Vous êtes sur la page 1sur 4

Anais do Simpósio Brasileiro de Geomática, Presidente Prudente - SP, 9-13 de julho de 2002. p.001-004.

A Altitude e o Sistema de Referência Vertical

ALEX SORIA MEDINA


CAMIL GEMAEL
SILVIO ROGÉRIO CORREIA DE FREITAS

Universidade Federal do Paraná - UFPR


Curso de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas - CPGCG
Departamento de Geomática, Curitiba – PR
asmedina@geoc.ufpr.br
sfreitas@cce.ufpr.br

RESUMO – A definição da Rede Altimétrica Brasileira que teve início em 1945 e continua até os dias de
hoje tem adotado desde sua concepção o sistema de altitudes ortométricas com a correção do não
paralelismo da superfícies equipotenciais pela inexistência de dados de gravidade, que vem sendo suprido
a partir da década de 90. O grupo de trabalho III GT-III do SIRGAS propõe o estabelecimento de um
sistema único para a América e recomenda a adoção do sistema de altitudes normais, visando a unificação
das redes do continente. Este trabalho visa mostrar dois tipos de altitudes; a primeira usada na realização
da Rede Altimétrica Brasileira do Sistema Geodésico Brasileiro que é a altitudes ortométrica e o sistema
de altitudes normais sugerido pelo SIRGAS e sua ligação com os números geopotenciais.

ABSTRACT – The definition of Brazilian Vertical Network begun in 1945 used orthometric height in
the establishment of the vertical network of the Brazilian Geodetic System - SGB. The orthometric
corrections was used because gravity date didn’t have since 1990. The work Group III WG – III of
SIRGAS recommended to establish the normal height in the vertical networks to unified the different
networks in South America. This works present two type of height system; the first one the orthometric
height used in Brazilian network and the second one the normal recommend of the SIRGAS project and
link with the geopotencial number.

1 INTRODUÇÃO
2 ALTITUDES
A materialização de um Sistema de Referência Pontos sobre a superfície da Terra geralmente são
Vertical Global é uma necessidade que a comunidade associados a três coordenadas, latitude, longitude e
científica internacional tem-se preocupado nos último altitude. A latitude e a longitude são referidas a um
anos. Neste sentido, último simpósio sobre Sistema de elipsóide de revolução designadas geralmente de latitude
referência Verticais na cidade de Cartagena, na Colômbia, e longitude geodésicas. A altitude de um ponto P, quando
a Associação Internacional de Geodésia (IAG) e o Grupo referida a um elipsóide é chamada de altitude elipsoidal.
III (GIII) do Sistema de Referência Geocêntrica para as Contudo, na maioria do levantamentos, a altitude é
Américas (SIRGAS), nas sua declarações e referida a superfície do Nível Médio do Mar – NMM em
recomendações expressaram a necessidade de: uma primeira aproximação ou mais precisamente a um
Datum Vertical considerado como ponto de origem. Sabe-
ƒ Definir Sistemas Geodésicos Verticais de Referências se que a diferença entre a superfície elipsoidal não é a
Nacionais e Regionais, com vista a determinar um mesma que a superfície do Nível Médio do Mar e sim a
Sistema Vertical de Referência Global Unificado; uma separação na ordem de 30 m chegando a um valor
ƒ Conectar as redes de nivelamento dos países máximo de 110 m (JEKELI, 2000).
limítrofes com uma maior quantidade de pontos. Existem um número diferentes de sistemas de
avaliar e analisar suas diferenças; altitudes disponíveis em Geodésia, uns referidos a
ƒ Fomentar o trabalho conjunto entre indivíduos e superfície equipotencial real, outros são uma aproximação
grupos; matemática simplificada da Terra. A seguir são mostrado
dois tipos de sistemas de altitude que são usados em
ƒ Adotar o Sistema de Altitudes Normal.
geodésia os quais foram adaptados de HEISKANEN &
MORITZ (1967) e VANICEK & KRAKIWSKY (1986).

A.S. Medina; C. Gemael; S.R.C. Freitas


Anais do Simpósio Brasileiro de Geomática, Presidente Prudente - SP, 9-13 de julho de 2002.
Assim sendo uma discussão sobre sistemas de
altitudes não pode ser realizada sem que seja introduzido
alguns conceitos de potencial.

2.1 Números Geopotenciais

Na determinação das altitudes se considerado o


processo de nivelamento que é a soma dos desníveis
desde um datum vertical, não é unívoca, porque as
superfícies equipotenciais do campo da gravidade
terrestre não são paralelas e a linha de colimação do nível
a posição nivelada é tangente a superfície do campo
gravífico no local da observação.
Figura 2 – Número geopotencial

onde a integração que se procede ao longo da superfície


da Terra dl, entre o geóide superfície (W0), e um ponto Pi
ou ao longo da vertical (dh) de Pi. Similarmente a
diferença de potencial entre dois pontos Pi e PJ pode ser
escrita da seguinte maneira:

Pi
∆C ij = ∫ gdl (2.3)
Figura 1 – Não paralelismo das superfícies PJ
equipotenciais.
Na prática a integral da equação 2.3 não pode ser
avaliada analiticamente, se efetuarmos um nivelamento de
Assim para cada trajeto seguido em um precisão, acompanhado de gravimetria, podemos obter a
nivelamento obtém-se altitudes diferentes para um ponto. equação 2.3 por integração numérica (BAESCHLIN,
Quando se deseja obter altitudes de um ponto 1960; p. 248):
univocamente devem ser considerados os aspectos físicos.
A forma de aplicar as correções físicas é a associação do j
nivelamento geométrico com a gravimetria, obtendo-se o ∆C ij = ∑ g mk ∆Η ki (2.4)
número geopotencial. Da Figura 1, designando δW a k =1
variação do potencial entre duas superfície, pode-se
deduzir (VANÍCEK & KRAKIWSKY, 1986, p. 367): onde:

δw = −gδh (2.1)
g mk = 1 (g k −1 − g k ) (2.5)
2

Partindo de que uma só superfície equipotencial


(wi) passa através de um ponto (Pi), o potencial da sendo ∆H o desnível bruto fornecido pelas
gravidade representa um caminho possível para definir operações de nivelamento entre duas estações (RN)
uma única posição vertical. A diferença de potencial adjacentes e gmi a média dos valores de gravidade nos
negativo entre o ponto Pi e o geóide e definida como extremos de cada lance.
número de geopotencial Ci (VANÍCEK & Os segundos membros das equações 2.3 e 2.4
KRAKIWISKY, 1986; p. 368) , como é mostrado na não se eqüivalem, mas se consideramos que as diferenças
figura 2 de altitude são fornecidas pelo nivelamento de precisão e
que os valores de g devem ser determinados em cada
Pi Pi estação da mira, o erro da equação 2.4 pode ser
Ci = −(W I − W0 ) = ∫ gdl = ∫ gdh (2.2) negligenciado, mesmo para uma longa rede de
nivelamento (BAESCHLIN, 1960; p. 248).
P0 P0

2.2 Altitude ortométrica

A altitude ortométrica é definida como senda a distância


geométrica entre a superfície do geóide e um ponto P na

A.S. Medina; C. Gemael; S.R.C. Freitas


Anais do Simpósio Brasileiro de Geomática, Presidente Prudente - SP, 9-13 de julho de 2002.
superfície terrestre, medido ao longo da vertical, como é Ci
mostrado na Figura 3. hiH = (2.8)
giH

onde o valor médio da gravidade é dado por:

g iH = g i + 0,0424 H i (2.9)

onde gi é a gravidade no ponto Pi na superfície terrestre e


o coeficiente numérico é o gradiente da gravidade de
Poincaré-Pray’s (VANÍCEK & KRAKIWSKY, 1986; p.
372), o qual é considerado constante entre o geóide e o
ponto na superfície terrestre e Hi é altitude observada.

2.3 Altitude Normal

A altitude normal foi proposta por Molodensky


em 1954, com o intuito de solucionar o problema da
Figura 3 – Altitude Ortométrica
altitude ortométrica, quando da determinação do valor
médio da gravidade ao longo da vertical. Utiliza-se a
A equação para o cálculo da altitude ortométrica
gravidade normal à superfície do elipsóide, e como não
segue diretamente o Teorema do Valor Médio
existem massas acima deste modelo a redução de ar livre
(VANÍCEK, 1986; p. 32; FREITAS, 1999; p. 5), neste
é perfeitamente adequada, assim, obtém-se a altitude
contexto, existe um valor médio da gravidade gmi entre o
normal sem a necessidade de informações sobre a
geóide e o ponto Pi, resultando desta forma:
estrutura da crosta terrestre, Figura 4.

1 Pi
h Pi = ∫ gdl (2.6)
g mi P
0

sendo gmi o valor médio da gravidade ao longo da vertical


no ponto Pi, desta maneira podemos escrever equação 6.8
como:

C Pi
h pi = (2.7)
g mi

onde CPi é o número geopotencial no ponto Pi fornecido


pela equação 2.2.
Figura 4 – Altitude Normal.
Para obtermos a altitude ortométrica de um ponto
P na superfície terrestre devemos conhecer o valor médio
A altitude normal é obtida dividindo o número
da gravidade entre o geóide e a superfície física da Terra
geopotencial pelo valor médio da gravidade normal ao
ao longo da vertical. Em vista da impossibilidade de
longo da normal no ponto Pi (VANÍCEK &
efetuar observações entre o geóide e o geope do ponto P,
KRAKIWSKY, 1986; p. 372):
como também o não conhecimento da densidade de
massas acima do geóide, com suficiente precisão,
dificultando a obtenção da altitude ortométrica, assim,
C
podemos notar o caracter puramente teórico da altitude H iN = i (2.10)
ortométrica. Existem numerosos procedimentos para obter γi
o valor de gmi, cada um com um tipo de altitude
ortométrica como por exemplo Niethmmer, Mader ou
onde:
Helmert. De todas as propostas acima citados o mais
usado para fins práticos é a altitude ortométrica de
Helmert, a qual é definida como sendo: 1 Pi
γi = ∫ γdh (2.11)
H iN P0

A.S. Medina; C. Gemael; S.R.C. Freitas


Anais do Simpósio Brasileiro de Geomática, Presidente Prudente - SP, 9-13 de julho de 2002.
ƒ Nas altitudes normais não é necessário o
é a média da gravidade normal ao longo da vertical. Uma conhecimento hipotético da composição do interior
forma prática de calcular a altitude normal proveniente da Terra;
dos números geopotenciais, rescrevendo a equação 2.11 ƒ As altitudes normais proporcionam um vínculo mais
obtém-se (HEISKANEN & MORITZ, 1967; P. 170) direto com as técnicas de posicionamento mais atuais
e apresenta menores discrepâncias em regiões
montanhosas;
 2
ƒ

( )
γ = γ 1 + 1 + α + m − 2αsen 2φ
H N  H N
+
aγ  a





(2.12)
Os números geopotenciais são de grande
importâncias cientifica, pois possibilitam definir uma
   superfície equipotencial e é um resultado direto do
nivelamento, ainda possibilitando o ajustamento de
Mesmo que a gravidade normal média dependa redes mesmo sem a definição do sistema de altitude;
da altitude normal de P, a sua dependência não é forte, tal ƒ A conexão de redes verticais é um dos principais
que a equação (1.8) pode ser resolvida por iteração para focos de pesquisa, como também uma das prioridades
um valor de H igual à altitude nivelada de P, sem do projeto SIRGAS;
qualquer outra hipótese simplificativa (FREITAS, 1999;
p. 58).
A separação ζ do quasi-geóide com o elipsóide REFERÊNCIAS
advém do cálculo com a fórmula de Molodenski para a
superfície física da Terra, na qual a fórmula de Stokes BAESCHLIN, C. F. Repport Spécial sur le Nivellement
fornece a ondulação do geóide ∆N que pode ser obtido et la pesanteur. Bulletin Géodésique. no 57: p. 246 –
por: 310, 1960.

FREITAS, S. R. C; BLITZKOW, D. Altitudes e


g −γm p
∆Ν = ζ + m H (2.13) Geopotencial. IgeS Bulletin (Special Issue for South
γm America), 9. 1999. p. 47-62.

observa-se na equação 1.9 que nas regiões costeiras o FREITAS, S. R. C; MEDINA, A. S; PIRES, A. O; LUZ,
valor de ∆N aproximasse do valor de ζ (∆N=ζ) R.T. Considerações e Experimentos para a Conexão
(FREITAS, 1999; p. 58), isto quer dizer que o valor de Hp das Redes Altimétricas da América do Sul. II Colóquio
tende para zero. Brasileiro de Geodésia. Curitiba, 2001.
Assim é possível obter à altitude normal em
função dos números geopotenciais fazendo 2.11 em 2.12, HEISKANEN, W. A; MORITZ, H. Physical Geodesy.
rescrevendo a equação 1.6 obtém-se (HEISKANEN & San Francisco & London, W. H. Freeman and Company.
MORITZ, 1967; P. 171): 1967.

JEKELI, C. Heights, the Geopotencial, and Vertical


Datum Department of Civil and Environmental
C
2
H in = (
1 + 1 + α + m − 2αsen 2φ
γ 
)C C
+
aγ  aγ

 

(2.14) Engineering andGeodetic Science. Ohio State University,
2000.
  
KRAKIWSKY, E. J. Heigths. A Thesis. The Ohio State
University. Ohio, 1965.
onde γ é a gravidade normal no elipsóide, para
uma mesma latitude. A acurácia desta fórmula será LAURÍA, E. A; GALBÁN F.M. El Sistema de
suficiente para a maioria dos propósitos práticos referência Vertical en la República Argentina. Buenos
(JEKELI, 2000). Aires, 2000.

LUZ, T. R. Realidade e Perspectivas da Rede


3 CONCLUSÕES Altimétrica de Alta Precisão do SGB. II Colóquio
Brasileiro de Geodésia. Curitiba, 2001.
ƒ Nas altitudes ortométricas se requer dados de
gravidade sobre a superfície terrestre, como também VANICEK, P; KRAKIWSKY, E. Geodesy: The
é necessário o conhecimento da composição do Concepts. Noth-Hollanda, 2a ed. 1986.
interior da crosta terrestre;
ƒ Um mesmo ponto de altitude ortométrica não está
necessariamente na mesma superfície equipotencial,
especialmente em alta altitudes pela incerteza da
densidade terrestre porque as superfície
equipotenciais não são paralelas;
A.S. Medina; C. Gemael; S.R.C. Freitas

Vous aimerez peut-être aussi