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Nesta imagem podemos verificar a relação entre a leguminosa e a bactéria desde o início. Esta é
uma relação de simbiose, onde ambas as partes ficam a ganhar.
A leguminosa precisa do azoto que é captado a partir da
atmosfera por bactérias existentes no solo, enquanto a bactéria
necessita do carbono obtido pela leguminosa através da
fotossíntese.
Assim, as bactérias captam o azoto em estado gasoso e através
de processos químicos transformam-no em amoníaco, o qual
sofre depois um processo de oxidação, também conhecido por
nitrificação, que acabará por o transformar em nitratos –
alimentos essenciais para a leguminosa.
È esta forma alterada que chega às leguminosas, quando se dá a anexação das bactérias às raízes
em pequenos aglomerados.
«As leguminosas desempenham desta forma um papel essencial no equilíbrio do ecossistema.
Isto porque podem substituir os fertilizantes azotados, que exigem muita energia para serem
produzidos, aumentando os investimentos e a poluição. A grande vantagem dos legumes, quer
das leguminosas quer dos legumes verdes é que podem fixar o próprio azoto a partir da
atmosfera. Isso significa que não se tem de pôr fertilizante azotado. E, essencialmente, para se
obter uma tonelada de fertilizante azotado tem de se queimar uma tonelada de combustível, o
que é muita energia. Penso que é qualquer coisa entre 50% a 70%, a energia gasta no
crescimento de plantações de cereais em termos de fertilizante azotado. E não é necessário pagar
isso. Financeiramente, não se tem de pagar os custos ambientais, se a opção for cultivar
leguminosas», adianta Noel Ellis.
A solução aconselhada é que as leguminosas sejam utilizadas em colheitas de rotação, ou seja,
que em áreas onde são cultivadas outras culturas se façam colheitas de leguminosas para adubar
o solo naturalmente.
Para que isso seja mais frequente na Europa, cientistas no grande Projecto GLIP, financiado pela
CE, estão a trabalhar na área da genética para tornar as leguminosas mais resistentes a doenças e
mais rentáveis economicamente.
«O que estamos a tentar fazer neste projecto é encontrar os componentes genéticos que vão
permitir aos especialistas ultrapassar este problema, para tornar as leguminosas mais atractivas,
mais fiáveis para os agricultores, sem terem de assumir sozinhos os riscos que estas têm para
benefício de toda a sociedade. Porque as leguminosas são importantes para o ambiente,
fornecendo um serviço ecológico e minimizam o investimento na agricultura e a poluição»,
explica Noel Ellis.
Actualmente na Europa apenas 5% da terra arável é dedicada ao cultivo de leguminosas, uma
situação que é preciso inverter para alcançar os 20% necessários para o equilíbrio do
ecossistema, a redução de gastos na agricultura e o combate à poluição.
Adaptado de: TV Ciência online – Notícias
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