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PSICOLOGIA DO ESPORTE: HISTÓRICO, DESENVOLVIMENTO E

APLICABILIDADES

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SUMÁRIO

O QUE É PSICOLOGIA DO ESPORTE? .................................................................... 4


PERCURSO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE ..................................... 5
PSICOLOGIA DO ESPORTE: SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ................................... 12
Áreas de atuação ...................................................................................................... 18
Esporte de rendimento. ............................................................................................. 19
Práticas de tempo livre. ............................................................................................. 20
Projeto social. ............................................................................................................ 21
Iniciação esportiva. .................................................................................................... 21
Esporte escolar. ........................................................................................................ 22
Reabilitação............................................................................................................... 23
A PSICOLOGIA DO ESPORTE QUE TEMOS .......................................................... 24
A PSICOLOGIA DO ESPORTE QUE QUEREMOS .................................................. 29
UMA QUESTÃO SINGULAR: A CLÍNICA NA PSICOLOGIA DO ESPORTE ............ 35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38

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O QUE É PSICOLOGIA DO ESPORTE?

A Psicologia do Esporte é uma ciência, que estuda os comportamentos de

pessoas envolvidas no contexto esportivo e de exercício físico.

O objetivo do psicólogo do esporte é entender como os fatores psicológicos

influenciam o desempenho físico e compreender como a participação nessas

atividades afeta o desenvolvimento emocional, a saúde e o bem estar de uma

pessoa nesse ambiente.

A atuação profissional mais conhecida está relacionada aos esportes de alto

rendimento. Mas, não é só isso o foco do psicólogo do esporte. As áreas de

intervenção são compostas também: pelas práticas de tempo livre (atividade física

como manutenção da saúde e do bem estar), pelo esporte escolar (a relação do

praticante com o ambiente escolar, nos mais variados graus), pela iniciação

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esportiva (crianças e jovens envolvidas em atividades esportivas, pedagógicas e

competitivas), pela reabilitação (recuperação psicológica de lesão de atletas e

praticantes de esporte, assim como pessoas que praticam atividade física como

meio para reabilitação ou inserção social, os obesos, os doentes cardíacos, os

doentes mentais, as pessoas com necessidades especiais entre outros), e por fim

pelos projetos sociais (tem como intuito o esporte como meio de educação e

socialização de crianças e jovens de comunidades carentes).

Muitas vezes os papéis da Psicologia do Esporte e da Psicologia Clínica são

confundidos, na verdade são especialidades diferentes. Não se “transporta” para o

ambiente esportivo o “divã”, as estratégias de intervenção dessas áreas podem ser

em alguns momentos similares, porém os objetivos são distintos. Na área esportiva

procuramos desenvolver as principais habilidades psicológicas para um bom

desempenho.

PERCURSO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE

A Grécia Antiga é tida como o berço da Psicologia Esportiva, pois ali alguns

filósofos, como Aristóteles e Platão, especularam sobre a função perceptual e

motora do movimento por meio dos conceitos de corpo e alma. Com isso, o

desenvolvimento da Psicologia Esportiva se confunde com o desenvolvimento da

Psicologia Geral, devido à sua base filosófica (Barreto, 2003).

No final do século XVII e o começo do século XVIII as habilidades motoras e

processos físico-fisiológicos como tempo de reação, limiar de determinação, atenção

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e sentimentos ocuparam os estudos da época no terreno da Psicologia aplicada ao

esporte (Davis, Huss & Becker, 1995).

Entre os estudos iniciais em Psicologia do Esporte encontra-se o de Fitz

(1897), o qual afirmou que a prática esportiva (jogar) era um meio de se preparar

para a vida, por promover a capacidade de julgamento, habilidade de perceber as

condições corretamente e a habilidade de reagir rapidamente a um ambiente

mutável).

A importância do esporte é destacada em estudos iniciais dessa

especialidade, como o de Patrick (1903) e o de Hermann (1921), os quais afirmam

que o esporte permite o desenvolvimento de hábitos de vida e que os músculos são

os mecanismos pelos quais se desenvolvem a imitação, a obediência e o caráter.

Destacam que seria por meio do esporte que mente, corpo e alma se manifestariam

em situações reais. Kellor (1908) advogou também que por meio da atividade física

não se construía apenas um corpo forte, mas também uma mente forte.

Estes estudos serviram como base para as pesquisas de Norman Triplett,

investigador da Universidade de Indiana – EUA, o qual realizou os primeiros

experimentos direcionando a Psicologia do Esporte ao caminho em que se encontra

nos dias atuais (Gonzáles, 1997). Triplett (1898) estudou a influência do adversário

em ciclistas de rendimento e acreditava que a presença de um competidor servia de

estímulo para a liberação de uma energia que permanecia latente ante as condições

diretas e sem ritmo de competição. Para o autor, a presença do adversário

funcionava como um elemento motivador para o aumento do esforço do atleta.

No início do século XX surgiram as primeiras discussões sobre a influência do

aspecto psicológico no desempenho de atletas no contexto esportivo, mas como a

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Psicologia ainda não estava consolidada como uma ciência, as publicações da

época eram escritas por educadores, atletas e jornalistas, que não apresentavam

suporte científico suficiente para explicar esta variável. Ressalta-se, porém, que

nesse período o sucesso de um atleta era atribuído ao seu controle emocional,

evidenciando que o segredo do sucesso de um atleta não está no comprimento dos

membros, na profundidade do pulmão ou no desenvolvimento muscular, mas sim, no

controle nervoso (emocional) sobre o corpo (Lee, 1901).

Por volta de 1920, a Psicologia do Esporte surge de diferentes formas na

Alemanha, na União Soviética e nos Estados Unidos da América (EUA).

Neste período destacam-se em Moscou os psicólogos Avksentii Puni e Piotr

Rudick, que realizaram os primeiros trabalhos de Psicologia no Instituto de Cultura

Física na União Soviética; na Alemanha, Schulte Sippel, psicólogo do Instituto de

Educação Física de Leizig e Berlim, publica o primeiro livro Corpo e Alma no

desporto: uma introdução à Psicologia do Exercício Físico; e nos Estados Unidos da

América Coleman Roberts Griffith enfoca a relação entre psicologia e esporte

(Gonzáles, 1997; Araújo, 2002).

Destes, Coleman Griffith foi considerado o Pai da Psicologia do Esporte, pelo

fato de ter sido o primeiro a criar um laboratório de Psicologia do Esporte, o que se

deu em 1925, na Universidade de Illinois. Coleman tinha como meta investigar um

conjunto de elementos psicológicos relevantes para o rendimento esportivo, e os

seus estudos envolviam temas de aprendizagem, habilidades motoras e variáveis da

personalidade. Criou vários testes e foi o primeiro professor de Universidade a

oferecer um curso de Psicologia do Esporte, em 1923. A criação do Laboratório de

Griffith marca o início do período histórico (1920-1940), quando a Psicologia do

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Esporte passou a ser desenvolvida e pesquisada na prática. Nesse período também

surgem os primeiros trabalhos de preparação psicológica com equipes olímpicas na

Tchecoslováquia.

Após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1945 e 1964, surgiram

vários laboratórios de Psicologia do Esporte nos Estados Unidos, tais como os de

Franklin Henry (Universidade de Berkeley), John Lawther (Universidade da

Pensilvânia) e Arthur Slater-Hammer (Universidade de Indiana), os quais

começaram a oferecer cursos de Psicologia do Esporte nas suas universidades.

Também Bruce Ogilvie e Thomas Tutko lançam nesse mesmo período o livro

Problem athletes and how to handle theme. Este livro foi muito popular entre os

técnicos esportivos e atletas, e devido a ele Ogilvie foi referenciado como o Pai da

Psicologia Aplicada ao Esporte (Cox, Qiu & Liu, 1993). Neste período, a corrente

teórica de influência de estudos era o Behaviorismo de Watson, que principalmente

Skinner divulgava nos EUA.

Durante o período de 1950-1980 a Psicologia do Esporte começou a construir

a sustentação teórica que embasaria as pesquisas desse setor da Psicologia.

Apesar das contribuições anteriores de autores como Griffith, foi nesse período que

os estudos passaram a enfocar as características psicológicas, tirando o enfoque da

área do comportamento motor (desenvolvimento motor e aprendizagem motora).

Neste sentido, devido às diferenças culturais, no contexto mundial cada país

enfatizou diferentes aspectos da Psicologia do Esporte e do Exercício.

Um grande salto no plano de desenvolvimento científico ocorreu nos anos 60,

em que estudos específicos foram apresentados, principalmente nos EUA. Isto

ocorreu em 1965, com a criação da Sociedade Internacional de Psicologia do

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Esporte (ISSP) por iniciativa da Federação Italiana de Medicina Esportiva, em Roma,

tendo como seu primeiro presidente Ferrucio Antonelli, o que demonstra que este

ramo de conhecimento se organizou recentemente em todo o mundo. Depois da

criação da ISSP, foi criada, em 1966, a Sociedade Norte-Americana para a

Psicologia do Esporte e Psicologia da Atividade Física (NASPSPA). Estas

organizações são, oficialmente, as que realizam os congressos internacionais de

maior impacto do setor: o Congresso Mundial de Psicologia do Esporte, organizado

pela ISSP a cada quatro anos, e o Congresso da NASPSPA, realizado anualmente.

Em 1970 foi criada a primeira revista específica dessa especialidade, a International

Journal of Sport Psychology. Machado (1997) escreve que essa juventude pode ser

a causa de existirem poucos estudos que analisem seu nascimento e seu

desenvolvimento, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Na década de 80 ocorreu a passagem do enfoque essencialmente

comportamental do esporte para uma concepção cognitiva, acompanhando a

tendência da Psicologia. Em 1986 é formada a divisão (Sport and Exercise

Psychology) na American Psychological Association (APA), a qual emerge no

sentido de especificar a qualificação necessária para se tornar um psicólogo

esportivo.

Isso se deveu ao fato de ser clara a existência de duas psicologias esportivas

(educacional e clínica), reconhecendo-se que as duas eram necessárias, mas

precisavam de certificações para atuar em seus campos (Cox, Qiu & Liu, 1993).

A Psicologia Clínica, voltada para intervenção (psicodiagnóstico, técnicas de

treinamento mental, aconselhamento e acompanhamento dos atletas) era praticada

somente por psicólogos e a Psicologia Educacional (trabalho no ensino, técnicas

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motivacionais de grupo e desenvolvimento de pesquisas) era praticada por

profissionais da Psicologia e não graduados na área.

Com estas especialidades, Clínica e Educacional, em 1979 surge no Brasil de

forma sistematizada a Psicologia do Esporte. Naquele ano foi fundada a Sociedade

Brasileira de Psicologia do Esporte, da Atividade Física e da Recreação

(SOBRAPE), tendo como seu primeiro presidente o Prof. Dr. Benno Becker Junior.

De acordo com Samulski (2000), o Brasil ocupa uma posição de liderança na

América Latina, o que pode ser comprovado com base no grande volume de

trabalhos publicados e no número de congressos realizados, bem como na

quantidade de laboratórios de Psicologia do Esporte existentes na Região Sul do

Brasil.

No ano de 2006 surge também no Brasil a Associação Brasileira de

Psicologia do Esporte (ABRAPESP), por iniciativa de um grupo de psicólogos e

profissionais de educação física preocupados em discutir e promover os estudos

práticas profissionais da Psicologia Esportiva no país.

Atualmente essa associação tem como presidente a psicóloga Kátia Rubio.

No âmbito nacional, o primeiro trabalho de intervenção antecede a criação da

SOBRAPE e da ISSP, tendo sido realizado em 1958 por João Carvalhaes, psicólogo

do São Paulo Futebol Clube, o qual posteriormente realizou trabalhos com a seleção

brasileira de futebol. Outro profissional foi Athaide Ribeiro da Silva, que trabalhou em

1962 e 1963 na seleção brasileira de futebol. Casal (2007) comenta que não é

casual a Psicologia do Esporte no Brasil ter começado com o futebol, já que este é o

esporte nacional, portanto o de maior investimento econômico e visibilidade social.

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Desta forma, fica evidenciado que o crescimento da Psicologia Esportiva no

Brasil ocorreu de maneira emergente, não apresentando correlações positivas com o

desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão.

Talvez a causa do desenvolvimento insuficiente não possa ser buscada

somente dentro da Psicologia do Esporte, mas também na precariedade dos

recursos colocados à disposição do esporte, por exemplo, não psicólogos que vão

ao esporte para trabalhar, em vez de verdadeiros psicólogos do esporte, com

formação geral e específica (Casal, 2007).

Outro aspecto a destacar da formação profissional é que a disciplina

Psicologia do Esporte não está presente na grade curricular da maioria dos cursos

de Psicologia do Brasil, quando aparece, tem caráter eletivo, embora a disciplina

esteja presente há quase duas décadas nos currículos dos cursos de Educação

Física como disciplina obrigatória (Rubio, 2000). Neste sentido, parece que a

Psicologia do Esporte é uma temática de interesse tanto dos profissionais da

Educação Física quanto dos profissionais da Psicologia.

Vale ressaltar que a formação de profissionais de Psicologia do Esporte no

Brasil é um processo um tanto complexo, devido à dificuldade de encontrar cursos

específicos para a formação desses profissionais, a não ser em programas de

mestrado/doutorado, o que contribui para que as várias metodologias e

(des)caminhos de várias outras profissões interfiram na formação dos profissionais,

de uma forma ou de outra (Machado, 1997).

Finalizando o percurso histórico da área, percebe-se que a Psicologia do

Esporte e do Exercício é reconhecida em todo o mundo tanto como disciplina

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educacional quanto como campo da área clínica, evidenciando uma perspectiva de

crescimento contínuo e promissor.

PSICOLOGIA DO ESPORTE: SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO

Num olhar de senso comum, costuma-se ouvir que somos aquilo onde

vivemos. Entendo, por meio do senso crítico, que nossas referências culturais são

de importância extrema nas inter-relações humanas, visto o papel agregador que

alguns traços culturais exercem nas pessoas. Especialmente pelos agentes que

transmitem essas tradições e, no contexto esportivo, as condições de

vulnerabilidade apresentadas pelos atletas às constantes transformações. Esse

assunto me remete a pensar que somos aquilo com quem nos permitimos contatar.

O papel da mídia – Impressionante e alarmante o rápido crescimento dos

meios de comunicação e o papel fundamental que atua nas relações humanas,

transformando seus hábitos, atitudes e essencialmente seus relacionamentos

pessoais. Nesse caso, a comunicação influencia na avaliação que as pessoas

efetuam uma das outras, estabelecendo e construindo o desenvolvimento do

autoconceito e da autoimagem. Esses desenvolvimentos vão nos colocar em

desafios constantes e mediaremos com nossos pares, real ou virtualmente, as

formas de crescermos juntos.

Por isso dizemos que o elemento psicológico da comunicação reside no

relacionamento entre seus interlocutores. A pessoa que emite uma mensagem é a

maior responsável pelo efeito dessa ação, pois estará diretamente relacionada com

a influência que a mensagem vai exercer nas pessoas que a recebem e como essas

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pessoas vão codificá-las e interpretá-la. Partindo disto, a comunicação interpessoal

exerce influência no desenvolvimento de novos hábitos e condutas apropriadas, na

qual a opinião das pessoas tem peso significante na construção de um novo estilo

de vida.

Pensando em exemplos, temos que alguns jogadores, ao participarem de

campanhas publicitárias, emprestando a sua imagem à marca de um determinado

produto, estão contribuindo com o seu poder de influência e convencimento, mudar

os hábitos dos consumidores. Sua imagem deve ter credibilidade para isso. Essa

imagem positiva se constrói também com alguma estratégia de marketing pessoal,

como por exemplo, frequentes visitas às pediatrias dos hospitais, campos de guerra,

contribuições financeiras à instituições de assistência social e creches, muito bem

acompanhados pela imprensa para registrar aquele momento de solidariedade e

altruísmo. Ou ainda, em outras situações, aparecendo em colunas sociais, festas e

restaurantes.

Outras situações também ilustram essa mudança de atitude das pessoas em

associação com a imagem projetada pelo atleta em colaboração com a mídia.

Depois da final da copa do mundo de 2002, era comum as crianças pelo mundo todo

imitarem o corte de cabelo usado por Ronaldinho naquela partida. Atualmente, imita-

se ao Neymar ou Phelps ou Bruninho. A divulgação das conquistas pessoais das

celebridades esportivas fascina e proporciona esperança a todos aqueles que um

dia gostariam de ter uma vida semelhante.

A comunicação de massa, integrada pela associação dos jornais diários, do

rádio, da televisão e mais recentemente pelos novos veículos eletrônicos,

transforma-se em um poderoso aparelho de comunicação que é a mídia. Atualmente

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é caracterizada como um dos mais influentes instrumentos que interferem nas

relações interpessoais; o Instagran e demais meios de mídia fugaz realizam

transformações inusitadas, ainda não exploradas a exaustão, no Brasil.

Fator de grande relevância é o papel que a mídia desempenha na construção

repentina de ídolos esportivos: a velocidade com que se transforma um

desconhecido em personalidade nacional é tão rápida, que em certos casos não são

considerados alguns princípios básicos da ética profissional. O assédio da imprensa

passa a ser constante, transformando a vida de adolescentes que estavam no

anonimato. Comparam jogadores jovens aos astros de cinema, ou então como

jogador-galã, conforme matéria publicada com o jogador Kaká (revista Veja, ed.

1773). O poder de interferência da mídia no meio esportivo pode ser percebido,

quando as competições obedecem aos horários estipulados pelas emissoras de tv,

por exemplo.

O papel da torcida – O atleta enfrenta a pressão exercida pela torcida

familiar, sobretudo das pessoas com as quais o adolescente-atleta tem um contato

mais intimo e até diário nos casos de jogadores que residem com os pais. A conduta

dessa torcida, justamente pela proximidade, em grande parte é exigente e cobra

resultados positivos e imediatos, mas ao mesmo tempo age desta forma na intenção

de proteger os filhos. O cruel é que o desempenho do atleta está diretamente ligado

ao poder de avaliação de uma torcida. A torcida, assim como a imprensa, tem poder

e influência de criar e ao mesmo tempo de destruir ídolos.

A relação chamada de triangular, envolvendo o torcedor, o clube e o jogador

pode proporcionar uma modelo de conduta fora dos padrões aceitos pela sociedade.

As agressões físicas, verbais e psicológicas ocorrem independente de estar

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associada a um motivo lógico. A violência presente entre os torcedores acontece

tanto para comemorar uma vitória ou conquista de título, quanto para pressionar os

atletas na busca por melhores resultados ou então para protestar por uma derrota da

sua equipe. Em especial levando em consideração o avanço da comunicação via

meios fugazes intermediados pelos iphones e smartphones.

Efetivamente, no momento da competição, alguns atletas relatam que a

torcida não interfere na sua atuação, o que difere de outros que acreditam que a

torcida pode influenciar no seu rendimento. Interessante ainda é o fato de outros

jogadores preferirem jogar diante da torcida adversária, pois acreditam que são mais

motivados para jogar quando isso acontece. Nesse caso o efeito da influência dos

espectadores no desempenho dos atletas depende do estágio de aprendizagem que

ele se encontra. Em um estágio inicial de especialização a presença dos

espectadores, de certa forma, pode ser prejudicial, mas com o amadurecimento do

atleta, chegando a níveis ótimos de habilidade, a presença do torcedor será

favorável ou não terá nenhum efeito.

A ansiedade, a tensão e a excitação do atleta não estão relacionadas apenas

com a presença ou não da torcida, mas sim pelo poder de avaliação dos torcedores,

que pode modificar o seu desempenho. E as noticias veiculadas pelos celulares

conseguem atingir imediatamente todo o mundo plugado no evento; isso acelera o

potencial emocional que resultará em comportamentos aversivos ou carinhosos de

torcedores. E assim, outro aspecto significativo é a avaliação realizada pelo

adversário, nos momentos que antecedem a partida, especialmente durante o

aquecimento, ou quando se cruzam no túnel de entrada do campo.

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Os atos de avaliação que provocam as interações emocionais entre

torcedores e atletas são chamados por Craty de esquemas sócio-psicológicos,

portanto qualquer reação da torcida ou do atleta servirá como efeito positivo ou

negativo. Por exemplo, quando um jogador consegue com muito esforço fazer uma

boa defesa ou então uma excelente jogada que não se concretiza em gol, mas que

representa uma recuperação, ergue os braços, conclamando a torcida para apoiar.

Essa por sua vez, reage de imediato, gritando o nome da equipe ou entoando

cânticos de incentivo; avaliando do ponto de vista em que as mensagens sejam

instantâneas, teremos retornos imediatos a cada comportamento atlético, cobrando

uma posição imediata da comissão técnica.

As necessidades psicológicas são compensadas por meio de uma relação

com outro individuo, quando existe a possibilidade da acolhida, da troca de afeto,

sentimento de poder, de proteção, de importância em relação ao outro e de

valorização; a formação dos grupos sociais é caracterizada, então, a partir da

compensação dessas necessidades psicológicas. A posição, o status e o papel

atribuídos a cada integrante serão condições fundamentais para sustentar a

formação do grupo e consolidar a existência do mesmo. Essas condições,

destinadas a cada indivíduo, desempenharão tarefas especiais para estabelecer

uma hierarquia de funções para uma convivência coletiva equilibrada. Essas

posições se definirão em função do status de cada participante

O status é definido e recebe avaliação dos demais componentes do grupo,

pelas normas, valores e regras sociais e está diretamente relacionado com o nível

socioeconômico, conhecimento, prestígio, reputação, honra, fama, cultura próprio de

uma pessoa, que implica uma comparação social. Psicologicamente, o status é uma

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imagem social que um indivíduo recebe dos membros de um grupo. Dessa forma

existe uma graduação para definir, diferenciar a classificação do status atribuído às

pessoas, partindo de uma classificação de menor importância para uma de

importância mais elevada. E essa relação humana em discussão não se relaciona

apenas face-a-face, mas pelas interligações permitidas (e permissivas) da rede

mundial de comunicação.

Nesse sentido, os papéis que cada individuo desempenha dentro de um

grupo será influenciado pelos objetivos do grupo, por pressões ou condições

externas baseados nos valores sociais e na experiência de cada um. Mais ainda:

pelo poder de informação que terá junto aos seus seguidores e membros de suas

comunidades ou amigos virtuais. Assim, uma mesma pessoa, ao mesmo tempo,

poderá desempenhar diferentes papéis dentro de um único grupo, fato que poderá

levá-lo a um conflito de papéis, ou interpapéis ou a um conflito intrapapéis.

O conflito de papéis pode ser percebido quando o técnico de uma equipe tem

entre os atletas do grupo, seu próprio filho. Muitas vezes o papel que o pai deve

desempenhar na relação com o filho, não é compatível com o papel que, agora, na

posição de treinador, ele deverá desempenhar com o filho-atleta. Mesmo os

relacionamentos mais íntimos entre treinador e atleta também podem gerar algum

desconforto ou configurar-se como conflituosos, na medida em que as atitudes do

técnico divergir das expectativas do jogador. Os atletas, ao considerarem o treinador

como um bom pai, afetuoso, tolerante, acreditam que poderão se beneficiar, sem

levar em conta que pais também são rigorosos e rigor é o limite necessário para um

inter-relação ideal. Mesmo que muito disto ocorra virtualmente.

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É muito importante olharmos para a formação dos profissionais da Educação

Física e da Psicologia porque o uso e aplicação de muitas das invenções

tecnológicas da época não podem ficar restritos aos profissionais da mídia ou aos

torcedores apenas. Uma indagação que inquieta e perturba é: no viés social,

psicológico ou antropológico, como estão formados os profissionais que trabalharão

com tais personagens esportivas? Como os atuais e futuros profissionais da área

entendem a noção etérea da relação homem-homem? Sobre a possibilidade de vir a

questionar seus atletas ou alunos ou pacientes/clientes, uma transformação no seio

das comunicações mudou o cenário, o tempo e as relações humanas: a internet e a

rede alterou a Vida do Mundo.

Como vimos, nossos atuais profissionais carecem de melhor conhecimento e

prática no que diz respeito ao uso da máquina e do homem, quiçá da relação

nascida do homem-máquina; acreditamos que tal conhecimento se faz mediante

uma contextualização maior e mais profunda da cultura vigente e das buscas pelas

oportunidades diferenciadoras, na prática profissional. A liberdade de escolha

possibilitará que alguns sejam plenamente identificados com as novas tecnologias e

seus usos, enquanto outros permanecerão meros realizadores de rotinas de

trabalho, nas clinicas e nas quadras, mas até quando este modelo tradicional

existirá?

Áreas de atuação

As áreas de atuação da Psicologia do Esporte são: no esporte de alto

rendimento, nas práticas de tempo livre, nos projetos sociais, na iniciação esportiva

e na reabilitação.

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Esporte de rendimento.

A Psicologia do Esporte nos esportes de rendimento com certeza é a área

mais divulgada e conhecida, tanto do ponto de vista acadêmico, quanto do ponto de

vista prático.

O trabalho desenvolvido pelo psicólogo nessa área pode contribuir para

atletas, técnicos, demais integrantes da comissão técnica e para os dirigentes

esportivos.

As estratégias utilizadas visam o desenvolvimento da performance

atlética em modalidades individuais e também nos esportes coletivos, como por

exemplo: na redução de ansiedade e estresse, no autocontrole, na melhora da

autoconfiança, na intensificação da concentração, no treinamento de atenção, na

motivação, entre outros aspectos. Nos esportes coletivos, além dos exemplos

citados, podemos trabalhar no desenvolvimento do grupo, na coesão da equipe, na

solução de conflitos, na transição na/da carreira, no uso eficaz do tempo de

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treinamento e descanso, na transferência de desempenho dos treinos para as

competições, entre outros.

Práticas de tempo livre.

O papel do psicólogo do esporte nesse contexto visa, auxiliar as pessoas que

fazem exercícios físicos buscando melhorar a qualidade de vida até as pessoas que

competem de maneira amadora.

O objetivo da psicologia do esporte nesse contexto é de promoção e

prevenção da saúde facilitando os processos de adesão e aderência as atividades

físicas, seja, em um indivíduo que inicia uma aula numa academia, parque, clube ou

assessoria esportiva até o executivo que nas horas vagas pratica triatlon como uma

equipe, por exemplo.

Esse é o maior “nicho” de trabalho do psicólogo do esporte, é onde há maior

demanda de pessoas e pouca intervenção prática e acadêmica.

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Projeto social

Nesse contexto o psicólogo do esporte visa trabalhar a prática de esporte

para o desenvolvimento humano e para o complemento da educação.

Tem como objetivo promover a inclusão social através de estratégias

pedagógicas que pretendem desenvolver o lazer e a aquisição de hábitos e práticas

esportivas saudáveis que possam ser incorporadas em sua formação como cidadão.

É uma das áreas em que o psicólogo do esporte têm se inserido no mercado

de trabalho, já que muitas iniciativas do terceiro setor e de ONGs estão sendo

criadas com o foco voltado para a educação pelo esporte.

Iniciação esportiva

Consiste em auxiliar juntamente com outros profissionais no desenvolvimento

de métodos adequados para crianças e jovens que iniciam nas atividades físicas e

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esportivas em clubes ou instituições, respeitando sua fase de desenvolvimento físico

e psicológico.

Esporte escolar.

Ainda pouco desenvolvido no Brasil, visa colaborar com as instituições

escolares em todas as suas etapas, desde a ensino básico até o ensino superior.

Sendo, em nível competitivo, recreativo e lúdico.

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Reabilitação.

A Psicologia do Esporte na reabilitação possui duas frentes de

intervenções. A primeira visa reabilitar o atleta ou o praticante de esporte lesionado.

Geralmente a lesão não traz consigo somente sofrimento e dor física, possui um

componente emocional e psicológico de grande repercussão. O trabalho

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é em equipe com médicos e fisioterapeutas para amenizar o sofrimento emocional e

suas possíveis consequências psicológicas.

O segundo tipo de intervenção consiste na reabilitação através do esporte,

ou seja, desde auxiliar na reintegração social e inclusão de deficientes físicos e

mentais em programas de praticas esportivas exaltando seu efeito terapêutico e

lúdico, até trabalhar com pessoas que necessitam da atividade física como

prescrição médica para promoção e prevenção da saúde e para melhorar o estilo de

vida. Nesse grupo temos os obesos, os cardiopatas, os diabéticos entre outros.

A PSICOLOGIA DO ESPORTE QUE TEMOS

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Durante quase três décadas o trabalho prático e a produção acadêmica da

área pautavam-se em modelos teóricos desenvolvidos nos EUA e na Europa (Cruz,

1997; Riera & Cruz, 1991; Weinberg & Gould, 1995; Wiggins, 1984; Williams &

Straub, 1991).

Mas, diante da especificidade do esporte brasileiro, tentou-se adaptar esses

instrumentos e técnicas tanto às condições das instituições esportivas como às

variações culturais presentes na vida dos atletas brasileiros, sem, contudo se chegar

a um modelo próprio de avaliação e intervenção. Esse quadro apresentou uma

grande transformação no final da década de 1980, com a busca dos interessados

pela formação específica e a posterior organização de grupos de estudo e instrução

de psicólogos brasileiros.

O resultado dessa busca pela alteridade pode ser observado na diversidade

de formas de atuação específicas do Brasil. Partindo da psicanálise, do cognitivismo,

do behaviorismo radical, do psicodrama, da psicologia social, da psicologia analítica

ou da gestalt como referencial teórico, um grupo crescente de psicólogos tem se

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dedicado a desenvolver a Psicologia do Esporte brasileira, e métodos próprios de

avaliação, considerando as particularidades das modalidades no país e dos atletas

que convivem com uma realidade específica (Angelo, 2000; Cillo, 2000; 2003;

Franco, 2000; Matarazzo, 2000; Pereira, 2003; Silvestre Da Silva, 2006).

Vale ressaltar que nem toda psicologia aplicada ao esporte é psicologia do

esporte. Já há algum tempo pode-se considerar que a Psicologia do Esporte tenha

como meio e fim o estudo do ser humano envolvido com a prática do exercício, da

atividade física e esportiva competitiva e não competitiva, muito embora nem sempre

tenha prevalecido essa perspectiva entre estudiosos e práticos da área (Rubio,

1998; 2000.b; 2003). Esses estudos podem abarcar os processos de avaliação, as

práticas de intervenção ou a análise do comportamento social que se apresenta na

situação esportiva a partir da perspectiva de quem pratica ou assiste ao espetáculo

(Marques & Junishi, 2000; Figueiredo, 2000; Markunas, 2000; Martini, 2000).

A Psicologia no Esporte é tida por Feijó (2000) e Machado (2000) como a

transposição da teoria e da técnica das várias especialidades e correntes da

Psicologia para o contexto esportivo, seja no que se refere a aplicação de avaliações

para a construção de perfis, seja no uso de técnicas de intervenção para a

maximização do rendimento esportivo.

A avaliação psicológica de atletas e a construção de perfis é um dos

procedimentos que maior visibilidade dá ao psicólogo do esporte e maior expectativa

cria em comissões técnicas e dirigentes. É também uma das grandes preocupações

dos profissionais da área por envolver procedimentos éticos ditados pelo Conselho

Federal de Psicologia (Luccas, 2000).

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O processo de avaliação psicológica no esporte é conhecido como

psicodiagnóstico esportivo e está relacionado diretamente com o levantamento de

aspectos particulares do atleta ou da relação com a modalidade escolhida. As

investigações de caráter diagnóstico têm como objetivo determinar o nível de

desenvolvimento de funções e capacidades no atleta com a finalidade de

prognosticar os resultados esportivos. No esporte de alto rendimento, o

psicodiagnóstico está orientado para a avaliação de características de personalidade

do atleta, para o nível de processos psíquicos, os estados emocionais em situação

de treinamento e competição e as relações interpessoais. Com o resultado do

diagnóstico pode-se chegar a conclusões referentes a algumas particularidades

pessoais ou grupais que oferecem subsídios para se fazer uma seleção de novos

atletas para uma equipe, para mudar o processo de treinamento, individualizar a

preparação técnico-tática, escolher a estratégia e a tática de conduta em uma

competição e otimizar os estados psíquicos. Os métodos utilizados para esse fim

podem ser tanto da categoria de análise de particularidades de processos psíquicos

nos quais se enquadram os processos sensórios, sensórios-motores, de

pensamento, mnemônicos e volitivos como os de ordem psicossociais nos quais são

estudadas as particularidades psicológicas de um grupo esportivo, buscando revelar

e explicar sua dinâmica (Comissão de Esporte do CRP-SP, 2000).

Diferentemente de outras áreas da Psicologia nas quais já foram

desenvolvidos e validados um grande número de instrumentos de avaliação, a área

de esportes ainda carece de referencial e conhecimento específicos para

investigação, e isso tem acarretado alguns problemas bastante sérios. Um deles é a

utilização de instrumentos advindos da avaliação em psicologia clínica ou da área

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educacional com finalidades específicas, como detecção de distúrbios emocionais,

perfis psicopatológicos ou quantidade de inteligência, próprios e necessários para os

fins que foram desenvolvidos. O outro é a importação de instrumentos de

psicodiagnóstico esportivo desenvolvidos em outros países e aplicados sem

adaptação à população brasileira, que apresenta condições físicas e culturais

distintas de outras populações. Diante disso, questões de ordem ética têm emergido

para reflexão sobre o uso e abuso de resultados obtidos por meio de instrumentos

de avaliação psicológica no esporte.

Se naquilo que se refere ao psicodiagnóstico esportivo a Psicologia do

Esporte brasileira ainda busca sua maturidade, é na prática da intervenção

psicológica junto a atletas e equipes que se pode observar a multiplicidade de

perspectivas e o seu vigor.

No caso das modalidades individuais, em que o foco da intervenção é o

próprio atleta e sua atuação, atividades voltadas para a concentração, o controle da

ansiedade e o manejo das variáveis ambientais costumam ser os principais objetivos

da intervenção psicológica. No entanto, a forma e o tempo que esse trabalho levará

para ser desenvolvido irá variar conforme o referencial teórico do psicólogo que o

aplica. As práticas podem envolver visualização, relaxamento, modelagem de

comportamento, análise verbal, inversão de papéis, técnicas expressivas ou

corporais (Eberspächer, 1995; Valdes Casal, 1996.A; Valdes Casal, 1996.B; Rubio,

2004.a).

No caso das modalidades coletivas o foco da intervenção recai sobre as

relações grupais, a formação de vínculo e organização de liderança, e aqui também

a diversidade de procedimentos é grande. São amplamente utilizados os jogos

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dramáticos advindos do psicodrama, o desenvolvimento de autoconhecimento por

meio das técnicas de senso-percepção, bem como procedimentos verbais

originários da psicanálise de grupos (Angelo, 2002; Dobranszky, 2006; Rubio, 1998).

Mas a Psicologia do Esporte não é feita apenas dos aspectos relacionados

com a prática esportiva. Ela também é feita do estudo do fenômeno esportivo a partir

do referencial da Psicologia Social (Brawley & Martin, 1995; Brustad & Ritter-Taylor,

1997; Rubio, 2007; Rubio, 2004.b; Russel, 1993), e nisso os estudos recentes

realizados no Brasil têm se destacado no cenário internacional.

A PSICOLOGIA DO ESPORTE QUE QUEREMOS

É comum associar a Psicologia do Esporte a um tipo de prática esportiva que

tem a vitória como objetivo e a televisão como veículo de divulgação de resultados.

Nessa dinâmica o psicólogo é visto como aquele profissional que tem como

obrigação fazer com que o protagonista do espetáculo, no caso o atleta, renda o

máximo. Essa perspectiva tem sido alvo de críticas visto que, nem o esporte de alto

rendimento é o único nicho do psicólogo do esporte, nem a busca do primeiro lugar

é seu único objetivo (Comissão de Esporte do CRP-SP, 2000; Luccas, 2000).

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O espetáculo esportivo mescla sonho, política e grandes investimentos, na

medida em que desde as competições regionais até as internacionais revelam no

balanço do quadro de medalhas as discrepâncias que diferenciam as nações, tanto

em nível econômico, político-ideológico quanto sociocultural. Os feitos realizados por

atletas, considerados quase sobre-humanos para grande parcela da população,

somados ao tipo de vida regrada a que são submetidos contribuem para que sua

imagem heroica se sedimente (González, Ferrando, Rodríguez, 1998; Brohm, 1993;

Rubio, 2001; 2002.b).

O chamado esporte de alto rendimento busca a otimização da performance

numa estrutura formal e institucionalizada. Nessa estrutura o psicólogo atua

analisando e transformando os determinantes psíquicos que interferem no

rendimento do atleta e/ou grupo esportivo (Barreto, 2003; Martin, 2001, Valle, 2003).

Mas, a Psicologia do Esporte não se limita a atuar apenas junto a esse restrito

grupo. Se a atividade esportiva for considerada para além da prática competitiva é

possível dizer que o público alvo da Psicologia do Esporte é também constituído por

pessoas ou grupos que praticam exercício regular ou que treinam regularmente para

competições, mas com o objetivo de chegar o final da prova ou superar a própria

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marca, e não necessariamente um adversário. As chamadas práticas de tempo livre

têm como desafio maior sobrepor as questões cotidianas para a manutenção da

prática da atividade (Nascimento, 2005; Rubio, 2005.a). Esse grupo é constituído,

por exemplo, por corredores de longas distâncias que desejam participar de uma

maratona ou de uma prova tradicional, são equipes de corrida de aventura que

desejam aperfeiçoar as relações interpessoais na superação das dificuldades

inerentes à convivência intensa desse tipo de prova, são equipes de veteranos que

descobriram o prazer de formar um grupo e participar de torneios ampliando o

círculo de amizades. Encontram-se também nessa categoria as pessoas e grupos

que frequentam os equipamentos públicos parques e centros esportivos para

realizar atividade física, por escolha ou indicação, e têm como maior desafio

encontrar motivação para aderir à atividade.

Além dessa população o psicólogo do esporte também atua junto ao chamado

esporte escolar que pressupõe a relação do praticante do esporte com o ambiente

da escola, nos mais variados graus (Rubio, 2004.b). Apesar de pouco explorada no

Brasil essa vertente da Psicologia do Esporte é muito desenvolvida nos Estados

Unidos que tem nos colégios e universidades o locus privilegiado para a formação

dos futuros profissionais. Nossos campeonatos escolares têm sido um espectro do

modelo americano, uma vez que parte dos atletas que compete nessa categoria é

contratada apenas para defender equipes colegiais sem ter vínculo acadêmico com

a escola, gerando graves distorções entre os alunos. Por outro lado, as equipes

formadas por alunos regulares padecem com o desnível gerado pela condição

privilegiada dos `contratados'. Ou seja, há os alunos-atletas e os atletas-quase-

alunos. No ambiente universitário a dinâmica é um pouco diferente. Existem disputas

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entre faculdades que se tornaram tradicionais e carregam anos de rivalidade

construída por times e torcida. Há ainda os torneios nacionais de diversas

faculdades do mesmo curso, como é o caso do Interpsi. Outro exemplo são os

Jogos Universitários Brasileiros (JUB's), que têm demonstrado excelente nível

técnico, com atletas que tentam equacionar prática esportiva, atividade acadêmica e

falta de apoio. Nesses casos a intervenção do psicólogo se dará considerando a

faixa etária do atleta, o tipo de competição e de instituição à qual a equipe está

associada, sugerindo uma diversidade de atuação e a ausência de um padrão ou

modelo pré-determinado.

A iniciação esportiva configura-se ainda como um campo privilegiado da

intervenção do psicólogo. É crescente o número de crianças envolvidas em

atividades esportivas pedagógicas e competitivas. A prática esportiva tem sido

apontada como um importante elemento na educação e socialização de crianças e

jovens. Dentre as muitas razões alegadas para o desenvolvimento esportivo de

crianças e jovens encontram-se o divertimento, o aperfeiçoamento de habilidades e

a convivência com amigos. Entretanto a aprendizagem de habilidades motoras que

pode levar ao desenvolvimento do gesto esportivo tem despertado profundo

interesse nos psicólogos do esporte. Isso porque a iniciação esportiva apresenta

grandes desafios relacionados diretamente ao desenvolvimento de habilidades

físicas específicas que permitirão a prática especializada de modalidades esportivas

ou simplesmente a adesão ao hábito do exercício físico. Como e em que momento

realizar esse trabalho são as controvérsias encontradas na literatura especializada

(Belló, 1999; Markunas, 2003; Scalon, 2004; Rubio, Kuroda, Marques, Montoro,

Queiroz, 2000). Isso porque há autores que defendem a especialização em idade

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precoce, enquanto outros apresentam o argumento da necessidade de

conhecimento de um amplo espectro de habilidades motoras antes da escolha e

fixação em modalidades específicas. Além das questões relacionadas com a criança

e a atividade esportiva em si há outras questões que gravitam nesse universo como

a influência exercida pelos pais, tanto na escolha da modalidade como na opção

pela competição, e a relação criança-professor. Diante de tantas possibilidades é

possível dizer que a escolha de uma modalidade esportiva e o sucesso no seu

desempenho pode ser motivado por mais de uma das razões apontadas e que a

adesão à prática e o bom desenvolvimento nela, que pode resultar em

profissionalização, é um processo que envolve muitos fatores. A figura do

técnico/professor é mais um elemento que pode determinar a adesão ou o abandono

da prática esportiva.

Mas os campos de atuação contemplam ainda a reabilitação e os projetos

sociais.

No contexto do esporte é possível entender como reabilitação o período de

recuperação de um atleta de uma situação cirúrgica ou de uma lesão (Campos,

Romano, Negrão, 2000; Markunas, 2000.a; 2003; Rubio & Angelo, 2005). Isso

implica no acompanhamento, juntamente com a equipe médica e fisioterápica, de

todo o processo clínico, pré e pós-cirúrgico, e na preparação emocional para o

retorno a treinos e competições. Isso porque não é raro acontecer de o atleta estar

pronto, do ponto de vista físico, para voltar à ativa, mas não conseguir desempenhar

a contento suas habilidades. Essa dificuldade pode estar associada ao medo de

reviver o momento da lesão e todo seu processo de recuperação. Nesses casos, um

retorno precipitado pode levar à recorrência da lesão, dificultando ainda mais a

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continuidade de uma carreira profissional esportiva. Entende-se também por

reabilitação os cuidados com pessoas que sofrem algum tipo de acidente ou trauma

e que passam a necessitar de atividade física regular para o transcorrer de sua vida.

Encontram-se nesse grupo pessoas hipertensas, com problemas coronarianos ou

que passaram por acidente vascular cerebral, obesos que estão sob os cuidados

médicos e precisam cumprir um programa de atividade física. Muitas vezes essas

pessoas tiveram no passado uma relação pouco prazerosa com a prática de

exercícios físicos, e no presente, diante da obrigatoriedade da atividade, precisam

de uma assessoria no sentido de compreender o porquê dessa condição. É comum

que o setting desse tipo de atendimento seja o local da própria atividade,

diferenciando-se da intervenção em psicologia hospitalar. Pode-se entender também

como atividade de reabilitação em psicologia do esporte o atendimento a portadores

de necessidades especiais que têm na prática esportiva regular uma forma de busca

de bem-estar e também de socialização.

Entretanto, se essa prática se torna competitiva, normalmente, os

procedimentos adotados são os do alto rendimento, uma vez que o objetivo a ser

alcançado é o resultado, a vitória.

Uma outra área que tem se apresentado ao psicólogo do esporte como muito

promissora são os chamados projetos sociais (DiPierro & Silva, 2003; Marques,

2002; Sanches, 2004; Silva, 2006). Em sua grande maioria, a proposta desses

projetos é de uso do esporte como meio de socialização de crianças e jovens e, no

caso dos mais talentosos e habilidosos, de encaminhamento para instituições

esportivas para desenvolvimento desse potencial. Nesse contexto a intervenção do

psicólogo está voltada para o desenvolvimento de habilidades sociais, de cidadania

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e de formação de uma outra identidade. Diante disso, a apropriação de

conhecimentos de educação e da educação física são fundamentais no

desenvolvimento de atividades tanto com os usuários do projeto como com a equipe

de profissionais que trabalha e atende esse público. Ainda que sob a denominação

projeto social as propostas de atuação podem ser bastante distintas, umas tendendo

mais à filantropia e à `ajuda' ao usuário, restringindo a intervenção a um

acompanhamento dos problemas emergentes, ou mais pedagógica em que o tempo

e o espaço disponíveis para a intervenção objetivem uma proposta transformadora.

Em ambas as situações a que se ter muito claro que o vínculo do psicólogo com a

instituição e seus usuários é a atividade esportiva.

UMA QUESTÃO SINGULAR: A CLÍNICA NA PSICOLOGIA DO ESPORTE

Observa-se com certa frequência uma inquietação tanto por parte de

profissionais quanto de estudantes de psicologia a respeito de uma questão

específica da Psicologia do Esporte. Sabedores que somos da especificidade e

complexidade do setting da Psicologia do Esporte a questão que se faz com certa

frequência é quando e como realizamos um trabalho clínico com equipes esportivas

ou atletas individualmente? E a pergunta subsequente é podemos fazer isso?

Foi necessário algum tempo para que se entendesse no que consiste o

atendimento clínico no contexto do esporte e qual a questão de fundo dessa dúvida

(Rubio, 2007).

Não é raro surgir demandas de atletas que não estejam ligadas diretamente

ao contexto de treinos e competições, mas que interferem direta ou indiretamente

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em seu rendimento. Essas questões podem ser de ordem pessoal, familiar,

existencial ou social e nesse momento o psicólogo do esporte se põe a pensar se ao

trabalhar essas demandas ele não estará saindo de seu papel de `do esporte' e

adentrando a seara do `clínico'.

Não é possível falar de uma Psicologia do Esporte recortando-a e

distanciando-a de sua condição: ela é antes de tudo Psicologia. Se sua

especificidade é ser do esporte ela não deixa de estar fincada em bases amplas que

envolvem o conhecimento, e no caso de sua aplicação, a construção de uma prática.

Nesse sentido ser um psicólogo do esporte pressupõe a aquisição de

conhecimentos de várias áreas da Psicologia, como já descrito anteriormente. É a

partir desse momento que se chega à clínica.

É possível entender o procedimento clínico como a construção de uma forma

de ouvir e olhar para o fenômeno psicológico humano, seja esse fenômeno no

contexto da escola, do trabalho, do hospital, da psicoterapia ou do esporte. Sendo

assim, quando se inicia uma intervenção no esporte e se faz um diagnóstico da

instituição, do grupo esportivo e depois do atleta, não necessariamente seguindo

essa ordem, são utilizados os recursos da perspectiva clínica na busca dos

elementos fornecerão os recursos para que se organize uma proposta de

intervenção, seja ela pontual ou em formato de periodização (Markunas, 2003.b).

O atendimento clínico no esporte não se refere a um procedimento

psicoterápico convencional, pautado em um setting que tem o atendimento dual do

consultório como referência. O foco da intervenção clínica na Psicologia do Esporte

visa a resolução dos conflitos do sujeito-atleta para a busca do desenvolvimento e

rendimento de seu potencial esportivo.

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Há situações em que, de fato, o atleta poderá precisar de um atendimento

com esse modelo, uma vez que sua vida não se restringe apenas a treinos e

competições (Rubio, 2006), mas, nesse caso, o procedimento mais adequado seria

então o encaminhamento para um profissional competente, que desempenhe essa

função. Vale ressaltar que o código de ética da Psicologia prevê esse tipo de

situação e indica que não é recomendado que o profissional psicólogo desvie para

atendimento particular clientes com os quais tenha contato em atividade

institucional. Enfim, é possível dizer que há também clínica na Psicologia do

Esporte.

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