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Mas o erro pertence ao passado, e dele ficam aqui algumas lições que
quero muito compartilhar com meus leitores. Vamos, então, dar fim aos tristes
hábitos e aos velhos mitos:
Esse é o primeiro passo de todo bom escritor: saber qual é o seu público,
seu receptor. É ingênuo pensar em si apenas, durante o processo de
escrita. Muita gente pensa no texto como um espelho de si, mito narcísico
sem muita fundamentação. O texto até pode revelar traços de sua
personalidade, de seu comportamento, mas não pode centralizar-se
unicamente em você mesmo. Fazer um texto é como comercializar um
produto alimentício: vou elaborar esta receita para quem? Para mim? Claro
que não. A oferta é para quem vai comprar o produto, por isso tenho que
estar atento ao paladar do outro. Saber escolher os ingredientes, dosar o
tempero.
- em outras palavras, ele passará boa parte do seu tempo com textos que
não lê por prazer, mas por obrigação.
- agora, ponha-se no lugar dessa pessoa que vai passar dias e dias com
esse amontoado de textos, mais ou menos iguais.
CLAREZA e OBJETIVIDADE.
Quero deixar o meu texto agradável, bonito, o que faço? Lógico que a
elegância é necessária ao texto, mas devemos evitar os ornamentos em
excesso. Uma ou outra palavra incomum faz parte de quem possui um
vocabulário rico em expressões originadas de leituras diversas e, naturalmente,
pode ser empregada no texto sem maiores problemas. Todavia, não é preciso
avisar que é bom dominar o sentido do que se escreve e ter certeza de que seu
emprego manterá a coerência das ideias daquela estrutura frasal. No mais, a
beleza textual apoia-se em situações bem simples. Vejamos:
- Diminua o tamanho dos seus períodos e dos seus parágrafos. Seja razoável
com quem possui inúmeras redações para corrigir. Aos olhos, os parágrafos
menores são mais interessantes de serem lidos do que os que parecem não ter
fim. Períodos extensos também levam ao cometimento de erros gramaticais
inesperados e à falta de clareza na exposição das ideias.
- Faça uma tabulação para parágrafos bem visível. Não cole sua escrita à
margem esquerda.
Se você tiver algum texto pronto aí na sua casa, veja se não há nele
aquela frase que bem poderia ser apagada, como as do exemplo anterior.
Saiba o seguinte:
- A conclusão, parte final dos textos, serve para a ratificação das ideias da
introdução ou uma síntese do que escrevemos ao longo do texto. É um espaço para
confirmarmos ao leitor nossas posições.
- Nada, nada de fechar o texto com frases românticas e/ou idealistas. Nada de dar
conselhos ao cara da banca. Coisas do tipo: “Vote com consciência para que o
Brasil tenha um futuro político promissor!”
O avaliador não vai ligar para você a fim de agradecê-lo pelo conselho, por isso não
se empolgue com a oferta de soluções mágicas.
- Também não acrescente mais argumentos, pois sua redação já chegou ao fim. É
hora de confirmar posições. Somente isso. Seja sempre racional num exame
Ainda colocando as coisas em ordem, procure ter cuidado com as
seletivo.
Quando lemos tais redações, entendemos que para a banca, mesmo havendo
esforço do candidato em abordar o tema, não houve clareza na exposição
desse exercício. A razão para tal estaria nas frases longas e invertidas que
muitos teimam em apresentar à banca. Desista. Sempre que puder, esforce-se
em dar à frase uma organização direta, com base nesta estrutura sintática
comum:
SUJEITO VERBO COMPLEMENTOS VERBAIS
A “estória” do título
Há uma mania que teima em aparecer nos concursos: “não vou dar título
à redação, pois posso ser reprovado”. Que coisa doida, lógico que não!!! Então,
“por que muita gente insiste nisso?” Simplesmente, porque já houve prova em
que a ordem era para não dar título ao texto, mas alguns não leram as
exigências da prova, colocaram título e foram punidos.
O título atua no texto como uma manchete no jornal: ele convida de
modo perspicaz o leitor para conhecer a matéria redigida. Na imprensa escrita,
ele é de ordem fundamental para a venda dos textos.
Já no concurso, ele pode ou não ser empregado. Nesse caso, não há a
ideia de se prender o leitor, pois ele terá que ler o texto, porque vai avaliá-lo.
Como não é instrumento de atração do leitor, se empregado, o título deve ser
sóbrio, objetivo, adiantar alguma ponto significante do texto; assim, aconselho
empregar no título uma combinação de expressões pertinentes ao seu texto
para que aquele atue como um topicalizador de informações, ou seja, um
elemento textual que antecipe os acontecimentos para o leitor.
Se você não empregar um título, apenas perdeu um grande aliado na
composição da objetividade do assunto a ser apresentado. Não haverá,
portanto, penalização por deixar de dar título ao seu texto. Fica, então, ao seu
gosto empregá-lo ou não.