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HONNETH, A. Desrespeito e Resistência: A Lógica Moral dos Conflitos Sociais.

In:
__________. Luta por Reconhecimento: A Gramática Moral dos Conflitos Sociais. São
Paulo: 34, 2003, p. 253-268.

FICHAMENTO DESRESPEITO E RESISTÊNCIA

1º PARÁGRAFO
- Marx, Sorel e Sartre perceberam que os movimentos sociais tinham forte relação
semântica com o vocabulário do reconhecimento, mas essa questão não foi predominante
na fundamentação da sociologia em geral;
“(...) conflitos sociais podem remontar à infração de regras implícitas de
reconhecimento.” (p. 253)
- Tendência da sociologia: luta social ligada à concorrência por chances de
vida/sobrevivência.

2º PARÁGRAFO
- Durkheim e Tonnies fundamentam uma sociologia empírica na qual o conflito tem
apenas um papel sistemático;
- Weber não considera o aspecto moral da luta social;
- Simmel, por mais que destaque o “impulso à hostilidade”, não conecta a experiência de
desrespeito ao conflito social;
“(...)já nos começos da sociologia acadêmica, foi cortado teoricamente, em larga
medida, o nexo que não raro existe entre o surgimento de movimentos sociais e a
experiência moral de desrespeito: os motivos para a rebelião, o protesto e a resistência
foram transformados categorialmente em ‘interesses’, que deve resultar da distribuição
desigual objetiva de oportunidades materiais de vida, sem estar ligados, de alguma
maneira, à rede cotidiana das atitudes morais emotivas” (p. 255)
- Primeira referência encontrada em produções da Escola de Chicago: Parker & Burgess;
- Objetivo de Honneth: obtenção dos fundamentos de uma teoria social de teor normativo
baseado num conceito de luta social motivada por sentimentos morais de injustiça;
- Orientação em Hegel e Mead para fundamentação do nexo existente entre o desrespeito
moral e a luta social.

3º PARÁGRAFO
- Fenomenologia empiricamente controlada das formas de reconhecimento;
“(...) nem todas as três esferas de reconhecimento contem em si, de modo geral, o tipo
de tensão moral que pode estar em condições de pôr em marcha conflitos ou querelas
sociais: uma luta só pode ser caracterizado de ‘social’ na medida em que seus objetivos
se deixam generalizar para além dos horizontes das intenções individuais, chegando a
um ponto em que eles podem se tornar a base de um movimento coletivo.” (p. 256)
- O amor não fundamenta por si só o conflito social, por mais que as relações amorosas
tenham uma dimensão social de luta;
- Direito e estima social contém um quadro moral de conflitos sociais porque dependem
de critérios socialmente generalizados;
- Luta social: “processo prático no qual experiências individuais de desrespeito são
interpretadas como experiências típicas de um grupo inteiro, de forma que elas podem
influir, como motivos diretores da ação, na exigência coletiva por relações ampliadas de
reconhecimento.” (p. 257)

4º PARÁGRAFO
- Circunstância negativa da teoria sociológica do conflito abordada por Honneth;
- A interpretação da luta social em Honneth é descritiva, não delimita se esta será
violenta/não violenta, simbólica/passiva;
“(...) os grupos sociais procuram articular publicamente os desrespeitos e as lesões
vivenciados como típicos e reclamar contra eles.” (p. 257)
- Necessidade de consciência dos motivos morais que fundamentam o conflito social.
“(...) entre as finalidades impessoais de um movimento social e as experiências privadas
que seus membros têm da lesão, deve haver uma ponte semântica que pelo menos seja
tão resistente que permita a constituição de uma identidade coletiva.” (p. 258)

5º PARÁGRAFO
- A expectativa de reconhecimento presente nas experiências morais que motivam a luta
social está conectada às condições de formação da identidade;
- Desapontamento das expectativas de reconhecimento > experiência moral de
desrespeito;
“Sentimentos de lesão dessa espécie [desrespeito] só podem tornar-se a base
motivacional de resistência coletiva quando o sujeito é capaz de articulá-los num quadro
de interpretação intersubjetiva que os comprova como típicos de um grupo inteiro; nesse
sentido, o surgimento de movimentos sociais depende da existência de uma semântica
coletiva que permite interpretar as experiências de desapontamento pessoal como algo
que afeta não só o eu individual mas também um círculo de muitos outros sujeitos.” (p.
258)
- Mead destaca que a semântica é composta pelas doutrinas ou ideias morais que
enriquecem a representação de comunidade social.

6º PARÁGRAFO
- A resistência coletiva fundamentada nas experiências de desrespeito é mais do que um
meio de reclamação sobre os padrões de reconhecimento;
“(...) o engajamento nas ações políticas possui para os envolvidos também a função
direta de arrancá-los da situação paralisante do rebaixamento passivamente tolerado e
de lhes proporcionar, por conseguinte, uma autorrelação nova e positiva.” (p. 259)
- No reconhecimento antecipado, uma forma de respeito à sua condição de pessoa pode
ser encontrada;
“(...) o engajamento individual na luta política restitui ao indivíduo um pouco de seu
autorrespeito perdido, visto que ele demonstra em público exatamente a propriedade cujo
desrespeito é experenciado como uma vexação.” (p. 259/260)
- Solidariedade nos grupos sociais > estima mútua.

7º PARÁGRAFO
- Nem todos os confrontos sociais são motivados por experiências morais; em muitos
casos históricos, a resistência foi motivada pela segurança da sobrevivência econômica;
“(...) sentimentos de desrespeito formam o cerne de experiências morais, inseridas na
estrutura das interações sociais porque os sujeitos humanos se deparam com
expectativas de reconhecimento às quais se ligam as condições de sua integridade
psíquica; esses sentimentos de injustiça podem levar a ações coletivas, na medida em
que são experenciadas por um círculo inteiro de sujeitos como típicos da própria situação
social.” (p. 260)
- Modelo utilitarista do conflito é aquele que fundamenta a luta social na tentativa dos
grupos de conservar ou aumentar seu poder de reprodução (distinção social);
- Conflito: modelo utilitarista x modelo do reconhecimento;
“(...) um modelo de conflito que começa pelos sentimentos coletivos de injustiça é aquele
que atribui o surgimento e o curso das lutas sociais às experiências morais que os grupos
fazem perante a denegação do reconhecimento jurídico ou social.” (p. 261)
- O modelo utilitarista não deve ser descartado, pois complementa o modelo
fundamentado na teoria do reconhecimento;
- Questão empírica: até que ponto um conflito segue a lógica da persecução por interesses
ou a lógica da formação da reação moral?
- Correção do modelo utilitarista pela teoria do reconhecimento: “mesmo aquilo que, na
qualidade de interesse coletivo, vem a guiar a ação num conflito não precisa representar
nada de último e originário, senão que já pode ter se constituído previamente num
horizonte de experiências morais, em que estão inseridas pretensões normativas de
reconhecimento e respeito.” (p. 261/2)
- Investigações históricas atuais fundamentadas na “cultura moral cotidiana das camadas
sociais baixas” (p. 262)

8º PARÁGRAFO
- Históriografia com ênfase nos pressupostos normativos das classes baixas no conflito
propiciada pela união da antropologia social com a sociologia da cultura > investigação
do horizonte das normas morais de ação;
- Pioneirismo de E. P. Thompson nos estudos sobre representações morais cotidianas na
resistência;
“(...) a rebelião social nunca pode ser apenas uma exteriorização direta de experiências
da miséria e da privação econômica, ao contrário, o que é considerado um estado
insuportável de subsistência econômica se mede sempre pelas expectativas morais que
os atingidos expõem consensualmente à organização da coletividade.” (p. 263)
- Modificação econômica como lesão normativa do consenso social.

9º PARÁGRAFO
- Economia moral;
- Barrington Moore e o conceito de “contrato social implícito” (consenso normativo entre
os grupos que determina o reconhecimento recíproco);
- Consenso ferido > ameaça ao autorrespeito coletivo > resistência política e revoltas
sociais.

10º PARÁGRAFO
- Estudos atuais oferecem um nexo entre o desapontamento político de expectativas
morais e o abalo de relações de reconhecimento tradicionalmente constituídas.

11º PARÁGRAFO
- Investigações como fundamentação da tese de que os conflitos sociais são efetuados
segundo um padrão de reconhecimento;
- Revoltas espontâneas, greves organizadas e formas passivas de resistência demonstradas
apenas como eventos episódicos;
“O abismo entre os processos singulares e o processo evolutivo abrangente só pode ser
fechado quando a própria lógica da ampliação de relações de reconhecimento vem a ser
o sistema referencial das exposições históricas.” (p. 263)

12º PARÁGRAFO
- Modelo de conflito baseado no reconhecimento como quadro interpretativo do processo
de formação de conflitos sociais;
“(...) os sentimentos de injustiça e as experiências de desrespeito, pelos quais pode
começar a explicação das lutas sociais, já não entram mais no campo de visão somente
como motivos de ação, mas também são estudados com vista ao papel moral que lhes
deve competir em cada caso no desdobramento das relações de reconhecimento.” (p.
265)
- Luta por reconhecimento como um processo histórico do progresso moral.

13º PARÁGRAFO
“(...) são as três formas de reconhecimento do amor, do direito e da estima que criam
primeiramente, tomadas em conjunto, as condições sociais sob as quais os sujeitos
humanos podem chegar a uma atitude positiva para com eles mesmos; pois só graças à
aquisição cumulativa de autoconfiança, autorrespeito e autoestima, como garante
sucessivamente a experiência das três formas de reconhecimento, uma pessoa é capaz de
se conceber de modo irrestrito como um ser autônomo e individuado e de se identificar
com seus objetivos e seus desejos.” (p. 266)
- O processo de aprendizado moral deve provocar uma diferenciação dos padrões de
reconhecimento e liberar o potencial internamente inscrito dessas esferas.

14º PARÁGRAFO
- Processos históricos como etapas do processo de formação do conflito > ampliação das
relações de reconhecimento.

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