual foi a área molhada.
A avaliação deve seguir os seguintes valores: abaixo de 5mm:
indicadores de olho seco; entre 5 e 10mm: indicam olho relativamente seco e
acima de 10mm: olho normal.
É importante o avaliador ao realizar o teste, cuidar para não tocar a
córnea ao colocar ao tira de papel, o que provoca lacrimejamento reflexo e
falseia o resultado, referência CORAL-GHANEM, 1998.

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Técnicas Refrativas II

Figura 15: Teste de Shirmer1


Fonte: PetClinic, 2009

Figura 16: Teste de Schirmer2


Fonte: Cordovez, 2009

8. TONOMETRIA
A tonometria é um exame que permite a medida da pressão intra-ocular. É
fundamental para o diagnóstico e acompanhamento do paciente com
glaucoma.Apesar de simples, sua realização nas consultas é muito importante,
indolor e extremamente rápida sendo realizada em menos de 2 minutos para
ambosos olhos.Medidas da pressão intra-ocular são consideradas dentro dos
parâmetros normais quando aferidas entre valores de 10 a 20mmHg.

Existem pacientes que não possuem dano no nervo óptico que possuem
medidas pressóricas acima de 20mmHg (chamados Hipertensos Oculares) e
outros com dano ao nervo óptico mesmo apresentando medidas pressóricas
abaixo de 20mmHg (chamados Glaucoma de Pressão Normal).

A pressão intra-ocular é o principal fator de risco para o glaucoma e a redução


da PIO é o único tratamento cientificamente comprovado capaz de conter a
evolução da doença. Portanto, a medida precisa da PIO é importante para o
diagnóstico e acompanhamento do paciente glaucomatoso.

8.1TIPOS DE APARELHO PARA MEDIRA P.I.O


O aparelho pode ser de não contacto (sopro) ou de aplanação acoplado ao
aparelho (lâmpada de fenda).O aparelho de sopro tem uma zona onde a

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 31


Técnicas Refrativas II
pessoa apoia o queixo e de seguida o médico alinha o feixe de luz. É enviado
um sopro de ar para o olho que permite medir a alteração da luz na córnea
durante o sopro. O de aplanação mede a força que é preciso para achatar
determinada zona da córnea. O tonómetro tem uma zona onde a pessoa
encaixa a testa e o queixo, e depois o médico ajustada a luz do aparelho até ao
olho. O olho é previamente anestesiado com gotas de colírio, de seguida é
regulada a tensão do aparelho e executa-se as medições. -

Perkins Pascal Tonopen


Figura 17

8.2 COMO É REALIZADA A TONOMETRIA?


Há mais de um método de realizar a tonometria. Não há necessidade de
preparativos para o exame, mas em alguns casos os globos oculares devem
receber um colírio anestésico. Se o paciente usar lentes de contato elas devem
ser retiradas antes do exame e podem ser recolocadas logo depois. Se o
paciente tem alguma infecção ocular ou úlcera de córnea isso deve ser
informado ao médico para que ele adote os cuidados especiais necessários.
Em um dos métodos, chamado método da aplanação, mede-se a força
necessária para achatar-se a córnea com o tonômetro de Goldmann (tonômetro
acoplado à lâmpada de fenda) encostado a ela. O paciente deve repousar o
queixo e a testa em suportes do aparelho oftalmológico apropriado, o tonômetro
é encostado no olho e levemente forçado contra ele.
Esse tipo de medição é feito com a aplicação local de um colírio anestésico.
Uma variante desse método é medir a pressão intraocular com um aparelho
semelhante a um lápis, que toca o exterior do olho e efetua a medição.
A tonometria a ar é realizada por meio da propulsão de um jato de ar contra
o globo ocular, o qual após encontrar a superfície do olho é recaptado e a
pressão ocular é automaticamente fornecida. Aqui também o paciente deve
repousar o queixo e a testa em suportes próprios do aparelho oftalmológico.
Esse método não necessita anestesia e o que o paciente sente é apenas uma
leve sensação de contato. Se o paciente, por qualquer motivo, não permite esses
tipos de exames, o médico pode realizar a manobra de colocar os dois dedos
indicadores sobre a pálpebra superior, com o paciente de olhos fechados e
olhando para baixo e pressionar o globo ocular, para ter uma noção da pressão
intraocular. Embora pouco preciso, esse método pode ser o único exequível em
determinadas circunstâncias.
O exame é simples, rápido e indolor, não durando mais do que cinco minutos. O
desconforto causado por ele é mínimo, mas é necessária colaboração do
paciente em manter fixo o olhar, pelo que pode ser mais difícil de ser executado

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 32


Técnicas Refrativas II
em crianças pequenas. Não há nenhuma restrição pós-exame e o paciente pode
voltar de imediato às suas atividades normais. O resultado do exame é fornecido
em milímetros de mercúrio (mmHg). A pressão normal varia entre 10 e 20 mmHg.
Se o exame indicar pressão muito alta, isso requererá providências médicas
urgentes porque as células nervosas receptoras da retina podem ser
danificadas por compressão e deixarem de funcionar, levando à cegueira.
Teste realizado para determinar o grau de tonicidade do olho. É de
fundamental importância para a dar um diagnóstico mais seguro de glaucoma,
uveíte ou traumatismos.

9. FÓRMULA FINAL
É o que vai ser passado para compensar o erro refrativo e/ou motor do
paciente. Deve-se descrever a dioptria indicada, o eixo, prisma, base, a acuidade
visual, o tipo de lente, o material, a cor da lente, tratamento da lente e a DP
(Distância Pupilar).Chamamos prescrição final à fórmula óptica e outros fatores
clínicos a considerar na avaliação.Os fatores clínicos deve conter a distância
pupilar e acuidade visual

EXISTEM VÁRIOS ASPECTOS A CONSIDERAR COMO:

9.1 O Uso dos Óculos, isto determina o grau de sintomatologia e dos


requerimentos visuais do paciente, prescreva a correção para uso:

a) Alternado Permanente
b) Uso Prolongado
c) Uso para Visão Próxima
d) Uso Para Visão de Longe
e) Uso de Proteção Solar

9.2 O Tipo de Lente:

a) Lentes monofocaisCilindricas
b) Lentes monofocaisTóricas
b) Lentes Bifocais
c) Lentes Multifocais
d) Lentes Especiais

9.3O Tipo de Bifocal.


a) Bifocal Ultex
b) Bifocal Kriptok
c) Bifocal Biovis

9.4O Filtro a Cor.


a) Foto
b) A.R
c) Coloração

9.5O Material:

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 33


Técnicas Refrativas II
a) Vidro
b) Plástico.

Formula Final
Expressar numericamente o valor a ser préscrito como resultado de uma
avaliação realizada e que esse valor vai compensar a deficiência refrativa para
longe e perto com a melhor acuidade visual.
Exemplo:
OD +1,00 - 0,50 x 180
OE +1,00 - 0,50 x 180
AD 3,00
OBS: 20/20 AOJ1

Feitos todos os passos o optometrista, caso opte pelo uso de lentes


corretivas, preenche a Prescrição Optométrica (Figura 17), destacando a dioptria
do paciente o tipo de lente indicada para aquele caso, e os tratamentos que a
lente deve ter para que o paciente tenha o melhor conforto visual.
Por último o Optometrista dá o resultado final do exame, dizendo ao
paciente, exatamente o que tem, indicando, orientando e encaminhando, caso
seja necessário, ao profissional especialista, os casos que não podem ser
resolvidos pelo optometrista.

10. DIAGNÓSTICO
Expressão científica dos resultados encontrados. Faz-se necessário a
apresentação do diagnóstico: Refrativo, Motor e Patológico. Um diagnóstico é
aquilo que pertence ou que se refere à diagnose. Este termo, por sua vez, refere-
se à ação e ao efeito de diagnosticar (recolher e analisar dados para avaliar
problemas de diversa natureza).
Na medicina, um diagnóstico é o ato de determinar e conhecer a natureza de
uma doença pela observação dos seus sintomas e sinais. Também corresponde
ao nome com que o médico qualifica a doença de acordo com os sinais
detectados, isto é, é o nome dado à conclusão em si mesma.
Pode-se distinguir o diagnóstico médico, que se enquadra na avaliação
psicológica e que pressupõe o reconhecimento de uma doença ou de um
transtorno pela observação dos respectivos sinais e sintomas, do diagnóstico de
enfermagem, no qual são analisados os dados acerca do paciente para
identificar os problemas que irão constituir a base do plano de
cuidados/tratamentos.
O diagnóstico médico engloba dois aspectos da lógica: a análise e a síntese.
Recorre-se a diversas ferramentas durante o processo, como o histórico clínico,
o exame físico e os exames complementares, entre outras.
Existem dois grandes tipos de diagnóstico: o diagnóstico diferencial (que é o
método usado para identificar doenças, feito por processo de eliminação) e o
diagnóstico provisório (é aplicado em situações de dúvida, quando o médico
presume que o paciente apresenta os critérios para um determinado transtorno,
mas não dispõe de informação suficiente para o confirmar).

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 34


Técnicas Refrativas II
Diagnóstico Sequencia

 Refrativo (astigmatismo hipermetrópico composto a favor da regra)


 Motor (exoforia tipo insuficiência de convergência)
 Patológico (pterígio GII nasal olho direito)

11.DISPOSIÇÃO OU CONDUTA

CONDUTA CLINICA E PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA A


COMPENSAÇÃO DAS AMETROPIAS REFRATIVAS
Conduta final tem que responder as queixas reportadas pelo
paciente na anamnese, ou seja, o motivo de consulta pelo qual fez com que o
paciente procurasse o consultório optométrico e de acordo com o diagnóstico se
decide o que fazer com esse paciente, se recomenda óculos, lente de contato,
exercícios órtopticos, assepsia local com solução fisiológica ou xampu neutro,
ou encaminhamento para um profissional da medicina especializada. (LOPEZ
1994- DUKE-ELDER 1985- KEITH 1997-GILDELRIO, E 1984-GROM 1972-
SALGADO 1989)
A correção das ametropias refrativas é um fator que exigem conhecimentos
específicos e habilidades técnicas para tal ação. Para tanto, a anamnese é o
ponto inicial que definirá qual a melhor forma de correção, já que cuja intenção
é de coletar informações para diagnosticar o problema. Ao seguir as informações
coletadas do paciente pode-se aproveitar ao máximo o tempo disponível para o
atendimento, o que produz um diagnóstico seguro e um tratamento correto. A
ficha clínica Optométrica é o guia clinico a qual define o procedimento técnico do
optometrista para avaliação visual e a obtenção de dados que juntos assegura a
resolução do problema em relação à visão do paciente.
Na prescrição da correção das ametropias é necessário considerar a
história prévia relativa ao uso de óculos e adaptabilidade, problemas refrativos
antes não corrigidos e, até, a eventual condição socioeconômica do paciente.
Também é de suma importância avaliar as condições oculares como
opacificações dos meios transparentes, lesões de retina ou nervo óptico que são,
também, contribuintes fundamentais das decisões preliminares sobre a
oportunidade de se considerar, ou não, a conveniência de uma correção óptica.
Outros três fatores são essenciais como a idade, os sinais e sintomas e o valor
dióptrico da ametropias.
Na correção dos erros refrativos nem sempre o uso de óculos pode ser
evitado, mas, existem outras formas de correção dependendo do diagnóstico do
paciente avaliado, como as lentes de contato e cirurgias refrativas.
Por outro lado, em certos casos as prescrições ópticas tornam-se
absolutamente indispensáveis, pela vulnerabilidade apresentada na infância,
quando processos visuais e mecanismos oculomotores acham-se em
desenvolvimento.
A correção óptica nada mais é do que a correção dos erros de refração
visuais através de dispositivos ópticos como os óculos e as lentes de contato.
Ao contrário do que muitos ainda pensam a correção óptica não altera o grau e
nem impede a sua evolução. O uso de óculos ou de lentes de contato somente
coloca as imagens em seus focos corretos, que variam de acordo com o erro de
refração que a pessoa possui. A falta da correção óptica recentemente foi
reconhecida como importante causa de baixa visão e parece ser um problema

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 35


Técnicas Refrativas II
fácil de ser resolvido com o uso de óculos. No entanto, a falta da correção óptica
é um problema complexo do seu diagnóstico ao tratamento, além da confecção
e uso dos óculos. Portanto, toda atenção na avaliação primária deve ser
cuidadosamente estudada, investigada para corrigir de forma segura e correta.

11.1 COMPENSAÇÃO ÓPTICA SEGUNDO AS AMETROPIAS


O olho é considerado normal ou emetrópico quando os raios paralelos
de objetos distantes estiverem em foco nítido na retina, quando o músculo ciliar
estiver completamente relaxado. Isso significa que o olho emetrópico pode ver
todos os objetos distantes claramente com seu músculo ciliar relaxado. No
entanto, para focalizar objetos próximos, o olho precisa contrair seu músculo
ciliar e assim fornecer graus apropriados de acomodação.
A hipermetropia também chamada de “visão boa para longe”, se deve a um globo
ocular curto demais ou, ocasionalmente, o sistema de lentes fraco demais.
Nessa condição, os raios de luz paralelos não são curvados o suficiente, pelo
sistema de lentes relaxado, para chegar ao foco quando alcançam a retina. Para
superar essa anormalidade, o músculo ciliar precisa contrair-se para aumentar a
força do cristalino. Pelo uso do mecanismo da acomodação, a pessoa
hipermetrope é capaz de focalizar objetos distantes na retina. Se a pessoa tiver
usado somente pequena quantidade de força do músculo ciliar, para acomodar
ainda ficará com muito poder acomodativo, e os objetos cada vez mais próximos
do olho também podem ser focalizados nitidamente,
até que o músculo ciliar se contraia no seu limite. A pessoa que tem
hipermetropia a visão anormal poderá ser corrigida pelo acréscimo de poder
refrativo, usando-se lente convexa em frente ao olho até que se consiga a melhor
acuidade visual. Essa correção é demostrada na imagem abaixo.

Figura 18: olho hipermetrópico; correção da hipermetropia.

Na miopia, ou “visão boa para perto”, quando o músculo ciliar está


completamente relaxado, os raios de luz que vem de objetos distantes são
focalizados antes da retina. Isso se deve a globo ocular longo demais, mas pode
resultar de demasiado poder refrativo no sistema de lentes do olho. Não existe
mecanismo pelo qual o olho possa diminuir a força de sua lente para menos do
que aquela que existe quando o músculo ciliar está completamente relaxado. A
pessoa míope não tem mecanismo pelo qual focaliza objetos distantes
nitidamente na retina. No entanto, à medida que um objeto se aproxima do olho
da pessoa, ele finalmente chega perto o suficiente para que a imagem possa ser
focalizada. Depois, quando o objeto fica ainda mais próximo do olho, a pessoa
pode usar o mecanismo de acomodação para manter a imagem focalizada
claramente. Um míope tem um “ponto distante” para a visão distinta
definidamente limitado. Para a correção da miopia o poder refrativo excessivo

Antônio Cláudio da silva Maciel Página 36


Técnicas Refrativas II
poderá ser neutralizado pela colocação, em frente ao olho, de lente esférica
côncava, que divergirá os raios. Tal correção é demostrada na imagem abaixo.

Figura 19: olho míope; correção da miopia.

O astigmatismo é um erro refrativo do olho que faz com que a imagem


visual em um plano focalize em uma distância diferente da do plano em ângulo
reto. Isso resulta mais frequentemente de curvatura da córnea grande demais
em um plano do olho. Pode-se considerar o olho astigmático como tendo sistema
de lentes composto por duas lentes cilíndricas de forças diferentes e colocadas
em ângulo reto entre si. Para corrigir o astigmatismo, o procedimento habitual é
encontrar, por tentativa o erro, a lente esférica que corrija o foco em um dos
planos do cristalino astigmático. Então se usa a lente cilíndrica adicional para
corrigir o restante do erro no plano restante. Para fazer isto, precisam ser
determinados o eixo e a força da lente cilíndrica necessária.
Vários métodos existem para determinar o eixo do componente cilíndrico
anormal do sistema de lentes do olho, um desses se baseia no uso de barras
negras paralelas. Algumas dessas barras são verticais, algumas horizontais e
algumas em vários ângulos com os eixos vertical e horizontal. Uma vez
encontrado esse eixo, o optometrista tenta lentes cilíndricas positivas ou
negativas progressivamente mais fortes e mais fracas, cujos eixos estejam
colocados alinhados com barras fora de foco até que o paciente veja todas as
barras cruzadas com nitidez igual.
Pacientes com presbiopia que ocorre porque o cristalino à medida que a
pessoa envelhece fica maior e mais espesso e se torna muito menos elástico,
em parte devido a desnaturação progressiva das proteínas do cristalino, os
possíveis tratamentos são óculos com graduação somente para perto ou
associados com a correção para longe quando ela for necessária (bifocais e
multifocais). Outra forma de correção da presbiopia é o uso de lentes de contato,
a semelhança dos óculos, podem ser como um foco de visão (monofocal) com
dois focos (bifocal) e múltiplos focos (multifocal). Com as lentes de contato
monofocais, podemos utilizar a técnica de monovisão, ou seja, colocar a lente
de contato com correção para perto num olho e no outro, ou colocamos a
correção para longe quando ela for necessária ou simplesmente não se utiliza
correção quando a visão for normal para longe.
A cirurgia é também outra opção semelhante ao tratamento com lente
de contato monofocal, utilizando de monovisão. Ou seja, induzir um olho para
correção da visão de perto e o outro para longe. Esta correção poderá ser feita
com cirurgia na córnea ou no próprio cristalino. Esse tratamento atual da
presbiopia recebe o nome de lensectomia refrativa para correção da presbiopia,
também conhecida pela sigla de prelex (presbiopiclensexchange). . Consiste na

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Técnicas Refrativas II
retirada do cristalino e a sua substituição por outro, denominado de lente
intraocular multifocal.

11.2 COMPENSAÇÃO ÓPTICAS COM LENTES DE CONTATO


Lentes de contato de vidro ou de plástico que se encaixam bem sobre a
superfície anterior da córnea podem ser inseridas. Essas lentes são mantidas no
lugar por camada fina de líquido lacrimal que enche o espaço entre a lente de
contato e a superfície anterior do olho. Características especial das lentes de
contato é que elas anulam quase por completo a refração que normalmente
ocorre na superfície anterior da córnea. A razão para isso é que as lágrimas entre
a lente de contato e a córnea tem índice refrativo quase igual ao da córnea, de
modo que a superfície anterior da córnea já que não desempenha papel
significativo no sistema óptico do olho.
Em lugar disso, a superfície externa da lente de contato desempenha o
papel principal. Desse modo, a refração dessa superfície da lente de contato é
usada para substituir a refração habitual da córnea. Isso é especialmente
importante em pessoas cujos erros refrativos oculares sejam causados por
córnea de formato anormal, como as que têm a córnea de forma incomum,
abaulada – o ceratocone. Sem a lente de contato, a córnea abaulada causa
anormalidade da visão tão intensa que dificilmente serão encontrados óculos
que possam corrigir a visão de modo satisfatório; quando se usa lente de contato,
entretanto, a refração da córnea é neutralizada, e a refração normal pela
superfície externa da lente de contato é usada como substituta.
A lente de contato tem várias outras vantagens também, incluindo,
primeiramente, a lente que gira com o olho e promove campo mais amplo de
visão clara do que os óculos, e segundo, porque as lentes de contato têm pouco
efeito sobre o tamanho do objeto que a pessoa vê através dela, enquanto lentes
colocados a mais ou menos 1 centímetro do olho afetam o tamanho da imagem,
além de corrigirem.

11.3 CRITÉRIOS DA COMPENSAÇÃO ÓPTICA


Para Mondadori (2008) a correção óptica é um meio para levar imagens
à retina melhorando o conforto e a acuidade visual. Ao pensar em dar uma
correção óptica é importante verificar aspectos como o estado refrativo, motor,
patológico, convergência, idade, sintomatologia e ocupação. Segundo o estado
refrativo a norma geral ao corrigir um defeito refrativo é dar a maior lente positiva,
com a qual se obtenha a melhor acuidade visual. E para isso, existem critérios
que devem ser seguidos.
Na hipermetropia se o paciente apresenta uma acuidade visual normal,
não há desequilíbrios musculares, nem apresenta sintomas de Astenopia
acomodativa, não é necessário dar correção óptica (hipermetropia facultativa).
Em adultos, a correção é maior positivamente, devido à perda progressiva da
acomodação e uma pessoa jovem não é necessário e nem conveniente corrigir
totalmente a hipermetropia, com exceção de certos casos com problemas
acomodativos, onde é necessário dar uma correção total. Na miopia é
importante recordar que a hipercorreção negativa aumenta o contraste e o
paciente pode confundir com melhor visão, tendo em conta que a acomodação
não se encontra muito desenvolvida, em visão próxima.
No astigmatismo se o paciente não apresenta sintomatologia não é
necessário corrigir baixo a favor da regra. Em astigmatismo contrarregra deve-

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Técnicas Refrativas II
se tratar de corrigi-lo em sua totalidade. Se a correção é dada pela primeira vez
produz distorção espacial. Em casos de astigmatismo heteronômicos, ou seja,
de eixos opostos, deve-se tratar de corrigir totalmente o olho com astigmatismo
contrarregra e no outro olho dar a correção segundo os resultados e segundo o
olho dominante. O grau de aceitação da correção em astigmatismos irregulares
é maior quanto mais jovem seja o paciente. É de suma importância ter em conta
o resultado da prova ambulatória, pois, a conduta final depende do resultado
dela.
Em caso de anisometropias quanto mais jovem for o paciente maior é a
tolerância à correção total. Sempre deve corrigir totalmente o olho menos
amétrope, já que é o olho mais utilizado e verificar a aniseiconia produzida pela
correção.
Segundo o estado motor ao dar uma correção óptica é preciso analisar
o estado motor induzido que influencia dado que a lente positiva relaxa a
acomodação e, portanto aumenta as desviações do tipo EXO e a lente negativa
estimula a acomodação, portanto aumenta as desviações do tipo ENDO. Nos
casos de entropias em crianças, se dá o máximo positivo, preferivelmente o
obtido depois de uma refração com ciclopegia. Nos casos de hipermetropia
associado a uma exodesviação se for necessário corrigir recomenda-se também
exercícios ortópticos e um controle período.
Ao corrigir uma ametropias segundo o estado patológico, podemos
considerar duas coisas que são fundamentais, primeiramente, quando se
encontra uma patologia de seguimento anterior que melhora a acuidade visual
com o uso protetor do óculos, é recomendável sim a correção, pois, existem
blefaroconjuntivitis causadas por problemas refrativos baixos e em pacientes
com pterígio a utilização de um filtro pode ajudar a diminuir a irritação.

A correção pode ser total ou parcial. A correção total corrige


completamente a ametropias e é definitiva, ao menos por tempo prolongado. É
indicada em casos de astigmatismo contra regra, miopia, hipermetropia
associada a transtornos em visão próxima e hipermetropia com endotropia. A
correção parcial obtém-se diminuindo tanto o valor esférico como o cilindro, para
evitar problemas funcionais utilizando dos critérios de correção parcial que são
o de equivalente esférico, parcial cilíndrico parcial e parcial equivalente. Ao dar
uma correção seja total ou parcial é importante considerar o aspecto
socioeconômico, intelectual, ocupacional e psicológico do paciente e de sua
família, em caso de crianças.
Diante de tudo que foi exposto, outro fator primordial é uma relação
segura entre optometrista e o paciente que influencia bastante no diagnóstico,
conduta final e até mesmo todo procedimento.
O optometrista deve ter consciência de que sua atividade, ou seja, que todo
procedimento técnico por ele desenvolvido, pode não trazer o efeito desejado se
essa relação não for bem direcionada. O paciente, por sua vez, também deve
ser informado sobre todos os exames que serão realizados, quais os tratamentos
que serão utilizados, suas complicações e seus riscos, e seus benefícios. A
confiança, a reciprocidade, o saber ouvir e a atenção são fatores fundamentais
no estabelecimento de uma adequada relação e, por conseguinte,
indispensáveis para o adequado restabelecimento da saúde visual.

12. CONTROLE

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Técnicas Refrativas II
Determina o período em que o paciente deve retornar para uma nova
avaliação Optométrica. Depois de serem realizados todos os procedimentos da
ficha clínica Optométrica, como diagnóstico e conduta final, o optometrista vai
remarcar o retorno do paciente ao consultório optométrico para uma reavaliação
assim julgue necessário. No caso dos pacientes com patologias, primeiro são
encaminhados ao profissional da medicina especializada para tratarem, depois
retornam ao consultório optométrico para serem reavaliados. Se for Prescrito
óculos o optometrista remarca o dia e o mês e o ano em que o paciente deve
retornar ao consultório optométrico para futuras avaliações.

13.A SAÚDE VISUAL NO BRASIL

A saúde visual no Brasil aponta dados alarmantes, principalmente por


apresentar um alto índice de cegueiras que poderiam ser evitadas, se sua
prevenção e tratamento fossem feitos antes de acontecer um comprometimento
da saúde ocular.
De acordo com o Censo 2010 do IBGE, 18,8% (35.774.392 mil pessoas)
da população brasileira convive com alguma deficiência visual. E dentre as
principais causas de cegueira no Brasil, pode-se destacar a catarata e o
glaucoma. Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, dentre as deficiências:
visual, motora, auditiva e mental, a deficiência visual é a que apresenta os
índices mais altos.

Segundo dados do censo 2010, do IBGE, a Região Nordeste apresentou


os maiores índices, se comparada as outras regiões do país, sendo 21,2% da
população nordestina, portadora de algum tipo de deficiência visual. Em se
tratando de doenças visuais severas, a população nordestina também detém os
maiores índices, alcançando 4,1%.

A catarata trata-se de uma doença que leva a opacificação do cristalino e


em um estágio avançado, leva a cegueira, porém, é uma doença com uma
grande probabilidade de recuperação da visão, sendo a maior causa de cegueira
evitável.

Já o glaucoma, doença causada por uma lesão do nervo óptico, afeta


cerca de 900 mil brasileiros. Dentre os mais diversos fatores que podem levar ao
indivíduo a ter glaucoma, vale ressaltar a hereditariedade. Quando é
diagnosticado prematuramente, o glaucoma pode ser tratado e controlado,
muitas vezes evitando a cegueira, neste caso, irreversível.

Em se tratando de cegueira infantil, as principais causas da perda da


visão, são: glaucoma congênito e catarata congênita. Por este motivo, as
crianças merecem atenção especial, desde o pré-natal até o teste do olhinho.

Outra faixa etária que merece atenção especial, é a das pessoas acima
de 50 anos, já que estão mais propensos a doenças oculares que podem levar
a perda parcial ou até total da visão.

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Técnicas Refrativas II
Os diabéticos também precisam redobrar a atenção em relação à saúde
visual, já que esta classe de pessoas está mais suscetível a ter complicações
oculares, como a retinopatia diabética, dentre outras.

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudos apontam que 18.8% dos brasileiros convivem com algum tipo de
deficiência visual, portanto, faz-se necessário que os exista uma maior atenção
por parte dos profissionais Optometristas, independente do aparecimento de
sintomas, já que a é possível identificar muitas patologias ainda em sua fase
inicial, possibilitando assim a realização de tratamentos mais eficientes.
É sabido que a prevenção é a melhor solução, portanto, se o profissional
Optometrista é formado, capacitado e preparado de forma teoria, prática e possui
aparelhos suficientes para identificar toda e qualquer patologia e ou deficiência
motora em se tratando de visão, não existe justificativa para que os
Optometristas não assumam esta responsabilidade frente à população.
É preciso uma maior conscientização dos profissionais Optometristas e
auxílio das instituições de ensino e do conselho dos ópticos e Optometristas,
para que seja difundido o uso da ficha clínica como forma de contribuir para a
identificação de patologias e problemas motores e/ou musculares, desta forma,
se comprometendo com a população e buscando diminuir os índices de
deficiência e de cegueira no Brasil.
Os Optometristas devem assumir a responsabilidade, assim como devem
conscientizar os donos de ópticas a respeito da importância da ficha para se
realizar um bom atendimento, desta forma, deixando de priorizar a venda de
óculos e priorizando a saúde visual dos pacientes.
É realizando um trabalho sério e comprometido, que a optometria será
capaz de encaminhar patologias aos profissionais apropriados e assim começar
a galgar um caminho de reconhecimento e parceria junto a oftalmologista,
neurologistas e outros profissionais da saúde.

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