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REALIZAÇÃO:

PATROCÍNIO:

APOIO:

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REALIZAÇÃO:

PATROCÍNIO:

APOIO:

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AGOSTO 2018

ÍNDICE

A Liga Ventures ………………………………..…………. 04


Metodologia …………………………………………………. 07
Entrevistados ……………………………………………..... 08
O setor de Real Estate e PropTechs .….… 10
Categorias ……………………………………………………… 15
Mapa de Startups ……………………………………….. 17
Lista de Startups …………………………………………. 18
Demographics ………………..…………………………… 24
Entrevista - Alexandre Frankel …..…………. 25
O elo financeiro …………..……..….……….…………… 26
Entrevista - Fabrizio Ianelli …….....……………. 32
Incorporação e Construção ……………………. 33
Entrevista - Paola Torneri ………...…….…..….. 40
Corretagem no setor imobiliário …...…….. 41
Entrevista - Roberto de Souza ………......…. 47
Proprietários .…….……………………………………....… 48
Entrevista - Peixoto Accyoli ....……..…………. 55
Administradores de Condomínios ……… 56
Entrevista - Leonardo Figueró …...…………. 61
Invest Talks - Astella Investimentos .…… 62
Novos Negócios - Ibmec SP ……………...…… 63
Conclusão ………………………………………………......… 64
Referências …………………………………………………… 67

3
A LIGA
VENTURES
A Aceleradora
e o Liga Insights
Por meio de programas de aceleração em diferentes
verticais de mercado, eventos e inteligência setorial, a Liga
Ventures é a primeira aceleradora do Brasil totalmente focada
em conectar startups e grandes corporações, gerando inovação
e oportunidades de negócios para ambos os lados.

Grandes players já estão com a gente, fazendo da


inovação aberta uma realidade! Entre eles, a Porto Seguro
(Oxigênio Aceleradora), AES Brasil, EMBRAER, Cisco, Intel, TIVIT,
Mercedes-Benz, Eaton, Cummins, Sascar, Ticket Log, Repom,
Webmotors, Brink’s, GPA, Edenred e Unilever. Também somos
parceiros no Brasil da Plug and Play Tech Center, uma das
maiores aceleradoras do Vale do Silício. As startups conseguem
maior alcance no mercado, mais recursos e aumentam sua rede
de contatos. As corporações inovam mais rápido, acessam novas
tecnologias e se aproximam da cultura empreendedora das
startups.

O Liga Insights é uma plataforma de inteligência que


tem como objetivo analisar o ecossistema brasileiro de startups
e trazer para o público - sejam empresas, startups ou
pesquisadores - visões de como o ecossistema está mudando os
diversos mercados do país.

Além deste estudo sobre a área de Real Estate, já


mapeamos e estudamos também os mercados de Varejo,
AutoTech, Tecnologias Emergentes, HR Techs, Health Techs e
Startups de IT. Quer conhecer gratuitamente estes outros
materiais? Acesse: https://insights.liga.ventures

Tem uma startup e gostaria de estar nesta e em outras


listas, aparecendo para empresas que têm interesse no seu
segmento de atuação?
Cadastre-se em: https://insights.liga.ventures/novas-startups

Boa Leitura!

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PROGRAMAS:

NOSSOS EVENTOS:

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Saiba mais em:

https://liga.ventures/ligawtcclub/

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Metodologia
O estudo tem como objetivo compreender como a área de
Real Estate está inovando e de que forma as startups que
apresentam soluções para esse setor estão sendo desenvolvidas e
aplicadas no Brasil. Após entendimento da cadeia e dos temas que
envolvem a área, foi iniciada uma pesquisa para determinar quais
são as inovações tecnológicas disponíveis atualmente e de que
forma elas podem impactar os processos da área. Aqui foram
considerados relatórios, estudos e informações de fontes como The
Balance, CB Insights, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo), FGV, Moody’s, Abecip (Associação
Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), PwC,
SECOVI-SP (Sindicato de Habitação), Techinasia, Deloitte, AABIC
(Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios
10.085
de São Paulo), CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Base total de
McKinsey, Valor Econômico, Strategy&, Global Market Insights Inc, startups
Escola Politécnica da USP, Gartner, Venture Scanner, IBM, FRED
(Federal Reserve Bank of St. Louis), Finance One, JLL, Broadcast
Estadão, Computerworld, Pequenas Empresas Grandes Negócios,
Az Big Media, FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), ONU
(Organização das Nações Unidas), GCUC (Global Coworking
Unconference Conference), Coworking Brasil, SPACE10, CCS
Insights, CRECI-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de
São Paulo), Índice FipeZap, SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas), Robotton, SíndicoNet, Abadi
(Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis), entre
outros.

Para entendermos melhor o cenário e importância das


inovações na área de Real Estate, tanto no mercado brasileiro
quanto internacionalmente, entrevistamos mais de 40
empreendedores, profissionais e pesquisadores da área. Entre
outras questões, buscamos entender como eles interpretam as
startups que apresentam soluções para o setor, as oportunidades
geradas, de que forma estão afetando a área e os principais desafios
para o futuro.

O estudo analisou 10.085 startups brasileiras e, dessas, 217


foram consideradas para a construção do landscape presente neste
estudo. Para a seleção das startups, utilizamos como critério incluir
aquelas que apresentam algum tipo de atividade, serviço e/ou
produto relacionados à área de PropTechs. Este mapeamento foi

217
realizado a partir de diversas fontes, como inscrições para os
programas de aceleração e eventos da Liga Ventures, a plataforma
DisruptBox, recomendações, notícias em portais de negócios, bases
abertas e busca ativa de startups. Por se tratar de um mercado com
Startups de
mudanças constantes, este estudo é dinâmico e terá atualizações
periódicas para contemplar esses movimentos e expor novas
PropTechs
startups que não apareceram nesta versão.

7
7
ENTREVISTADOS

Alexandre Lafer Alexandre Peev Alvaro Rodriguez Alyson Tabosa Anderson Fagionato
Frankel Superintendente de Especialista de CEO do CoteAqui CEO e Co-founder da
CEO da Vitacon Patrimônio e Marketing Construção ZeroDistrato
Suprimentos na Porto Civil na Gerdau
Seguro

André Penha Andrea Possi Benjamin Citron Bruno Bagnariolli Bruno Loreto
Co-founder e CTO Diretora de Operações Gestor de Sócio e responsável Co Founder e Head
do QuintoAndar na MAC Construtora e Desenvolvimento pela área de Crédito of Operations na
Incorporadora Imobiliário na Imobiliário na Mauá Construtech
Votorantim Capital

Camila Villanueva Daniel Alves Diogo Vinicius Eduardo Barbosa Fábio Luis Garbosa
Head de Vendas da COO & CO Founder CEO da FindMe CEO da Brognoli Diretor Técnico da
EmCasa da Upik Construtora BKO e
coordenador de
curso na FAAP

Fábio Penteado Fabrizio Ianelli Fernando Botton Francisco Toledo George André
Rodrigues Head de Real Estate Diretor de Expansões Diretor Executivo da Willrich Sales
Diretor da Tamboré Financing no na Leroy Merlin iTeleport Professor Dr. do
Santander Ibmec SP

Jacinto Pedro Jardel Cardoso da Rocha João Renato Cecchi Juliana Martinelli
Professor do Ibmec SP CEO da CredPago Gerente Comercial na CEO da
FiadorWeb InovaHouse3D

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ENTREVISTADOS

Kleber de Paula Leandro Abreu Leonardo Figueiró Lucas Obino Lucas Vargas
CEO e fundador do CEO da RisKnow Presidente do WTC BH Sócio fundador e CEO do Grupo Zap
ClienteAgente CEO da Urbe.Me Viva Real

Lucile Charpentier Marcelo Mahtuk Márcia Monteiro Marcos Campos Marcus Nobre
Diretora de Marketing Diretor Executivo e CEO & CO Founder da Bicudo Fundador & CEO do
e Estratégia Digital na fundador da Upik Diretor-Presidente uCondo
Saint-Gobain Brasil Manager Gestão da Vedacit
Condominial

Mauricio Carrer Paula Torneri Porto Paulo Oliveira Pedro Sallum Peixoto Accyolli
CEO da Concessus Sócia e Diretora da Diretor de Franco Presidente da
Inovare Consulting e Operações da CEO da Loopkey RE/MAX
Profa. Dra. de Real Estate Protec
na Poli – USP

Rafael Sasso Renan Falcão Vaz Renata Vinhas Roberto Souza Roger Garcia
CEO da Melhor Gerente de Novos Analista de Inovação Diretor Presidente Superintendente da
Taxa Negócios e Inovação na na Votorantim do CTE Porto Seguro
Cyrela Commercial Financeira
Properties

Romeo Busarello Thiago Lopes Ferreira Thomaz Levy Vinicius Capella


Diretor de Professor substituto do Innovation Maker Broker e Responsável por Gestão
Marketing na IAU-USP e fundador do na Gerdau de Equipes e Recrutamento na
Tecnisa ArcaTerra RE/MAX Complete

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O setor de
Real Estate e as
PropTechs
Ano após ano, a tecnologia tem moldado os mercados e
mudando os processos inerentes a eles, tendência essa que tem
sido apresentada pelas maiores consultoras mundiais, como
McKinsey, Deloitte, KPMG e PwC. Em setores mais tradicionais,
como o de Real Estate, a afirmação é igualmente válida, mas ainda
é um desafio entender como as inovações podem impactantes em
uma área considerada não tão aderente pelos atores do próprio
mercado e que possui grande importância nas economias ao
redor do mundo. Uma prova disso é que, de acordo com o CB
Insights, em 2015 o mercado global de Real Estate possuía um
valor de mercado de US$ 217 trilhões.
US$ 217 trilhões
Foi o valor estimado do
Para se ter uma ideia, nos EUA, o setor de construção em mercado global de Real
Real Estate foi responsável, em 2017, por 6% do PIB (Produto Estate em 2015
Interno Bruto), contribuindo com US$ 1.07 trilhão na receita total,
segundo publicação do portal The Balance. No Brasil, apesar dos
maus resultados do setor de construção civil no ano passado –
segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) publicados no portal da CBIC (Câmara Brasileira da No Brasil, em 2018, o setor
Indústria da Construção), a área registrou uma queda de 5% no recebeu a aporte de
PIB, a maior entre todos os setores analisados –, espera-se que
esse cenário mude em 2018. Conforme projeções divulgadas pelo
Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado
de São Paulo) e pela FGV publicadas pela IstoÉ, a expectativa é
que o PIB da construção civil cresça 2% neste ano, após um triênio
consecutivo de recessão. No entanto, os investimentos no setor
não apresentaram bons resultados no primeiro semestre de 2018.
Dados levantados pela ITC (Inteligência Empresarial da
Construção) e publicados pelo DCI apontam que neste ano o setor
recebeu aportes de US$ 37.6 bilhões, valor 13,3% menor do que os US$ 37,6 bilhões
US$ 42.6 bilhões registrados no primeiro semestre de 2014. Assim,
em tempos de crise e de pouco otimismo econômico-financeiro, é
natural que o mercado busque soluções que otimizem processos e
-
negócios. 13%
De acordo com o mesmo estudo do CB Insights, em 2016 menor que os
as chamadas PropTechs (startups responsáveis por trazer inovação
aos modelos de negócios e produtividade nas transações no setor
de Real Estate) receberam, em todo o mundo, US$ 2.69 bilhões em
US$ 42,6 bilhões
investimentos, em mais de 277 negócios concretizados. Segundo registrados no primeiro
Fábio Garbossa Francisco, Diretor Técnico da Construtora BKO e trimestre de 2014
Coordenador do curso de Pós-Graduação em Real Estate &
asdasasd

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Construction Management na FAAP, ainda existem desafios para que as soluções apresentadas
por startups do setor sejam implantadas, mas adotá-las é essencial. “O primeiro obstáculo é o
ceticismo ainda presente de alguns líderes do setor que sempre atuaram maneira pragmática e
obtiveram sucesso assim. Em segundo lugar, ainda faltam investimentos para que isso aconteça.
Acredito que agora seja o momento da ruptura dos modelos tradicionais para um novo, mais
tecnológico e inovador. Atualmente existe uma grande quantidade de tecnologias e soluções à
disposição do mercado e isso é ótimo para o setor. As empresas precisam mudar o mindset para
sobreviver. Existem oportunidades praticamente em todo o ciclo do negócio imobiliário, desde a
prospecção de áreas para incorporação, desenvolvimento de produtos, área comercial e vendas,
área de operações, e produção, e finalmente no uso e ocupação do imóvel”, afirma ele.

Segundo avaliação realizada pela agência de risco Moody’s sobre financiamento imobiliário
em países emergentes – considerando Brasil, México, África do Sul, Turquia e Rússia – e publicada
em matéria da Folha de S. Paulo, em cada um desses países “o crescimento da classe média e da
urbanização impulsionará a expansão do mercado de financiamento imobiliário. Espera-se, assim, o
crescimento do número de financiamentos no Brasil até o fim de 2019. De acordo com a Abecip
(Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), a concessão de crédito
imobiliário realizada com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) foi de
R$ 4.11 bilhões em abril de 2018, valor superior em 8,1% em comparação a março e 31,2% maior em
relação a abril de 2017.

Somente em maio de 2018 haviam sido comercializadas 2.158 unidades em São Paulo,
segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e
Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). No acumulado de 12 meses (junho de 2017 a maio
de 2018), foram comercializadas 27.307 unidades, o que representou um aumento de 59,6% em
comparação ao mesmo período de 2017 (junho de 2016 a maio de 2017), quando as vendas
totalizaram 17.108 unidades. Em meio a estes cenários, em abril de 2018 a Caixa Econômica Federal
anunciou uma redução dos juros para financiamentos da casa própria, o que diminuindo a taxa
mínima de 10,25% para 9% ao ano. De acordo com o Banco Central, as taxas médias de mercado
para financiamento imobiliário para pessoas físicas caíram de 15,4% em janeiro de 2017 para 11,3%
em fevereiro de 2018. As taxas, que costumam variar conforme os diferentes tipos de
financiamentos e que consideram fatores como valor do imóvel e perfil e renda do consumidor,
costumam causar grandes dores de cabeça àqueles que procuram uma linha de crédito. Assim, se
torna ainda mais essencial pensar em tecnologias e inovações que possam ajudar o elo financeiro
imobiliário. Um exemplo é o blockchain, que, segundo a pesquisa 2015 World Economic Forum,
realizada com 800 executivos e especialistas em tecnologia da comunicação, publicada no relatório
Deep Shift: Technology Tipping Points and Societal Impact, 57,9% dos entrevistados acreditam que
10% do PIB mundial será gerado por informações contidas por blockchain até 2025.

No estudo Real Estate 2020: Building the Future, a consultoria PwC realizou seis predições
a respeito do mercado imobiliário para o futuro próximo; uma delas prevê que as inovações
tecnológicas e a sustentabilidade serão fatores-chave para a geração de valor: o desenvolvimento
de empreendimentos precisará ser sustentável, disponibilizando espaços mais prazerosos para se
viver, enquanto que a tecnologia, disruptando o setor, tornará o mercado obsoleto. De acordo com
Thiago Lopes, professor substituto do IAU-USP e Fundador do ArcaTerra, escritório especializado na
produção de arquiteturas e construções com terra, pensar na utilização de materiais menos
nocivos ao meio ambiente também é uma forma de inovar. “A questão é resgatar conhecimentos,
inteligências construtivas tradicionais e inseri-los dentro das dinâmicas de nossa sociedade
contemporânea. A inovação está nas linhas de produção, na inserção de materiais naturais que
foram sendo colocados de lado em prol de materiais industrializados. Está sendo consolidada uma
preocupação com a sustentabilidade e as tecnologias ecológicas estão sendo cada vez mais
procuradas e utilizadas. Atualmente, algumas construtoras estão pensando, também, na questão
de racionalização de uso de energia e água”, aponta ele. Conforme o estudo da PwC, com uma
asdsa

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população mundial que cresce rapidamente, em 2030 será necessário um aumento de 50% da
energia e 40% da água disponíveis no mundo.

Por outro lado, as construtoras enfrentam outro desafio: o da adoção de tecnologias. De


acordo com a McKinsey, a construção é um dos segmentos em que menos se investe em
digitalização, ficando atrás somente do setor agropecuário. Segundo a PwC, se comparado com
outros setores industriais, como o automotivo (3,7%) e o de computadores e eletrônicos (8,8%), as
empresas da indústria de construção nos EUA investem pouco em pesquisa e desenvolvimento.
Ainda de acordo com a consultoria, somente somente 0,5% do valor anual é revertido para P&D.
Para Roberto de Souza, Diretor Presidente do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), “em geral,
no setor de Real Estate, as empresas são de base familiar. São empresas antigas que já estão em
uma certa zona de conforto, trabalhando há 30, 40, 50 anos e muitas vezes não veem a necessidade
de inovar. É um modelo que no passado deu certo, mas agora elas começam a olhar pelo retrovisor.
Como poucas empresas inovam dentro do setor, elas não se sentem ameaçadas também pelos
competidores.” Estima-se que o mundo precisará gastar US$ 57 trilhões em infraestrutura até 2030
se quiser alcançar o crescimento do PIB global. As empresas incorporadoras/construtoras já estão
correndo atrás do prejuízo. De acordo com o relatório Research Briefing: Construction and
Infrastructure, divulgado pelo CB Insights, a participação de corporações em negócios que
envolvem construtechs (startups que apresentam soluções para construção) vem aumentando. Em
2014 havia uma participação de 14%, em 2015 de 13% e em 2016 de 16%. Além disso, entre 2012 e 2016
foram investidos US$ 778 milhões globalmente, com mais de 160 negócios fechados tanto com
corporações quanto com fundos de investimento.

Em relação ao setor de corretoras imobiliárias, dados coletados de 23 regiões brasileiras


pela CII/CBIC (Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e
publicados no Anuário do Mercado Imobiliário 2017 pela SECOVI-SP (Sindicato de Habitação de São
Paulo) mostram que no ano passado foram lançadas no Brasil 82.3 mil unidades residenciais,
número 5,2% maior em relação às 78.3 mil novas unidades em 2016. Quando o assunto é compra e
venda, a pesquisa revela que 94.2 mil propriedades foram comercializadas em 2017, registrando um
crescimento de 9,4% em comparação às 86.1 mil residências vendidas no ano anterior. Quanto à
adoção de novas tecnologias no segmento, um dos principais entraves é o mindset arcaico e
conservador ainda presente na área. Conforme o estudo Clicks and Mortar: the Growing Influence
of Proptech, realizado pela Techinasia em parceria com a JLL, apesar do potencial de crescimento
de corretoras imobiliárias que aderem à tecnologia, ainda existe a resistência, por exemplo, em
relação a investimentos em canais online, em detrimento de canais físicos. O panorama, no
entanto, tende a ser alterado pelo crescimento de compradores e locatários que buscam imóveis
na internet.

Outra tendência para a área de corretagem imobiliária, buscando acabar com parte das
burocracias, é a implementação de soluções de blockchain. De acordo com o estudo Blockchain in
commercial real estate, realizado pela consultora Deloitte, a tecnologia pode ajudar o setor a
identificar processos ineficientes e imprecisos, presentes em um mercado cujas operações ainda
são muito confidenciais. Na prática, estas soluções trariam benefícios como a remoção de fricção e
redução de riscos e cancelamentos nas transações, maior confiabilidade às partes envolvidas e
“irreversibilidade” em contratos fechados, diminuindo fraudes e manipulação. Ainda, segundo o
relatório, o blockchain ajudaria a resolver problemas tais quais a ineficiência na procura de
propriedades, devido à fragmentação de informações.

A pulverização de informações sobre o mercado, inclusive, é um problema que as empresas


enfrentam em momentos de identificação de possíveis e potenciais tendências no mercado,
baseadas no conhecimento sobre o consumidor. Segundo Fernando Botton, Diretor de Expansão
na Leroy Merlin, a falta de dados e ausência de estudos relacionados à área de Real Estate prejudica
a expansão dos negócios. “Interessaria muito, por exemplo, uma solução que acelerasse o processo
de dados e que pudesse trazer informações de forma mais ágil, mas sempre vamos esbarrar nessa

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questão da disponibilidade. Aqui no Brasil é muito complicado de se obter dados, principalmente
em relação a hábitos de consumo detalhados. Se eles fossem mais abundantes, poderíamos tentar
entender como dimensionar os produtos que oferecemos, determinar estrategicamente a
localização de uma loja”, afirma. Para Botton, dentro da Leroy Merlin, investir em novas inovações e
tecnologias tem como objetivo aumentar o número de clientes acima de tudo, já que possibilita
oferecer melhores serviços e produtos mais variados. “A ideia é ser o top of mind na cabeça dos
consumidores, esse é o cenário ideal e para isso é preciso cativar cada uma das pessoas que entra
em nossas lojas. É combinar preço, produto e serviço. É um conjunto de ações que se tornam
possíveis, como sistema de compras, lançamento de novidades. Assim conseguimos conquistar
notoriedade dentro de um mercado competitivo”, conta ele.

Entender as necessidades e desejos dos clientes é um grandes dos desafios enfrentados


pelas empresas atuantes no setor de Real Estate. Com a discussão sobre economia compartilhada
cada vez mais chamando atenção, surgem os conceitos de coworking e co-living,
compartilhamento de espaços de trabalho e de vivência. Segundo previsões da GCUC (Global
Coworking Unconference Conference), o mercado que envolve esses espaços de trabalho
compartilhados terá um crescimento rápido nos próximos 5 anos. Até 2022 são esperados 30 mil
espaços, que terão mais de 5 milhões de membros. Em 2017 foram registrados 14.411 coworkings,
que, no total, tinham 1.74 milhão de membros. Os países e regiões que mais têm são os EUA, a Ásia,
o Pacífico e a Índia e a Europa. Já o mercado de co-living também vem em constante crescimento.
Isso, pois, de acordo com a pesquisa One Shared House 2030, algumas das razões pelas quais os
entrevistados se interessariam por empreendimentos de co-living são as maiores possibilidades de
convivência e dividir custos. Além disso, os entrevistados também mostraram interesse em serem
cobrados por seus consumos de água, energia e gás de forma individual e poderem selecionar os
novos membros da comunidade e não se importam em ter uma cozinha pessoal, podendo,
portanto, utilizar de um espaço comum.

CONSTRUTECHS

FINTECHS

PROPTECHS

ECONOMIA
COMPARTILHADA
REAL ESTATE
FINTECHS
Baseado no esquema de
diferenciação da IMMO2.PRO

13
Com o aquecimento do mercado imobiliário e o surgimento de novos condomínios – em
2014, eram mais de 57 mil apenas no estado de São Paulo, de acordo com dados da AABIC
(Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo) –, o número de
administradoras condominiais tem, consequentemente, crescido. Segundo informações do blog da
administradora Robotton, mais de 68 bilhões de brasileiros vivem em condomínios, número que
representa aproximadamente 33% da população brasileira. O valor movimentado pelo setor chega
aos R$ 165 bilhões anuais. Terceirizar serviços a empresas especializadas passou a ser, portanto,
uma maneira mais fácil de diminuir a quantidade de problemas legais, contábeis e fiscais.

Se nos últimos anos as administradoras imobiliárias viram nos websites uma tendência que
teria grandes impactos no mercado e em seus negócios, esse espaço será, em um futuro próximo,
ocupado pelos aplicativos mobile, também de forma a facilitar o controle de atividades. De acordo
com post no blog Updater, com o aumento do uso de smartphones em detrimento dos
computadores, tornou-se muito mais efetivo apostar em plataformas mobile, que precisariam
conter, por exemplo, uma navegação limpa e intuitiva, um canal de mensagens instantâneas para
a comunicação entre condôminos e staff da administradora e um centro para a solicitação de
manutenções e alertas de emergência.

Diante deste cenário, nosso estudo irá debater o tema inovação dentro da cadeia no setor
de Real Estate e o papel da PropTechs neste novo ambiente de transformação. Aprofundamos a
discussão sobre inovações para o setor em cinco partes, sendo elas: os atuantes no elo financeiro, as
incorporadoras e construtoras, as corretoras, os proprietários e as administradoras de condomínios.

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CATEGORIAS
As 12 áreas de soluções
Após pesquisarmos a cadeia de processos que envolvem as áreas de soluções em Real
Estate, o próximo passo na confecção do material foi buscar e fazer a curadoria das startups
brasileiras que estão oferecendo algum tipo de solução no setor, resolvendo problemas, facilitando
processos ou inovando entregas. Para isso, agrupamos as 217 startups encontradas em 12 categorias
explicadas a seguir:

Busca por Espaços Compartilhados


Plataformas para o conhecimento, busca e reserva de espaços compartilhados para trabalhar,
morar e/ou outros eventos pontuais.

Buscadores e Comparadores
Startups com buscadores e comparadores de imóveis, seja para fins comerciais ou residenciais,
com o uso de tecnologias para facilitar a escolha e melhor correspondência de respostas.

Controle e Gestão de Construções


Plataformas e soluções para controle, monitoramento e otimização da gestão das etapas de
construções, facilitando o acompanhamento e a produtividade envolvida.

Facilities
Ferramentas, plataformas e soluções para monitorar e aumentar a produtividade e economia de
serviços relacionados à segurança, consumo de energia e água.

Ferramentas para Corretores, Imobiliárias e Agentes


Startups que entregam soluções para auxiliar os corretores, imobiliárias e agentes na sua
organização diária, conversão de clientes, geração de leads e no uso de inteligência de dados.

Fintechs, Insuretechs, Permutas e Trocas


Startups que oferecem plataformas e soluções em transações financeiras e de bens no setor
imobiliário, sejam elas de compras, vendas, permutas, trocas e seguros.

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Gestão de Carteiras e Portfólio
Ferramentas que oferecem recursos que auxiliam na gestão e controle de carteiras de clientes,
portfólio de imóveis e outras atividades relacionadas.

Gestão de Propriedades e Condomínios


Startups que oferecem plataformas e soluções de comunicação, financeiras, gestão, segurança e
controle de atividades em propriedades e condomínios.

Home Services
Soluções para auxiliar serviços relacionados às propriedades, como reparos, consertos, reformas,
projetos arquitetônicos e de decoração.

Impacto Social
Statups que atuam com alternativas viabilizadoras em ações de impacto social relacionadas ao
setor imobiliários, construção e moradia.

IoT Home
Soluções de Internet das Coisas para aplicações em imóveis para automatização de processos,
monitoramento e controle de outros equipamentos.

Mapeamento / VR / VA / Modelagem
Startups que disponibilizam soluções para mapeamento de terrenos, construções e
propriedades, realidade aumentada e virtual para o Real Estate e modelagem.

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LANDSCAPE
REALIZAÇÃO: PATROCÍNIO:

217 STARTUPS APOIO:

AGO|2018

Busca por Espaços Compartilhados Buscadores e Comparadores | 30 empresas Controle e Gestão de Construções | 24 empresas
10 empresas

Facilities | 12 empresas Ferramentas para Corretores, Imobiliárias e Agentes | 20 empresas Fintechs, Insuretechs, Permutas e Trocas | 21 empresas Gestão de Carteiras e Portfólio | 13 empresas

Impacto Social Mapeamento / VR / VA / Modelagem | 26 empresas


Gestão de Propriedades e Condomínios | 30 empresas Home Services | 21 empresas 3 empresas

IoT Home | 7 empresas

www.insights.liga.ventures
LISTA DAS STARTUPS
POR CATEGORIA
STARTUPS SITE
Airgib https://airgib.com/
Beer or Coffee https://beerorcoffee.com/
BuscaSala http://www.buscasala.com.br/
Compartilhados (10)
Busca por Espaços

Deskovery https://deskovery.net/spaces/
Easy Houses https://www.easyhouses.com.br/
Interualla.co https://www.interualla.co/
LocaOffice https://locaoffice.com.br/
Morar.com.vc http://www.morar.com.vc
SuaFesta MinhaCasa https://www.suafestaminhacasa.com/
Wistor https://wistor.com.br/

STARTUPS SITE
B2Blue http://www.b2blue.com/
BimMap http://www.bimmap.com.br/
Bom Pedreiro http://bompedreiro.com.br/
Casa Causa http://www.casacausa.com.br/
Cerensa https://www.cerensa.com/
Concessus https://www.concessus.com.br/
ConnectData http://www.connectdata.net
ConstruCode https://www.construcode.com.br/
Controle e Gestão de Construções (24)

ConstructApp https://constructapp.io/pt/
Controller App http://controllerapp.com.br/
CoteAqui https://www.coteaqui.com.br/
Destine Já http://www.destineja.com.br
Eloverde https://www.eloverde.com.br/
Gero Obras http://www.geroobras.com.br/
InovaHouse 3D http://inovahouse3d.com.br/
Mãos à Obra http://www.maosaobraapp.com.br
NetResíduos https://www.netresiduos.com.br/
Reforma Simples http://www.reformasimples.com/index.html
Residuall https://www.residuall.com/
Senhor das Obras http://senhordasobras.com.br/2017/sdonovo/
Sienge https://www.sienge.com.br/
Simplifica Obra http://simplificaobra.com.br/
SobraZero http://sobrazero.com/
VG Resíduos http://vgresiduos.com.br

18
STARTUPS SITE
AcordoLocal http://www.acordolocal.com.br/
Agente Imóvel https://www.agenteimovel.com.br/
Alpop http://www.alpop.com.br
Alu https://www.meualu.com/
App do Imóvel https://www.appdoimovel.com/
Apto.vc https://apto.vc/
Benvenuto https://benvenuto.com.br/
BeView http://www.beview.com.br/
Bider https://bider.com.br/
Corretores.com.br http://www.corretores.com.br/home.php
EmCasa https://www.emcasa.com
Buscadores e Comparadores (30)

Facilita http://www.appfacilita.com/
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Lockey http://lockey.com.br
Lokkan https://lokkan.com/
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Meu Imóvel https://appmeuimovel.com/
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Pega a Chave https://www.pegaachave.com.br/
Pensou Mudou www.pensoumudou.com.br
Plek http://www.plek.com.br
Proprietário Direto www.proprietariodireto.com.br
Quinto Andar https://www.quintoandar.com.br
Realt On http://realton.com.br
Rentiis.com https://rentiis.com/
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19
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CredPago http://credpago.com.br
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Proprietário Direto www.proprietariodireto.com.br
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ArkDek https://www.arkdek.com.br
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Hometeka https://www.hometeka.com.br/
Indica Obra http://www.indicaobra.com.br/
Jubs https://appjubs.com/
MontaCasa https://www.montacasa.com.br/
Parafuzo http://parafuzo.com
Programa Doce Lar https://www.programadocelar.com/
Servicili https://www.servicili.com.br/
Serviço Legal http://www.servicolegal.com.br/
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Viva Decora https://www.vivadecora.com.br/

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Social (3)
Impacto

Arquitetas Nômades http://www.arquitetasnomades.com.br/


Moradigna http://moradigna.com.br/en/
Programa Vivenda http://programavivenda.com.br/

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Beyond https://www.beyond.dm/
Expin http://expin.com.br/
IoT Home (7)

IoT Soluções http://iotsolucoes.com.br


Kokar http://www.kokar.com/
LoopKey http://www.loopkey.com.br
Prosa http://www.prosa.cc
SiiTechnology http://www.siitec.com/

22
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3e60 https://www.3e60.com.br/
Away Mídia http://awaymidia.com
Banib https://www.banib.com
Beenoculus http://www.beenoculus.com.br/
Comunica 3d http://www.comunica3d.com.br/
DronENG https://droneng.com.br/
Futuriste http://www.futuriste.com.br/
Gabster http://www.gabster.com.br/
Mapeamento / VR / VA / Modelagem (26)

Horus http://horusaeronaves.com
Imersio VR http://imersiovr.com
ImobiClube http://imobiclube.com.br/
Inside Places https://www.insideplaces.com.br
ITeleport https://www.iteleport.com.br/
Kaaza http://kaaza.arq.br/
Levitar https://www.levitartech.com/
Loox Studios http://www.looxstudios.com.br/
Lord Drone http://lorddrone.com.br/
Maply https://maply.io/
Mapsky http://www.mapsky.com.br
Meu Passeio Virtual https://www.meupasseiovirtual.com/
MonkeyVR http://www.vrmonkey.com.br/
More Virtual http://www.morevirtual.com.br/index.php
ORB http://www.orbestudios.com/
PixForce http://www.pixforce.com.br
Sky Drone https://skydrones.com.br
xGB https://xgb.com.br/

23
DEMOGRAPHICS

Entre as 12 categorias das 217


startups mapeadas dentro do
contexto de startups que oferecem
soluções para a área de Real Estate,
as categorias de Buscadores e
Comparadores (14%) e Gestão de
Propriedades e Condomínios (14%)
são as com maior número de
startups, seguidas pelas soluções por
Mapeamento / VR / Modelagem (12%)
e Controle e Gestão de Construções
(11%). As categorias com o menor
número de startups são as de
soluções de Busca por Espaços
Compartilhados (5%), IoT Home (3%) e
Impacto Social (1%).

São Paulo é a cidade com o maior número


de startups no mapeamento, com 35%, seguido
por Belo Horizonte, com 8%, e Porto Alegre e
Florianópolis, com 6% cada. Seguindo a lista dos
maiores berços de startups de Real Estate, temos
Curitiba, Rio de Janeiro, Recife, Vitória e São José
do Rio Preto. No total, 60 cidades brasileiras
diferentes apareceram no mapeamento como
sedes de startups relacionadas ao mundo da
PropTechs. No ranking de estados, temos como
destaques São Paulo com 43%, seguido por Santa
Catarina com 13%, Minas Gerais com 11% e Rio
Grande do Sul com 9%.

Analisando a data de nascimento das


startups mapeadas, vemos que 60% delas
nasceram a partir de 2015, com números
expressivos no ano de 2016, com 25%. Quando
olhamos para até 2010, apenas 8% das startups
mapeadas nasceram neste período. Como
observação deste ponto, o período de crise do
setor imobiliário propiciou o nascimento de
muitas soluções que facilitassem o processo
de encontro / compra / venda de imóveis, além
de outras focadas na busca de eficiência dos
processos existentes nesse setor.

24
ENTRE_
VISTA
Como você vê a implantação de inovações no
setor de Real Estate?
É uma tendência e não podemos virar às costas.
Inovar precisa ser encarado como condição para
quem quer continuar existindo. Toda empresa
precisa ter a inovação como ponto de partida
para novos serviços e produtos. No setor da
construção a inovação precisa estar presente até Alexandre Lafer Frankel, CEO da VITACON
na forma de dispor o tijolo e acomodar o
cimento. Inovação e disrupção fazem parte do Qual tem sido o foco de inovação da Vitacon?
DNA da Vitacon. Estamos empenhados em Nosso foco hoje é reunir, em um mesmo
modificar inclusive o dia a dia das pessoas, ambiente, tijolo e tecnologia – brick and bytes.
promovendo inclusive o ganho de tempo. Queremos promover um novo jeito de pensar
Menos deslocamentos, menos stress com em habitação em São Paulo e também no
trânsito, mais tempo para fazer o que gosta. Brasil. Queremos promover que habitação seja
Fazemos parte inclusive de um movimento um serviço e vamos chegar nisso ao envolver a
dentro do SECOVI para promover inovação e inovação e a tecnologia.
incentivar as startups com soluções que possam
ser utilizadas. Estamos sendo protagonistas de Como tem sido o relacionamento com as
mudanças e temos orgulho disso. inovações tecnológicas e com o ecossistema
de empreendedorismo e startups?
Por que a tendência dos espaços Nosso propósito é estreitar ainda mais parcerias
compartilhados têm crescido tanto? entre startups e as construtoras. Estamos
Isso faz parte do novo comportamento das fazendo isso há mais de três anos. Estudando e
pessoas nos grandes centros. Ninguém quer sendo laboratório de inovação. O primeiro
mais ficar perdendo tempo em apartamento com tecnologia embarcada é
engarrafamentos ou ainda, dependendo de uma realidade hoje, e usamos ele como um
transporte público. As pessoas estão buscando laboratório para qualquer empresa ou startup
qualidade de vida, por isso não estão se que tiver uma ideia e queira aplicá-la. Não
importando em morar em espaços pequenos, estamos brincando com isso, já conseguimos
mas próximos dos acessos necessários. Muitos tangibilizar um espelho que nos dá
deles inclusive, não precisam ir todo dia para o temperatura e mostra o noticiário, ou um canal
trabalho, por isso mesmo estamos dedicando de interesse do youtube. Temos tecnologia
dentro dos nossos empreendimentos áreas de embarcada até na movelaria que colocamos
convivência coletiva que agreguem valor às nos decorados e nas unidades que temos
necessidades das pessoas que habitam. disponíveis para locação. Estamos promovendo
a integração de empreendedores e o setor de
Qual é o grande desafio de se implantar construção e não nos importamos em ser
tecnologias no setor? cobaias, pelo contrário, temos orgulho, estamos
O grande desafio de implantar tecnologias é a chegando na frente. Como exemplo, temos um
integração das diferentes tecnologias para ferramenta que ajuda o proprietário a locar
atender o usuário/morador/consumidor. com mais facilidade sua unidade, que foi
Atuamos diariamente com startups dos mais decorada por outra ferramenta – tudo
variados serviços e tecnologias e hoje, sentimos contratado online. Nossos prédios podem ser
que o desafio maior é integrar tudo isso no como um celular com diferentes aplicativos,
mesmo ambiente e que elas “conversem que o morador vai acionar à medida da
harmoniosamente” entre si. necessidade.

25
Aprofundamento
O elo financeiro

O elo financeiro imobiliário é responsável por


intermediar, incentivar e gerenciar as transações financeiras do
setor. Investidores, bancos, imobiliárias, pessoas físicas, pessoas
jurídicas e muitos outros participam ativamente para a
movimentação dele. O capital necessário para movimentar as
atividades do setor é um fator comum entre todos os processos
que envolvem a cadeia imobiliária, que vão desde a incorporação
e o início de uma construção - com a solicitação de uma linha de
empréstimo em um banco, por exemplo - até a venda de um
imóvel efetivamente. Somente em maio de 2018 haviam sido
comercializadas 2.158 unidades em São Paulo, segundo a
Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento Em abril de 2018, a Caixa
de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Econômica anunciou a redução
No acumulado de 12 meses (junho de 2017 a maio de 2018), dos juros de financiamentos da
foram comercializadas 27.307 unidades, o que representou um casa própria, diminuindo a taxa
aumento de 59,6% em comparação ao mesmo período de 2017 mínima de
(junho de 2016 a maio de 2017), quando as vendas totalizaram
17.108 unidades. Em meio a este cenário, em abril de 2018 a Caixa
Econômica Federal anunciou uma redução dos juros para
10,25%
financiamentos da casa própria, diminuindo a taxa mínima de
para
10,25% para 9% ao ano. De acordo com o Banco Central, as taxas
médias de mercado para financiamento imobiliário para pessoas
físicas caíram de 15,4%, em janeiro de 2017, para 11,3%, em
9% ao ano
fevereiro de 2018. As taxas, que costumam variar conforme os
diferentes tipos de financiamento e que consideram fatores De acordo com o Banco Central, as
como valor do imóvel e perfil e renda do consumidor, costumam taxas médias de mercado para
causar grandes dores de cabeça àqueles que procuram uma pessoas físicas caíram de
linha de crédito.
15,4%
A MelhorTaxa foi criada em 2014 justamente para atuar para
em uma das questões mais preocupantes no mercado 11,3%
imobiliário: a sensibilidade às taxas de juros. Isso, pois, os
empréstimos e investimentos possuem valores altos e longos
prazos de quitação. A startup é uma corretora online de crédito
imobiliário que oferece um serviço totalmente gratuito para Jan Fev
pessoas físicas. A MelhorTaxa apoia o usuário durante o processo, 2017 2018
facilitando o entendimento da operação e os cálculos financeiros
envolvidos e dá acesso a todos os bancos em um só local, para entre janeiro de 2017 e fevereiro de
que elas possam tomar uma decisão mais embasada. De acordo 2018
com Rafael Sasso, um dos fundadores da MelhorTaxa,
“diferentemente do modelo de assessoria de crédito, muito
adotado no mercado, propomos a captura das pessoas físicas, o Essas taxas geralmente variam de
entendimento das necessidades e capacidades financeiras delas acordo com o valor do imóvel e
e a realização das etapas que envolvem documentos e perfil e renda do consumidor.
asdasdsadsda

26
assinaturas de contratos, direcionando-as para os bancos, que remuneram entre 1% e 1,5% do valor
do empréstimo”, afirma. Assim, não são só as pessoas físicas que se beneficiam da solução; a partir
dela é possível originar clientes aos financiadores.

Apesar de hoje terem transacionado mais de R$ 500 milhões, Sasso conta que uma das
principais dificuldades enfrentadas pela startup foi o entendimento de diversos players da cadeia
sobre o modelo de negócios. “Esse é um modelo diferente para o banco e não para concorrer com
ele. Não é uma assessoria. Na MelhorTaxa o banco é o meu parceiro e não o meu concorrente. O
nosso business é ajudar as pessoas físicas, gerando clientes para o banco e não emprestar dinheiro
para elas”, afirma. Assim, ele acredita que é possível quebrar essa barreira, relacionando-se com os
players financeiros do mercado imobiliário, mostrando-lhes que é possível inovar e ser menos
avessos a riscos. Além disso, há uma barreira no mercado que envolve a concentração de players
atuantes no elo financeiro imobiliário.

Roger Garcia, Superintendente Porto Seguro Financeira, afirma que existe uma
oportunidade para startups atuarem em captações mais acessíveis, como financiamentos peer to
peer. Assim como foi colocado no blog da Realty Mogul, startup criada em 2012 em Los Angeles,
Califórnia, alguns dos benefícios dos martkeplaces de financiamentos peer to peer em Real Estate
são o maior acesso ao fluxo de negócios, valores mínimos de investimento menores, menos
procedimentos bancários e de contratos, maior volatilidade e benefícios fiscais. Por outro lado,
Garcia cita que, para que as startups consigam de fato trazer essa solução para o mercado,
precisarão enfrentar as barreiras burocráticas e de concentração, dado que poucos bancos detém
mais de 80% do mercado. “As startups precisam encontrar um modelo que seja factível para todas
as pontas, como os investidores, os tomadores e a plataforma que farão a intermediação. O maior
desafio é encontrar uma mecânica que seja boa. Não é necessário implementar uma tecnologia de
ponta. Uma nova maneira de operar já mudaria completamente o setor”, comenta. O executivo
ainda menciona que tais dificuldades não surgem somente nas etapas de financiamento, mas
também durante outros momentos, como no de locação.

A CredPago, startup fundada em 2016 em Curitiba, no Paraná, nasceu justamente deste


desejo de desburocratizar o mercado de locações, mais especificamente no segmento de
residenciais. Para os sócios da startup, que já eram oriundos do mercado imobiliário, dentro dos
processos de repasse desses imóveis, o de avaliação de crédito para garantia locatícia era o mais
crítico para imobiliárias, locatários e locadores. “Queríamos ofertar ao mercado uma opção que
fosse simples, rápida, barata e que desse segurança aos envolvidos. Queríamos que os clientes
pudessem apresentar um único documento, de qualquer lugar do Brasil, de forma muito simples
para ter sua análise de crédito e garantia locatícia concedida em poucos minutos. Assim, criamos
um novo modelo de garantia locatícia que agrega muito mais valor e proporciona uma experiência
única nos processos de locação às pessoa que precisam alugar um imóvel”, conta Jardel Cardoso
da Rocha, CEO da startup.

A CredPago atualmente está presente em todos os estados brasileiros disponibilizando


para uma rede de associados credenciados e mais de 1.700 imobiliárias cadastradas na plataforma
um mix de produtos como análise de crédito, assessoria de cobrança e emissão de fiança onerosa.

Nos últimos 17 meses, cresceram em número de contratos a uma média mensal de 121%. O
aumento no número de conversões nas locações de uma imobiliária que usa o Simulador de
Locações CredPago é de 62%, sendo que em mais de 80% das imobiliárias parceiras, a média é
maior do que 90%. Posicionando-se como o primeiro modelo de garantia paga (atrás apenas do
fiador tradicional), a plataforma da startup permite uma economia de estrutura operacional de 15%
para as imobiliárias parceiras, que reportaram aumento no número de locações de 30% ao
implantarem a solução.

27
“ Nascemos a partir da percepção de que havia espaço para atuarmos
com desenvolvimento imobiliário via compras coletivas. Percebemos que
poderíamos ajudar grandes incorporadoras no momento em que elas
possuem uma disposição de caixa antes de entrar o financiamento bancário
na obra, quando precisam, de fato, do investimento inicial. Pulverizamos o
papel do grande investidor dos estágios iniciais das incorporações. Também
apresentarmos valor para os pequenos investidores, que têm mais acesso, e
para os grandes, que têm a opção de pulverizar o investimento em vários
projetos. Conectamos investidores e incorporadoras. Somos a primeira
empresa regulada na CVM para investimento de crowdfunding em todos os
segmentos. Hoje representamos quase 40% do marketshare no Brasil. Já
financiamos 12 projetos e estamos com mais 2.500 investidores ativos dentro Lucas Obino
da plataforma. Recebemos contato de 200 incorporadoras que se
“ Sócio fundador e CEO da
interessaram por fazer financiamentos conosco e, dessas, 5% já passaram Urbe.me
pelo nosso critério de avaliação.

Rocha acredita que há espaço para inovação no mercado imobiliário e que o setor está aberto
para a chegada de novas tecnologias, mas, ao mesmo tempo, também acredita que “uma completa
disrupção acontecerá em algum ponto após sofrer algumas melhorias pontuais”, diz. E, para isso,
considera as parcerias entre as corporações e as startups essencial. “Os maiores desafios estão nas
propostas de grande disrupção, nas grandes mudanças. Esse setor ainda é muito tradicional e precisa
primeiro ser melhorado para depois se pensar em mudança. E isso demora muito tempo para ser
alterado e superado, mas, com as startups, talvez esse processo seja acelerado de forma sustentável”,
afirma. Rocha também conta que, apesar de o setor ser muito tradicional, principalmente quanto a
burocracia e desconfiança, tem percebido uma boa receptividade de grandes corporações que
atuam em Real Estate. “Acreditamos que isso se deu porque nosso foco sempre foi preservar os
agentes atuais, principalmente as imobiliárias. Nunca nos voltamos contra elas, mas demos
condições para que pudessem entregar uma experiência melhor aos seus clientes. Nosso
crescimento se deu muito rápido e acreditamos que grande parte se dá por essa postura”, aponta.

A preservação de imobiliárias e a atuação em conjunto com elas foi também um dos


objetivos da FiadorWeb, que se propõe a inovar com produtos de seguros e garantias imobiliárias.
Fundada a partir de uma empresa que possui mais de 30 anos de experiência, a startup desenvolveu
uma plataforma a qual permite que imobiliárias de todo país otimizem seus processos de locação e
que façam a gestão de seguros-aluguel, fianças locatícias, títulos de capitalização, entre outros. Sendo
o meio de campo entre imobiliárias e seguradoras, a FiadorWeb tem atuação nacional e possui mais
de 200 imobiliárias cadastradas em sua plataforma. Segundo João Renato Cecchi, CEO da startup,
um dos principais benefícios da solução é a agilidade. “Um processo que geralmente demora 3 dias
pode ser feito em até três horas. Além de economizarmos tempo, nossos produtos também trazem
muita segurança ao processo. Os imóveis dos nossos clientes são clicados até dez vezes mais do que
os tradicionais”, afirma. Pensando em futuramente implantar inteligência artificial em seu negócio, a
fim de mapear as necessidades locais, Cecchi ainda afirma que o mercado imobiliário necessita de
tecnologias e inovações para torná-lo ainda mais eficiente. “Seria muito interessante ter aplicações
de, por exemplo, blockchain em Real Estate. Trariam o conceito de smart contracts para a realidade,
o que significaria uma revolução do sistema e dos processos”, diz.

A pesquisa 2015 World Economic Forum, realizada com 800 executivos e especialistas em
tecnologia da comunicação, publicada no relatório Deep Shift: Technology Tipping Points and
Societal Impact, mostra que 57,9% dos entrevistados acreditam que 10% do PIB mundial será gerado
por informações contidas por blockchain até 2025. Assim como foi colocado no relatório Blockchain
in commercial real estate, divulgado pela Deloitte, os benefícios do blockchain são as informações
em tempo real que a tecnologia pode proporcionar, a criação de um ambiente mais confiável e trans-

28
parente, a criação de uma rede de distribuição peer-to-peer, a irreversibilidade e a independência
de associações e entidades corporativas. O potencial do blockchain em operações que envolvem
transações financeiras para locação, compra e venda de imóveis são a criação de uma base de
dados única, podendo ser acessada por outras entidades, a diminuição de desconfiança,
desintermediação e independência transacional. Assim, o estudo ainda menciona que algumas das
oportunidades de aplicação do blockchain no setor são a melhoria dos processos de busca de
imóveis, agilizar o processo de pré-due diligence de locações, facilitar o gerenciamento o fluxo de
caixa, permitir que as decisões sejam feitas com mais precisão, tornar o gerenciamento de títulos
imobiliários mais transparente e barato, além de permitir que os processos de pagamento e
financiamento sejam mais eficientes.

Uma startup que atua com blockchain em Real Estate é a SMARTR Solutions, fundada em
Seattle, Washington, em 2017, e que desenvolveu a SMARTRealty, uma plataforma que aplica o
conceito de smart contract com o objetivo de tornar os processos de venda, compra, locação,
financiamentos e empréstimos mais simples e fáceis. De acordo com Ernie Wong, cofundador da
SMARTRealty, em entrevista ao Coinmonks, a solução se resume a três entregas: a plataforma de
contrato, na qual os usuários conseguem criar seus próprios documentos; a plataforma de smart
contracts, na qual os atores do mercado imobiliário podem solidificar seus acordos utilizando
blockchain; e a plataforma de listagem, na qual é possível buscar imóveis e realizar as transações
no próprio site. Além disso, desenvolveram o RLTY Tokens, que disponibiliza um token digital que
permite transações utilizando criptomoedas e fiats.

A Harbor é outra startup que apresenta uma solução com a tecnologia. Também fundada
em 2017, já arrecadou US$ 38 milhões em duas rodadas de investimento, que tiveram fundos como
a Andreessen Horowitz e a Pantera Capital and Craft Ventures como lead investors. David Sacks,
cofundador da PayPal e ex-CEO da Zenefits, teve a ideia de criar a Harbor a partir da percepção de
que tokens de segurança poderiam ser usados em Real Estate. A startup ajuda a certificar os
processos de compliance, utilizando-se de um R-Token para criar uma versão digital de um ativo
imobiliário. Quando esse ativo precisar ser transferido, as verificações são feitas em tempo real. A
solução também impede que a transação seja feita, caso seja identificada uma possível
inadimplência ou fraude, comprovando, assim, outro benefício gerado pela tecnologia.

Além de blockchain, a inteligência artificial também pode ser usada para o mesmo
propósito. A RisKnow, startup fundada em 2017 em São Paulo, desenvolveu uma plataforma na
qual é possível fazer a análise de crédito e gestão de riscos de carteiras imobiliárias utilizando
inteligência artificial. Por meio de processos de rating e análises preditivas de riscos de
inadimplência, ela monitora comportamentos financeiros e mudanças dos compradores, para que
as empresas do setor consigam visualizar a saúde de seus portfólios e atuarem de forma eficaz em
sua gestão. O algoritmo que realiza as análises de crédito para o setor imobiliário, considera dados
de bureaus de crédito e outras bases que contém dados relevantes para geração de um score
único do comprador do imóvel, padronizando seu perfil de risco de crédito. A plataforma da
RisKnow tem como objetivo ajudar as empresas do setor, investidores e mercado de capitais a
entenderem a exposição de seus recebíveis aos riscos de crédito.

PEER TO PEER TOKENS

BLOCKCHAIN
INTELIGÊNCIA EM
SCORES SOCIAIS
DADOS
DESBUROCRATIZAÇÃO

29
“ O setor de Real Estate é um dos mais arcaicos do mercado
financeiro. É um setor de negócios desarbitrados, no qual as coisas se movem
de maneira mais lenta, com operações que, em sua maioria, não são
instantâneas. Vemos com otimismo o surgimento de novos negócios que
diminuem a burocracia e que aumentam a transparência, mas infelizmente
levará um certo tempo para que conquistem o mercado em massa.
Atualmente estamos testando os serviços de uma startup de
escoragem de crédito, que utiliza modelos de AI para criar inferências da
capacidade de crédito de uma pessoa. É o jeito quando a disponibilidade de
informações - como o scoring positivo - é limitada. Tem muita gente também
buscando saber o valor de um imóvel através de big data analytics de
anúncios. É esperado das startups que tenham soluções criativas para Brunno Bagnariolli
transpassar todos os problemas que a área enfrenta. Elas precisam aproveitar Sócio e responsável pela
bem a própria regulamentação atual, o próprio Banco Central que está muito área de Crédito Imobiliário

pró-fintechs e até mesmo os Cartórios e outras instituições registradoras que
na Mauá Capital

estão cada vez mais favoráveis às inovações.

De acordo com Leandro Abreu, CEO da startup e ex-diretor de um fundo imobiliário


norte-americano no Brasil, a RisKnow soluciona um problema recorrente e uma dor intensa do setor:
“A falta de dados e a não padronização da informação dificultam a gestão de ativos e mitigação de
riscos de forma eficaz. As empresas atuantes no setor entendem o valor da solução que buscamos
oferecer.“ Para ele, padronizar a coleta de dados é crucial para que os algoritmos possam atuar, e
permitir que as empresas trabalhem suas carteiras de forma mais eficiente. Abreu conta que “um
cliente conseguiu antecipar R$ 30 milhões de caixa no momento do repasse, com ajuda da RisKnow.”

A RealtyMogul é uma startup americana que oferece um marketplace


para investimento em imóveis, conectando tomadores e financiadores a
investidores. A startup já levantou mais de US$ 45 milhões em
investimentos de fundos como Sorenson Capital e Target Global.

A startup americana Harbor, criada em 2017 pelo ex-fundador do Paypal e


Zenefits, ajuda a certificar os processos de compliance, utilizando-se de
um R-Token para criar uma versão digital de um ativo imobiliário. Já
arrecadou US$ 38 milhões em duas rodadas de investimento.

A RisKnow, startup brasileira, é uma plataforma de Gestão de Riscos de


Carteiras Imobiliárias baseada em inteligência artificial que monitora
comportamentos financeiros, revisando a saúde do portfólio de clientes
continuamente.

Com o conceito de crowdfunding para o mercado imobiliário, a startup


Urbe.me surgiu em 2013 para facilitar o investimento pulverizado de
pessoas em empreendimentos imobiliários. A startup já conta com mais
de 1.000 investidores e mais de R$ 10 milhões investidos.

Entretanto, algumas lideranças do mercado imobiliário demonstram um certo


conservadorismo tecnológico. “Por movimentar altos volumes de recursos financeiros, muitos players
são reticentes às mudanças; têm aversão ao risco”, afirma. Por outro lado, ele acredita que há muito
espaço para implementação de tecnologias com o objetivo de gerar eficiência. “A classe de ativos
imobiliários representa US$ 250 trilhões. Um ganho de eficiência de apenas 1% no mercado,
representa aproximadamente quatro vezes o PIB do estado de São Paulo”, aponta.

30
Segundo a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a relação entre
distratos e vendas do segmento médio e alto padrão (MAP) foi de 40,7%. Com o objetivo de
diminuir essa porcentagem, em junho de 2018 foi aprovado na Câmara uma proposta que prevê
50% de multa do valor pago às incorporadoras para a devolução de imóveis comprados na planta.
O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins, em
entrevista ao portal do Estado de S. Paulo, afirmou: “Esse projeto é um avanço, pois garante os
direitos do consumidor que paga seu imóvel em dia e vinha sendo prejudicado pelo distrato”. Entre
fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018 foram registrados 33.3 mil distratos no país, representando 30%
das vendas, segundo a Abrainc.

A prevenção e diminuição de distratos de imóveis também foi o objetivo que norteou a


criação da ZeroDistrato. A startup foi fundada em 2017 em Florianópolis, Santa Catarina, na
Construtech Ventures, braço de corporate venture builder da Softplan. Anderson Fagionato, CEO e
cofounder da ZeroDistrato, conta que a motivação veio das estimativas de déficit habitacional do
mundo em 2050, de 1.6 bilhões de pessoas. “Vimos neste número uma necessidade do mercado
por soluções que aumentassem a eficiência da construção civil, tornando-a mais perene e sólida, e
gerassem um impacto verdadeiro na nossa sociedade”, afirma.

33,3 mil distratos 40,7%


Foram registrados entre Fevereiro de 2017 e Foi o percentual de
Fevereiro de 2018, em todo o país, o que distratos nos
representa 30% das vendas segmentos de
médio e alto padrão

Prevendo o risco de distrato dos contratos de venda de imóveis e apoiando na retenção e


relacionamento por meio de planos de ação táticos e estratégicos para diminuir o distrato, a
ZeroDistrato apoia a gestão de carteira de incorporadoras e urbanizadoras. Segundo Fagionato, a
startup consegue prever os distratos dos contratos com um ano de antecedência com mais de
90% de acerto. “O custo de cada distrato é de cerca de 11% do VGV (Valor Geral de Vendas), de
acordo com a FGV, e, em 2017, tivemos 32% de distratos, segundo a Abrainc. Isso significa um
prejuízo de 4% do valor geral de vendas da incorporadora com distratos, débito que a ZeroDistrato
se propõe a diminuir em 20%. Nosso modelo comercial é baseado em ROI; garantimos um retorno
sobre o investimento de no mínimo dez vezes”, explica. Com mais 6 clientes e 48 usuários, em um
modelo SaaS (sendo que treinamentos, consultorias e usuários ilimitados fazem parte do pacote
básico), a startup tem atuação nacional, atendendo em São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Santa
Catarina. Na percepção de Fagionato, os investimentos em inovação no setor vem crescendo
fortemente e as corporações estão atentas ao discurso de inovação, abrindo espaço para se
comunicar com startups e construir, a quatro mãos, novos projetos. “As empresas estão aptas a
trabalhar com o ecossistema de empreendedorismo e o timing é ideal para juntos elevarmos a
maturidade desse mercado a um novo patamar”, diz.

A Alphaville Urbanismo, pertencente à Gafisa e aos fundos de investimento Pátria e


Blackstone, é um dos clientes da ZeroDistrato. O acerto do algoritmo da startup ultrapassou os 96%
na análise com um ano de antecedência. Em um ano, em três mil contratos, acertaram a previsão
de distratos em mais de 2.900 deles. A Alphaville Urbanismo implementou o Score ZeroDistrato em
diversos processos da empresa, desde o atendimento a clientes até o processo de cobrança e
renegociação.

Além da necessidade de prever e entender o risco de crédito das pessoas físicas, outra
questão que vem preocupando as incorporadoras e construtoras é como tornar os seus processos
mais ágeis e sustentáveis. Com o objetivo de os tornarem mais eficientes, focam em implementar
tecnologias e inovações, como veremos no capítulo seguinte.

31
ENTRE_
VISTA
Como você vê as inovações na área de Real
Estate?
A cadeia ainda possui atividades que são
extremamente burocráticas e que exigem
muitos papéis. A consequência disso é o
alongamento dos prazos. Todos estão correndo
atrás de digitalizar seus processos, mas ainda
existe resistência. A grande busca das
Fabrizio Ianelli, Head of Real Estate Financing no
empresas que atuam no setor é por inovações Santander e VP da Associação das Entidades de
que tragam mudanças de fato; buscam Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP)
melhorias principalmente para acompanhar as
transformações das sociedades. O setor, que é Desenvolvemos muitos produtos
responsável tanto por construir quanto internamente, mas também temos uma linha
financiar imóveis, precisa entender as de inovação por meio de startups muito forte. O
mudanças comportamentais das novas Radar Santander é uma iniciativa criada junto à
gerações. Ao mesmo tempo, as empresas Endeavor e que tem como objetivo apoiar
lutam para entender como é possível agregar empreendedores que inovam no mercado
tecnologia nos métodos construtivos e financeiro. Buscamos startups com alto
produtos. Basicamente as casas, os prédios e crescimento (scale-up), com modelos de
imóveis como um todo são construídos, negócios inovadores e comprovados pelo
comprados e vendidos e da mesma forma há mercado, que estão em ponto de inflexão e que
mais de 50 anos. Como é possível preparar um trabalhem com soluções voltadas para canais
mercado tão tradicional para trabalhar com de relacionamento, apresentando inovações na
tecnologias? Qual a próxima tecnologia que forma como o cliente e o mercado interagem
impactará as transações imobiliárias? Essas são com a indústria financeira; análise de dados,
algumas das questões que todos estão com soluções que tornem os processos e
buscando responder, procurando encontrar o modelos de oferta mais assertivos e adequados
cavalo certo para apostar. a clientes; e meios de pagamento, com
produtos que deem mais agilidade e
Qual tem sido o foco de inovação do segurança.
Santander na área de crédito imobiliário?
Não só na área imobiliária, mas em todas as O que é esperado das startups que queiram
áreas de atuação do Grupo Santander, focamos atuar no elo financeiro imobiliário?
em desburocratizar os processos, tornando-os Além de boas ideias, é importante que as
mais práticos e simples. Somos o único banco a startups possuam soluções que sejam viáveis e
possuir uma plataforma digital na qual o cliente possíveis de serem utilizadas na prática. As que
consegue fazer um processo de concessão do já conseguem tangibilizar seus produtos e fazer
financiamento de crédito imobiliário por meio uma POC, prontas para mostrar que o negócio
de plataforma omnichannel. Desenvolvemos a roda bem, acabam tendo um espaço maior e
plataforma com o objetivo de darmos mais estão mais próximas de ter a atenção de
acesso aos clientes, com mais praticidade. bancos. Recebemos contato de muitos
empreendedores propondo tecnologias para as
Como tem sido o relacionamento do nossas áreas de atuação, mas muitos projetos
Santander com as inovações tecnológicas e ainda são embrionários e há uma preocupação
com o ecossistema de empreendedorismo? se os negócios realmente acontecerão de
maneira que tragam resultados.

32
Aprofundamento
Incorporação e
Construção
As incorporadoras e as construtoras imobiliárias,
encarregadas por, respectivamente, planejar e construir os
empreendimentos, são responsáveis por gerar milhões para a
economia brasileira - de acordo com a Abrainc (Associação Brasileira
de Incorporadoras Imobiliárias), “entre 2010 e 2017, os impactos do
segmento da incorporação imobiliária e setores/atividades a ela
associados foram responsáveis pela geração anual de cerca de 1,9
milhão de empregos em diferentes setores, com destaque para os
empregos gerados na indústria da transformação, comércio e
construção; R$ 19,7 bilhões em impostos arrecadados.”.

De acordo com a Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da


Construção Civil do Estado de São Paulo), ainda é esperado um
A construção é um dos
resultado negativo no PIB da indústria de construção brasileira em segmentos em que menos se
2018. Em nota à imprensa, o presidente do Sindicato, José Romeu investe em digitalização,
Ferraz Neto, afirmou que “a desaceleração dos últimos dois anos ficando atrás somente do
ainda vai gerar impacto na construção em 2018 devido a inércia do setor agropecuário, segundo a
setor”. Por outro lado, economistas e institutos de pesquisa apontam McKinsey.
que possivelmente haverá uma melhoria nos resultados da área. A
Sondagem da Construção, pesquisa mensal da FGV, mostra que
houve uma melhora no índice de confiança em 2017. Segundo a
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o mercado da
construção civil deve apresentar uma recuperação de em torno de
2%, mas, para isso, serão necessários “investimentos em
infraestrutura, especialmente em projetos de concessões e parcerias
público-privadas; o restabelecimento do crédito, com a retirada de
impedimentos a financiamentos; e a melhoria no ambiente de Se comparado com outros
negócios, com iniciativas voltadas à segurança jurídica e à
setores industriais, como o
desburocratização”.
automotivo (3,7%) e o de
computadores/eletrônicos
O Instituto Global da McKinsey estima que o mundo
(8,8%), o setor da construção é
precisará gastar US$ 57 trilhões em infraestrutura até 2030 se quiser
alcançar o crescimento do PIB global. E, de acordo com o anuário
o que menos investe em
Valor Inovação Brasil 2017, publicado pelo Valor Econômico em Pesquisa e Desenvolvimento
parceria com a Strategy&, o grupo de infraestrutura que abrange, nos EUA, com apenas 0,5% do
construção, engenharia, empreendimentos imobiliários, entre faturamento anual revertidos
outros, já está procurando soluções para melhorias de processos e para P&D, de acordo com a
criação de novos produtos e serviços. Isso, pois um dos problemas PWC.
enfrentados é o desencontro dos índices de produtividade da mão
de obra e do desenvolvimento das economias, assim como levanta o
artigo escrito por Rajat Agarwal, Shankar Chandrasekaran e Mukund
Sridhar no blog da McKinsey.

33
Entretanto, parte deste problema também está na lenta adoção de novos processos e
tecnologias. De acordo com a consultoria, a construção é um dos segmentos em que menos se
investe em digitalização, ficando atrás somente do setor agropecuário. De acordo com a PwC, se
comparado com outros setores industriais, como o automotivo (3,7%) e o de computadores e
eletrônicos (8,8%), as empresas da indústria de construção nos Estados Unidos investem pouco em
pesquisa e desenvolvimento. Segundo a consultoria, somente somente 0,5% do faturamento anual
é revertido para P&D.

Uma tendência apontada pela McKinsey para o setor de construção são as tecnologias para
geolocalização e pesquisas de terrenos. Os drones já estão sendo apontados como uma ferramenta
útil para tais processos. Estima-se que os drones comerciais vão gerar US$ 17 bilhões até 2024, de
acordo com a Global Market Insights, Inc. O crescimento é impulsionado pelo aumento de
investimentos de venture capital. Em 2016 foram fechados 105 negócios, que, no total,
movimentaram US$ 541 milhões.

Um dos usos de drone dentro do setor de Real Estate é o de inspeção e pesquisa sobre o
terreno, mapeando as diferentes topografias do local. Para Fábio Penteado Rodrigues, Diretor na
Tamboré, há muito espaço no setor para se implementar inovações como os drones. Sendo
responsável por uma etapa anterior à incorporação e construção de empreendimentos, Rodrigues
conta que avalia terrenos para que se tornem pólos de desenvolvimento, com desenho urbano e
preços de metro quadrado atrativos. Ele afirma que, para visualizar a topografia e gerir obras, a
evolução das tecnologias permitiram uma redução de custo e tempo. “Antigamente
contratávamos uma empresa que realizava serviços de voos de avião. Com o tempo, passamos a
usar o Google Maps e hoje temos os drones”, aponta. Ainda que considere as tecnologias como
ferramentas úteis para tornar os processos mais ágeis e precisos, acredita que ainda é necessário
que os profissionais da área entendam a necessidade das tecnologias no dia a dia. Segundo
Rodrigues, é preciso procurar diariamente quais processos podem ser melhorados e implantadas
as tecnologias disruptivas. “É importante introduzirmos tecnologia no setor, pois ele está presente
na vida de todos. Cabe entender qual a grande inovação que deverá ser trazida. É preciso estudar
as dores do mercado e consertá-las”, diz. A MyView é um exemplo de uso de drone para inspeção
imobiliária. Além de realizarem video tours de imóveis já construídos, também fazem mapeamento
de obras e acompanham a evolução delas em vídeo desde a planta.

Outro processo em que as empresas deste elo estão buscando inovar é o que envolve
cotação e compra de materiais de construção. De acordo com o relatório Emerging Trends in Real
Estate United States and Canada 2018, que realizou uma pesquisa com mais de 2 mil profissionais
de empresas privadas incorporadoras, de serviços imobiliários, gerenciadoras de crédito imobiliário,
entre outras, um dos principais pontos de atenção das incorporadoras, além de preocupações com
infraestrutura, transporte, e disponibilidade de habitações, é o custo dos terrenos e da construção
dos empreendimentos. Grande parte desses pontos são relacionados à aquisição de materiais de
construção. Na maioria das vezes, os responsáveis por comprá-los realizam essa atividade de forma
manual, orçando os produtos com os fornecedores de forma individual. Foi com o objetivo de
diminuir a margem de erro humano nesse processo que a CoteAqui foi criada. A startup nasceu em
Recife (PE) em 2013 como uma coletora de preços de materiais de construção e atualmente possui
uma metodologia completa para estruturação do setor de suprimentos, utilizando as ferramentas
que foram criadas pela própria startup.

É a porcentagem de perda de materiais de construção,


seja por causas naturais, superdimensionamento da
8% obra ou até inadequação no uso de equipamentos,
segundo pesquisa da Poli-USP.

34
“ O mercado de Real Estate é totalmente ineficiente na contratação de
serviços e compra de materiais de construção. Entendendo essa
problemática, abrimos nossos bancos de dados de forma organizada para
que os profissionais da área pudessem consultar preços de materiais de
construção com facilidade e agilidade. Disponibilizamos preços de mais de
100 mil itens de três mil fornecedores de todo o Brasil. Oferecemos redução
de custos, informações estruturadas e registros de negociações para mais de
120 construtoras cadastradas atuando como um SaaS, com a
comercialização de licenças de uso da plataforma e de consultorias
especializadas. Um de nossos clientes, uma construtora de médio porte que
trabalha com obras públicas, reduziu aproximadamente 15% nos preços dos
materiais. Em dois anos, conseguiram economizar R$ 300 mil utilizando o Alyson Tabosa

nosso serviço. Economizamos 66% do tempo que é investido na consulta de
CEO da CoteAqui
propostas profissionais de materiais de construção.

Para Alyson Tabosa, CEO do CoteAqui, apesar de as startups terem números para comprovar
sua eficiência para o mercado, a relação entre elas e as empresas do setor ainda é incipiente. A
receptividade das corporações tem um teor exploratório e de curiosidade sobre como podem
trabalhar juntas. “Ainda não estão sendo gerados contratos na velocidade que deveriam, mas está
melhorando muito. As startups já estão nascendo com um DNA diferente, de querer ser mais
eficientes do que uma grande corporação e de ganhar espaço no mercado”, diz. “Atualmente há
empresas maduras, que estão começando a perceber que não dá mais para ficar para trás, mas estão
perdidas quanto a quais tecnologias devem ser implantadas; e há startups que estão com sede de
construir seus negócios e estão mais conscientes de como as tecnologias podem auxiliar o setor”,
continua. Assim, Tabosa afirma que se comunicar com o mercado de forma que entendam a
necessidade de inovar é um desafio para a CoteAqui.

Os pré-moldados e a impressão 3D são outra inovação apontada pelo mercado para reduzir
custos de construção. Apesar de ainda serem soluções caras e recentes no Brasil, elas vêm cada vez
mais chamando a atenção da indústria, por conta da agilidade e facilidade de montagem nos
canteiros de obra, o que economiza tempo e reduz drasticamente a quantidade de desperdício de
materiais de construção, que, assim como é mostrado em uma pesquisa realizada pela Escola
Politécnica da USP, é uma questão importantíssima para o setor, uma vez que há uma perda de 8%
de materiais de construção, seja por causas naturais, superdimensionamento da obra ou até
inadequação no uso de equipamentos. De acordo com a pesquisa Global PropTech Survey 2017,
divulgada pela KPMG e que entrevistou CEOs, CFOs, COOs, CTOs, Diretores e Consultores de
Corretoras Imobiliárias, Fundos de Investimento Imobiliários, entre outros, uma das tecnologias que
terá um grande impacto no setor de Real Estate nos próximos 5 anos é a impressão 3D.

Um exemplo de aplicação é a empresa chinesa WinSun Decoration Design Engineering Co,


que, em 2014, construiu 10 casas com impressão 3D em menos de 24 horas. Elas foram pré-fabricadas
com painéis feitos pela impressora que mede 10 x 6,6m e, para a construção de cada uma delas,
foram gastos US$ 5 mil. No ano seguinte, a empresa construiu o maior prédio feito com impressão 3D
no mundo, com 5 andares. Já o Brasil é o país origem da primeira iniciativa da América Latina que
estuda a aplicação de manufatura aditiva dentro do setor. Juliana Martinelli, engenheira formada pela
Universidade de Brasília, é a fundadora e CEO da InovaHouse3D, idealizada em 2015 em Brasília.
Segundo ela, a startup foi criada a partir da percepção de que seria possível construir casas
em zonas afastadas e com pouca mão de obra. Martinelli conta que ela e sua equipe estudaram a
possibilidade de importar a tecnologia, mas “era financeiramente inviável e não garantia a qualidade
do produto. Precisávamos de um produto voltado para o setor de construção civil brasileiro”, afirma.

35
Assim, montaram a primeira impressora 3D após um longo período de estudo da tecnologia.
“Percebemos que o processo tecnológico envolvido na construção das impressoras 3D não era
complexo e era open source, então tínhamos acesso a muitas coisas”, revela.

Ao mesmo tempo, é possível questionar quais serão as consequências da introdução dos


pré-moldados e impressões 3D não só em construção, mas também para toda a cadeia de
suprimentos que é responsável por fornecer serviços, materiais e produtos para o setor de Real
Estate. Muitos produtos, por exemplo, não terão a necessidade de serem transportados aos locais
de obra, mas por outro lado, a presença das impressoras 3D nesses locais é questionado por
Martinelli. Por se tratarem de peças frágeis, elas podem ser facilmente quebradas ou danificadas,
podendo prejudicar toda a produção. Com isso, ela explica que a intenção é criar um centro de
produção com impressoras 3D, onde as peças são desenvolvidas e, depois, sejam enviadas já
prontas para as obras. “Se trabalharmos dentro dos canteiros de obra, nós temos que imprimir os
blocos em terrenos que muitas vezes não são planos. Teríamos que fazer adaptações para que a
impressora pudesse trabalhar nesses tipos de terrenos. Somente com essas alterações seria
possível montar uma fábrica dentro do próprio canteiro de obras”. Ainda desenvolvendo o produto,
a InovaHouse3D tem como meta até o final de 2018 construir a primeira casa-modelo e, até 2019,
construir de forma inteira. Em um estudo de caso com o protótipo desenvolvido, a startup concluiu
que seria possível reduzir 20% dos custos na construção de uma casa de 50 m² em comparação
com o processo de alvenaria.

Martinelli ainda conta que enfrenta desafios burocráticos envolvendo a regulamentação do


uso da impressora 3D na construção civil. Apesar de considerar extremamente importante a
regulamentação, acredita que o processo poderia ser mais ágil. “Há uma burocracia muito grande.
Apesar de necessária, há etapas que são exageradas e acabam desacelerando os processos de
inovação dentro das indústrias. Por outro lado, vimos uma abertura grande dos órgãos
regulamentadores, como a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a CBIC (Câmara
Brasileira da Indústria da Construção), Sinduscon, entre outros, para entender a tecnologia e a
proposta dela”, diz. Além disso, ela destaca a importância da presença das empresas do setor no
processo de criação e implementação dessas tecnologias. “Por parte do mercado, falta maturidade
para entender que precisam fazer parte ativamente das inovações. Isso, pois uma startup que está
propondo inovações não tem condições de carregar isso sozinha”, diz.

no setor de Real Estate, tem um US$ 1,3 até 2020


IoT potencial de crescimento de
bilhões
Outra tecnologia apontada pelos entrevistados na pesquisa da KPMG como uma tendência
de grande impacto na área, além de big data, data analytics e inteligência artificial, é IoT (Internet
of Things, em inglês, e Internet das Coisas, em português). De acordo com o levantamento feito
pela Gartner, o Forecast: Internet of Things — Endpoints and Associated Services, Worldwide,
publicado em 2015, IoT tem um potencial de crescimento de US$ 1.3 bilhões em CRE (Commercial
Real Estate) até 2020. Para 2018, é estimado que IoT no setor gere aproximadamente US$ 440
milhões e, em 2019, US$ 792 milhões.

DRONES BIM COM AI


MODELAGEM
GESTÃO DE
IoT
ATIVOS
IMPRESSÃO 3D

36
“ Precisamos transformar os negócios com velocidade para nos aproximar de
todas as mudanças que estão acontecendo na Nova Economia. Dessa forma,
procuramos inovações que possam agregar valor ao nosso cliente e que tragam mais
produtividade ao nosso negócio. Nesse sentido, é importante sermos parceiros do
ecossistema de inovação e destacar as startups, que podem contribuir diretamente em

nossa jornada digital. Por isso, iniciamos esse caminho explorando startups de
construção civil.
Thomaz Fischer Levy, Consultor de Inovação da Gerdau

“ Ao nos aproximarmos das construtechs (startups da área de Construção Civil),


esperamos incentivar a criação de soluções e fomentar novas parcerias. Já realizamos
programa de aceleração e experimentos com startups do setor, tais como e Upik, a

InovaHouse e o Construct. Queremos utilizar essa sinergia para moldar o futuro do
setor.
Alvaro Gomez, Especialista de Marketing Construção Civil da Gerdau

O potencial do IoT chama a atenção de empreendedores, que veem a oportunidade de criar


novos negócios com a tecnologia. De acordo com um post publicado no blog do Venture Scanner,
em 2016 haviam sido mapeadas 679 startups que atuavam no setor de Real Estate. Dessas, 161
apresentavam soluções que envolviam IoT, como segurança residencial, automação, gestão de
energia, entre outros. Em média, as startups dessa categoria arrecadaram US$ 19 milhões cada,
totalizando mais de US$ 6 bilhões em investimentos. Entendendo a grandeza do IoT, as empresas
atuantes da área também estão se planejando cada vez mais para envolver essa tecnologia em seus
empreendimentos.

A Saint-Gobain, referência mundial em materiais para a construção e de alta performance,


além de realizar diversas parcerias para se aproximar do ecossistema – como a presença no Cubo
coworking Itaú e em outras frentes que proporcionam ao grupo o acesso a mais de 500 startups ou
clusters – também realizou, em 2017, o Hackathon Ultra Challenge Saint-Gobain. Durante dois
meses, os participantes foram desafiados a desenvolver soluções com IoT para a construção civil. A
equipe ganhadora criou uma plataforma de business intelligence de hidrantes inteligentes que foi
apresentada durante a grande final do hackathon do grupo, na França. Já as equipes que ficaram em

A Onshape, startup americana que já levantou mais de US$ 160 milhões em


investimentos, oferece a primeira solução totalmente na nuvem para
projetar em CAD de maneira compartilhada entre as equipes. Atua nos
segmentos de equipamentos médicos, industriais e construção.

A startup americana Uptake criou uma plataforma capaz de monitorar e


gerenciar recursos em obras, usando de AI para trazer análises preditivas da
execução. Tendo entre seus investidores gigantes como a Caterpillar
Ventures, a startup já levantou mais de US$ 250 milhões em investimentos.

A Coteaqui é uma startup brasileira que ajuda na cotação e compra de


materiais e insumos para construções. Com mais de 3.600 fornecedores na
base, a plataforma visa reduzir o tempo gasto na procura e ganho
financeiro nas escolhas.

A startup NETResíduos é responsável por uma plataforma para gestão de


resíduos para o gerenciamento e total controle dos dados de geração,
transporte e destinação de resíduos. A startup já gerenciou mais de 3 mil
ton. de resíduos em obras, indústrias e hospitais em todo o Brasil e exterior.

37
Ainda este ano, o grupo realizará seu primeiro programa de aceleração de startups, o Building
Blocks, em parceria com a Liga Ventures em busca de soluções inovadoras no mercado da
construção para melhorar a experiência dos seus clientes, consumidores finais e profissionais, e
parceiros de negócios.

Lucile Charpentier, Diretora de Marketing e Estratégia Digital na Saint-Gobain Brasil,


também responsável por liderar o grupo de trabalho multidisciplinar de estratégia BIM da
Saint-Gobain no país, conta que as tecnologias do BIM representam uma revolução no setor
mundial da construção civil. “Elas impactam diretamente o ciclo de vida de um edifício, desde a sua
modelização até a sua demolição. Estão mudando a forma de trabalhar nas diferentes disciplinas
da obra”, afirma. Segundo ela, a Saint-Gobain está desenvolvendo ofertas de serviços BIM em vários
países. A ideia é que arquitetos, construtoras e todo o mercado possam experimentar a
performance e qualidade das soluções da Saint-Gobain a cada fase da obra. Iniciaram, em 2018, o
projeto BIM no Brasil, com a publicação de vários objetos representando as soluções e sistemas das
marcas do Grupo e um trabalho de design thinking, com as diferentes disciplinas da obra, a fim de
entender suas necessidades de serviços digitais. "Essa interação com o mercado é fundamental
para desenvolver soluções BIM que gerem valor para os processos construtivos”, analisa
Charpentier. A executiva também afirma que um dos principais desafios é a conexão das disciplinas
para que o BIM não seja limitado à parte de modelização, mas também demonstre todo o seu
potencial de otimização do processo construtivo e da operação do edifício ao longo do seu ciclo de
vida.

Entendendo essas mudanças e de acordo com o relatório Research Briefing: Construction


and Infrastructure, divulgado pelo CB Insights, a participação de corporações em negócios que
envolvem construtechs (startups que apresentam soluções para construção imobiliária) vem
aumentando. Em 2014 havia uma participação de 14% e em 2016 de 16%. Além disso, entre 2012 e
2016 foram investidos US$ 778 milhões globalmente, com mais de 160 negócios fechados tanto
com corporações quanto com fundos de investimento. Um dos maiores deals foi com a Onshape,
startup americana fundada em 2012 e que apresenta um sistema de CAD (desenho assistido por
computador) 3D que é totalmente na nuvem e que permite que toda a equipe de design possa
trabalhar junta, evitando falhas na comunicação entre o time e o departamento de marketing das
organizações, além de reduzir a perda de projetos por conta de bugs e panes. A Onshape
arrecadou US$ 169 milhões em quatro rodadas de investimento. Seus maiores investidores foram a
Andreessen Horowitz, que liderou uma rodada de US$ 105 milhões em 2016, a New Enterprise
Associates e a North Bridge Venture Partners. Segundo o estudo do CB Insights, a maior
investidora em startups que apresentam soluções para o setor de construção é a 500 Accelerator,
que tem em seu portfólio a TraceAir Technologies, plataforma na cloud que ajuda empresas do
ramo a controlar custos com o uso de analytics, a Buildcon, que disponibiliza uma plataforma web
e mobile para gestão de projetos e colaboração, entre outras.

Entendendo que o setor de construção é responsável por 10% do PIB global e que é o
segundo pior em adoção de tecnologias no ranking mundial, a Softplan, empresa que atua há mais
de 25 anos com soluções de tecnologia da informação, criou um braço de investimento em
startups e em venture building específico para a área de construção, o Construtech Ventures, que
já tem 11 startups em seu portfólio, que têm uma expectativa de representar entre 3% a 4% do
faturamento da empresa na unidade de construção. Espera-se que até 2020 essa participação
chegue entre 20% a 25%. A métrica usada por eles é o quanto as startups investidas são capazes de
ampliar as fontes de receita, fora os ganhos de visibilidade, ligados ao posicionamento de inovação
no setor de construção. Segundo Bruno Loreto, Head de Operações na Construtech Ventures, a
criação do braço não envolvia o objetivo de resolução de problemas internos e sim o de busca por
negócios que pudessem expandir o portfólio da Softplan.

Além da Softplan, outras empresas brasileiras também são referência em inovação na área.
O Valor Inovação Brasil 2017 mostrou que as corporações do setor de engenharia e infraestrutura
asdas

38
mais reconhecidas por suas intenções, esforços, resultados e reconhecimento de mercado em
inovação são a Tecnisa, a MRV Engenharia, a Concremat Engenharia, a Aker Solutions e a
Construtora Camargo Corrêa. A Tecnisa, listada na 18ª posição no ranking geral Valor Inovação
Brasil 2017, é um exemplo de empresa que busca fomentar a inovação por meio de projetos com o
objetivo de se aproximar de startups. Ela criou em 2011 o Fast Dating, encontros que propõem
rodadas de negócios nas quais empreendedores podem, em até 10 minutos, apresentar suas ideias,
soluções, produtos e serviços relacionados às áreas de engenharia, recursos humanos, marketing,
pesquisa e desenvolvimento, vendas, tecnologia, ambientes digitais e novos negócios. Em 6 anos
foram feitos 77 encontros, nos quais foram atendidas mais de 500 empresas, sendo que 43 delas
fecharam negócios com a Tecnisa.

Romeo Busarello, Diretor de Marketing da Tecnisa, conta como foi o processo de criação do
Fast Dating. “Nós sempre tivemos uma pegada de inovação muito forte, desde a fundação, pois
está em nossa cultura e nós nos destacamos por isso. Em 2011, enxergávamos que as startups
fariam diferença, trariam soluções e estariam conosco nessa jornada”, diz. “Não são todos que
trabalham com a agenda do século XXI na mão. Algumas áreas respondem mais, outras menos,
mas a situação mudou desde então. Hoje entendemos de forma muito mais madura a importância
de acolher startups e conhecê-las”, continua. Ele ainda acredita as startups têm ajudado a empresa
de forma positiva. “Elas têm mexido em nossos ponteiros de vendas, de qualidade, de experiência
do cliente, de marketing, entre outros, e isso tem resultado ótimos frutos”, afirma.

A Kaaza e o Construct são duas startups que fecharam negócios com a Tecnisa. A Kaaza foi
fundada em Londrina, no Paraná, e apresenta soluções de computação gráfica, como maquetes
eletrônicas, tours virtuais 3D, imagens interativas, passeios virtuais e realidade aumentada. Além da
Tecnisa, tem como clientes a Odebrecht, a Rodobens, a Audi, a A. Yoshii, a Grand, a Rossi, entre
outros. Já o Construct é uma startup mineira responsável pelo desenvolvimento de softwares e
aplicativos para comunicação entre as equipes, com o objetivo de aumentar a produtividade. Com
a solução, é possível centralizar todas as informações em um só local, permitindo um
gerenciamento de tarefas e evolução de projetos integrado, a alocação de recursos inteligentes, a
agilização de documentos, além de poder rastrear o progresso das atividades com registros
fotográficos.

Renan Falcão Vaz, Gerente de Novos Negócios e Inovação da CCP (Cyrela Commercial
Properties), conta que a empresa também tem trabalhado com inovação aberta e se aproximado
cada vez mais do ecossistema de startups. Ele conta que o relacionamento com elas tem o objetivo
de reduzir custos, aumentar receitas ou trazer soluções que sejam desejadas pelos clientes da
companhia. “Muitas das startups com as quais fazemos parcerias utilizam nossos espaços,
fornecem serviços aos nossos clientes e trazem tecnologia e novidades para o nosso mercado, que
é bem tradicional”, conta. Segundo ele, a CCP também procura inovações para processos de RH,
marketing, operações ou backoffice.

Para Marcos Campos Bicudo, Diretor-Presidente da Vedacit, “já existem alguns players
neste segmento que estão interagindo com as Construtechs. O movimento porém, é ainda
incipiente dado a relevância do setor que alcança 7% do PIB brasileiro. O setor é muito ineficiente e
gera um volume alto de resíduos. Tanto os fabricantes de material que hoje são grandes emissores
de gases efeito estufa quanto os processos construtivos merecem um olhar mais desafiador”. Um
exemplo é a NetResíduos, com um software voltado para o gerenciamento de resíduos da
construção civil, a startup gere mais de 3 mil toneladas de resíduos em obras e indústrias e garante
agilidade, segurança de dados e armazenamento de informações na nuvem, contando com uma
rede credenciada de transportadoras e mais de 100 áreas que são um destino seguro e sustentável
para os resíduos produzidos em obras.

39
ENTRE_
VISTA
Em qual setor da cadeia você acredita que
existe mais espaço para inovações
tecnológicas?
O grande impacto da tecnologia no mercado de
Real Estate, na minha opinião, será em relação à
experiência de busca dos imóveis e também na
forma como ocorrem as transações imobiliárias.
Hoje em dia, a busca por imóveis começa muitas
Paola Torneri Porto, Sócia Diretora na empresa
vezes online e se efetiva presencialmente, porém Inovare Consulting e Profa. Dra. no Núcleo de
a base de informações é muito dispersa, sem Real Estate da Escola Politécnica – USP
ferramentas inteligentes de busca. Eu vejo
espaço para tecnologia na área de Inteligência a rentabilidade do investimento. Há espaço para
Artificial (I.A.), já que, a partir do entendimento do tecnologias como essa no Brasil, porque existem
comportamento do usuário, vai ser possível volumes expressivos de investimentos
oferecer imóveis que estejam mais alinhados imobiliários, porém muita insegurança em
com a expectativa do cliente. Outro passo relação à qualidade da informação. Se existir essa
gigantesco será em relação às transações segurança na informação, torna-se possível a
imobiliárias, com a evolução da tecnologia de atração de mais investimento e movimentação
blockchain, que pode criar plataforma e de toda a cadeia.
ambiente seguros para que estas passem a ser
registradas online. Como modernizar o segmento?
Eu acho que a união entre os vários players pode
Como a área como um todo tem interagido trazer transparência e informação para o setor. A
com essas inovações que têm surgido? partir do momento em que se cria esse ambiente
As incorporadoras têm utilizado algumas seguro para realizar transações e existe um
ferramentas, principalmente relacionadas à visita registro da transações de compra e venda, o
em 360º, realidade virtual, além de todas aquelas setor vai conseguir dar um passo adiante. As
relacionadas à construção em si, como por incorporadoras terão acesso a mais informações
exemplo o BIM (Building Information Modeling). para que possam lançar um produto adequado,
Porém, em relação ao uso de Inteligência bem como poderão identificar regiões com
Artificial, nos Estados Unidos por exemplo há demandas específicas. Os bancos terão mais
muitos profissionais e pesquisadores estudando informações em relação ao valor efetivo do
este assunto, mas aqui no Brasil ainda é imóvel, facilitando o processo de financiamento
incipiente. Acho que ainda existe alguma imobiliário.
resistência por parte das imobiliárias e corretores,
mas é preciso uma compreensão de que isso Em relação à construção sustentável, o uso de
seria uma evolução, uma oportunidade de utilizar materiais ecológicos é uma tendência?
ferramentas que permitam atender melhor o A construção sustentável vem sendo muito
cliente. estudada na construção civil há um bom tempo.
Existem várias edificações com certificações de
Como a falta de transparência do setor afeta os sustentabilidade. Algumas empresas
processos inerentes ao mercado de Real multinacionais, por exemplo, exigem
Estate? determinadas certificações para que possam
No exterior, por exemplo, existem plataformas locar um espaço corporativo, por ser uma
voltadas a investimentos em imóveis que, por questão alinhada à ideologia e visão da empresa.
meio do cruzamento de dados, apresentam A ideia de sustentabilidade só tende a avançar
valores de locação do imóvel e permitem analisar em relação às questões de novas tecnologias.

40
Aprofundamento
Corretagem no setor
imobiliário
Apesar da crise econômica que afligiu o país no último
biênio, há uma expectativa positiva no mercado imobiliário para
2018 e 2019, o que o coloca, atualmente, em período de transição.
De acordo com Pedro de Seixas Corrêa, Coordenador do MBA em
Gestão de Negócios de Incorporação e Construção Imobiliária da
FGV, consultado pelo portal Finance One, algo “muito marcante no
mercado de hoje é que podem ter sim boas oportunidades de
compra e isso pode durar em 2018. A expectativa para uma
recuperação consistente ficará para 2019”, afirma ele à publicação.

Dados coletados de 23 regiões brasileiras pela CII/CBIC


82,3 mil
(Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Unidades
Indústria da Construção) e publicados no Anuário do Mercado residenciais
Imobiliário 2017 pelo SECOVI-SP (Sindicato de Habitação) vão de
acordo com a afirmação de Corrêa: no ano passado, foram lançadas foram lançadas no Brasil em
no Brasil 82.3 mil unidades residenciais, número 5,2% maior em 2017
relação às 78.3 mil novas unidades em 2016. Quando o assunto é
compra e venda, a pesquisa revela que 94.2 mil propriedades
5,2%
foram comercializadas em 2017, registrando um crescimento de a mais do que em 2016
9,4% em comparação às 86,1 mil residências vendidas no ano
anterior. Apesar dos dados coletados e aqui apresentados, ainda é
difícil mensurar a proporção de transações que tiveram corretoras
imobiliárias como intermediadoras, já que se trata de um mercado
com poucas informações divulgadas.

De acordo com ranking feito pela consultoria JLL, presente


no estudo Global Real Estate Transparency Index 2018, o Brasil
possui o mercado imobiliário mais transparente na América Latina,
mas ocupa apenas o 37º lugar na classificação mundial, liderada
Quando a assunto é compra e
pelo Reino Unido. Conforme a pesquisa, tal colocação coloca o
venda de imóveis
Brasil na categoria de nações “semitransparentes”, dominada por
países emergentes; são mercados que têm registrado avanços
94,2 mil
estáveis quanto à transparência, mas que precisam analisar os
problemas de governança corporativa e execução regulatória se propriedades
quiserem, de fato, progredir. Espera-se, assim, que juntamente a
foram comercializadas em
outros países do BRICS, como China, Índia e Rússia, o Brasil seja
elevado à categoria de “transparentes” em um futuro próximo.
2017

9,4%
No momento presente, essa falta de informações e a
ausência da implantação de novas tecnologias ainda é um entrave a mais do que em 2016
no progresso que poderia ser notável no setor. Segundo Alexandre
Peev, Superintendente de Patrimônio e Suprimentos da Porto
dskka

41
Seguro, os processos ainda são burocráticos e, de certa forma, ultrapassados. “Quando se fala de
vender, alugar ou comprar imóveis, grande parte dos procedimentos ainda são feitos por telefone e
compra presencial. Em alguns casos, há problemas no registro de contratos, também. Este ainda é
um mercado em que há desinformação e concentração de dados, o que torna os processos mais
caros e morosos. A partir do momento em que a disponibilidade de informações for maior,
ferramentas para lidar com esses dados serão essenciais”, afirma Peev.

Em novembro de 2017, a KPMG lançou o estudo Bridging the gap, de forma a analisar
como o setor de Real Estate poderia digitalizar seu negócios. Conforme a pesquisa, uma das
maiores oportunidades no momento é a utilização de dados e informações para a tomada rápida e
inteligente de decisões: 53% dos participantes afirmaram que big data & analytics é a inovação
tecnológica mais propensa a ser adotada em seus negócios nos próximos 3 anos. Em uma
perspectiva e expectativa de progressos quanto à transparência de dados no país, espera-se que
inovações como essa passem a ter mais importância no Brasil.

Um outro entrave à adoção de tecnologias no setor imobiliário como um todo, mas


principalmente no ramo das corretoras, é o mindset arcaico e conservador ainda presente na área.
Conforme o estudo Clicks and Mortar: the Growing Influence of Proptech, realizado pela Techinasia
em parceria com a JLL, apesar do potencial de crescimento de corretoras imobiliárias que aderem
à tecnologia, ainda existe a resistência, por exemplo, em relação a investimentos em canais online,
em detrimento de canais físicos. O panorama, no entanto, tende a ser alterado pelo crescimento de
compradores e locatários que buscam imóveis na internet.

Segundo Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli, imobiliária catarinense com mais de 60 anos
de mercado, o segmento de Real Estate está entre os que menos inovam, característica ligada
diretamente ao pensamento rígido em sua formação empresarial. Apesar disso, a empresa busca
uma constante inovação, de forma a se adequar às exigências do mercado. Atualmente, além de
contar com 6 agências físicas espalhadas por Florianópolis, a Brognoli também aposta em seu site,
um marketplace para locação e compra de imóveis. “Existe uma gama muito ampla de
oportunidades no negócio de Real Estate, de uma ponta a outra. O segmento congrega desde o
fomento de novos empreendimentos até a manutenção de imóveis”, afirma.

Por se tratar de um setor que aos poucos abre suas portas às tecnologias, existem, de
acordo com Barbosa, muitos gaps a serem preenchidos pelas inovações, como, por exemplo, a
busca por melhoria na aderência de sugestão de imóvel para o cliente, que resulta em uma
personalização do serviço e, consequentemente, a entrega de uma melhor experiência ao
consumidor. Em vista disso, a Brognoli oferece uma ferramenta de busca em seu canal online, na
qual o comprador ou locatário insere informações pessoais e uma possível descrição do imóvel que
deseja. A partir disso, uma pesquisa é feita, resultando em sugestões de imóvel que se aproximem
do desejo do cliente. Além disso, o site também conta com um chatbot, que funciona como um
SAC online, com respostas instantâneas ao cliente e usuário.

dos tomadores de decisão no mercado de Real


Estate afirmaram que Big Data e Data Analytics
53% é a inovação tecnológica mais propensa a ser
adotada em seus negócios nos próximos 3 anos,
segundo pesquisa da KPMG

42
“ Hoje em dia, ainda é preciso traduzir o seguro para as pessoas,
conscientizá-las, e eu acredito que o corretor de seguros tem um papel
fundamental porque é ele quem tem conhecimento. Eu enxerguei uma
oportunidade nessa digitalização de processos que tem acontecido em vários
segmentos do mercado. Acredito que o corretor precisa entrar no ambiente
digital para ter um melhor relacionamento com os clientes. As indicações
funcionam muito bem no setor de seguros e nós criamos um estímulo para
que essas indicações aconteçam com mais frequência. Em parceria com a
Netpoints, nós premiamos os clientes agentes com pontos, que podem ser
trocados por viagens e produtos. Queremos transformar o consumidor de
seguro em um influenciador para a comunidade dele, por meio da
conscientização. Atualmente chegamos a 46 corretores, impactamos mais de Kleber de Paula
2.200 pessoas e já temos cerca de 200 clientes agentes no programa. CEO e fundador da

Estamos em um mercado que possui 100 mil corretores, então o potencial é ClienteAgente
enorme.

Para se manter fiel a um de seus valores como empresa – o de inovação –, a imobiliária


catarinense sustenta um relacionamento próximo às novas tecnologias. Hoje em dia, possui parceria
com 11 startups, que oferecem serviço de inteligência artificial, big data e IoT (Internet of Things, em
inglês, e Internet das Coisas, em português). “Estamos conseguindo avançar com maior celeridade e
com soluções que proporcionam melhora na experiência do cliente, possibilitando que a Brognoli
amplie a sua relevância e conveniência junto aos clientes. A disposição, a prontidão e a maneira de
pensar de um empreendedor de startup nos ajuda a promover melhorias de forma muito mais
rápida”, conta Barbosa. Uma das startups parceiras da Brognoli é a Trocalar, que atua
especificamente no segmento de Real Estate, no mercado de permutas imobiliárias, em âmbito
nacional. Assim, a plataforma permite, por exemplo, que um usuário oferte um apartamento e em
troca receba outro imóvel de valor parecido ou sob condições que interessem ambas as partes
envolvidas na transação.

A EmCasa é uma iniciativa brasileira que busca, também, simplificar o processo de compra e
venda de imóveis no Rio de Janeiro. Fundada em novembro de 2017, já recebeu mais de US$ 1 milhão
em investimentos, segundo informações do Crunchbase. De acordo com Camila Villanueva, Head de
Vendas da startup, o primeiro problema solucionado pela empresa foi a redução de custos atrelados
à negociação, com um percentual de comissão menor em comparação ao mercado. Além disso,
incluiu no processo serviços de despachante, assistência jurídica e de fotografia no valor da comissão.
“Nós também buscamos otimizar o tempo tanto do proprietário quanto do cliente comprador por
meio de tours virtuais e visitas mais assertivas. Aliamos tecnologia, inovação, transparência e
segurança para proporcionar uma experiência única aos nossos clientes”, conta ela. Ainda segundo
Villanueva, os usuários da EmCasa economizam, em média, R$ 12 mil ao comprarem imóveis na
plataforma, enquanto que os proprietários recebem R$ 23 mil a mais pela transação, em média. O
objetivo é que a empresa gere R$ 10 milhões em vendas até o fim do ano.

Uma empresa que também tem buscado inovar no setor imobiliário é a RE/MAX Brasil, que
integra a organização internacional RE/MAX – maior rede de franquias imobiliárias em número de
transações no mundo – e está presente em 19 estados brasileiros, número que tende a crescer a cada
ano que passa. A pretensão é atingir, nesse ano, 200 unidades abertas no Brasil. Para isso, segundo
Peixoto Accyoli, Presidente da RE/MAX no Brasil, a empresa aplica à sua rede de corretores
ferramentas já utilizadas pela marca em mais de 100 países. Um exemplo disso foi a adoção de
soluções de assinatura eletrônica para agilizar fluxos e reduzir o número de processos burocráticos,
noticiada pelo portal Computerworld. Nos EUA, 80% das negociações são realizadas digitalmente,
enquanto que no Brasil esse índice alcança os 30%.

43
Conforme Vinicius Capella, broker e responsável por gestão de equipes e recrutamento na
RE/MAX Complete, unidade franqueada da RE/MAX Brasil, o objetivo principal da empresa é o
crescimento do número de corretores e, consequentemente, das vendas. Para que o processo de
recrutamento fosse otimizado, a empresa passou a disponibilizar, em 2017, a plataforma digital
Recruiter. “Eu passei as últimas semanas de 2016 formatando meu processo de recrutamento que
eu utilizava na época. Em 2017, começamos a realizar testes na plataforma do Recruiter, junto a
outras unidades franqueadas, e ela fazia tudo aquilo que eu tinha demorado 3 semanas para
formatar. A plataforma faz muita diferença, primeiro para ter um processo formatado e segundo
para ter um controle dos candidatos. Passamos a ter uma base para fazer a busca que quisermos,
referente aos candidatos e etapas do processo”, conta Capella.

Uma das iniciativas bem-sucedidas, de acordo com Accyoli, é a Universidade RE/MAX, que,
aliada à tecnologia, é um “veículo” de informação importante para educar, capacitar e formar novos
profissionais. A escola corporativa oferece a seus colaboradores palestras gratuitas, cursos
presenciais, semi presenciais e online, vídeos e materiais de apoio. Segundo ele, em publicação do
portal Segs, “muitos corretores e imobiliárias procuram a RE/MAX Brasil em busca de
profissionalização para se tornarem mais competitivos”. Em 2018, a empresa conquistou o
bicampeonato cinco estrelas no Guia de Franquias 2018/19, realizado pela Pequenas Empresas,
Grandes Negócios, colocando-a entre as 5 melhores franquias no Brasil para se investir.

Uma das tendências para a área de corretagem imobiliária, buscando acabar com parte
das burocracias, é a implementação de soluções de blockchain. De acordo com o estudo
Blockchain in commercial real estate, realizado pela consultora Deloitte, tal tecnologia pode ajudar
o setor a identificar processos ineficientes e imprecisos, presentes em um mercado cujas operações
ainda são muito confidenciais. Na prática, estas soluções trariam benefícios como a remoção de
fricção e redução de riscos e cancelamentos nas transações, maior confiabilidade às partes
envolvidas e “irreversibilidade” em contratos fechados, diminuindo fraudes e manipulação. Ainda,
segundo o relatório, o blockchain ajudaria a resolver problemas tais quais a ineficiência na procura
de propriedades, devido à fragmentação de informações; perda de tempo em processos offline de
due dilligence; complexidade de gerenciamento em contratos de locação e fluxo de caixa e, por
fim, a dificuldade na tomada de decisão de compradores em razão da ausência de dados.

A startup australiana Propify, fundada em 2017, é uma iniciativa que, fazendo uso do
blockchain, busca mudar totalmente o jeito tradicional de compra e venda de imóveis, oferecendo
a seus usuários uma extensa gama de informações do mercado imobiliário. Define-se, assim, como
a primeira plataforma de procura de imóveis para compra e venda que se utiliza da tecnologia de
blockchain, sem a presença de um portal/website que funcione como mecanismo de busca. Para
oferecer informações objetivas, a startup se utiliza de plataformas digitais como Facebook, Google
e Instagram, de forma a atingir diferentes audiências. De acordo com o CEO da Propify, Joel Leslie,
em publicação do site Az Big Media, a interface conectada às redes sociais permite que os
compradores façam pesquisas relacionadas ao estilo de vida que procuram em uma nova casa, e
não apenas ao imóvel em si.

BLOCKCHAIN BIG DATA

SOCIAL CIBER-
ATAQUES
USER-EXPERIENCE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

PROCESSOS DE VENDAS

44
“ A principal característica de uma startup é a composição da equipe;
são mentes diferentes, pensando em alternativas sem os vícios de quem já
está inserido no mercado. Elas se ressentem da experiência e do espaço para
testar suas hipóteses. A disposição, a prontidão e o mindset de um
empreendedor de startup nos ajudam a promover a aceleração das soluções,
que internamente levaria muito mais tempo. Isso proporciona melhora na
experiência do cliente, possibilitando que a Brognoli amplie a sua relevância e
conveniência junto aos clientes.

Hoje estamos operando com 11 startups, em diversas áreas, desde a


qualificação do lead até a manutenção, utilizando Inteligência artificial, big
Eduardo Barbosa 45
data e IoT. Entre elas estão a Bider, GoGood, Pixmind, Izee, Centrics, UXe
“ CEO da Brognoli
Human Behavior e Trocalar, que é a única especificamente do setor de Real Negócios Imobiliários
Estate, atuando com permutas imobiliárias.

Um outro desafio que vem sendo encarado com tecnologia e inovação no cenário
imobiliário brasileiro é o de introdução e ampliação ao uso dos seguros imóveis. No Brasil, apenas
14,5% dos domicílios – índice que representa um número de 9.9 milhões de residências – estão
cobertos por seguros imobiliários, c) entre 2015 e 2016. Segundo Danilo Silveira, Presidente da
Comissão Técnica de Seguros Massificados Patrimoniais de Fenseg, em publicação no site do G1, o
baixo índice está ligado à falta de informação e à ideia de que os seguros-residenciais ainda são
muito caros se comparados a outros modelos de seguro. No entanto, conforme Silveira, o ticket
médio gasto com esse tipo de seguro é de R$ 325,00 por ano, em um mercado que deve crescer
10% ao ano até 2020.

De acordo com Kleber de Paula, CEO e fundador da startup ClienteAgente, ainda não
sdfdfdf

Fundada em 2017, a startup australiana Propify é uma ferramenta que


auxilia os corretores a usarem as redes sociais como um canal de
aproximação de clientes e vendas, entregando inteligência no alcance e
monitoramento de engajamento e resultados.

A Blok.ai, startup finlandesa fundada em 2017, entrega uma solução


para facilitar e digitalizar todo o processo de venda e compra de imóveis.
Com o uso de AI, a startup promete tornar as vendas mais rápidas,
baratas e simples.

A startup brasileira Trocalar auxilia no processo de permuta imobiliária,


usando de inteligência de dados para entregar a melhor combinação de
acordo com os interesses dos lados. A startup também oferece uma
interface para corretores e integração com sistemas de imobiliárias.

A ClienteAgente é uma startup brasileira que disponibiliza para


corretores uma ferramenta para a indicação de novos clientes pelos
clientes atuais. A startup foi acelerada e investida pela Porto Seguro e
pela Plug and Play por meio da Oxigênio.

45
existe no país uma cultura consolidada a respeito dos seguros e os corretores têm a missão de
traduzir os serviços e produtos para a população. Apesar de a ideia ter surgido e o domínio ter sido
comprado em 2009, foi em 2017 que a startup se tornou uma plataforma digital e independente
para indicação de corretores de seguros, feita pelos clientes compradores. O sistema de indicações
disponibilizado rende pontos ao cliente, que podem ser, eventualmente, trocados por prêmios,
como viagens e produtos. “Com as mudanças que têm ocorrido, o corretor precisou entrar no
ambiente digital. Para isso, acreditamos que a relação com o cliente vem em primeiro lugar e a
digitalização permite uma maior frequência de comunicação entre as duas partes. Dentro da rotina
das corretoras de seguros existe uma palavra quase mágica, que é quando se fala em indicação de
corretores. Em relação a isso, o corretor pode realizar um bom atendimento e esperar uma
indicação, mas ele pode estimular para que isso aconteça. E a ClienteAgente busca oferecer esse
estímulo”, afirma.

14,5% dos o baixo índice está ligado Porém, o ticket médio


à falta de informação e à gasto com esse tipo de
domicílios ideia de que os seguro é de
brasileiros possuíam seguros seguros-residenciais ainda R$ 325,00
imobiliários entre 2015 e 2016, são muito caros se
por ano, em um mercado
o que representa comparados a outros
que deve crescer
somente modelos de seguro
10%
9,9 milhões de ao ano até 2020
residências

De acordo com o CEO da startup, a plataforma, construída em formato de web app para
mobile, busca melhorar o relacionamento entre corretores de seguros e os clientes, além de
procurar suprir a necessidade da população em entender um pouco melhor sobre seguros. “É
preciso engajar a comunidade dos clientes agentes para ajudar na disseminação, sempre usando a
confiança do corretor como pilar da relação. Os clientes, entre eles proprietários de imóveis, não vão
indicar apenas pela acumulação de pontos, mas por um bom serviço que eles recebem”, diz.

Portanto, apesar de dificuldades inerentes ao setor, como a falta de uma maior


transparência de informações, assertividade no processo de busca de imóveis e segurança dos
dados e nas suas aplicações, soluções como as apresentadas nesse aprofundamento e novas
tecnologias utilizadas por players mais tradicionais do mercado surgem como uma forma de
otimizar os negócios e abrir oportunidades para a retomada no setor. Além disso, estas soluções e
muitas outras acabam também, facilitando a vida de proprietários de imóveis, sejam eles
residenciais, comerciais ou industriais, assunto que será tratado de forma mais aprofundada no
próximo capítulo.

46
ENTRE_
VISTA
Qual o propósito da Rede Construção Digital
que é coordenada pelo CTE?
A Rede Construção Digital é formada por um
grupo de 32 empresas da cadeia produtiva, cujo
propósito é exponenciar a digitalização no setor
da Construção Civil e criar um movimento que
faça avançar as tecnologias digitais, entre elas a
Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Big Roberto de Souza, Diretor-Presidente do CTE
Data, Marketing Digital, BIM, Realidade Virtual, (Centro de Tecnologia de Edificações)
Realidade Aumentada, Impressão 3D e a exige muita inovação. Isso cria um círculo
Robótica. É um trabalho compartilhado, no qual vicioso, em que a empresa se acomoda. Mas é
mapeamos as startups que estão trabalhando algo que tende a se modificar com as novas
nessas temáticas, identificando dores que as gerações, novos comportamentos, que estão
empresas têm na cadeia produtiva. Assim, começando a desafiar as empresas para a
fazemos eventos e realizamos discussões acerca mudança.
dessas tecnologias, buscando desenvolver
projetos para avançar dentro da cadeia da O que pode tirar as empresas dessa zona de
construção. conforto?
Fundamentalmente, as características e o
Por que é tão difícil digitalizar o setor da comportamento do consumidor. As novas
construção? gerações já não têm mais o mesmo interesse
No mundo todo, o grau de produtividade, na aquisição da casa própria, por exemplo. Há
inovação, industrialização e digitalização é muito uma quebra de paradigma nisso, o que altera
baixo no setor de Construção, por ser um setor completamente o mercado. É uma série de
extremamente disperso, com uma quantidade hábitos, que vão mudando e criando a
gigante de construtoras, fabricantes, projetistas, necessidade de novos modelos de negócio. E
fornecedores, e ser também uma cadeia muito você tem que necessariamente ir para a
regionalizada. Os sistemas construtivos ainda são inovação, não adianta trabalhar na forma
conservadores, antigos e evoluíram pouco. No antiga para um consumidor novo, com um
Brasil, especialmente, há uma dispersão regional mindset diferente, com novos hábitos e
absurdamente grande e não há entidades de costumes.
classe com representatividade do setor como um
todo, o que acarreta em poucas políticas setoriais Qual é o papel das startups dentro de todas
e discussões setoriais de estratégia, inibindo o essas mudanças?
avanço do setor. Acho que ainda há muita espuma em torno das
startups, criando uma falsa ideia de que elas
A tradicionalidade do setor se dá por um resolvem qualquer problema. Há a necessidade
receio, por parte das empresas, em inovar? de elas estarem em conexão com as grandes
As empresas entraram em uma zona de conforto. corporações e com o mercado, para
Em geral, no mercado imobiliário, as empresas entenderem exatamente as dores que essas
são de base familiar, antigas, que vêm corporações têm, quais problemas elas podem
trabalhando há 30, 40, 50 anos do mesmo jeito e resolver – principalmente os que levariam
não veem a necessidade de inovar, por terem muito tempo para serem resolvidos – e se
utilizado um modelo que no passado deu certo. posicionarem no desenvolvimento de soluções.
Como poucas empresas inovam dentro do setor, A validação é de extrema importância,
elas não se sentem ameaçadas também pelos juntamente com a agilidade das soluções e
competidores, e o consumidor também não conexão com o mercado.
asdasdsad

47
Aprofundamento
Proprietários
A população mundial poderá chegar a 8.6 bilhões de
habitantes até 2030 e 9.8 bilhões até 2050, segundo previsão da
ONU (Organização das Nações Unidas). Com essa tendência, a
economia compartilhada tem ganhado mais espaço em
discussões sobre o futuro das sociedades. A pesquisa The Sharing
Economy, divulgada pela PwC, aponta que 19% da população
adulta norte-americana já realizou pelo menos uma transação que
envolvia economia compartilhada, sendo que a maior parte delas
(9%) foi no mercado de entretenimento e mídia, nos setores
automotivo e de transportes (8%), na área hoteleira e restaurantes
(6%) e no varejo (2%). Alguns dos benefícios da economia
compartilhada percebidos por eles são a redução de gastos (86%) -
pelo compartilhamento ser mais barato do que a aquisição
individual - conveniência e eficiência (83%) e sustentabilidade 8.6 bilhões
(76%).
de habitantes
Com isso, uma tendência que vem se tornando ainda mais é a população mundial
recorrente no Brasil são os coworkings. Segundo previsões da estimada até 2030
GCUC (Global Coworking Unconference Conference), o mercado
que envolve esses espaços de trabalho compartilhados terá um
crescimento rápido nos próximos 5 anos. Até 2022 são esperados
30 mil espaços, que terão mais de 5 milhões de membros. Em 2017
foram registrados 14.411 coworkings, que, no total, tinham 1.74
milhão de membros. Os países/regiões que mais têm são os EUA,
a Ásia, o Pacífico, a Índia e a Europa. Algumas das tendências
apontadas pelo levantamento da gcuc são as migrações de
empresas para esses espaços, o crescimento de autônomos,
startups cada vez mais se tornando residentes de coworkings e o
aparecimento de espaços menores, focados em nichos de
mercado.
a economia
Já no Brasil, de acordo com o Censo Coworking 2017, compartilhada
desenvolvido pelo site Coworking Brasil, criado em 2011 como um
projeto conjunto de diversos fundadores de espaços de coworking reduz os gastos
brasileiros, em março de 2017 foram registrados 810 espaços no (compartilhamento é
país, 114% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Com menos custoso que a
56 mil estações de trabalhos, sendo que a maior parte encontra-se aquisição individual)
nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, os coworkings
brasileiros já movimentaram mais de R$ 80 milhões. Ao todo, têm É mais conveniente e
313 mil m² ocupados e mais de 210 mil pessoas circulando neles.
eficiente
para as pessoas
Um dos espaços que mais se destacam no país é a
unicórnio WeWork. Fundada originalmente em 2010 na cidade de
é mais sustentável
Nova Iorque, nos EUA, possui aproximadamente 400 escritórios
para o planeta
espalhados em 78 cidades dos EUA, Brasil, Argentina, Austrália,
asd

48
Canadá, Chile, China, Colômbia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irlanda, Israel, Japão, entre
outros países. Em 13 rodadas de investimento, arrecadou mais de US$ 8 bilhões de grandes grupos,
fundos de investimento, bancos e empresas, como a Softbank, a Hony Capital, a Goldman Sachs, a
JP Morgan Chase & Co., entre outros. Com uma receita de US$ 1 bilhão em 2017, a WeWork planeja
aumentar ainda mais o número de membros em 2018. Atualmente com 200 mil, a expectativa é que
alcance 400 mil até o fim do ano, gerando US$ 2.3 bilhões em receita e dobrando o número de
escritórios.

Outra tendência fruto da economia compartilhada são as moradias urbanas compartilhadas,


também chamadas de co-living. Assim como é colocado pela The Collective, co-living é uma
maneira de se viver na cidade, com foco em comunidade e conveniência. “Viva como parte de uma
comunidade, compartilhando espaços maravilhosamente desenhados e eventos inspiradores com o
conforto de estar em seu apartamento privado totalmente mobiliado no fim do dia. Tudo o que você
mais precisa para viver na cidade com a conveniência de uma só conta: aluguel, concierge, internet
super rápida, todas as utilidades e taxas, limpeza de quarto, eventos diários e adesão à academia”.

De acordo com a pesquisa One Shared House 2030, desenvolvida pelo SPACE10, laboratório
sobre o futuro da moradia, criado pela IKEA, algumas das razões pela qual os entrevistados se
interessariam por empreendimentos de co-living são o maior número de possibilidades de
convivência e divisão custos. Além disso, os entrevistados também mostraram interesse em serem
cobrados por seus consumos de água, energia e gás de forma individual e poderem selecionar os
novos membros da comunidade e não se importam em ter uma cozinha pessoal, podendo,
portanto, utilizar de um espaço comum.

Há aproximadamente duas décadas, a MAC Construtora e Incorporadora lança


empreendimentos voltados para moradia temporária ou para jovens de vida-leve, que se interessam
principalmente por localização e praticidade. Em 2018, a empresa lançou o primeiro projeto
imobiliário que utiliza o conceito de co-living em São Paulo, chamado Loadd. Localizado próximo ao
metrô São Judas, na região sul da cidade, possui mais de 300 unidades, cujas plantas podem ter
entre 25m² a 65m². Com o objetivo de incentivar a convivência entre os moradores e estimular a
troca de experiências por meio do compartilhamento de espaços e recursos do condomínio, o Loadd
possui áreas que contam com serviços pay per use. Andrea Possi, Diretora de Operações na MAC
Construtora e Incorporadora, conta que a diversidade de metragem deste projeto é um dos fatores
que atrai os compradores. “Observamos que diferentes metragens e empreendimentos com mais
unidades permitiam criar grupos de interesse mais segmentados e facilitavam o efeito de
comunidade”, diz.

Possi também conta que o que difere um projeto convencional de um que utiliza do
conceito de co-living é o desenho e o planejamento da área comum. A construção do Loadd
considerou a arquitetura em um só nível: ele conta com uma área comum que possui um espaço
beauty, de massagem, de coworking, um salão de festas equipado, uma sala de ioga, uma área de
lazer no rooftop, cobertura com jacuzzi, um bar e academia. Uma das tecnologias utilizadas pela
construtora e incorporadora foi a biometria para acessos da área comum. Possi conta que a
tecnologia foi pensada no projeto de forma que facilitasse o uso dos moradores. “Desenvolvemos
um empreendimento que considerava que as áreas comuns deveriam ter um fácil acesso. A
biometria se torna uma alternativa muito mais fácil do que ir até a portaria, pegar uma chave e
utilizar o espaço”, explica.

As tecnologias existentes para controle de acesso físico são das mais variadas: biometria,
como a usada no Loadd, reconhecimento facial e de íris, sensores de presença, entre outros, mas
talvez os mais comuns sejam os cartões de acesso. Para que possa liberar os indivíduos nas catracas
e portas, possuem tarjas magnéticas que armazenam informações e definem os locais que os
indivíduos podem acessar. Apesar de serem as soluções mais utilizadas em prédios corporativos, os
cartões de acesso também são uma problemática. Isso, pois possuem limitações tecnológicas que
garantam a segurança física e tornam o acesso físico mais complexo.

49
“ A Upik foi criada a partir da vontade de democratizar o serviço de
arquitetura. Iniciamos nossa atuação com um escritório em um trailer, fazendo
atendimento na hora. Entendendo que precisávamos ampliar e escalar, criamos
o Arquiteto de Bolso, um assistente pessoal online que auxilia o cliente no
momento em que procura reformar ou decorar, fazendo-os economizarem
tempo e dinheiro. Alinhamos as expectativas deles com as ofertas de mercado e
trabalhamos dentro da realidade de cada um para definirmos juntos pisos,
acabamentos, tintas, mobiliário. O bom planejamento das escolhas somado ao
relacionamento exclusivo que possuímos com nossos parceiros gera até 30% de
economia na hora das compras. Durante as etapas de interação com os clientes,
os escritórios convencionais demoram entre 25 a 30 dias para chegarem ao
memorial das recomendações. Nós demoramos até duas horas e ainda Marcia Monteiro
personalizamos uma lista de recomendações, que só é possível de ser feita por CEO e co-founder, e
conta da tecnologia que desenvolvemos. Em um modelo B2B2C, temos clientes Daniel Alves, COO e

como Leroy Merlin e C&C, e já realizamos 520 atendimentos, totalizando mais
co-founder da Upik

de 1.000 horas de consultoria, com um NPS geral de 86.

Com o número de usuários que possuem smartphones chegando a 4 bilhões em 2017,


discute-se ainda mais sobre a utilização dos dispositivos para controle de acesso físico. A Loopkey,
fundada em 2016 em Brasília, no Distrito Federal, é uma startup que atua justamente neste elo.
Sendo responsável pelo desenvolvimento de um hardware que possui terminais de conexão já
prontos para serem ligados à fechadura, permite que os smartphones se tornem tokens de acesso a
portas e portões residenciais e corporativos. Os administradores podem compartilhar as chaves
virtuais com os indivíduos, podendo restringir o acesso por horários e locais, por exemplo. A solução
também pode ser integrada com sistemas de ponto, iluminação, alarme ou com serviços como IFTTT
(if this, then that, serviço de comando que, em uma tradução literal para o português, significa se
acontecer isso, faça aquilo) por terem uma API (Application Programming Interface, em inglês, e
Interface de programação de aplicações em português, que, segundo o Canaltech, significa “conjunto
de rotinas e padrões de programação para acesso a um aplicativo de software ou plataforma baseado
na Web”) aberta.

Atualmente, com mais de 5.000 usuários, 250 pontos instalados, com planos mensais a partir
de R$ 69,00 ou aquisição do dispositivo com limitações de 10 usuários por R$ 1.119,00, a startup
consegue gerar uma economia de 80% no tempo gasto em gestão de acesso à ambientes
compartilhados, principalmente nos espaços onde existem muitos visitantes ou pessoas por
temporadas. Segundo Pedro Salum, CEO da Loopkey, a startup foi criada a partir da percepção de
que gerenciar acessos físicos era algo complicado e complexo. O processo, que envolve o registro de
cartões, a entrega deles às pessoas que devem ter acesso ao local, a certificação para que não sejam
perdidos e a administração de quando são perdidos, pode se tornar um empecilho por ser
extremamente custoso para as proprietárias dos imóveis. “A LoopKey surgiu para substituir todos
esses processos morosos e passíveis de erros que existem. Um dos maiores problemas da economia
compartilhada é o gerenciamento de chaves físicas. Como é possível fazer a troca de cartões e chaves,
garantindo a segurança do acesso?” questiona. De acordo com ele, apesar de utilizarem uma
criptografia de 256 bits e protocolos reconhecidos no mercado internacional, um dos principais
desafios enfrentados pela startup ainda é a resistência tecnológica. “Ainda há uma aversão às
tecnologias e às inovações. Se ainda existem questionamentos de segurança sobre os bancos
eletrônicos por que não haveria com chaves eletrônicas?”, aponta.

Além disso, trabalhar com uma solução que envolve hardware é, por si própria, outra barreira
de entrada. Salum acredita que a indústria de base também precisa incentivar as inovações, tornando
o processo fabril de hardwares mais rápido e barato. Ao mesmo tempo, empresas veem inovação
sempre a criação de um software, porém esquecem que o mesmo precisa ser executado em algum
lugar. Logo, o grande desafio está no desenvolvimento de hardware, e para isso é necessário que
asasas

50
“ Por terem um grande alinhamento de visão, o Zap e o Viva Real
conseguiram ter a capacidade de desenvolver em conjunto inteligências e
soluções integradas para os dados, para aumentar eficiência de uma jornada
que normalmente é muito longa. O objetivo por trás da fusão foi a
aproximação de uma ampla audiência e entender as necessidades dos
consumidores para prover soluções que garantam muito mais eficiência. O
Zap era líder de mercado, com solidez e reconhecimento de diversos públicos;
o Viva Real tinha estratégias, abordagens e produtos complementares em
canais diferentes. Atualmente existe um esforço muito grande em organizar
os dados e trazer soluções mais eficientes por meio desse entendimento da
organização dos dados. Isso, pois uma dificuldade intrínseca ao mercado é a
falta de dados estruturados nas diversas instituições que existem no Lucas Vargas,
mercado. Essa problemática existente é uma grande dificuldade no mercado CEO do Grupo Zap Viva

imobiliário, seja para startup ou grandes empresas. Ainda assim, existem
Real
oportunidades para startups atuarem no setor.

exista maior maturidade em relação à investimentos em pesquisa e desenvolvimento em hardware,


e não somente compra de produtos chineses. “O problema que procuramos solucionar envolve todos
os atores presentes na cadeia imobiliária. Desde coworkings, por exemplo, que até então precisavam
gerenciar recepcionistas chaves ou cartões de acesso, corretoras que precisam controlar o acesso de
corretores em imóveis que estão para alugar; administradoras que precisam dar acesso a
profissionais que realizam manutenção, até proprietários, que buscam praticidade e facilidade”, cita.

A busca por praticidade e facilidade é a principal razão pela qual cada vez mais as realidades
virtual e aumentada estão se tornando ferramentas úteis dentro do setor. Isso, pois podem ser
utilizadas em showcases imobiliários, permitindo visitas guiadas digitais, com vídeos interativos em
360º, em montagens arquitetônicas e de decoração para facilitar a visualização dos ambientes, além
de outros tipos de aplicações. De acordo com a Goldman Sachs, o faturamento apenas de empresas
de tours virtuais para Real Estate em 2025 será de US$ 2.6 bi naquele ano.

Entendendo que RV (realidade virtual) pode ser relevante não só para setores como os de
entretenimento e jogos eletrônicos, a iTeleport, startup brasileira, criou um processo voltado para a
área de Real Estate que é capaz de transformar fotos 360º em tours virtuais contendo o modelo 3D
asas

A startup britânica The Collective levantou recentemente US$ 400


milhões de investimentos para a expansão do seu modelo de co-living
para os Estados Unidos e Alemanha. A startup, que já tem mais de 500
apartamentos disponíveis, planeja abrir mais 4.900 nos próximos anos.

A Matterport é um exemplo de startup que aplica a tecnologia de


realidade virtual no setor imobiliário. A startup americana já levantou
mais de US$ 66 milhões em investimentos de fundos como Qualcomm e
Ericsson.

A LoopKey, uma startup brasileira no segmento das Internet das Coisas,


desenvolveu o conjunto hardware e software para a operação e controle
de entradas e saídas em edifícios e casas, através de smartphones e
wearables, com mais de 250 instalações.

A startup brasileira Upik, criou uma plataforma que conecta especialistas


e arquitetos com os proprietários de imóveis, com o objetivo de auxiliar
nos projetos e indicação de mobiliário, de maneira rápida e conveniente
para os usuários.

51
De acordo com a Goldman Sachs, o faturamento
apenas de empresas de tours virtuais para
Real Estate em 2025 será de US$ 2.6 bi

dos imóveis. Essa atividade envolve a captura de imagens com o aplicativo da startup, o
recebimento das imagens, o tratamento no servidor e a entrega da vivência virtual para acesso via
internet (desktop ou mobile) também em RV. “Nosso processo de captura de imagens e
escaneamento 3D é duas vezes mais rápido e o hardware é 20 vezes mais barato e acessível do que
a principal solução de escaneamento hoje no mercado”, afirma Francisco Toledo, CEO da iTeleport.
Toledo cita que, além de economia de tempo e dinheiro, maior proximidade e conexão com os
clientes e alcance global, o principal benefício do tour virtual para imóveis tem sido a redução de
cerca de 50% do ciclo comercial para efetivar a compra e aluguel nas imobiliárias. Para imóveis
desocupados, o ganho é ainda maior, a aceleração do aluguel ou venda proporciona a redução de
custos dos proprietários com condomínio e do custo de oportunidade do capital imobilizado que
não gera renda.

A startup desde 2017 mantém um convênio com o CRECI-SP (Conselho Regional de


Corretores de Imóveis de São Paulo) para que todos os corretores do estado possam contratar tours
virtuais interativos 3D e utilizar os materiais de marketing digital inclusos no Teleport a menor
custo que de tabela. Além do escaneamento 3D, a iTeleport hoje também conta com uma
plataforma para a visualização de empreendimentos na planta, em que integram com quaisquer
estúdios de computação gráfica para a produção de experiência interativas para projetos ainda na
fase do lançamento de incorporadoras. Um dos projetos mais recentes é o Maranata, na Vila
Industrial, da M Vituzzo Empreendimentos.

Outra startup atuante no mercado com a tecnologia de RV é a Matterport. Fundada em


2010 na cidade de Sunnyvale, Califórnia, arrecadou, no total, US$ 66 milhões em oito rodadas de
investimentos, que foram lideradas por grandes grupos, como a Ericsson Ventures, a Qualcomm
Ventures, a DCM Ventures e a Lux Capital. Ela é responsável pelo desenvolvimento de uma
tecnologia que permite interações imersivas na web em RV. A solução é usada para venda e
aluguel de imóveis residenciais e comerciais, visualização de locais de eventos, planejamento de
varejo, promoção de negócios, entretenimento e mídia de notícias e arquitetura. Em uma conversa
com Nav Athwal, fundador e CEO da RealtyShares, o Diretor Comecial da Matterport, Marc
Rehberger explicou que estão “fazendo uma cópia digital do mundo”. “Aumentamos o tempo
gasto em uma publicidade entre três e seis vezes com o modelo da Matterport. Desde 2011
escaneamos mais de 550 mil propriedades”, disse Marc.

Por outro lado, assim como foi levantado pela Gartner, alguns dos desafios que envolvem
essas tecnologias são as interfaces de design caras e o grande período de tempo que demoraria até
a adoção ser feita em massa. Ainda com essas dificuldades, muitos portais de marketplace de
imóveis já estão estudando a possibilidade de implantarem as tecnologias em seus serviços. Muitos

IoT CO-WORKING
ECONOMIA
CIBER-
COMPARTILHADA ATAQUES
REALIDADE VIRTUAL
CHATBOTS
E AUMENTADA
CO-LIVING

52
deles recorrem às visualizações em 360º para tornar a visualização mais clara aos seus usuários. É o
caso do QuintoAndar, que foi fundado em 2012 com o objetivo de tornar o processo de aluguel mais
prático, rápido e simples.

Hoje, com uma missão de mudar posicionamentos, transformando o funcionamento da


indústria imobiliária, o QuintoAndar possui uma escala de crescimento relevante que já está
causando um grande impacto no mercado. Nos dois últimos anos de atuação, a startup cresceu
cerca de 30 vezes, aproximadamente 20% ao mês, tendo mais de 60 mil imóveis cadastrados em
sua plataforma. Seu bom desempenho permitiu que, ao total, recebesse mais de US$ 20 milhões de
investimento. Em dezembro de 2016 recebeu um aporte de US$ 12.6 milhões em uma rodada de
investimento que foi liderada pela Acacia Partners e pela Qualcomm Ventures. Entretanto, esse
não tinha sido o seu primeiro aporte. No início do ano também havia recebido US$ 7 milhões de
um fundo liderado pela Kaszek Ventures.

Por possuírem uma grande base de dados com informações de seus usuários, como
formação familiar, preferências de imóveis, locais preteridos de locação, ocupação, tempo de
negociação dos imóveis, entre outros, também podem pautar e cocriar novos empreendimentos
junto às incorporadoras e construtoras. Por outro lado, André Penha, cofundador e CTO do
QuintoAndar, explica que o foco da proposta de valor da startup são os proprietários e os possíveis
inquilinos. Para os proprietários, o valor é o pagamento em dia; eles recebem o dinheiro todo dia 12,
mesmo se o inquilino atrasar ou deixar de pagar. Há também, no final do contrato, uma proteção
de até R$ 50 mil contra danos, caso o apartamento seja danificado. Já para os inquilinos, o valor é
não precisar de fiador, cartório e de burocracias.

Tendo um modelo de negócio que envolve o recebimento do valor do primeiro mês de


aluguel e depois 8% de cada mês do contrato, o QuintoAndar dá um retorno de investimento bom
para os proprietários. Isso, pois se alugarem sem garantias e proteções, demorariam, em média, 90
dias. A startup, em média, é 40 dias mais rápida. Segundo Penha, a consequência dessas propostas
de valor é a liquidez. “Quando fazemos um negócio simples, damos garantias aos proprietários e
eles sempre vão preferir aquele caminho. Consequentemente mais inquilinos buscarão imóveis na
nossa plataforma Quando conseguimos alugar mais rápido, o dinheiro também chega mais
depressa ao proprietário e isso amplifica a proposta de valor”, explica.

Assim, ele também explica que a intenção da startup não é “quebrar” o setor, e sim
melhorá-lo. “Não nos consideramos uma ameaça para a área de Real Estate. Estamos aqui para
fazê-la funcionar, tornando-a mais eficiente. O corretor que trabalha no QuintoAndar faz mais
dinheiro dentro da plataforma do que fora dela; os proprietários e os inquilinos também estão mais
felizes conosco; e as imobiliárias logo verão ainda mais valor em nós com um produto que iremos
lançar em breve”, diz.

A Votorantim S.A., gestora de portfólio, ao longo dos seus 100 anos de existência diversificou
e ampliou sua atuação, o que implicou diretamente em uma expansão territorial, possuindo hoje
dentro do seu patrimônio uma área de 450 mil hectares, equivalente a três vezes a cidade de São
Paulo, com características das mais diversas possíveis. Em parceria com a 100 Open Startups, a
Votorantim lançou o Desafio Territórios Inteligentes, para buscar startups que trabalhassem com
gestão de territórios e automação de serviços e atividades nos territórios que estavam sob a gestão
da empresa. Procuravam, sobretudo, soluções que monitorassem e mitigassem riscos,
fiscalizassem os serviços prestados em campo, identificassem eventos de causa natural e
construíssem mapas de uso e ocupação do solo. Com mais de 50 startups inscritas, a empresa
escolheu trabalhar com duas. Uma delas, a Maply, apresentava uma plataforma para geração e
análise de mapas de alta precisão com drones capaz de ser escalonada para a prestação de serviços
em diversos locais. A outra startup, Pix Force, trabalhou em uma inspeção de linhas de alta tensão
com câmeras térmicas acopladas à drones. Renata Vinhas, de Inovação da Votorantim conta que
esse foi o primeiro desafio de inovação aberta lançado na Votorantim S.A. e que os aprendizados
foram muitos. “Durante o demo day, realizado no ano passado, percebemos que asass

53
existiam algumas ferramentas novas no mercado das quais não tínhamos conhecimento e que os
esforços e timings entre uma startup e grande empresa são diferentes”, explica, Renata.

Renata ainda conta que a experiência foi positiva, principalmente por perceber que
conseguem “aprender sobre a possibilidade de co-criar soluções com as startups, que possuem
tecnologias novas que os grandes players de mercado não necessariamente têm. Quando você não
está perto desse ecossistema, você pode perder esse tipo de conexão e ficar para trás”, afirma.

Além do Centro de Soluções Imobiliárias, ainda falando de atuação inovadora em Real


Estate, a Votorantim S.A. possui também uma área de Desenvolvimento Imobiliária, liderada por
Benjamin Citron, Gestor de Desenvolvimento Imobiliário da Votorantim, que conta que, em 2012, foi
criada uma área para administrar os imóveis que já eram patrimônio e que poderiam ser tratadas
de uma forma inovadora dentro dessa gestão de patrimônio. O maior exemplo de projeto é uma
área ao lado do terreno do CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo)
na Vila Leopoldina que é muito bem conectada com eixos de grande fluxo da cidade de SP (entre
as Marginais Pinheiros e Tietê, próxima às regiões de Pinheiros, Vila Madalena, Universidade de SP,
entre outros). Porém, o bairro em si ainda preserva atualmente raízes de uma antiga ocupação
industrial, inclusive com diversos galpões, e problemas de vulnerabilidade social.

Nesse contexto, a área de Desenvolvimento Imobiliário junto com outros parceiros como
URBEM (Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole), SDI e BVEP, com uma visão
inovadora e de revitalização do espaço urbano protocolaram junto a prefeitura em agosto de 2016 o
Projeto de Intervenção Urbana Vila Leopoldina Villa-Lobos – PIU Vila Leopoldina, com intuito de
aproveitar o grande potencial de desenvolvimento da região, com foco em promover uma cidade
mais espacialmente equilibrada e socialmente justa.

“Em ordens de grandeza, estamos falando de uma área de 135 mil metros quadrados onde
unimos a demanda de habitação social na região à necessidade de um bairro mais homogêneo e
um reordenamento urbano desse espaço. Alguns exemplos das ações previstas no projeto são:
recuperação de vias já existentes e abertura de novas tanto para veículos quanto para pedestres, a
construção de um parque linear com áreas verdes e espaços de convivência. Também teremos a
ativação do local com comércios e serviços e aumento da largura das calçadas”, conta Citron. A
estratégia proposta contemplará um plano de criação de espaços públicos que visam aumentar
consideravelmente o fluxo de pessoas na região, inspirando-as a tomar partido do potencial dos
ativos existentes, reimaginar e reinventar os espaços livres, tornando-os lugares centrais de cada
comunidade. “Com seus trâmites processuais evoluindo nos próximos meses, a evolução natural
será de transformar essa área em revitalização em um espaço para implantação de soluções de
startups ligadas a smart cities, negócios de impacto, mobilidade, entre outros temas”, explica.

54
ENTRE_
VISTA
Qual tem sido o foco de inovações nos
empreendimentos do WTC?
Temos focado em desenvolver complexos
multi-uso, que são empreendimentos
imobiliários que possuem diferentes
equipamentos em um só. O WTC de São Paulo,
por exemplo, possui o D&D, maior shopping de
decoração e design da América Latina, com 120 Leonardo Figueró, Presidente do WTC BH
lojas. Inclui, também, um hotel Sheraton, com
320 apartamentos, um centro de convenções globais. Comparamos os números com cidades
com 15 mil metros quadrados e uma torre de que possam vir e locais de convenções que
escritórios com 26 andares. Ter todos esses possam ser concorrentes nossos fora do Brasil.
serviços em um mesmo lugar é o que É um trabalho bem amplo e é óbvio que
enxergamos como inovação, visto que entrega estudamos a demanda da região. Também
facilidade para os locatários e usuários. Essas todas as análises de meio-ambiente, do que
áreas geram muita sinergia e acabam gerando você pode fazer no terreno, é muito importante
resultados melhores do negócio imobiliário. também.
Pensando na parte de projetos, sempre
buscamos as melhores tecnologias, que sejam De que forma as startups conseguem atuar
sustentáveis e de última geração, como em Real Estate? Quais são as oportunidades
economia de energia e de água, além de vidros de negócio?
com painéis solares. Os novos negócios são essenciais para o
crescimento do setor. Há muita oportunidade
Como é feito o processo de escolha dos lotes? na parte da administrativa do
Alguma tecnologia é utilizada? empreendimento, principalmente para as
Geralmente procuramos um parceiro local que startups que propõem soluções relacionadas à
conhece o Plano Diretor da cidade, que possa economia de água e energia. Muitos produtos
nos indicar onde está o futuro desenvolvimento estão sendo desenvolvidos com o objetivo de
da cidade. A partir desse momento, iniciamos tornarem os processos mais eficientes e
estudos de conectividade, acessibilidade, sustentáveis. Este é o futuro de Real Estate.
considerando energia, internet, sempre
procurando terrenos próximos dos aeroportos. Qual a importância do Business Club e do
Depois é feita uma pesquisa de mercado em Liga WTC Innovation Club na estratégia da
parceria com as principais empresas, estudos que organização?
vão te dar a demanda da região para cada um Desde a sua criação, o Business Club do WTC
desses produtos, desses equipamentos que estão tem como objetivo ser um facilitador de
no complexo multi-uso, hotel, convenções, negócios, de conteúdo e de
escritório. Usamos georreferenciamento nas internacionalização. Atualmente somos
pesquisas, o que tem de empresa e referência em fazer negócios - somos uma
consumidores na região para o nosso empresa especialista nisso em gerar conexões.
empreendimento. É lógico que um Com o Liga WTC Innovation Club, temos
empreendimento como o WTC compete contato com empresas de diversos setores,
globalmente. Então, por exemplo, em BH, há um como comércio exterior, trading,
Centro de Convenções de mais de 20 mil metros desenvolvimento de consultoria na área
quadrados que concorre com São Paulo, Rio de tributária, desenvolvimento de soluções de
Janeiro, Buenos Aires, Cidade do México e outras negócio para grandes corporações, etc, que
cidades do mundo em termos de eventos podemos desenvolver parcerias juntos.

55
Aprofundamento
Administradores de
Condomínios
Administrar um condomínio, seja ele residencial, industrial
ou comercial é, muitas vezes, devido à quantidade de tarefas a
serem cumpridas, comparado à administração de empresas. De
acordo com publicação no site do SEBRAE (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas), “a administração de
condomínios é um negócio que está ligado à conveniência,
comodidade e bem-estar”. Com o aquecimento do mercado
imobiliário e o surgimento de novos condomínios – em 2014, eram
mais de 57 mil apenas no estado de São Paulo, de acordo com
dados da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis
e Condomínios de São Paulo) –, o número de administradoras +
condominiais tem, consequentemente, crescido. Segundo de
informações do blog da administradora Robotton, mais de 68
milhões de brasileiros vivem em condomínios, número que 68 milhões de
representa aproximadamente 33% da população brasileira. O PIB brasileiros
(Produto Interno Bruto) movimentado pelo setor chega aos R$ 165 vivem em condomínios
bilhões anuais.

Terceirizar serviços a empresas especializadas passou a ser, Este número representa,


portanto, uma maneira mais fácil de diminuir a quantidade de aproximadamente
problemas legais, contábeis e fiscais. Segundo o portal SindicoNet, 33% da
entre as principais funções das administradoras estão, por exemplo população
realizar o gerenciamento de arquivos documentais, controlar o
do país
cadastro de proprietários, atender os condôminos, recrutar e
selecionar funcionários, elaborar previsões orçamentárias, emitir de
recibos e boletos bancários, atualizar a legislação inerente ao setor,
além de muitas outras. Por mais que muitos dos serviços prestados
por essas empresas não sejam de fato notados pelos clientes – no
caso, condôminos -, realizá-los está longe de ser uma tarefa
simples ou fácil. Mais do que realizar as tarefas em si, precisam
oferecer ao seu cliente final uma boa experiência como morador.

Se nos últimos anos as administradoras imobiliárias viram


nos websites uma tendência que teria grande impacto no
mercado e em seus negócios, esse espaço será, em um futuro
próximo, ocupado pelos aplicativos mobile, também de forma a O PIB
facilitar o controle de atividades. De acordo com post no blog
(Produto Interno Bruto
Updater, com o aumento do uso de smartphones, tornou-se muito
Movimentado) pelo setor
mais efetivo apostar em plataformas mobile, que precisariam
conter, por exemplo, uma navegação limpa e intuitiva, um canal de
chega aos
mensagens instantâneas para a comunicação entre condôminos e R$ 165 bilhões
o staff da administradora e um centro para a solicitação de anuais
manutenções e alertas de emergência. Ainda, os resultados de
uma pesquisa realizada em 2015 pelo portal brasileiro SíndicoNet
as

56
com mais de 4.400 pessoas – entre elas síndicos, administradores, síndicos profissionais e outros
gestores –, vão de acordo com a publicação do Updater. Conforme a pesquisa, 22% dos
participantes afirmaram que se utilizam de recursos online como redes sociais, sites de
condomínios e aplicativos para realizar a comunicação com vizinhos e administradores, índice que
representa um aumento de mais de 250% em relação ao de 2013 (6,5%).

Há 28 anos no mercado, a Manager Gestão Condominial administra mais de 65 mil


domicílios, formando uma base que conta com mais de 120 mil clientes. Segundo Marcelo Mahtuk,
Diretor-Executivo e Fundador da empresa, inovar é melhorar a experiência de cada um dos
condôminos e gerar bons relacionamentos. Para isso, a Manager lança, de forma periódica, novos
produtos no mercado. “Às vezes é o lançamento de um serviço simples, mas é preciso que isso seja
um diferencial da marca. Para isso, nós buscamos o cliente para entender suas necessidades.
Estamos com um projeto novo para o site da empresa, por exemplo, que conta com um espaço
voltado para eventuais ideias e sugestões dos condôminos, que podem se tornar um novo
produto”, afirma Mahtuk. Um exemplo de produto/serviço oferecido pela Manager é a Assembléia
Digital, criada já há 5 anos para aumentar o engajamento de moradores com as questões
condominiais, controlada por meio de um aplicativo, que possibilita que os condôminos
acompanhem e discutam os assuntos das reuniões pelo celular ou computador. De acordo com o
CEO da administradora, a implantação da Assembléia Digital resultou em um aumento de 40% na
participação dos moradores nas assembléias.

Atualmente, a Manager conta com quatro sub-aplicativos, estando todos reunidos em um


só. Um deles é mais tradicional e possibilita que o condômino veja relatórios financeiros, solicite a
segunda via do boleto e contas a serem pagas. Pensando na criação de um bom relacionamento
entre os moradores, foi criado o aplicativo Genti, que transforma “boas ações” em prêmios àqueles
que mais as praticam. “Tudo que criamos como inovação na Manager visa que o condômino tenha
uma facilidade melhor no cotidiano dele e também melhorar a questão de relacionamento.
Facilidade é o condômino pedir um serviço e ser prontamente atendido. Pensamos nessa solução
como uma forma de criar uma relação amigável dentro dos condomínios. Por meio do app é
possível, por exemplo, pedir uma caixa de ferramentas emprestada, solicitar a algum vizinho que
ele cuide do seu filho ou de um animal de estimação, conseguir uma carona para algum lugar. Já
realizamos, também, campanhas de doação de sangue pelo aplicativo”, conta Mahtuk. Além disso,
hoje a administradora conta com soluções para serviços de portaria, que incluem dispositivos de
segurança e de entrada e saída de moradores. Para o fim de 2018, a pretensão é que seja lançado
uma plataforma de zeladoria, de forma a controlar as tarefas dos zeladores do condomínio, por
meio de um smartphone.

22% afirmaram que se utilizam


de recursos online como
dos mais de redes sociais, sites de

4.400 condomínios e
aplicativos para realizar a
entrevistados comunicação com
vizinhos e
(entre eles síndicos,
administradores, índice
administradores, síndicos
que representa um
profissionais e outros
aumento de mais de
gestores)
250%
em relação ao de
2013

57
“ O uCondo foi fundado em 2015 a partir da percepção de que as
atividades exercidas pelos gestores de condomínios e administradoras, desde
a comunicação/gestão de conflitos até processos financeiros e cobranças.
Com o uCondo, conseguimos fazer com que as administradoras de
condomínio otimizem processos, economizem dinheiro e retenham seus
clientes. Durante o processo de transição de um cliente para a nossa
plataforma, percebi que as tarifas bancárias possuíam valores muito altos. No
mês de fevereiro, esse cliente havia gasto R$1.264,33 reais apenas com
tarifas bancárias em um dos condomínios que administra. Com a utilização
da nossa plataforma, no mês seguinte esse valor foi de R$950,37 e, aplicada
em todos os condomínios, a redução será de mais de 20 mil reais apenas com
tarifas bancárias neste ano, sem mensurar o ganho de produtividade. Hoje em Marcus Nobre

dia, possuímos clientes em diversos estados do Brasil e uma fila de espera de
CEO da uCondo
migrações de novos clientes.

No entanto, realizar a administração de condomínios, como citado no início deste


aprofundamento, vai muito além de estabelecer um clima amigável entre os condôminos. Envolve,
também, questões contábeis e financeiras. Em São Paulo, por exemplo, foram protocoladas 13.4 mil
ações condominiais por inadimplência, de acordo com dados do SECOVI-SP (Sindicato da Habitação),
maior sindicato do mercado imobiliário na América Latina. O número é 33% superior ao registrado em
2015 (10.1 mil ações protocoladas). Em níveis nacionais, a taxa de inadimplência subiu de 5% para 8%
entre 2016 e 2017, conforme dados da Abadi (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis)
publicados no jornal A Tribuna. Segundo a publicação, a crise econômica e o alto índice de
desemprego são alguns dos motivos que resultaram no aumento dessa taxa.

Uma iniciativa brasileira que surgiu com o objetivo de diminuir as taxas e problemas
relacionados à inadimplência em condomínios é a startup sergipana Inadimplência Zero, que oferece
serviços diretamente a administradoras condominiais. A proposta consiste na disponibilização de
segurança no pagamento de taxas de condomínio de maneira integral, de forma que a
administradora e/ou o condomínio receba todo o valor, inclusive o que não for depositado pelos
moradores inadimplentes. Outra startup que também oferece serviços financeiros é o uCondo,
fundado em 2015 com o objetivo de otimizar os serviços oferecidos pelas administradoras
condominiais. O uCondo é uma plataforma estabelecida em cloud e pode ser acessada por meio do
aplicativo ou navegador. No módulo financeiro, realizam automação financeira, geração de boletos
com cálculo de juros e elaboração de relatórios, eliminando boa parte dos processos burocráticos
envolvidos. Hoje 98% das administradoras possuem um sistema que gera um arquivo de remessa
para fazer a cobrança da taxa condominial, de forma manual, tendo que registrar os pagamentos no
banco. Depois disso, ainda é preciso verificar diariamente, fazendo o download do arquivo de retorno
do banco para verificar quais condôminos realizaram o pagamento. O nosso objetivo foi eliminar
essas partes do processo e reduzir custos, tudo com um clique. Também possuímos um sistema de
envio de notificações para os moradores pelo aplicativo, como lembrete de pagamento”, afirma
Marcus Nobre, Fundador e CEO do uCondo. Além do módulo financeiro, a startup também oferece
serviços de comunicação, voltados à gestão da área do condomínio, como automatização de tarefas e
reservas, abertura e acompanhamento de chamados de moradores, agilização de votações de
assembléias, liberação de acesso em portarias, redução de gastos, entre outros.

Nobre ainda conta que há uma dificuldade em abordar inovação em grandes empresas
responsáveis pela administração condominial, mas, em contrapartida, vê abertura em empresas de
pequeno e médio porte. “Existe o conservadorismo e processos tradicionais dentro da área de Real
asas

58
Estate, mas vemos iniciativas de players atuantes em nichos de mercado e que possuem uma
visão de crescimento alinhado às inovações tecnológicas”. É o caso da Protec Administração de
Condomínios, localizada no Rio Grande do Sul, que tem buscado otimizar seus negócios por meio
de inovações tecnológicas. “Há uma dificuldade em alterar processos que sempre foram feitos de
uma maneira específica, mas nós somos bem inovadores em comparação ao resto do mercado
daqui. Temos o nosso próprio setor de engenharia e sempre existe uma conversa sobre o que
podemos fazer para inovar”, afirma Paulo Oliveira, Diretor de Operações da Protec.

Segundo Oliveira, o foco da Protec tem sido a automatização de seus processos e serviços,
de maneira que consiga facilitar a comunicação entre a administradora e os condomínios que gere.
Para isso, passaram a utilizar os serviços do uCondo, em uma parceria que tem rendido bons
resultados para a empresa. “No início até houve uma resistência, mas hoje se tornou uma parte
essencial em nosso sistema. A gente teve uma economia grande em transporte, porque antes a
informação era em papel e hoje é online”, conta. Além disso, conforme Oliveira, o aplicativo do
uCondo mapeia possíveis tendências e necessidades dos clientes, a partir da geração de chamados
e do conhecimento dos problemas que os condôminos enfrentam. Uma iniciativa que busca
justamente automatizar e facilitar os serviços das administradoras de imóveis é a PropertyMe,
fundada em 2013, em Sydney, na Austrália. Utilizando-se de serviços de cloud, a startup oferece um
software que agrega a gestão de propriedade (alertas, controle de documentação, visualização de
necessidades e urgências, serviços financeiros), comunicação, atividades (inspeções de rotina,
controle de tarefas, agendamento de inspeções) e contabilidade.

De acordo com Rodrigo Mendes, diretor das verticais Contábil e Imobiliária na Alterdata
Software, em publicação no blog Alterdata, o acompanhamento da realização de obras está entre
os maiores desafios de uma administradora de condomínios, já que é a responsável por garantir o
bem-estar dos condôminos e a manutenção do orçamento. Para ele, “a terceirização pode ser uma
opção interessante, pois permite que a administradora foque em apenas controlar a execução dos
serviços, em vez de ter que comandá-los. Assim, a empresa pode manter suas atividades de
gerenciamento do condomínio enquanto garante a qualidade das obras”.

A startup Concessus foi fundada em 2017 e nasceu de uma dor sentida pelos próprios
sócios, nas duas pontas em que a empresa atua, tanto do proprietário de lote ou unidade que
precisa aprovar o seu processo de construção ou reforma, quanto da administração do
empreendimento, que ainda trabalha com papéis impressos e sem nenhuma ferramenta de
gestão central. Assim, a Concessus oferece uma plataforma de aprovação digital de processos de
construção e reforma para loteamentos e condomínios, com um painel de controle central que
permite à administração fazer a gestão unificada de todos os processos de maneira mais ágil.
Funcionalidades ainda incluem notificação da diretoria do andamento de processos em tempo
real, um acervo online de documentos e projetos aprovados e a disponibilização de relatórios de
obras”, afirma Mauricio Carrer, CEO da startup. Os relatórios são elaborados a partir de visitas
técnicas regulares da equipe da Concessus, de forma a apontar a conformidade do que está sendo
executado em relação ao que foi projetado e se a obra segue os regulamentos e os padrões de
segurança do empreendimento.

PLATAFORMAS
WEB APP
MOBILE
TERCEIRIZAÇÃO
NUVEM INTEGRAÇÃO
AUTOMAÇÃO

59
“ Somos fãs de tecnologia. Tudo que vem pra facilitar tem que ser
bem-vindo. Nós temos o nosso próprio setor de engenharia, nosso engenheiro
civil, de automação, de produção, nós temos tudo e sempre conversamos
sobre onde nós podemos abordar e o que podemos levar. Hoje o uCondo nos
atende meio a uma constante melhora e é um aplicativo que ninguém tem na
região. Já se tornou essencial. Quando realizamos esse investimento,
sabíamos que não seria resolvido do dia para a noite, mas já evoluímos
bastante e a perspectiva é de que isso continue. Tivemos uma economia
grande em transporte, visto que digitalizamos informações que antigamente
eram físicas, em papel. Em manutenções, tivemos um lucro em torno de R$
500 mil esse ano. Por meio do aplicativo, nós também conseguimos mapear
tendências. Acompanhamos os chamados que os condôminos abrem com os
Paulo Oliveira
maiores problemas que eles enfrentam. Conseguimos acompanhar, por Diretor de Operações na
exemplo, quantos chamados de manutenção foram realizados em um mês e
“ Protec
as reclamações mais frequentes. Em cima disso, torna-se possível realizar
melhorias no nosso atendimento.

Questões, como serviços de limpeza, segurança e portaria também são muito importantes na
administração de condomínios. Um exemplo disso é a FindMe, solução criada em 2016, que leva
inteligência e tecnologia ao mercado de segurança patrimonial por meio de uma plataforma de
gestão online de equipes de empresas de segurança. Assim, a FindMe monitora do cumprimento de
serviços de segurança de forma online, com dados baseados em nuvem, permitindo a validação de
tarefas como a ronda realiza em condomínios.

“As empresas de segurança que são nossos clientes normalmente estão também ligados à
equipe de limpeza. Conseguimos monitorar as atividades desses profissionais, estabelecendo uma
ordem de tarefas. Para a parte de portaria, nós desenvolvemos o Sempre Alerta, que é uma solução
para postos fixos, para o funcionário que não realiza rondas, possibilitando monitorar suas atividades.
Funciona basicamente como um alarme que toca periodicamente, com a função de manter o
colaborador acordado e prestando os seus serviços. A resposta do porteiro é controlada por relatórios,
se ele perde esse alarme, o score dele cai”, afirma Diogo Vinicius, CEO da FindMe. Atualmente, a
startup conta com 50 clientes, em mais de 20 estados e cerca de três mil vigilantes monitorados. De
acordo com ele, os serviços prestados à cliente paranaense PoliService resultou em uma economia de
mais de R$ 80 mil contratante, além da melhoria da eficiência dos serviços prestados pela empresa.

A startup americana Cozy, que já levantou mais de US$ 18 milhões em


investimentos, uma ferramenta para que administradores e locadores
de imóveis façam a gestão de suas atividades, contas, cobranças e usos
do espaço.

A startup americana Mynd ajuda a gestores de imóveis a fazerem o


controle da rentabilidade dos seus ativos em tempo real, cruzando
receitas e despesas relacionados ao uso do mesmo. A startup já levantou
mais de US$ 35 milhões em investimentos.

A startup brasileira FindMe é responsável por oferecer uma série de


soluções para controle e gestão de times de segurança, sendo aplicados
para área imobiliária, garantindo o acompanhamento de indicadores e
coerência com os serviços contratados.

A uCondo, startup brasileira fundada em 2015, é uma plataforma


completa para gestão de condomínios, oferecendo recursos para
controle financeiro, comunicação e integração entre condôminos. Foi
acelerada e investida pela Porto Seguro e a Plug and Play, via Oxigênio.

60
ENTRE_
VISTA
Como é a relação da RE/MAX com inovações
e tecnologias?
A RE/MAX no Brasil aplica à sua rede de
agentes/corretores as melhores ferramentas
em tecnologia, usadas pela marca em mais de
100 países. Em Denver (EUA), onde fica a sede
da companhia, temos um Laboratório de
Inovação no qual são testadas e desenvolvidas
Peixoto Accyoli, Presidente da RE/MAX no Brasil
novas formas de comunicação com os clientes
para atender às suas necessidades. Uma das
iniciativas bem-sucedidas é a plataforma de
educação a distância com os módulos de atende há três anos, com excelentes resultados.
cursos online e offline realizados na A plataforma tecnológica oferece aos nossos
Universidade RE/MAX. O livestream também franqueados consulta automatizada para
tem sido bastante utilizado pela empresa para soluções de venda, sendo ligada aos três
conectar os mais de 1.500 corretores, master principais bancos privados do país. Dessa
franqueados e franqueados nos inúmeros forma, é possível obter a taxa efetiva de
eventos, palestras e cursos programados pela financiamento de cada cliente interessado em
RE/MAX ao longo do ano no país. Não temos adquirir um imóvel, incluindo seguro e IOF, e
dúvida que a tecnologia é um “veículo de faz um comparativo de crédito imobiliário.
informação” importante para educar, capacitar
e formar novos profissionais. Quais resultados vocês já obtiveram dessa
parceria?
Quais tipos de soluções estão ligadas Toda a consulta é automatizada, incluindo o
diretamente aos serviços que vocês preenchimento dos vários formulários, e a
oferecem? plataforma informa o score dos clientes para
A RE/MAX oferece soluções tecnológicas, como que o corretor veja imediatamente o potencial
o CRM integrado e a plataforma de crédito deles e tome as providências mais
GlobalRemax.com, um portal internacional no apropriadas caso a caso. Nestes três anos,
qual as informações e prospecção de clientes e reduzimos drasticamente o tempo de
imóveis podem ser compartilhadas entre os contratação de crédito imobiliário de várias
corretores de São Paulo com as unidades em semanas para apenas alguns dias. Em soluções
Portugal, por exemplo. Somos a única rede de para locação, a fintech disponibiliza a mesma
franquia imobiliária a usar todos esses recursos. plataforma para garantias locatícias, com
Isso é globalização, em que um corretor local cotação automática de seguro fiança, emissão
consegue atuar de forma dinâmica e efetiva. do seguro e até mesmo de títulos de
capitalização que substituem o caução com
Como é o relacionamento entre a RE/MAX condições muito mais vantajosas. O prazo para
Brasil e startups? emitir um contrato de crédito imobiliário era de
Enquanto a inteligência artificial não chega, o 58 dias antes da MAX Finanças apoiar as
relacionamento da RE/MAX com inovação e operações da RE/MAX e passou para os atuais
startups no Brasil é muito forte e essencial para 21 dias, cerca de metade da média do mercado.
o plano de negócios da empresa. Temos dentro A nova abordagem ajudou a aumentar as
do nosso grupo a Atta Finanças, a única fintech vendas de garantia locatícia em
do Brasil que oferece soluções tanto para venda aproximadamente 30% ao ano nestes últimos
quanto para locação de imóveis e que nos três anos.
asasas

61
INVEST
TALKS
Powered by:

Real estate é a maior classe de ativos do


mundo e estima-se que em 2020 seu valor
supere US$ 45 trilhões. Esse mercado trouxe
sucesso e fracasso a inúmeros investidores ao
longo dos tempos e conecta-se diretamente ao
desejo da raça humana de posse e conquistas.

Em 2007 testemunhamos a crise do


mercado imobiliário americano (subprime) que
foi o prenúncio da crise econômica de 2008,
ano em que vimos inúmeras instituições
Marcelo Sato, partner na Astella Investimentos
financeiras centenárias quebrarem e um
colapso da
daeconomia
economiaglobal. Isso
global. nosnos
Isso mostra a a relevância que esse setor exerce sobre a cenário
mostra
mundial e o tamanho da oportunidade que representa.

As Real estate tech ou Proptech são startups que surgem para inovar neste setor, somente
dois unicórnios (Airbnb e WeWork) já receberam mais que US$ 10 bilhões em investimentos e atuam
no segmento de economia compartilhada e co-working. Outros disputam batalhas com grandes
incumbentes como a Katerra uma construtora que já recebeu US$ 1,1 bilhões em investimentos e tem
como propósito transformar a indústria de construção civil aplicando tecnologia em suas soluções.

Outro fator que tem atraído muitos investidores a esse segmento, é a proximidade com
diversos outros setores da economia como finanças, saúde, educação e segurança entre outros. Isso
aumenta a oferta de oportunidades para além dos tradicionais processos de construção,
comercialização e gestão de imóveis. Aliado a isso, é um setor onde a transação tem um elevado custo
operacional, fruto de diversos agentes – corretor, financiador e validadores de identidade e registro
(cartórios e registro de imóveis), abrindo assim diversas oportunidades de otimização.

Por fim, especificamente nos países em desenvolvimento, notamos uma forte migração da
população para as áreas urbanas trazendo uma imensa necessidade de investimentos ao setor aliado
ao surgimento de novas metrópoles com alta densidade populacional.

No Brasil um estudo mostrou mais de 300 startups atuando em Proptech nos mais diversos
segmentos - gestão de obras, financiamento imobiliário, ferramentas para transações imobiliárias,
auxílio contratual, administração de imóveis, big data e manutenção entre outros. Somente com base
nesse cenário, identificamos o quanto o mercado ainda é fragmentado e propício para uma
consolidação. Temos então mantido proximidade com as diversas iniciativas em busca de
empreendedores que apresentem soluções que vão de encontro a essas necessidades mas
principalmente se diferenciem dos demais construindo soluções de alto valor agregado para seus
clientes.

62
NOVOS
No intuito de entender a dinâmica do
setor, é preciso levar em consideração que se
trata de um mercado capital intensive, isto é, em
que a alavancagem financeira (crédito) para

NEGÓCIOS
ambas as pontas (incorporadoras e clientes) é
fundamental, sendo que a população, além de
adquirir imóveis com fins residenciais, também
tendem a adquirir imóveis para investimento
(geração recorrente de renda ou ganho de
capital) próximo a regiões comerciais ou já
Powered by:
conhecidas em algum momento da vida.
Portanto, tradicionalmente, o imóvel é visto com
Por: Dr. George André Willrich Sales bons olhos pelo público, pois é um ativo tangível,
Ms. Jacinto Pedro dos Santos Neto útil para moradia (protegido por lei, se for imóvel
único) e protegido, financeiramente, por inflação.
Ademais, o público prefere comprar imóveis em
De forma que novos empreendedores
zonas de influências comerciais, ou seja, no
desenvolvam o mercado de Real Estate, mais
pêndulo de atração entre commuters e
especificamente, no nicho de administração
empresas.
predial, é necessário, primeiramente, entender de
forma ampla: (i) as externalidades pertinentes e E, então compreendendo melhor o setor
(ii) a própria dinâmica deste setor. de Real Estate, por que desenvolver o mercado
imobiliário e a administração predial?
No que se refere às externalidades
pertinentes, basicamente, trata-se do ambiente Primeiramente, por se tratar de um
econômico-político em que o setor está inserido e mercado muito importante para o PIB brasileiro.
como isso pode impactar o mercado imobiliário. Quando se pensa no mercado imobiliário, tem-se
No caso brasileiro: é possível elencar duas o foco, quase que necessariamente, para a
variáveis nestas externalidades: engenharia civil, quando, na verdade, também
engloba assuntos de direito imobiliário,
Político → diversas leis, regulamentações e
arquitetura/planejamento urbano e finanças.
programas que influenciam o mercado como (i)
Ademais quando os empreendimentos são
Minha Casa Minha Vida - MCMV; (ii) Crédito
constituídos, abrem espaço para prestação de
Habitacional (do Sistema Financeiro de Habitação
serviços e administração predial ou gestão de
– SFH e do Sistema Financeiro Imobiliário-SFI), (iii)
condomínios que engloba serviços de segurança,
Sociedades de Crédito Imobiliário e (iv)
de manutenção, de limpeza, de jardinagem, entre
Associações de Poupança e Empréstimos. Todo
diversos outros, sendo que estes serviços estão
esse “arcabouço” integra o Sistema Brasileiro de
presentes tanto em homes (residencial), quanto
Poupança e Empréstimo - SBPE utilizado para
em properties (comercial), conjunto de
financiamentos imobiliários à população, além da
loteamentos, shopping centers, hotéis/resorts,
linha de crédito “Plano Empresário” do governo
hospitais/conjuntos de clínicas particulares e
federal direcionada às incorporadoras
agrupamentos industriais e de armazenagem.
imobiliárias. No âmbito local, é interessante
Tudo isso, obviamente, demanda tecnologia e
destacar o Plano Diretor de Desenvolvimento
permite aos empreendedores desenvolverem
Urbano que proporciona regulamentações,
start-ups das mais diversificadas.
diretrizes para incorporação e construção de
empreendimentos imobiliários nas cidades É importante salientar que não existem
brasileiras. muitos cursos e pós-graduações em Real Estate
no mercado brasileiro. Logo, existe uma
Econômico → a própria política monetária, que
oportunidade, inclusive, para o setor educacional.
trata da taxa de juros e controle da inflação,
A literatura nacional se limita a livros de
impacta diretamente o financiamento de longo
arquitetura, engenharia civil, de direito imobiliário
prazo (objeto do financiamento do imobiliário). Já
e alguns outros do ramo. Um dos poucos que
a política fiscal, que trata da arrecadação
tratam da engenharia financeira do setor
(tributação) e despesas (correntes e de capital),
imobiliário é o livro do professor e Dr. João da
são gatilhos que influenciam o crescimento ou
Rocha Lima Junior da Poli-USP. Praticamente
não do PIB, da dívida pública federal e,
boa parte da literatura de Real Estate Finance é
certamente, do mercado de Real Estate.
oriunda dos Estados Unidos.

63
CONCLUSÃO
Um dos setores mais impactados pela crise durante os últimos anos certamente é o setor da
Construção Civil e, consequentemente, o Imobiliário. Com um impacto em escala de bilhões de reais,
os atores destes setores estudam e aplicam soluções para minimizar os efeitos e inverter a situação o
quanto antes, que vão desde a etapa de crédito disponível para este fim no mercado, passando pela
otimização dos processos construtivos, até a maneira de atender às necessidades dos seus potenciais
clientes.

Neste contexto, as startups aparecem como um importante parceiro para a aceleração do


encontro destas soluções e, também, para a exploração de novos mercados e relacionamentos no
setor. Podemos observar dois grandes grupos de startups atuando neste mesmo ambiente, as
Construtechs - startups ligadas diretamente à soluções na construção - e as PropTechs - startups que
oferecem soluções para o mercado imobiliário em suas várias etapas.

Com o objetivo de apresentar ao mercado brasileiro como as startups de Real Estate estão
atuando e entregando valor para o setor, quebramos suas atuações em cinco grande elos da cadeia
de valor, sendo eles: Financeiro, Construção e Incorporação, Corretagem, Proprietários e
Administradores de Condomínios.

No elo Financeiro, podemos observar um forte movimento de busca de aplicações de


tecnologias como big data e analytics com o objetivo de reduzir riscos e ampliar a oferta de crédito
no mercado, de maneira mais assertiva e preditiva, com scores que vão além do modelo tradicional.
Outra frente interessante é a descentralização dos credores, com o surgimento de plataformas de
crowdfunding imobiliários e empréstimos peer-to-peer.

Em Construção e Incorporação, vemos uma série de soluções focando a entrega de eficiência


e controle de obras, ponto este apontado pelos profissionais da área como um dos principais
responsáveis por perdas financeiras. Além disso, vemos uma frente interessante de aplicação de
tecnologias emergentes em larga escala no elo, como impressão 3D e uso de drones.

Falando em Corretagem, os agentes que intermediam a venda das propriedades, as startups


apresentam uma série de oportunidades de entrega de valor voltadas à inteligência do corretor, com
o uso de inteligência artificial para ajudar na gestão da carteira, na busca de clientes, em uma melhor
forma de impactar o prospect e até na análise do perfil de crédito, facilitando e desburocratizando os
processos de compras e vendas.

No penúltimo elo da cadeia, os proprietários impulsionam o surgimento de soluções


relacionadas à comodidade e conveniência em torno dos imóveis. Co-workings e Co-livings são as
principais apostas de investidores no setor, seguidos por soluções de IoT que podem facilitar a
interação com as habitações e reduzir custos para facilitar a compra e manutenção dos imóveis.

Por último, os Administradores de Condomínios, um modelo cada vez mais utilizado no Brasil
pela forma de expansão das moradias, as soluções acabam surgindo com dois principais objetivos:
ganhos financeiros nas operações envolvidas e ganhos de comunicação entre responsáveis e
condôminos. O uso de plataformas integradoras e apps são as principais tendências, abrindo uma
frente de expansão de ofertas de outros serviços por meio deste ponto comum criado.

O setor de Real Estate apresenta inúmeras oportunidades de inovação e reconhece isso como
um dos principais direcionadores das suas estratégias para os próximos anos. Esperamos que este
material ajude a exemplificar e estimular ainda mais iniciativas entre startups e os grandes atores no
setor.

64
AGOSTO 2018

INFORMAÇÕES PARA O USO


E REPRODUÇÃO DESTE MATERIAL

A Liga Insights produz estudos que têm por objetivo


aprofundar, explorar e divulgar as formas como as
startups brasileiras estão se desenvolvendo e rela-
cionando em suas áreas de atuação.

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65
REALIZAÇÃO:

PATROCÍNIO:

APOIO:

66
REFERÊNCIAS
Introdução

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Incorporadoras e Construtoras

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