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AddMyJob

AS REDES SOCIAIS COMO UMA FERRAMENTA DE


GESTÃO COLABORATIVA DE PROJETOS

Adrian Trevisan, RM 59582


adriantrevisan@globomail.com
Delson Marcondes Ramos, RM 59575
delson_mar@hotmail.com

Orientador: Prof. Luciano Gaspar

Curso Bacharel em Sistemas de Informação – Faculdade de Informática


e Administração Paulista - FIAP

RESUMO
A significativa participação das redes sociais virtuais na vida das pessoas demonstra que tais
ferramentas tornaram-se um imensurável repositório de informações. Cada vez mais pessoas,
empresas e a própria mídia tem usado as redes sociais para divulgarem informações em massa pela
internet. Com base neste cenário, o presente estudo tem como objetivo analisar essa capacidade das
redes sociais em gerar informações de forma colaborativa e como esse conceito pode ser aplicado no
gerenciamento de projetos. Para tal, realizamos inúmeras pesquisas sobre o assunto e
desenvolvemos uma nova “rede social” a qual denominamos de AddMyJob, assim analisaremos se
esse conceito é eficaz no que diz respeito a gestão, sendo capaz de promover um ganho significativo
de comunicação e tomada de decisão em projetos sejam eles de tecnologia ou não.

Palavras-chave: Redes sociais, gerenciamento de projeto, gestão colaborativa, AddMyJob.

ABSTRACT
The significant participation of virtual social networks on people's lives demonstrates that such tools
have become an immeasurable repository of information. More and more people, companies and
even the media have used social networks to disseminate mass information through internet. Based
on this scenario, the present study has as objective analyze the ability of social networks to generate
information collaboratively and how this concept can be applied in project management. For this
purpose, we performed extensive researches about this subject and developed a new "social network"
which we call AddMyJob, therefore we will analyze whether this concept is effective to management,
be able to promote a significant gain in communication and decision-making in technology projects or
other projects.

Keywords: Social networks, project management, collaborative management, AddMyJob.

1
INTRODUÇÃO

As formas tradicionais de comunicação e relacionamento interpessoal têm

sofrido significativas mudanças, principalmente no fato de, como as novas

tecnologias vêm evoluindo e modificando a maneira em como as pessoas trabalham,

compram, divertem-se e interagem umas com as outras, tanto em sentido pessoal,

como profissional.

Nesse ínterim, a internet aliada as redes sociais online são umas das principais

causadoras dessas mudanças. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ibope

Nielsen Online, cerca de 102,3 milhões de brasileiros acessou a web no primeiro

trimestre de 2013, o que corresponde à aproximadamente 50,8% da população

brasileira, sendo que, destes aproximadamente 87% acessam uma ou mais redes

sociais e/ou blogs.

Tendo isso em mente, propomos um estudo no qual iremos analisar o uso das

redes sociais como uma ferramenta de gestão colaborativa, nas quais o próprio

usuário final contribui para a geração e divulgação do conteúdo de interesse geral ou

na resolução de um problema. O objetivo deste, também recai sobre o uso das

redes sociais como mecanismo de comunicação e gestão em projetos, tendo como

principal foco a facilidade de interação entre as pessoas.

Decidimos aplicar esse conceito sobre projetos, principalmente de TI, pois

estudos recentes publicados como “Why Your IT Project May Be Riskier Than You

Think” (em português, “Por que seu projeto de TI pode ser mais arriscado do que

você pensa”) na Harvard Business Review tem despertado grande interesse da

comunidade, no que diz respeito a problemas de gerenciamento de projetos. Os

resultados indicam que projetos de TI em média 27% extrapolam o orçamento, 16%

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ultrapassam os 200% de custo previsto e mais de 70% tiveram atrasos. Nesta

mesma matéria, Mary-Ann Massad, escritora e CEO da Knowsys Group, menciona:

“[...] Muitas empresas "bem gerenciadas" funcionam dentro de uma cultura


de medo e “pensamento de grupo”. É este o motivo pelo qual projetos de TI,
na verdade qualquer projeto, tem a capacidade de arrasar uma empresa.
Precisamos trabalhar em empresas que cultivem a sinceridade, a
diversidade de opiniões e o pensamento integrado”.

Para alcançarmos tais fins, desenvolvemos uma ferramenta que reunirá esses
conceitos das redes sociais aliados a gestão colaborativa de projetos, esse sistema
foi denominado de “AddMyJob”. Portanto, este presente estudo fornece um
panorama geral dos conceitos citados, bem como uma análise de pesquisas de
opinião realizadas por meio de questionários com um público específico e por fim,
discorreremos sobre a proposta da pesquisa e concluímos o estudo com uma
resolução dos escritores sobre o tema.

REFERENCIAL TEÓRICO

O que é uma Rede Social? Redes Sociais na internet podem ser comparadas

às redes primitivas? Sendo elas sociais ou não?

Nos primeiros trabalhos do matemático Ëuler criador do teorema da teoria dos

grafos, encontra-se os primeiros passos sobre o estudo das redes. A partir disso,

vários estudiosos se dedicaram em compreender quais eram as propriedades dos

diferentes tipos de grafos e como se dava o processo de construção dos mesmos

(Buchanan, [2002], Barabási, [2003] e Watts, [2003]). Tendo isso em mente Recuero

(2004, p. 4) traz estudos de três modelos de redes sociais: o de redes aleatórias, o

de mundo pequeno e o de redes sem escalas. O modelo de redes aleatórias está

embasado no estudo dos grafos, já no modelo de mundos pequenos, observa-se as

redes sociais como interdependentes umas das outras sendo possível que todos os

nós ou pessoas estejam interligados em algum nível. No terceiro modelo, o de rede

sem escalas, defendido por Barabási (2003), ao contrário dos anteriores, estuda um

padrão das relações dentro das redes sociais, presumindo que elas acontecem de
3
maneira ordenada, baseado na premissa que os ricos ficam mais ricos, ou seja,

aquele que tem mais conexões diretas tende a aumentar através de suas conexões

indiretas. Mas, Recuero (2004, p. 7) também alerta que estes modelos muitas vezes

podem ser aplicados em conjunto.

Novos estudos presumem que uma nova perspectiva das redes sociais requer

a aplicação de diferentes modelos na tentativa de explicar características e

propriedades das redes. Watts (2003), afirma que a diferença entre os novos

estudos de redes e os antigos é que, no passado, as redes foram vistas como

objetos de pura estrutura, cujas propriedades estavam fixadas no tempo. No

entanto, nas redes sociais o que ocorre é justamente o oposto, os elementos estão

sempre em ação, "fazendo algo", elas são dinâmicas, estão evoluindo e mudando

com o tempo. Ora, partindo dessa mesma perspectiva, a análise estrutural das redes

sociais começa a focar na interação como fundamental para o estabelecimento das

relações sociais entre os agentes humanos, que originarão as redes sociais, tanto

no mundo real, quanto no mundo virtual. Isso porque em uma rede social, as

pessoas são os nós e as “arestas” são constituídas pelos laços sociais gerados

através da interação social (RECUERO, 2009).

Quando se trata de redes sociais na internet, apesar desses modelos não

serem totalmente aplicáveis, devido a sua natureza matemática, alguns conceitos

sobre a dinâmica no tempo, a presença de clusters ou grupos de nós que são mais

conectados entre si, hubs (nós altamente conectados) e o mecanismo de construção

são assertivos. O grande diferencial é que a internet possibilitou incontáveis meios

de interação, desta forma os pontos de interação entre os nós ou as pessoas,

multiplica-se exponencialmente se comparados ao “mundo off-line”. Outro fator

interessante, é que nas redes sociais online muitas das conexões não são

verdadeiras, ou seja, são realizadas de modo aleatório, embora grande parte sejam
4
de fato interações reais de pessoas que se conheçam. Isso também ocorre em

grupos ou comunidades onde a quantidade de interação não parece proporcional ao

tamanho de conexões existentes, novamente não é possível dizer até que ponto

essas distâncias sociais entre os indivíduos são realmente válidas, porque a maior

parte das conexões não pressupõe uma interação social (RECUERO, 2009).

De um modo geral, os sites de redes sociais online amplificaram a expressão

da rede social e a conectividade dos grupos e pela sua dinâmica possibilitaram que

um maior número de nós se conecte simultaneamente, pelo fato de que quanto

maior for o número de contextos divididos pelos indivíduos, maior a possibilidade de

que eles desenvolvam algum tipo de relação social.

Recuero (2009, p. 148) ainda menciona outra informação extremamente

relevante para o presente estudo, as estruturas de clusters presentes nas redes

sociais como comunidades ou grupos, possuem particularidades para serem coesos,

como a mutualidade das conexões, a proximidade dos membros e a frequência dos

laços ou interações entre as pessoas, fazendo assim da colaboração uma ideia

fundamental para a compreensão da estrutura das comunidades.

Nesse ínterim, Coutinho (2007) destaca que o ambiente virtual por ser um lugar

que permite o armazenamento, a busca e a divulgação de conteúdo de forma rápida

e barata, o que as torna um repositório de opiniões, experiências e conhecimentos,

sites de redes sociais são propícios para a aprendizagem colaborativa.

Romaní e Kuklinsky (2007) também defendem a utilização desses recursos

presentes nas redes sociais na aplicação da aprendizagem colaborativa, pois

estimulam a experimentação, reflexão e geração de conhecimentos individuais e

coletivos. É exatamente sobre essa premissa que a gestão colaborativa está

embasada, fazer mais do que apenas informar as pessoas, mas integrá-los aos

processos. Para Telles (2006) o funcionário cada vez mais está abandonando a
5
passividade, dando lugar à interatividade. Ele não quer mais apenas ouvir o que a

empresa tem a dizer, mas participar das discussões. As redes sociais virtuais, por si

só, possuem as características necessárias para serem considerados espaços de

construção de conhecimento intelectual.

Relacionado a estes pensamentos, o termo crowdsourcing criado por Jeff

Howe e Mark Robinson na edição de julho de 2006, da revista Wired descreve um

modelo muito similar, onde uma empresa assume um problema e o publica em uma

rede online, que normalmente engloba muitas pessoas, para que um grande número

de indivíduos compartilhem suas soluções. Segundo Brabham (2006),

crowdsourcing é uma forma de “colher intelecto coletivo”, ou utilizar a “sabedoria da

multidão”, uma vez que a mobilização efetiva das diversas competências,

coordenadas e em tempo real, é constantemente aprimorada proporcionando uma

“amplificação da inteligência”. Para Brabham a atual tecnologia existente na web

automaticamente permite esse certo tipo de pensamento e estimula a inovação,

simplesmente pelo fato facilitar a troca de ideias e ser um ambiente acessível a

todos, que fornece meios de comunicação únicos (BRABHAM, 2006, p. 7).

Outro termo recentemente abordado, cujo um dos pilares é a colaboração,

chama-se Wikinomics, neologismo criado por Don Tapscott e Anthony D. Williams,

que deu origem ao livro “Wikinomics: Como a Colaboração em massa pode mudar o

seu negócio”. Apesar de o termo remeter aos conhecidos sites wiki, como a

Wikipedia, os próprios autores mencionam que se refere a algo muito maior, e que

deve ser encarado mais como uma metáfora para uma nova era de colaboração e

participação a qual está emergindo uma nova arte e ciência da colaboração em

massa (TAPSCOTT; WILLIAMS, 2006, p. 24). O Wikinomics se baseia em

basicamente quatro conceitos: ser aberto, ou seja, disponibilizar todas as

informações – antes sigilosas – a todos, inclusive aos stakeholders do negócio; o


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peering, que se assemelha muito ao cloudsoursing, mas tem uma visão mais voltada

para uma maneira de produzir bens e serviços por meio de comunidades igualitárias

e auto-organizadas horizontalmente rivalizando diretamente com o conceito de

empresa hierárquica, um exemplo típico e bem sucedido que se enquadra nesses

dois primeiros conceitos é o Linux. O terceiro conceito é o compartilhamento, que

envolve compartilhar desde propriedades intelectuais até recursos; e por último o

conceito de pensar e agir globalmente, que significa ter processos e plataformas

unificados entre todas as partes da empresa de modo global, inclusive parceiros e

fornecedores, os autores citam um fato interessante sobre isso, que “a maioria das

grandes empresas multinacionais não são globais”. Eric Schmidt, CEO do Google,

comentou sobre essas ideias presentes no livro de Don Tapscott e Anthony D.

Williams:

“[...] Wikinomics prenuncia a maior mudança na colaboração até hoje.


Graças à internet, multidões de pessoas podem inovar para produzir
conteúdo, bens e serviços. Quer entender as oportunidades que isso
representa para as nossas empresas? Leia este livro”.

METODOLOGIA

Após analisar os temas mencionados no tópico anterior, pode-se dizer que a

abordagem colaborativa é totalmente compatível com o conceito e a estrutura das

redes sociais web, contudo a questão proposta por este estudo pressupõe o uso

destes no ambiente de projetos, principalmente de TI, com o intuito de auxiliar de um

modo geral o gerenciamento.

Sendo assim, para atingirmos tal objetivo percebeu-se que era necessário

dividirmos o processo de pesquisa em duas partes: A primeira constitui no

desenvolvimento de uma ferramenta web de gerenciamento de projetos que

contemple algumas características e conceitos citados no referencial teórico no que

diz respeito aos conceitos de colaboração e características das redes sociais. Esta
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“nova rede social” foi nomeada como AddMyJob e utilizada como instrumento para

realização de testes de aceitação dos usuários, dos quais os resultados serão

apresentados de forma descritiva no próximo tópico.

Pare este fim, construímos a ferramenta em Java, com o intuito de ser

executada em qualquer navegador, como um website, assim disponibilizamos

acesso a um piloto ou ambiente beta do AddMyJob para um público de 20 pessoas.

Esta amostragem constituiu-se de profissionais da área de TI, que residem no

estado de São Paulo, Brasil, com faixa etária de 18 a 35 anos. Os testes foram feitos

em duas etapas: Primeiro os participantes foram instruídos a reproduzir alguns

casos de teste previamente levantados e documentados, com o intuito de

conhecerem toda a ferramenta e suas funcionalidades. Após isso, permitimos que

eles pudessem explorar de forma aleatória, interagindo com as informações geradas

por outros usuários. Alguns testes foram realizados simultaneamente o máximo

possível de cenários reais. Durante e no final dos testes, os participantes

comentaram a experiência, citando os pontos positivos e negativos, assim

registramos todos os comentários e sintetizamos em uma breve descrição dos fatos

que serão apresentados no próximo tópico.

A segunda parte do estudo possui um caráter exploratório a qual propõe como

metodologia de pesquisa a netnografia, aliada a análise de conteúdo, a partir de

temas e questionários criados em fóruns de discussão e redes sociais.

Concomitantemente, foram feitas entrevistas presenciais e online por Skype com um

público específico.

Nesta etapa, criamos perfis no Facebook e Twitter, para possibilitar um contato

mais informal com o maior número de pessoas possível, nestes perfis incluímos

ideias em forma de perguntas e postamos na página dos perfis assim como em

grupos relacionados à área de TI, para que os interessados deixassem sua opinião.
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O mesmo foi feito no Fórum Tech Tudo. As perguntas foram escolhidas dentre

algumas que constam no próprio questionário que foi utilizado para a realização da

segunda etapa desta pesquisa, que são as entrevistas estruturadas presenciais e

online. As primeiras perguntas são relacionadas ao perfil do entrevistado e seu uso

de redes sociais, depois as perguntas são mais específicas com relação ao uso de

ferramentas de gerenciamento de projeto web (conforme Tabela 1).

Tabela 1 – Questionário
PERGUNTAS RESPOSTAS SUGERIDAS
1. Qual seu nome, idade, sexo e profissão?
( ) Facebook, ( ) Twitter, ( ) Linkedin, ( )
2. Quais redes sociais você acessa? Você usa as
Google+
redes sociais para quais fins?
( ) Tumblr, ( ) Foursquare, ( ) Outras
3. O que o motiva a curtir, compartilhar ou
“retweetar” alguma informação?
4. Você curte a página no Facebook ou segue o ( ) Sim, ( ) Não
perfil no Twitter da sua empresa? Você acha que ( ) Sim, ( ) Não
seguir/curtir ou participar de uma comunidade
aproxima seu relacionamento com a empresa?
( ) Atrasos, ( ) Aumento de custo, ( )
Comunicação,
5. Que dificuldades ou problemas de gestão você
( ) Metodologia inadequada ou inexistente. ( )
citaria nos projetos os quais participou?
Falta de planejamento, ( ) Mudança de escopo,
( ) Outros
6. Você conhece alguma ferramenta web para ( ) Sim, Quais?
gerenciamento de projetos? ( ) Não
7. A ferramenta que você utilizou permitia que ( ) Sim, Como?
todos participassem efetivamente na resolução dos ( ) Não
problemas ou decisões do projeto?
8. Você acha que as redes sociais, com o conceito ( ) Sim, ( ) Não, Por quê?
onde todos colaboram para gerar informação,
poderiam ser utilizadas para auxiliar na gestão de
projetos?

O público escolhido para as entrevistas possui idade entre 20 e 45 anos, que

residam nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, são profissionais

de diversas áreas, analistas, gerentes de projetos e consultores de TI, com a uma

característica em específico, todos eles já participaram de projetos de

implementação de sistemas, ao todo foram entrevistadas 25 pessoas.

Os dados coletados foram organizados do seguinte modo, o feedback pós

testes da aplicação AddMyJob foram armazenados em documento de texto de forma

cronológica separando os pontos positivos e negativos citados por cada participante.


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Para as discussões realizadas nas redes sociais e fóruns, todos os dias as

informações ou comentários enviados foram copiados e tabulados em planilhas

diárias separando os comentários por assunto e relevância, e por último as

respostas proveniente das entrevistas foram armazenadas em planilhas seguindo o

padrão do questionário apresentado anteriormente na Tabela 1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados das pesquisas realizadas serão apresentados nesta seção em

forma de redação e gráficos baseados numa profunda análise dos dados obtidos a

partir dos métodos mencionados anteriormente.

Para os comentários feitos pelos participantes dos testes da aplicação,

sintetizamos os pontos positivos e negativos em comum e avaliamos os mais

citados. Quanto aos pontos positivos em geral, a grande maioria citou a facilidade

em navegar ou a usabilidade como principal aspecto do AddMyJob, os meios de

interação entre os integrantes dos projetos dentro da aplicação, como o chat e o

fórum também foram elogiados por muitos participantes. Logo atrás destes, os

comentários que foram citados por praticamente metade dos participantes, incluem a

capacidade de cadastrar tarefas e acompanhar no calendário, funcionalidade de

enviar documentos, e, por conseguinte, o fato de ser uma ferramenta web,

construída com uma linguagem muito comum, como o Java, o que facilita a

manutenção e a implementação de novas funcionalidades. E por fim, dentre os

pontos positivos menos citados pelos participantes estão o sistema de envio de

convite por e-mail e o cadastro de múltiplos projetos. O gráfico abaixo (ver Figura 1)

demonstra mais claramente os comentários descritos acima.

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Figura 1 – Gráfico de frequência dos comentários positivos do AddMyJob.

Com relação aos comentários negativos, 80% dos participantes mencionaram

que o visual do AddMyJob se comparado com as redes sociais mais acessadas

atualmente como Facebook e Twitter, deixa a desejar. Outro ponto bastante

questionado foi não possibilitar uma área de perfil dos usuários, onde seja possível

visualizar os dados e preferências das pessoas, assim como as páginas de perfil nas

redes sociais. Também, cerca de 45% dos participantes nos testes relataram como

ponto negativo o fato do chat não ser pessoal, como a funcionalidade de

“mensagens” no Facebook. Outros pontos negativos menos citados, não ser

possível alocar responsáveis para as tarefas no calendário e a funcionalidade de

enviar documentos ser muito simples, não permitindo incluir mais informações ou

restringir os acessos (a fim de conhecimento somente, foi citado como exemplo o

Google Drive).

Para a segunda etapa do estudo referente às pesquisas realizadas em redes

sociais e fóruns. Ao postarmos as perguntas A, B e C, onde A é “Você curte a

página no Facebook ou segue o perfil no Twitter da sua empresa?”, B igual a “Você

acha que seguir/curtir ou participar de uma comunidade aproxima seu

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relacionamento com a empresa?” e C “Você acha que as redes sociais, com o

conceito onde todos colaboram para gerar informação, poderiam ser utilizadas para

auxiliar na gestão de projetos?”, obtivemos os seguintes resultados (ver Figura 2).

Figura 2 – Gráfico das respostas às pesquisas em Redes Sociais e Fóruns.

Por fim, após analisar todas as informações das entrevistas estruturadas,

percebeu-se que, na pergunta 2 onde os profissionais foram questionadas sobre

quais redes sociais eles costumam acessar, para quais fins utilizam estas redes e

como as utilizam. Percebe-se que as mais utilizadas são o Facebook, Twitter e o

Linkedin, foram citadas também o Flickr, o Google + e o Tumblr. Quanto ao uso das

redes, de modo geral verifica-se que utilizam para manter contato, receber

informações, encontrar amigos, contatos profissionais, saber novidades e para

expressar suas opiniões. Alguns se cadastram em todas para se manterem

atualizados sobre as novidades e possibilidades que cada rede social pode oferecer.

A interação é um tema muito presente, quando falamos das redes sociais,

tendo em mente isto, no item 3 foi perguntado para os entrevistados o que os motiva

a compartilhar, curtir ou “retweetar”. Os entrevistados relatam que compartilham

quando acham que determinada informação pode ser útil ou relevante a algum dos

seus amigos ou por pura diversão. Outro ponto que os levam a compartilhar as

informações, são quando se identificam, acham legal quando elas traduzem o que
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estão sentindo no momento. Na quarta pergunta, as respostas ficaram muito

próximas dos resultados obtidos nas pesquisas realizadas nas redes sociais e

fóruns, com uma variação máxima em torno de 5% para mais ou para menos, com

relação aos dados demonstrados nas perguntas A e B na Figura 2.

Com relação à pergunta 5, sobre os problemas mais comuns em projetos, as

respostas eram esperadas e sugestivas, portanto pôde-se identificar que 87% dos

entrevistados mencionou os atrasos como a dificuldade principal, apesar deste fato

ser um reflexo de outros problemas e não um problema realmente em si. A segunda

resposta mais escolhida pelos entrevistados foram os problemas de comunicação ou

falta de um plano de comunicação eficiente, mencionado por 66%, os aumentos de

custo ou mal planejamento de custo foram citados também por 54% do público. As

outras respostas, como metodologia inadequada ou inexistente, falta de

planejamento e mudança de escopo, ficaram escolhidos por apenas 30% ou menos

dos entrevistados. A resposta, “outros” também foi mencionado por 21% dos

entrevistados, ainda indicaram dentre estes a falta de conhecimento de gestão ou

experiência dos gerentes de projetos, problemas com demissões ou alocações das

pessoas adequadas em tempo hábil de projeto e políticas de governança ou visão

de negócio “arcaicas” das empresas brasileiras.

Ao serem perguntados sobre ferramentas de gerenciamento de projeto online,

na questão 6, 18% mencionaram que já ouviram falar, mas não souberam citar

quais, 42% não conhecem e 40% mencionaram que conhecem e inclusive citaram

algumas como o Basecamp e o Wrike (ambos são sites americanos, mas possuem

versão em português). A pergunta 7, somente foi feita para a amostra de 40%

resultante da resposta afirmativa a questão anterior, no entanto, apenas metade dos

entrevistados soube responder a pergunta, com relação ao Wrike, apenas 3

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profissionais já tiveram um contato o a ferramenta e mencionaram que em partes ele

permite certo tipo de interação, mas é mais voltado para ser uma espécie de

“Microsoft Project online” . Com relação ao Basecamp, os comentários foram muito

divergentes, alguns foram positivos, citando que a site possui uma espécie de

cronograma dinâmico, onde todos conseguem participar e contribuir para as tarefas,

outros mencionaram que a ferramenta apesar de possuir meios para discussão ou

resolução de problemas em conjunto, fica difícil para quem não foi envolvido desde o

começo do assunto conseguir absorver algo relevante. Outro ponto interessante que

foi citado, por um gerente de projeto, foi que o Basecamp, se utilizado de maneira

correta, aliado a uma boa metodologia de trabalho, pode proporcionar um controle

preciso das atividades do projeto, que resulta numa gestão compartilhada, e não

imposta somente ao gerente do projeto.

Por fim, na última pergunta, obtivemos uma surpresa, a resposta sim, ou seja,

o conceito de colaboração das redes sociais pode auxiliar na gestão de projetos, foi

unânime, o que gerou certas indagações e justificativas. Em síntese, muitos citaram

alguns pontos relevantes que estavam até mesmo relacionados com o referencial

teórico deste estudo, no entanto, grande parte dos entrevistados mencionaram que

esta afirmativa, pode se tornar incerta, pois seria necessário um bom plano de

comunicação, uma escolha de metodologia de trabalho extremamente assertiva e

até mesmo um treinamento ou apresentação sucinta da ferramenta escolhida para

que todos façam o uso correto, caso contrário, seria praticamente inviável obter

resultados relativamente efetivos.

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CONCLUSÃO

Dadas as informações aqui apresentadas, juntamente com análises sobre os

dados obtidos e amplamente discutidos, trazemos a tona novamente o objetivo

deste estudo, que recai primeiramente sobre o uso do conceito das redes sociais

aliados a aprendizagem colaborativa. Tratando esses dois conceitos separadamente

dos demais, vemos que ambos são completamente compatíveis. As próprias obras

citadas no referencial teórico indicam isso. Os hábitos cultivados pela maioria das

organizações atingiu certo ponto em que os e-mails, por exemplo, não dão mais

conta do recado, se faz necessário novas soluções de colaboração que se adaptem

aos hábitos das equipes de trabalho e principalmente das redes sociais, que hoje

acolhem cada vez mais adeptos ao seu “mundo online” (TAPSCOTT, 2006).

Com isso em mente, se torna muito mais favorável abordarmos a utilização de

uma rede social que apoie a gestão de projetos de forma colaborativa. Tomando

como base a opinião do público que participou nos testes com o AddMyJob, pôde-se

notar que os dois pontos positivos mais citados da ferramenta foram usabilidade e

comunicação ou interação, que refletem claramente características presentes nas

redes sociais e ferramentas de colaboração. Quando cruzamos estas informações

com as outras pesquisas realizadas, vemos que essa assertiva também se confirma

por outro ponto de vista.

Considerando a pesquisa de análise de conteúdo realizada nas redes sociais

e fóruns, pode-se notar que os comentários das pessoas deixam claro que estamos

de um modo geral, cada vez mais interagindo com as empresas em que

trabalhamos por meio das redes sociais, isso torna propício um ambiente de

aprendizagem colaborativa muito mais eficaz, uma vez que os diversos níveis

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hierárquicos dentro uma empresa estão sendo horizontalizados, as pessoas se

sentem mais a vontade para expor suas ideias e contribuir para os processos.

Assim como nestas pesquisas, na etapa de entrevistas, os entrevistados de

um modo geral também foram positivos com relação a essa abordagem, inclusive

pelos fatos por eles mesmos citados que evidenciam que as metodologias que estão

sendo aplicadas em projetos hoje, em sua maioria possuem falhas, que resultam

não só em dificuldades de gestão, mas em problemas críticos que afetam os

projetos catastroficamente. Não obstante, pôde-se notar inclusive, que os

entrevistados não só concordam a ideia que pressupõe o título deste artigo, como

também já possuem conhecimento desse conceito e inclusive de soluções existentes

no mercado estrangeiro que, em partes estão adotando essas concepções, os sites

citados, como o Basecamp e Wrike, dentre outros como a bem conhecida Wikipedia,

possuem exemplos nítidos de utilização destes conceitos de colaboração em massa

para gerar conhecimento e soluções eficazes.

Tapscott e Williams (2006) tiveram a brilhante percepção de afirmarem

claramente que estamos presenciando uma nova era de colaboração em massa que

talvez hoje, até possa parecer complexa e incerta, mas as organizações e seus

líderes não devem se enganarem e preparar sim, suas mentes para essa nova

“arte”, sendo extremamente necessário que comecem ter a capacidade de trabalhar

em ambientes colaborativos.

Isto posto, vale ressaltar que decidimos aplicar esses conceitos em projetos,

principalmente de TI, procurando atingir propositalmente um cenário limitado em

escala relativamente menor aos quais esses conceitos podem ser aplicados, mas

numa esfera significante, tanto para as empresas, como para os profissionais que se

interessam ou estão envolvidos neste assunto. Desta forma, apesar de concluirmos


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que o conceito de colaboração associado as redes sociais pode ser aplicado

coerentemente em projetos, resultando em um apoio expressivo no gerenciamento

dos mesmos, presume-se que esse tema ainda possa ser mais explorado e

consequentemente, cada vez mais recorrente daqui pra frente, tornando verossímil

seu estudo para que possa abranger as mais diversas áreas.

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