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DE EDIFÍCIOS UTILIZANDO A
TECNOLOGIA BIM
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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT
São Paulo
2016
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca
da Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecária: Tathiane Marques de Assis - CRB 8/8967
CDD 22 – 720.105
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Ao Prof. Dr. Fernando Vázquez Ramos, por todo o incentivo pelo tema proposto, com
suas informações e orientações que foram de valiosa importância para o crescimento
e desenvolvimento da dissertação.
Ao amigo e Mestre Rodrigo Ramon Rodrigues, por todos os seus ensinamentos, por me
incentivar a ingressar no Mestrado e pelo grande apoio na fase inicial desta trajetória.
À amiga e Prof. Celia Bitencourt por ter me aconselhado sempre de forma tão
carinhosa.
Aos meus queridos pais, sou imensamente grata por me ensinarem que não há limites
para o conhecimento, pelo constante incentivo e principalmente por acreditarem em
meu potencial.
À todos, que de alguma forma colaboraram para que a realização deste trabalho
pudesse ser concretizado.
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CAPÍTULO 1. TECNOLOGIA BIM
RESUMO 5
ABSTRACT 6
LISTA DE FIGURAS 7
INTRODUÇÃO 13
10
CAPÍTULO 1. TECNOLOGIA BIM 27
CONCLUSÃO 121
REFERÊNCIAS 124
APÊNDICES:
O Mundo Analógico:
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Num sentido figurado e acompanhando as argumentações de Jorge
Sainz (2005, p. 25), o desenho é ''o meio de comunicação'' do próprio do
arquiteto. É através do desenho que o arquiteto expressa sua intenção e seus
desejos. É através do desenho que se procura a escala, a forma, os espaços
cheios e vazios, a proporção e os ambientes, as cores, as texturas, etc. Assim,
toda a expressão da ideia pensada pelo arquiteto passa pelo desenho, seja
ele de caráter expressivo ou técnico.
De acordo com Carlos Maciel (2003), quando o arquiteto idealiza um
projeto, ''constitui um exercício mental, onde este processo segue ideias,
conceitos, pontos de referência e cria ou modela mentalmente o seu
projeto''. O processo é apenas uma sequência (organizada ou não), de
ideias, que, ''transmitidas'' no papel, geram mais ideias. Essa transmissão,
contudo, precisa de um esclarecimento, pois não se trata de um ''fazer
chegar de um lugar ao outro'', como definição de dicionário, que indicaria
que alguma coisa foi produzida no cérebro e daí diretamente colocada no
papel.
Não se pode afirmar que no caso do desenho arquitetônico, que é
processo de projeto, esse processo seja ''direto''. A ação do desenhar, que se
faz diacronicamente, mas é sincrônica como o pensar, não sucede à ideia.
O projetista produz um processo de complementariedade imagética entre
imagem mental e imagem gráfica.
O Mundo Digital:
[...] podemos ainda definir a arquitetura digital pela sua duração. Portanto,
se a arquitetura digital durar uns poucos anos, pode ser considerada como
uma ferramenta; se durar mais do que 10 anos, pode ser considerada como
uma nova teoria; se durar mais do que 30 anos, pode ser vista como uma
era; se ainda mais do que cem anos, pode ser definida com uma revolução.
CAPÍTULO 1.
TECNOLOGIA BIM
CAPÍTULO 1. TECNOLOGIA BIM
1 O surgimento da Tecnologia BIM, bem como artigos que remetem sua história podem ser
encontrados através do portal ARCHITECTURE RESEARCH LAB.
2 No ano de 2005, Laiserin e Charles M. Eastman organizaram a First Industry-Academic
Conference em BIM, conjuntamente a Paul Teichloz (Stanford CIFE). A partir daí, a plataforma
BIM começou a ser amplamente divulgada.
objeto de edifício para realizar simulações, fornecer informações do projeto,
critérios de otimização, parametrização, entre outros (EASTMAN et al., 2008).
Nos últimos 20 anos, com avanços na tecnologia de memória,
velocidade e processamento dos computadores, foi possível obter maior
eficiência na aplicação dos conceitos BIM, que envolvem gerenciamento e
planejamento, e não se restringem apenas à utilização de softwares
específicos no campo da arquitetura. A terminologia Building Information
Modeling, é utilizada há pelo menos 10 anos (MENEZES, 2011, p. 156), ainda 29
que este termo não fosse totalmente compreendido, foram realizados
estudos sobre o BIM3, com experimentações em softwares e entendimento
das possibilidades que a tecnologia poderia permitir.
Assim sendo, a arte gráfica abriu caminho a inovação da
representação gráfica arquitetônica, não limitada no desenho analógico. O
uso criativo na produção e apresentação de projetos arquitetônicos, a
constante incorporação de novas técnicas e um grande interesse em
associar os processos de representação a concepções artísticas e culturais,
formaram um estilo gráfico com propostas de representações futuristas.
Precursores da tecnologia da construção e do uso de geometrias
complexas para gerar formas arquitetônicas, destacam-se Frank Gehry, Peter
Eisenman, e Daniel Libeskind.
Projetos que podem ser considerados variantes de tecnologia, rumo
ao modelo de projeto executivo como projeto de fabricação, são os projetos
do arquiteto Frank Gehry, pioneiro com investimentos maciços em tecnologia
de ponta e nos estudos de formas complexas que necessitavam o auxílio de
programas de computadores sofisticados, trabalhando indistintamente com
maquetes físicas e maquetes 3D e nos últimos 20 anos passou a escanear
suas maquetes físicas a fim de retrabalhar no computador.
O projeto para o Museu Guggenheim (1991-1997), em Bilbao, assim
como outras de suas obras a partir dele, puderam ser executadas através
3 Segundo Jim Glymph arquiteto diretor do escritório de Gehry, o projeto Museu Guggenheim foi
desenvolvido em grande parte por métodos convencionais, posteriormente o modelo BIM foi a
referência básica para a construção do edifício. Desenhos tradicionais como plantas, cortes e
fachadas foram feitos para cumprir protocolos legais de documentação junto à Prefeitura de
Bilbao. Esses desenhos foram extraídos automaticamente do modelo digital. Ver (Lindsey, 2001,
p.44).
das possibilidades oferecidas pelo CATIA 4 (Computer Assisted Three-
dimensional Interactive Application), (Figura 1-3), software lançado em 1982
destinado a projetos e produção mecânica que possibilita a análise da
curvatura das superfícies, determina com precisão os pontos dessas
superfícies curvas, permitindo o dimensionamento de elementos estruturais
de fixação de placas, por exemplo.
30
4 CATIA é o software desenvolvido pela empresa francesa Dessault Systems para a construção
dos caças Mirages da Força Aérea Francesa, que o escritório de Gehry adaptou para a
realização de projetos arquitetônicos.
Figura 2 - Modelo tridimensional do Museu Guggenheim, Bilbao. Disponível
31
em: <http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Guggenheim_Bilbao>.
Acesso em: 20 mar. 2015.
32
6 Processo integrado pode ser entendido como um sistema de informação que integra todos os
dados e processos, organizados em um único sistema.
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7O software BIM mais utilizado no mercado foi lançado em 2000 pela empresa Revit Technology
Corporation, posteriormente em 2002, a Autodesk comprou este software, alterando-o para Revit
Building, que é dividido em Revit Architecture, Revit Structure e Revit MEP.
O Prof. Wilson Florio (2007, p. 8) define o processo colaborativo
aplicado na metodologia de projeto, como produção e compartilhamento
do conhecimento, uso de computadores e comunicações eletrônicas,
rapidez de acesso e do fluxo de informações, proporcionando uma gestão
de projetos que distribua responsabilidades entre os participantes de modo
que todos coparticipem das decisões do projeto (Figura 10).
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CAPÍTULO 2.
O DESENHO DE ARQUITETURA
NA ERA DIGITAL
CAPÍTULO 2. O DESENHO DE ARQUITETURA NA ERA DIGITAL
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8 Disponível em:
<http://www.cbic.org.br/arquivos/Guia_de_Boas_Praticas_em_Sustentabilidade_CBIC_FDC.pdf>.
Acesso em: 20 ago. 2015.
9 De acordo com a coordenadora geral do IBICT, Cecília Leite, está em andamento o projeto de
implementação de uma biblioteca digital para área de construção civil que está sendo
De acordo com informações do Conselho de Arquitetos e Urbanistas
(CAU), está em processo de normatização a NBR 15965 – Sistema de
Classificação da Informação da Construção, que se divide em duas
categorias, sendo a 1ª: Terminologia e estrutura; e a 2ª: Características dos
objetos da Construção. Sendo que também está em processo de
normatização a ABNT / CEE – 134 - Modelagem da Informação da
Construção (BIM) / NBR ISO 12006-2-2010, que remete a construção da
edificação organizada pelos processos desenvolvidos, os recursos e os 61
resultados da construção.
A classificação da informação da construção poderia estar embutida
nos aplicativos BIM e nos objetos das bibliotecas. Isso facilitaria a
comunicação com outras aplicações como na geração de orçamentos,
cotações e catálogos eletrônicos. A construção de um acervo normativo é
de fundamental relevância para a implantação e utilização do BIM no Brasil.
O avanço da tecnologia nas áreas de construção e computação, fez
com que o ensino de desenho arquitetônico assistido por computador se
tornasse necessário para se adaptar ao uso de ferramentas digitais
modernas.
No entanto, em muitas escolas de arquitetura, como afirma o Prof.
Karim Hadjri (2006, p. 70), falando de sua experiência na University of Central
Lancashire, a tecnologia dos computadores não é adequadamente
integrada na grade curricular, os resultados de aprendizagem de
modelagem digital não são entendidos, a utilização de ferramentas que não
restringem a imaginação a fim de produzir formas que possam ser edificáveis
não são totalmente conhecidas, a necessidade de arquivar as propostas de
desenho dentro de um ambiente digital e melhorar o processamento de
informações de projetos arquitetônicos também são pouco esclarecidas.
A complexidade dos softwares baseia-se fundamentalmente na
utilização de métodos de modelagem tridimensional e a modelagem de
componentes paramétricos, o qual ampliaram possibilidades e técnicas de
modelagem de geometrias complexas. Tradicionalmente os alunos
produzem muitas maquetes físicas dispostas como parte do seu
desenvolvimento de volumetria, mas lutam para recriá-las digitalmente, para
posterior análise e melhoria (HADJRI, 2006, p. 70).
10 Nos últimos 10 anos, temos como exemplo o curso de Engenharia de Construção Civil da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, os cursos de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade São Judas, Universidade Tuiuti do Paraná, entretanto, outras estão ingressando no
ensino do BIM, com intenção de capacitação instrumental das ferramentas de desenho digitais
para criação e o desenvolvimento de projetos.
sucedidas, como nos casos dos escritórios Gui Mattos, Aflalo e Gasperini11 e
Contier Arquitetura,12 pioneira na adoção do método BIM no Brasil, ou de
escritórios que estão no meio do percurso, cuja experiência pode jogar luz
em relação a decisões do desenho, do modelo, dos procedimentos
adotados, tornando assim, exemplo a nortear futuras tentativas.
Ao analisarmos escritórios de arquitetura que já utilizam a tecnologia
BIM no desenvolvimento de projetos, destacamos empresas dos quais
compreendem os conceitos de BIM, atualizadas com os novos processos de 63
conhecimento do mundo digital e que consideram o uso desta tecnologia
como item fundamental para o desenvolvimento do ciclo de vida dos
projetos integrados e da própria construção civil.
Destacamos empresas no âmbito da cidade de São Paulo que fazem
parte do pequeno grupo de empresas de arquitetura que mantêm relações
com a indústria da construção e cujo trabalho se baliza pelos impactos que
estas novas práticas digitais tem no processo de gestão e administração de
obras complexas.
De acordo com a entrevista para a Revista AU (2011),13 no escritório
de arquitetura Gui Mattos a transição começou em 2004, e o treinamento
dos arquitetos foi no curso básico do distribuidor. Todas as equipes passaram
de uma só vez, a modelar novos projetos em BIM (Figura 22-24).
11 Para informações sobre o trabalho destes escritórios recomendamos acessar os seguintes sítios:
<http://www.arquiteturaguimattos.com.br/>.; <http://aflalogasperini.com.br/>.; Acesso em: 01
abr. 2015.
12 Desde 2002, quando a plataforma BIM foi adotada pela empresa, o escritório Contier
Arquitetura tem ajudado a estabelecer as melhores práticas e introduzido novos padrões para a
sua localização no Brasil, ainda assim, o Luiz Augusto Contier quando foi coordenador do Curso
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu, introduziu o ensino de BIM na
grade curricular da graduação. Disponível em: <http://contier.com.br/>. Acesso em: 23 mai.
2015.
13 Revista AU, edição nº 208. São Paulo, Editora Pini. Julho 2011. Disponível em:
<http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/208/desafios-da-implementacao-224373-1.aspx>.
Acesso em: 10 mar. 2016.
Figura 22 - Projeto Residência Pacuiba – Ilha Bela. Fonte: Arquitetura Gui
Mattos, 2012. Disponível em: <http://www.arquiteturaguimattos.com.br/2012- 64
pacuiba-ilhabela/13/04/2012/>. Acesso em: 10 mar. 2016.
Às vezes, pessoas que não têm cargos altos, mas lidam melhor com o 65
software acabam tendo um desenvolvimento mais rápido e tendem a ser
mais úteis e responsáveis do que no processo tradicional. O que acontece
às vezes é que a equipe começa o projeto em BIM, mas na hora de mudar o
processo de trabalho, as pessoas desistem. Tem que ter uma decisão de
virada de chave. A equipe tem que começar e terminar um projeto na
plataforma custe o que custar. Caso contrário, os arquitetos esbarram na
zona de conforto e podem acabar voltando para o CAD (AU, 2011).
14 Revista Construção Mercado, edição nº 127. São Paulo, Editora Pini. Fevereiro 2012. Disponível
em: <http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/127/integracao-absoluta-disparidade-na-adocao-entre-projetistas-arquitetos-e-
282614-1.aspx>. Acesso em: 10 mar. 2016.
CAPÍTULO 3.
SIMULAÇÃO DE MODELOS DE
EDIFÍCIOS
CAPÍTULO 3. SIMULAÇÃO DE MODELOS DE EDIFÍCIOS
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Figura 37 - Plantas subsolo, nível zero e pavimento térreo e suas vistas 3D.
Fonte: Modelo da autora.
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REFERÊNCIAS
ADDOR, Miriam Roux A.; ALMEIDA CASTANHO, Miriam Dardes de; CAMBIAGHI,
124
Henrique; DELATORRE, Joyce Paula Martin; NARDELLI, Eduardo Sampaio;
OLIVEIRA, André Lompreta de. Colocando o "i" no BIM, Revista eletrônica de
Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n.4, 2010. Disponível em:
<http://www.usjt.br/arq.urb/numero_04/arqurb4_06_miriam.pdf>. Acesso em:
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ANDRADE, Max Lira e RUSCHEL, Regina Coeli. BIM: conceitos, cenários das
pesquisas publicadas no Brasil e tendências. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
QUALIDADE DE PROJETOS, 2009, São Carlos. Anais. São Carlos: RiMa, 2009a. p.
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Disponível em:
<http://images.autodesk.com/latin_am_main/files/revit_architecture10_port_
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EVANS, Robin. The Projective Cast. Architecture and Its Three Geometries.
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GUIMARAENS, Ceça de. O desenho e seu texto. In: Revista Projeto. São Paulo,
n. 180, 1994, p. 84-85.
LIU, Yu-Tung (ed.). Developing Digital Architecture: 2002 FEIDAD Award, 2003.
MOUM, Anita. A framework for exploring the ICT impact on the architectural
design process. Electronic Journal of Information Technology in Construction,
v. 11, p. 409-425, 2006. Disponível em:
<http://www.itcon.org/data/works/att/2006_30.content.07890.pdf>. Acesso
em: 10 mar. 2016.
APÊNDICE 1.
2. Qual foi o software utilizado para elaborar os projetos em BIM? Como foi
reconhecer a necessidade de adquirir hardwares e softwares?
AFLALO & GASPERINI: O software foi o Revit. Como o escritório tem bastante
contato com a Autodesk, a própria Autodesk indicou o Revit, por ser o mais
utilizado para projetos em geral e com mais ferramentas para a modelagem
da construção, informando também as configurações mínimas de hardwares
para o desenvolvimento de projetos em Revit.
CAROLINA RIGHETTO: Os softwares que usamos são da Autodesk, pois eles
disponibilizam mais material didático para o público em geral e conversam
muito bem com outros formatos de arquivo existentes no mercado. As
máquinas, consequentemente, têm que atender a alguns requisitos mínimos
para uma melhor performance no trabalho.
CONTIER ARQUITETURA: Entre outros pioneirismos, o escritório foi a primeira
empresa no Brasil a adotar a plataforma de projeto Revit, em 2002. Também
usamos a plataforma de colaboração ProjectWise, da Bentley, com
tecnologia de ponta.
NOVA TTS GERENCIAMENTO E PROJETOS: O software foi o Revit, que
conhecemos em palestras e workshops. Nesses eventos, me convenci de que
é válido apostar nas tecnologias e novidades que existem à nossa
disposição.
3. Como foi a escolha do primeiro projeto a ser desenvolvido em BIM? Quais
foram as maiores dificuldades encontradas no desenvolvimento desse
projeto?
AFLALO & GASPERINI: Foram dois os primeiros projetos em Revit, em 2009: o
primeiro com tipologia mais simples, projeto de edifício de escritórios com
plantas sem muitas variações, e o segundo de múltiplo uso, com três
edificações, sendo duas de escritórios e uma residencial. As dificuldades
nesses projetos eram relativas a hardware, questões de ferramentas 136
específicas de construção e o próprio entendimento de BIM e do software.
CAROLINA RIGHETTO: O escritório já nasceu BIM, mas não no estágio em que
estamos hoje. Sempre brinco que podemos tratar a implantação de BIM
como o desenvolvimento de uma pessoa. Primeiro nascemos, depois
engatinhamos, depois aprendemos a caminhar e então começamos a
correr. Se o escritório quiser implantar BIM e sair correndo como um adulto, a
chance de cair no meio do caminho é alta.
CONTIER ARQUITETURA: Edifício B32, da Faria Lima Prime Properties, primeiro
empreendimento privado no Brasil de grande porte e alta complexidade
que teve todos os projetos executivos desenvolvidos em BIM. Certamente
representou um desafio extra para o projeto executivo e, se não fosse em
BIM, o processo acarretaria imprecisões, erros de quantidade e outros
problemas, e também não teríamos 160 plantas e 470 folhas A0 no mesmo
cronograma. Nesse contrato, pela primeira vez se exigiu compatibilização
em BIM dos projetos de arquitetura com mais de 20 projetos de outras
disciplinas.
NOVA TTS GERENCIAMENTO E PROJETOS: O primeiro projeto foi a construção
de um edifício faixa 1 financiado pela Caixa Econômica. Como o escritório
tem parceria com a Caixa para desenvolver projetos do Programa Minha
Casa Minha Vida, escolhemos esse edifício como projeto piloto. A maior
dificuldade foi que não tínhamos prática em executar projetos no Revit, o
qual implicou muito tempo perdido até chegarmos a conhecer as
ferramentas.
APÊNDICE 2.
ARQUITETURA BIODIGITAL:
INFORMAÇÃO DA VIDA EM
ARQUITETURA
A2. ARQUITETURA BIODIGITAL: INFORMAÇÃO DA VIDA EM ARQUITETURA
152
Figura 6 - Bubble BMW Pavilion, Bernard Franken. Fonte: Kolarevic, 2003, p. 21.
Figura 11 - Forma inicial evoluindo para uma forma complexa. Fonte: John
Frazer, 2005, p. 42.
Figura 13 - Projeto Torre Los Angeles, Dollens, 2008-2009. Fonte: Dollens, 2009,
p. 74.
A2.5 Bioarquitetura e Sustentabilidade
163
A2.7 Referências
ESTÉVEZ, Alberto T., et al. Genetic Architectures: New bio & digital techniques. 166
In: Genetic architectures III: New bio & digital techniques. Santa Fe (USA)
/ Barcelona: Lumen, 2009, p. 14-27, 50-51 e 204.
OXMAN, Rivka. Theory and Design in the First Digital Age. Oxford: Elsevier.
Design Studies, nº 27, maio 2006, p. 229-265. Disponível em:
<http://www.technion.ac.il/~rivkao/topics/publications/Oxman_2006_Design-
Studies.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
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168
APÊNDICE 3.
25 KOLAREVIC, Branko. Architecture in the digital age: design and manufacturing. London: Taylor
& Francis, 2005.
175
Figura 4 - Kartal-Pendik Masterplan, Zaha Hadid Archiects, Istanbul, Turkey,
2006. Detalhe da malha urbana que comporta formas edilícias diversas.
Fonte: Architectural Design, 2009, p. 14.
26 Grid é uma malha, ferramenta utilizada para ordenar elementos gráficos, a fim de obter
composição e coesão visualmente.
176
Assim como fluidos, células também podem ser analisadas e evoluir por
conta própria, à medida de informações trazidas pela natureza. No
urbanismo generativo, esquecemos os tijolos e pensamos em células, células
que podem reformar, recombinar e emergir de maneiras diferentes, de
acordo com sua própria inteligência interna.
182
A morfologia urbana genética também permite ser reproduzida com
dados de parâmetros do local, luz natural, dimensão e espessura das células
vivas, conjunto de biótopos, bioestruturas orgânicas, entre outros. O
fornecimento desses dados de matérias-primas como uma variável de
construção, possibilita o crescimento de tecidos urbanos bem como seus
comportamentos adaptativos. Os softwares paramétricos destinados ao
urbanismo generativo controla a proliferação de urbanização desordenada
resultante da globalização acelerada da mesma forma que a densidade
adaptativa, baseada em pesquisas sobre os princípios algorítmicos e
geométricos. Esta abordagem algorítmica constitui a variação de geração
de morfologia e da diferença entre as áreas urbanas, aglomerados e
sistemas de setorização (ROCHE, 2009, p. 42, tradução nossa).
O projeto Parametric Urbanism 2 (Figura 13) tem como experiência os
estudos de comportamentos em organismos vivos, células individuais, duplas,
triplas e quádruplas, a fim de obter análises de suas organizações associadas
a ramificações. Os resultados são demonstrados em diagramas, onde
podemos observar a evolução, integração, segregação das células e por
fim, a sintaxe espacial em relação às hierarquias dos espaços e setores. Os
algoritmos utilizados simulam o crescimento em formas naturais e analisam o
desempenho de sistemas de ramificação.
183
Michael Batty (2009, p. 46) ilustra como as cidades podem agora ser
cultivadas em "laboratórios digitais" e como os processos da evolução
biológica de cidades podem ser diagnosticados em ambiente virtual,
observando os organismos que sobrevivem que se adaptam ao seu
ambiente, assim como as alterações de localização desses organismos que
se movem de forma inteligente identificados no tecido urbano.
"A cidade planejada baseada em hierarquias de árvore é a maneira
mais bem-sucedida, habitável e certamente a mais sustentável" (BATTY, 2009,
p. 46). Observamos esse conceito na figura 14, desenvolvido em laboratórios
digitais, onde aglomerados populacionais emergem a partir que o núcleo
central fornece energia, constituindo assim, o tecido urbano. Desta forma, a
cidade permanece conectada com o núcleo central. Em a) o crescimento
da rede radial hierárquica idealizada em torno do núcleo da cidade; b)
tecido urbano em evolução; c) definição da hierarquia das vias; d)
densidade populacional urbana ativa (BATTY, 2009, p. 46 e 47).
184
189
190
A3.7 Referências
ALONSO, Hernán Díaz. Chlorofilia, the Los Angeles Jungle. In: AD Architectural
Design - Digital Cities, London, vol. 79, n. 4, p. 34-39, Jul/Aug, 2009.
BATTY, Michael. The Size, Scale, and Shape of Cities. Science, 319. (5864).
2008, p. 769–771.
BEIRÃO, José Nuno. CityMaker: Designing Grammars for Urban Design. Delft
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<http://abe.tudelft.nl/article/view/beirao>. Acesso em: 10 nov. 2015.
BEIRÃO, José Nuno; ARROBAS, Pedro; DUARTE, José. Parametric Urban Design:
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Proceedings of the eCAADe Conference, vol. 1, N. 30, 2012, p. 167-175.
Disponível em:
<http://cumincad.architexturez.net/system/files/pdf/ecaade2012_130.conten
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BEIRÃO, José Nuno; MENDES, Leticia Teixeira; CELANI, Gabriela. O uso do CIM
(City Information Modeling) para geração de implantação em conjuntos de
habitação de interesse social: uma experiência de ensino. In: Gestão e
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